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ANDERSON MENESES ALMEIDA – MED 106 1

CITOGENÉTICA HUMANA E CLÍNICA -Mesmo ocorrendo o enovelamento não há sobreposição da


molécula de DNA
CONCEITOS
MORFOLOGIA DO CROMOSSOMO
-Citogenética: enfoque citológico da genética; consiste
-Os cromossomos são unidos por um ponto chama de
principalmente no estudo microscópico dos cromossomos; contrição primária ou centrômero. A posição desse ponto é
-Cromossomo: Disposição linear de ponta a ponta do DNA, importante para a classificação do centrômero.
visível (individualizável) em seu estado compactado durante -A constrição primária separa os cromossomos em braço
a divisão celular. curto (p) e braço longo(q).
-Cariótipo: todo o complemento (conjunto) cromossômico de As pontas dos cromossomos são chamadas de telômeros, que
um organismo ou célula. com o passar do tempo é desgastado e pode sofrer
influência de outras extremidades, ou seja, os telômeros
CITOGENÉTICA CLÍNICA possuem como objetivo garantir a estabilidade.
-Consiste na aplicação desses conceitos de citogenética e As constrições secundárias são regiões de menor
serve de ferramenta para o diagnóstico e estudo de doenças compactação, portanto, haverá um estreitamento no seu
causadas por alterações cromossômicas. segmento localizado no cromossomo. Essas regiões existem
COMPACTAÇÃO DO DNA em varias regiões do cariótipo. A única região que pode ser
observada em um microscópio óptico são as regiões
-As histonas H1 promove a aproximação do cromossomo, organizadoras de nucléolos, responsáveis pela síntese de
formando um filamento em forma de espiral (Solenóide) RNAr.
-Nucleossomo é o primeiro nível de compactação. Enquanto o As regiões satélites não são essenciais para o funcionamento
Solenóide é o segundo nível de compactação. ideal do ser humano, portanto podem ser perdidas sem
causar quaisquer danos.

CLASSIFICAÇÃO CROMOSSÔMICA
A: cromossomo metacêntrico – centrômero localizado na
região mediana
B: cromossomo submetacêntrico – centrômero não está
localizada na região mediana nem extrema do cromossomo
C: cromossomo acrocêntrico – centrômero na região mais
alta do cromossomo
D: cromossomos telocêntricos – centrômero praticamente
coincide com o telômero (não existe em humanos)
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FORMULA CORRETA: r=q/p


As células são obtidas em metáfase para análise de
cariótipo (in vitro), normalmente se utiliza dos glóbulos
Os grupos são classificados de acordo com o tamanho, brancos (linfócitos). No meio de cultura haverá todos os
classificação morfológica e padrões de banda. componentes necessários para as células sobreviverem e se
multiplicarem.
Grupo A: São os maiores cromossomos, heterogêneos pois
possuem 2 cromossomos metacêntricos e 1 submetacêntrico. Fitohemaglutina: estimula a divisão celular
Grupo B: também classificados como cromossomos grandes, Colchicina: inibe a divisão celular
porém são cromossomos homogêneos Etanol acético: fixa os cromossomos na lâmina
Grupo C: Apresenta 7 pares de autossomos e o cromossomo
X, são de tamanhos médios e submetacêntricos.
Grupo D: são cromossomos de tamanhos médios,
acrocêntricos e apresentam a constrição secundária
relacionada a região organizadora de nucléolo
Grupo E: É formado por cromossomos pequenos, sendo o
par 16 metacêntrico, enquanto os pares 17 e 18
submetacêntricos.
Grupo F: São cromossomos pequenos e metacêntricos.
Grupo G: São cromossomos pequenos, acrocêntricos e
apresentam a constrição secundária e cromossomo Y, este
não possui constrição secundária nem satélite.
Todos os cromossomos acrocêntricos podem ser observados
facilmente a sua constrição secundária.

EXAMES CITOGENÉTICOS
A importância de exame de cariótipo consiste na
identificação de aspectos sindrômicos, casos de infertilidade
e abortamentos e neoplasias.
O exame citogenético necessita de células vivas.
No diagnóstico pré-natal podem ser colhidas células da
placenta, da vilosidade coriônica, do material de líquido
amniótico e do cordão umbilical. No indivíduo adulto
normalmente se utiliza dos linfócitos.
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Banda R: mais utilizada em pesquisa

Em regiões com maior atividade gênica vão formar bandas


mais clara, enquanto em regiões com menor atividade
gênica terá bandas mais escuras nesse padrão de
coloração.
Banda G é o exame de cariótipo mais comum na prática
médica.
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Utiliza marcadores de DNA ao invés da coloração.

DISIVISÃO CELULAR ALTERADA

MITOSE NORMAL

MITOSE ALTERADA

ANEOGÊNESE
Dá origem a aneuploidias, ou seja, a célula irá possui um
cromossomo a mais ou um cromossomo a menos.
Ocorre quando há uma ruptura da fibra do fuso,
consequentemente o cromossomo não irá conseguir segregar
as cromátides irmãs e vão migrar juntas para uma mesma
célula. Consequentemente serão geradas as aneuploidias.
Se o verde e vermelho vibrarem na mesma intensidade o As células que possuem monossomia geralmente morrem,
resultado será amarelo. Esse teste é mais utilizado em enquanto as que possuem trissomia podem sobreviver.
problemas de deleção de gene.
No caso do cariótipo de alta resolução, ocorre o
relaxamento do cromossomo, podendo observar bandas que
antes não era possível ser observada

CLASTOGÊNESE
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Consiste em um efeito de uma quebra cromossômica. O


pedaço que foi quebrado do cromossomo vai se unir a outro
cromossomo ou vai ser perdido.

SÍNDROMES CAUSADAS POR ALTERAÇÕES


CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS E
MEIOSE NORMAL
MORFOLÓGICAS EM HUMANOS
Síndrome: conjunto de sinais e sintomas associados a uma
causa comum.
Viabilidade: alteração que permite o nascimento
Ordem de acordo com o tamanho:

MEIOSE ALTERADA
Aneuploidia Ordem de acordo com a atividade gênica:

Portanto alterações gênicas nos cromossomos 21, 18 e 13


são as que possuem mais chance de sobrevivência.
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Anomalias em cromossomos com maior atividade gênica tem


grandes chances de não se desenvolver, desse modo pode
não fertilizar ou acarretar em abortos espontâneos.
Toda monossomia de autossomos é inviável, visto que o gene
letal naquele cromossomo será predominante. A única
monossomia que é viável na espécie humana é a monossomia
do cromossomo X.
TRISSOMIAS AUTOSSÔMICAS

SÍNDROME DE DOWN (47, XY, +21)

SINAIS COMUNS
Fenda palpebral obliqua (geralmente voltada para baixo),
prega epicântica, face plana (as proeminências vistas em
perfil são pouco perceptíveis), é comum ter problemas
oftalmológicos, língua protrusa (maior do que o normal e
sulcada), saliva mais volumosa e menos concentrada,
alteração no desenvolvimento dentário, dedos curtos (pode
acontecer de ter somente duas falanges), presença da
prega simiesca ou prega única palmar, clinodactilia do
quinto dedo, pé curto e distância maior entre o hálux com os
outros dedos, problemas cardíacos congênitos, obstruções
intestinais, hernia umbilical, leucemia, retardo no
desenvolvimento mental, retardo no desenvolvimento
psicomotor, hipotonia muscular ao nascimento
Orelha de implantação baixa e mal formada são sinais
comuns na maioria dos casos de anomalias genéticas.

ETIOLOGIAS
Mosaico (1% a 2% dos casos): são indivíduos que quando
fazem o cariótipo, apresentam os dois tipos de células, ou
seja, possui um percentual de células com Down e outro
percentual sem Down.
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Translocação robertsoniana (3 a 4% dos casos) 46, XY, -14


+ t(14q21q): ocorre quando dois cromossomos se fundem em
um só. É específica entre os cromossomos do grupo D e
grupo G, pois só acontece entre acrocêntricos. Para isso
acontecer necessita ocorrer uma quebra na região do
centrômero, consequentemente ocorre uma deleção dos Na nomenclatura citogenética, caso esteja equilibrada, o
braços curtos e uma fusão cêntrica. No exemplo abaixo do indivíduo será normal, por exemplo:
par 21 aparenta estar normal, enquanto o cromossomo 14
está translocado

Esse caso demonstra um tipo de translocação balanceada

Isocromossomo: consiste em um cromossomo que sofreu uma


quebra no região do centrômero, formando dois
cromossomos respectivamente formados pelos braços
maiores (ISOq) e outro pelos dois braços menores (ISOp)
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SÍNDROME DE PATAU
Causada pela trissomia do 13

Não disjunção meiótica: ocorre justamente por conta das


fibras de fuso, que se de repente uma dessas fibras não é
formada não vai ocorrer a segregação de maneira
equitativa. SINAIS COMUNS
Orelha mal formada de plantação baixa
Polidactilia
Lábio leporino em fenda palatina
Microftalmia ou anoftalmia
Crânio alongado
Microcefalia
Calcanhar alongado
Má formação dos rins
Dificuldade de respiração
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SÍNDROME DE EDWARDS
Causada pela trissomia do 18, possui uma expectativa de
vida média de 3 anos. Não possui etiologia da translocação SINAIS COMUNS
robertsoniana. Retardo mental acentuado
Hipertelorismo (olhos distantes)
Fenda palpebral obliqua voltada para cima
Choro fraco
Alterações na laringe

SINAIS COMUNS
Hipertonia muscular
Pescoço curto
Esterno curto e pontiagudo
Micrognatia (mandíbula recuada)
Ausência de reflexos
Pelve estreita

SÍNDROME DE WOLF-HIRSCHHORN
Casada pela deleção parcial do braço curto do cromossomo
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SÍNDROME DE CRI DU CHAT


Deleção parcial do braço curto do cromossomo 5.
Expectativa de vida é variável, dependendo a
variabilidade genética transmitida dos pais para os filhos.
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SÍNDROME DO X FRÁGIL (SÍNDROME DE MARTIN &


BELL)

A célula tenta inativar a sequência que sofreu mutação, com


a ferramenta de metilação, tentando desligar o gene a
partir da inibição do processo de compactação.

SINAIS COMUNS TRIPLOIDIA


Autismo Consiste quando o cariótipo inteiro é triplicado, O indivíduo
não chega a nascer.

ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS

CROMOSSOMO PHILADELFIA T(9;22) (Q34;Q11)


Resultado de uma translocação recíproca, quando dois
cromossomos trocam pedaços um com o outro. O problema
está atrelado com a junção dos genes ABL e BCR, visto que
eles são respectivamente um oncogene (em situações normais
se encontra desligado) e um promotor de expressão gênica.
Portanto essa patologia causa normalmente leucemia
mieloide crônica.
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Características: face pana, baixa estatura, pescoço alado,


face plana, orelha mal formada de plantação baixa,
retardo mental leve, não tem a maturação sexual (ovário é
malformado, portanto não produz os hormônios sexuais),
unhas estreitas e cumpridas, problema cardíacos congênito,
implantação baixa do cabelo na nuca, tórax em escudo.

ALTERAÇÕES EM CROMOSSOMOS SEXUAIS

SÍNDROME DE TURNER
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ALTERAÇÃO NA CROMATINA SEXUAL


A cromatina sexual está atrelada a alterações em
cromossomos sexuais, determinado sempre quando tem mais
de um cromossomo .

SÍNDROME DE KLINEFELTER (47, XXY)

Sinais comuns: testículo não desenvolvido (desiquilíbrio


hormonal), ginecomastia, membros alongados, pouca
pilosidade pubiana, presença de problemas de coluna,
problemas ósseos, retardo mental
CROMOSSOMOS X E Y SUPRANUMERÁRIOS
X – Retardo mental
Y – Agressividade
Duplo Y 47, XYY: durante a separação dos cromossomos dos
gametas sexuais a segregação das cromátides não ocorre,
nesse caso não há retardo mental, porém a tendencia é
maior para apresentar agressividade.
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Pode causar inviabilidade da célula ou síndromes.


INVERSÕES
Quando um segmento do cromossomo originado de duas
quebras sofre rotação de 180º e é ressoldado
Triplo X 47,XXX: sem característica fenotípicas marcantes,
podendo apresentar ocasionalmente, estatura maior que a
média, comprometimento da fala, retardo mental e má
formação dos ovários

ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS CROMOSSÔMICAS

DELEÇÃO
Perda de um segmento do cromossomo

DUPLICAÇÃO O problema dessa inversão será na formação de gametas.


Na pericêntrica há 50% de chance de desenvolver gametas
Quando um segmento deum cromossomo apresenta-se viáveis, na divisão paracêntria há menos de 50% de chance
duplicado de desenvolver gametas viáveis.
Origem das duplicações e deleções intrínsecas: A partir de
um pareamento desigual e a quebra acontece no mesmo
ponto.
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Translocação robertsoniana é só viável em cromossomos


acrocêntricos, visto que o cromossomo vai perder o braço
curto.
TRANSLOCAÇÃO RECOMBINAÇÃO
Quando ocorre a troca de segmentos entre cromossomos não Troca de porções entre cromossomos homólogos
homólogos

Translocação simples: um perde e outro ganha


Translocação recíproca: os dois trocam porções do
cromossomo.
Essas translocações causam um arranjo genético anormal e
pode gerar infertilidade (2/3 dos gametas são inviáveis).

Essa recombinação pode ocorrer em célula somática, sendo


um evento desvantajoso, visto que promove perda de
heterozigose. Um dos principais eventos que geram tumores
são causadas por conta de uma recombinação somática.

TRANSPOSIÇÃO
Mudança de posição de uma porção do cromossomo para
outro ponto dentro do mesmo cromossomo.
O pedaço que sai pode entrar no meio de um gene e
alterar a expressão gênica.
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Genitais internos externos


Caracteres sexuais secundários
Comportamento Sexual (libido e procura)

OS 11 SEXOS

ISOCROMOSSOMOS
Resultam de um erro na divisão do centrômero que ao invés
de separar as cromátides separa os braços do cromossomo.

CROMOSSOMOS SEXUAIS
Primeira definição de sexo
Cromossomo X: Tamanho médio e submetacêntrico
(semelhante ao grupo C)
Cromossomo Y: Pequeno e acrocêntrico

CROMOSSOMO EM ANEL
Ocorre quando há perda dos telômeros e o cromossomo
funde as extremidades dos braços p e q

DESENVOLVIMENTO SEXUAL NORMAL E


ANÔMALO

SOCIAL
Papeis de gênero

O que define o sexo é um gene presente no cromossomo Y


PSICOLÓGICO
(SRY)
Identidade de gênero (identidade genital)
Na prova deve considerar que todo cromossomo Y possui
Papel afetivo-sexual o gene SRY

BIOLÓGICO MACHOS 46, XX.


Cromossomos (XX ou XY) – gene SRY – masculinizante O pedaço do gene Y que possui o gene SRY foi parar em
Gônadas (ovário ou testículo) algum cromossomo autossômico. O teste com marcador
molecular para o gene SRY seria o ideal para o diagnóstico.
Hormônios
A maior parte do cromossomo Y é composta por
Gametas heterocromatina
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DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA INTERNA


Células de Leyding: produz testosterona e promove o
desenvolvimento dos ductos de wolff
Células de Sertoli: produz o hormônio Anti-Mulleriano (HAM),
que irá fazer regredir o desenvolvimento dos Ductos de
Muller.
Ductos de Muller ou paramesonéricos: acontece normalmente
após a 7 semana, serão influenciados pelo hormônio anti-
mulleriano, responsável por formar a genitália interna
FÊMEAS 46, XY feminina
Quando a mulher possui o cromossomo Y, porém o gene Ductos de Wolff: serão influenciados a partir da
principal (SRY) foi perdido, ou seja, não houve o testosterona, responsáveis por formar a genitália interna
desenvolvimento do testículo. masculina (epidídimo, canais deferentes, etc)

SEXO GONADAL (PRIMEIRO DESENVOLVIMENTO)


Se existe o gene SRY e é expressado, irá produzir a No caso feminino não irá ter testículo para produzir esses
proteína FDT, promovendo o desenvolvimento da região hormônios, portanto o desenvolvimento da genitália feminina
medular e promoverá o desenvolvimento do testículo. não é inibido.
Na ausência do SRY, a córtex que irá se desenvolver e não
irá produzir a diferenciação testicular, portanto serão
desenvolvidos os ovários.

A di-hidrotestosterona é responsável por transformar a


massa externa na genitália externa masculina
Tubérculo genital fora a glande do pênis
As pregas genitais irão formar o corpo do pênis
O seio urogenital da origem a uretra peniana
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As saliências lábio escrotais formará o escroto

PSEUDOHEMAFRODITISMO
Possui somente um tipo de gônada e a genitália é
indeterminada.

HERMAFRODITISMOS VERDADEIROS
É realizado um teste de gônadas
Tem testículo e ovário ou um desses dois e ovostestis.
Ovotestis está relacionado com a não expressã odo SRY.

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