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162 Dslogo% Conn 19° Contemperineos sobre Homens Negros e Masculiidade’ Homem negro, corporeig Introduce 5 discuss6es sobre a sade do homem sio bem rents ie discusies sobre or denen gc ere masculinidades venham de longa data, Com anilses embed na teoria do género, pode-se enxergar que o campo de estados sobre 0 homem, ou sobre os aspectos do masculno, fi era do em relagio ao feminino. Nesse sentido, as masculiidades ganharam forca como objeto de estudos na media em que se passou a analisar 0 que consttui essa mascalinidade ~ aqui colo cada como a heteronormativa ~ quaisstiam a solues para essa masculinidade no que afea as mulheres negaivament. Boa parte dos estudos acerca das masculinidade, principal mente 0 campo que abarca os individuos hétero-afecves, tem sido pensado de forma a se evitar ¢a combate os problemas que lama masculinidade deturpada efou machista colo frente 3s mulheres nas suas relag6es com esses homens. Os ems bord: thos sio bem amplos, com produ sobre violencia domes Teproducio e sexualidade, entre outros. As eeméticas a ‘tio muito locaizadas a partic do impucto dos hemes 1 3S mulheres e, talvez pot conta disso, 0 feminismo rem s e163 omer nag, corparsaies aise" eer ——— wes a 4 brugado no estudo das masculi a como Posing i |. Corporeidades Ras socied; : ue se enxerga cOmO algo Negativo 35 mujpens prensa aes sn denobraments there percepsdes holisticas dg corona africanas: ‘machismo e seus des Oro do sagrnte “ppc da producio considervel sobre ese tema — we po. no Basil sem a incitiva feminists, a? sente-se a necessidade de se estudar € pesquisar o cq masculinidades ¢ do homem por fora de um vies ey sempre deslocado para responder 20s incereses ds egg, comas mulheres, ou melhor dizendo, que mio sja sempre ns resposta apresentada is indagagdes que o Feminism propos, homens. Pensando ainda em termos relacionais, 0 pensar eu, campo do homem pode ser realizado a partir do olhar miso, lino, criando, assim, suas préprias indagacées e problemétca para que, partir desse ponto, se possa dialogar com as propia questGes que esse homem formula, assim como dialogar com as questdes desenvolvidas pelas mulheres em seus variados mani :mentos politicos eas que se mancém fora deles. artigo tem, desse modo, 0 interesse em pensar a relagio dos homens negros com sua satide e como olham paras pr tindo das perspectivas historicas pelas quais alguns povos afi ‘anos entendiam seus corpos no periodo pré-colonial, passind> pela ruprura dessas visdes provocada pela escravidio eo lugar reservado i satide do homem negro nas politicas brasileira de satide, Ressaltamos que & um texto que parte das observisos ainda incipientes dos autores sobre o assunto e que sua form” lacio e alguns achados aponcam para estudos mais profundos hoje TP ds ue 166 oi #9995 Conterporineos sobre Homens Negros e Masculine aR 1 Oseratticane © historiador malinés Amadou Hamat denis en seadiséo africana aquilo que o hisorador enep Chere ‘Anca Diop conccituou como “unidade cultural da Afice Ne gat (2014), € que nesse artigo trataremos como Gio holistica do corpo e do espititoaticano", A escravidio negra nas Américas, uma ‘percep do seu advent até sea cencerramento legal, deslocou cerca de doze milhées de see hhumanos, que foram sequestridos em todo o continent, dos quais em torno de um tergo ~ quatro milhses ~ fi destin as terras brasileiras. A partir desse enorme contingente “bre siliro” da escravidio, é possve, apesat de todas as difeulda- des em termos de acesso is informagées, tracarlinhas gers a respeito das origens éenicase geogriicas expeificas dos povos africanos no Brasil. Assim, em geal, ahistoriografareconhece {que 0s africanos escravizados ¢ enviados para 0 Bras major- tariamente provinham da Africa Central ~ Bacongo, Malim- ba, Bambo ~, assim como da Senegimbia ~ Yoruba, Wolo Bambara, Mandinka, Essasinformagées nos permite, entre outras questBes, mapear priticas cultura ecosmovisies des- Ses povos nos periodos anteriores 3 colonizaséo do continente ara, dessa forma, podermos explicicar as perspectivas lacio- ‘ais dessas sociedades no que diz respeito 20 seine 20.00% Po humano ~ 0 aspecto que nos incressa neste ati Observamos oa cpamoviies fica de = ime eval, em suas experiéncias précolonias, compreend oman negro, corporeidacesesnide. 165 re: ST sie ano como um recepticulo do sagrado a po hut co rpeaoes constantes. Pode-se afimar, nessa Patty gg significa Petspectng ae an PFE sus a representagio do sagrado no plano fisico e, para além 4 sempre epresenco # propria sactalidade expressa ng gi dade humana. Por exemplo, entre 05 Fults © 05 Bambara” grupos étnicos da Africa Ocidental -, Hamparé Ba (209: fornece uma luz referencial ao identificar, po humano nas sociedades afrcanas semy 3) nos nas culturas dena, rinadas po ele como ‘Neddo ¢ Neddaak’,evidénciastclacy, nasa respeito das caractristicas pera da civilizacéo africans» descreve a “definigio da pessoa humana” como uma divindade com duas caracterstcas bisicas, a individualidade ea unidade em Deus, ‘As adigdes banto-congo, em outro exemplo, sugerem que a pessoa seja em si “uma energia, espitito ou poder” (NO. BLES, 2009, p. 282) uma espécie de um “sol vivo” possuidor de uma esséncia ou espitito cognoscivel, por meio do qual se desenvolve uma relagio duradoura com o universo total. Para (0s Bacongos, por sua vez, o nascimento de uma crianca é com- preendido como a “ascensio de um sol vivo” (idem, 2009, p. 282), o mundo superior, Logo, as pessoas sio, simultaneamen- ‘6, receptoras ¢ instrumentos da energia € dos relacionamentos divinos ¢ nesse sentido, &a sua esséncia espiritual que as torna humanas. Outro exemplo da ideia de divindade humana na Afticn ‘também presente entre os Bacongos, vem a ser 0 espago $0" «ial ocupados pelos mais velhos. Na cosmologia desse po" Naambi Mpungu (Deus) “nada mais é” do que um ancestral Sittemamente longevo, Para tanto, todos os outros ancest ~ Palsy mies, avés, bisavés, tataravés — estariam nacuralmente 166 os 8°90" Contamporineos sabre Homens Negros Mascliidodet Se Te sais pis de Nrambi do que aloes gg fs, POF FEPFESENEALEM Uma proxi Sloe. Mpungss les suscitariam maior repeitg ae Seis dade isica “mais cnr ma vin. Na mesma medida em que o mitdlogo ¢) (1999), €m O Herdi Com Reso Afican wins ee . de "Ba Divino” pars tefticse as or do panes ba ssumimes aqui 2 propio de ohamer oop dermos as cultura aftcanaspré-olonsisem um sender complementariedade entre corpo e epi to, sagrado e natu- ri, divino e humano. Em outaspalavras,dfendemon neve artigo a ideia de que 08 povos afticanos, anes de passe pelo episédio da grande escravidio moderna, compreendam asi mesmos, em suas cosmologias, como seresnaturas ¢,exa- tamente por isso, como seres sagrados: idade maior Pet, Incluida na nogio africana de esprtualdade ou “orga epi tual” esta erengade que acomplexidade (materiale imal) de ser uma “pessoa” the di um valor humane inerinseeo€ que “pessoa” é, na verdade, um “proceso” caracteriado pels eis divinamente governadas da exci, da aparénia, do apes sgoamento ¢ da compaixio. (NOBLES, 2009, p. 285, gifs do autor) A experigncia do deslocamento fisico transoceénico, jun- ‘amente com os traumas da violéncia implantada pelo sistema scravista, representou uma ruptura com tais dimensdes de humanidade. Ourrossim, seria exatamente essa ruprura que Petmititia por séculos a introjegio de estereStipos nocivs 2° parte dos desenvolvimento humanitério de si mesmos po ce desimesmos afticanos escravizados, pois descreditados ¢desenc Seus deuses originais e, consequentemente, a amento do mundo, conforme preconizoy ort as Web tran cona a possibilidade de cys preesio do mundo ocdenti moderno sob a perspectia fg Fisxanciamento ¢ da negasio do sagrado em beneficio do cy, “ecimento cenifico ¢ cada vez mais, de verdades abso, ireconcilidveis com um mundo metafisico, crm eontrapartida, considerando a premissa de que po, mundo ocidensal” pode-se compreender toda a culturafiy. Izasio herdera do mundo greco-romano, defendemos aqui g pressuposto de que no fora apenas o chamado “mundo ociden. tal” o “grande precursor” do que compreendemos hoje como ‘modernidade e contemporaneidade. O que propomes aqui é cvidenciar como as sociedades aficanas, apartadas da influéncia ‘ocidental, compreendiam a experiéncia encantada da vida, ex- pressa em outras possbilidades do corpo humano, ¢ como, pos- teriormente, tendo a hist6ria como testemunha, observa-se 0 desfalecer da sacralidade do corpo africano, jf sob 0 jugo do ad- ‘vento da escravidio. Na sequéncia, pretendemos explicitar quais implicagées desse movimento histérico se fazem presentes ainda hoje nas projees de aide dos afrodescendentes no Brasil, especial dos homens negros, No entanto, deve-se atentar-se para 4 ideia de que existe, de faro, um catalisador dessa histéria ~ essa transigio do humano sagrado a humano mercadoria~¢ que essa transfiguraséo péde apenas ocorrer com sucesso sob 05 auspicios da escravidio negra e de sua consequente didspor®- 1.28 diéspora como catalisadora © surgimento da escravida iis 7 Ko da escravidio, e sua consequente Pots modetna, deve ser compreendido como um fendmen? ~K Teall salissdor 64 histriaaficana pel ny Marimba Ani ¢ Wade W, Nobles cu ra a compreensio das rupturs ente« mune on “ecolonial € as populagdes negra das sociedades sa Bs concemporaneas. As ideias de “maafs" (ANI, 1598) ‘escarhamenco € desaftcanizasio” (NOBLES, 2909) Se vam a existénca de um contapono hissrico oe» an ‘ae 08 afro-americanos', Para os autores, 0 advento de um indo. Autores como haram conceitos-cha. tqos existencial para 0s escravizados foi 0 ponto cental da politica esravista em termos mundias, posbilando canto [manutengio desse sistema social por mais de quatrocentos jgnos quanto a dominacio estrurural racalzada manifesta his toricamente em toda a didspora africana e ainda vigente, ‘Aideia de maafa, presente na obra de Marimba Ani, Le the Gircle Be Unbroken: The Implications of African Spirituality in. the Diaspora? (1998), refere-se& palavra swahili para designar fo termo “desastre” ou “grande tragédi". No entanto, outros autores, como Maulana Karenga, ampliaram o significado de maafa pata a ideia de “holocausto aftieano”, expressando uma amplitude intencional de suas dimensées. De uma forma ou de outra, todas as designacées possiveis do termo expressim 2 ‘eisténcia de um gigantesco e sistemitico estado de desonlem Social, fsica e espiritual ao qual os aftcanos seu descenden- 15 foram submetidos ao longo da historia desde a esravidio moderna no ocidente: ras € 0 de ‘Marimba Ani (1998) inereduz o conceio de mail © ne como grande desist € inforcinio de more —_ \ Americanos aqui se rata de uma ref 2 > © 2. Em tradugio lve: “Dene o cca sinner *Prcualidade aficana na spor rassrde po: | Pere ei oe py conten a se on male 9 ego da hence seompanhada do desprezo ¢ do desrespens es ae nos 20 su ditto de exist. O mate geo ree sicnon nda ecevanene eeese 2009, p. 281) afecanos, Ji por“descarlhamento e desaficanizagio", Nobles com, preendeo proceso inrinseco de continuidades edescontny; ddades estabelecido entre as sociedades africanas pré-coloniais fo Novo Mundo, Em outras palavras, a metifora do descar. Thamento refere-se ideia de um trem em movimento fora dos trilhos que, mesmo desgovernado, segue um curso indeterm. nado; no entanto, a centralidade dos passageitos no interior do trem em movimento dificulta a percepcio de um ‘des-curso do caminho original. Assim, sob essa mesma légica, Nobles centende a didspora afticana como esse trem em curso, descar sihados ‘A metifora do descarithamento importante porque quando sso ocorre 0 em continua em movimenta fora dos wilhot o| que ja ata roe Problema per pra o acendimento de algo particular. © PNSIDN gon somo objetivo geral a “reducio das desigualdades étnicoy Giais,o combate ao racism ¢& discriminacio nas instiuigg, e serigos do SUS” (MINISTERIO DA SAUDE, 2013) Com esse intuito, melhorar a qualidade da informagio sobre 2 populagio negra que acessa o sistema basico © das dispar. dades regionais ¢ locais no acesso estio entre seus objetives, entre outros de importincia impar. Boa parte desses objei- ‘os e restringe &resolugio de problemas ainda persistentes no SUS com relagio’a populagio negra, 0 que impede nio apenas tum melhor atendimento, mas também a produgio de mais informagées que poderiam induzir melhoras no sistema e na produsio de conhecimento especifico, aumentando, asim, 0 acervo sobre 0 bem-estar da populacio negra tide my Nese apecto, nio ha grandes clivagens que envolvam d- rerzes ¢ objtivos que estejam mais ligndos a um género do 4 a outro, embora haja atengéo especial com relagio a ag ‘mas doeneas ligadas as mulheres ¢ 4 violéncia doméstica. AS quests a serem enfeentadas, em suia maioria, io colocalis ara 0s individuos negros — homens ¢ mulheres ~, tendo ® ‘uestio territorial e a faixa etiria maior peso como elementos de atengio, Porém, a grande questo que fica €: se 0 obje¥0€ Produzirinformagdes sobre a populagdo negra que é endl ‘ual vai sera producio de informacio sobre os cuidados 4° 102 Dog, Contemporéneos sobre Homans Negros e Masculinidade yem negro, j4 que no que tange a9 cuidado fopée 40 que parece de ambos o les, se plone va e racismo introjetados por estes indivuosnegros em wa forma de agit Sea pelo racismo institucional das eseucuas de drendimento bisico de saide? ‘A cajetoria politica das mulheres negrasenquano grupo social organizado tem, por isso, uma prevaléncia importante was quest6es de satide da populagéo negra. A propria extra ura do sistema de bem-cstar, voltedo as mulheres em estado agavidico € As criangas recém-nascidas pequenas, acaba por permitir que determinadas desiguldades no tatamento de mulheres negras e mulheres brancas fiquem mais visves, 0 aque possibilita intervengbes mais qulifcadas sobre os proble- ras que as acometem na assisténcia médica da satide piblica, diferentemente do que ocorre em relagéo aos homens negros. 2.3 A auséncia do homem negro como elemento de analise nas politicas de saiide para homens Grande parte dos trabalhos que tem a anise da saide do homem como eixo principal faz uso da abordagem feminist ¢ da teoria de género para entender as necessidades ¢ propor s- lugées dentro das possibilidades de alreragdo tanto do sistema de atendimento de satide quanto da rclagéo desse homem com asta propria satide. No entanto, énitida a falta de inserumen- tos para analisar a construgio da masculinidade negra 9° ttaz em si esquicios de uma estrucura caleada no magi tacista, dentro de uma matia de géneto que define ° PAPE de atuagéo desse homem tanto em relagio asi mesmo co sade. 109 pees Homem nage, corporis Se is idlise que se refer penne os eis Uma ais ende em ey pens neces, beads MAO 2Pen35 no impaae smo, mas também Nas possibilidades de combaté.jg he rai que o género una os homens, ha disting6es entr : rE aS Cons. inves da masculinidade nega € da masculinidade bray i 10 universal ea pri indo a ultima posta como uni Primeira comes ertelo inferior, segundo a qual Fanon (2008) indaga: de cx, Estas “aberracées afetivas” citadas por Fanon coloca este hhomem numa gama de construgdes desumanizantes, que cexplicitam o lugar de “homem negro” ¢ nao de apenas *ho- ‘mem. A ideia de mera mercadoria a ser vendida e comprada, ou comparado com um animal, destituido de ser ventos € racionalidade humana, o dessensibiliza de diversas maneitas, ois jd que € visto como uma besta, no sentido da forga, da poténcia, € visto de forma sobre-humana. A concepgio do ho- ‘mem negro como um ser forte, bruto, néo afeito a cuidados,é fruto da destituigéo de sua humanidade, A Politica Nacional de Satide Integral do Homem (PN- SIH), a0 contritio de outros documentos que prevendem ‘tientar as politicas piblicas de grupos especificos, nio foi or Binado de uma ampla participagio da sociedade civil - how ¥e apenas cinco eves sacadémicos ¢ enti -ntos com a participacao de pesquisadores idades da sociedade civil -, mas do podet 184 Diogo * Contempo es sobre Homens Negras e Masculnidades ey SO stco na defnigdo dos conensos sabe Fx fo assentado. De acordo com Med sala pica da sciedade cil a scotinrermet, 0 que demons ovis ba 98 quais 0 docu tado ec al, (2011), locumento foi feta : octata do PNSIH, Ponstrutdo pelo £0PO, Sem partcipast efeva dos princpais jnceressad0s- Essa influéncia do poder piblico comase evidente no modo de encarar 0s tpos de dbitos mais comuns aos homens, pois a andise se foca na parcela considera mais produtva Menite 08 25 € 59 anos —, que teriam uma vida laboral mais juiva, ou Seja, de maior utilidade. A observasio sobre o ébi- to esta mais relacionada, portanto, & perda produtiva do que gos proprios interesses destesindividuos. O PNSIH apresenta muitos dados importantes sobre as condigdes de saide dos homens que tiveram algum tipo de cuidado no sistema pibi- co, mas nao desagrega nenhum dos dados apresentados para que se possa enxergar qual 0 peso destas morbimortalidades nos homens negros. Essa dificuldade presente nos insttumen- tos analiticos sobre a varidvel ragalcor é uma das criticas mais realizadas pelos movimentos negros ligados & étea da saide, uma vez que impossibilita percepgdes mais nitidas sobre 0 que acontece as pessoas negras na atengio bisica& sade, No caso do documento voltado aos homens, € possivel supor que alguns dados se referem de maneira implicta 205 homens/jovens negros ao se cruzar as informagées sobre Sito Por catsas externas com os niimeros apresentados, por xem plo, pelo Mapa da Violéncia. O mapa tem Sn pbs ano, qual o valor da vida da populacio negra m2 SA de brasileira, na medida em que 0 individuo Ge vi . chance de morrer do que um individu branco "STN andlise com base em raga e género, os homens <6 omen ne, coporscageressides 85 ona equentes nas mores ViTEMESS, Sia pel Fay vos mais . pelo homicidio simples. : Tid mengies os indvidu0s meBr08 NO PNSIH, mas. feo de mancira muito 25% ligando-os 8 mortes por hy ian e trazando um perfil generalista de jovens negigy : BF0s chegam a dbto. Em outras mengées, eles aparecem aoe pads aos abjetvos de pensar as diversas identidades, 9 ancy rovamente ealizada de maneira muito supérfla, sem grands aprofundamentos. Sendo a populagio negra a que mais necesita do SUS populagio masculina negra 0 principal alvo vitima da vig. lencia armada ¢ da negligéncla estatal, € urgente outro olkyy sobre este documento para que as politicas as possives sola, «ées envolvendo 08 cuidados de sate sobre os homens pos. sam ser pluralizados & luz de suas condigées diferenciadas de tratamento e de acesso a0 bem-estar na sociedade brasileira, 2.4 Qual o lugar do homem negro nna estrutura de satide? O racismo institucional coloca barreiras resistentes 4 apli- ‘asio de politicas piblicas destinadas aos homens negros; po- ém, a dimensio do racismo interpessoal também tem peso 1a anilise das pessoas negras que chegam a tet atendimento no posto de satide. Se as queixas mais comuns das mulheres ‘egras durante o periodo gravidico era a falta de toques inti- ‘mos por parte dos médicos ginecologistas, ou a alegada “maior ‘esistincia” a dor na hora do parto, o que implica em menos ancstesiaa essas mulherest, qual 0 efeito do imagindrio racist! Role dine 40 tratar um corpo masculino negro? ‘eit dete, er Maia do Carmo Leal eal. (2005) ee f provivel ane a8 consequéncias d imo que incidem nas mulheres negag ae mens nnegros Nos atendimentos médicog sant €O™ 08 as 0 questiona- ppeato que fazemos € uma mera dedusio, han de toral * atravessamentos do fata de conhecimento sobre como se cons Gua so 08 ito dessa elato para ese hy gia de cuidados médicos, Hi um nitidosiéncio ou may dizendo, invisibilizagio ~ que diz muito sobre lugar dene gorpo-homem no sistema de sade, Importance ressaltar que, itu essa reagéo € }oMEM que neces- se 05 homens negros acessam 0 stoma de cuidado & said, hé a falta da variével cova om boa parte dos procedimentos, 0 que dificula uma compilagio aque permita estudos mais aprofundados sobre as doengas mais prevalentes nesse grupo. Com os dados que permitema crac- terizagio desse individuo/grupo, esas informagies podeiam se tomar estatisticas que conttibuiram para uma politi de satide que atravessa tanto raga quanto género, algo que pouco (ou nao) aconteceu até hoje, No que tange a produgio de pol- ticas de satide integeal, o homem negro ainda constituio queo socidlogo Guerreiro Ramos (1955) chamou de “negro-tema", sem ser abordado com andlises profundas e ainda néo conce- bido como principal vitima das mazelas e das morbimorei- dades que os assolam em demasia. ‘Os motivos para esse hiato entre seta principal viima & concomitantemente, o figurante nesse process, parece tar bem nitidos, mas isso soaria como uma fala resposta, ou ‘melhor dizendo, como uma resposta mui ras st ae

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