O teste de supressão com dexametasona apresenta elevada sensibilidade, de 85 a 100%, e
acurácia em torno de 95% para identificação de HAC em cães, 24 porém a presença de doenças não adrenais concomitantes aumenta o risco de se obter um resultado falso-positivo, reduzindo sua especificidade para 73%. 8,25 Baixa dose de dexametasona causa feedback negativo suficiente em cães clinicamente normais, suprimindo a secreção de ACTH hipofisário e, consequentemente, reduzindo a concentração de cortisol plasmático por aproximadamente 24 a 48 h. A escolha da dexametasona se deve ao fato de ser um glicocorticoide sintético potente e não apresentar reação cruzada com o cortisol endógeno do paciente nos ensaios hormonais. O cortisol é mensurado imediatamente antes e 8 h após a aplicação intravenosa de dexametasona, na dose de 0,01 mg/kg. Nos cães com HAC hipófise-dependente ou com ■ tumor adrenocortical, os níveis de cortisol plasmático não sofrem redução abaixo do valor de referência predeterminado e utilizado pela maioria dos laboratórios, que é de 1,4 μg/dℓ. 1 Cães hígidos geralmente apresentam valores de cortisol 8 h após dexametasona inferiores a 1 μg/dℓ. Resultados entre 1 e 1,4 μg/dℓ devem ser retestados. Embora a amostra sanguínea 8 h após a administração de dexametasona seja a mais importante para a interpretação do teste de supressão, a coleta de uma amostra adicional, 4 h pós-dexametasona, pode ser útil na diferenciação do HACHD do HACAD. Aproximadamente 60% dos cães com HACHD apresentam supressão do cortisol sérico às 4 h para valores inferiores a 1,4 μg/dℓ ou valores inferiores a 50% do cortisol basal, com posterior elevação às 8 h pós-dexametasona para valores superiores ou iguais a 1,4 μg/dℓ. Já a incapacidade de suprimir os níveis séricos de cortisol às 4 h e às 8 h não é capaz de apontar a causa do HAC.