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Per-vertido Homem Negro: reflexdes sobre masculinidades negras a partir de categorias de sujei¢ao Tulio Augusto Custédio Comegando... tema Masculinidades Negras tem assumido espaco cada Or mais relevante na atualidade. Esta constatacao é sim- ples ¢ pode se aferida pelo proprio leitor deste livro, ou mes- mo Amotivagao que o levou a buscar este contetido. O fato é que este tema tem sido parte de investidas académicas muito instigantes, tanto no contexto internacional, bem como, feliz- mente e necessario, no contexto nacional. Nao obstante o in- teresse académico, Masculinidades Negras vem se configuran- do como uma constante enquanto tema de debates e mesas, | no debate ptiblico que surge nas rodas de género € de questéo racial, e ganhando espago semantico nos modelos de ser e agir que atingem as expectativas de homens e mulheres negras. | A partir deste contexto, este ensaio é uma reflexdo nao aca- démica sobre 0 tema com o intuito de colocar nesse debate Publico algumas quest6es que podem amplid-lo. Ele tem, por- tanto, cardter ensaistico, de modo que pretendemos aproximar © piblico tanto das reflexdes desenvolvidas nos debates que Femos nos inserido, assim como de algumas bibliografias que fe ¢ssenciais para a reflexio da tematica. Nossa intengao com Ste ensaio é esbogar uma abordagem sobre ideias de categoria Per. *er-vertido Homem Negro: reflexdes sobre masculinidades negr25~ 131 | i | = sie sain ede gprs PORTANGE 2 Pair doy ‘cones no debate PUDIICO sobre mage = pois, seredicamess io bastante prop cas etic ( ese Rages de mascuinidads ma sociedad Crees egos, de modo geal rem absorvido essa exper ren abate no slo fal sobre 0 sentido que qu ‘sa reflex, ‘erverter” vem da etimologia yen depostar fora do lugar (MONTENECAY com essa reflexio, explicitar come 5 Sg, idady performitins) © cas aceey 4% lo on negra Ess cesiona 3 inca, imputar lugar inadequado, 2011, p. 90). Pretendemos, ‘eri da masculinidade de homens negros, pautada em pi pics de uma masulinidade hegemonica (Patriarcal, fundamen tnente racial, sexual, cultural e socioeconomicamente no homey, branco heerossexual) & uma masculinidade exercida fora do lug (© homem negro estatia amarrado na dor da masculinidade pa inal egemica!(napped in the pain of pariareal mae, | 0 mo depres “masclnidade hegeménica” tem uma hiss dere di refer de macliniades,Exolhemos usar neste ensaio a express cult hgemnicapavarcl” por entender que ela localiza um paso pra eas eas de masculnidade hierrquica dentro do conan ideas imerages ene homens e mulheres, inseridos em ua lp «2 do patina, O pono & que nio existe uma configures die de sa ge denro de masculndade do patracado, assim coma apr 0 cone imscnidad hegem6nis’ nfo di eona ds process de eturaereprodt orhomens nio-hegeminicos (ou subalernizade), mas ainda dente da i tral re dam doy com obra de Onno Pink, pet Semen qu um indvidvo mascalino pode apresenar uma poss kan lest em ov var ecto say koa «so egemnic” nip um absoluto condicionant de sua expt cement enendr como se eliza Kentaes msc tr rit Mga de conzadigo ene sistemas de poder diferentes tog a tema dimértico de génros, pitas ediscursosrclitt deguaade catbitaem inerseccionalmente, produzem novas die ‘loeb. CE. Pinko (2008) e ambém Coase 20° "32 060905 Conamy otines sobre Homans Nene « Masculnidades | ae sj afiemou bell hooks (2004). Pos, 20 ero exer a sinidade reprimido (recalado) de reconhecinene okt esse padrdo hegeménico pattiareal branco, cee wane lugar inadequado de realizagio,transformando asec, see plea em do Feo, ¢verend para fren dor sar cedigos performativosfora-desi, ou sea, do que desta a Eo mimetizar. Nes condigi, o homem negro excrba $e ridos que Compdem esa masulinidade hegemnia pa ot geal ese ili em sua identidade, aprofundando tevesamenc jp oposto de seu desejo de ser e ser reconhecido na condiséo de fomem, Para compreender melhor isso, vamos perorer alguns dementos que 0 debate de masculinidades negras nos taz, tanto tos quesitos sobre genero © masculinidades quanto na questo dent yam de aga para o ser negro Vale ressaltar que nao se trata de universalizar um tinico pa- drio ou ignorar a existéncia de homens negros, sujitos hist6- ricos, que rejeitam a masculinidade patriareal como modelo tentam construir outras perspectivas para experienciar suas vidas — uma vee que neste livro encontramos virios deles entre 0s autores. Padrées de masculinidade, assim como de identidade racial, estio sujeitos a0 contexto histérico € de negociagées ¢ agéncias. Portanto, no podem ser olhados a pattie de earacteris- ticas duras, imutaveis ow mesmo aprioristicas*, No entanto, ¢ af se evidencia a importincia dessa reflexio, um padrio normative cstrutural se exerce como condigio de experiéneia vivda, dessa 2. Gomo nos sponta Osmunde Pino: “undo s fla hegmonia alternidade, flase de procesos dinimicos de conseust ereconsrugio de bemonia ou de comers piso o ei ds ino Cis dace msi oe src 60+ de poder e dominagio que ocortem em contexts sociiscrurios orem aberts 4 inovagio" (PINHO, 2004, p- 65) snidadesooares. 189 Perverco Homem Negro eflexbes sobre mas en sjva das pessoas — homens € mulheres fa 3 a as prise vies demand > nee rma senid Je € POU emen jen 4 veatvas de sofimento Ou realizagag fet tivo de masculinidade hegeménicg aie aque precisamos nos debrage sends srgem dessa {elo normat esse mod * Gio al amar elimi, ate ress Tan am diso, nossa incutsdo pelo tema de masytn, dades negras segue 0 inreresse pel0s processos de sujicio, 4) Sin de formas de suits €consequentemente como gy, tea expecatva de passagem para o individuo, no conte, dda modernidades. O processo de sujeicio (ser sujito ey sujetado a) de uma pessoa € UM Processo Muico complex,

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