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Canto dos Espíritos das Águas

(Goethe)

A Alma Humana semelha à água:


Do céu descende,
Ao céu ascende,
E renovada
À terra desce,
Eternamente.

Jorra da alta
Íngreme rocha
O jato puro,
Que logo amável
Pulverizando-se
Vai ondulando
Alisa a terra,
Que leve acolhido
Flana velado
Murmurinhando
Fundo abaixo.

Erguem-se penhas
À queda opondo-se;
Mas, espumante,
Segue raivoso,
Degrau em degrau
Para o abismo.
No leito plano
Sai deslizando
Vale adentro,
E em liso lago
Vem mirar-se
Todos os astros.

Vento é o amável
Galante das ondas,
Mescla dos fundos
Espuma ondulante.

A alma humana
Semelha à água
Igual ao vento
Destino és tu

(tradução livre de Claudio Bertalot)

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