Desapropriação é o ato pelo qual o Poder Público, mediante prévio
procedimento e indenização justa, em razão de uma necessidade ou utilidade
pública, ou ainda diante do interesse social, despoja alguém de sua propriedade e a toma para si, sendo um valioso instrumento jurídico para a consecução dos ideais de justiça social e do interesse público, que nada mais é do que a dimensão pública dos interesses de cada indivíduo enquanto partícipe da sociedade, ambos pedras fundamentais do Estado Democrático de Direito.
Encontra fundamento no art. 5º, XXIV da Constituição da República,
que exige a existência de lei disciplinadora do procedimento, elege os pressupostos da necessidade ou utilidade pública ou o do interesse social e, em regra, da justa e prévia indenização em dinheiro.
Podem ser objeto de desapropriação as coisas passíveis de direito de
propriedade, ou seja, todo bem móvel ou imóvel, público ou privado, corpóreo ou incorpóreo, incluindo-se aqui até mesmo direitos em geral, com exceção aos personalíssimos. No processo de desapropriação, não são admitidos o direito da personalidade, direito autoral, vida, imagem e alimentos.
Todo e qualquer bem e direito patrimonial podem estar sujeitos à
desapropriação, em regra. Quando se fala de imóveis, o ato de desapropriação pode abranger a área contígua necessária à realização da obra, bem como zonas que, em decorrência da intervenção do poder público, irão se valorizar. Assim, desapropria-se para depois vender e recuperar o investimento. É a chamada desapropriação por zona, prevista no art. 4º do Decreto-Lei 3.365/1941.
No que tange a administração direta, esses bens podem ser
desapropriados pela entidade federativa hierarquicamente superior, desde que tais atos sejam precedidos de autorização legislativa da pessoa jurídica expropriante, podendo ainda ser desapropriado por entidade integrante de pessoa federativa hierarquicamente inferior desde que não vinculados a prestação do serviço público. Ainda como objeto de desapropriação, tem-se glebas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas, destinando-as ao assentamento de colonos com vista ao cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, e isto sem direito a indenização, previsto pela Constituição Federal.