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Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judicidria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas Rua Quinze de Janeiro, $21, 11° andar - Bairro: Centro CEP: 92010-300 - Fone: (51)3462-2225 = ‘worwftsjus.br » Email: rscan02@jfis,jus.br PROCEDIMENTO COMUM N° 5011959-68.2019.4.04.7112/RS AUTOR: FLAVIO MARQUES BARBO ADVOGADO: VALMIR RODRIGUES DA SILVA (OAB RS103028) REU: UNIAO - ADVOCACIA GERAL DA UNIAO REU; DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO - DETRANIRS SENTENCA I-Relatério A parte autora, j4 qualificada nos autos, ajuizou a presente agio de procedimento comum em face da UNIAO - ADVOCACIA GERAL DA UNIAO ¢ do DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO - DE’ TRAN/RS, objetivando, inclusive em sede de tutela de urgéncia, a anulagdo do Auto de Infragio (AIT) série T085951005, do respective processo administrative de imposigdo de penalidade, bem como do Proceso de Cassagio de Direito de Dirigir (PCDD) n° 2017/1850038-6 dele decorrente. Postula, ainda, a condenagio dos réus a0 pagamento de indenizagao por danos morais no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) e de RS 1.500,00 a titulo de "perdas e danos" Relata, em sintese, que teve instaurado contra si processo administrativo para a imposigao de multa referente a0 AIT n° 100/T085951005, qual deu margem & penalidade de cassagao do direito de dirigir junto ao DETRAN (PCDD n® 2017/1850038-6). Assevera que no fora devidamente notificado acerca dos procedimentos, uma vez que tanto a Notificago da Autuagio (NAIT) quanto a Notificagao de Imposig&io de Penalidade (NIP) foram enviadas apenas ao enderego do proprietério do veiculo, Jonathan Alves Machado. Argumenta que a autuagao ocorreu com abordagem, mas que ndo constou no AIT os motivos que impediram a assinatura do documento. Sustenta que, em razdio da inexisténcia da NIP, nio tomou conhecimento do prazo para a apresentagio de defesa e dos recursos cabiveis. Acentua que a infrago tipificada no art. 162, inc, II do CTB é de responsabilidade exclusiva do condutor, pois é sobre este que recaem as sangdes decorrentes do ilicito administrativo. Ajuizada a demanda pelo rito do Juizado Especial Federal, foi determinada a reautuago para a classe do procedimento comum. Na mesma oportunidade, determinou-se a prévia manifestagio da parte ré acerca do pedido 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judicidria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas antecipatério (ev. 3, DESPADEC). Intimada, a Unigioinsurgiu-se contra os argumentos_ da Inicial, postulando o indeferimento da tutela de urgéncia ¢ anexando as cépit processo administrativo (ev. 10). Deferida a tutela de urgéncia e concedida a gratuidade da justiga & parte autora (ev. 16). ‘A Unio manifestou-se acerca do cumprimento da tutela de urgéncia (ev. 26).. Citado, 0 DETRAN/RS apresentou contestagio. (ev. 28). Preliminarmente, arguiu sua ilegitimidade passiva para responder as impugnagdes relacionadas ao auto de infrago lavrado pela Policia Rodovidria Federal. Referiu que © auto de infragZo foi lavrado pela Policia Rodovidria Federal, nio cabendo 4 Autarquia Estadual prestar informagdes com relagio a autuagdo. Alegou que 0 ato administrativo goza do atributo da presungao de legitimidade e que 0 processo de cassagdo do direito de dirigir obedeceu a todos os tramites legais, Aduziu que a parte autora teve oportunidade e fez uso do seu direito de defesa, apresentando recurso. Sustentou a auséneia de prova do dano moral alegado pelo demandante e, subsidiariamente, que seja observada a razoabilidade na fixagao da indenizagao. Por fim, pugnou pela improcedéncia da demanda, ‘A Unido apresentou contestagdo (ev. 30). Defendeu a regularidade do procedimento administrativo instaurado a partir do cometimento da_infragio. Afirmou que o autor foi autuado no dia 21/07/2016 por dirigir veiculo com CNH ou PPD com suspensio do direito de dirigir, conforme previsto no art. 162, II, do CTB. Relatou que em 09/08/2016, apés a homologagdo do auto de infragio pela autoridade, a notificagdo da autuagio foi enviada aos Correios, sendo entregue ¢ recebida em 19/08/2016 no enderego do proprietario do veiculo. Referiu que a notificagdo de imposigao de penalidade (NIP) foi enviada para o enderego do proprietirio do vefculo em 09/08/2017, através do uso do sistema "e-Carta Simples" dos Correios, sendo recebida em 25/08/2017. Disse que a notificagdio também foi enviada para ser publicada por Edital no Diério Oficial da Unido em 25/08/2017, conforme novo procedimento adotado pela Policia Rodovisria Federal, Sustentou que a penalidade de multa é imposta ao proprietario ¢ as notificagdes de imposigao dessa penalidade foram devidamente expedidas pela PRF, enquanto que a penalidade de cassagio do direito de dirigir é imposto ao condutor ¢ sua notificagdo é feita pelo érgdo de transito estadual. Alegou a presungdo de legitimidade ¢ 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas veracidade dos atos administrativos e a asuéncia de provas consistentes aptas a descontituir 0 ato administrativo. Requereu julgamento de improcedéncia dos pedidos. Houve réplica (ev. 31). Intimadas, as partes ndo requereram a produgdo de provas. Vieram os autos conclusos para sentenga Eo relatério. Decido. IL - Fundamentagio 1. Preliminar de ilegitimidade passiva do DETRAN/RS © demandante postula provimento jurisdicional que reconhega a nulidade do Auto de Infrado de Transito (AIT) série T085951005, bem como dos demais efeitos da autuagao, como a muta aplicada e 0 Processo de Cassagiio do Direito de Dirigir (PCDD) instaurado pelo DETRAN/RS em razao da infragao. Dispoe o art. 22 do CTB: Art, 22. Compete aos érgdos ou entidades executivos de trinsito dos Estados e do Distrito Federal, no dmbito de sua circunserigao: Oo) II - realizar, fiscalizar e controlar 0 processo de formagio, aperfeigoamento, reciclagem e suspensao de condutores, expedir e cassar Licenga de Aprendizagem, Permissdo para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitagdo, mediante delegacao do érgao federal competente; (od Assim, considerando que 0 pedido relativo a cassagio do direito de dirigir do requerente decorre da pretensio de nulidade do auto de infragdo lavrado por Policial Rodovidrio Federal - 0 que configura a legitimidade da Unido Federal para figurar no polo passivo da agdo e a competéncia da Justiga Federal para apreciar a julgar o feito —, imprescindivel o direcionamento da demanda também contra 0 DETRAN/RS, o que legitima sua presenga no polo passivo do feito. Neste sentido, alias, ja decidiu o TRF da 4* Regido: 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. ACAO ORDINARIA. UNIAO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AUTO DE INFRAGAO DE TRANSITO. TESTE DO BAFOMETRO, REGULARIDADE. - Tendo 0 demandante postulado a desconstituigao do auto de infracdo lavrado pela Policia Rodovidria Federal e, por conseguinte, a extingdo do processo administrativo de suspensiio do direito de dirigir instaurado pelo DETRAN, correto o ajuizamento da demanda contra ambos os entes. Com efeito, a penalidade de suspensiio do direito de dirigir & mera consequéncia da autuacio realizada pela fiscalizacdo federal, de modo que, sendo @ Unido parte legitima para figurar na lide, resta firmada a competéncia da Justiga Federal para o seu julgamento. - Hipdtese na qual deve ser mantido o ato ‘administrativo atacado, pois goza do atributo da presungdo de legitimidade, que exige prova robusta em contririo para ser abalado, a qual nao foi produzida pelo autor, ¢, em consequéncia, 0 pedido deve ser julgado improcedente. - Recurso de apelacio a que se dé parcial provimento. (TRF4, AC 5030888-30.2015.404.7100, TERCEIRA TURMA, Relator RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, juntado «aos autos em 29/02/2016) ADMINISTRATIVO, INFRACAO DE TRANSITO. RADAR ELETRONICO. EXCESSO DE VELOCIDADE. COMPROVAGAO. LEGALIDADE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. COMPETENCIA DO DETRAN. MUL’ VELOCIDADE. PENALIDADE DE SUSPENSAO DO DIREITO DE DIRIGIR 1. A autuacdo realizada por meio de controlador eletrénico de velocidade, sem a abordagem do condutor, deve estar devidamente identificada no respectivo auto de infracdo, nos termos do art. 280 do CTB, 0 que resta comprovado nos autos; bem como a disposicao do art. 281 do CTB acerca da expedigéo da notificacao da infracio no prazo de 30 dias, 0 que também se verifica nos autos, pois foram realizadas as devidas notificagdes de autuacdo ¢ de penalidade, recebidas pelo autor, mas sem apresentagéo de defesa. 2. A competéncia do DETRANIRS é atribuida pelo art. 22, I do CTB, pois cabe aos Srgdos ou entidades executives de trinsito dos Estados ¢ do Distrito Federal, no dmbito de sua circunscri¢éo, dentre outras disposigdes, de um modo geral, cumprir ¢ fazer cumprir a legislagao e as normas de trénsito no dmbito das respectivas airibuigées. 3. Confirmada a aplicagao da pena de multa por excesso de velocidade, porém anulada a penalidade de suspensio do direito de dirigir, que se ‘mostrou desproporcional diante das circunstancias especificas do caso concreto, (TRF4, AC 5004212-13.2013.404.7101, QUARTA TURMA, Relator para Acérdao CANDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, juntado aos autos em 23/10/2015) Destarte, verifica-se que a Unido ¢ parte legitima apenas para responder pela anulaco do AIT série T085951005 e, em eventual procedéncia dos pedidos, pela multa pecunidria, Por outro lado, a permanéncia da Autarquia Estadual no feito impée-se em razio da vinculagio do PCDD ao proceso administrative federal que visa 4 apuragdo da infragéo de transito, sendo consequéncia ldgica da anulagdo do auto de infrago a anulagao do PCDD. Portanto, rejeito a preliminar suscitada pela Autarquia Estadual. 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas 2, Mérito Por ocasitio da andlise do pedido de tutela de urgéncia, foi proferida decisio deferindo o pedido com a seguinte fundamentagio (ev. 13) bold 3. Os requisitos previstos para a concessdo de tutela proviséria de urgéncia, em sua ‘modalidade satisfativa ou antecipatéria, encontram-se elencados no artigo 300 do Cédigo de Processo Civil, quais sejam, elementos que evidenciem a probabilidade do direito € o perigo de demora, consistente este no perigo de dano ow risco ao resultado itil do processo, No caso dos autos, tenho por atendidos os pressupostos legais para a concessito da hutela de urgéncia. Cuida-se de demanda objetivando a nulidade de procedimentos relacionados & infraco de transito prevista no art. 162, inc. Il do CTB. O requerente foi autuado no dia 21/07/2016, no Km 3 da BR 116, no municipio de Porto Alegre, RS, ‘enquanto dirigia o veiculo FORD FOCUS SE AT 1.6 H, placa IWA8188, estando com o direito de dirigir suspenso (ev. 10, OFIC3, p. 1) A alegagiio de nulidade é pautada na existéncia de vicio formal, consistente na auséncia de notificagao, tanto da autuagao quanto da penalidade, prejudicando 0 direito de defesa do autor. Inicialmente, importa ressaltar, no que tange a tese de nulidade da Notificagao da Autuacéo, que, consoante se extrai do documento anexado no Evento 10, OFIC3, p. 2, a infracao foi constatada apds a abordagem do demandante por Agentes da PRE. Logo, nao ha espaco para acolher a tese de auséncia de notificagdo, uma vez que, na ocasiéo da abordagem, quando inclusive teve recothida a sua CNH, ficou ciente da lavratura da multa, mesmo que néo tenka firmado a sua assinatura no AIT. Nesse sentido, reiterados si os julgados do TRF da 4° Regiao: ADMINISTRATIVO, PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA DE URGENCIA. INFRAGAO DE TRANSITO. SUMULA 312 DO ST.‘ DUPLA—-NOTIFICAGAO._— AUTUAGA0.- EM FLAGRANTE. DESNECESSIDADE DA NOTIFICACAQ QUANTO A AUTUACAO, _NOTIFICACAO _QUANTO 4 PENALIDADE. PROPRIETARIO_DIVERSO DO CONDUTOR. DADE_DE ENCAMINHAMENTO APENAS AO PROPRIETARIO RESPONSAVEL. APRESENTACAO DE _DEFESA, PRAZO. INICIO_A PARTIR DA ABORDAGEM PESSOAL, PRECEDENTES. I. A tutela de urgéncia seré concedida quando houver elementos suficientes acerca da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado itl do processo, conforme 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 e Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Segdo Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas disposto no artigo 300 do CPC. 2. No_processo_administrative_para imposicio de multa de transito sio necessérias as notificacdes da autuacio da aplicacdo da pena decorrente da infracdo, desde que a autuacao néo porquanto, caso contrério, dispensa-se_a_primeira. 3. A segunda notificacao, acerca da penalidade aplicada, deve ser encaminhada ao proprietirio do veiculo, independentemente do condutor infrator, na ‘medida em que & 0 responsdvel pelo pagamento da multa. 4. O prazo para apresentacio de defesa previa, quando a autuacio for em flagrante, inicia @ partir da data da abordagem pessoal pela autoridade de transito, conforme entendimento fixado pelo STJ ¢ neste Tribunal. (TRF4, AG 5039453-35,2018.4.04,0000, TERCEIRA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 30/01/2019) ADMINISTRATIVO. MULTA DE TRANSITO. AUTO DE INFRACAO. NOTIFICACAO DO PROPRIETARIO. ARTIGO 282, § 3°, DO CTB. REQUISITOS _ ATENDIDOS. —ATOS_—_-ADMINISTRATIVOS. LEGITIMIDADE. I. 0 fato do autor néo ter sido notificado pessoalmente da penalidade, sendo a correspondéncia enviada para o endereco do proprietério, néo afeta a legitimidade da multa. Havendo abordagem do condutor do veiculo pela autoridade de transito, a partir desta data esti 0 autuado_ciente da infracio imputada, iniciando-se, pois,_o prazo para a apresentacio defesa administrativa. 1) O artigo 282, §1°, do Cédigo de Transito Brasileiro considera validas as notificacies enviadas ao endereco do proprietirio, o que nao afeta a legitimidade da muta. 2) A teor do o art. 282, § 3% do CTB, sempre que a penalidade de multa for imposta ao condutor, & excegao daquela de que trata 0 § 1° do art. 259, a notificacio seré encaminhada ao proprietirio do veculo, responsivel pelo seu pagamento, cabendo a este indicar posteriormente 0 condutor. (TRF4 5049906-66.2017.4.04.7100, QUARTA TURMA, Relator LUIS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE, juntado aos autos em 14/12/2018). Ademais, na via entregue ao usudrio, constam de forma bem clara as instrucdes para a eventual apresentagao de defesa, com a possibilidade de interposi¢&o de recurso administrative, Contudo, em relagdo @ tese de nulidade do AIT em razio de a Notificagao da Penalidade ter sido enviada apenas ao proprietério do automével, assiste raziio ao autor. Em manifestacao preliminar, a parte ré corrabora as afirmacaes do demandante no sentido de que a notificagdo de imposigdo de penalidade foi enviada apenas para 0 endereco do proprietirio do veiculo, Jonathan Alves Machado, em 09/08/2017 (ev: 10, PETI). Quanto ao ponto, importa ressaltar que, no processo administrativo para imposicaio de multa de transito, exige-se a notificacao do infrator em duas oportunidades - a denominada dupla notificagdo. A primeira refere-se & notificagéo em razdo do 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas cometimento da infragao ou da autuagao, conforme artigos 280 ¢ 281 do CTB, que censeja 0 direito a defesa prévia, antes que a autoridade delibere sobre a aplicacao da penalidade. A segunda, apés julgada consistente a autuagao, trata da imposi¢ao da penalidade, na forma do art, 282 do CTB. Alids, & —pacifica a jurisprudéncia no sentido da _necessidade da dupla notificagdo, tanto da imposi¢ao da infracdo, quanto da aplicagdo da penalidade, sendo a matéria, inclusive, objeto da Siimula n.° 312 do Superior Tribunal de Justica, verbis Stimula 312 - No proceso administrative para imposigao de multa de trinsito, so necessérias as notificacies da autuaciio e da aplicacio da pena decorrente da infracdo, Assim, deve 0 condutor/proprietirio do veiculo ser previamente notificado para apresentar defesa prévia. Decorrido o prazo referido, apés decisdo da autoridade competente, deve ele ser novamente notificado para pagar ou recorrer. No caso sub judice, trata-se de aplicagao da penalidade de suspensiio do direito de dirigir ¢ de cassa¢ao da habilitagao, tendo em vista que a infracdo cometida foi aquela tipificada no art. 162, inciso I do CTB: Art, 162. Dirigir veiculo bd IL ~ com Carteira Nacional de Habilitagdo, Permisséo para Dirigir ou Autorizacio para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensio do direito de diri Infracao - gravissima; Penalidade - multa (trés vezes); Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitagdo ¢ retengao do veiculo até a apresentagao de condutor habilitado; (Grifei) As penalidades em questo tém de ser necessariamente notificadas ao condutor, jé que & este quem sofrerd as consequéncias da medida, de forma a poder exercer seu direito de defesa, conforme se extrai da regra prevista no art. 265 do CTB, néo sendo suficiente, portanto, a notificacdo apenas do proprietirio do veiculo. Art, 265. As penalidades de suspensao do direito de dirigir e de cassagiio do documento de habilitacéo serdo aplicadas por decisto fundamentada da autoridade de trénsito competente, em processo administrativo, assegurado 20 infrator amplo direito de defesa, (Grifei) 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas Nesse sentido, precedentes do Tribunal Regional Federal da 4" Regido. ADMINISTRATIVO, MULTA DE TRANSITO APLICADA AO CONDUTOR INFRATOR, PESSOA DIVERSA DA PESSOA DO PROPRIETARIO DO VEICULO_ OBRIGATORIEDADE DA NOTIFICAGAO DO INFRATOR DA APLICACAO DA PENALIDADE, SOB PENA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Nos casos em que o condutor infrator é pessou diversa do ptoprietirio do veiculo, a dupla notificacii, da autuacko e da aplicacio da penalidade, deve ser divigida ao condutor, que é quem sofrerd os efeitos da penalidade, para que possa apresentar sua defesa prévia e interpor 0 competente recurso, sob pena de nulidade da autuacéo por cerceamento de defesa. (TRF4, AC 5075762-03.2015.4.04.7100, QUARTA TURMA, Relator CANDIDO ALFREDO SILVA L. IOR, juntado aos autos em 27/11/2019) ADMINISTRATIVO, AUTO DE INFRACAO DE TRANSITO. INVALIDO. DUPLA NOTIFICACAO PARA APLICACAO DA PENALIDADE, SUMULA 312 DO STI. - No procedimento de aplicacio da multa de transito, exige-se a notificacao do infrator em duas oportunidades. A primeira é a notificacao do cometimento da infracdo, que oportunizaré a apresentacao da chamada ‘defesa prévia’. A outra notificacao é da aplicagao da penalidade, apés 0 Jjulgamento da consisténcia do auto de infragao de transito, forte nos artigos 280, 281 ¢ 282 do Cédigo de Transito Brasileiro. - Nos termos do art. 8° da Resolucéo CONTRAN n" 182/2005,_0 processo_administrativo para aplicacio da penalidade de suspensao do instaurado quando esgotados todos _os_meios de defesa_da_infracho_na_esfera rela_auséncia_de_notificacdo_da penalidade de multa, - Hipdtese em que a dupla notificacio (Siimula 312 do STJ)_s6 foi respeitada em relacdo ao proprietério ¢ nio em relacio ao do proprietirio do veiculo. (TRF4, AC 5000110-64.2017.4.04.7 114, QUARTA TURMA, Relator RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, juntado aos autos em 14/11/2019) TO. DUPLA NOTIFICACAO, AUTUAGAO EM FLAGRANTE. SUSPENSAO DO DIREITO DE DIRIGIR E DE CASSACAO DA HABILITACAO. CERCEAMENTO DE DEFESA. A aplicagao da penalidade de transito exige tenha havido dupla notificagao do infrator. Se a ‘autuacao for lancada contra 0 condutor que nao seja 0 proprietirio do veiculo (autuagao em flagrante), a assinatura do infrator no auto de infracio consiste na primeira das notificagées obrigatorias (notificacao da autuacao), conforme previsto expressamente no art. 280, VI, do CTB, A segunda notificacdo obrigatéria, da aplicacéo da penalidade, deve ser enderecada a houver a apli idade de softerd as to de defesa, 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas conforme se dessume da rega do_art. 265 do CTB, néo_bastando_a notificacio do proprietério. No caso, havia a aplicagéo da penalidade de suspensao do direito de dirigir e de cassagao da habilitagdo e 0 autor nao foi notificado dessa penalidade, restando sem a oportunidade de recorrer. Logo, mula a autuagao, Agravo provido. (IRF4, AG 5001705-32.2019.4.04.0000, QUARTA TURMA, Relator CANDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, Juuntado aos autos em 28/10/2019) Examinando o Histérico da Infragio (ev. 10, OFIC3, p. 4), constata-se que, de fato, a NIP somente fora encaminhada ao proprietario do automdvel, razdo pela qual, ao que tudo indica, ao menos neste momento de cognicao sumaria, nao foi assegurado «a0 demandante 0 direito ao exercicio de defesa em relagao 4 penatidade imposta por meio do processo administrativo n° 2017/1850038-6 (PCDD), impondo-se 0 deferimento da medida antecipatéria de suspensiio dos efeitos do AIT n° 100/T085951005, bem como do Proceso de Cassagao do Direito de Dirigir (PCDD) n° 2017/1850038-6. lsso posto, DEFIRO o pei de ttela de urgéncia, detcninanda pace suspenda os efeitos do Auto de Infracdo de Transito (AIT) n° 100/TO8S951005, bem como do Proc ie ECDD n° 2017/1850038- instaurados emt face do autor, até ulterior decisiio em sentido contrério, Lod Nao ha razes para modificar o posicionamento acima externado, visto que 0 quadro fatico nao se alterou desde entdo e nao foram trazidos novos elementos aptos a alterar a decis Depreende-se da anilise dos autos que: (1) houve a lavratura de auto de infragio, mediante abordagem do condutor; (2) foram expedidas ¢ remetidas a Jonathan Alves Machado, proprietario do veiculo, notificagdes de autuagao e de imposigio de penalidade, e (3) ndo hé referéncia ao encaminhamento de notificagdo de imposigdo de penalidade ao condutor do veiculo, responsivel pela infragio de natureza pessoal capitulada no art. 162, inciso II do Cédigo de Transito Brasileiro (dirigir veiculo com o direito de dirigir suspenso). Com efeito, de acordo com a documentagdo anexada aos autos, o autor foi autuado em flagrante em 21/07/2016, como incurso no art. 162, inciso II, do CTB ("Dirigir veiculo com CNH ou PDD com suspensao do direito de dirigir" - ev. 1, AUTOS), sendo desnecessiria a expedigdo de nova notificagao da autuagao. Além disso, em 09/08/2016, verifica-se 0 envio da notificagdo da autuagdo também ao proprietirio do veiculo, recebida em 19/08/2016 (ev. 10, OFIC3, p. 4 e 7) 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Segdo Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas No que diz respeito notificagdo de imposigtio da penalidade (NIP), como referido, tratando-se de infragdo de natureza pessoal, é imprescindivel 0 encaminhamento de notificagdo da imposigio de penalidade ao condutor, para 0 pleno exercicio do direito de defesa em sede recursal, o que nao ocorreu na hipétese em exame. Nesse sentido, os seguintes precedentes do C. STJ e do E, TRF da 4° Regio: ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INFRACAO DE TRANSITO. PENALIDADE APLICADA AO CONDUTOR. NECESSIDADE DE DUPLA NOTIFICACAO. ACORDAO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDENCIA DO STJ, AGRAVO REGIMENTAL DO DETRAN/RS A QUE SE NEGA PROVIMENTO DESPROVIDO 1. firme o entendimento desta Corte Superior de que nas hipdteses de autuagto em flagrante, como 0 caso dos autos, & dispensivel a notificacao da infracao, uma vez que o condutor é notificado de forma presencial, sendo imprescindivel, no entanto, a notificagao da imposicéo da penalidade. Entendimento consubstanciado na Siimula 312/STJ. 2. Na hipétese, inexistindo notificagao da aplicagao da penalidade ao agravado, conforme consignado no acérdio recorrido, a desconstituigao do auto de infragao, conforme entendimento desta Corte Superior, é medida que se impoe. 3. Por fim, € invidvel 0 acolhimento das alegacdes deduzidas no Apelo Nobre, porquanto demandaria o reexame do conjunto fitico-probatéri, medida vedada em Recurso Especial. 4. Agravo Regimental do DETRANIRS a que se nega provimento, (STJ, I" Turma, AgRg no AREsp 800.022/RS, Rel. Ministro NAPOLEAO NUNES MAIA FILHO, julgado em 16/08/2018, DJe 24/08/2018 - grifei) ADMINISTRATIVO. AUTO DE INFRAGAO DE TRANSITO. PRE. RESPONSABILIDADE PELA INFRACAO. CONDUTOR. REMESSA DAS OTIFICACOES. PROPRIETARIO. AUTUAGAO EM FLAGRANTE. DUPLA NOTIFICACAO. Na hipatese de autuagao em flagrante, é desnecessério o envio de notificagdo da autuagdo ao endereco do condutor do veiculo, o qual jé foi abordado pessoalmente no momento da lavratura do auto, tomando ciéncia de seu conteido. A 2" Secéto desta Corte, em julgamento realizado em 11/09/2019, consolidou 0 entendimento de que é indispensivel o envio da notificacao da penalidade ao condutor quando a infracéo for de sua responsabilidade. (TRF4, AC 5074805- 65.2016.4.04.7100, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALEAO CAMINHA, juntado aos autos em 09/12/2019 - grifei) ADMINISTRATIVO. MULTA DE TRANSITO APLICADA AO CONDUTOR INFRATOR, PESSOA DIVERSA DA PESSOA DO PROPRIETARIO DO VEICULO. OBRIGATORIEDADE DA NOTIFICAGAO DO INFRATOR DA APLICACAO DA PENALIDADE, SOB PENA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Nos easos em que © condutor infrator & pessoa diversa do proprietério do veieulo, a dupla notificagao, da autuagio e da aplicagdo da penalidade, deve ser dirigida ao condutor, que é quem sofrerd os efeitos da penalidade, para que possa apresentar 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Segdo Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas sua defesa prévia e interpor 0 competente recurso, sob pena de nulidade da autuagao por cerceamento de defesa. (IRF4, AC 5075762-03.2015.4.04.7100, QUARTA TURMA, Relator CANDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, juntado «aos autos em 27/11/2019 - grifei) Assim, tendo a notificagdo de imposigo de penalidade (NIP) sido entregue to somente ao proprietério do veiculo, e nao ao préprio autor, cumpre reconhecer a nulidade parcial do procedimento administrativo a partir do momento em que a parte autora deveria ter sido notificada da imposig&o da penalidade, na forma do art, 282, § 4°, do CTB, a fim de que tenha a oportunidade de apresentar recurso administrative, em consonancia com os principios do contraditério ¢ da ampla defesa, Saliento que a autuacSo continua integra, j4 que, como visto acima, nao houve qualquer irregularidade na notificacdo do auto de infracdio (NA). Portanto, ndo ha que se falar em insubsisténcia do auto de infragio n° T085951005, devendo ser parcialmente anulado o procedimento de aplicagio da penalidade ao condutor do veiculo, facultado ao érgio de transito repetir seus atos, observado o prazo prescricional previsto no art, 1° da Lei n.° 9.873/99. Outrossim, enquanto nao esgotados todos os meios de defesa da infragdo na esfera administrativa (art. 8° da Resolugio 182/2005 do CONTRAN) niio pode haver a instauragio de processo administrative para aplicago da penalidade de cassagao do direito de dirigir pelo DETRAN, devendo ser baixado 0 PCDD n° 2017/1850038-6 em tramite junto a Autarquia Estadual. Quanto ao pedido indenizatorio No que tange aos danos morais, entendo que a pretensio autoral nfo merece prosperar. Quanto possibilidade de condenago a reparagZio de danos morais, © pressuposto ensejador do direito & a existéncia efetiva de dano moralmente relevante ¢ indenizavel, entendido este como aquele que atinge a esfera legitima de afeigiio da vitima, que agride seus valores, que humitha, que causa dor e nao aquele que fato que simplesmente causa dissabores (STF, AgReg em RE n° 387.014-9/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, 2° T., publicado em 25/06/04). Vale dizer que 0 dano moral nfo decorre pura e simplesmente de qualquer perturbago do bem-estar que possa vir a afligir a subjetividade do individu. Exige, de modo concreto, constrangimento, vexame ou situagdo que 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judicidria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas implique em degradagio do individuo. No caso, embora tenha havido procedimento erréneo por parte da Unitio, tal erro causou mero aborrecimento ao autor, o qual teve de pleitear judicialmente a nulidade dos efeitos do auto de infragdo. Nao houve violagdo 4 honra objetiva do requerente e nem ha sequer indicativos de que tenha ocorrido abalo moral passivel de reparaso. Nesse sentido: ADMINISTRATIVO. AUTO INFRACAO DE TRANSITO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO DENTRAN. ERRO DA ADMINISTRACAO. ANULAGAO. DANO MORAL. INOCORRENCIA. - E incumbéncia do Detran 0 cancelamento de pontuagao em CNH decorrente de auto de infracdo que restou anulado judicialmente, ainda que este tenha sido lavrado pela Policia Rodovidria Federal. - O erro da Administracdo causou mero aborrecimento ao autor, o qual teve de pleitear judicialmente a anulacio do auto de infracio. Néo houve violacdo & honra ‘objetiva do requerente ¢ nem hé indicatives de que tenha ocorrido abalo moral passivel de reparacho. (TRF4, AC 5034619-44,2014.404.7108, Terceira Turma, Relator p/ Acérdao Ricardo Teixeira do Valle Pereira, juntado aos autos em 05/10/2015) ADMINISTRATIVO. INFRACAO DE TRANSITO. ANULACAO DO AUTO DE INERACAO, ——-RECONHECIMENTO—ADMINISTRATIVO. DANO MORAL INEXISTENTE. HONORARIOS ADVOCATICIOS.1. Reconhecido 0 cequivoco administrativo e cancelada a penalidade de transito, 0 que, de qualquer sorte, demonstra o interesse em agir da autora, devem os 6nus da sucumbéncia ser imputados @ parte vencida ou a quem deu causa d instaurago do processo, em homenagem aos principios da sucumbéncia e causalidade.2. Néo hédano ‘moral quando os fatos narrados estio no contexto de meros dissabores, sem abalo Gihonra do autor 3. Apelagées improvidas. (TRF4, AC 5004473-77.2010.404.7102, Quarta Turma, Relator p/ Acérdéo Vilson Darés, juntado aos autos em 31/08/2011) Ademais, permanece higido o auto de infragio, cabendo Administragio, se for © caso, expedir nova notificagdo de penalidade, repetindo os atos do processo administrativo, observado o prazo prescricional Por sua vez, 0 DETRANIRS no possui responsabilidade pelo fato, visto que ocorreu no trimite do processo administrative da Policia Rodovidria Federal. Ainda, a parte autora postula a condenagdo da parte ré ao pagamento de "custas de perdas e danos no valor de RS 1.500,00 ( um mil e quinhentos reais), conforme recibo anexo" (letra "m" dos pedidos - ev. 1, INIC1). Ocorre que, além de 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judicidria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas nfo haver qualquer fundamentago acerca do pedido, nfo hé nos autos prova do prejuizo material no valor mencionado. Nesse contexto, improcedente o pedido quanto ao pont. III - Dispositivo Ante o exposto, rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva do DETRAN/RS e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os _pedidos veiculados na inicial, resolvendo 0 mérito da demanda nos termos do art. 487, inciso 1, do CPC, para anular o proceso administrative decorrente do AIT série T085951005, a contar da notificagao de imposigio da penalidade (NIP), bem como as penalidades dele decorrentes, inclusive o Processo de Cassagao do Direito de Dirigir (PCDD) n° 2017/1850038-6. Confirmo a tutela de urgéncia deferida no evento 16. Considerando a sucumbéncia reciproca, condeno a autora ao pagamento de honorarios em favor dos réus, fixados em 10% (dez por cento) sobre © valor postulado a titulo de indeni por danos morais ¢ "perdas ¢ danos", na proporgdo de metade para cada réu, nos termos do art, 85, §§ 2°, 3° € 14, do CPC. Por outro lado, condeno a parte ré ao pagamento de honorarios advocaticios, os quais fixo no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser atualizado pelo IPCA-E a partir da data da publicago desta sentenga, sendo 75% de responsabilidade da Unio, ¢ 25% de responsabilidade do DETRANIRS (art. 87, caput e § 1°, do CPC), vedada a compensagao de honordrios. Esclarego que a fixagdo se da por apreciag3o equitativa, tendo em vista o valor irrisério caso fosse fixada em percentual sobre 0 valor da condenagao ou do proveito econémico obtido pelo autor, restrito ao valor das _multas, no condizente com o trabalho profissional desempenhado pelo causidico, com base no § 8° do art. 85 do CPC. Sendo a parte autora beneficiéria de gratuidade de justiga, suas obrigagdes sucumbenciais restam suspensas, nos termos da Lei (art. 98, §3°, do CPC), Partes isentas do pagamento das custas, consoante art. 4°, incisos I ¢ II, da Lei n° 9.289/96. Sentenca nio sujeita & remessa necessiria, vez que o valor da no ultrapassard o limite estabelecido no art. 496, §3°, inciso I, do CPC. 50119S9-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19 Poder Judiciario JUSTICA FEDERAL Seco Judiciaria do Rio Grande do Sul 2* Vara Federal de Canoas Havendo recurso(s) tempestivo(s), tera duplo efeito, com excegio da parte afeta confirmagdo da tutela de urgéncia, que sera recebida apenas no efeito devolutivo, fulero no art. 1.012, §1°, inciso V, do CPC. Intime(m)-se a(s) parte(s) contraria(s) para apresentagdo de contrarrazées, no prazo legal. Apés, devem ser os autos remetidos ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 4" Regifo, independentemente de juizo de admissibilidade (§ 3.° do art. 1.010 do CPC). Publique-se. Registre-se, Intimem-se. Documento cletrdnico assinado por FABIO HASSEN ISMAEL, Juiz Federal, na forma do artigo 1°, inciso IL, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 ¢ Resolugio TRF 4* Regio n° 17, de 26 de margo de 2010. A conferéncia da autenticidade do documento esti disponivel_ no enderega _cletrnico http:/www-trf jus. britrF4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do cédigo verificador 710010403603V19 e do cédigo CRC f640ed0b. InformagGes adicionais da assinatura: Signatiio (a): FABIO HASSEN ISMAEL Data e Hora: 28/2/2020, as 14:53:59 5011959-68,2019.4.04.7112 710010403603 .V19

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