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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SÃO PAULO - CAMPUS SALTO

Trabalho apresentada como requisito parcial de avaliação semestral na disciplina de

Psicologia da Educação, do curso Licenciatura em Matemática.

Prof.ª Dr.ª Eliane A. Bacocina.

Aluisio José Galvão dos Santos

A FAMÍLIA E A ESCOLA

UMA UNIÃO PERFEITA

2022
INTRODUÇÃO

O capital humano, especialmente ao nível da educação desempenha um papel fundamental no


desenvolvimento pessoal e econômico dos indivíduos. Nas últimas décadas, os indicadores
sociais do Brasil, como a redução do analfabetismo a permanência da população na escola e o
crescimento da escolaridade, melhoraram significativamente. De acordo com o censo de 2010,
o número de analfabetos no Brasil diminuiu 52,23%.

Em 1991, cerca de 20,1% dos brasileiros com 15 anos ou mais eram analfabetos, em 2010 o
número caiu para 9,6%. Em termos de frequência e retenção escolar das crianças de 4 a 5 anos,
esta percentagem aumentou de 51,4% para 80,1% entre 2000 e 2010, o que representa uma
melhoria visível. Esses indicadores elevaram o nível médio de escolaridade no Brasil.

Nos últimos anos, houve uma mudança no perfil das famílias brasileiras, de acordo com o censo
de 2010, o número de domicílios chefiados por mulheres aumentou significativamente. Em
2000, os números indicam 22,2%. Em 2010, sua participação era de 37,3%. Porém o aumento
inclui também casas onde o cônjuge se encontra. Por trás desta variante está a mudança do
papel da mulher na sociedade, a entrada massiva no mercado de trabalho, o aumento da
escolaridade e a diminuição da taxa de natalidade.

Outra alteração importante é a estrutura familiar, entre 2000 e 2010 o número de famílias com
filhos diminuiu 12,41%. Em 2000, havia 56,4 das famílias brasileiras desse tipo e, em 2010
esse número caiu para 49,4%. Famílias compostas por mulheres com filhos ou homens com
filhos, denominadas famílias monoparentais, representam cerca de 18,6 famílias brasileiras. O
número de famílias de casais sem filhos também aumentou, representando 17,7% do total de
famílias.

O baixo desempenho escolar era um fracasso até alguns anos atrás e a responsabilidade era
inteiramente da criança, hoje porém já se reconhece que as dificuldades de aprendizagem
aparecem por meio de um contexto tanto situacional quanto interpessoal. Não se pode falar em
fracasso escolar tendo apenas a criança como referência é necessário levar em conta a situação
em que a criança está localizada, assim as famílias e as escolas podem ser as grandes
responsáveis pela determinação do insucesso escolar. O objetivo deste estudo foi verificar
como a disfunção familiar interfere no fracasso escolar. A família nuclear, composta por pai,
mãe e filhos, ainda é considerada a menor unidade social, a célula, que juntamente com as
demais, formará o tecido social. A vida doméstica e familiar pode proporcionar as condições

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necessários para o desenvolvimento da personalidade da criança. É na família que a criança
encontra um modelo, e um contexto da socialização, dessa forma este trabalho analisou os
motivos pelos quais alguns pais não apoiam seus filhos no processo de aprendizagem e
identificou os aspectos do fracasso escolar relacionados à dinâmica familiar. O interesse por
este tema de pesquisa foi baseado em minhas próprias experiências, além de ouvir
incessantemente de Coordenadores Pedagógicos e educadores que as crianças que não se
adéquam ao ambiente escolar, e aquelas que têm problemas de aprendizagem e adaptação à
escola acabam saindo da escola. E tudo por causa dos problemas que enfrentaram em suas
casas, esse é um número muito alto de alunos do ensino que abandonam ou reprovam não
apenas por problemas cognitivos, mas também por falhas na estrutura emocional e na formação
do caráter.

Diante de todas essas preocupações, surgiu o desejo de encontrar e revelar informações sobre
o fracasso escolar como reflexo da desagregação das famílias, pois a relação entre a família e
a escola é muito importante na construção da identidade e autonomia do aluno desde o
momento que, observar a família durante a aprendizagem leva ao fato de que as crianças sentem
duplo apoio, ora do professor, ora dos pais, e proporcionam segurança que surge no processo
ensino-aprendizagem.

A comunidade escolar geralmente procura levar em conta o processo de aprendizagem dos


alunos para garantir sua plena educação e desenvolvimento social. Isso significa que a família
e a escola devem estar em harmonia para que o processo de ensino e aprendizagem produza
resultados satisfatórios para todos os envolvidos. Tomando sua família como exemplo para as
crianças, o ensino e a aprendizagem devem estar atentos, levando em consideração os aspectos
individuais de cada criança e entendendo que cada uma tem sua própria bagagem cultural e
individual.

JUSTIFICATIVA

ASPECTOS TEÓRICOS DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

A família passou por muitas mudanças, desde a estrutura até a formação de valores. A família
é uma instituição e o primeiro contexto social em que um indivíduo está inserido.
Considerando a história e a composição da família e o papel que cada um assumiu, nem sempre
foi tão fácil pensar em colocar o indivíduo no contexto denominado família.

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O conceito de infância mudou muito no decorrer da história da humanidade junto com a
sociedade. Na sociedade medieval, a infância não era vista como uma etapa da vida de uma
pessoa. À medida que a Idade Média avançava, a sensação de abandono continuou, e a pobreza
era uma das maiores justificativas para o contínuo sentimento de desamparo da criança. Para
Aires, as crianças eram vistas como adultos em miniatura, destaca:

O tema é a cena do evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a mim as
criancinhas, (...) as miniaturas que se agruparam em torno de Jesus oito verdadeiros
homens, sem nenhuma das características da infância, foram reproduzidos em uma
escala menor. Apenas seu tamanho distingue dos adultos. (ARIÈS 1981, p.50)

Nesse contexto histórico podemos citar o período feudal, época em que a família era
considerada como unidade de produção e trabalhava em conjunto em benefício de todos. Mais
tarde, desde a revolução industrial, um “Marco” na mudança das relações sociais, tornando a
produção mais eficiente e lucrativa. Essas mudanças acabaram afetando as relações familiares,
onde as mulheres foram inseridas no mercado de trabalho.

Com a Revolução Industrial, a unidade familiar começou a se fragmentar em termos de


consumo, pois os membros da família, inclusive os filhos, passaram a desempenhar papéis
diferenciados no ambiente de trabalho, onde a individualidade desperta e o mercado
consumidor se expande. Nesse contexto, as crianças são vistas como agentes ativos de
produção, sem considerar a necessidade de inserção no ambiente escolar.

Nessa perspectiva, ocorreram mudanças nos valores e práticas familiares, principalmente nos
papéis de gênero, devido à avaliação da maternidade e do papel de mãe em decorrência da
entrada da mulher no mercado de trabalho. Nessa época, também nasciam famílias chefiadas
por mulheres, que conseguiam conciliar o trabalho doméstico e profissional e tentavam
sustentar suas famílias.

No pano de fundo de todas essas mudanças sociais e familiares, fica claro que os valores e o
desenvolvimento moral que devem ser ensinados às crianças desde a primeira infância
começam a se enfraquecer à medida que as mulheres, que antes assumiam esse papel como
uma de suas responsabilidades domésticas, agora executa outras tarefas em um contexto social.
O papel da família através do vínculo de amor e respeito foi fragilizado e deixado para as
instituições escolares. A família é largamente deixada de fora dessa transmissão de valores
básicos como a ética e a transferiu para o ambiente escolar. A sociedade de consumo influencia

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esse fato, pois os pais se dedicam todos os dias a melhorar a situação socioeconômica da
família, buscando melhor conforto e status sociais. A falta dessa relação mútua entre pais e
filhos, formação de valores afetou diretamente o processo educacional da escola, isso porque
como já mencionado, a família é o primeiro contexto social em que a criança está inserida e
portanto, o primeiro espaço de aprendizagem.

As crianças hoje têm um lugar muito importante na sociedade, diferentemente do passado


quando viviam nos mesmos lugares que os adultos, pois hoje elas têm seu próprio lugar. As
crianças vivem em diferentes contextos, falam sobre sua realidade e, embora a maioria das
crianças passe por dificuldades, elas são felizes, ativas, curiosas e sempre tentam encontrar
soluções para seus problemas. É claro que há crianças mais favorecidas financeiramente e são
elas que sofrem principalmente com o poder da indústria, junto com a mídia, que tenta fazer
das crianças o público, o consumidor. Mas o que melhor traduz infância e espontaneidade e
alegria de viver.

Portanto, cabe ressaltar que uma resenha literária não deve ser tratada como uma mera cópia
de partes das obras de diferentes autores. Mas sim, um trabalho de reflexão sobre o mesmo
assunto sob diferentes perspectivas. O autor enfatiza que:

Esse procedimento de síntese, análise, cruzamento e sistematização de ideias,


dados e informações é que conferirá o caráter científico ao trabalho, bem como
possibilitará ao aluno assumir uma postura crítica frente aos autores com os quais
está trabalhando. Uma boa revisão de literatura possibilitará ao aluno, antes de
tudo, criticidade e autonomia com relação aos autores abordados. (RAUBER,
2005, p.23-24).

A GESTÃO COMO MOBILIZADORA DO PROCESSO EDUCACIONAL

A gestão escolar deve desempenhar um papel dinâmico nas práticas vivenciadas no dia a dia.
Um líder deve trabalhar pelo bem comum e tentar pensar nos interesses da comunidade em
suas ações. A escola deve ser um espaço democrático, pois nela os cidadãos se desenvolvem,
aprendem a viver em sociedade e reconhecem que existem direitos e deveres que devem ser
cumpridos.

Ao se referir às escolas e sistemas de ensino, o conceito de gestão participativa


envolve além dos professores e funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro
representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do
processo pedagógico. (LÜCK, 2010, p. 17).

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O professor deve ser um sujeito crítico e reflexivo, um líder que saiba mobilizar o processo
pedagógico, é importante que o líder seja uma pessoa acessível com quem todos tenham
confiança e liberdade para dialogar. Durante o diálogo, é muito mais fácil e eficaz identificar
os requisitos que realmente existem. É importante que procure conhecer a realidade em que os
sujeitos se encontram, pois é preciso sair do contexto que vivenciam.

Do ponto de vista da família, o líder é um mediador valioso no contexto da escola, que tenta
aproximá-los e se unam para melhorar a qualidade do ensino oferecido pela instituição.
Recentemente muito se falou sobre a participação da família na vida escolar dos filhos, os
próprios meios de comunicação têm encadeado campanhas que incentivam os pais a
participarem da escola. No entanto, ainda há resistência, com muitos pais achando que são
chamados à escola apenas por queixas como comportamento e desempenho escolar. Assim, é
preciso direcionar os sujeitos a refletirem sobre o real papel da escola, demolindo conceitos
ultrapassados e há muito incompatíveis com a realidade da escola. Ao pensarmos juntos o
papel da escola e da família, podemos chegar a um terreno comum que pode melhorar a
qualidade do ensino e as relações vivenciadas no cotidiano educacional.

A FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Toda instituição de ensino tem como objetivo o aprendizado do aluno porque implementa as
práticas escolares de forma positiva ou negativa. Portanto, a família também desempenha um
papel importante, podendo ou não participar da aprendizagem de seus filhos. Tanto a família
quanto o ambiente escolar desempenham um papel no desenvolvimento da sociabilidade,
apego e bem-estar físico de um indivíduo. Por isso é interessante investigar como se dá ou não
a articulação família/escola, pois a família também deve participar da concepção integral do
sujeito para receber uma educação de qualidade.

Nesse sentido, muitas vezes acontece que a família compartilha responsabilidades que
sobrecarregam a escola e os professores e assim, dificultam o aprendizado das crianças. As
responsabilidades devem ser transferidas ao invés de compartilhadas porque ambos devem ser
parceiros, e a escola por mais que tente, nunca poderá substituir a família. A organização
familiar consiste em dois tipos básicos, a família nuclear e a família extensa, a primeira une
pai, mãe e filhos, enquanto a família extensa inclui outros parentes próximos além de pais e
filhos. A compreensão do termo família, Chinoy a define da seguinte forma:

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Uma instituição formada por pais e filhos que moram ou não juntos na mesma
casa, ou um grupo de pessoas ligadas pelos laços de sangue podendo incluir tios,
tias e primos, como também todos os indivíduos que procedem de um progenitor
comum. (CHINOY, 2008, p.545)

A articulação entre família e escola requer, antes de mais nada, saber o que os pais pensam
sobre o seu papel na educação dos filhos, e com isso tentar averiguar a sua importância na
aprendizagem, pois essa participação pode auxiliar a prática pedagógica dos professores, sendo
a família e a escola corresponsável pela inclusão do sujeito na sociedade, tornando-o
independente e crítico do contexto em que está inserido.

É importante considerar diferentes configurações e dinâmicas familiares para compreender os


discursos sobre a participação dos pais na vida escolar de seus filhos. As famílias são formadas
e existem de diferentes maneiras, portanto para abordar a relação família/escola, é preciso
também aprofundar as funções e fases ou ciclos das famílias.

O modelo de família patriarcal, onde o pai é responsável pelas finanças domésticas, determina
e dirige o curso dos assuntos, já não é comum e existem muitas famílias em que a mulher
muitas vezes assume o papel de pai e mãe. Hoje, famílias sem figura materna ou paterna são
muito comuns.

[...] função psíquica da família é servir de continente para as ansiedades existenciais


dos seres humanos durante seu processo evolutivo. A superação das chamadas
‘crises vitais’ ao longo do périplo existencial de cada indivíduo é indubitavelmente
favorecida por um adequado suporte familiar à desestabilização que tais crises
acarretam. (OSÓRIO, 1996, p. 21).

Uma criança aprende a falar, escolher o que comer, regras, valores e crenças religiosas por
meio da educação informal transmitida pela família, que por sua vez acontece por meio de
experiências e é baseada em bons sentimentos familiares.
A substituição da família por outra instituição pode causar insegurança mental na criança. Na
escola, por ser um ambiente diferente da família, a criança cria relações com outras crianças e
adultos, ali recebe ajuda dos professores na busca de informações, então esse é o trabalho dos
professores. Além do suporte teórico ter sido agregado ao desenvolvimento da personalidade,
apoiando as dificuldades encontradas pelos alunos por meio do apego, a atividade também
desempenha um papel central na vida familiar.

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Em relação a afetividade e ao respeito as crianças, o Estatuto da Criança e do Adolescente, lei
nº 8.069 de 13 de julho de 1990, no capítulo III, do direito a convivência familiar e comunitária,
na seção I, em suas disposições gerais, art. 19 consta que:

Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da família
e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência família e
comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de
substâncias entorpecentes. (E.C.A, 1990, p.5)

Da mesma forma, a influência da família sobre a criança representa seu sucesso posterior na
escola. Por exemplo, se uma família valoriza programas de televisão, filmes, passeios e
shoppings, livros, revistas, jornais e visita lugares que promovam a cultura, como museus e
bibliotecas, a criança adotará de certa forma esses valores em sua vida.
Lembrando que as famílias de baixa renda não estão excluídas porque não podem garantir uma
qualidade de vida satisfatória (alimentação, cinema, teatro, viagens), mas que podem garantir
e facilitar uma boa convivência e assim com resultados satisfatórios.
Portanto, estabelece-se que uma família em uma relação escolar contribui de diversas formas
para o sucesso escolar, suas ações podem ou não contribuir para que a criança continue
estudando, gostando, outras já apresentam resistência ao comportamento escolar. Os
responsáveis devem entender que na educação profissional formal e informal, eles devem
atender e incentivá-los neste processo tão sensível na vida das pessoas, porque não visitar a
instituição de ensino e saber como seus filhos se comportam.
Sem dúvida, as atividades educativas, seja na família ou na escola, não ocorrem isoladamente
e, se fragmentadas, podem levar o aluno ao fracasso escolar, independentemente da classe
social. Vale destacar também o importante papel do professor ao estimular os alunos a
enfrentar os desafios que eles enfrentam, ele deve estar preparado para enfrentar assuntos
heterogêneos, por isso conhecer o contexto da criança e sua origem é essencial nesse processo
de aprendizagem.
Tratar a criança como sujeito é essencial e deve garantir uma infância que enriqueça seu
desenvolvimento, seja psicomotor, afetivo ou cognitivo. Sendo a família a instituição social
mais importante para a criança, ela deve receber as principais condições para o
desenvolvimento infantil, que também sofre grande influência do meio social e cultural em
que está inserida.

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Em relação à participação dos pais na escola, apenas 5,9% dos professores responderam que é
boa e que a ausência se deve à falta de tempo dos pais e à falta de comunicação entre a escola
e os pais, mas o que é atrativo. A maior atenção a essa falta é que 76,4% dos professores
responderam que os pais não estão interessados, então é uma realidade, algumas famílias não
estão envolvidas na vida escolar de seus filhos e 4,5% dessas famílias responderam que não
vê necessidade de participar.
Vygotsky (1988) considera a aprendizagem profundamente social e afirma que, quando os pais
ajudam e orientam uma criança desde o início de sua vida, proporcionam-lhe atenção social
mediada e, assim, desenvolvem uma atenção mais independente que ela utiliza. Na
categorização e organização do seu ambiente. Tal reflexão baseia-se no fato de que o homem
se torna homem e assume uma humanidade historicamente criada. Nesse contexto, a tarefa do
ensino é transmitir experiências históricas e sociais que mudam ao longo do tempo.
Walon (1983) argumenta com a psicogenética que a dimensão afetiva é central tanto para a
formação da personalidade quanto para o conhecimento. Nessa perspectiva, a afetividade não
é apenas uma das dimensões humanas, é também uma etapa evolutiva, a mais arcaica. O
homem, assim que deixou a vida puramente orgânica, era um ser afetivo, a vida racional
lentamente separada da afetividade. Portanto, no início da vida, afetividade e inteligência
misturam-se sincronicamente com o governante anterior.

PROPOSTAS PRÁTICAS
Os primeiros modelos que as crianças seguem são construídos na família, pois ela desempenha
um papel importante na formação do sujeito, bem como na sua educação, na formação dos
costumes. Quando a família assume seu papel, a criança se sente segura para desenvolver o
aprendizado no contexto escolar. Essa aprendizagem nem sempre acontece de forma tão
tranquila, tendo em vista que em algumas situações a criança apresenta dificuldades de
aprendizagem que podem estar relacionadas a fatores orgânicos, ambientais, sociais e
culturais. No entanto, é necessário que a família juntamente com a escola esteja atenta a essas
dificuldades e ao desenvolvimento cognitivo e processos de aprendizagem desses indivíduos,
pois o aprendizado se torna mais difícil para crianças com dificuldades. Nesse caso, é
importante que a escola fique atenta e encaminhe esses alunos para um especialista para que
eles possam diagnosticar o que está impedindo esse aprendizado.
O diagnóstico deve ser responsável e cuidadoso, pois sua finalidade não é estigmatizar a
criança, mas permitir que o sujeito avance em relação ao aprendizado.

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A participação e o empenho dos pais nesta prática são fundamentais no desenvolvimento geral
do sujeito, independentemente de a família estar na forma em que foi criada, tenham
consciência de que se trata de uma instituição social. Que intervém diretamente com o
desenvolvimento infantil das crianças na escola, pois a família é a base da educação e das
mudanças relacionais a todo o contexto humano.
Para manter relações harmoniosas e alcançar resultados de aprendizagem satisfatórios, é
necessária uma parceria entre a escola e a instituição de ensino familiar, para a qual a escola
deve dialogar com a família, procurar informar os pais entre a escola e a família. Instituição
educacional escola seu envolvimento no desenvolvimento de seu filho, e para que isso
aconteça, ambas as partes devem lutar pelos mesmos ideais.
Portanto, se os pais das crianças não estabelecerem um bom relacionamento com a escola,
dificilmente ela cumprirá sua missão. Encontramos pais que precisam de ajuda, famílias em
condições precárias que não conseguem elevar o desempenho escolar de seus filhos ou
administrar suas próprias vidas. Isso reflete e causa o descaso da escola e a desvalorização da
educação, portanto é inegável a contribuição da família para o bom desenvolvimento escolar.
Devemos considerar a importância dos limites entre pais e filhos, professores e alunos,
devemos explicar a eles que para uma convivência amigável e respeitosa entre os membros,
devemos seguir regras, e as regras devem ser claras, começando pelo que for possível.
Desta forma é importante que o tratamento psicopedagógico se torne também um lugar onde
se pense em aprender a partir das relações humanas vivenciadas na família, de modo que
possibilite e não dificulte o processo de construção da individualidade das crianças.

REFERÊNCIAS

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1981.

Brasil. Estatuto da criança e do adolescente. 7.ed. – Brasília : Câmara dos Deputados,


Edições Câmara, 2010.

CHINOY, Ely. Sociedade: uma introdução à sociologia. 20. Ed. São Paulo: Pensamento-
Citrix, 2008.

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GOMIDE, Paula Inês Cunha. Pais presentes, pais ausentes: regras e limites. 3ed. Petrópolis
- Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê?. 3ed. São Paulo: Cortez, 2000.

LÜCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 8ed. Petrópolis - Rio
de Janeiro: Vozes, 2010.

OSÓRIO, L. C. Família hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

PAGGI, Karina Preisig. GUARESCHI, Pedrinho A. O desafio dos limites. Um enfoque


psicossocial na educação dos filhos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

RAUBER, Jaime José. Apresentação de trabalhos científicos: normas e orientações


práticas. Passo Fundo: UPF, 2005.

VIGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes,1988.

WALLON, H. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difel, 1983.

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