Você está na página 1de 7

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS

GERAIS

MÓDULO 3: ATIVIDADE INDIVIDUAL

DISCIPLINA: Artes

PROFESSOR/A: Alice Heeren


TURMA: Eletroeletrônica 1° ano
ALUNO/A: Breno Gomes Peixoto
LISTA DE EXERCÍCIOS – RESPOSTAS

Questão - 1

A origem dessas divisões, “belas-artes” assim como de termos, “artes aplicadas” ou “artes
menores”, tem seu início de modo geral no século XVIII. Neste século o enciclopedismo
iluminista chegou a classificar as artes, e essa forma hierárquica de divisão fez com que as áreas
de criações artísticas dadas por, pintura, escultura, arquitetura, poesia e música, ganhassem o
título de “belas-artes”, notoriamente que qualquer arte exclusa dessa divisão parcial seria taxada
como inferior, ou teria suas características de expressão suprimidas, sendo usadas como artes de
decoração ou de serventia utilitária. Assim sendo, essa origem divisória tem início em meados do
século XVIII sobre influência do enciclopedismo iluminista.

Questão – 2

John Ruskin, William Morris e Henry van de Velde, tem seus papéis nesse debate
definidos pela oposição a essas divisões artísticas. John R. afirmava que a melhor arte servia a
aplicação de um uso ou propósito, partindo disto pensadores posteriores como William M. e
Henry van de V. não ficaram presos as divisões das “ artes superiores”, simplesmente se
dedicavam e produziam sem olharem o status da área de criação que estivessem utilizando. Por
estas ações e formas de pensamento quanto as divisões, avançaram no meio artístico, indo de
encontro ao design modernista. Após estes eventos, suas formas de pensar foram se
complementando a outros pensadores e artistas, abrindo espaço para novos fazeres artísticos até
em novos campos de criação, tudo por oposição a um sistema de hierárquico de divisão de áreas
artística.

Questão - 3

Essa problemática chegou no Brasil, sobre o mesmo estigma a qual estivera antes, tendo-
se divisões, isso tendo até influência do patriarcalismo perpetuando o antigo conjunto de áreas de
criações, as chamadas “belas-artes”. Vale acrescentar que mesmo sobre a ascensão e queda do
modernismo internacional, não houve mudança a qual se pode dizer, causou impacto. Nesta
contemporaneidade, mesmo com os novos campos de criações artísticas existentes, o peso destas
divisões ainda não desapareceu, e a vista percebe-se que as criações em alta, ainda se encontram
nos padrões das “belas-artes”, então mesmo que novos espaços artísticos sejam aprendidos e
executados, atualmente não estão a par ou em igualdade as pinturas, esculturas e outros.

Questão - 4

J. Carlos foi um grande artista, que ocupou um grande papel na história da arte brasileira,
já que com seu próprio estilo artístico, se tornou um marco da década de 1920, sendo que suas
obras eram praticamente um reflexo da época. Era diretor de um dos maiores grupos editoriais,
produzindo revistas e capas que marcaram épocas, sendo reflexo da mesma, por isso tão
impressionantes, já que suas ilustrações tinham espaço nos conteúdos. Seus desenhos eram
peculiares, expressivos e comunicativos, combinando sombras e diversos, e a fluidez disso a fazia
elegante, isso aplicado em suas capas o fez registrar a história. A importância da obra se reflete
no fato de poder posteriormente fazer conhecer ou ter conhecimento sobre o tempo a qual foi
criada, no caso das revistas e obras de J. Carlos seu valor no estudo da história é evidente já que
marcaram o século passado, registrando os momentos em mais de 400 edições, dois anos,
exclusos obras exteriores a do trabalho de diretor. A obra além de apresentar o passado e
ocorrências do mesmo, expõe acerca do autor que a fez, seus traços e elementos se expressam.
Ademais, J. Carlos fez parte da história gráfica bem como editorial brasileira.

Questão - 5

A capa de revista de J. Carlos possuía como principal aspecto a integração dos elementos
gráficos e pictográficos, entre outros, buscando harmonizar e demonstrar elegância. A diferença
de modo direto entre a capa de revista produzida e a técnica geral do artista, gira em torno do fato
da composição da revista conter mecanismos visuais, esses que transformavam uma simples
representação numa arte impressa. A capa de revista era produzida tendo em vista a atração do
público, por isso ilustrações e outros eram colocados de forma a se harmonizarem ao título, e
uma outra característica da revista, eram os padrões empregados, abstratos, além de linhas e
outros para dar movimento e ritmo.

A técnica do artista em geral era expressiva, peculiar, simples mais ao mesmo tempo
comunicativa. Apesar da capa de revista possuir algumas características da arte geral deste artista,
não a era de todo. Sua técnica possui um traço fluído, elegante, onde numa simplicidade
transpassa a frente um conhecimento profundo. Uma outra característica se tem pela sua arte
transmitir pensamentos, fato que fazia com que suas ilustrações não necessitassem de qualquer
outro meio de explicação, já que a própria obra era o bastante para transpassar os conceitos.
Ademais, colocando suas características gerais em comparação ao desenho tradicional, temos que
J. Carlos utilizava de bonecos e calungas para buscar a verossimilhança, ao invés da aplicação
ilusionista de sombreados, hachuras e modelagem, essa é a diferença evidente na forma de
trabalho, mas não tornava sua obra menos significante, mas sim, mais impressionante pois
transpassava um toque artístico mais individual.

Questão - 6

O apontamento feito pelo autor em relação a assimetria das flores, quebrando a lógica
pictórica, assim desnaturalizando o espaço representacional, atraindo atenção para a superfície
pictórica provasse concreto, visto que posta a capa sobre o instrumento de análise formal, padrão
de varredura, o direcionamento do olhar segue esta mesma descrição, sendo atraído para o tecido,
que se tem por integrador e ao mesmo tempo desintegrador, fato concordante após exame dos
elementos de atração de atenção, feitos no instrumento descrito. Os outros apontamentos também
se provam certeiros, como a harmonização do título com as linhas na água, onde através do
esqueleto estrutural percebe-se a harmonia explícita no quadrante inferior deste instrumento de
análise, que expõe também a harmonia existente no céu no quadrante superior esquerdo, além
disso, mesmo que não muito evidente é possível reparar a “movimentação” em certo paralelismo
as linhas interiores do instrumento esqueleto estrutural.

Percebe-se mesmo que de forma mais simples a relação das linhas de fundo em relação a
parte inferior da capa, notável pelo instrumento de esqueleto estrutural, onde percebe-se além
outros apontamentos do autor, como o corpo de forma solta no espaço e o maiô cinturado abaixo.
Utilizando o instrumento de eixos, percebe-se de forma mais acentuada os movimentos na capa,
além de tornar mais firmes certos apontamentos comprovados pelo esqueleto estrutural como o
corpo solto no espaço. Além disso percebe-se outras questões também apontadas pelo artista,
como o “seio a escapulir do decote tomara-que-caia”, aprecia-se outras confirmações do
instrumento de eixos, como a descrita por J. Carlos, libertária e alegre, vê-se isso na forma como
as linhas de força se encontram na imagem, expressando movimentação na parte superior, nos
braços, que no esqueleto estrutural se têm provocando tensão, como um contentamento e
felicidade, e um equilíbrio na parte inferior marcado pelas pernas reflexivas na água. Ademais,
creio que todos os apontamentos foram certificados por meio dos instrumentos deixando ver que
seus comentários foram corretos e mostrados pelos instrumentos de análise formal.

Questão - 7

Os pontos levantados por Cardoso em relação a cor, se remetem ao fato da cor de forma
seletiva, ser aplicada pelo artista na obra buscando uma harmonia com o título assim como com
outros elementos, formando padrões decorativos, tendo-se um efeito decorativo por parte deste
tipo de aplicação seleta. Tem-se também a aplicação num padrão bidimensional, imitando a
estampa como exemplo, usado para realizar as dobras e bordas do tecido da obra, vê-se nisso que
o papel da cor não era somente a harmonia, mas também se encontrava nas ilustrações, aplicada
de forma a representar dobras e outros tipos de nuanças. Outro ponto levantado acerca da cor, por
Cardoso, era na questão da projeção da capa onde aplicava-se o mesmo esquema de cores em
quatro números seguidos da revista, garantindo um melhor aproveitamento dos recursos gráficos.
As cores em relação a construção da mensagem visual, são de extrema importância, visto que por
meio delas produz-se mecanismos visuais onde uma simples representação se transforma numa
arte impressa, onde os elementos desta arte, expressarão a mensagem em si. No caso da obra, a
cor foi utilizada num padrão bidimensional, trazendo um elemento integrador e ao mesmo tempo
desintegrador, onde todos os outros elementos se harmonizam buscando expor o centro da
mensagem, ou o tema principal, no caso da obra a banhista, de corpo esbelto e feições alegres e
atraentes, descrita por J. Carlos como "sensual, libertária, alegre e moderna", a mensagem
percebe-se, representa uma mulher desejada, um modelo. Isso numa época que buscava
representatividade feminina.

Questão - 8

As cores utilizadas por J. Carlos, nesta paleta, são cores do círculo cromático. A escolha
destas cores tem foco no equilíbrio da imagem como um todo, percebe-se na paleta que nenhuma
das cores que a compõem estão ali para atrair atenção individual, tendo-se foco somente em uma,
pelo contrário, todas se complementam, estando, portanto, em harmonia e em estado de
neutralidade quanto ao olho/cérebro.

De acordo com Cardoso, a forma como são integrados os elementos gráficos e pictóricos
resultam em harmonia e elegância, fatores esses formados pela utilização da paleta, formando
mecanismos sutis de atração visual, como a harmonização do título da revista com as bordas na
água, na parte inferior, formando um padrão decorativo, ao qual só é possível pela escolha de
cores. Além das ondas outros efeitos foram aplicados na obra e evidenciados por Cardoso, como
o eco no céu, onde se tem sete listras de cores em forma curvilínea, dando ritmo e movimento ao
mesmo. Essas cores amenizaram a imagem.

Dentre outros, as cores do traje de banho atraem certo olhar, já que é uma cor da paleta
que se complementa a outra no pano entrelaçado entre seus dedos, pano esse bordado com
estampas e explícito de forma assimétrica, exposto em dobras e bordas. Acaba por este elemento
ser integrador e desnaturalizados em questões de lógica pictórica. Pondo certos elementos em
foco quanto ao que J. Carlos quer realmente impor como conteúdo principal, percebemos a forma
sensual e liberta da banhista, acentuada pela boca em forma de coração e pelas cores da paleta,
essa que não torna a capa e a imagem excessiva, mas harmoniosa, esse fator de harmonia, quando
alcançado, torna mais fácil perceber os pensamentos do autor, que em plenos movimentos sociais
expõe uma mulher “consciente” de seu corpo, e por isso liberta de outros elementos que possam
delimita-la.
Ela apresenta uma nova maneira de se pensar no meio urbano brasileiro, de se ver a praia,
mais isso não seria transmitido sem a harmonia ocasionada pelas cores da paleta que faz parte do
círculo cromático, suas cores se complementaram e tornaram nítido este pensamento. Esta pose
dela entre a terra e mar, entre seu próprio corpo e seu traje, e como capa, entre a arte exposta e
comércio em si, evidencia-se a liberdade mesmo em questões opostas, a capa tem como conceito
principal evidenciado por Cardoso a liberdade, aqui diversas citados, pondo naquela época vemos
o embate de costumes, antigos e novos, como o proposto pela capa, nisso percebemos o
verdadeiro valor da conexão existente entre a paleta usada por J. Carlos, este artista harmonizou
novos valores e os expôs em meio ao público dotado de valores diversos históricos, as cores da
paleta harmonizaram o novo, eis a conexão com as questões conceituais apontados por Cardoso.

Você também pode gostar