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Conjunto Habitacional de Interesse

Social Modular
Uma alternativa ao convencional

Fig. 01: Conjunto Habitacional de Barcelona


Fonte: https://concursosdeprojeto.org/2012/12/23/conjuntohabitacional-barcelona/

Universidade Evangélica de Goiás


Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo I
Orientador: Rodrigo Santana Alves
Acadêmico: Wanderson Pereira de Camargo
"Moradia adequada é mais do que um teto sobre a cabeça.
Também significa privacidade adequada; espaço adequado;
acessibilidade física; segurança adequada; segurança de posse;
estabilidade estrutural e durabilidade; iluminação, aquecimento e
ventilação adequados; infraestrutura básica adequada, como
equipamentos de água apropriados; bem como localização
adequada e acessível ao trabalho e outros equipamentos básicos:
tudo isso deve estar disponível a custos acessíveis. A adequação
deve ser determinada conjuntamente com a população em
questão, tendo em mente a perspectiva para o desenvolvimento
gradual."

(Agenda Habitat, parágrafo 60).


INTRODUÇÃO

A Declaração Universal dos Direitos De acordo com Maricato (2010), programas


Humanos (1948) e a Constituição Federal de como Minha casa, minha vida repete erros e
1988 garantem o direito à habitação. Estas falhas verificados durante a vigência do
colocam esse direito como competência da Banco Nacional de Habitação e do Sistema
União, dos Estados, do Distrito Federal e Financeiro de Habitação, ou seja, não reduz
dos Municípios, devendo promover o déficit e aumenta a segregação. Na
programas de construções de moradias, avaliação da autora, os mais pobres, que
melhoria das condições habitacionais e de compõem 90% do déficit habitacional,
saneamento básico, combaterem as causas continuam a ocupar os conjuntos
da pobreza e os fatores de marginalização. habitacionais situados fora da cidade,
Existem programas de habitação no país acarretando mais problemas do que
que visam atender o déficit habitacional soluções para o transporte urbano e para o
que se tem hoje no Brasil como o programa isolamento social dessas famílias.
Casa Verde e Amarela, mas são pouco O presente trabalho vem propor a inclusão
efetivos. Habitações de interesses sociais desse grupo de pessoas menos favorecidas
quase sempre são feitas em zonas em local próximo ao centro, evitando o
periféricas das cidades, gerando impactos fenômeno de suburbanização e segregação
urbanos e sociais. social.

Fig. 02: Conjunto habitacional minha casa, minha vida


Fonte: https://www.cartacapital.com.br/Politica/minha-casa-minha-vida-governo-quer-trocar-financiamento-por-aluguel/
INTRODUÇÃO

Levando em conta todo este quadro, este


trabalho consistirá na viabilização do
projeto de um conjunto residencial
acessível a baixa renda, tendo como partido
além da redução de custos e tempo, ser
modular, para que assim possa ser
construído com maior escala. Tendo como
premissa a variabilidade e acessibilidade,
podendo assim atender a demanda das
diferentes famílias que habitarão estas
moradias.
A edificação em módulos foi o artifício que
surgiu como alternativa para viabilizar o
projeto em questão.

Fig. 03: Sistema de construção modular


Fonte: https://ciamh.up.pt/

Fig. 04: Conjunto Habitacional de Barcelona


Fonte: https://concursosdeprojeto.org/2012/12/23/conjuntohabitacional-barcelona/
Problemática

Segundo dados do IBGE, no Brasil, 51 Na região estudada, Anápolis GO, segundo


milhões de pessoas vivem em situação de dados do CadÚnico de 2020, a cidade é a
pobreza, com base nesses dados a TETO terceira em adensamentos do Estado e a
Brasil levantou que 50% desse grupo vivem segunda em ônus, totalizando ao todo um
em residências feitas com materiais não déficit habitacional de 9.165 pessoas.
duráveis como lonas e retalhos de madeira. Segundo dados do IBGE (2010), apenas
O Instituto Trata Brasil em seu estudo, 57,6% dos domicílios na cidade de Anápolis
afirma que cerca de 100 milhões de pessoas possui esgotamento sanitário adequado e
residem em casas sem acesso à rede de 393 pessoas vivem em áreas de riscos.
coleta de esgoto. São mais de 30 milhões Freitas (1995) expõe que nas seis primeiras
em déficit habitacional, 17 milhões residem décadas de existência da cidade não existia
em periferias. crise habitacional. A cidade era pequena, o
De acordo com a Fundação João Pinheiro, número de habitações, incluindo os
estima-se que seriam necessárias 5,8 ranchos onde moravam pessoas sem
milhões de habitações para resolver posses, era suficiente para atender às
problemas de moradia precária no Brasil. necessidades da população. Contudo, a
década de 1930 devido a chegada da linha
férrea, significou um momento de
crescimento vertiginoso de grave crise
habitacional para muitos.
A escolha do tema parte do princípio do
direito à moradia digna por todo e qualquer
cidadão.

Fig. 05: Habitações em periferias


Fonte: http://fjp.mg.gov.br/deficit-habitacional-no-brasil-apresenta-tendencia-de-aumento/
Justificativa

No século atual os espaços estão se A proposta para o projeto de habitação


moldando para atender às diferentes social pretende se contrapor ao que tem
necessidades do mundo contemporâneo, sido oferecido pelo mercado tanto em
destacando-se que os mesmos não são tipologias padronizadas em áreas
mais usados para uma única função. Nesse periféricas, quanto ao não cumprimento da
contexto, o conceito do projeto surge a Constituição Federal de 1988 e a Declaração
partir da flexibilização, integração e Universal dos Direitos Humanos (1948) no
modulação da habitação através do que se refere ao direito a moradia digna.
processo construtivo. Ainda tem por objetivo evitar a segregação
O sistema estrutural da habitação modular e estigmatização de qualquer usuário,
será adotado como protótipo para uma possibilitando espaços que possam ser
nova forma de habitar, que poderá se utilizados por usuários com capacidades
adequar às diversidades de cada terreno e à diferentes, uso simples e intuitivo, esforço
população a ser beneficiada. físico mínimo e dimensionamento de
espaços.

"É necessário enfatizar ainda o desastre, do ponto de vista arquitetônico e urbanístico, da


intervenção realizada. Dentre os erros praticados se destaca a opção por grandes conjuntos na
periferia das cidades, o que gerou verdadeiros bairros dormitórios: a desarticulação entre os
projetos habitacionais e a política urbana e o absoluto desprezo pela qualidade do projeto,
gerando soluções uniformizadas, padronizadas e sem nenhuma preocupação com a qualidade
da moradia, com a inserção urbana e com respeito ao meio físico." (BONDUKI, 2008, p.74)

Fig. 06: Conjunto Habitacional de Heliópolis


Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-16929/his-conjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-mais-katchborian-arquitetos
Lugar / Terreno
Anápolis está localizada a 59,3km de
distância da cidade de Goiânia e a 154km
de Brasília. Segundo dados do IBGE
(2021), estima-se que a população da
cidade seja de 396.526 habitantes, sendo
o terceiro maior município do estado em
população e a segunda maior força
econômica.
Anápolis foi apontada pela revista VEJA
em 2010 como uma das vinte cidades
brasileiras do futuro em razão de seu
grande potencial logístico.
Anápolis está situada em uma região
chamada de "Planalto do Alto Tocantins-
Paranaíba", subunidade no Planalto
Central brasileiro.
O terreno sugerido para intervenção está
localizado na Rua Monteiro Lobato,
Jardim Alexandrina, Anápolis GO. Possui
aproximadamente 7.000 m² e está
próximo a Matinha.
Referência Bibliográficas
Déficit Habitacional com base nos dados do CadÚnico
Disponível em:
https://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/estudos/2021/estudo_deficit_habitaci
onal.pdf

Dados da TETO
Disponível em: https://teto.org.br/sobre-a-teto/

Dados do IBGE
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/

Dados de Anápolis
Disponível em: https://www.goiasdenorteasul.com.br/programa_-a-n-a-p-o-l-i-s-_175

MARICATO, ERMINIA. Habitação e Cidade. 7° Edição. Atual, 2010.

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