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especializada às comissões, às delegações interparlamentares e a outros órgãos
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A PESCA
Visite o sítio web do Parlamento Europeu: http://www.europarl.europa.eu /studies
EM POLÓNIA
NOTA
PT DE EN ES FR IT PL 2011
DIRECÇÃO-GERAL DAS POLÍTICAS INTERNAS DA UNIÃO
DEPARTAMENTO TEMÁTICO B: POLÍTICAS ESTRUTURAIS E DE
COESÃO
PESCAS
A PESCA NA POLÓNIA
NOTA
O presente documento foi elaborado a pedido da Comissão das Pescas do Parlamento
Europeu.
AUTOR
ASSISTÊNCIA EDITORIAL
Virginija Kelmelyté
VERSÕES LINGUÍSTICAS
Original: ES.
Traduções: DE, EN, FR, PL.
SOBRE O EDITOR
São autorizadas a reprodução e a tradução para fins não comerciais, mediante identificação
da fonte, bem como notificação prévia e envio de uma cópia ao editor.
DIRECÇÃO-GERAL DAS POLÍTICAS INTERNAS DA UNIÃO
DEPARTAMENTO TEMÁTICO B: POLÍTICAS ESTRUTURAIS E DE
COESÃO
PESCAS
A PESCA NA POLÓNIA
NOTA
Conteúdo:
PE 460.037 PT
A Pesca na Polónia
ÍNDICE
ÍNDICE DE QUADROS 4
ÍNDICE DE GRÁFICOS 5
ÍNDICE DE MAPAS 6
1. INTRODUÇÃO 7
2. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO 11
2.1. Organização política e administrativa 11
2.2. Meio físico 12
2.3. O Mar Báltico 13
7. PORTOS 43
8. A INDÚSTRIA TRANSFORMADORA 45
9. COMERCIALIZAÇÃO E CONSUMO 47
10. FUNDO EUROPEU DAS PESCAS 51
11. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS NO BÁLTICO 53
11.1. CIPMB 53
11.2. COMISSÃO DE HELSÍNQUIA 53
11.3. BALTIC 21 (Agenda 21 para a região do Mar Báltico) 55
12. INVESTIGAÇÃO 57
3
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1:
Regiões da Polónia 12
Quadro 2:
Licenças para a pesca de bacalhau 24
Quadro 3:
Evolução da frota de pesca polaca (a 31 de Dezembro de cada ano) 31
Quadro 4:
Comparação entre a frota de pesca polaca e a da UE-27 32
Quadro 5:
Frota polaca. Janeiro de 2009 32
Quadro 6:
Participação da frota de pesca polaca na da UE-27 por segmentos de comprimento 35
Quadro 7:
Artes de pesca na frota polaca 36
Quadro 8:
Distribuição regional da frota de pesca polaca (Dezembro de 2010) 40
Quadro 9:
Principais portos de registo da frota 44
Quadro 10:
Programa Operacional 2007-2013 51
4
A Pesca na Polónia
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1:
Comparação da produtividade primária entre os mares Báltico e do Norte 16
Gráfico 2:
Emprego na Polónia 19
Gráfico 3:
Totais Admissíveis de Capturas (TAC) no Mar Báltico para a Polónia 22
Gráfico 4:
Capturas realizadas pela frota polaca 27
Gráfico 5:
Evolução da frota polaca de mar alto 34
Gráfico 6:
Evolução da frota de pesca polaca 2004 = 100 37
Gráfico 7:
Frota polaca. Percentagem do limite máximo do regime de entrada/saída 38
Gráfico 8:
Participação da frota de pesca polaca na da UE-25 39
Gráfico 9:
Comparação dos principais parâmetros da frota polaca e da frota da UE-25 39
Gráfico 10:
Produção de transformados dos produtos da pesca 46
Gráfico 11:
Comércio externo dos produtos da pesca na Polónia 49
Gráfico 12:
Preços médios das importações e exportações dos produtos da pesca 50
5
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
ÍNDICE DE MAPAS
Mapa 1:
Topografia da Polónia 13
Mapa 2:
Mar Báltico 14
Mapa 3:
Mapa de profundidade do Báltico e fluxo de água salgada 15
Mapa 4:
Distribuição regional da frota de pesca polaca 41
Mapa 5:
Principais portos de pesca na Polónia 43
6
A Pesca na Polónia
1. INTRODUÇÃO
O Mar Báltico é um mar quase fechado de água salobra, aberto para o Mar do Norte
através dos estreitos de Kattegat e Skagerrak. A sua reduzida profundidade e a pequena
abertura de que dispõe para o oceano torna a renovação das suas águas muito lenta,
favorecendo os problemas de contaminação. A salinidade do Báltico é muito baixa, e a
produtividade muito alta, com um persistente problema de eutrofização.
Embora a pesca contribua pouco para a economia polaca, nem por isso deixa de
desempenhar um papel importante na economia e na sociedade das zonas costeiras,
constituindo uma actividade muito importante em três regiões (Pomerânia, Pomerânia
Ocidental e Vármia-Masúria), e, em particular, na zona da Casúbia.
As capturas diminuíram drasticamente entre 1988 (628 026 toneladas) e 2008 (179 309
toneladas). Cerca de 90% das capturas realizadas no Atlântico Nordeste têm origem no
Báltico, e só 10% no Oceano Atlântico. As capturas consistem sobretudo na espadilha. Em
segundo plano aparecem o arenque, o bacalhau e os linguados e os peixes chatos. Também
se apanha krill do Antárctico, mas estas capturas são cada vezes menores quando
comparadas com as capturas da segunda metade da década de noventa.
Ao longo dos últimos vinte anos, a frota de pesca polaca foi objecto de um intenso
processo de ajustamento estrutural. Para além da crise provocada pelas restrições de
acesso aos bancos de pesca, a frota polaca sofreu os efeitos do processo de transformação
económica do país. Além disso, antes da adesão à União Europeia realizou-se um novo
processo de redução da frota. Todavia, os problemas não estavam de todo resolvidos,
como demonstraram os problemas gerados pela ultrapassagem da quota de bacalhau em
2007. Esta situação, provocada por uma falta de rentabilidade em certos segmentos da
frota, conduziu a programas de acção nacionais em que a gestão da frota representava um
papel fundamental.
Considera-se que a frota de pesca polaca está dividida em três sectores principais:
As artes principais mais utilizadas são as redes de emalhar fundeadas (62% dos navios),
as nassas ou covos (15%) e as redes de arrasto demersal (14%). As redes de emalhar
fundeadas e as nassas são típicas da pesca costeira artesanal, enquanto as redes de
arrasto demersal são mais utilizadas pela frota de navios médios que operam no Báltico.
Embora as redes de arrasto pelágico só sejam utilizadas em 4% dos navios, representam
63% da arqueação e 29% da potência totais.
7
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Na costa polaca do Mar Báltico, existe um total de 59 pontos de desembarque, entre portos
de pesca e outros lugares considerados como tal. Os três principais portos de pesca são os
de Władysławowo, Kołobrzeg e Hel, onde se processam cerca de 75% dos desembarques.
A produção da indústria transformadora eleva-se a cerca de 200 000 toneladas, com uma
produção crescente de fumados. A procura ainda supera a produção local e a indústria polaca
de transformação de peixe continua a depender das importações de matérias-primas. A
produção nas fábricas de fumados, marinados e salgados depende em grande medida de
matéria-prima importada. As fábricas de conservas trabalham com matéria-prima nacional
(espadilha e arenque), bem como importada (sobretudo arenque, cavala e salmão). O
arenque congelado de importação é utilizado como matéria-prima para fumados e conservas.
O peixe branco, como, por exemplo, o escamudo-do-Alasca, a pescada e o bacalhau do
Báltico, destina-se essencialmente à elaboração de produtos congelados.
Tradicionalmente, o arenque era o peixe mais consumido na Polónia. Nos últimos anos,
porém, o escamudo-do-Alasca disputa com ele o primeiro lugar em termos de consumo. Por
outro lado, o consumo de pangasius está a desenvolver-se rapidamente, devido ao seu baixo
preço. Embora a um nível muito inferior, o consumo de salmão e atum também está a
aumentar. Contudo, o consumo de pescada está a diminuir. De entre os peixes de água doce,
a espécie mais importante é a carpa.
8
A Pesca na Polónia
Um dos problemas que se coloca é o da grande flutuação dos preços nos portos de pesca. As
flutuações reflectem os súbitos aumentos de fornecimento ou a incapacidade do porto para
escoar ou transformar o volume da oferta. Aquando da primeira venda no ponto de
desembarque, a ligação entre os pescadores e o resto da cadeia de valor é insuficiente. Os
leilões de peixe em lotas não estão suficientemente desenvolvidos. Pelo seu lado, a carência
de grossistas especializados nas grandes cidades limita a distribuição de peixe fresco.
9
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
10
A Pesca na Polónia
2. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
O Sejm é eleito pelo sistema de Hondt. Apenas podem aceder ao Sejm os candidatos dos
partidos que obtenham pelo menos 5% do total dos votos. No entanto, abre-se uma
excepção relativamente aos partidos étnicos minoritários. O Senado (Senat) é eleito
através de uma votação em bloco e por maioria simples, sendo eleitos os candidatos da
lista mais votada em cada distrito eleitoral.
O Presidente é eleito por sufrágio universal directo de cinco em cinco anos e, após
aprovação do Sejm, designa o Primeiro-Ministro, que preside ao Conselho de Ministros. O
poder executivo é repartido entre o Presidente e o Primeiro-Ministro, sendo, por
conseguinte, um regime semipresidencial.
11
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
O território da Polónia estende-se entre as latitudes 49º e 55º N e as longitudes 14º e 25º
E. Na parte noroeste, a costa do Mar Báltico estende-se desde a Baía de Pomerânia até ao
Golfo de Gdansk. Esta costa caracteriza-se pela existência de diversos lagos costeiros,
antigas baías que se separaram do mar, e por um cordão de dunas. A uniformidade da
linha da costa é interrompida pela Lagoa de Szczecin, a Baía de Puck e a Lagoa do Vístula.
De uma forma geral, o solo polaco é pouco elevado, formado na sua maior parte pelo
Escudo Báltico e pela planície Sarmática. Os Cárpatos polacos dividem-se em dois blocos:
os Beskides Orientais e os Beskides Ocidentais. A parte mais alta dos Cárpatos corresponde
aos montes Tatra, na fronteira sul da Polónia. A sudoeste pode encontrar-se outra
formação montanhosa, os Sudetas.
O terreno vai-se elevando suavemente a partir do litoral, que é uma região moldada, ao
longo das eras glaciares, por morenas e lagos por elas delimitados. Estas formações
geológicas são típicas dos lagos da região da Pomerânia, da região da Grande Polónia, da
região de Casúbia e da região de Masúria. O distrito dos Lagos de Masúria é o maior das
quatro e cobre grande parte do noroeste da Polónia.
12
A Pesca na Polónia
Fonte: Wikipédia
O Mar Báltico estende-se entre as latitudes 53º e 66º N e as longitudes 20º e 26º E. Trata-
se de um mar interior de água salobra aberto para o Mar do Norte e que termina no
Oceano Atlântico através dos estreitos de Kattegat e Skagerrak. Assim, é um mar quase
fechado. O Báltico é um mar com uma área muito pequena, de 396 838 km2. No entanto, a
sua bacia hidrográfica possui uma superfície quatro vezes maior - de cerca de 1,7 milhões
de km2, dos quais 93% pertencem aos nove países ribeirinhos.
Inclui muitas ilhas, sobretudo nas costas da Dinamarca, da Suécia e da Finlândia, e dois
grandes golfos: o Golfo da Finlândia, entre o sul deste país e a Estónia, e o Golfo de Bótnia,
entre a costa oriental da Suécia e a costa ocidental da Finlândia.
13
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Fonte: Wikipédia
As marés têm uma amplitude muito limitada. É um mar muito pouco profundo; a
profundidade média é de 57 metros e a máxima de 459 metros a norte da ilha sueca de
Gotland. A sua reduzida profundidade e a pequena abertura de que dispõe para o oceano
torna a renovação das suas águas muito lenta, favorecendo os problemas de contaminação.
A salinidade do Báltico é muito baixa, intermédia entre a água doce e a salgada. Este facto
deve-se à reduzida evaporação própria da sua latitude muito a norte, combinada com uma
importante entrada de água doce proveniente de muitos rios, a qual, dada a pequena
dimensão da ligação ao oceano, é muito difícil de evacuar e renovar com água salgada.
Cria-se assim um gradiente de salinidade de sudoeste para nordeste. De facto, a salinidade
diminui com a distância no Skagerrak. No sudoeste do Báltico, a salinidade oscila entre os
15 e os 25‰, mas baixa para 2‰ no Golfo de Bótnia ou no Golfo da Finlândia. Esta baixa
salinidade tem fortes implicações biológicas, com espécies diferentes de outros mares
próximos.
A água do mar que entra através dos estreitos dinamarqueses é muito salgada em
comparação com a água do Mar Báltico, sendo, por conseguinte, pesada. Aproximadamente
uma quarta parte da renovação de água faz-se através do pouco profundo estreito de
Öresund, enquanto a troca principal se processa através dos Belts. Embora exista uma
14
A Pesca na Polónia
renovação importante e permanente de água, a mesma só tem efeitos para o Báltico, pois
é a mesma água que vai e vem. Só em condições muito excepcionais o fluxo que entra fica
mais de duas semanas, permitindo chegar suficientemente longe para não retroceder.
Durante os fluxos importantes, o Báltico recebe entre 200 e 400 km3 de água salgada em
poucas semanas. A água salgada mistura-se muito lentamente com a água do Mar Báltico e
flui pelas bacias de Arkona (na fronteira entre a Alemanha e a Polónia) e de Bornholm, para
chegar, cerca de seis meses depois, à bacia central do Mar Báltico, às águas profundas
próximas da ilha de Gotland, substituindo a água do Báltico que, muitas vezes, tem muito
pouco ou nenhum oxigénio e alguma concentração de sulfureto de hidrogénio.
O balanço hídrico do Mar Báltico é positivo, pois a quantidade de água doce que nele
desagua é superior à evaporação, fluindo o excesso para o Mar do Norte através dos
estreitos dinamarqueses. Essa água doce lava, no seu caminho, o Mar Báltico. Sem os
ocasionais fluxos de água salgada proveniente do Mar do Norte, o Mar Báltico teria apenas
água doce. Durante os períodos de estancamento dos fluxos de água do Mar do Norte, o
nível de salinidade do Mar Báltico é consideravelmente reduzido.
Devido às grandes entradas de água doce e à escassa renovação de água, o Mar Báltico
está fortemente estratificado. A água superficial possui uma salinidade baixa. No entanto, a
salinidade aumenta com a profundidade, já que a densidade aumenta com a salinidade.
Entre estas massas de água com enormes diferenças de salinidade, forma-se uma camada,
denominada haloclina. A estratificação impede a mistura vertical da água e o transporte de
oxigénio da superfície para o fundo. A água nova, rica em oxigénio, só chega ao fundo do
Mar Báltico quando o fluxo de água salgada proveniente do Mar do Norte é suficientemente
forte.
15
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Báltico são provocadas maioritariamente pelo efeito do vento e ocorrem com mais
frequência em águas perto da costa.
4.000
3.500
3.000
2.500
mgC/(m2 dia)
Prod. M. do Norte
Prod. Báltico
2.000
Média M. do Norte
Média Báltico
1.500
1.000
500
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A produtividade do Mar Báltico é, em média, mais elevada do que a do Mar do Norte, mas é
extremamente variável ao longo do ano. Nos meses de Inverno é quase nula, mas aumenta
fortemente na Primavera e no Verão, em resposta aos nutrientes trazidos pelos rios após o
degelo. O fluxo de fertilizantes na bacia do Báltico aumenta a entrada de nutrientes e, no
Verão, produzem-se autênticas explosões nas populações de algas.
O aumento das entradas de nutrientes, para além de reforçar a eutrofização, induz também
mudanças na comunidade de fitoplâncton. Por exemplo, o antigo predomínio de
diatomáceas, sobretudo na proliferação da Primavera, mudou para os dinoflagelados, e
assiste-se agora às proliferações de cianobactérias.
As mudanças reflectiram-se na produtividade junto à costa, bem como nas águas de alto
mar devido à respectiva eutrofização. A eutrofização constitui o motor da mudança de
biomassa secundária neste LME. As mudanças estruturais de
16
A Pesca na Polónia
Nas suas águas salobras, as espécies de água doce vivem lado a lado com espécies
verdadeiramente marinhas, mais adaptadas à água salgada. Todas as espécies do Mar
Báltico se adaptaram às temperaturas muito baixas do Inverno. A ausência de marés
também provoca diferenças nas espécies presentes em comparação com o Atlântico.
Embora algumas espécies tenham uma presença quase vestigial, outras há que podem ser
muito abundantes.
A reduzida salinidade do Mar Báltico originou uma evolução divergente de certas espécies,
como o arenque do Báltico, que é uma variante mais pequena do arenque do Atlântico.
As condições de vida no leito do mar são determinadas por factores como a salinidade, a
disponibilidade de oxigénio, a composição dos sedimentos e as temperaturas. São
igualmente determinantes as estratificações na coluna de água, pois limitam o
fornecimento de oxigénio.
As elevadas concentrações de azoto e fósforo aumentam a eutrofização. Por sua vez, esta
aumenta as condições hipóxicas de profundidade e faz proliferar as algas nocivas, as quais,
por seu turno, provocam a mortalidade de peixes e mamíferos marinhos.
17
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Quanto aos metais pesados, com excepção do cádmio, parece que a sua concentração está
a diminuir. A maior concentração de mercúrio localiza-se nos sedimentos do Golfo de
Bótnia e da parte Leste do Golfo da Finlândia. Contudo, a concentração de cádmio, zinco e
cobre é mais elevada no Báltico central, e a de chumbo distribui-se uniformemente.
Durante os últimos trinta anos, verificou-se uma diminuição constante das emissões de
compostos organoclorados e outras substâncias tóxicas, como, por exemplo, os pesticidas,
devido à aplicação das recomendações da HELCOM (Comissão de Helsínquia). Todavia,
persiste um certo nível de poluição, com um elevado nível de diversidade regional. A
contaminação mais elevada ocorre no Golfo de Bótnia e, nomeadamente, no arenque e no
salmão.
Durante as últimas décadas, foi detectada a fixação de mais de uma centena de espécies
exóticas invasoras, trazidas sobretudo nas águas de lastro dos navios mercantes. Algumas
delas, por exemplo, o góbio redondo (Neogobius melanostomus) ou a medusa Mnemiopsis
leidyi, estão a afectar o equilíbrio dos ecossistemas. A HELCOM e o BSRP apoiaram a
criação de uma base de dados sobre as espécies exóticas no Mar Báltico 1 .
1
www.corpi.ku.lt/nemo/
18
A Pesca na Polónia
20.000
18.000
16.000
14.000
10.000 Transformação
de peixe
Comércio
8.000
6.000
4.000
2.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
19
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
20
A Pesca na Polónia
4. PRODUÇÃO
As capturas totais da frota de pesca da Polónia ascenderam a 179 309 toneladas em 2008,
ou seja, foram 4% inferiores às de 2007. As capturas diminuíram drasticamente a partir de
1988: de 628 026 toneladas para 179 309 toneladas, valor de 2008. Em 2009, os dados
provisórios parecem indicar um aumento acentuado das capturas.
21
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
160.000
140.000
Tm (n° indivíduos- Salmão)
120.000
100.000
Espadim
Arenque
80.000
Bacalhau
60.000
Salmão n.indivíduos
40.000
20.000
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009
A Polónia regista uma subutilização das suas quotas para as espécies pelágicas (espadilha e
arenque). Contrariamente ao bacalhau, cerca de 50% das quotas não são utilizadas, facto
que se deve, também contrariamente ao que ocorre com o bacalhau, à baixa rentabilidade
das capturas de espécies pelágicas, como consequência dos baixos preços do produto, à forte
concorrência que é feita pela matéria-prima importada, às deficiências detectadas a nível da
estrutura do mercado e ao rápido e acentuado aumento dos preços do combustível.
4.1.1. Bacalhau
2
Comissão Internacional das Pescarias do Mar Báltico.
3
Conselho Internacional de Exploração do Mar.
22
A Pesca na Polónia
Na sequência da sua adesão à União Europeia, foram atribuídas à Polónia quotas de bacalhau
em condições idênticas às dos restantes Estados-Membros. Com a adopção de medidas
específicas, a quota de bacalhau do Báltico foi dividida, a partir de 2005, entre zona ocidental
e zona oriental.
No primeiro semestre de 2007, a frota polaca esgotou a quota que lhe tinha sido atribuída.
Em Julho de 2007, a Comissão considerou que as capturas de bacalhau na zona oriental do
Mar Báltico (subdivisões 25-32, águas CE) por navios que arvoravam pavilhão polaco eram
três vezes superiores às quantidades declaradas pela Polónia. A partir de 12 de Julho de
2007, as embarcações que arvorassem pavilhão da Polónia foram proibidas de pescar
bacalhau no Mar Báltico 4 . Todavia, os navios de pesca com pavilhão polaco continuaram a
pescar bacalhau depois da proibição, pelo que ultrapassaram ainda mais a quota atribuída à
Polónia para 2007. Em síntese, estava-se perante um caso grave de pesca de bacalhau não
declarada e incorrectamente comunicada na zona oriental do Mar Báltico.
Para pôr termo às graves deficiências detectadas a nível do cumprimento da política comum
da pesca por parte da Polónia e para prevenir a repetição da situação de sobrepesca de
bacalhau, a Polónia comprometeu-se a adoptar e aplicar planos de acção nacionais. Estes
deveriam incluir medidas imediatas orientadas para a melhoria dos sistemas de controlo e
execução no respeito das normas comunitárias, bem como medidas específicas visando
adequar a capacidade das frotas polacas para se alcançar um equilíbrio estável entre a
capacidade e as possibilidades de pesca do bacalhau no Mar Báltico atribuídas à Polónia.
Neste contexto, foi publicado o Regulamento (CE) n.º 338/2008 do Conselho, que obrigava à
aplicação de planos de acção nacionais de controlo e reestruturação da frota, incluindo,
nomeadamente, medidas destinadas a garantir:
4
Regulamento (CE) n.º 804/2007 da Comissão.
23
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Por outro lado, no início de 2008, entrou em vigor um plano plurianual para as unidades
populacionais de bacalhau do Mar Báltico 5 . O objectivo desse plano consiste em assegurar a
exploração sustentável das unidades populacionais de bacalhau a nível económico, ambiental
e social. Pretende-se, dessa forma, alcançar limites biológicos de segurança para as unidades
populacionais de bacalhau na zona oriental e garantir a manutenção plena da capacidade de
reprodução das duas unidades populacionais. O plano introduz ainda períodos de
encerramento permanente (no Báltico Ocidental de 1 a 30 de Abril e no Báltico Oriental de 1
Julho a 31 de Agosto) e reforça as regras de apresentação de relatórios sobre as capturas de
bacalhau, o transporte e os desembarques.
4.1.3. Salmão
5
Regulamento (CE) n.° 1098/2007 do Conselho.
24
A Pesca na Polónia
populações selvagens registaram uma redução na década de noventa próxima dos 10% do
total. A CIPMB aprovou um plano de acção para o salmão com o objectivo de salvaguardar e
aumentar as populações selvagens. A redução gradual dos TAC durante essa mesma década,
as medidas de âmbito nacional e uma redução do M74 permitiram que se registasse
recentemente um aumento considerável da população selvagem na maioria dos rios. A
redução das quotas levou ao agravamento da situação económica dos pescadores polacos.
A CIPMB lançou o Plano de Acção para o Salmão para o período 1997-2010 com o intuito de
melhorar a situação das unidades populacionais de salmão selvagem. O objectivo visado
consistia em aumentar gradualmente a produção de salmão selvagem para alcançar em 2010
uma produção natural de, pelo menos, 50% do potencial de produção de salmão selvagem
em todos os rios, e fazer com que o salmão voltasse a estabelecer-se nos rios salmoneiros.
O Plano de Acção previsto para o salmão para o período 1997-2010 revelou-se um êxito, na
medida em que:
A maioria das unidades populacionais de salmão regista uma melhoria. Todavia, de
acordo com o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM), esta
recuperação não é uniforme;
Em 2000/2001, alcançou-se 72% do potencial de salmão selvagem nos 22 rios
analisados na bacia principal e no Golfo de Bótnia;
A percentagem de alevins em relação à população total aumentou exponencialmente.
A extensão total das águas interiores polacas é de 560 000 ha, sendo constituída por 140 000
ha de rios, 280 000 ha de lagos, 50 000 ha de barragens, 50 000 ha de viveiros (destinados
à exploração comercial) e 40 000 ha de outras águas. Da totalidade das águas interiores,
480 000 hectares são utilizados para a pesca. O principal utilizador é a Associação Polaca de
Pescadores, que agrupa cerca de 600 000 membros, de um total de aproximadamente um
milhão de pescadores no activo.
25
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
No final da década de setenta, o número médio de dias de pesca por pescador ascendeu a
61. 75% dos dias concentraram-se no período entre Maio e Setembro. A intensidade da
pesca nos diferentes tipos de águas interiores alterou-se a partir da década de setenta. A
percentagem de dias de pesca nos viveiros, barragens e pequenas massas de água registou
um aumento, e a percentagem de dias de pesca em rios e pequenos cursos de água
diminuiu.
São capturadas mais de trinta espécies de peixes e a composição das capturas por espécies
também sofreu alteração. Actualmente, por exemplo, captura-se mais lúcio perca, brema
comum (Abramis brama) e ruivaca (Rutilus rutilus), enquanto as capturas de lúcio (Esox
lucius), tenca (Tinca tinca), enguia (Anguilla anguilla) e coregono (Coregonus lavaretus)
diminuíram.
A aquicultura não consegue satisfazer 15% da procura polaca de produtos da pesca e centra-
se em duas espécies: a carpa e a truta-arco-íris. A carpa é a espécie mais tradicional, uma
vez que a engorda de trutas foi introduzida durante as décadas de sessenta e setenta e foi
aumentando gradualmente. A produção proveniente da aquicultura concentra-se nas regiões
do norte, Mazúria e Pomerânia.
Existem na Polónia cerca de 1 050 explorações de aquicultura, 15% das quais com uma
produção relativamente significativa, assim distribuídas por espécies: 600 locais de
alevinagem de carpas, 150 de trutas e 600 de espécies lacustres. A empresa ZHP, o maior
produtor, tem um volume de produção de cerca de mil toneladas.
26
A Pesca na Polónia
900.000
800.000
700.000
600.000
500.000 Total
Tm
Atlântico NE
400.000 Outras águas
300.000
200.000
100.000
0
1950
1953
1956
1959
1962
1965
1968
1971
1974
1977
1980
1983
1986
1989
1992
1995
1998
2001
2004
2007
A prevalência das capturas realizadas no Báltico nem sempre foi regra. A Polónia começou a
explorar outros bancos de pesca nos anos sessenta e princípio da década de setenta, altura
em que as capturas do Báltico apenas representavam 40% das capturas marinhas. A sua
quota baixou para cerca de 20% no princípio da década de noventa, altura em que começou
a aumentar de forma pronunciada devido à diminuição das capturas noutros bancos de
pesca.
O aumento das capturas entre as décadas de setenta e noventa deve-se em grande parte às
capturas de pequenos pelágicos realizadas no Atlântico Central e Oriental, em frente às
costas africanas, de escamudo (Pollachius pollachius) no Pacífico Norte e de krill no
Antárctico. Actualmente, são muito mais reduzidas e irregulares. Só são minimamente
significativas as do Atlântico Central e Oriental, do Pacífico Noroeste e do Antárctico.
Nos anos sessenta e setenta, a Polónia explorava bancos de pesca do Atlântico Noroeste,
sobretudo de sarda do Atlântico (Scomber scombrus), bacalhau (Gadus morhua) e arenque
(Clupea harengus). As actividades de pesca no Atlântico Central e Oriental centravam-se na
sardinha (Sardina pilchardus), na sardinela lombuda (Sardinella aurita) e no carapau
(Trachurus spp). Nas décadas de setenta e oitenta, a Polónia explorou o Atlântico Sudoeste
(carapau e pescada) e o Pacífico Nordeste (pescada e escamudo-do-Alasca). A partir de finais
dos anos setenta e até meados de oitenta, a Polónia explorou o Atlântico Sudoeste,
capturando lula (Loligo spp), choco, verdinho-austral (Micromesistius australis) e granadeiro-
27
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
O sector da pesca esteve sob controlo estatal até 1991. As empresas que praticavam a
pesca de alto mar foram criadas no âmbito de uma economia centralizada. No início da
década de noventa, o Governo polaco deu início ao desmantelamento do sistema de
planificação central e das autoridades reguladoras, como o Conselho Central das Pescas.
Assim, o sector da pesca deixou de estar sujeito a um controlo central, e deu-se início a um
autêntico processo de privatização. Para fazer frente à nova situação, foram introduzidas
alterações profundas, com ajustamentos na estrutura organizativa, no volume de emprego
e nos activos. A aplicação dos princípios da economia de mercado trouxe consigo uma
redução dos subsídios às empresas estatais. Os impostos foram também aumentados, a
fim de contribuir para a rápida reestruturação empresarial. Aumentou sobretudo o imposto
sobre os salários. E foi também aplicado o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). Os
produtos da pesca estavam isentos do imposto de transacções, o que significava que as
empresas não podiam apurar o IVA das suas compras de factores de produção.
As empresas estatais confrontavam-se com o mau estado das finanças, com o forte
endividamento e com crescentes dificuldades de acesso aos bancos de pesca para a frota
de alto mar. Em 1995, já tinham sido privatizadas algumas empresas de pesca de alto mar,
como, por exemplo, a Dalmor SA. No entanto, a privatização da frota revelou-se um
processo difícil, devido sobretudo à falta de liquidez e à ausência de novas entradas de
capital. A elevada taxa de inflação provocou um aumento considerável das taxas de juro
dos créditos bancários. As empresas enfrentaram sérias dificuldades para pagar as dívidas
contraídas.
No final de 1991, toda a frota de pesca do Mar de Bering mudou para as águas livres do
Mar de Ojotsk. Em 1992, mais de 70% do esforço de pesca de alto mar, calculado em dias
de capturas, e realizado fundamentalmente por arrastões, virou-se para a exploração das
águas do Mar de Ojotsk e do Mar de Bering. A frota de alto mar polaca conseguiu ali bons
28
A Pesca na Polónia
resultados: entre 240 e 300 mil toneladas por ano de escamudo-do-Alasca. Assim, de 1996
a 1998, entre 76% e 85% da actividade da frota de pesca polaca de alto mar concentrou-
se na zona russa. Deste modo, a frota de alto mar polaca passou a depender fortemente de
um antigo acordo que mantinha com a Rússia para aceder aos bancos de pesca dos mares
de Bering e Ojotsk.
Foi a frota de pesca de alto mar que sofreu o problema estrutural mais grave. As
autoridades russas reduziram as quotas de captura de escamudo-do-Alasca concedidas aos
pescadores polacos, que eram de 11 000 toneladas em 1996 e deixaram de existir em
2002. Este facto, juntamente com o declínio da produtividade dos bancos de pesca,
provocou sérios problemas económicos às empresas polacas de pesca de alto mar. Este
sector apresentava debilidades, como a forte especialização em pesca de alto mar e a
dependência de decisões políticas sobre as possibilidades de pesca. A frota de alto mar viu-
se confrontada com graves problemas, ao perder o acesso aos recursos de pesca quando a
Rússia decidiu pôr fim à concessão de quotas a navios estrangeiros no Pacífico Noroeste.
Desde então, a produção de pesca da Polónia foi claramente reduzida. O emprego na frota
de pesca polaca registou também um enorme decréscimo.
A frota sofreu uma forte redução, tanto em número de navios como em capacidade de pesca.
Já no âmbito do programa de ajustamento da frota, anterior à adesão à União Europeia, a
sua capacidade tinha sido reduzida em 40%, e tinham sido retirados 360 navios. As
possibilidades de pesca para os navios que se mantiveram nem sempre permitiram garantir a
viabilidade económica. Uma parte da frota realizou quantidades importantes de capturas
ilegais e não declaradas, essencialmente de bacalhau, chegando a triplicar as quotas
atribuídas. Esta situação obrigou a que se pusessem em prática planos de acção nacionais de
controlo e reestruturação da frota 6 , com a adopção de medidas destinadas a garantir:
6
Regulamento (CE) n.° 338/2008 do Conselho.
29
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Uma das debilidades da frota prende-se com a elevada idade média dos navios e as limitadas
possibilidades para a sua renovação. Desde a adesão à UE, só podem construir-se novos
navios em substituição de uma capacidade igual ou superior de navios retirados, nos termos
do regime de entrada e saída.
30
A Pesca na Polónia
6. A FROTA DE PESCA
31
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
11% 8% 8% 6%
Arqueação
39% dos navios possuem casco de metal, o que é característico dos navios de maiores
dimensões. Cerca de 26% dos navios possuem casco de madeira e 25% em fibra de vidro. Os
navios com casco em fibra de vidro são, em geral, mais modernos e pequenos do que os de
casco de madeira.
Os navios que utilizam artes fixas são predominantes na frota de pesca polaca. No entanto,
os navios que utilizam artes de arrasto têm uma potência mais elevada e uma arqueação
ligeiramente superior, devido ao facto de as artes fixas serem mais utilizadas por navios de
menor dimensão.
Na maioria dos países da União Europeia, considera-se que a pesca costeira é realizada por
embarcações de comprimento inferior a 12 metros. Contudo, na Polónia, tradicionalmente,
estabeleceu-se uma distinção nos 15 metros de comprimento. Assim, considera-se que a
frota de pesca polaca está dividida em três sectores principais:
32
A Pesca na Polónia
A pesca costeira na Polónia define-se como uma pesca artesanal em águas próximas da
costa (até 12 milhas náuticas), na qual se utilizam barcos até 16 metros de comprimento. Em
Janeiro de 2009, estavam registados 643 barcos (80% da frota polaca). Uma boa parte dos
pescadores que praticam a pesca costeira fazem-no a tempo parcial, contando com outros
trabalhos remunerados como, por exemplo, prestação de serviços turísticos.
A média de idades dos barcos é mais baixa do que a da frota do Báltico e situa-se nos 23
anos. Mais de metade deste segmento da frota foi construída depois de 1990. Apesar da sua
relativa juventude, o seu equipamento, como o sonar, o rádio, o radar, o sistema de
elevação, etc., é pouco satisfatório, e uma parte considerável da frota carece totalmente de
equipamento.
Neste segmento de frota, encontram-se também embarcações que pescam ao largo da costa
e nas lagoas de Vístula y Szczecin, utilizando principalmente artes fixas. Esta frota está em
queda e os seus registos de capturas são tradicionalmente pouco precisos, já que a maior
parte do produto da pesca é vendida directamente ao público.
A frota costeira captura sobretudo bacalhau, arenque e peixes chatos, embora pesque
também espécies diádromas e de água doce. O porto de Ustka serve de base a meia centena
de embarcações deste segmento.
A frota do Báltico contava em 2009 com 161 navios (kutry), que representam 20% da frota
polaca, com uma potência total de 42 500 kW (264 kW em média), uma arqueação de
12 900 TAB (34% da frota polaca) e comprimentos que oscilam entre os 16 e os 32 metros.
Pescam maioritariamente na ZEE polaca.
A privatização começou no início da década de noventa, altura em que mais de metade dos
navios do Báltico pertencia a empresas estatais. Actualmente, esta frota foi privatizada na
sua quase totalidade. Na pesca no Báltico, existe apenas uma empresa pública (PPiUR), que
gere sete navios. A modernização da frota é indispensável, mas, de uma forma geral, os seus
proprietários carecem do capital necessário.
Mais de metade dos navios deste segmento de frota concentra-se em três portos:
Władysławowo, Kołobrzeg, Ustka. O principal porto é o de Władysławowo. O porto de Darłowo
perdeu importância nestes últimos anos.
Em 2009, a média de idades dos navios era de cerca de 40 anos, mas 37% da frota tinha
mais de 46 anos. Os navios da frota do Báltico utilizam diferentes artes de pesca, como, por
exemplo, as redes de emalhar, os palangres e as redes de arrasto demersal e pelágicas. Em
geral, possuem pouca potência e os seus meios técnicos são deficientes. Contudo, alguns
navios foram modernizados e o seu equipamento técnico foi melhorado.
A frota de alto mar, que noutros tempos pescava no Atlântico, nas Malvinas, na Nova
Zelândia e nos mares de Ojotsk e de Bering, foi fortemente reduzida, quer em número quer
em capturas e bancos de pesca explorados. A frota polaca de grandes arrastões pelágicos
sofreu um sério revés nos últimos vinte anos, e o número de navios, que em 1990 era de 77,
ficou reduzido a 4 em 2009, o que equivale a uma quebra de 95%. Estes quatro navios
possuem uma idade média de 19 anos. A sua arqueação é de 21 300 TAB, com uma potência
33
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
de 18 400 kW. Contam com uma arqueação média de 5 325 TAB e com potência média de
4 600 kW.
90
80
70
60
Número de navios
50 Frota do mar
alto
40
Frota auxiliar
do mar alto
30
20
10
0
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Fonte: Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e Registo Comunitário da Frota de Pesca. Elaboração
própria
Até à década de oitenta, a frota de mar alto polaca encontrava-se entre as maiores do mundo
e as suas capturas anuais nos anos setenta e oitenta chegaram a alcançar várias centenas de
milhares de toneladas, o que representava quase 50% do total de capturas da Polónia. A
introdução das zonas económicas exclusivas pelos Estados costeiros deu início ao seu
declínio. O retrocesso que se registou nos anos setenta agudizou-se na década de noventa, e
o segmento de alto mar polaco teve de enfrentar uma crise que veio a agravar-se, mais
tarde, por razões políticas.
Entre 1990 e 1995, teve lugar uma transformação económica e uma redução da
produtividade nos bancos de pesca de mar alto. A redução da frota ocorrida nessa época foi
consequência do ajustamento do potencial de pesca às possibilidades mais limitadas de pesca
e dos esforços das empresas com vista a aumentar a produtividade laboral.
34
A Pesca na Polónia
Em 2008, as capturas da pesca de alto mar caíram para 14 000 toneladas, uma queda
considerável quando comparada com as 320 000 toneladas de 1990. Actualmente, são
predominantes as capturas de pequenos pelágicos. O carapau representa 57% das capturas,
e o krill cerca de 10%. Outros pequenos pelágicos desempenham um papel menor: a
sardinela lombuda representa 9% das capturas, as sardinhas cerca de 8% e a cavala cerca
de 6%.
Na década de noventa, a pesca de mar alto polaca centrava-se sobretudo numa espécie, o
escamudo-do-Alasca, que era capturado nas águas dos mares de Bering e Ojotsk. Esta
espécie perfazia cerca de 60% do total de capturas, enquanto agora já não se pesca esta
espécie.
Actualmente, existe apenas uma empresa pública activa na pesca de mar alto: a Dalmor
(PPPiH). Esta sociedade só possui um arrastão, que costuma pescar krill no Antárctico,
embora ocasionalmente pesque também no Pacífico Sudeste.
Os outros três arrastões de pesca de mar alto pertencem à sociedade limitada Organização
de Produtores do Atlântico Norte. Um navio pesca no Atlântico Nordeste e os outros dois
costumam pescar na Mauritânia, embora ocasionalmente se desloquem para o Pacífico
Sudeste.
40%
35%
30%
25%
Navios
20% TAB
kW
15%
10%
5%
0%
<4
4-8
8 - 12
12 - 16
16 - 20
20 - 24
24 - 28
28 - 32
32 - 36
36 - 60
60 - 64
64 - 92
92 - 96
96 - 104
104 - 108
35
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Dentro da frota de pesca da União Europeia a 27, a frota polaca apenas ocupa uma posição
de predomínio em certos segmentos de maior comprimento, e, nomeadamente, nos
segmentos de 92 e 96 metros (um navio de alto mar) e de 104 a 108 metros (dois navios
de alto mar). O quarto navio de alto mar está situado no segmento entre os 60 e os 64
metros de comprimento. A frota do Báltico só é relevante nos segmentos entre os 24 e os
28 metros e entre os 16 e os 20.
As artes principais mais utilizadas são as redes de emalhar fundeadas (62% dos navios), as
nassas ou covos (15%) e as redes de arrasto pelo fundo (14%). As redes de emalhar
fundeadas e as nassas são típicas da pesca costeira artesanal, enquanto as redes de
arrasto demersal são mais utilizadas pela frota de navios médios que operam no Báltico.
Embora as redes de arrasto pelágico só sejam utilizadas em 4% dos navios, representam
63% da arqueação e 29% da potência totais.
Os grandes arrastões pelágicos estão muito especializados e não utilizam artes secundárias.
Todavia, há 25 arrastões pelágicos médios que pescam no Báltico e que utilizam redes de
arrasto pelo fundo com portas como arte secundária. No entanto, todos os arrastões
demersais que pescam no Báltico utilizam artes secundárias, seja redes de emalhar
fundeadas, seja redes de arrasto pelágico com portas ou de parelha. Pelo seu lado, a maioria
das embarcações que utilizam redes de emalhar fundeadas como arte principal emprega
também palangres fundeados como arte secundária e uma pequena percentagem utiliza
palangres de deriva.
36
A Pesca na Polónia
Ao longo dos últimos vinte anos, a frota de pesca polaca foi objecto de um intenso processo
de ajustamento estrutural. Para além da crise provocada pelas restrições de acesso aos
bancos de pesca, a frota polaca sofreu os efeitos do processo de transformação económica
do país. Além disso, antes da adesão à União Europeia realizou-se um novo processo de
redução da frota. Todavia, os problemas não estavam de todo resolvidos, como
demonstraram os problemas gerados pela ultrapassagem da quota de bacalhau em 2007.
Esta situação, provocada por falta de rentabilidade em certos segmentos da frota, levou à
adopção de programas de acção nacionais em que a gestão da frota representava um papel
fundamental.
Tal como outros Estados-Membros da União Europeia, para ajustar a capacidade da frota
de pesca ao estado dos recursos, mas também em consequência da crise que afecta o
sector das pescas, a frota de pesca polaca sofreu profundas alterações, a nível tanto da sua
dimensão como das suas características.
A partir de 2004, o número de navios da frota de pesca polaca diminuiu 36%, a arqueação
total 19% e a potência total 41%. Após um decréscimo inicial, que se manifestou a nível
tanto do número de navios como da sua arqueação ou da sua potência, em 2008,
verificou-se um aumento da arqueação no âmbito de um processo de substituição dos
navios.
110
100
90
Nº Navios
80 TAB
kW
70
60
50
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
37
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
100%
95%
90%
85%
% TAB
80%
% kW
75%
70%
65%
60%
01/05/2004
01/09/2004
01/01/2005
01/05/2005
01/09/2005
01/01/2006
01/05/2006
01/09/2006
01/01/2007
01/05/2007
01/09/2007
01/01/2008
01/05/2008
01/09/2008
01/01/2009
01/05/2009
01/09/2009
31/12/2009
Imediatamente após a adesão da Polónia à União Europeia, a arqueação da sua frota desceu
para cerca de 75% do nível máximo no regime de entrada-saída. A arqueação decresceu
ainda mais, até chegar aos 62%, em Novembro de 2005. Esta margem continuou a ser muito
elevada até Outubro de 2008. Contudo, a potência total evoluiu dentro de margens muito
mais estreitas, e só desceu abaixo dos 85% durante um curto período em finais de 2005 e
em Abril de 2006. Este processo traduz-se pela saída dos navios típicos da frota de pesca do
Báltico e pela entrada de grandes arrastões pelágicos, com muito maior arqueação unitária e
maior potência unitária. Dado que as oportunidades de pesca de mar alto não aumentaram
substancialmente, há que procurar as razões para este processo na redução da rentabilidade
provocada pela deterioração da relação entre o preço dos produtos da pesca e o preço do
combustível, que penaliza a frota do Báltico.
Para analisar de forma comparativa a evolução da frota polaca numa certa perspectiva
temporal, é necessário compará-la com a da União Europeia. Uma vez que a frota da UE-25
supera em 97% a frota da UE-27, devemos utilizá-la como referência, pois o período de
comparação aumenta assim dois anos.
38
A Pesca na Polónia
3%
2%
2%
Navios
TAB
kW
1%
1%
0%
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
A frota polaca seguiu uma evolução ligeiramente diferente da União Europeia. A redução do
número de navios e da respectiva potência foi ligeiramente superior às da União Europeia,
sobretudo com a retirada de grandes navios em 2004. Todavia, em 2008, a arqueação
recuperou com a entrada de grandes arrastões pelágicos.
2,4
2,2
2,0
1,8
1,6
UE 25 = 1
TAB médio
1,4 kW médio
kW/TAB
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
39
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Verifica-se, assim, que a frota polaca possui uma potência unitária média bastante superior
à do conjunto da frota da UE-25. A arqueação unitária média também era muito superior
mas, em 2008, aumentou ainda mais e atingiu o dobro da média comunitária. Contudo, a
potência por tonelada foi-se reduzindo progressivamente, rondando agora metade da
média da UE-25. A evolução destes parâmetros mostra que, para além da redução do
número de navios, está a verificar-se um processo de renovação e modernização,
sobretudo a nível dos grandes arrastões pelágicos.
40
A Pesca na Polónia
41
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
42
A Pesca na Polónia
7. PORTOS
Na costa polaca do Mar Báltico, existe um total de 59 pontos de desembarque, entre portos
de pesca e outros lugares considerados como tal. Os três principais portos de pesca são os
de Władysławowo, Kołobrzeg e Hel, onde se processam cerca de 75% dos desembarques.
43
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Existem 75 portos onde estão registados navios. Todavia, em apenas 22 portos estão
registados 67% da totalidade dos navios, que representam 98% da arqueação e 90% da
potência totais da frota de pesca polaca.
44
A Pesca na Polónia
8. A INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
Até 1990, existiam cinco grandes empresas do Estado e mais de 20 fábricas de capital
público e cooperativas que produziam peixe fumado, marinado e salgado. A partir de 1990, a
indústria transformadora de capital privado conheceu um grande desenvolvimento na Polónia.
Estima-se que, aquando da sua expansão máxima, existiam mais de 400 fábricas
transformadoras, nas quais trabalhavam cerca de 16 000 pessoas. Em 2008, o sector
empregava 17 595 pessoas. A maioria das empresas (cerca de 70%) situa-se na faixa
costeira, embora também exista um número considerável de empresas nas regiões
meridionais, perto dos grandes mercados de produtos de peixe.
Em finais dos anos noventa, o sector entrou numa fase de redução e contracção gradual,
propiciada pelas perspectivas de adesão à União Europeia e pela necessidade de modernizar
as instalações e melhorar a qualidade. Esperava-se que esse processo de concentração
permitisse recolher suficientes recursos de investimento para melhorar os níveis de
comercialização. O crescente fluxo de capitais proveniente do exterior verificado nos últimos
anos é também importante. Só as empresas fortes, com uma posição sólida, puderam fazer
frente a esses processos, pelo que algumas fábricas transformadoras desapareceram ou
foram absorvidas por outras maiores. Entre 1999 e 2009, o número de empresas registadas
no Serviço de Inspecção Veterinária diminuiu de 388 para 248, mas o volume de
transformação e o emprego aumentaram e os resultados económicos melhoraram. A
indústria transformadora é muito importante para o conjunto da economia do sector da pesca
polaco.
As capturas da frota de alto mar são processadas a bordo e exportadas como filetes, peixe
congelado e farinha de peixe para os mercados da União Europeia e do Japão. As capturas do
Báltico são maioritariamente desembarcadas nos portos polacos e vendidas inteiras ou limpas
às empresas transformadoras de peixe.
Devido à falta de instalações de produção de farinha de peixe, uma parte substancial das
capturas destina-se ao consumo humano directo. Em 2005, foram exportadas para a
Dinamarca cerca de 30 000 toneladas de peixe, sobretudo espadilha, para fabrico de farinha
de peixe, e 95 000 toneladas destinaram-se ao consumo humano.
Da totalidade das empresas transformadoras, 80% são compostos por pequenas fábricas com
menos de 20 trabalhadores; 10% são empresas de média dimensão, onde trabalham entre
21 e 50 pessoas; e os restantes 10% são compostos por grandes empresas com mais de 50
trabalhadores. As três maiores empresas (com mais de 500 trabalhadores) representam um
total de 22% do emprego na indústria transformadora e, após a consolidação destes últimos
anos, controlam 75% do mercado de produtos transformados de peixe.
45
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
90.000
80.000
70.000
60.000 Congelados
Salgados
50.000
Fumados
Tm
40.000 Preparados
Conservas em lata
30.000 Outros
20.000
10.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
A produção da indústria transformadora eleva-se a cerca de 200 000 toneladas, com uma
produção crescente de fumados. A procura ainda supera a produção local, e a indústria
polaca de transformação de peixe continua a depender das importações de matérias-primas.
A produção nas fábricas de fumados, marinados e salgados depende em grande medida de
matéria-prima importada. As fábricas de conservas trabalham com matéria-prima nacional
(espadilha e arenque), bem como importada (sobretudo arenque, cavala e salmão). O
arenque congelado de importação é utilizado como matéria-prima para fumados e conservas.
O peixe branco, como, por exemplo, o escamudo-do-Alasca, a pescada e o bacalhau do
Báltico, destina-se essencialmente aos produtos congelados.
46
A Pesca na Polónia
9. COMERCIALIZAÇÃO E CONSUMO
Tradicionalmente, o arenque era o peixe mais consumido na Polónia. Nos últimos anos,
porém, o escamudo-do-Alasca disputa com ele o primeiro lugar em termos de consumo. Por
outro lado, o consumo de pangasius está a desenvolver-se rapidamente, devido ao seu baixo
preço. Embora a um nível muito inferior, o consumo de salmão e atum também está a
aumentar. Contudo, o consumo de pescada está a diminuir. De entre os peixes de água doce,
a espécie mais importante é a carpa.
Apesar do seu aumento nominal, desde 1990 que tem vindo a verificar-se uma forte queda
dos preços reais recebidos pelos pescadores do Báltico. Durante a transição económica, os
preços de compra do arenque triplicaram, enquanto os da solha e da espadilha
quintuplicaram. Durante esse mesmo período, os preços dos bens de consumo e serviços
multiplicaram por 11, e os preços dos produtos vegetais e animais pagos aos agricultores
multiplicaram 6 ou 7 vezes. Esta situação deveu-se essencialmente à debilidade da posição
dos pescadores no mercado e à intervenção de numerosos intermediários na comercialização
do peixe. Além disso, a deterioração da qualidade das capturas e os novos hábitos de
consumo, orientado para produtos importados, pioraram ainda mais a situação dos
pescadores polacos.
Coloca-se também o problema da grande flutuação dos preços nos portos de pesca. As
flutuações reflectem os súbitos aumentos de fornecimento ou a incapacidade do porto de
escoar ou transformar o volume da oferta. Na primeira venda no ponto de desembarque, a
ligação entre os pescadores e o resto da cadeia de valor é insuficiente. Os leilões de peixe em
lotas não estão suficientemente desenvolvidos. Pelo seu lado, a falta de grossistas
especializados nas grandes cidades limita a distribuição de peixe fresco.
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Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Existem mercados de primeira venda de peixe (LCPSR) nos quatro principais portos de
pesca. Contudo, o volume neles comercializado continua a ser reduzido. Só em Kołobrzeg o
volume de vendas é considerável. Todavia, em Ustka o volume de vendas não é suficiente
para cobrir as despesas de funcionamento. Estes mercados não atraem os pescadores, que
ainda preferem realizar uma parte importante das vendas de peixe através de contratos
directos com os clientes. Foram então criados centros locais de forma a transferir a sua
gestão para as organizações de produtores de pesca mediante a sua venda ou arrendamento.
Em Novembro de 2009, foi o que aconteceu em Darłowo, onde o leilão de peixe tinha estado
inactivo durante cinco anos.
Existem na Polónia seis organizações de produtores, que foram constituídas entre 2004 e
2005. A Północnoatlantycka Organizacja Producentów Sp. z o.o. (Organização de Produtores
do Atlântico Norte), centrada na pesca de mar alto, situa-se em Varsóvia. A Organizacja
Pracodawców – Producentów Ryb Śródlądowych (Organização de Empregadores - Produtores
de Pesca Interior) está sediada em Toruń.
Entre as exportações, o peixe fresco ocupa o primeiro lugar, seguido dos produtos
transformados e das conservas de peixe. A Polónia exporta sobretudo espadilha - para a
produção de farinha de peixe, desembarcando-a directamente em portos holandeses, suecos
e russos -, arenque e bacalhau. O salmão fumado, a truta e as gambas atingem igualmente
um valor considerável. Nomeadamente as exportações de salmão fumado estão a crescer de
um modo sustentado e destinam-se principalmente à Alemanha.
48
A Pesca na Polónia
500.000
400.000
300.000
200.000
Import
Tm
100.000 Export
Balance
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
-100.000
-200.000
-300.000
A partir dos anos oitenta, mais de metade das exportações de produtos da pesca realizadas
pela Polónia eram directamente transbordadas nos navios de alto mar para os navios de
países terceiros.
Quando as zonas económicas exclusivas foram alargadas até às 200 milhas náuticas, a frota
polaca foi perdendo acesso a alguns bancos de pesca e teve de deslocar-se para outros mais
distantes, ou então pagar cada vez mais direitos de exploração pelo acesso aos recursos.
Assim, a Polónia iniciou uma prática denominada "klondyking". Consistia em comprar peixe a
navios de outros pavilhões, para o processar a bordo e exportar os filetes congelados. Esta
modalidade desenvolveu-se no Pacífico Norte com base em acordos bilaterais com o Canadá
ou a Rússia.
Ao princípio, esta prática foi vantajosa para ambas as partes. Os navios polacos continuavam
com as suas actividades e a outra parte obtinha uma compensação económica imediata e
estável. O negócio terminou quando a Rússia decidiu não atribuir quotas aos navios
estrangeiros nos mares de Bering e Ojotsk, por causa do mau estado dos recursos. O acordo
com o Canadá acabou quando os navios polacos deixaram de poder pagar os elevados preços
pedidos pelo peixe. Tal facto levou à falência duas das três companhias de pesca de alto mar.
Hoje em dia, essa prática com outros países é marginal.
49
Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Gráfico 12: Preços médios das importações e exportações dos produtos da pesca
6,0
5,0
4,0
€ / Kg
Import
3,0
Export
2,0
1,0
0,0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
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A Pesca na Polónia
Em cada eixo, o Fundo Europeu das Pescas cobre 75% do montante das acções
programadas. O eixo com mais dotações é o eixo 4, destinado ao desenvolvimento
sustentável das zonas de pesca, com 32% do total. O ajustamento do esforço de pesca
constitui o segundo eixo, com 23%, enquanto os investimentos ou as medidas de interesse
geral dispunham, cada um deles, de 20%, e a assistência técnica apenas de 5%.
No entanto, foram autorizados cerca de 40% das despesas programadas para o ajustamento
do esforço de pesca e para as medidas de interesse geral. É no ajustamento do esforço de
pesca que foi executada e paga uma maior percentagem dos montantes programados. A
rubrica mais utilizada é a da cessação de actividade, nomeadamente no que respeita à pesca
do bacalhau no Báltico.
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Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
52
A Pesca na Polónia
Nos últimos anos, as acções visando o desenvolvimento sustentável na região do Mar Báltico
melhoraram claramente em termos de coordenação. Em 2009, a União Europeia adoptou
uma estratégia para a região do Mar Báltico. Em 2007, a Comissão de Helsínquia (HELCOM)
renovou o seu Plano de Acção para o Mar Báltico e, nesse mesmo ano, o Conselho dos
Estados do Mar Báltico desencadeou o seu processo de reforma com vista a abordar as
prioridades a longo prazo em matéria de ambiente, desenvolvimento económico, energia,
educação e cultura, bem como a protecção civil e a dimensão humana.
11.1. CIPMB
A Comissão Internacional das Pescarias do Mar Báltico foi criada ao abrigo do artigo V da
Convenção sobre a Pesca e a Conservação dos Recursos Vivos do Mar Báltico e dos Belts
(Convenção de Gdansk), assinada em 13 de Setembro de 1973.
Além disso, o artigo IX especifica que a Comissão deve seguir de perto a situação dos
recursos vivos e das pescarias na Zona da Convenção, recolhendo, compilando, analisando
e difundindo os dados estatísticos respeitantes, por exemplo, às capturas, ao esforço de
pesca, bem como outras informações.
Nessa altura, 95% das águas administradas pela Convenção eram comunitárias, e os
restantes 5% eram águas russas. Tratava-se, portanto, de relações bilaterais. Era
desproporcionado e pouco eficaz uma organização internacional de pesca como a CIPMB
constituir o enquadramento da gestão bilateral dos recursos de pesca do Mar Báltico. Por
conseguinte, em 20 de Dezembro de 2004, o Conselho aprovou a retirada da Comunidade
da Convenção de Gdansk. A CIPMB deixou de existir em 1 de Janeiro de 2007.
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Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
Pela primeira vez na História, todas as fontes de poluição que rodeiam todo um mar estão
sujeitas a uma única convenção, assinada em 1974 pelos sete Estados situados em torno
do Mar Báltico. A Convenção de 1974 entrou em vigor em 3 de Maio de 1980.
O Plano de Acção, elaborado em 2005, tenta criar um ambiente marinho saudável, com
diversos componentes biológicos funcionando equilibradamente, que se traduza num bom
estado ecológico e no apoio às actividades humanas sustentáveis.
Eutrofização
Objectivo: um Mar Báltico não alterado pelas entradas excessivas de nutrientes
o redução da concentração excessiva de nutrientes,
o clarificação da água,
o recuperação dos níveis naturais de oxigénio,
o redução da proliferação excessiva de algas,
o recuperação da distribuição natural das plantas e dos animais
Substâncias perigosas
Objectivo: determinar a concentração de substâncias perigosas perto dos níveis
naturais
o redução geral das concentrações,
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A Pesca na Polónia
Actividade marítimas
Objectivo: o tráfego marítimo e as actividades em alto mar devem respeitar o
ambiente
o redução dos acidentes e respectivos danos para o meio marinho
o as actividades marítimas não devem provocar danos no meio marinho.
Biodiversidade
Objectivo: conservação favorável à situação da biodiversidade
o recuperação das paisagens naturais terrestres e marinhas,
o recuperação do equilíbrio nas comunidades de plantas e animais,
o recuperação da diversidade natural das espécies,
o estabelecimento de populações viáveis para todas as espécies.
A Agenda Baltic 21 é um processo dirigido por um Grupo de Alto Nível, com a ajuda de
membros dos governos do Conselho de Estados do Mar Báltico, a Comissão Europeia, ONG
e organismos intergovernamentais, como a Comissão de Helsínquia, o Plano VASAB
(conceitos e estratégias para as regiões do Mar Báltico), a Comissão Internacional das
Pescarias do Mar Báltico (CIPMB), o Conselho Nórdico de Ministros e bancos internacionais
que contribuem para o desenvolvimento (Banco Mundial, BERD, BEI, NIB (Nordic
Investment Bank) e NEFCO (Nordic Environment Finance Corporation).
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Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
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A Pesca na Polónia
12. INVESTIGAÇÃO
Existem na Polónia dois institutos científicos que realizam investigações no domínio das
pescas:
O Instituto de Pesca Interior de Olsztyn, fundado em 1951, realiza investigação sobre a pesca
em águas interiores e a aquicultura, nomeadamente os métodos para melhorar a produção
piscícola de água doce, a aquicultura, técnicas de pesca e a economia da pesca. Outras
tarefas incluem a recolha, tratamento e divulgação dos resultados da investigação científica e
a participação na sua aplicação na prática, a melhoria dos métodos de investigação e
desenvolvimento, a formação, a informação sobre assuntos científicos, técnicos e económicos
e inovações, o desenvolvimento de métodos de análise e avaliação da situação e da evolução
da pesca interior, a cooperação com os comités de normalização dos projectos, e a avaliação
dos projectos de racionalização.
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Departamento Temático B: Políticas Estruturais e de Coesão
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Direcção-Geral de Políticas Internas
Cultura e Educação
Missão
Os Departamentos Temáticos são unidades que prestam assessoria
especializada às comissões, às delegações interparlamentares e a outros órgãos
Pescas
Pescas
parlamentares.
Desenvolvimento Regional
Políticas
Transportes e Turismo
Agricultura e Desenvolvimento Rural
Cultura e Educação
Pescas
Desenvolvimento Regional
Transportes e Turismo
Documentos
A PESCA
Visite o sítio web do Parlamento Europeu: http://www.europarl.europa.eu /studies
EM POLÓNIA
NOTA
PT DE EN ES FR IT PL 2011