Você está na página 1de 2

Práticas profissionais em sociologia

Nesta síntese vou usar o relatório publicado pela APS


https://drive.google.com/file/d/1ryqAxao1U7eCo9x4uXps7HB-z36u8plG/view para especificar
o papel do sociólogo. Assim, procuro responder à questão “O que é um sociólogo, o que faz e o
que o distingue?” através das respostas de sociólogos.
Através da amostra recolhida (873 diplomados), observamos uma predominância de
indivíduos do sexo feminino, da área metropolitana de Lisboa com uma idade média de 45,1
anos. Em questão de formação, o ISCTE destaca-se (26,3% dos licenciados), seguido da
Universidade Nova de Lisboa (13,2% dos licenciados) e da Universidade de Coimbra (11,3%
dos licenciados). Após a formação, 80% dos licenciados prosseguiram com o mestrado.
A sociologia conta com uma elevada taxa de empregabilidade, sendo que 95,2 dos
inquiridos está ou já esteve empregado. O contrato de trabalho mais frequente é o contrato de
trabalho em funções públicas por tempo indeterminado (antiga nomeação definitiva). A maioria
dos trabalhadores trabalha a tempo inteiro (85,9%) e por conta de outrem (86,5%). O tipo de
empresa ou organização mais frequente é o organismo de administração pública central
(31,7%), seguido da administração pública local/regional (18,7%). Relativamente ao grupo
profissional mais representado destacam-se os especialistas de atividades intelectuais e
científicas (54,3%), e de seguida os técnicos e profissões de nível intermédio (27%).
Dentro das organizações, menos de 50%, mais especificamente 46,7%, dos inquiridos
foram admitidos para um lugar de sociólogo. Pode-se considerar que os hierárquicos das
organizações, na sua maioria (72%), reconhecem o contributo específico dos sociólogos para a
organização. A maioria daqueles que foram admitidos para um lugar de sociólogo consideram
que o seu trabalho é valorizado (87,4% dos admitidos como sociólogos) e reconhecido pelos
colegas de outras formações académicas (71,3% dos admitidos como sociólogos). Nestas
organizações o perfil profissional mais comum é como técnico superior (37,6% dos sociólogos,
da amostra, que trabalham em organizações). As três principais funções desempenhadas são a
intervenção social direta, a investigação e a docência. O grau de satisfação com as três
principais funções realizadas é satisfatório.
A quase totalidade dos inquiridos (98%) consideram a intervenção profissional dos
sociólogos como importante para as diferentes aéreas na sociedade portuguesa, principalmente
na educação, na intervenção/ desenvolvimento pessoal, na saúde, entre outras. As razões mais
apresentadas para os benefícios desta intervenção são as competências e conhecimentos
específicos de um sociólogo, o olhar diferente e holístico sobre os fenómenos e a capacidade de
análise e reflexão critica.
Aqueles que não consideram a intervenção profissional dos sociólogos como uma mais-
valia nas organizações, apresentam como principais razões o facto das funções exercidas não
terem ligação à sua formação base (40,2%), à falta de reconhecimento na instituição (22,5%) e à
falta de validação em comparação com outras formações (11,8%).
Existe uma percentagem significante de sociólogos que considera que o seu
desempenho profissional poderia ser realizado por um profissional de outra formação,
especialmente no grupo em que o desempenho profissional não está ligado à formação base
(88,1%).
Em relação à pergunta “o que é um sociólogo?”, a resposta mais comum é um
profissional instrumental/ interventivo. Generalizando, uma resposta comum à questão da
função de um sociólogo é alguém que analisa, compreende, observa, intervém e explica o modo
como a sociedade age. No fundo um sociólogo é um analista social abstrato e um agente de
mudança social.
Dos diplomados em sociologia, 69% considera-se como sociólogo. Dos restantes 31%
as profissões mais comuns pelas quais se identificam são funcionário público/ técnico superior,
outra profissão ligada às CS e docente/professor.
Uma grande parte dos diplomados (76%) mantêm contacto com outros sociólogos, e
58% manteve contacto, nos 3 últimos anos anteriores ao inquérito, com a instituição onde se
formou em sociologia, especialmente através de conferências e debates.
25% dos diplomados inquiridos consultam livros e/ou revistas de sociologia
praticamente diariamente, 18,3% pelo menos uma vez por semana e 21% uma ou duas vezes por
mês.
Dos 48% de diplomados que estão filiados em alguma associação profissional, 77,6
pertencem à APS. Poucos são aqueles que estão afiliados à APSIOT devido ao cariz muito
específico da associação. Aqueles que não estão filiados a nenhuma associação profissional
justificam- -no especialmente pela falta de informação e a consideração de não trazer
benefícios.
Os associados da APS, na sua maioria, estão satisfeitos com as seguintes atividades
desenvolvidas pela associação: dinamização da comunicação e debate científicos, na promoção
e desenvolvimento da sociologia em Portugal e articulação da área com outras acadêmicas ou
não e na divulgação do trabalho dos sociólogos sobre a realidade portuguesa. No entanto, no
que toca à promoção de formação para os associados existe uma grande insatisfação.
Felizmente, a atividade considerada mais importante, promoção e desenvolvimento da
sociologia em Portugal e articulação da área com outras acadêmicas ou não, é satisfatória para a
maioria (70,1%) dos associados.
Os associados da APSIOT consideram, das atividades desenvolvidas pela associação, a
realização dos encontros nacionais como mais satisfatória e também como a mais importante
empatada com a realização de encontros internacionais.

Você também pode gostar