KOC)
Quando actiancaé
Coautora da historia
POESIA
Mergulho na linguagem
para entender o mundo
Gs)
Aartedeseduzir
pela narrativa
WTS
Portas abertas
para aimaginacéo
Uauos aia)
Asmarcas da palavra
edailustracao
Como anda aleitura
literaria na escola
A AVENTURA
DADESCOBERTA &
Como os diversos géneros ficcionais para criancas podem ajudar a cultivar
gosto pela leitura e a introduzir o mundo fascinante da experiéncia humana
MUN O) eokte):1 aM oe oD aRU TWEEN aN eds 1mDO CONCEITO ACONSOLIDA
A produgao ea
distribuicao de
livros de literatura
infantil no Brasil
ja tém sua historia
eavalorizacao
das acées que
promovem a
leitura entre as
criancas tem se
firmado entre nés
a véspera da Feira Internacio-
zal do Livro Infantil de Bolonha, em 27 de marco
de 2011, um seminario foi dedicado a discussao de
questdes relativas ao e-book. Participaram profis-
sionais do mercado editorial, ilustradores, € auto-
res de 27 paises. Entre eles, a maior delegagao de
profissionais interessados no novo suporte do li-
‘yo era do Brasil. Hoje, quando se trata de mer-
«ado livreiro, nés vamos ¢ eles vm. Editoras es-
trangeiras esto, gradativamente, expandindo
seus negécios no Brasil, atraidas por um mercado
pulsante e pelas grandes compras de livros do go-
‘verno brasileiro para distribuir as escolas piiblicas.
‘Vivernos um momento impar na valorizagao do
livro edaletura, No final do século XX, consolidow-se
‘a nogio da importincia da literatura infantil na for-
‘magio de pequenos leitores, de modo que o acesso a
livros do género passou a integrara pauta das politicas
piblicas de educagao e cultura Se ainda estamos longe
de constituir um pais de leitores, se os problemas da
qualidade da educacio fundamental sio tristemente
expressivos e persistentes,¢ inegivel que a escola, ¢ 0
ugar que nela ocupa o livro infantil, apesar de tudo,
‘mudou, Quem foi crianga 0s anos 1980 0111990 éca~CAO: UM OLHARHISTORICO
pe
oy
te
ppaz de perceber algumas modificagdes na valorizago
no uso das livros infantis na escolae fora dela.
DO CONCEITO A CONSOLIDACAO
A importincia de aproximar criangas € livros
ppassouia ser praticamente um consenso. A sociedad
finalmente absorven a ideia de que vale a pena esti-
‘malar a leitura dos pequenos. Décadas atris, leitura
literéria infantil era ainda objeto de pregagio de um.
punhado de especialistas na érea, empenhados em
cconvencer pais professores de que deviam incenti-
varalleitura de bons livros pelas criangas. Atualmente,
reflexdes a respeito do assunto envolvem estudantes
€ estudiosos, que produzem ensaios, dissertagoes,
{eses, nos quais discutem diferentes aspectos do li-
yro ¢ da leitura infantil. No entanto, entre a adogao
de um conceito, 0 desenvolvimento de andlises ea
construgio do cenério idealizado por aqueles que se
cempenham em semear livros i mao-cheia, a distancia
6 grande. Ea mesma que existe entre teoria¢ pritica.
‘Um dos principais fatores que agem nessa distin-
0 fato de aescola de hoje tero potencial simbélico
ainda mais esvaziado do que nos anos 1980, quando
38 dava sinais de declinio. O espago de influéncia es-
colar passou a ser, no século XXI, ainda menor do era
nas tiltimas décadas do século passado. A escola so-
brevive sem condigdes de competir com os meios de
comunicagio de massa. Esses, sim, sio os geradores
de valores e de modelos que se impdem indistinta-
‘mente ao amplo pablico, mediante informagao, pu-
blicidade ¢ entretenimento, As
criancas crescem diante da tele-
visio, brincam desde cedo com
Jogos eletrOnicos e encontram,
pela internet, instantaneamente,
as informagdes de que precisam.
Podem saber tudo o que esti
acontecendo em tempo real. Re
cebem tantas informagdes que
ficam atordoadas.
Embora o livro nao concorra com esses meios, a
Titeratura infantil, guardadas as diferentes proporcies
da oferta, conforme se trate de escola piblics ou pri
‘vada, ainda assim estd mais prxima das criangas do
‘que esteve no século anterior. Parece contraditério,
‘mas nao é. De fato, género passou por uma valori-
zagio que, em escala politica eecondmica, deve muito
2 correlagio estabelecida entre educagao e desenvol
vvimento. Na escala familiar e doméstica, a atencao
«que se passou a dar leitura infantil iga-se & corres-
pondéncia, fita pelos pais, entre garantiruma consis-
tente educagio letrada aos filhos eassegurar o futuro
sucesso profissional dles.
Pee
ponte’
co
importéncia da
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Pec
res
ras
rman nr 7‘Ainda na esteira da valorizagio da a
educacio, o assunto conquistou lugar, ge
passou pelo que se pode chamar de in:
ternacionalizacao do género, resultado
nunca antes alcangado, na pauta dos [RM da globalizacio dos mercados.O sucesso
velculos de comunicagao, incluindo te- AW ie de um livro infantil, em pais de forte in:
mas como interesses de Ieitura da nova FAP fluéncia cultural, determina sua distri
gerasio, escritores do género que alcan-
«sam alta vendagem ete. Quando, numa
distorgio do que seja correto politicamente, um.
‘membro do Conselho Nacional de Educagao colocou
‘um titulo da obra infantil de Monteiro Lobato na bet
linda, assistimosa uma onda de debates e reages nas
recles sociais, na televisso, nos jornais,nas revistas, em
toda parte. Descobrimos, entio, que mais gente do
que suptinhamos se importava com 0 assunto.
‘A associagio de linguagens, como literatura ¢ ci-
nema, foi outro fator que contribulu para ampliar a
repercussio de certos titulos destinados ao piiblico
{nfantojuvenil. No final do século XX, essa literatura
LINHA.DO.TEMPO,
> Yeiellngao de obras espasos
> Broclamagae daRepdblica
[Evalorizaqao da escolnridade
Jenks da Carechinha
da fiqueiredo rimenta!
> "GBlegae siblioteca infant]
de Editora Melhoramentos.
> Puiblicagao de Nanzinfo
Anebitado, de Montero Lobato.
> Fiecionistas de expressao
‘publicam obras infantis.
buicio para criangas de diversos outros
paises c, rapidamente, o titulo se torna
sucesso global, Foi o que comprovaram fenomenos.
de recepcio gerados pelas obras em série de J. RR
‘Tolkien, O senhior dos anéis; de J. K. Rowling, Hamy
Potter, ¢ também os ttulos de Stephanie Meyer, tals
como Creprisculo, Lua Nova, Eclipse.
‘Do mesmo modo, uma produglo cinematogrifica
que reviste obra teria cssica, como ocorreu com.
Alice no pa‘s das maravilhas, de Tim Burton, estimula
incontiveis novas tradugdes ¢ adaptagdes do livro, A
leitura dessas obras pode se dar fora do ambito escolar.
A intermediacio, nesse caso, fica por conta dos meios
» Publicagao de O meno
posta, de Henriqueta lisboa
> Premio Jabut prestige
36 literatures infantil ojuvenil
ra
Grinds a Fundacae Nacional
Ho Lvio Infantil Juvede massa. Tas obras, independentemente das qualida
des lterdrias que possam te, s2o associadas & moda e
0 lazer, por isso, independem da promocao escolar.
A valorizagio da literatura infantil vai, hoje, além
aescola. Dou um exemplo sigificativo, Quem passa
pela estacdo ing Sul do metré de Brasilia encontra, no
subsolo, um posto do Pré-Vitima, programa de assis-
‘éncia a vitimas de violencia da Secretaria de Justica
do Distrito Federal, Ali, onde séo atendidas criangas
ue sofreram estupro, sequestro, violencia doméstica,
éstdo expostos livros de literatura infantil para leitura
no local ou para empréstimo. Essa valorizagéo deve
seratribufda a virios fatores que tiveram lugar na his
toria, desde as origens da literatura infantil brasileira
até a sua consolidaczo.
LEITURA REPUBLICANA
As pesquisadoras Marisa Lajolo e Regina Zilber-
‘man tragaram o percurso do género em Literatura
infantil brasileira. Histbria & hstbrias. Segundo asau
toras, embora 20 longo do século XIX tenham apare-
cido, de modo esparso, obras destinadass criangas, a
literatura infantil brasileira teve seu comeso na passa
gem do século XIX para o XX, momento deacelerada
turbanizacio do pais.
Proclamada a Republica, em 1889, instala-se um
ambiente politico e social que valoriza a alfabetiza-
G40, a instrugao € a escola. Pois, por muito tempo, a
escola, no Brasil, nio foi obrigatéria nem considerada
deimportncia. Ora, para quese passasse da intengio
de educar & realizagio do propésito, era necessério
Aispor de livros e textos adequados ao sistema de en-
sino que se queria implantar. Nas iltimas décadas
do século XIX, 0s livros infantis que circulavam no
pais eram tradugoes eadaptagoes de obras europeias,
yaaa gray
[Ressratsas ce eras
Se
Seis wa wnrveane
=A fontes da cultura nacional.
> Grado 0 Prowrema
Nacional deBibloteca da Escola,
EEE
> Intermacionelizscao da literatura infantil
‘agas a globaliacso dos mercados,
error
» feepansao dee prearamas governamentais
€ instalacao de edtorasestrangoltasno pals.
assinadas pot Carlos Jansen e Figueiredo Pimentel e
editadas pela Livraria Quaresma.
Carlos Jansen traduziu para o portugués obras
clissicas como Robinson Crusoe (1885) e Viagens de
Gulliver (1888). Figueiredo Pimentel, com seus Contos
da Carochinha (1894) e Historias da avozinha (1896),
adapta contos de Grimm, Perrault e Andersen para