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HAGAR / Chris Browne

Concordância verbal (III)

©2007 by King Features Syndicate, Inc. Word rights reserved.


aulas 89 e 90

1. a) O primeiro período apresenta sujeito composto: “um pouquinho de grossura” e “[um pou-
quinho de] falta de respeito”, por isso o verbo posposto deve obrigatoriamente concordar com
ele no plural: “Um pouquinho de grossura e falta de respeito podem transformar...”.
b) É possível defender a concordância efetuada a partir de dois pontos de vista:
1. O período apresenta sujeito simples, em que o núcleo representado pelo substantivo “pou-
quinho” aparece especificado pelo adjunto adnominal (“de grossura e falta de respeito”). Portan-
to, o sujeito simples no singular leva o verbo para o singular.
2. O período apresenta sujeito composto, mas seus termos podem ser considerados sinôni-
mos: “um pouco de grossura e [um pouco de] falta de respeito”, o que pode levar o verbo para
o singular.
2. Sujeito composto formado por palavras sinônimas ou muito próximas quanto ao sentido pode
levar o verbo para o singular.
3. a) Na língua portuguesa contemporânea, sobretudo na variante coloquial, o pronome da
2ª pessoa do plural vós caiu em desuso, sendo substituído pelo pronome de tratamento vocês,
que leva o verbo para a 3ª pessoa do plural: Tu e ele [vocês] ainda serão muito felizes.
b) Tu e ele ainda sereis felizes.
4. a) Teotônio ou Getúlio vencerá as eleições para presidente.
b) Lisboa ou Barcelona será sede da próxima decisão da Copa dos Campeões.
c) Lisboa ou Barcelona serão ótimas sedes para a próxima decisão da Copa dos Campeões.
d) Naquela situação em que se encontrava, só Deus ou São Judas poderiam ajudá-lo.
5. a) O verbo concorda no singular com o sujeito simples “Machado de Assis”, sendo o sintagma
“com outros escritores” um adjunto adverbial de companhia deslocado: “Machado de Assis
fundou, com outros escritores, a Academia Brasileira de Letras em 1897”.
b) O verbo concorda no plural com o sujeito composto “Machado de Assis com outros escrito-
res”, em que a preposição com poderia ser substituída pela conjunção e: “Machado de Assis e
outros escritores fundaram a Academia Brasileira de Letras em 1897”.
6. Em I, o falante atribuiu ao sujeito composto “nem um nem outro” o sentido de os dois/ambos
não, levando o verbo para o plural:
“Nem um nem outro [isto é, os dois/ambos] não cederam aos seus apelos.”
Em II, o falante atribuiu ao sujeito o sentido de nenhum dos dois, levando o verbo para o sin-
gular (concordando com a ideia nuclear de nenhum):
“Nem um nem outro [isto é, nenhum deles] cedeu aos seus apelos.”
7. a) Espero que um e outro venha(m) aqui.
b) Um ou outro terá que vir aqui.
c) Uma e outra voz ainda era(m) ouvida(s) na rua.
d) Nem uma nem outra voz se ouvia na rua.
e) Um ou outro irá comprar o pão.

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8. Em I, a intenção é falar de Salvador, sendo o Rio de Janeiro simples elemento de comparação;
em II, as duas cidades são citadas como exemplos de antigas capitais do país.
9. a) Dias, horas, minutos, tudo parece passar muito rápido.
b) Seu empenho, seus esforços, seus amigos, nada tinha sentido para ele naquele momento.
10. a) Rir e cantar só traz benefícios à saúde.
b) A vida não é uma estrada de mão única: rir e chorar fazem parte da existência de todos nós.
c) Agora, o marido era-lhe um fardo; ela implicava com tudo: um olhar, uma breve fala, uma
sonora gargalhada a irritava/irritavam profundamente.

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Concordância verbal (IV)

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aula 91

1. a Conforme o texto: “A nação não sabe ler. (...) 70% jazem em profunda ignorância. (...) 70%
de cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber por que nem o quê. Votam
como vão à festa da Penha – por divertimento.”.
2. a Conforme a lição de Evanildo Bechara, o verbo saber concorda no singular com a expres-
são preposicionada “da nossa população”.
3. O verbo concorda com o sujeito simples no singular (“um homem”). O sintagma a seguir, entre
parênteses – “o leitor ou eu” –, funciona como aposto do sujeito, não como seu núcleo.
4. Do ponto de vista semântico, ambos os verbos expressam o sentido de existência; contudo,
diferem do ponto de vista sintático:
•  O verbo haver, nesse sentido, é impessoal, sendo usado apenas na 3ª pessoa do singular:
“Há só 30% dos indivíduos...”, “Havia indivíduos que sabiam ler”, etc.
•  O verbo existir tem sujeito e concorda com ele: “As instituições existem”, “Existiam indivíduos
que sabiam ler”, etc.
5. Há instituições, mas por e para 30% dos cidadãos.
6. Já faz anos, havia neste local árvores e flores. Hoje, só existem ervas daninhas.
7. Devia haver neste local árvores e flores.
8. a) Já são seis horas.
b) O relógio da matriz deu seis horas da tarde e os sinos repicaram anunciando a hora da ave-
-maria.
c) No relógio da matriz soaram seis horas da tarde.
d) Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
9. a) “Você está atrasado: passam quinze minutos do horário combinado.”
Nesse caso, o verbo é pessoal, sendo “quinze minutos” seu sujeito; por isso, o verbo concorda
no plural com ele.
b) “Passava das dez horas quando ela chegou.”
Nesse exemplo, ocorre a estrutura passar de, em que a oração não tem sujeito, ou seja, o verbo
é impessoal; por isso, é usado apenas na 3ª pessoa do singular.
10. a) Faltam duas horas para o início do exame.
b) Bastam umas duas horas para eu completar o serviço.
c) Pare com isso, menina! Basta/Chega de tantas reclamações!
d) O diretor chamava a atenção para aqueles problemas, pois tratava-se de questões que exi-
giam ação imediata.

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Concordância verbal (V)

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aula 92

1. a) Por acaso, você pensa que na vida tudo são/é flores?


b) Pode acreditar na minha história, amigo: dinheiro, viagens, mulheres... isso foram glórias
efêmeras.
c) Neymar era as esperanças de gol da Seleção brasileira.
d) Eu e meu irmão jogamos muito bem; por isso, a esperança da família somos nós.
e) Por que acreditar nos jovens? Ora, o futuro são eles.
f ) Como era viúvo e solitário, aquele cão eram suas únicas preocupações.
g) Todas as suas alegrias foram aquele filho.
2. Com expressões indicativas de quantidade – medida, peso, preço, valor – o verbo ser é inva-
riável.
3. a) Cem reais é muito mais do que eu preciso para almoçar.
b) Vinte gramas de açúcar é pouco para fazer o bolo.
c) Dez metros de tecido é um exagero para o vestido.
4. a) Neste ano, fez um verão terrível: foram dias e dias de um calor insuportável.
b) Já são nove da noite e ela ainda não chegou.
c) Já era/eram perto das nove da noite e ela ainda não chegara.
d) Hoje é dia 7 de junho.
e) Hoje são/é (dia) 7 de junho.
5. a) Do Rio de Janeiro a Paris são mais de nove mil quilômetros de distância em linha reta.
b) São 12 horas de voo entre o Rio e Paris.
c) De Paris ao Rio, a média do tempo de voo é de 12 horas.

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Figuras de linguagem – Aspectos sintáticos
aulas 93 e 94

1. a) sujeito
b) adjunto adnominal
c) objeto direto
d) adjunto adnominal
2. a) hipérbato
b) anástrofe
3. a) Do ponto de vista sintático, o poeta utiliza o recurso do hipérbato (mais especificamente da
anástrofe): “Não comerei da alface a verde pétala / Nem da cenoura as hóstias desbotadas”.

É interessante notar como Vinicius de Moraes utiliza, ao longo do poema, diversas outras
figuras sintáticas:
•  Zeugma: “Não comerei da alface a verde pétala / Nem [comerei] da cenoura as hóstias
desbotadas”; “Não nasci ruminante como os bois / Nem [nasci] como os coelhos, roedor”.
Nesse caso ocorre também o hipérbato – “Nem [nasci] roedor como os coelhos” –, assim
como no verso “Cajus hei de chupar”.
•  Pleonasmo sintático: “Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta”.
•  Polissíndeto: “E um bife, e um queijo forte, e parati / E eu morrerei...”.

Do ponto de vista semântico, sobressai-se a metáfora, pois há inegavelmente uma compa-


ração implícita entre folha de alface e pétala de flor, bem como entre fatias (ou rodelas) de
cenoura e hóstias.
O uso dessas figuras contribui para dois grandes efeitos de sentido: dá ao poema uma configu-
ração “clássica” pelos recursos de construção empregados, e eleva o tema, pois poetiza (e até
mesmo sacraliza) elementos não poéticos (alface e cenoura).
b) Sim, pois o termo “do coração” é adjunto adverbial de causa, ou seja, indica que o eu lírico
tem consciência de que seus hábitos alimentares podem levá-lo a uma morte anunciada (por
problemas coronários). O predicativo “feliz” reforça a despreocupação do eu poético em rela-
ção aos possíveis problemas provenientes de sua alimentação.
c) A principal mensagem subjacente ao texto é o viver com prazer, aproveitando as boas coi-
sas, entre as quais a alimentação prazerosa.
4. a) O discurso foi proferido por ocasião da inauguração do busto de Gonçalves Dias. 
b) A referência ao sabiá, “a ave do nosso grande poeta”, e a menção da “Canção do exílio”.
c) O verbo concorda normalmente com o sujeito – no caso, “os cariocas”, o que levaria o verbo
para a 3ª pessoa do plural: “os cariocas são pouco dados aos jardins públicos”. No entanto,
Machado de Assis privilegiou a concordância não com o termo expresso, mas com a ideia su-
bentendida – nós: “Nós, os cariocas, somos pouco dados aos jardins públicos”. Trata-se de um
fenômeno sintático conhecido como silepse de pessoa.

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5. a) Trata-se da inversão da ordem natural dos termos na oração, recurso conhecido como hipér-
bato, como se pode observar nos termos destacados:
“O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre
E cada cicatriz brilha como um brasão.”
No primeiro verso, o objeto direto “as velhas casas” foi anteposto ao verbo; no segundo, o sujei-
to “as minas” foi posposto ao verbo; no terceiro, o adjunto adverbial “Na torturada entranha da
terra nobre” foi dividido em dois segmentos e o verbo abrir foi intercalado entre eles.
b) No verso, Olavo Bilac utiliza o artigo definido feminino “a” para referir-se não ao sintagma
nominal “Ouro Preto”, mas à ideia subentendida de cidade: “Sobre a triste [cidade de] Ouro
Preto...”. Esse recurso sintático é conhecido como silepse de gênero.
6. No texto não ocorre a silepse, pois esta é sempre a concordância com uma palavra ou ideia
subentendida. No caso, o artigo e o adjetivo concordam no feminino singular com o substan-
tivo feminino singular “peixinha”. O epiceno foi desfeito por meio de uma linguagem afetiva.
7. Inicialmente, o verbo concorda com o sujeito expresso da 3ª pessoa do singular: o casal (de pa-
tos). Depois, ele deixa de concordar com o termo expresso para concordar com a ideia de “pa-
tos”: “Mas [os patos] espadanaram...”. Trata-se de uma concordância especial conhecida como
silepse de número.
8. a) “Os brasileiros fomos informados ontem do caráter de pelo menos uma parcela da base par-
lamentar governista.” Nesse período, o verbo ser encontra-se flexionado na 1ª pessoa do plural
(“somos”), embora tenha um sujeito da 3ª pessoa do plural (“os brasileiros”), ou seja, o verbo
concorda com a ideia implícita de “nós” e não com o sujeito expresso. Essa concordância especial
recebe o nome de silepse de pessoa.
b) O jornalista optou por essa forma de concordância para incluir a si e aos seus leitores no
grupo designado pelo sujeito – “os brasileiros”.
9. a) Anáfora e paralelismo.
b) Epístrofe.
c) Pleonasmo vicioso.
d) Pleonasmo sintático.
e) Pleonasmo semântico.
f ) Polissíndeto.
g) Zeugma: “mas não [é permissível] matar por ela”.
h) Anadiplose.
i) Assíndeto.
j) Quiasmo.
k) Anacoluto.
l) Quiasmo.

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Segunda geração modernista – A prosa de Jorge Amado
aula 95

1. Não, pois ao brincarem no carrossel é possível perceber que o retorno à infância os torna no-
vamente crianças, vivendo um momento de magia e encantamento.
2. Jorge Amado procura sensibilizar o leitor para o drama das crianças de rua, mostrando que
não é suficiente vê-las como delinquentes, mas como crianças que, marginalizadas pela socie-
dade, tiveram suas infâncias roubadas.
3. “... e ele mata a todos, porque são todos soldados ou fazendeiros ricos.”
4. “Só vê as luzes que giram com ele e prende em si a certeza de que está num carrossel, girando
num cavalo como todos aqueles meninos que têm pai e mãe, e uma casa e quem os beije e
quem os ame. Pensa que é um deles e fecha os olhos para guardar melhor esta certeza.”
5. A motivação socialista de Jorge Amado o leva a expor e analisar conflitos de classe de que par-
ticipam seus personagens.

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Terceira geração modernista – A poesia de
João Cabral de Melo Neto
aulas 96 e 97

1. e No texto, João Cabral de Melo Neto expõe suas ideias a respeito da construção e da lingua-
gem de um poema.
2. “Catar feijão” – “escrever”
3. Ao afirmar que “Catar feijão se limita com escrever”, o poeta pretendeu estabelecer uma proxi-
midade entre o feijão e a escrita, e não uma igualdade.
4. Ambas se concentram na ação de escolher (feijão/palavras), o que é importante para poder
descartar o acessório, ou seja, “jogar fora o leve e oco, palha e eco”.
O sentido da “pedra” não é o mesmo em ambos os contextos: é negativo, no caso do feijão
(“imastigável, de quebrar dente”); e positivo, no caso do poema (“a pedra dá à frase seu grão
mais vivo”).
5. João Cabral condena o texto convencional, de “fácil consumo/leitura”, “mastigado”, instauran-
do um novo tipo de poesia, a qual “obstrui a leitura fluviante, flutual”, exigindo, portanto, um
novo tipo de leitor: aquele que aceita o “desafio” de mastigar “pedra” ou “grão indigesto”.
6. “Uma andorinha sozinha não faz verão.”
7. Introduz uma explicação/justificação para o que se disse anteriormente.
8. 10 – 1 e 2 – tese – 3 a 10 – argumentação
9. “Um galo sozinho não tece uma manhã”
10. “... ele precisará sempre de outros galos.”
11. Nos versos indicados, destaca-se a incompletude das orações sugerindo a incompletude das
ações individuais; o produto final (a manhã) é resultado da ação coletiva.
12. a) A expressão funde dois planos: o humano (gritos) e o animal (galo).
b) A prosopopeia (ou personificação).
13. O título “Tecendo a manhã” pode ser interpretado de duas formas: a construção da manhã
(plano da natureza) e a construção do amanhã (plano do humano), pois o substantivo “ama-
nhã” está contido no sintagma “a manhã”.
14. O amanhã é uma construção coletiva e não o resultado da ação particular de um indivíduo:
todos somos artífices e, portanto, responsáveis – pela construção do futuro.
15. O poema deixa evidente o propósito de João Cabral em fugir de uma poesia lírica confessional,
subjetiva, optando por uma poesia “cerebral” – exposição de uma tese e sua respectiva argu-
mentação – com intenso trabalho formal.
16. O uso do plural: “Somos muitos Severinos”.
17. Como o texto deixa bem claro, trata-se da vida dura e difícil do sofrido povo nordestino.

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18. Retoma o uso da construção do texto dramático em versos redondilhos.
19. Tal como muitas das obras dessa geração, a de João Cabral de Melo Neto gira em torno de pro-
blemas do universo nordestino, entre os quais a seca e uma de suas consequências, o êxodo.
20. Entre outras, Vidas secas, de Graciliano Ramos.

Terceira geração modernista – Concretismo


aula 98

1. Entre outros motivos, podem ser citadas a ruptura com o verso tradicional e a estrutura verbo-
-visual.
2. A principal luta travada pelos poetas modernistas, no plano da composição, foi contra as se-
culares regras poéticas, principalmente contra a métrica, fazendo-se a defesa do verso livre.
Para os concretistas, o problema não era o confronto entre o verso livre e o metrificado; para
eles, era o próprio verso que já tinha se esgotado, daí a necessidade de ir além dele, dando ao
poema uma nova configuração.
3. O texto não apresenta o que, segundo esses críticos, seria a essência de um poema: o verso.
4. a II. Incorreta. Os poetas modernistas de 22 lutaram pelo verso livre; os concretistas rompem
com a tradição do verso frasal, linear – livre ou não.
III. Incorreta. O Concretismo é um movimento dos anos 1950, anterior à ditadura militar.
5. a) Pela disposição verbo-visual.
b) Ao contar com o recurso gráfico da ampliação, o poeta transmite ao leitor sua dificuldade
em casar pensamento-palavra. A ampliação da palavra nunca, por exemplo, a qual preenche
toda a extensão da linha, sugere a própria extensão do tempo ao infinito.

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Expressionismo Abstrato, Arte Povera e Arte Cinética
aulas 99 e 100

1. Os expressionistas abstratos procuravam expressar a vida interior por meio da arte. Algumas das
principais características são a ausência de qualquer relação com a objetividade, a rejeição dos con-
vencionalismos estéticos, a execução totalmente espontânea, a valorização do acidental, a explo-
ração do acaso como recurso técnico, a importância do processo e do ato de pintar em detrimento
do conteúdo da obra, a agressividade das cores e a tendência para telas de grandes formatos.
2. A action paiting é a pintura de forma ativa em que se imagina que o inconsciente e os impulsos
determinam os movimentos do artista. Uma das formas mais utilizadas de action painting é a
técnica que ficou conhecida como dripping, que consiste em deixar pingar a tinta sobre uma
tela, geralmente de grande dimensão, colocada na horizontal sobre o chão.
3. A action painting (ou gestualismo) pretende liberar emoções automaticamente. Para alguns
historiadores da arte, o movimento faz uma releitura (ou retomada) do principal conceito do
Surrealismo – o automatismo, livre expressão do subconsciente sem controle da consciência.
4. Um dos motivos é que, depois de alguns anos do início do movimento, com a exagerada pro-
liferação de pintores, o estilo se banalizou. Com a pretensão de fazer “pintura de ação”, os pin-
tores rapidamente esgotaram as formas de arremessar tinta sobre a tela a fim de realizar uma
pintura determinada pelo impulso e pelo inconsciente. O início da década de 1960 rejeitou
essas falsas abstrações. Outro motivo é que novos movimentos começaram a emergir e a do-
minar a cena artística contemporânea.
5. a) A Arte Povera, movimento artístico italiano da década de 1960, caracteriza-se pela utilização
de materiais de fácil obtenção, muitos deles considerados sem valor, como madeira, placas,
pedaços de metal, vidro, argila, carvão, retalhos de tecido, vegetais e pedras. Tudo, enfim, que
hoje denominamos sucata.
b) Ao aproveitar materiais “pobres” – sejam eles efêmeros (vegetais, legumes) ou descartados
do uso cotidiano (“lixo”/sucata) – para a elaboração da obra, o artista confere a estes um novo
sentido, pois os desloca para outro contexto no qual estarão a serviço de uma ideia que ele
pretende passar para o espectador.
c) Pode-se ver na Arte Povera uma atitude crítica em relação à sociedade capitalista e de consu-
mo, que transforma a arte em mercadoria, objeto de consumo, expressão de riqueza e poder.
Ao produzir seus objetos artísticos “pobres” e “alternativos” que desafiam os padrões vigentes,
o artista retira deles todos os atributos que a sociedade lhes confere como “valor”. Por exemplo,
a obra de Giovanni Anselmo, com o apodrecimento dos vegetais, entra em colapso e deixa de
existir como havia sido inicialmente pensada e confeccionada; desse modo, sua efemeridade a
destruiria enquanto mercadoria com um determinado “valor”.
6. a) Arte Cinética, Arte Óptica ou simplesmente Arte do Movimento é uma corrente artística
em que obras, pinturas e esculturas possuem movimento ou, por meio de ilusões de óptica,
parece que se movimentam. A crítica que se faz ao passado é que as modalidades artísticas
anteriores utilizavam modelos estáticos e não dinâmicos, sem a movimentação que se tornou
possível com a Arte Cinética.
b) A Op Art é a pintura no contexto da Arte Cinética que utiliza ilusões ópticas que “enganam”
nossa retina, criando a impressão de movimento.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa – 2ª Série – Módulo 6 – Resolução 10


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