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Aula.03
Aula.03
Equipamentos e cablagem
1. Cablagem
Dentro dos diferentes tipos de redes informáticas, redes locais, redes metropolitanas (MAN) e redes de área
alargada (WAN) pode-se encontrar diferentes tecnologias de comunicação, suportadas por diferentes meios físicos
de comunicação.
Devido a vários fatores, como por exemplo a natural dispersão geográfica – fator que implica domínios públicos
(estradas, praças, rios, entre outros) e domínios privados sejam atravessados pelos meios de comunicação- as MANs
e WANs são normalmente suportadas por infra-estruturas instaladas e mantidas pelos operadores de comunicação.
Durante o planeamento e projeto de uma rede informática, as componentes WAN e MAN ficam geralmente
especificados ao nível das tecnologias de comunicação e das ligações de acesso a rede do operador de
comunicações. Relativamente as questões de cablagem, estas ficam da inteira responsabilidade do provedor
contratado. Diferente, no planeamento e projeto das componentes LAN, para as questões de cablagem é necessária
uma especificação completa.
Os sistemas de cablagem a implantar dever ser hierárquicos de modo a refletir os diferentes níveis de circulação de
informação dentro do ambiente organizacional. Estes sistemas também devem ser genéricos, para suportarem
diferentes tecnologias de comunicação e de aplicações telemáticas como voz, dados, multimédias, etc. e flexíveis para
suportarem a evolução das tecnologias de comunicação bem como o crescimento das organizações, mantendo os
componentes instalados inalterados (ou quase).
A instalação de cablagem é suportada por uma variedade de meios técnicos como caixas, tubagens, calhas, armários,
etc. dentro dos compartimentos, nas zonas de circulação e em compartimentos técnicos. Estes espaços ou elementos
devem ser tidos em conta logo na fase inicial do projeto de construção ou remodelação dos edifícios que se estiver a
trabalhar.
Também, na fase de planeamento e instalação de um sistema de cablagem devem ter em conta a normalização. O
respeito pela normalização deve ser obedecido sempre que disponíveis, tanto a nível internacional como no âmbito
mais restrito, como normas regionais, nacionais, entre outros. Estes aspetos irão garantir de certa forma uma
independência da instalação relativamente a fabricantes e fornecedores, e a capacidade de evolução da infra-estrutura,
quer em termos de ampliação a outros locais, quer em termos de suporte de novas tecnologias de comunicação e
aplicações telemáticas.
A ISO - International Organization for Standardization juntamente com a IEC - International Electrotechnical Commission
estabeleceram a norma ISO/IEC 11801- Generic Cabling for Customer Premises Cabling. A normalização permite uma
validação complete após instalação, realizada com recurso a equipamento especialmente concebido para teste e
certificação de sistemas, ao nível das características elétricas ou óticas dos seus componentes.
Topologias de cablagem
A topologia de cablagem define representações físicas e logicas dos elementos que a compõem. No que se refere a
topologia física, esta define a localização real dos elementos do sistema de cablagem e a forma de interligação destes
elementos sobre uma representação geográfica dos locais abrangidos pela infra-estrutura.
Por sua vez, a topologia lógica diz respeito à representação geométrica dos elementos do sistema de cablagem e à
forma geométrica de interligação dos vários pontos de acesso ao sistema, abstraindo da sua localização e da disposição
física dos componentes.
A escolha e desenho de uma topologia física de um sistema de cablagem constitui um determinante para a correta
instalação dos componentes em obra, como por exemplo, tomadas, cabos, distribuidores, etc., assim esta deve ser
definida logo durante a fase de planeamento e projeto da instalação.
Dependendo do tipo de topologia física a utilizar, esta condiciona a localização dos equipamentos de comunicações
e é condicionada pela definição da funcionalidade dos espaços, pela geometria do edifício ou do campus objeto da
instalação e pela necessidade de existência de elementos técnicos para suporte da instalação da cablagem (caixas,
tubagens, calhas, distribuidores, compartimentos técnicos, etc.). Também, a topologia lógica de um sistema de
cablagem é determinante para a seleção das tecnologias, dos equipamentos de comunicações e das aplicações
telemáticas suportadas.
Na construção de sistemas de cablagem pode ser utilizada as seguintes topologias:
• Topologias em bus – nos sistemas de cablagem com esta topologia, o meio física forma um barramento
linear interligando cada um dos pontos de acesso aos sistemas de cablagem. A topologia bus possui um variação
denominada bus duplo, sendo o segundo bus usado para permitir comunicação bidirecional simultânea.
• Topologias em estrela – aqui todos os pontos de acesso à cablagem se encontram ligados a um elemento
central através do meio físico, que é disposto de forma radial em relação a esse ponto central.
• Topologias em anel – nesta topologia, o meio físico assume a forma de um anel, simples ou duplo,
interligando cada um dos pontos de acesso. Nas topologias de anel duplo, o segundo anel serve para garantir
redundância na comunicação.
• Topologias em árvore – temos que esta topologia é composta por vários níveis hierárquicos, assumindo o
meio físico uma estrutura arborescente com vários níveis, onde os pontos de acesso ocupam o lugar de folhas
da arvore. Esta pode ser vista como resultante da interligação hierarquizada de varias topologias em estrela.
• Topologias em malha (mesh) – nesta topologia todos os pontos de acesso se encontrar interligados entre
si diretamente através do meio físico (malha completa ou full mesh). Quando nem todos os pontos de acesso
se encontram interligados entre si, a topologia é classificada como malha incompleta.
• Topologias mistas – resultantes da combinação de várias topologias simples e da utilização da topologia
mais adequada em cada nível hierárquicos do sistema de cablagem.
Outra vantagem dos cabos de pares entrançados quando, usados em transmissão diferencial, consiste na grande
redução dos níveis de radiação eletromagnética (eletromagnetic radiation, EMR) produzida pelo cabo. O facto dos sinais
transportados em cada um dos condutores de um par entrançado variarem em direções opostas (em termos
eletromagnéticos e espaciais), faz com que a radiação eletromagnética emitida por cada um dos condutores individuais
seja quase completamente anulada pela radiação eletromagnética de sentido oposto gera pelo seu par diferencial.
A figura a seguir ilustra a redução do efeito da interferência eletromagnética (EMI) na transmissão diferencial sobre
par entrançado. A redução dos níveis de emissão de radiação eletromagnética (EMR) e a proteção contra interferências
eletromagnéticas (EMI) dos sinais nos cabos entrançados pode ser reforçada pela utilização de blindagens individuais
em cada par ou de blindagem coletiva envolvendo todos os pares. Os cabos de pares entrançados são designados de
acordo com o tipo de blindagem que possuem. São normalmente, utilizadas as seguintes designações:
• Cabo UTP ( Unshielded Twisted Pair) – designação dos cabos sem qualquer tipo de blindagem individual
ou coletiva.
• Cabo STP ( Shielded Twisted Pair) – designação dos cabos com blindagem exterior envolvente de todos
os pares e com blindagem individual em cada par.
• Cabo S/UTP ( Screened / Unshielded Twisted Pair) ou ScTP (Screended Twisted Pair) – estas
designações abrangem os cabos com uma proteção exterior (screen) envolvente de todos os pares, mas sem
blindagem individual.
Figura 5: S/UTP
Os cabos S/UTP também aparecem designados pelo acrónimo FTP (Foiled Twisted Pair), já que, na maior parte das
situações, a proteção exterior é constituída por uma fita metálica (foil) enrolada em torno dos condutores.
Devido às caracteristicas de relativa imunidade a interferências que permitem a utilização com débitos superiores e
maiores distâncias, os cabos de pares entrancados são usados em múltiplas e variadas situações na transmissão de
informação.
São típicas utilizações nas redes de voz nos edificíos e nos acessos de assinante das rede dos operadores telefónicos,
em distância até poucos quilométros e com débitos da origem das centenas de Kbps ou, com tecnologias mais
recentes, da ordem dos Mbps. São também extensivamente utilizados em edifícios, na construção de sistemas de
cablagem para transmissão de dados, sendo nestes casos utilizados em distâncias até aos 100 metros e débito até aos
Gbps com tecnologias mais recentes.
A transmissão de sinais elétricos em cabos de pares entrançados é afectada por um fenómeno eletromagnético
designado po refeito pelicular. Este efeito traduz-se na tendência para a circulação da corrente elétrica pela periferia
(película) dos condutores metálicos com o aumento da frequência do sinal, o que impede a utilização da totalidade
da secção do condutor na condução da corrente e tem como consequência um aumento da atenuação do sinal. O
efeito pelicular, associado ao normal aumento das perdas de sinal por radiação, com o aumento da frequência dos
sinais transmitidos, constitui o principal factor de limitação dos cabos de pares entrançado em termos de taxa de
transmissão.
Cabos coaxiais
Nos cabos coaxiais os sinais elétricos soa conduzidos através de um condutor metálico, normalmente em cobre ou
em alumínio, instalado de forma concentrica relativamente a uma blindagem exterior envolvente, normalmente
constituida por uma malha metálica. O espaço entre o conduror central e a blindagem é preenchido por um matéria
isolante. A blindagem exterior é também revestida por uma bainha de material isolante e protector.
Do ponto de vista eletromagnético, a geometria dos cabos coaxiais garante, mesmo para frequências da ordem dos
vários GHz, uma limitação eficaz das perdas por radiação e efeito pelicular. Estas caracteristicas fazem com que os
cabos coaxiais sejam normalmente utilizados na transmissão de sinais a altas frequências, sempre que as limitações
dos cabos entrançados, devidas ao efeito pelicular e à radiacao, inviabilizam a utilizacao destes meios de transmissão.
São tipicas utilizações de cabos coaxiais na construção de redes de distribuicao de TV (TV por cabo), em distância s
inferiores a um quilómetro, transportando várias dezenas de canais de TV e canais de dados ( para acesso à internet
por cabo). São também usado nas redes de distribuição dos operadores telefónicos em distâncias até alguns
quilómetros e com débitos agregados da ordem dos vários Mbps.
Em redes locais, embora a sua utilização venha a ser preterida em favor dos cabos de pares entrançados, são ainda
bastante utilizados no suporte de tecnologias com débitos da ordem dos 10 Mbps, em distâncias que podem ir até às
várias centenas de metros. Alguns meios de trasmissão de condutores metálicos descritos aqui são ilustrados nas
figuras a seguir.
Figura