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Poesia trovadoresca

Lê atentamente a cantiga que se segue.


Amigos, nom poss’ eu negar

a gran coita que d’ amor ei,

ca me vejo sandeu1 andar,

e com sandece2 o direi:

os olhos verdes que eu vi

me fazen or’ andar assi.

Pero quem quer x’3 entenderá

aquestes olhos quaes son,

e d’est’ alguen se queixará4,

mais eu, já quer moira, quer non:

os olhos verdes que eu vi

me fazen or’ andar assi.

Pero non devi’ a perder

ome que já o sen non á,

de con sandece ren dizer5,

e con sandece digu’ eu já:

os olhos verdes que eu vi

me fazem or’ andar assi.

1. louco; 2. loucura; 3. se; 4. vv. 7-9: mas qualquer pessoa entenderá / de quem são estes olhos / e disto alguém se
queixará (subentende-se que quem se queixará será, obviamente, a dona dos olhos verdes). 5. vv. 13-15: Mas não se
devia levar a mal nada do que diz, com loucura, um homem que já perdeu o juízo (ou seja, um louco não sabe o que
diz).

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas ao questionário.

1. Identifica, no poema, três características do género das cantigas de amor.

2. Descreve, recorrendo a expressões textuais, o estado emocional do “eu” e refere a(s)


causa(s) que o motiva(m).
3. Explicita o valor expressivo da repetição do nome “sandece” ao longo da cantiga.

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