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Reitoria
Gabinete da Reitora
Ofício nº 23079.385/2022 - GR
Prezados,
1. A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por meio de sua Reitora, Professora
Denise Pires de Carvalho, no uso das atribuições conferidas pelo Regimento Geral da UFRJ e em atenção
às solicitações apresentadas em sede de Requerimento datado de 24 de agosto de 2022 por diversos entes
que compõem a comunidade acadêmica, vem por meio da presente, manifestar-se conforme a seguir
disposto.
2. De início, cumpre afastar quaisquer dúvidas acerca da legalidade e transparência quanto às
tratativas para desenvolvimento de estudo técnico, jurídico e econômico-financeiro relacionados à
instalação de Equipamento Cultural Multiuso (“ECM”) em área próxima ao campus da Praia Vermelha.
3. Isso porque, todo o processo de avaliação e desenvolvimento dos estudos tem sido conduzido
de maneira transparente, técnica e competente, contando com a seleção de consultorias especializadas e
com vasta experiência na execução de projetos semelhantes. Adicionalmente, a implementação do projeto
viabilizará a disponibilização de uma infraestrutura moderna e adequada às necessidades da comunidade
artística e acadêmica, além de contribuir com melhorias na infraestrutura acadêmica da UFRJ, otimizando
atividades de pesquisa, ensino e extensão desenvolvidas pela comunidade acadêmica.
4. Nesse sentido, de modo a manter um diálogo constante com toda a comunidade acadêmica,
bem como aos grupos envolvidos no desenvolvimento do projeto, cumpre esclarecer os seguintes tópicos:
(a) a contratação do BNDES e a realização de estudos técnicos; e (b) o status do projeto e a devida
participação da comunidade.
5. Diante das questões que nos foram apresentadas, entende-se pertinente detalhar o histórico da
contratação junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (“BNDES”) e as etapas já percorridas ao longo
do desenvolvimento dos estudos técnico, jurídico e econômico do ECM.
6. Por meio do Contrato nº 18.2.356.1, celebrado em 18 de julho de 2018 entre o BNDES e a
UFRJ, foi pactuada a estruturação pelo BNDES de processo de concessão de uso e/ou constituição de
fundos de investimento imobiliário e de outras formas possíveis para o aproveitamento econômico dos
ativos da UFRJ. Frisa-se que os fins deste projeto são, justamente, viabilizar investimentos associados às
missões da UFRJ enquanto universidade pública, isto é, a promoção do tripé ensino-pesquisa-extensão.
Para que este tripé seja devidamente desenvolvido, o aproveitamento econômico dos ativos da
Universidade possibilitará a realização de construções e obras de manutenção na infraestrutura acadêmica.
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7. Dentre as obrigações assumidas pelo BNDES em decorrência do contrato supracitado, cabe a
ele realizar a contratação de serviços técnicos, bem como coordenar a produção dos estudos técnicos para
a estruturação do Projeto.
8. O projeto VivaUFRJ tinha por fim o aproveitamento econômico de áreas ociosas nos campi da
Praia Vermelha e Cidade Universitária (Fundão), além do prédio da Praça da República, por meio de
outorga de concessão de uso e/ou constituição de fundo de investimento imobiliário observadas as
seguintes premissas: (i) propositura de modelos jurídicos que permitissem a exploração dos ativos
imobiliários por particulares sem o trespasse da propriedade, gerando contrapartidas físicas que
atenderiam às suas finalidades típicas; (ii) ao final do período pactuado, os imóveis seriam revertidos com
incorporação de todas as benfeitorias e edificações ao patrimônio da Universidade; e (iii) As
contrapartidas físicas – infraestruturas deverão ser construídas e mantidas como forma de remunerar a
UFRJ pelo uso privativo de seus ativos imobiliários voltados à exploração do proveito econômico.
9. Para subsidiar os serviços de estruturação contratados pela Universidade, o BNDES, após a
realização de pregão eletrônico, contratou (em Fevereiro/2019) com o Consórcio
FATOR/GALÍPOLO/PEDROTADDEI/VG&P (“Contrato Fator”) os seguintes serviços especializados,
segregados em duas Fases, intercaladas por um ponto de decisão do CONSUNI/UFRJ:
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18. Adicionalmente, faz-se necessário destacar que a possibilidade de alienação das unidades do
Edifício Ventura desonerará a UFRJ dos seus custos de manutenção. Ressalte-se que, quando da vacância
das unidades detidas pela UFRJ, o custo de manutenção é arcado pelo orçamento da própria UFRJ,
afetando, nesta situação, a capacidade de dispêndio em atividades relacionadas às missões da
Universidade.
19. Já em relação ao equipamento cultural, a manutenção do mesmo no escopo do Projeto ampara-
se fundamentalmente na necessidade de se dar uma destinação ao imóvel onde está situado o antigo
Canecão, conforme já determinado em auditoria de conformidade do TCU (TC 012.285/2016-1).
20. Quanto a esse aspecto registre-se que em 13.01.2022 foi sancionada pelo Prefeito da Cidade do
Rio de Janeiro a Lei Complementar nº 239/2022 que estabelece condições para implantação de
equipamento cultural multiuso “Canecão”, no Campus Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ, em Botafogo, e dá outras providências. Esta lei complementar evidencia a vontade
política de se encontrar um caminho em conjunto com a sociedade civil, associações de moradores e
comerciantes locais, a fim de que os impactos decorrentes da implantação do novo empreendimento sejam
mitigados.
21. Nesse sentido, fez-se necessária nova prorrogação do prazo de vigência do Contrato com o
BNDES por mais 12 (doze) meses, a partir de 13.01.2022, em função das adaptações promovidas no
Projeto e adaptações realizadas no escopo dos serviços coordenados pelo Banco de Fomento.
22. Ato contínuo, foi realizada a contratação do Consórcio EY / Demarest / Fernandes, com a
celebração do Contrato OCS nº 078/2022, para a realização de estudos técnicos voltados às necessidades
da UFRJ, o qual se encontra em desenvolvimento com a evolução do levantamento de informações e
elaboração de material para apresentação da nova modelagem.
23. Nas discussões com os times técnicos até o momento, têm-se como premissa maior o
desenvolvimento de alternativa que valorize a importância cultural do ECM, local anteriormente
conhecido como “Canecão”, bem como traga como contrapartida à UFRJ a realização de obras e
manutenções na infraestrutura acadêmica, as quais são consideradas essenciais para a continuidade,
segurança e viabilidade das atividades desenvolvidas na Universidade por toda sua comunidade.
24. Ao contrário do sustentado em sede de requerimento, a UFRJ, por meio de seu corpo diretivo,
mantém diálogo com o corpo discente e docente, pesquisadores e demais entes do corpo estudantil. Nesse
sentido, cumpre salientar que os contratos celebrados até o momento estão sendo disponibilizados
juntamente com esta manifestação.
25. Ante ao apresentado, cumpre esclarecer o status dos estudos técnicos, como se passa a
demonstrar.
O status do Projeto e a devida participação da comunidade
26. Em nova fase, estão sendo desenvolvidos estudos pelo Consórcio EY / Demarest / Fernandes
para viabilizar a concessão de uso do Equipamento Cultural Multiuso. Ou seja, importa esclarecer que o
projeto e os resultados apresentados pelo Consórcio Viva UFRJ não estão sendo implementadas, não há no
momento nenhuma atividade relacionada à construção de qualquer edificação, reforma, ampliação, nem
qualquer atividade operacional relacionada ao projeto apresentado.
27. Neste momento ainda está em curso a fase de desenvolvimento dos estudos, com o
aprimoramento e refinamento, aderente às novas premissas definidas pela UFRJ para o Consórcio EY /
Demarest / Fernandes.
28. Esta etapa de desenvolvimento dos serviços está dividida em duas fases.
29. A primeira delas se refere a uma etapa de levantamento de informações, na qual foram
formulados para o ECM: (i) plano de trabalho; (ii) projeto conceitual de arquitetura e engenharia; e (iii)
relatório de proposição do modelo de cessão.
30. Já a segunda fase, ainda em andamento, tem por escopo o desenvolvimento das minutas a serem
utilizadas em futuro certame, devidamente submetida à audiência pública, com a consolidação dos
relatórios produzidos.
31. Justamente, em valorização ao diálogo constante com toda comunidade acadêmica, com os
trabalhadores e com a classe artística, é que haverá a realização de um período de consulta pública e de
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audiência pública, nos termos da legislação vigente, com a disponibilização dos documentos previamente
aos interessados e a possibilidade de ampla análise e discussão sobre quaisquer aspectos relacionados ao
projeto.
32. Cumpre observar que a consulta pública e a audiência pública viabilizam um ambiente
democrático para a manifestação de todas as partes interessadas, fazendo uso da palavra para encaminhar
propostas e discuti-las. Ressalte-se que a participação popular se concentrará neste momento como forma
de garantir a análise plena de todos os documentos produzidos no âmbito dos estudos técnicos e a
realização dos ajustes que se façam necessários para a realização do certame.
33. Diante do status narrado, não há justificativas para a paralisação temporária do projeto. Isso
porque, inexiste quaisquer óbices legais ou fáticos que impeçam a continuidade do desenvolvimento de
estudos e sua futura submissão em audiência pública para diálogo com todos os interessados, nem há na
presente nenhuma atividade material correspondente à implementação de qualquer projeto. Toda e
qualquer medida a ser implementada ainda passará pelo escrutínio da comunidade acadêmica e da
população em geral.
34. Por fim, registramos que o Projeto também passará pelo escrutínio do Tribunal de Contas da
União, o qual tem acompanhado o desenvolvimento dos estudos, participando inclusive de discussões com
a equipe envolvida.
Atenciosamente,
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Referência: Caso responda este Ofício, indicar expressamente o Processo nº 23079.239810/2022-60 SEI nº 2303249
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