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Reflexão individual sobre a prescrição

De acordo com o artigo 118º do Código Penal, existe um prazo em que o procedimento
criminal é aplicável. Depois de um determinado prazo o crime é prescrito e a sanção não poderá
ser aplicada.
Confesso nunca ter refletido, até hoje, sobre a prescrição dos crimes. Consequentemente
não tenho uma opinião definida. Porém, posso afirmar que em alguns casos a prescrição não é a
opção mais justa e segura. Por exemplo, nos casos de abusos sexuais infantis os crimes
prescrevem 5 anos após a vítima completar 18 anos. Sem dúvida isto faz com que muitos crimes
saiam impunes. Trata-se de crimes traumáticos que exigem uma grande coragem, força e tempo
para a vítima se pronunciar. O tempo não remove a credibilidade da vítima, que provavelmente
precisa desse período para se confirmar e contar o acontecido. Também não anula o crime,
apesar de se terem passado alguns anos.
Algo que o tempo também não remove é a gravidade de um crime. Ao fim de 15 anos
qualquer crime é prescrito, inclusive os casos de homicídio. A demora para a denuncia ou
descoberta de um crime não torna o criminoso menos perigoso, talvez só o faça um criminoso
com uma boa capacidade de esconder provas. Não deve sair impune só porque o descobriram
“tarde demais”. Não é seguro nem justo ter um criminoso, que cometeu um crime com uma alta
gravidade, à solta porque o crime foi prescrito.
Em casos com uma menor gravidade, como em certos furtos, talvez a prescrição seja
uma boa opção, juntamente com uma análise do histórico da pessoa e uma investigação à
situação. Pode ter sido um caso pontual e não uma tendência duradoura.
Em suma, acho que a prescrição dos crimes deve ser feita só em alguns casos, menos
graves, inserida num certo contexto. Sem este cuidado pode pôr em risco a justiça e a segurança
da sociedade.

Ana Patrícia Lamego nº28 12º10ª

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