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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS

GERAIS

ANÁLISE FORMAL E HISTÓRICA DE UMA IMAGEM

DISCIPLINA: Artes

PROFESSOR/A: Alice Heeren


TURMA: Eletroeletrônica 1° ano
ALUNO/A: Breno Gomes Peixoto, Gabriel Yugui Carneiro Correia e Pedro Henrique Souza
Lopes.
TRABALHO AVALIATIVO – EM GRUPO

Análise Histórica DA Pintura

A obra em questão analisada é uma obra do gênero artístico pintura, que foi produzida por
Giorgio de Chirico (1888 – 1978), um pintor grego, que foi representante da pintura metafisica,
ele nasceu em Vólos na região grega de Tessália, foi amigo de grandes artistas como Apollinaire
e Picasso e cursou artes em Munique e Paris.

A pintura metafisica é um estilo criado entre 1911 e 1920 que envolve pinturas com
cenários misteriosos, transmitindo perspectivas impossíveis, e uma iluminação irreal, os objetos
representados nas pinturas mostram entidades reais, mas, que são retratadas nas pinturas de uma
forma não condizente com o real. Observando a obra aqui analisada podemos perceber que as
pessoas retratadas na pintura estão no meio de uma cidade, ao que parece em uma praça, sendo
que uma está sentada em um banco e a outra em pé. O que chama mais atenção na pintura é que
as partes do corpo não estão proporcionais umas às outras como a cabeça da mulher sentada
sendo muito pequena em relação ao seu corpo e os seus braços serem também pequenos se
formos comparar com a sua perna, com isso podemos ver quão forte é a relação dessa pintura
com o estilo de pintura metafísico.
Por fim vale destacar que está obra foi feita em 1924, em meio ao movimento do
Surrealismo que foi um movimento criado em Paris no início do século XX, que tinha como
característica o pensamento livre, expressividade espontânea, influência das teorias da
psicanálise, criação de uma “realidade paralela”, criação de cenas irreais, valorização do
inconsciente, da fantasia e da loucura, o objetivo do artistas surrealistas era levar as pessoas a
usar o seu potencial subconsciente para criar imagens fantásticas.

Análise Formal da Composição da Obra

Através da análise do esqueleto estrutural na obra empregado pode-se observar uma boa
distribuição de elementos na obra que se adequam a concentração de audiência. A aplicação das
circunferências no corpo pode demonstrar no individuo a esquerda a soberania do ser que
demonstra estar de cabeça erguida, entretanto o sujeito centrado na obra passa ao espectador uma
sensação de obediência e submissão no emprego de sua disposição referente ao outro ser e o
posicionamento de suas mãos. Fugindo de um contexto de soberania e obediência o sujeito à
direita indispõe de regalias a outrem, o gestual de seu corpo e sua leve tensão propõe afronta e o
confronto aqui retratado.

O estudo do esqueleto de eixos propõe que os elementos aqui inseridos se encontram em


equilíbrio, portanto indispostos de tensões, embora as sombras aqui dispostas demonstram uma
tensão que esmorece o equilíbrio do todo. Por meio também da análise de eixos pode-se propor
uma leve tensão do indivíduo proposto do lado direito da obra.

O padrão de varredura propõe uma análise de primeiro modo ao indivíduo de pé a


esquerda, logo com seu acessório exuberante que atrai o observador embora essa concentração é
momentânea. De segundo modo o espectador é sujeito a encarar o monumento logo ao fundo
apresentado. Em seguida a obra se estabelece com igualdade de informação, embora a mulher
chame atenção em meio aos elementos que a rodeiam.

A obra busca transmitir um confronto de poder, e apresenta a submissão e a inquietação


de alguns indivíduos, o domínio se estabelece em alguns ainda que outros estabeleçam agitação a
esse fator.
Análise Formal da Cor da Obra

Na obra, “As Musas Inquietantes”, de Giorgio de Chirico, temos a seguinte paleta usada
pelo artista em sua obra. Esta paleta é composta pelas cores simplificadas de toda a obra.

A obras deste artista apresenta de modo geral paisagens urbanas, bem como elementos de
representatividade grega, essa que se deve a sua residência na infância na Grécia. Estas
características citadas também se encontram nessa obra, “As Musas Inquietantes”, vemos um
ambiente urbano representado por um pátio e construções no lado direito, além de prédios ao
fundo. Uma das características principais desta obra se dá pelos elementos serem representações
históricas de diferentes épocas, como a fábrica no lado superior esquerdo, marco da
industrialização do século XX, além do castelo ao lado deste, representando as épocas medievais.
As próprias musas representadas por manequins fazem referência grega, tendo sua aparência
semelhante a tal.

Nesta obra somos orientados pelas cores de diferentes formas, e nunca veremos da mesma
forma que vimos da primeira vez. O contraste feito entre o verde do céu e o vermelhoferrugem do
castelo dá um efeito especial ao castelo, dando-lhe diversos tons. No pequeno objeto deixado na
parte inferior central da pintura, encontramos uma harmonia análoga, essa que se caracteriza pela
familiaridade que as cores apresentam entre si, familiaridade essa que torna essa harmonia do
verde e amarelo natural, assim como do vermelho apresentado junto. Encontramos também
elementos ao qual podemos dizer apresentarem harmonia monocromática, onde as tonalidades
são de uma mesma cor, sendo a variável a saturação e o brilho, nela baseia-se somente num
matiz, como por exemplo na máscara laranja aos pés da musa do meio, lado direito apresenta
certa luminosidade ou brilho, enquanto lado esquerdo apresenta certo tom escuro, acontece de
modo semelhante no objeto na cabeça da primeira musa.

As cores nos orientam de forma direta a olhar para esses objetos, e nessa observação
somos preenchidos de pensamentos. Neste contexto da pintura, sendo o foco os manequins de
branco, percebemos que eles não se encaixam neste ambiente urbano, estes elementos simples de
esquemas de cores análogos e monocromáticos, geram um sentimento de inquietude em quem os
observa, não só pelo que o objeto em si apresenta, mas também pela forma que as cores em
harmonia, tornam natural a presença destes diversos elementos “culturais”, isso é como um
sonho, uma representação de ideais, uma característica do surrealismo a qual o artista desta obra
teve grande destaque neste movimento.

Vale ressaltar que temos a presença de linhas na pintura, principalmente no pátio, a qual
de cores pretas e brancas, criam tons inesperados e promovem um contraste com as diversas
cores em volta. Seus elementos negativos se harmonizam bem com as cores luminosas em volta,
e isso cria um “ambiente” digamos benigno aos olhos. Apresentasse um espaço sem nenhum
objeto ao fundo da pintura, mais isso é impressionante e ao mesmo tempo é agitante, pois mesmo
sendo somente o piso representando, suas cores ocupam uma posição harmoniosa com os
elementos e cores ao redor. Acerca do céu em si, se observando de modo a encontrar
movimentação na pintura, encontramos a cor verde “contracenando” em tom mais escuro,
estabelecendo relação com o castelo como já citado assim como também como a fábrica essa a
qual, estaria “produzindo” a fumaça neste volume do espaço esverdeado, e isso somado ao brilho
das cores reluzindo na pintura, aponta para uma ação de se pôr, do sol, isso nos faz repensar os
movimentos da obra, seus contrastes e relações.

De forma simples exponho a harmonização existente das três musas, os elementos


centrais desta obra. Suas posições realmente me inquietam, mas me expõem a uma harmonia
simples, a presença da primeira musa de costas, a segunda exposta de forma frontal e sentada, e a
terceira, deixada as “sombras”, mas ainda estabelecendo relação com suas semelhantes,
observando reparo que os tons escuros presentes nos objetos próximos as duas primeiras musas,
lá estão para realizarem harmonia a última se encontra afastada, e forma como a cor equilibra isso
é incrível. Na segunda musa, temos a harmonização feita pelo esquema complementar, onde as
cor azul e laranja se relacionam, onde sendo cores antagônicas apresentam uma harmonia de
curto prazo pelas suas proporções opostas.

Esta análise formal da cor, buscou expor as orientações das cores da obra de acordo com
seu contexto geral, avaliando os espaços e elementos da imagem, focando-se com maior cuidado
nas três musas, elementos principais da pintura, a qual se encontram a frente. Giorgio foi um
grande artista e mescla diversos elementos em “As Musas Inquietantes”, fato que apavora por
todos estes manterem uma relação harmoniosa e não se excederem no contexto geral. Sua obra,
de uso de esquemas análogos, monocromáticos e digamos complementares, tornou os elementos
simples, em orientações quanto ao espaço da obra, mostrando suas relações.

REFERÊNCIAS:

IMBROISI, Margaret. “ M.S. PINTURA METAFÍSFICA”. História das Artes, 2021.


Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/pintura-metafisica/.
Acesso em: 23/11/2021.

AIDAR, L. “Surrealismo”. Toda Matéria. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/surrealismo/. Acesso em: 23/11/2021.

FRAZÃO, D. “Giorgio de Chirico, Pintor Grego”. E-Biografia, 2016. Disponível em:


Biografia de Giorgio de Chirico - eBiografia. Acesso em: 23/11/2021.

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