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CARTILHA DE

ERGONOMIA NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
NR-17
Cartilha de Ergonomia na Construção Civil

Comissão: Colaboração:
Alynne Obermüller Teresa Mate
Carolina Amaral
Gabriela Silva
Mariana Ribeiro
Ergonomia na prática:
CARPINTEIRO
4 Cartilha de Ergonomia na Construção Civil

SUMÁRIO

Apresentação .............................................................. 5

Ergonomia .................................................................. 6

Posturas de trabalho .................................................. 7

Levantamento, Transporte e Descarga Individual de


materiais .................................................................... 8

Condições Ambientais .............................................. 9

Organização do Trabalho ......................................... 10

Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC ............. 11

Equipamentos de Proteção Individual - EPI .......... 12

Ferramentas Manuais .............................................. 13

Ginástica Laboral ...................................................... 14


5 Cartilha de Ergonomia na Construção Civil

Introdução

A Constituição Federal determina que o trabalhador tem direito à


proteção de sua saúde, integridade física e moral e segurança na
execução de suas atividades. O trabalho deve ser executado em
condições que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e a
realização pessoal e social.
A segurança e a saúde do trabalhador são de responsabilidade do
empregadore dos profissionais envolvidos no ambiente de trabalho.

Objetivo

O
objetivo desta cartilha é mostrar os riscos ergonômicos nos quais
submete-se o carpinteiro nos trabalhos na construção civil.
Apontaros erros e acertos da rotina profissional deste trabalhador
nos dá a chance de mudança e melhoria no trabalho, prevenindo-se e
evitando que o trabalhador sofra acidentes ou adquira doenças
ocupacionais.

Legislação

A segurança e a saúde do trabalho baseiam-se em normas


regulamentadoras descritas na Portaria 3214/78 do MTE
(Ministério do Trabalho e Emprego).
A legislação trabalhista brasileira já reconhece a importância da
ergonomia e dedicou ao tema uma Norma Regulamentadora específica (a
NR-17). Ela é de observância obrigatória pelas empresas públicas e
privadas.
Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam
a adaptação das condições de trabalho o às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente.
6 Cartilha de Ergonomia na Construção Civil

Ergonomia e sus benefícios

A palavra “Ergonomia” vem de duas palavras Gregas: “ergon” que


significa trabalho, e “nomos” que significa leis. Hoje em dia, a
palavra é usada para descrever a ciência de “conceber uma tarefa
que se adapte ao trabalhador, e não forçar o trabalhador a adaptar-se à
tarefa”. Ou seja, a ciência que adapta ambientes e objetos às pessoas.

“A ergonomia tem um campo mais amplo. Se fossemos pensar em 3


campos, poderíamos dizer que ela está dentro do físico, cognitivo e
organizacional. O físico seria a ergonomia comum a todo mundo, em que
pensamos em alturas, mesas, cadeiras e acessórios”, explica Symone
Miguez, ergonomista.
Segunda ela, a ergonomia cognitiva está começando a ser feita no Brasil,
que é a ergonomia que pensa em sua interação com a máquina, seja ela um
mero computador, ou seja uma máquina industrial.
“E a organizacional é realmente pensando na gestão da ergonomia, desde
ritmos, horas extras, como produzir necessariamente”, completa.
Uma ergonomia bem feita e alinhada traz saúde para o profissional com a
ausência de problemas osteomusculares e gera um melhor clima para as
empresas, com profissionais satisfeitos e com maior produtividade. Nos
últimos anos, as empresas vêm se conscientizando cada vez mais sobre
esse assunto.

Sonia Okada, diretora da Air Micro, empresa de produtos ergonômicos,


afirma que de modo geral, quem utiliza computador requisita os produtos.
“Hoje grandes empresas estão preocupadas com a ergonomia em seus
postos de trabalho, como bancos e o governo. Estas são as áreas que mais
requisitam os produtos”, demonstra Sonia. Para ela, a ergonomia é um
mercado em crescimento, “Então é um mercado que está em crescimento,
mas irá crescer muito mais”, opina.
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Posturas de trabalho
Um dos enfoques da ergonomia é a prevenção da fadiga muscular, que pode se instalar em
função da postura estática prolongada, tanto em pé quanto agachada. A seguir são
apresentados alguns aspectos específicos do trabalho em diferentes momentos:
CARPINTARIA (Serra circular de bancada)
A posição em pé é recomendada na área da carpintaria porque há freqüentes
deslocamentos do local de trabalho e há necessidade de aplicar grandes forças,
eventualmente.
ü Necessidade de adequação da altura das bancadas de trabalho pode ocasionar
estresse muscular quando a cabeça e o tronco ficam inclinados, provocando dores no
pescoço e nas costas.
ü Não se recomenda passar o dia todo na posição em pé, pois isso provoca fadiga nas
costas e pernas.

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CAMPO (área externa)


ü Trabalharcom os braços para cima, sem apoio, pode provocardores nos ombros.
ü As tarefas que exigem longo tempo na posição estática, devem ser intercaladas com
tarefas que possam ser realizadas em movimento, ou devem ser dadas pausas para
descanso.

Os fatores biomecânicos são representados pelo uso excessivo de força, posturas


incorretas, vibração, falta de repouso e compressão mecânica de estruturas
musculoesqueléticas. A presença de mais de um fator biomecânico numa determinada
atividade aumenta o risco da instalação de afecções musculoesqueléticas, cervicalgias,
tendinites, ou ainda lesões por esforços repetitivos (LERs) e distúrbios osteo-musculares
(DORTs).
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Levantamento, transporte e descarga individual


de materiais
De acordo com a NR 17, torna-se importante exporalguns conceitos relativos ao manuseio
e transporte de cargas:
a) o transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é
suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a
deposição da carga;
b) transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira
contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. O
manuseio e transporte de cargas tende a ter diversas variáveis que corroboram para
acentuar ou minimizar os problemas que podem decorrer da atividade. Nesse sentido, é
importante que a relação entre o peso do objeto e as condições em que ele é transportado,
elevado ou manuseado seja avaliada de forma quantitativa. Para compreender o grau de
relevância ou de implicações na saúde do trabalhador, o (NIOSH) – Instituto Nacional de
Segurança e Saúde Ocupacional desenvolveu uma avaliação específica que propõe que as
tarefas de manuseio de cargas possam seravaliadas de acordo com as seguintes variáveis:
1) peso do objeto manuseado;
2) posição da carga em relação ao corpo - medida tanto no ponto inicial quanto no final do
levantamento, em termos de coordenadas horizontal evertical;
3) frequência de levantamento;
4) período ou duração - tempo total do levantamento;
5) possibilidade de preensão ou pega.

É essencial identificar-se os limites de levantamento de cargas. Esse processo de avaliação


quantitativa do manuseio de cargas é essencial na determinação da estratégia de
prevenção a ser adotada e possibilita estabelecer uma base sólida no planejamento das
intervenções mais eficazes para que o controle seja alcançado.
Embora a atividade do carpinteiro dentro da construção civil não se caracterize de forma
expressiva pelo manuseio e transporte de carga, algumas atividades envolvem
levantamento, transporte e descarga de materiais, principalmente entre o almoxarifado e
o local de aplicação.
9 Cartilha de Ergonomia na Construção Civil

Condições Ambientais
O trabalhador da construção civil está submetido à condições ambientais desafavoráveis.
Ele está sujeito diretamente à variações de temperatura, vento e umidade, já que, quase
sempre, suas atividades são executadas ao ar livre, sem dizer no ambiente ruidoso em que
ele está inserido. A iluminância excessiva ou deficitária pode também pode atrapalhar as
atividades do carpinteiro.
Como o princípio da ergonomia é a preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, é necessário adotar medidas necessárias e suficientes para a eliminação,
minimização ou controle destes riscos, no caso do carpinteiro, basicamente físicos.
TEMPERATURA, VENTO E UMIDADE
A exposição prolongada destes fatores
pode ocasionar males e até desenvolver
doenças ao trabalhador. A radiação solar,
por exemplo, pode ocasionar uma
variedade de efeitos patológicos, como
queimaduras, mudanças de pigmentação
da pele, alterações imunológicas e câncer
de pele.
É indicado que adote-se medidas para
fazer com que os trabalhadores não
fiquem expostos ao sol nos horários mais
críticos, como das 10 às 15 horas. Além
disso, as empresas devem cuidar para que
haja fornecimento de água ou até mesmo
soro nos locais de trabalho.

RUÍDOS
A perda de audição pode afetar todos os
trabalhadores que ficam expostos a ruídos
superiores a 85 decibéis por um período de
oito horas por dia. Nosso carpinteiro está
suscetível a tipo de ruído, seja na utilização
da serra circular de bancada ou manual.
Por isso, é importante a utilização de
protetores auriculares, ou ainda, na
compra destes equipamentos, optar-se
pelos menos ruidosos.
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Organização do Trabalho
Nas obras, torna-se necessário prever a disponibilidade de local para efetuar serviços de
fabricação e ajustes de carpintaria, conforme a necessidade.
Este espaço deve ser plano, ter piso resistente, nivelado e antiderrapante, bem drenado e
livre de obstáculos. Ainda deve possuir cobertura capaz de proteger os trabalhadores,
lâmpadas de iluminação protegidas contra impactos provenientes da projeção de
partículas e dotado com mesas estáveis, carcaça de motoraterrada etc.
O local de trabalho deverá ser diariamente limpo e/ou sempre que apresentar qualquer
acúmulo ou presença de sujeira, evidenciando desorganização e falta de higiene no
trabalho. Segundo a NR-17, a organização do trabalho deve seradequada às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a serexecutado.

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Desta forma, pudemos observaras irregularidades deste posto de trabalho:


1- Falta de parte da cobertura; 5- Local utilizado também como refeitório;
2- Iluminação inadequada; 6- Improvisação da bancada da serra
3- Piso irregular; circular;
4- Objetos obstruindo a circulação; 7 - Limpeza e organização deficiente.
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EPC - Equipamentos de Proteção Coletiva


Como o próprio nome diz, os equipamentos de proteção coletiva ou EPC são dispositivos
de proteção que abrange o maior número possível de indivíduos no ambiente de trabalho,
ou seja, são dispositivos que protegem os indivíduos ocupantes de um determinado
ambiente laboral. Os objetivos do EPC:
ü Preservar a integridade física dos trabalhadores e de terceiros presentes no ambiente
de trabalho
ü Minimizaras perdas, melhoraras condições de trabalho e aumentara produtividade
ü Minimizar ou neutralizar os riscos inerentes ao processo de produção no local de
trabalho
Na construção civil, podemos citar:
ü Sinalização de segurança, fita de segurança, redes de isolamento, cones;
ü Guarda-corpo;
ü Linha devida;
ü Lava-olhos;
ü Extintores de incêndio;
ü Barreiras de proteção em máquinas, etc.
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EPI - Equipamentos de Proteção Individual


Quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis, eficientes e suficientes para a
atenuação dos riscos e não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho, EPI (dispositivo ou produto, de uso
individual) deverá ser utilizado pelo trabalhador.
O carpinteiro deverá utilizar:
ü Capacete; ü Óculos de segurança, Viseira facial, Máscara para pó;
ü Sapato de segurança; ü Cinto de Segurança com trava quedas;
ü Protetorauricular; ü Luvas de raspa nos serviços de forma e desforma;
ü Avental de Couro; ü Creme protetorcom filtro solar.

Neste posto de trabalho,


podemos observar que o
carpinteiro não está
utilizando protetor auricular,
nem as luvas adequadas aos
serviços de forma. XX

A falta desses EPIs coloca em


risco sua integridade física. É
dever do trabalhador exigir e
utilizar os EPIs, assim como
utilizá-los apenas para a
finalidade a que se destinam e
mantê-los sob sua guarda e
conservação.
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Ferramentas Manuais
O carpinteiro faz uso de uma série de máquinas e ferramentas manuais, elétricas ou não, e
por isso, deve sempre verificar as condições gerais das ferramentas manuais e elétricas
antes de usá-las. É importante que se faça manutenção preventiva nas ferramentas
manuais e comunique qualqueralteração nas ferramentas elétricas, para registro em livro
de inspeção.

Comumente, os carpinteiros utilizam:


ü Serrote ou serra de arco; Ÿ Lápis de carpinteiro;
ü Esquadro; Ÿ Pé-de-cabra;
ü Prumo e nível; Ÿ Cinto de ferramentas;
ü Formão; Ÿ Serra tico-tico (elétrica);
ü Martelo; Ÿ Serra circular portátil (elétrica);
ü Trena; Ÿ Plaina portátil (elétrica);
ü Machadinha; Ÿ Furadeiras, etc.

Em relação a ferramentas manuais e elétricas, neste posto de trabalho foram observadas


as seguintes inadequações:
ü Falta de dispositivo de fixação do martelo ao punho do trabalhador, gerando o risco de
queda da ferramenta podendo causaracidente;
ü Ferramentas manuais de disco deixadas no piso, conectadas a um ponto de força,
incorrendo em risco de utilização por trabalhadores não capacitados.
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Ginástica Laboral
Para evitar lesões musculares e outros problemas gerados por esforços repetitivos, o ideal
é se alongar com a ginástica laboral - uma série de exercícios físicos realizada durante o
trabalho para melhorara qualidade do dia, e davida.
Os exercícios servem para alongar o tronco, cabeça, membros superiores e
inferiores.“Eles devem ter baixa intensidade e todos podem ser feitos em um intervalo de
15 minutos, já que cada movimento tem uma única repetição. Assim, o alongamento não
cansa nem sobrecarrega o trabalhador”, explica o educador físico Nilson Xavier.

“Quem trabalha na construção deve se preocupar não só com a fadiga muscular


provocada pela rotina, mas se atentar também a possíveis deformações da estrutura
óssea.”

Os exercícios devem ser realizados antes do expediente, mas também podem ser
repetidos durante e após o trabalho. Em cada exercício, o ideal é alongar um membro de
cada vez – braços, pernas, ombros, pescoço, coluna–, segurando o na mesma posição por
10 segundos.

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