Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
D. Administrativo
D. Administrativo
Motivo
Finalidade
Objeto (quando não visar a um fim público)
■ Motivo versus motivação
Tome cuidado para não confundir motivo com motivação. Motivo é a
causa do ato, o fundamento. Motivação é a explicitação do motivo, a
fundamentação. Assim, a falta de motivação é um vício quanto à forma do ato
administrativo. Todo ato tem motivo, mas nem todo ato tem que ser motivado.
A motivação é obrigatória quando o ato administrativo é restritivo de direito,
quando impõe obrigações, quando invalida outros atos, dentre outros casos. O
1
Acrônimo FOCk
art. 50 da Lei n. 9.784/99 dispõe sobre os casos em que a motivação é
requisito essencial quanto à forma.
Toda vez que um ato for motivado, ainda que não seja obrigatório, sua
validade ficará vinculada à existência dos motivos expostos. Dessa forma, a
validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento.
O motivo falso ou inexistente invalida o ato administrativo. Do
contrário, quando o motivo é existente e verdadeiro,
ele condiciona (vincula) o agente público na prática de atos semelhantes.
Exemplo: se um diretor indefere férias de um subordinado A, motivando o ato
na alegação de falta de pessoal no setor, para o pedido de férias do
subordinado B, ficará obrigado a também indeferir.
■ Imperatividade e coercibilidade
A imperatividade é o atributo que permite à Administração Pública
executar o ato administrativo independentemente da concordância do
particular. A coercibilidade é uma consequência da imperatividade, que
autoriza o uso da força legítima do Estado em caso de resistência do
destinatário do ato. Esse atributo é também chamado de poder extroverso2 do
Estado.
Nem todos os atos possuem essas características. Os atos não obrigacionais, a exemplo dos
que são requeridos pelo próprio cidadão e dos atos meramente declaratórios, não podem ser
impostos ao particular, necessitando de sua concordância.
■ Autoexecutoriedade
A Administração Pública não precisa de ordem judicial para fazer valer
sua vontade. Esta característica acompanha os atos administrativos quando
expressamente prevista em lei. Do contrário, a Administração precisará
2
Poder que o Estado tem de constituir, unilateralmente, obrigações para terceiros, com extravasamento
dos seus próprios limites. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o poder de
regulamentar, fiscalizar, fomentar.
requerer ao Poder Judiciário a execução do ato. A desapropriação e a dívida
ativa, por exemplo, não são autoexecutáveis.
Alguns autores subdividem o conceito em executoriedade (quando a
Administração demonstra de forma direta a sua vontade)
e exigibilidade (quando a Administração demonstra de forma indireta a sua
vontade). Na hipótese de um carro estacionado em local proibido, a apreensão
é exemplo de executoriedade, e a multa é exemplo de exigibilidade.
■ Tipicidade
Os atos administrativos são previstos em lei. É a lei que define seu
conceito e elementos de validade. Assim, todo ato são “figuras definidas
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados” (DI
PIETRO, 2018, p. 282).
Quanto à formação
Outras classificações
Existem classificações que podem ser compreendidas pelos conceitos já
apresentados: nulos e anuláveis; anuláveis e revogáveis; vinculados e
discricionários, revogáveis e irrevogáveis; ampliativos e restritivos; dentre
outras.
■ 3.5. Espécies de atos administrativos
As espécies de ato administrativo foram definidas por Hely Lopes
Meirelles. Para o autor, os atos se dividem em normativos, ordinatórios,
negociais, enunciativos e punitivos.
■ Normativos
Decorrem do poder regulamentar da Administração Pública. São os atos
regulamentares praticados pelo Chefe do Executivo (decreto regulamentar) ou
por outros servidores (orientação normativa, instrução, portaria etc.) com o
intuito de explicitar a aplicação das leis.
■ Ordinatórios
Decorrem do poder hierárquico. Estabelecem as relações de
subordinação e coordenação entre os órgãos, delegação e avocação de
competência, e dever de obediência dos servidores.
■ Negociais
Não confundir com contratos. São chamados de atos
administrativos negociais aqueles que dependem de requerimento do
particular para serem praticados.
■ Enunciativos
São os atos declaratórios, aqueles que não constituem situação jurídica
nova, tais quais os atestados, certidões, declarações.
■ Punitivos
São as sanções decorrentes do poder disciplinar ou do poder de
polícia da Administração Pública.
■ Licença
É ato administrativo vinculado pelo qual a administração faculta ao
particular que cumpre os requisitos legais o exercício de uma atividade ou
direito ou o uso de bens.
■ Autorização
É o ato discricionário pelo qual a Administração faculta o exercício da
atividade material. Mesmo que o particular cumpra os requisitos legais, a
Administração pode negar o pedido.
■ Aprovação
É o ato discricionário pelo qual a Administração manifesta sua
concordância com algum ato administrativo como requisito de usa eficácia.
■ Homologação
É ato vinculado pelo qual a Administração confirma a validade de outro
que cumpre com os requisitos legais.
■ Admissão
Não se confunde com provimento de cargo público. É a designação do
ato vinculado pelo qual a Administração aceita o particular na prestação de
algum serviço público.
Poder hierárquico
■ Aplica sanções ao administrado
■ Limita as liberdades individuais em prol do interesse da
coletividade
■ Desvio de poder
Também chamado de desvio de finalidade, ocorre sempre que o
administrador pratica ato de sua competência, mas visando a fim diverso do
pretendido na lei.
■ Excesso de poder
Ocorre quando o agente público pratica ato para o qual não tem
competência, extrapolando a competência que lhe foi atribuída.
■ Omissão
Quando o agente público tem o dever de agir e não age.
Assim, podemos resumir o abuso de poder em três espécies: