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ENSINO MÉDIO

PRÉ-VESTIBULAR

BIO
BIOLOGIA

4
COLEÇÃO PV
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Todos os direitos de edição reservados à Editora Poliedro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal, Lei 9.610
de 19 de fevereiro de 1998.
ISBN 978-65-5613-301-0

Presidente: Nicolau Arbex Sarkis


Autoria: Elias Avancini de Brito e Henrique Medeiros Pinheiro
Edição de conteúdo: Ana Paula Enes Costa, Juliana
Grassmann dos Santos, Ana Carolina Suzuki Dias Cintra,
Luiza Henriques Ostrowski, Maria Carolina Checchia da Inês
e Mayra Sato
Edição de arte: Christine Getschko, Alexandre Bueno,
Bruna H. Fava, Daniella de Romero Pecora, Jaime Xavier,
Lourenzo Acunzo e Nathalia Laia
Ilustrações: Diógenes Martins
Design: Adilson Casarotti
Licenciamento e multimídia: Leticia Palaria de Castro
Rocha, Fernanda Soares Bitencourt, Danielle Navarro
Fernandes e Vitor Hugo Medeiros
Revisão: Daniel de Febba Santos, Bianca da Silva Rocha,
Bruno Freitas, Eliana Marilia G. Cesar, Ellen Barros de Souza,
Ingrid Lourenço, Sara de Jesus Santos, Sárvia Martins e
Thiago Marques
Impressão e acabamento: PierPrint

Crédito de capa: BOONCHUAY PROMJIAM/Shutterstock.com

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Poliedro Sistema de Ensino


T. 12 3924 -1616
sistemapoliedro.com.br
Sumário
Frente 1
16 Segunda lei de Mendel..................................................................................................... .............................. 5
Segunda lei de Mendel, 6 Resumindo, 14
Cruzamento mendeliano, 7 Quer saber mais?, 15
Revisando, 8 Exercícios complementares, 15
Exercícios propostos, 9 BNCC em foco, 18
Texto complementar, 12
17 Interações gênicas ........................................................................................................................................19
Introdução, 20 Texto complementar, 30
Interação gênica simples, 20 Resumindo, 31
Epistasia, 21 Quer saber mais?, 31
Herança quantitativa, 21 Exercícios complementares, 32
Revisando, 24 BNCC em foco, 34
Exercícios propostos, 26
18 Linkage e mapas gênicos .............................................................................................................................35
Ligação fatorial (linkage), 36 Resumindo, 44
Referências para a resolução de exercícios, 39 Quer saber mais?, 45
Revisando, 39 Exercícios complementares, 45
Exercícios propostos, 41 BNCC em foco, 48
Texto complementar, 44
19 Genoma humano e cromossomos sexuais .................................................................................................49
Cromossomos e sexo biológico no ser humano, 50 Revisando, 54
Outros sistemas de determinação sexual, 50 Exercícios propostos, 56
Os cromossomos sexuais, 51 Textos complementares, 59
Heranças determinadas por genes autossômicos, 51 Resumindo, 61
Heranças determinadas por genes de Quer saber mais?, 62
cromossomos sexuais, 52 Exercícios complementares, 63
Cromatina sexual, 53 BNCC em foco, 67
20 Mutações gênicas e cromossômicas ...........................................................................................................69
Mutações, 70 Textos complementares, 76
Mutações gênicas, 70 Resumindo, 77
Mutações cromossômicas, 70 Quer saber mais?, 77
Revisando, 73 Exercícios complementares, 78
Exercícios propostos, 74 BNCC em foco, 82
21 Genética de populações ...............................................................................................................................83
Genética de populações, 84 Texto complementar, 89
Equilíbrio de Hardy-Weinberg, 84 Resumindo, 90
Alterações do equilíbrio genético da população, 84 Quer saber mais?, 90
Teorema de Hardy-Weinberg, 85 Exercícios complementares, 91
Revisando, 86 BNCC em foco, 94
Exercícios propostos, 87
Frente 2
18 Transporte e sustentação em plantas ........................................................................................................95
Os tecidos de condução, 96 Textos complementares, 106
Os tecidos de sustentação, 96 Resumindo, 108
A condução da seiva inorgânica, 97 Quer saber mais?, 109
A condução da seiva orgânica, 100 Exercícios complementares, 110
Revisando, 101 BNCC em foco, 112
Exercícios propostos, 103
19 Hormônios vegetais................................................................................................................................... 113
Hormônios e desenvolvimento, 114 Textos complementares, 121
Hormônios de crescimento, 114 Resumindo, 124
Hormônio de redução da atividade metabólica, 116 Quer saber mais?, 124
Hormônio de maturação, 117 Exercícios complementares, 125
Revisando, 117 BNCC em foco, 127
Exercícios propostos, 119
20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo ................................................................................................. 129
Movimentos vegetais, 130 Resumindo, 139
Fotoperiodismo, 132 Quer saber mais?, 140
Revisando, 134 Exercícios complementares, 140
Exercícios propostos, 136 BNCC em foco, 142
Texto complementar, 138
21 Plantas e ambiente .................................................................................................................................... 143
Introdução, 144 Texto complementar, 161
Biomas do mundo, 146 Resumindo, 162
Biomas do Brasil, 150 Quer saber mais?, 166
Biomas e aspectos ecológicos, 154 Exercícios complementares, 166
Revisando, 154 BNCC em foco, 169
Exercícios propostos, 157

Frente 3
11 Sistemas de controle II ......................................................................................................................................... 171
Introdução, 172 Texto complementar, 185
Regulação dos níveis hormonais, 173 Resumindo, 185
Principais glândulas endócrinas, 173 Quer saber mais?, 186
Revisando, 178 Exercícios complementares, 187
Exercícios propostos, 179 BNCC em foco, 194
12 Reprodução humana ............................................................................................................................................ 195
Sistema genital masculino, 196 Texto complementar, 211
Sistema genital feminino, 197 Resumindo, 212
Métodos contraceptivos, 200 Quer saber mais?, 213
Revisando, 201 Exercícios complementares, 214
Exercícios propostos, 203 BNCC em foco, 220
13 Histologia animal .................................................................................................................................................. 221
Introdução, 222 Texto complementar, 238
Tecido epitelial, 222 Resumindo, 239
Tecido conjuntivo, 224 Quer saber mais?, 241
Tecidos musculares, 227 Exercícios complementares, 242
Revisando, 231 BNCC em foco, 248
Exercícios propostos, 232
Gabarito ........................................................................................................................................................................ 249
FRENTE 1

CAPÍTULO Segunda lei de Mendel

16
Até agora, estudamos como ocorre a transmissão de características genéticas de
maneira isolada. Porém, qual seria o padrão de herança caso analisássemos duas ca-
racterísticas simultaneamente? Essa foi uma das perguntas que Gregor Mendel tentou
responder por meio de seus estudos com ervilhas e vagens. Neste capítulo, explora-
remos sua descoberta.
Segunda lei de Mendel É importante lembrar que a segunda lei de Mendel só
é válida se os pares de alelos estiverem em diferentes
Até o momento, estudamos a herança de uma única
característica, analisada isoladamente, como o sistema san- pares de cromossomos homólogos.
guíneo Rh, a pigmentação da pele humana, a cor do pelo de A determinação de tipos de gametas é possível com
porquinhos-da-índia etc. Isso se refere ao mono-hibridismo o emprego de dicotomias ou de bifurcações, quando um
tratado no contexto da primeira lei de Mendel. par de alelos apresentar heterozigose, como nos exemplos
No entanto, um indivíduo apresenta diversas caractísti- a seguir.
cas simultaneamente. Neste caso, os caracteres analisados
podem ser determinados por genes situados em diferentes BBL
pares de cromossomos homólogos. Esse é um caso de
1
di-hibridismo, que se encontra no âmbito da segunda lei L BL
2
de Mendel, também conhecida como lei da segregação B
1
independente.  B
2
Vamos considerar o caso de duas características pre- ∴ 2 tipos de gametas
sentes em pelos de porquinhos-da-índia.
A cor dos pelos é determinada por dois alelos: b e B; b AaBBL
condiciona pelo branco e B condiciona pelo preto, sendo 1
L ABL
B dominante em relação a b. 4
A B
O aspecto dos pelos é determinado pelos alelos e L; 1
 AB
 condiciona pelo liso e L condiciona pelo arrepiado, sendo 4
L dominante em relação a . 1
L aBL
Sabendo que os dois pares de alelos, (B e b) e (L e ), a B
4
estão em diferentes pares de cromossomos homólogos,  aB
1
4
como serão os gametas de um indivíduo duplo-heterozigoto ∴ 4 tipos de gametas
BbL? Cada gameta deve receber um alelo de cada gene,
sendo produzidos os seguintes tipos de gametas: BL, B, AaBbL
1 1
bL e b, nas mesmas proporções, isto é, de cada tipo. O L ABL 8
4 B 1
alelo dominante B pode estar em um gameta com L ou ; o A
 AB 8
alelo recessivo b pode estar em um gameta com L ou com L AbL 1
b 8
. Assim, os gametas formados não possuem apenas ale-  Ab 1
8
los dominantes (B e L), ou necessariamente apenas alelos
1
recessivos (b e ); portanto, os genes B e L se separam de L aBL 8
B
modo totalmente independente.  aB
1
a 8
L abL 1
BbL 8
b 1
CORES ELEMENTOS  ab 8
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO ∴ 8 tipos de gametas
Exemplos de tipos de gametas produzidos em indivíduos com heterozigose.

O número de tipos de gametas pode ser obtido pela


fórmula 2n, sendo n o número de heterozigoses. Assim,
nos exemplos citados anteriormente, temos:
y BBL ~ há uma heterozigose: 2n, com n = ; portanto,
formam-se dois tipos de gametas.
y ~ há duas heterozigoses: 2n, com n = 2; portanto,
1 1 1 1
4 4 4 4 formam-se quatro tipos de gametas.
y AaBbL ~ há três heterozigoses: 2n, com n = 3; portanto,
Gametas formam-se oito tipos de gametas.
Representação da segunda lei de Mendel. Os gametas formados têm um Tomando como base os tipos de gametas é possível
representante de cada tipo de homólogo, sendo que cada tipo de gameta é obter o número de encontros gaméticos (N). N = no de
formado na mesma proporção.
tipos de gametas masculinos ? no de tipos de gametas
femininos.
No exemplo a seguir, temos:
Atenção
bbL 3 BbL
ô ô
n = 1 =  tipos de gametas n =  = 4 tipos de gametas
N =  ? 4 = 8 encontros gaméticos

6 BIOLOGIA Capítulo 16 Segunda lei de Mendel


Cruzamento mendeliano L × L

Considerando a geração parental (P) de porquinhos-


-da-índia: fêmea com pelo branco e liso, cruzada com
macho homozigoto, de pelo preto e arrepiado, obtém- Gametas: (L + ) × (L + )
-se na geração F1 todos os descendentes heterozigotos, LL + 2L + 
com fenótipo preto e arrepiado. 3 1
4 Arrepiado 4 Liso
3 1
∴ 4 L_ e 4 
Pelo branco e liso Pelo preto e arrepiado
bb BBLL
Juntando I com II, temos:
Gametas: y Preto e arrepiado (B_L_)
  9
? 5
4 4 16
BbL y Preto e liso (B_)
100% pelo preto arrepiado  1 
? 5
Primeira etapa de cruzamento mendeliano. O cruzamento entre duplo-recessivo e 4 4 16
duplo-dominante gera descendentes heterozigotos para as duas características.
y Branco e arrepiado (bbL_)
Com o cruzamento entre os indivíduos duplo-hete- 1  
? 5
rozigotos, é obtida a geração F2, com uma proporção 4 4 16
fenotípica de 9 : 3 : 3 : 1, que é típica do di-hibridismo. y Branco e liso (bb)
1 1 1
BbL BbL ? 5
× 4 4 16

Gametas: Outros exemplos de cruzamentos


Além do cruzamento entre duplo-heterozigotos, ocor-
rem outros tipos de cruzamentos, como nos exemplos a
BBLL BBL BbLL BbL seguir.
Preto arrepiado Preto arrepiado Preto arrepiado Preto arrepiado

BBL BB BbL Bb


Preto arrepiado Preto liso Preto arrepiado Preto liso

bbLL bbL
BbLL BbL
Branco Branco
Preto arrepiado Preto arrepiado
arrepiado arrepiado BBL 3 BbLL
BbL Bb bbL bb ô ô
Branco
Preto arrepiado Preto liso Branco liso
arrepiado Gametas: (BL + B) 3 (BL + bL)

9 Preto arrepiado (B_L_) 3 Preto liso (B_)


16 16 BL bL
3 Branco arrepiado (bbL_) 1 Branco liso (bb)
16 16 BL
∴ 9:3:3:1
Segunda etapa de cruzamento mendeliano. O cruzamento entre
heterozigotos resulta em uma proporção fenotípica de 9 : 3 : 3 : 1. B

A proporção fenotípica de F2 também pode ser obtida


por meio do uso de binômios, ou seja, da análise de cada _100% dos descendentes com pelo preto e arrepiado (B_L_).
par de alelo de forma separada. Esse cruzamento pode ser representado por meio de
BbL × BbL
binômios:

Bb × Bb
BBL × BbLL

BB × Bb
Gametas: (B + b) × (B + b)
BB + 2Bb + bb
3 1
FRENTE 

4 Preto 4 Branco Gametas: (B) × (B + b)

3 1 Descendentes: BB + Bb
∴ 4 B_ e 4 bb 100% Preto (B_)

7
L × LL
Esse cruzamento pode ser representado por meio de
binômios:

Gametas: (L + ) × (L) ×
bbL BbL
Descendentes: L + LL
bb × Bb
100% Arrepiado (L_)

Juntando I e II, temos descendentes B_L_ de fenótipo


preto e arrepiado (100%). Gametas: (b) × (B + b)
Descendentes: bb + Bb
1 1
2 Branco 2 Preto

bbL 3 BbL L × L
ô ô
Gametas: (bL + b) 3 (BL + B + bL + b)
Gametas: (L + ) × (L + )
BL B bL b
Descendentes: LL + 2L + 
3 1
4 Arrepiado 4 Liso
bL
Juntando I e II, temos descendentes:
y Preto e arrepiado (B _ L _)
1  
b ? 5
 4 8
y Preto e liso (B _ )
1 1 1
 ? 5
B_L_: preto arrepiado  4 8
8
1 y Branco e arrepiado (bbL _)
B_: preto liso 1  
8 ? 5
  4 8
bbL_: branco arrepiado
8 y Branco e liso (bb)
1 1 1 1
bb: branco liso ? 5
8  4 8

Revisando
. Explique a segunda lei de Mendel.

. Considerando dois ou mais pares de alelos que estão em pares de cromossomos homólogos diferentes, explique
como ocorre a formação de gametas.

8 BIOLOGIA Capítulo 16 Segunda lei de Mendel


. Como podem ser determinados os gametas de di-híbridos?

4. Quantos gametas diferentes podem ser formados por um indivíduo de genótipo AABbccDd?

5. Que fórmula pode ser utilizada na determinação do número de encontros gaméticos?

6. Em ervilhas, o gene que determina a cor das sementes e o que determina a forma das sementes localizam-se em pa-
res diferentes de cromossomos homólogos. As características de semente amarela e lisa são dominantes em relação
às características de semente verde e rugosa, respectivamente.
a) Quais são as proporções genotípica e fenotípica que se esperam na F1 de um cruzamento entre plantas duplo-
-homozigotas dominantes e plantas duplo-homozigotas recessivas?

b) Quais são as proporções genotípica e fenotípica que se esperam na F desse cruzamento?

Exercícios propostos
. UFRGS Assinale a alternativa que preenche correta- características situados em pares de cromossomos
mente as lacunas do texto a seguir, na ordem em que homólogos diferentes. Cruzando-se porquinhos com
aparecem. padrão liso e de coloração negra, ambos heterozigo-
A famosa proporção :3:3:, relacionada à Segunda Lei tos para os dois loci, pode-se afirmar, corretamente,
de Mendel, refere-se à proporção es- que a razão fenotípica de porquinhos arrepiados e
perada da de dois indivíduos brancos é de:
heterozigóticos quanto a dois pares de genes (AaBb) a) 9:16 b) :8 c) :16 d) 1:16
localizados em de cromossomos.
a) genotípica – F – diferentes pares . UPF-RS 08 Segundo as Leis de Mendel, nas células
b) fenotípica – F1 – diferentes pares somáticas, os genes encontram-se aos pares, porém,
c) fenotípica – F – um mesmo par durante a formação dos gametas, eles segregam. Com
d) genotípica – F1 – um mesmo par base nessa informação, é possível que indivíduos com
e) fenotípica – F – diferentes pares genótipo
a) DDEe produzam gametas D e Ee.
. Uece Sabe-se que em porquinhos-da-índia o pa- b) VvTT produzam gametas V, v e T.
FRENTE 

drão “pelos lisos” domina sobre o padrão “pelos c) RR produzam gametas RR.
arrepiados”, enquanto a cor negra domina sobre a d) CcMM produzam gametas Cc e MM.
cor branca, estando os genes determinantes dessas e) BBAa produzam gametas BA e Ba.


4. Fatec-SP Em determinada planta, flores vermelhas 7. EBMSP-BA 08 O quadro ilustra o resultado encon-
são condicionadas por um gene dominante e flores trado em um importante experimento realizado pelo
brancas por seu alelo recessivo; folhas longas são monge Gregor Mendel a partir de cruzamentos feitos
condicionadas por um gene dominante e folhas cur- com exemplares de ervilhas-de-cheiro.
tas por seu alelo recessivo. Esses dois pares de alelos
localizam-se em cromossomos diferentes. Do cru- Gametas VR Vr vR vr
zamento entre plantas heterozigóticas, para os dois
caracteres, resultaram 32 descendentes. Destes, VR
espera-se que o número de plantas com flores ver-
melhas e folhas curtas seja:
Vr
a) 0 d) 180
b) 60 e) 0
c) 160 vR

5. UFRGS Em porcos, a cor dos pelos pode ser branca


(P_) ou preta (pp), e o tipo de casco é determinado por vr
alelos que segregam em outro cromossomo, sendo
que F_ condiciona casco indiviso, e ff casco fendido.
Com base nesse experimento e nas conclusões preci-
Se porcos di-híbridos são cruzados entre si e produ-
sas obtidas pelo pesquisador, é correto armar:
zem, entre várias ninhadas,  descendentes, quantos
a) Esse experimento utilizou duas características,
desses apresentarão fenótipo diferente dos pais?
simultaneamente, em um exemplo de interação
a) 4 d) 6
gênica quantitativa.
b) 16 e) 60 b) Esse resultado expressa o cruzamento entre indiví-
c) 8 duos puros presentes na primeira geração filial (F1).
c) Os resultados obtidos divergem dos resultados
6. UFJF/Pism-MG 08 (Adapt.) Até o início do século XX esperados segundo a 1a lei de Mendel ou Lei da
a explicação mais aceita para a hereditariedade era a Pureza dos Gametas.
de que os gametas eram formados por partículas pro- d) Os gametas Vr e vR são considerados parentais
vindas de várias regiões do corpo e na fecundação e encontram-se presentes em todas as gerações
eles se fundiam, misturando assim as características estudadas.
e) O resultado da F expressa a presença de quatro
dos pais em um novo indivíduo. Mendel postulou
fenótipos diferentes e uma frequência de 0,15 de
que fatores, ou elementos, eram responsáveis pela
genótipos também encontrados na geração parental.
transmissão de tais características e que eles são re-
cebidos dos pais, via gametas. 8. Insper-SP 08 Gregor Mendel demonstrou, por meio
Marque a alternativa que representa de forma CORRE- de cruzamentos em ervilhas, a segregação indepen-
TA as explicações de Mendel para a hereditariedade dente de características genéticas, como as observadas
e os conceitos atuais da genética. na cor e na textura das sementes produzidas por essa
a) Os genes correspondem ao que Mendel denomi- planta.
nou fatores que se unem durante a fecundação, Considerando como dominantes os fenótipos ama-
relo e liso; e como recessivos os fenótipos verde e
gerando um indivíduo com as características inter-
rugoso, pode-se armar que o cruzamento, entre
mediárias do pai e da mãe. plantas produtoras de ervilhas, responsável por gerar
b) Ao herdar dos pais dois alelos diferentes para apenas indivíduos duplo-heterozigotos em F, para os
uma mesma característica hereditária, um indiví- fenótipos citados, é:
duo pode ter manifestada apenas uma variável: o a) VvRr x VvRr
fenótipo dominante. b) VVRR x VvRr
c) Na formação dos gametas, os alelos para uma c) vvRr x Vvrr
mesma característica, herdados de pai e mãe, se d) VVrr x vvRR
e) VvRr x vvrr
separam independentemente nas células diploides.
d) Em um indivíduo, cada característica hereditária é
. UFU-MG 0 A fim de refazer os experimentos
condicionada por um alelo, resultante da associa-
de Mendel, um pesquisador cruzou uma planta com
ção de diferentes genes oriundos da fusão dos
sementes amarelas lisas (duplamente homozigota do-
gametas do pai e da mãe. minante) com uma planta pura com sementes verdes
e) Na segunda fase da meiose, ocorre o pareamento dos rugosas (duplamente homozigota recessiva). Foram
genes alelos em cromossomos homólogos na placa produzidas plantas F. A seguir, o pesquisador reali-
equatorial da célula, para a formação de gametas. zou a autopolinização de F, produzindo a geração F2,

0 BIOLOGIA Capítulo 16 Segunda lei de Mendel


totalizando 3 2 plantas. Com base nas informações Após a análise dos resultados dos cruzamentos, fo-
apresentadas, assinale a alternativa que apresenta o ram feitas as seguintes armativas.
número total de plantas com uma característica domi- I. A probabilidade de ocorrência do mesmo genóti-
nante e uma característica recessiva. 4
po nos indivíduos de F1 em F é de .
a) 1 800. c) 600. 16
II. Os genes para cor do corpo e para tipo de asa
b) 1 00. d) 00.
estão localizados num mesmo cromossomo.
III. Em F, a probabilidade de ocorrência de homo-
0. Unesp 08 As figuras representam células de duas
zigose dominante é a mesma de homozigose
espécies animais,  e 2. Na célula da espécie , dois
recessiva.
genes, que determinam duas diferentes caracterís-
IV. O gene para corpo ébano só está presente na ge-
ticas, estão presentes no mesmo cromossomo. Na
ração P1 e em parte da F.
célula da espécie 2, esses dois genes estão presen-
V. Os genes para cor do corpo e forma das asas
tes em cromossomos diferentes.
segregam-se independentemente durante a for-
mação dos gametas.
As armativas corretas são:
a) I, II e IV, apenas.
b) I, II e V, apenas.
c) I, III e V, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) III, IV e V, apenas.

. UPF-RS 00 Considere que em uma determinada


Tendo por base a formação de gametas nessas espécie de plantas as características comprimento de
espécies, e sem que se considere a permutação caule e forma de fruto são condicionados por genes
(crossing-over), constata-se a Primeira Lei de Mendel que segregam independentemente. Considere tam-
a) tanto na espécie 1 quanto na espécie , mas a bém que os alelos que determinam caules longos e
Segunda Lei de Mendel se constata apenas na frutos redondos têm ação dominante sobre os que
espécie 1. determinam caules curtos e frutos ovais. Das alterna-
b) apenas na espécie 1, enquanto a Segunda Lei de tivas abaixo, qual apresenta genótipos que, ao serem
Mendel se constata apenas na espécie . cruzados, poderão gerar plantas com caules curtos e
c) apenas na espécie , enquanto a Segunda Lei de frutos ovais?
Mendel se constata apenas na espécie 1. a) AAbb × AAbb
d) apenas na espécie , enquanto a Segunda Lei de b) AABB × aabb
Mendel se constata tanto na espécie 1 quanto na c) AaBB × AABb
espécie . d) AaBb × AaBb
e) tanto na espécie 1 quanto na espécie , mas a e) aaBB × AAbb
Segunda Lei de Mendel se constata apenas na
espécie . . Unirio-RJ As afirmativas a seguir relacionam a genéti-
ca mendeliana à divisão celular.
. Unirio-RJ A mosca-das-frutas (Drosophila melanogaster) I. As 1a e a Leis de Mendel abordam o compor-
pode apresentar asas vestigiais ou longas e corpo tamento dos genes na formação dos gametas;
cinza ou ébano. Cruzando-se um macho de corpo cin- logo, estão relacionadas com o comportamento
za e asas vestigiais com uma fêmea de corpo ébano cromossômico na meiose.
e asas longas (parentais – P), obteve-se F, que deu II. Dois pares de genes segregam-se independente-
origem a F2 através da autofecundação, como mostra mente, se estiverem localizados em cromossomos
a figura a seguir. diferentes.
III. A Lei da Segregação Independente (a Lei) está
P1 relacionada às consequências do arranjo, ao
acaso, de pares de cromossomos homólogos na
F1 placa metafásica, na meiose.
Está(ão) correta(s):
a) somente I.
b) somente I e II.
FRENTE 

F2
c) somente I e III.
d) somente II e III.
e) I, II e III.


4. UEL-PR Numa ave doméstica, o gene C condiciona 5. PUC-RS Uma mulher com sangue do tipo A/Rh+/MM
plumagem branca, e o seu alelo recessivo plumagem é casada com um homem com tipo sanguíneo B/Rh+/
colorida; o gene P determina patas com plumas, e o NN. Qual das alternativas abaixo indica o tipo sanguí-
seu alelo recessivo patas sem plumas. Esses pares neo de uma criança que não poderia ter sido gerada
de genes são autossômicos e segregam-se indepen- por esse casal?
dentemente. Uma ave branca com patas com plumas, a) A/Rh+/NN d) O/Rh+/MN
homozigota para os dois pares de genes, foi cruzada –
b) A/Rh /MN e) O/Rh–/MN
com uma colorida com patas sem plumas. Se os des- –
c) AB/Rh /MN
cendentes obtidos forem cruzados entre si, espera-se
que a proporção de aves homozigotas para os dois 6. Fatec-SP Paula, portadora do aglutinogênio B e Rh
pares de genes seja de: negativo, casou-se com João, portador dos aglutino-
a)
9 gênios A e B e Rh positivo. Sabendo-se que a mãe
16 de Paula não possui aglutinogênios e que João teve
6 um irmão com doença hemolítica do recém-nascido,
b)
16 conclui-se que a probabilidade de o casal ter um filho
4 Rh positivo e sangue tipo A é:
c)
16
9 1 1
 a) c) e)
d) 16 4 
16
 1
1 b) d)
e) 16 8
16

Texto complementar

Mendel e a descoberta da lei da • 3 de indivíduos com sementes verdes e lisas;


6
segregação independente  de indivíduos com sementes verdes e rugosas.

Na época dos descobrimentos de Mendel não se conhecia o meca- 6
nismo da meiose nem a natureza química do gene, o qual ele designava
com o termo “fator”. No entanto, realizando experimentos com ervilhas,
obteve os resultados daquilo que atualmente se conhece como lei da
segregação independente.
Vamos considerar duas características analisadas por Mendel: a cor
das sementes de ervilha (verde ou amarela) e seu aspecto (rugosa ou
lisa). Os alelos e as relações de dominância para esses caracteres são:

Alelo Característica Dominância Fenótipo

Cruzamentos realizados por Mendel e os fenótipos observados.

Representando essa sequência de cruzamentos, com os genótipos


dos indivíduos, tem-se:

Características das ervilhas analisadas por Mendel.

Mendel realizou a seguinte sequência de cruzamentos, utilizando


linhagens puras ou homozigotas: a geração parental (P) foi constituída
por plantas dotadas de sementes amarelas e lisas, que foram cruzadas
com plantas que apresentavam sementes verdes e rugosas. A geração F1
obtida era constituída por indivíduos com sementes amarelas e lisas. A
autofecundação de F1 resultou em F2, em uma proporção fenotípica de:
9
• de indivíduos com sementes amarelas e lisas;
6
• 3 de indivíduos com sementes amarelas e rugosas;
6

 BIOLOGIA Capítulo 16 Segunda lei de Mendel


VR Vr vR vr

VVRR VVRr VvRR VvRr


Amarela Amarela Amarela Amarela
VR
lisa lisa lisa lisa

VVRr VVrr VvRr Vvrr


Amarela Amarela Amarela Amarela
Vr
lisa rugosa lisa rugosa

VvRR VvRr vvRR vvRr


vR Amarela Amarela Verde Verde
lisa lisa lisa lisa

VvRr Vvrr vvRr vvrr


vr Amarela Amarela Verde Verde
lisa rugosa lisa rugosa

V_R_: amarela e lisa vvR_: verde e lisa

V_rr: amarela e rugosa vvrr: verde e rugosa Fenótipos, genótipos e proporção fenotípica nos
cruzamentos realizados por Mendel.

Com esses resultados, Mendel confirmou que fatores responsáveis por diferentes caracteres separam-se de modo totalmente independente.
Meiose e a segunda lei de Mendel
A formação dos gametas de animais ocorre por meiose. Destacam-se três processos importantes: a replicação do material genético (na interfase), a
separação de cromossomos homólogos (na meiose I) e a separação das cromátides-irmãs (na meiose II); aqui não é discutida a ocorrência de crossing-over.
No caso de porquinhos-da-índia, o indivíduo duplo-heterozigoto BbL forma quatro tipos de gametas: BL, B , bL e b . A seguir, são detalhados os
passos envolvidos na formação desses tipos degametas.
Tipos de gametas formados:
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

BL

Meiose II

50% Meiose I b

Replicação Meiose II

50%
B

Meiose II

Meiose I bL

Meiose II

Detalhes da meiose e os tipos de gametas formados.

Mendel fez conclusões por meio da observação exclusiva de ervilhas. Apesar de as suas ideias terem sido geradas com experimentos realizados
FRENTE 

com uma única espécie de planta, todos os princípios levantados nas suas duas leis podem ser aplicados a todos os seres diploides que realizam
reprodução sexuada. Mendel contribuiu enormemente com os estudos de hereditariedade e, por isso, é considerado o pai da Genética.
Texto elaborado para fins didáticos.


Resumindo
Segunda lei de Mendel y Exemplo:
Um indivíduo apresenta simultaneamente caracteres diferen-
tes, sendo possível que tais caracteres sejam determinados
por genes situados em diferentes pares de cromossomos ho-
mólogos. Esse é um caso de di-hibridismo e se encontra no
âmbito da segunda lei de Mendel, também conhecida como
lei da segregação independente.
y Formação de gametas y Cruzamento mendeliano
– Pares de alelos, como (B e b) e (L e ), podem estar em y O cruzamento-teste foi realizado da seguinte maneira:
diferentes pares de cromossomos homólogos. A pro- Geração parental (P) de porquinhos-da-índia:
dução de gametas de um indivíduo duplo-heterozigoto − Fêmea com pelo branco e liso – homozigota recessiva
BbL será da seguinte maneira: BL, B , bL e b ; nas (bb);
mesmas proporções, isto é, 1 de cada tipo. − Macho com pelo preto e arrepiado – homozigoto do-
4
– O alelo dominante B pode estar em um gameta com L minante (BBLL).
ou . y Geração F:
– O alelo recessivo b pode estar em um gameta com L − Todos os descendentes com pelos pretos e arrepia-
ou . dos – heterozigotos (BbL).
y Geração F2:
– Não há vinculação obrigatória de alelos dominantes (B
e L) ou de alelos recessivos (b e ) em um gameta. − Descendentes com proporção fenotípica de 9 :  :  : 1,
típica do di-hibridismo. Também pode ser representada
– Os genes B e L se separam de modo totalmente inde- por meio de binômios, obtendo-se o seguinte resultado:
pendente. 9
y pelo preto arrepiado (B_L_).
16
Isso representa o conceito da segunda lei de Mendel, válida 
y pelo preto liso (B_).
para pares de alelos que estão em pares de cromossomos 16

homólogos diferentes: y pelo branco arrepiado (bbL_).
16
Dois ou mais pares de alelos presentes em pares diferentes
1
de cromossomos homólogos separam-se independentemen- y pelo branco liso (bb).
16
te na formação dos gametas.
y Outros tipos de cruzamentos podem ocorrer além do cru-
y Determinação de gametas zamento entre heterozigotos:
− É possível com o emprego de dicotomias ou de bi- y Exemplo :
furcações, quando o par de alelos da célula parental y Geração parental (P):
apresentar heterozigose; por exemplo: − Fêmea com pelo preto e arrepiado – homozigota domi-
nante para um gene e heterozigota para o outro (BBL).
− Macho com pelo preto e arrepiado – heterozigoto para o
primeiro gene e homozigoto dominante para o segundo
(BbLL).
y Geração F:
− Todos os descendentes com pelos pretos e arrepiados
(B_L_).
y Exemplo :
y Geração parental (P):
− Fêmea com pelo branco e arrepiado – homozigota re-
cessiva para um gene e heterozigota para o outro (bbL).
− Macho com pelo preto e arrepiado – heterozigoto para
os dois genes (BbL).
− O número de tipos de gametas pode ser obtido pela

fórmula n, sendo n o número de heterozigoses. y Geração F: pretos arrepiados (B_L_).
8
− Outra fórmula pode ser utilizada na determinação dos 1
y pretos lisos (B_).
gametas: 8

y Número de encontros gaméticos (N): y brancos arrepiados (bbL_).
8
y N = no de tipos de gametas masculinos ? no de tipos 1
y branco liso (bb).
de gametas femininos. 8

4 BIOLOGIA Capítulo 16 Segunda lei de Mendel


Quer saber mais?

Video
https://www.youtube.com/watch?v=Mehz7tCxjSE
(Acesso em:  mar. 2022)
Animação sobre os estudos de Gregor Mendel e sua importância para o conhecimento em Genética.

Exercícios complementares

. UFPR 00 Considere o cruzamento parental entre


Planta B
dois indivíduos de linhagens puras e contrastantes
para duas características: pelos pretos e longos ×
pelos brancos e curtos. A geração F era constituída
por % de indivíduos com pelos pretos e longos.
Considerando que as características de cor e com-
primento dos pelos são condicionadas cada uma � TAA � � TAA �
por um gene e que esses genes têm segregação
� ATT� � ATT�
independente, a proporção esperada entre 2 in-
divíduos da F2 é:
� AGA� � AGA�
a) 5 pelos pretos e longos – 45 pelos pretos e
curtos – 45 pelos brancos e curtos – 15 pelos � TCT� � TCT�
brancos e longos
b) 180 pelos pretos e longos – 60 pelos brancos e
Identique as sequências de pares de nucleotídeos
curtos
das regiões cromossômicas vc e vf de uma terceira
c) 15 pelos pretos e longos – 45 pelos pretos e
planta resultante do cruzamento entre a Planta A e a
curtos – 45 pelos brancos e longos – 15 pelos
Planta B. Justique sua resposta.
brancos e curtos
d) 180 pelos pretos e curtos – 60 pelos pretos e longos
e) 15 pelos pretos e curtos – 105 pelos brancos . UFRGS 00 Na espécie de abóbora Cucurbita
e longos pepo, a forma do fruto pode ser esférica ou discoide
e pode também ocorrer uma variação na cor, apre-
. UFRJ As variações na cor e na forma do fruto de uma sentando cor de abóbora ou branco-amarelada. O
espécie diploide de planta estão relacionadas às cruzamento de plantas que têm frutos de forma es-
variações nas sequências do DNA em duas regiões férica e cor de abóbora, com plantas de frutos de
específicas, vc e vf. forma discoide e cor branco-amarelada, resultou em
Duas plantas dessa espécie, uma delas apresentando uma F com o fenótipo discoide e cor de abóbora. O
frutos vermelhos e redondos (Planta A), outra apre- cruzamento das plantas da geração F produziu uma
sentando frutos brancos e ovais (Planta B), tiveram F2 com 22 indivíduos, com os seguintes fenótipos:
essas regiões cromossômicas sequenciadas. 2 discoides e cor de abóbora; 2 discoides e cor
As relações observadas entre o fenótipo da cor e a branco-amarelada;  esféricas e cor de abóbora;
forma do fruto, e as sequências de pares de nucleo-  esféricas e branco-amarelada.
tídeos nas regiões vc e vf nessas duas plantas, estão
Considerando a proporção fenotípica em F2, é corre-
mostradas nos quadros a seguir.
to armar que:
Planta A
a) as proporções de cor e de forma dos frutos ob-
tidos indicam que existem alelos múltiplos para
cada uma das características no genoma da planta.
b) os resultados demonstram um tipo de herança
condicionada por alelos codominantes.
� GAA � � GAA � c) os alelos que condicionam a forma do fruto se-
gregam de forma independente daqueles que
� CTT � � CTT � condicionam a cor do fruto.
� AGC� � AGC� d) os indivíduos da F1 eram homozigotos dominantes.
FRENTE 

e) cada um dos alelos apresenta expressividade gê-


� TCG � � TCG �
nica variável.

5
4. UFSCar-SP A figura mostra a segregação de dois
pares de cromossomos homólogos na anáfase da pri-
meira divisão meiótica de uma célula testicular de um
animal heterozigótico quanto a dois genes. As locali-
zações dos alelos desses genes, identificados pelas
letras Aa e Bb, estão indicadas nos cromossomos re-
presentados no desenho.

a A
a A

Sobre os dados apresentados, é correto armar que:


B b 1 na geração F, as plantas 0 e 10 possuem mais
B b alelos do que as demais plantas da geração F.
2 o parental P1 e a planta 05 da geração F pos-
suem o mesmo genótipo.
 na geração F, apenas a planta 06 possui ervilhas
a) Ao final da segunda divisão meiótica dessa célula, verdes e rugosas.
quais serão os genótipos das quatro células ha-  na geração F, as plantas 01 e 08 têm as mesmas
ploides geradas? características fenotípicas.
b) Considerando o conjunto total de espermatozoi- 1 o genótipo da planta 0 na geração F é VVRR.
des produzidos por esse animal, quais serão seus 32 no cruzamento entre as plantas 04 e 09 da ge-
genótipos e em que proporção espera-se que ração F, a probabilidade de obter plantas com
eles sejam produzidos? ervilhas verdes e rugosas é de 6,5%.
Soma:
5. UFSC 0 Com o objetivo de estabelecer conexões
entre as leis de Mendel e a Biotecnologia, foram reali-
zados os seguintes procedimentos: 6. UEPG-PR De acordo com a Segunda Lei de Mendel,
. cruzamento entre os parentais puros de ervilhas assinale o que for correto, no que se refere ao cálculo re-
(P e P2) contrastantes em relação a duas caracte- ferente aos tipos de gametas formados por um indivíduo.
rísticas para a obtenção da primeira geração (F); 1 Considerando-se um indivíduo AaBbcc, pode-se
2. realização da autofecundação de uma planta da esperar que sejam produzidos cinco tipos de ga-
F para originar a segunda geração (F2); metas diferentes.
3. extração do DNA das folhas; 2 Considerando-se um indivíduo AabbCc, formam-
. seleção dos segmentos de DNA corresponden- -se quatro tipos de gametas em iguais proporções:
tes aos alelos que condicionam a cor e a forma 1 1 1 1
AbC, Abc, abC e abc.
das sementes; 4 4 4 4
. submissão dos segmentos à ação de uma enzima  Quando se deseja saber apenas o número de
de restrição (resultando em fragmentos, confor- tipos diferentes de gametas, pode-se utilizar a se-
me o quadro abaixo); guinte fórmula: n, onde n = número de pares de
. realização de eletroforese (resultando nas faixas alelos em heterozigose.
claras horizontais que indicam o tamanho dos  Considerando-se um indivíduo AaBbCc, pode-se
fragmentos de DNA obtidos, conforme a gura). esperar que sejam produzidos oito tipos de ga-
metas diferentes.
Tamanho dos 1 Considerando-se um indivíduo AaBb, como esses
Expressão dos alelos Número de fragmentos em
Alelos
nas sementes fragmentos pb (pares de pares de alelos segregam-se independentemente,
bases) um gameta tem de ter o alelo A, e o outro o alelo a;
tendo o alelo A, o outro alelo que pode ocorrer nesse
gameta é o B ou o b. No indivíduo são formados, en-
tão, quatro tipos de gametas em iguais proporções:
1 1 1 1
AB, Ab, aB e ab.
4 4 4 4

Soma:

6 BIOLOGIA Capítulo 16 Segunda lei de Mendel


7. Unicamp-SP Considere duas linhagens homozigotas Assinale a alternativa que apresenta as armativas corretas:
de plantas, uma com caule longo e frutos ovais e ou- a) Apenas I e II.
tra com caule curto e frutos redondos. Os genes para b) Apenas III e IV.
comprimento do caule e forma do fruto segregam-se c) Apenas I, II e III.
independentemente. O alelo que determina caule lon- d) Apenas II e IV.
go é dominante, assim como o alelo para fruto redondo.
a) De que forma podem ser obtidas plantas com 0. UFRGS A cor preta da pelagem dos cães da raça
caule curto e frutos ovais a partir das linhagens Cocker Spaniel é governada por um alelo dominante
originais? Explique indicando o(s) cruzamento(s). V, e a cor vermelha pelo seu recessivo v. O padrão
Utilize as letras A e a para comprimento do caule, uniforme é governado pelo alelo dominante, que se-
e B e b para forma dos frutos. grega independentemente no locus M, e o padrão
b) Em que proporção essas plantas de caule curto e malhado por seu alelo recessivo m. Um macho preto
frutos ovais serão obtidas? foi cruzado com fêmeas genotipicamente iguais entre
si e fenotipicamente iguais a ele. Entre as várias ninha-
8. Mackenzie-SP Em ervilhas, os genes que determi-
das, foram vendidos apenas os filhotes malhados de
nam sementes lisas e amarelas são dominantes em
vermelho, que eram em número de cinco. Quantos fi-
relação aos genes que determinam sementes rugo-
lhotes do total nascido das várias ninhadas espera-se
sas e verdes. Considerando uma planta de sementes
que sejam fenotipicamente idênticos ao pai, quanto
lisas e amarelas, di-híbrida, assinale a alternativa que
às características consideradas?
apresenta a porcentagem de gametas produzidos por
a) 9 d) 45
essa planta com pelo menos um gene dominante.
b) 16 e) 80
a) Zero
c) 0
b) 5%
c) 50%
d) 1,5% . UnB-DF Em uma determinada espécie animal, foram
e) 5% analisadas duas características com segregação in-
dependente e herança codominante: cor e textura do
. UFU-MG 00 Em uma determinada variedade de pelo. Para a cor do pelo, os homozigotos podem ser
planta, as flores podem apresentar pigmentação in- vermelhos ou brancos. Para a textura, os homozigotos
color, azul, violeta ou roxa. Suponha-se que essa têm pelo liso ou crespo. Calcule a porcentagem es-
pigmentação, catalisada por quatro enzimas, seja de- perada de descendentes fêmeas, com pelo vermelho
terminada por genes com segregação independentes crespo, oriundas do cruzamento de dois animais du-
que participam de uma mesma via metabólica hipoté- plamente heterozigotos. Despreze a parte fracionária
tica, conforme representado abaixo. de seu resultado, caso exista.

Azul Enzima 3 – . Unifesp 0 Um agricultor adquiriu um saco de se-


a2–
Enzim B lócus C
mentes de milho comercializadas por uma indústria
Enzima 1 – lóc s
u
lócus A agropecuária. O rótulo desse saco informava que
Incolor Incolor Enzima 4 – Roxo
lócus D as sementes vinham do cruzamento de linhagens
Enzima 3 – a2– diferentes e geneticamente puras, ou seja, para as
lócus C Enzim B características fenotípicas de interesse, as linhagens
Violeta ló s
c u
eram homozigotas, mas cada uma delas homozigota
Considerando-se que, em plantas homozigóticas para alelos diferentes. O agricultor plantou essas se-
recessivas para o locus correspondente, exista a de- mentes em uma mesma área e obteve uma safra de
terminação de enzimas inativas que são incapazes ótima produção, com espigas uniformes e repletas de
de medir as respectivas etapas de produção dos pig- grãos. Após a colheita, o agricultor, considerando a
mentos, analise as armativas abaixo. qualidade dessas espigas, resolveu guardar algumas
I. Os genótipos possíveis para uma planta com flores delas para plantar a safra seguinte. Contudo, ainda
violeta serão: AabbCcdd, AAbbCcdd, AAbbCCdd que as condições ambientais tenham se mantido, essa
e AabbCCdd. nova safra foi pouco produtiva, gerando espigas não
II. Os genótipos AABbCcdd, aaBbCcDD e AaBbccdd uniformes e sem a mesma qualidade da safra anterior.
produzem, respetivamente, flores com pigmenta- a) As “linhagens diferentes”, citadas no rótulo do
ção roxa, incolor e azul saco de milho, são da mesma espécie ou de es-
III. A proporção fenotípica esperada da pigmentação pécies diferentes? Justifique sua resposta.
das flores das plantas descendentes do cruzamento b) Explique por que as plantas obtidas pela germina-
entre AAbbCCDd × aabbccdd é de: 1 incolor:1 roxa. ção das sementes adquiridas produziram espigas
FRENTE 

IV. O cruzamento entre AAbbCcDD × aabbccdd não uniformes e explique o porquê das diferenças fe-
produzirá descendentes com pigmentação inco- notípicas e de produtividade da segunda safra em
lor das flores relação à primeira.

7
. UFRGS 08 A mosca Drosophila melanogaster é um organismo modelo para estudos genéticos e apresenta alguns
fenótipos mutantes facilmente detectáveis em laboratório. Duas mutações recessivas, observáveis nessa mosca, são
a das asas vestigiais (v) e a do corpo escuro (e).
Após o cruzamento de uma fêmea com asas vestigiais com um macho de corpo escuro, foi obtido o seguinte:
F – todos os machos e fêmeas com fenótipo selvagem.
F2 – / selvagem; 3/ asas vestigiais; 3/ corpo escuro; / asas vestigiais e corpo escuro.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as armações abaixo, referentes aos resultados obtidos para o cruzamento
descrito.
As proporções fenotípicas obtidas em F2 indicam ausência de dominância, pois houve alteração nas proporções
esperadas.
Os resultados obtidos em F2 indicam um di-hibridismo envolvendo dois genes autossômicos com segregação
independente.
As proporções obtidas em F2 estão de acordo com a segunda Lei de Mendel ou Princípio da segregação inde-
pendente dos caracteres.
Os pares de alelos desses genes estão localizados em cromossomos homólogos.
A sequência correta, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F. b) V – F – V – F. c) V – F – F – V. d) F – F – V – V. e) F – V – V – F.

BNCC em foco
EMCNT07 e EMCNT0
.

c)
a)

b)
d)
c)

EMCNT0 EMCNT0
. .

a
B
c

D b

e D
c

A
e

a)

b) a) c) e)
b) d)

BIOLOGIA
Artem Onoprienko/Shutterstock.com
FRENTE 1

CAPÍTULO Interações gênicas

17
Muitas características, ao serem analisadas simultaneamente, seguem o padrão de
herança apresentado pela segunda lei de Mendel. Ou seja, são determinadas por
genes que se segregam independentemente durante a formação de gametas. Porém,
nem todas as características seguem esse padrão. A determinação da pigmentação da
pele em seres humanos é uma delas. Neste capítulo, estudaremos este e outros tipos
de interações gênicas.
Introdução Como seria a descendência de um casal duplo-
-heterozigoto (AaBb)? Não há necessidade de fazer a
No capítulo anterior, analisamos características de pelos
representação passo a passo, empregando uma tabela
de porquinhos-da-índia, com os pares de alelos para cor (B
ou utilizando binômios. No capítulo anterior, vimos que o
e b), e outro par de alelos para o aspecto do pelo (LeL). Um
cruzamento entre duplos-heterozigotos gera uma descen-
duplo-heterozigoto (BbLL) gera quatro tipos de gametas nas
dência com a proporção fenotípica esperada de 9 : 3 : 3 : 1.
1 1 1 1
mesmas proporções: BL , BL , bL e bL . Isso
4 4 4 4
caracteriza a segregação independente dos genes B e L. AaBb × AaBb
Neste capítulo, também trataremos da transmissão (verde) (verde)
simultânea de dois ou mais pares de alelos situados em cro-
mossomos homólogos diferentes. Porém, apresentaremos Descendência A_B_ + A_bb + aaB_ + aabb
novos padrões de herança resultantes de interação gênica. esperada
A diferença em relação à segunda lei de Mendel é que, verde azul amarelo branco
no caso das interações gênicas, vários genes interagem 9 3 3 1
entre si, influenciando uma única característica. 16 16 16 16
Quando consideramos um duplo-heterozigoto AaBb, Descendência esperada do cruzamento entre periquitos duplos-heterozigotos.
conforme a segunda lei de Mendel, os alelos A e a de-
terminam uma característica, enquanto os alelos B e b Outros tipos de cruzamento podem ser resolvidos de
condicionam outra característica. Agora, tratando-se de maneira similar à de um problema de segunda lei de Mendel.
casos particulares da segunda lei de Mendel, A e B deter- Considere o exemplo a seguir, que trata do cruzamento de
minam uma mesma característica. um casal Aabb × AaBb.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO ×
Mesma Aabb AaBb
característica

Gametas

Os descendentes possíveis são:

Gametas AB Ab aB ab

Na interação gênica simples, os genes presentes em diferentes pares de


cromossomos homólogos segregam-se independentemente. Ab

Com essa perspectiva, analisaremos os seguintes tipos


de herança: ab
y Interação gênica simples.
y Epistasia. 3
y Herança quantitativa. A proporção esperada de descendentes é de verdes,
8
3 azuis, 1 amarelo e 1 branco. O cruzamento poderia ser
Interação gênica simples 8 8 8
representado por meio de binômios:
Esse tipo de herança tem, tipicamente, dois pares de
alelos condicionando uma mesma característica; cada par
de alelos situa-se em um par de cromossomos homólogos. Aabb AaBb
É o caso da característica cor das penas em periquitos- Aa × Aa
-australianos, determinada por dois pares de genes. No
primeiro par, há duas formas alélicas: A (condiciona azul)
e a (determina branco); no segundo par, as formas alélicas Gametas: (A + a) × (A + a)
são B (para amarelo) e b (para branco). Nos genes apre- Descendentes: AA + 2Aa + aa
sentados, os alelos dominantes são A e B. 3 1
A tabela a seguir representa os fenótipos e os genó- A_ aa
4 4
tipos possíveis para essa herança.
bb × Bb
Fenótipos Genótipos Genótipos genéricos

Gametas: (b) × (B + b)
Descendentes: bb + Bb
1 1
Fenótipos e genótipos envolvidos na coloração de periquitos-australianos. 2 2

20 BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


Juntando I com II, temos: ×
A_Bb: Verde → 3⋅1=3 IiAa (pelo branco) IiAa (pelo branco)
4 2 8
A_bb: Azul → 3⋅1=3 9 3 3 1
4 2 8 16 16 16 16

aaBb: Amarelo → 1⋅1=1


4 2 8 I_A_ + I _aa + iiA_ + iiaa

aabb: Branco → 1⋅1=1


4 2 8 12 3 1
Brancos Pretos Marrom
Epistasia 16 16 16
Descendência esperada do cruzamento entre cães duplos-heterozigotos.
Epistasia é a condição em que um gene exerce efeito
inibidor sobre outro gene. Epistasia recessiva
Como exemplo, pode ser citado o par de alelos A e a,
responsável pela determinação de uma característica. O par Esse tipo de herança ocorre, por exemplo, com cor
de alelos I e i pode ter efeito inibidor sobre A e a. Há casos de pelo de ratos. O alelo i inibe cor, desde que esteja
em que o alelo inibidor é dominante (I), caracterizando a em homozigose (ii); com isso, o animal tem pelo branco.
herança como epistasia dominante; se o inibidor for o alelo O alelo I permite a manifestação de cor, que depende
recessivo (i), trata-se de epistasia recessiva. Os alelos A do outro par de alelos: A (pelo marrom) e a (pelo preto).
e a são denominados hipostáticos em relação a I ou a i, Os fenótipos possíveis são:
que são chamados de epistáticos. y Cor de pelos em ratos
I: permite cor
i: inibe cor
A a Determinação de uma A: pelo marrom
característica a: pelo preto
I i Inibição de A e a
Fenótipos Genótipos Genótipos genéricos

• Epistasia dominante: I é o inibidor.


• Epistasia recessiva: i é o inibidor.
Tipos de epistasia. Na epistasia dominante, o alelo I inibe os genes A e a; na
epistasia recessiva, o alelo i é responsável por essa inibição.

Fenótipos e genótipos para a coloração da pelagem de ratos, caso de


Epistasia dominante epistasia recessiva.
Um exemplo desse tipo de herança ocorre com a cor
de pelo de cães. O alelo I inibe a expressão de cor e aca- O cruzamento entre duplos-heterozigotos também terá
ba determinando que o animal tenha pelo branco; o alelo uma modificação na proporção de fenótipos esperada. Por-
i permite a manifestação de cor e isso depende do outro tanto, a proporção fenotípica esperada é de  : 3 : 4.
par de alelos: A (pelo preto) e a (pelo marrom). Assim, são
possíveis os seguintes fenótipos. ×
y Cor de pelos em cães
IiAa (pelo marrom) IiAa (pelo marrom)
I: inibe cor
i: permite cor
A: pelo preto 9 3 3 1
a: pelo marrom 16 16 16 16

Genótipos I_A_ + I_aa + iiA_ + iiaa


Fenótipos Genótipos
genéricos

9 3 4
Marrons Pretos Brancos
16 16 16
Descendência esperada do cruzamento entre ratos duplos-heterozigotos.

Herança quantitativa
Fenótipos e genótipos para a coloração da pelagem canina, caso de
epistasia dominante.
O cruzamento entre duplos-heterozigotos (IiAa) terá A herança quantitativa, também conhecida como mul-
FRENTE 1

uma descendência com modificação na proporção fenotípi- tifatorial ou poligênica, envolve dois ou mais genes que
ca esperada de 9 : 3 : 3 : 1, sendo a proporção observada resultam em um efeito cumulativo, cada um contribuindo
de  : 3 : . para a expressão de uma característica.

21
Cobaias, um tipo de porquinho-da-índia, podem ter Utilizamos como modelo a pigmentação da pele em
pelo branco ou pelo preto. No cruzamento entre hetero- seres humanos. A melanina é uma substância que confere
zigotos, a proporção fenotípica esperada é de 3 : 1, ou proteção contra os raios solares e também coloração à
seja, que o número de descendentes com pelo preto seja pele; ela é sintetizada em pequena quantidade em indiví-
o triplo do número de indivíduos com pelo branco. duos de pele clara e em maior quantidade em indivíduos
de pele escura; entre os extremos há tonalidades inter-
B Pelo preto mediárias.
b Pelo branco Um modelo clássico considera a herança da cor da
pele determinada por dois pares de alelos: A-a e B-b,
× sendo A e B genes aditivos, e a e b genes não aditivos;
Bb Bb não há alelos dominantes nem recessivos.
Genes aditivos tornam o fenótipo mais intenso; no
Descendência BB + Bb + Bb bb exemplo apresentado, promovem maior síntese de me-
esperada lanina, o que torna a pele mais escura. O indivíduo aabb
3 1
Pretos Branco tem a pele mais clara e o indivíduo que possui genótipo
4 4
AABB apresenta a pele mais escura. A tabela a seguir
O padrão de herança da pelagem de ratos segue a primeira lei de Mendel.
representa alguns dos fenótipos possíveis e seus respec-
tivos genótipos.
Esses valores podem ser representados em um gráfico.
Esse tipo de herança apresenta fenótipos distribuídos
Número de genes
em dois grupos bem distintos (branco e preto) em uma po- Fenótipos Genótipos
aditivos
pulação; considera-se que essa herança tem distribuição
descontínua.
4
Proporção de indivíduos

4
3
4
2
4
1
4
Herança da pigmentação de pele em seres humanos, um caso de herança
quantitativa.
Pelo branco Pelo preto
Fenótipo A partir do exposto, podemos obter algumas fórmulas
Herança com distribuição descontínua. No cruzamento de cobaias heterozigotas úteis na resolução de problemas. Essas fórmulas lidam basi-
para cor da pelagem há apenas duas categorias fenotípicas entre os camente com o número de classes fenotípicas e o número
descendentes: pelo preto e pelo branco.
de genes envolvidos (ou número de pares de genes):
No entanto, há casos em que os fenótipos não estão y Número de classes fenotípicas = número de genes + 1.
separados em apenas duas categorias. É o caso da altura y Número de classes fenotípicas = 2 (número de pares
na espécie humana, que apresenta grande variação, desde de genes) + 1.
indivíduos de baixa estatura até os muito altos; é o que se y Contribuição de cada alelo aditivo =
denomina como variação contínua. (fenótipo máximo – fenótipo mínimo)
número de alelos
Considerando agora uma típica sequência de cruza-
Número de indivíduos

mentos mendelianos, podemos fazer generalizações úteis


na resolução de problemas.
Generalização 1: o cruzamento entre indivíduos de
fenótipos extremos produz apenas descendentes de fe-
nótipos intermediários.

×
Muito Baixos Altura Altos Muito aabb AABB
baixos média altos
Altura Gametas
Herança quantitativa contínua. Em seres humanos, há fenótipos intermediários
entre os indivíduos muito baixos e os muito altos.

As características que apresentam variação contínua AaBb


100%
estão geralmente relacionadas à herança quantitativa.

22 BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


Generalização 2: o cruzamento entre indivíduos de
fenótipo intermediário pode gerar descendentes de todos
Exercícios resolvidos
os fenótipos; os fenótipos mais frequentes são os interme- 1. Em uma determinada raça de coelho, mantida com ração
diários, enquanto os menos frequentes são os extremos. A controlada, podemos ter indivíduos com pesos variados
proporção fenotípica esperada em F2, por exemplo, resulta de  500,  00,  700,  00,  00,  000 e  00 g.
do cruzamento entre duplos-heterozigotos. a) Quantos pares de genes controlam a variação
F1 AaBb × AaBb
desse caractere?
b) Qual o aumento em peso determinado por cada
gene?

Gametas AB Ab aB ab AB Ab aB ab Resolução:
a) Para o cálculo do número de genes que determina
a característica considerada (o peso), podemos uti-
AB Ab aB ab lizar a fórmula que considera o número de classes
fenotípicas.
No de classes fenotípicas =  (no de pares de genes) + 
AB Assim:
 = 2 (n) +1
n = ( – 1)
2
Ab n=3
Assim, há 3 pares de genes responsáveis pela expres-
são da característica.
b) Para o cálculo da contribuição de cada gene na deter-
aB minação da característica, podemos utilizar a fórmula
que considera os fenótipos máximos e mínimos:
Contribuição de cada alelo aditivo
ab (Calelo) = (fenótipo máx. – fenótipo mín.)
no de alelos
Sabendo que o fenótipo máximo é 2 1 gramas e o
mínimo é 1  gramas, temos que:
As proporções do cruzamento são:
Calelo = (2 1 – 1 ) / 2n
1 4 6 4 Calelo = (2 1 – 1 ) / 2 x 3
, , ,
16 16 16 16 Calelo = 6 / 6
1 Calelo = 1
e .
16 O aumento de peso determinado por cada gene aditi-
vo é de 1 gramas.
Outra maneira de obter a proporção esperada em F2
é utilizando o triângulo de Pascal, construído com base 2. No caso do exercício anterior, qual o resultado espe-
em algumas premissas: rado em F dos cruzamentos de indivíduos de  500 g
y O primeiro e último números da linha serão 1. com indivíduos de  700 g, sendo todos homozigotos?
y Em cada linha, os números equidistantes serão iguais. Resolução:
y A soma de dois números consecutivos de uma linha Geração parental:
será igual ao número da linha seguinte, que está abai- Indivíduo com 1  g (aabbcc) × Indivíduo com 1  g
xo da segunda parcela da soma. (AAbbcc)
y O número de linhas representa o número total de ale- F1: Indivíduos com 1 6 g (genótipo Aabbcc)
los, contados a partir do zero: F2: Aabbcc × Aabbcc
1 Gametas: Abc e abc
1 1 Cruzamento:
1 2 1
Abc abc
1 3 3 1
1 4 6 4 1 Abc

Dessa forma, a proporção é de 1 : 4 : 6 : 4 : 1. abc


1 4 6 4
FRENTE 1

, , , 1 2
16 16 16 16 Descendentes F2: com 1  g, com 1 6 g e
1 4 4
1 com 1  g.
e . 4
16
2
Revisando

1. Considerando o conceito de interações gênicas, explique a influência de mais de um gene na expressão de determi-
nada característica.

2. Como ocorre a formação de gametas segundo o conceito de interações gênicas?

. Em que consiste a interação gênica simples e como as características fenotípicas são expressas nesse tipo de herança?

. Considerando os conceitos de interação gênica simples, indique as proporções genotípicas esperadas de um cruza-
mento entre heterozigotos.

5. O que é epistasia?

6. Explique como funciona a epistasia dominante. Qual é a proporção fenotípica esperada no cruzamento entre duplos-
-heterozigotos em um caso de epistasia dominante?

2 BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


7. Explique como funciona a epistasia recessiva. Qual é a proporção esperada no cruzamento entre duplos-heterozigo-
tos em um caso de epistasia recessiva?

8. Explique o que é herança quantitativa, também chamada de poligênica, e como acontece a expressão dos fenótipos.

9. Que fórmulas podem ser utilizadas para avaliação do número de fenótipos segundo a herança quantitativa?

10. Considerando a herança quantitativa, qual será a proporção dos descendentes do cruzamento de fenótipos extre-
mos, ou seja, entre duplos-heterozigotos?
FRENTE 1

25
Exercícios propostos

1. PUC-Campinas As flores de uma determinada plan- . PUC-Minas As pimentas são originárias das Américas
ta podem ser vermelhas ou amarelas. Dois pares de e parece que já eram cultivadas pelos índios entre
genes (Vv e Aa) determinam essa característica: plan- 500 e 00 a.C. Das espécies do gênero Capsicum,
tas V_A_ produzem flores vermelhas e plantas V_aa, a mais difundida é a Capsicum annuum, à qual perten-
vvA_ ou vvaa flores amarelas. Na descendência do ce o pimentão. Quatro variedades de pimentões com
cruzamento VvAa × VvAa espera-se encontrar uma cores diferentes podem ser produzidas de acordo
proporção fenotípica de: com o esquema a seguir. Somente alelos dominantes
a) 1 vermelha : 1 amarela. produzem enzimas funcionais.
b) 9 amarelas :  vermelhas.
c) 9 vermelhas :  amarelas. Verde Marrom Amarelo Vermelho
d) 1 amarelas : 1 vermelha.
e) 1 vermelhas : 1 amarela.

2. UFJF/Pism-MG 2021 Há vários tipos de interação gê- O cruzamento de uma planta com pimentões amare-
nica, e dentre os exemplos mais conhecidos está o los com uma planta com pimentões marrons gerou
da forma da crista em algumas raças de galinha, dos descendentes que produziam frutos com os quatro
experimentos de Bateson e Punnett. Eles observaram fenótipos.
quatro tipos básicos de crista (noz, ervilha, rosa e sim- Analisando as informações e de acordo com seus co-
ples), e verificaram que o cruzamento entre galos e nhecimentos, é incorreto armar que:
galinhas com crista rosa e com crista ervilha produ- a) espera-se do cruzamento parental que a maioria
ziam outro tipo de crista, que eles chamaram de “noz”. dos descendentes produza frutos vermelhos.
Perceberam assim que não havia dominância entre a 1
b) do cruzamento parental, espera-se que dos
crista rosa e a crista ervilha. Neste exemplo, a intera- 4
descendentes produza frutos amarelos.
ção entre os genes ocorre, mas em nenhum momento c) o cruzamento dos descendentes vermelhos pro-
um gene impede a expressão de outro. 1
duz, em F2, de descendentes verdes.
Com base nessas informações, assinale a alternativa 16
CORRETA que se refere a este tipo de interação gênica. d) o cruzamento de plantas duplo-homozigotas nun-
a) Interação não epistática ca produz diretamente os quatro fenótipos.
b) Epistasia dominante
c) Epistasia recessiva 5. Fuvest-SP Em cães labradores, dois genes, cada um
d) Herança poligênica com dois alelos (B/b e E/e), condicionam as três pe-
e) Pleiotropia lagens típicas da raça: preta, marrom e dourada. A
pelagem dourada é condicionada pela presença do
. UEM-PR 2020 Sobre a determinação da cor da pele alelo recessivo e em homozigose no genótipo. Os
humana, assinale o que for correto. cães portadores de pelo menos um alelo dominante
 A expressão gênica para a pigmentação da pele E serão pretos, se tiverem pelo menos um alelo do-
representa um caso de epistasia, em que um gene minante B; ou marrons, se forem homozigóticos bb. O
neutraliza a ação daquele que não é seu alelo. cruzamento de um macho dourado com uma fêmea
 A variação da cor da pele humana depende da maior marrom produziu descendentes pretos, marrons e
ou menor quantidade de sol a que uma pessoa se dourados. O genótipo do macho é:
expõe e da quantidade de melanina que apresenta. a) EeBB.
Trata-se de um caso de herança quantitativa. b) EeBb.
4 Por se tratar de uma expressão de dominância e c) eebb.
recessividade, na herança poligênica os genóti- d) eeBB.
pos homozigotos recessivos se comportam como e) eeBb.
genes letais, portanto não se expressam no con-
junto da população. 6. UFJF/Pism-MG 2019 Algumas características feno-
 As variações da pigmentação da pele podem ser típicas apresentam padrões de herança complexos,
explicadas pela quantidade de genes que apre- que dependem da interação entre diferentes genes.
sentam efeitos cumulativos. a) O que significa dizer que um gene é pleiotrópico,
 Alterações ambientais provocam modificações ou seja, que ocorreu uma pleiotropia?
nos genes responsáveis pela expressão da ca- b) A figura abaixo apresenta uma curva de distribuição
racterística e são responsáveis pelas variações da altura de plantas de girassol em um cultivo. Cite
de pigmentação no conjunto populacional. e caracterize qual é o tipo de herança que está re-
Soma: lacionado a esse padrão de distribuição fenotípica.

26 BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


d) Na herança quantitativa, os indivíduos diferem de
forma descontínua, apresentando como compo-
nentes da variação o genótipo e o ambiente. Dessa
forma, toda a variação existente pode ser represen-
tada graficamente através de uma curva de Gauss.

9. Uece Em periquitos-australianos observam-se, princi-


palmente, as seguintes cores de plumagem: amarela,
azul, branca e verde, condicionadas por dois pares de
genes de segregação independente e que interagem
entre si. Sabendo-se que os indivíduos homozigotos
recessivos são brancos; os indivíduos que apresentam
em ambos os loci pelo menos um dos alelos dominan-
c) Sabe-se que a coloração da pelagem em ca- tes são verdes; e que os indivíduos que apresentam
mundongos apresenta um padrão de herança do um loci com genes recessivos e o outro com, pelo
tipo epistasia recessiva. Os animais com genóti- menos, um alelo dominante ou são azuis ou amarelos,
po A_C_ apresentam coloração aguti, aaC_ são podemos afirmar corretamente que a proporção es-
pretos, enquanto aqueles com genótipo A_cc ou perada de um cruzamento de periquitos com ambos
aacc são albinos, pois o alelo recessivo em ho- os loci heterozigotos é:
mozigose inibe a formação normal do pigmento. 9 3 3 1
a) amarela: ; azul: ; branca: ; verde: .
Qual a proporção fenotípica esperada na prole de 16 16 16 16
um cruzamento duplo-heterozigoto? 1 3 9 3
b) amarela: ; azul: ; branca: ; verde: .
16 16 16 16
7. UFRGS As flores de uma determinada planta podem 3 3 1 9
c) amarela: ; azul: ; branca: ; verde: .
ser brancas, vermelhas ou creme. A cor branca (au- 16 16 16 16
sência de deposição de pigmento) é condicionada 3 1 3 9
d) amarela: ; azul: ; branca: ; verde: .
por alelo recessivo (aa). O alelo A determina a de- 16 16 16 16
posição de pigmento. O alelo dominante B produz
10. UFU-MG Interações gênicas ocorrem quando dois
pigmento vermelho, enquanto seu recessivo a cor
ou mais pares de genes atuam sobre a mesma ca-
creme. Cruzando-se plantas heterozigotas para os
racterística.
dois genes entre si, a probabilidade de obtermos uma
Entre as diversas raças de galinhas, é possível encon-
planta branca é de:
trar quatro tipos de cristas.
3 9
a) d)
16 16 1. Crista noz: é resultado da presença de, no míni-
4 12 mo, dois genes dominantes R e E.
b) e)
16 16 2. Crista rosa: é produzida pela interação de, no míni-
 mo, um R dominante com dois genes e recessivos.
c)
16 . Crista ervilha: ocorre devido à interação de dois ge-
nes r recessivos com, no mínimo, um E dominante.
8. Acafe-SC 2017 O termo genética foi aplicado pela
. Crista simples: ocorre quando o genótipo é birre-
primeira vez pelo biólogo inglês William Bateson (-
cessivo, rree.
-) para definir o ramo das ciências biológicas que
estuda e procura explicar os fenômenos relacionados De acordo com essas informações, faça o que se pede.
à hereditariedade. Assim, a alternativa correta é: a) A partir do cruzamento de indivíduos de crista
a) A penetrância é a expressão percentual com que noz, ambos duplos-heterozigotos, qual é a proba-
um gene se manifesta. Sabendo-se que a pene- bilidade de originar aves de crista rosa?
trância do gene para o nanismo acondroplásico b) Determine a proporção genotípica e fenotípica
é de 8%, pode-se dizer que a probabilidade de do cruzamento entre as aves com o genótipo
um homem heterozigoto, casado com uma mu- RRee × RrEe.
lher normal, ter um filho com este tipo de nanismo
é de 8%. 11. UFPR 2018 Em uma espécie de mamíferos, a cor da
b) Epistasia é um tipo de interação gênica em que um pelagem é influenciada por dois genes não ligados.
gene de determinado locus inibe a manifestação Animais AA ou Aa são marrons ou pretos, depen-
de genes de outro locus. Denomina-se hipostático dendo do genótipo do segundo gene. Animais com
o gene inibidor e epistático, o gene inibido. genótipo aa são albinos, pois toda a produção de
FRENTE 1

c) A capacidade que tem um único par de alelos de pigmentos está bloqueada, independentemente do
produzir diversos efeitos fenotípicos, simultanea- genótipo do segundo gene. No segundo gene, o alelo
mente, no mesmo indivíduo, chama-se pleiotropia. B (preto) é dominante com relação ao alelo b (marrom).

27
Um cruzamento entre animais AaBb irá gerar a se- a) Um geneticista afirmou, após a análise de testes
guinte proporção de prole quanto à cor da pelagem: genéticos específicos, que determinado casal de
a) 9 pretos – 3 marrons – 4 albinos. albinos só poderia ter filhos com capacidade de
b) 9 pretos – 4 marrons – 3 albinos. produzir melanina (filhos não albinos). Qual é o
c) 3 pretos – 1 albino. genótipo desse casal?
d) 1 preto – 2 marrons – 1 albino. b) Sabe-se que um casal não possui a doença
e) 3 pretos – 1 marrom. PKU, assim como nenhum de seus respectivos
pais, contudo ambos apresentam um irmão com
12. UFMG A audição normal está sob o controle de dois a doença. Qual a probabilidade de esse casal
pares de genes – C e D –, que se segregam inde- gerar uma criança com o genótipo da doença
pendentemente. O primeiro determina a presença fenilcetonúria?
do nervo auditivo, enquanto o segundo a presença c) Construa um heredograma de acordo com as nor-
da cóclea. Assim sendo, apenas indivíduos com, pelo mas usuais da Genética indicando os genótipos
menos, um gene dominante em cada lócus terão audi- de todos os indivíduos referidos no item “b”.
ção normal. Os demais genótipos determinam um tipo
de surdez genética conhecida como surdez profunda. 1. PUC-Minas Em cães da raça Labrador Retriever, a cor
a) Considerando essas informações e outros co- da pelagem é determinada por um tipo de interação
nhecimentos sobre o assunto, responda: é gênica epistática de acordo com o esquema a seguir.
possível casais portadores de surdez profunda
terem todos os filhos com audição normal? Justi-
fique sua resposta.
b) Determine qual é a probabilidade de um casal Fenótipos
duplo-heterozigoto ter uma criança normal e ho-
mozigota dominante para os dois lócus. (Deixe Preta Chocolate Amarela

explicitado seu raciocínio.)


c) Observou-se uma alta incidência de surdez pro-
Genótipos
funda na população de certa ilha. Cite o fator
evolutivo que pode explicar esse fato.
d) Cite o nome do primeiro grupo de vertebrados
terrestres que apresentou audição. Sabendo que o cruzamento (geração parental) entre um
e) Cite duas funções do canto nas aves. macho com fenótipo chocolate e uma fêmea de fenó-
tipo amarela gera apenas lhotes com pelagem preta
1. UFSC 2019 O esquema abaixo representa vias me- (geração F), um criador fez as seguintes armações.
tabólicas dos aminoácidos fenilalanina e tirosina. I. Todos os filhotes produzidos nesse cruzamento
Sabe-se que: são heterozigotos, enquanto os pais são homozi-
Os alelos recessivos “a”, “b” e “d” não possuem a in- gotos para os dois pares de genes.
formação genética necessária para a produção das II. No cruzamento da fêmea parental com qualquer
enzimas “A”, “B” e “D”, respectivamente. cão de pelagem preta, não se espera a produção
Indivíduos com o genótipo “dd” possuem uma doen- de descendentes com fenótipo chocolate.
ça conhecida como fenilcetonúria, responsável por III. No cruzamento da fêmea amarela com um de
diversas complicações devido ao nível de acúmulo seus filhotes de F1, espera-se que % dos des-
da fenilcetona, que danica tecidos moles, especial- cendentes apresentem pelagem amarela.
mente os do cérebro. Entre as complicações, pode-se IV. No cruzamento entre os filhotes de F1, espera-se
citar: retardo mental, falha em andar ou falar, convul- que 2% dos descendentes apresentem pela-
sões, hiperatividade, tremor, microcefalia e atraso no gem chocolate.
desenvolvimento.
São armações corretas:
a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.

15. Acafe-SC 2018 A inteligência é hereditária? Um amplo


estudo publicado em Julho de 2017, na revista científi-
ca Nature Genetics, comparou os achados previamente
relatados de variantes genéticas em 78.308 indivíduos e de-
tectaram variáveis genéticas em 52 genes relacionando-as
Considerando apenas as informações presentes nas à capacidade cognitiva. Porém o impacto desses 52 ge-
vias metabólicas apresentadas, responda: nes explica apenas 4,8% da variabilidade da inteligência.

28 BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


Assim, fica comprovado que o componente genético não A expressão desses genes pode ser impedida pela pre-
é determinado por um único gene, mas sim pela somatória sença de um par de genes autossômicos recessivos.
de componentes genéticos e não genéticos. Nesse caso, o indivíduo é albino. Um casal
Fonte: Veja, 22/09/2017. Disponível em: http://veja.abril.com.br di-híbridos tem uma criança albina. A probabilidade de
a) A variação genética, a variação ambiental e a nascer uma criança branca não albina é de:
interação genótipo x ambiente determinam a va- 1 1 1 3 3
a) b) c) d) e)
riação fenotípica em uma herança quantitativa. 16 2  16 64
b) A herança monogênica tem distribuição discreta
18. UFMG Os indivíduos albinos não possuem melanina –
em uma geração segregante, isto é, os indivíduos
pigmento responsável pela cor e proteção da pele –
podem ser agrupados em classes fenotípicas dis-
e, por isso, são muito sensíveis à luz solar.
tintas, enquanto a herança quantitativa em uma
Neste esquema, está representada parte da via bios-
geração segregante tem distribuição contínua.
sintética para a produção desse pigmento.
c) Herança quantitativa ou poligênica é um tipo de he-
rança genética, na qual participam dois ou mais pares Gene A Gene B
de genes que se encontram vinculados, resultando
em um efeito acumulativo, cada gene contribuindo
com uma parcela para a formação da característica. Enzima 1 Enzima 2
d) Herdabilidade é um coeficiente genético que ex-
pressa a relação entre a variância genotípica e a
variância fenotípica, ou seja, mede o nível da cor- Tirosina Dopa Melanina
respondência entre o fenótipo e o genótipo.
Com base nesse esquema e em outros conhecimen-
16. Fuvest-SP As três cores de pelagem de cães labrado- tos sobre o assunto, é incorreto armar que:
res (preta, marrom e dourada) são condicionadas pela a) a ausência da enzima 1 resulta em um aumento
interação de dois genes autossômicos, cada um de- da concentração de tirosina.
les com dois alelos: Ee e Bb. Os cães homozigóticos b) casamentos entre indivíduos albinos podem gerar
recessivos ee não depositam pigmentos nos pelos e descendentes com melanina.
apresentam, por isso, pelagem dourada. Já os cães c) diferentes genótipos podem dar origem ao albinismo.
com genótipos EE ou Ee apresentam pigmento nos d) indivíduos AABB formam gametas do tipo AA e BB.
pelos, que pode ser preto ou marrom, dependendo
do outro gene: os cães homozigóticos recessivos bb 19. UFSCar-SP Na herança da cor do fruto da moranga, es-
apresentam pelagem marrom, enquanto os com ge- tão envolvidos dois pares de genes A/a e B/b. O gene
nótipos BB ou Bb apresentam pelagem preta. B produz frutos amarelos, mas, na presença do gene A,
Um labrador macho, com pelagem dourada, foi cruza- ele é inibido e produz frutos brancos, como o seu alelo
do com uma fêmea preta e com uma fêmea marrom. b. O indivíduo duplo-recessivo produz frutos verdes.
Em ambos os cruzamentos, foram produzidos descen- Uma planta homozigota, produtora de frutos amare-
dentes dourados, pretos e marrons. los, é cruzada com outra, produtora de frutos verdes.
a) Qual é o genótipo do macho dourado, quanto aos Uma planta, filha desse cruzamento, que será chamada
dois genes mencionados? de planta I, foi cruzada com outra planta, II, produtora de
b) Que tipos de gameta e em que proporção esse frutos brancos. O cruzamento entre a planta I e a plan-
macho forma? 4 3
ta II produziu de plantas com frutos brancos, de
c) Qual é o genótipo da fêmea preta? 8 1 8
plantas com frutos amarelos e de plantas com frutos
d) Qual é o genótipo da fêmea marrom? 8
verdes. Responda:
17. Mackenzie-SP (Adapt.) Suponha que, na espécie hu- a) Que denominação se dá a esse tipo de interação
mana, a pigmentação da pele seja devida a dois pares entre os genes A e B?
de genes autossômicos com efeito aditivo. A tabela b) Quais os genótipos das plantas I e II?
adiante indica os fenótipos existentes.
20. UEPG-PR Sobre interação gênica, assinale o que for
No de genes dominantes Fenótipo correto.
 Ocorre poligenia quando dois genes não alelos
colaboram na mesma característica, completando
seus efeitos.
 Dois genes não alelos colaboram na mesma
característica, complementando seus efeitos e
produzindo um fenótipo igual aos fenótipos pro-
FRENTE 1

duzidos por cada gene isoladamente.


4 Ocorre poligenia quando um gene tem efeito simul-
tâneo sobre várias características do organismo.

29
 Ocorre epistasia quando um gene, ao invés de vermelhas com plantas de flores brancas, obtiveram-
determinar uma característica, impede a manifes- -se  plantas de folhas vermelhas para 5 plantas de
tação de outro gene, não alelo. flores brancas na geração F.
 Durante o desenvolvimento do organismo, vários Os genótipos das plantas com flores vermelhas e
pares de genes não alelos influem na determina- brancas da geração parental são, respectivamente:
ção de uma característica. a) AABB e AaBb. d) aaBb e Aabb.
Soma: b) AaBb e Aabb. e) aabb e aabb.
c) AABb e aabb.
21. Uerj As reações enzimáticas a seguir indicam a passa-
2. PUC-Minas O esquema adiante representa o cruza-
gem metabólica que sintetiza pigmentos em uma planta.
mento artificial (em P) de duas variedades puras de um
determinado vegetal, que se reproduz por autopolini-
zação (em F1). O caráter em estudo é a cor das flores.

P: × Linhagens puras
Enzima Enzima
A B
F1: di-híbridas
Considere as seguintes condições:
y Para as enzimas A e B, os alelos A e B produzem
enzimas funcionais, enquanto os alelos a e b pro- F 2:
duzem enzimas inativas;
y Uma única cópia funcional da enzima A ou da en-
zima B é suficiente para catalisar normalmente a
sua respectiva reação. Com base nos resultados, é correto armar, exceto:
Determine a proporção esperada entre as cores das a) trata-se de um caráter determinado por interação
plantas descendentes na primeira geração do cruza- gênica.
mento AaBb × AABb. b) os duplos-heterozigotos apresentam flores coloridas.
c) os indivíduos de F produzem quatro tipos de ga-
22. Em determinada espécie vegetal, ocorrem flores metas para o caráter em estudo.
vermelhas somente se a planta possuir os alelos d) a fecundação cruzada das plantas com flores bran-
dominantes A e B. Cruzando-se plantas de flores cas de F2 produzirá sempre o mesmo fenótipo.

Texto complementar

A hereditariedade da cor dos olhos Herança quantitativa e binômios


A análise do cruzamento de duplos-heterozigotos (AaBb) em um
A cor dos olhos é uma característica que está relacionada a dois
caso de herança quantitativa, como a pigmentação da pele, pode ser feita
pares de genes: os alelos I e i e outro par A e a. O alelo i determina azul,
por meio de binômios. O importante é determinar a quantidade de genes
enquanto o dominante I condiciona castanho e tem efeito epistático sobre
aditivos para se obter o fenótipo. Por exemplo, um indivíduo AaBb tem dois
A e a. O alelo A condiciona verde e o alelo a determina azul.
alelos aditivos e dois não aditivos, apresentando fenótipo .
Pode-se substituir genes aditivos (A e B) por X e indicar genes não adi-
tivos (a e b) por Y. Assim, no cruzamento entre duplos-heterozigotos, tem-se:

AaBb AaBb
XYXY XYXY

Gametas: (X + Y) × (X + Y) × (X + Y) × (X + Y)

Descendentes: (X + Y)4
Conjunto de alelos envolvidos na coloração dos olhos.
Desenvolvendo o binômio, obtém-se 5 termos, cujos coeficientes
Os fenótipos e os genótipos desse tipo de herança são apresentados são provenientes do triângulo de Pascal.
na tabela a seguir.

Fenótipos Genótipos Genótipos genéricos

Herança da cor dos olhos: fenótipos e genótipos. Texto elaborado para fins didáticos.

0 BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


Resumindo
Considerando o conceito de interações gênicas, vários genes − Podem ser observados dois tipos de genes que vão
interagem entre si para influenciar uma única característica interagir entre si:
em pares de alelos que estão situados em pares de cromosso- y Genes aditivos: tornam o fenótipo mais intenso.
mos homólogos diferentes. Na formação dos gametas, também
ocorre a segregação independente dos diferentes genes.
y Genes não aditivos: contribuem de maneira menos
Quando consideramos um duplo-heterozigoto AaBb, os alelos intensa para a expressão da característica.
dos genes A e B determinam uma mesma característica. Com y Não há alelos dominantes nem recessivos.
essa perspectiva, analisaremos alguns tipos de herança. − Como exemplos, podem ser citados os fenótipos de al-
y Interação gênica simples: nesse tipo de herança são ob- tura e de cor da pele em seres humanos.
servados dois pares de alelos condicionando uma mesma − A herança da cor da pele é determinada por dois pares
característica, sendo que cada par de alelos situa-se em de alelos: A-a e B-b, sendo:
um par de cromossomos homólogos. Exemplo: Cor das
y A e B alelos aditivos.
penas em periquitos-australianos, determinada por dois
pares de genes A e B: y a e b alelos não aditivos.
− A (dominante, condiciona azul) e a (determina branco); − Algumas fórmulas lidam com o número de classes feno-
típicas e o número de genes envolvidos (ou números de
− B (dominante, condiciona amarelo) e b (condiciona
branco). pares de genes):

− Com o cruzamento de um casal duplo-heterozigoto y Número de genes = número de classes fenotípicas – .


(AaBb), as proporções fenotípicas e genotípicas possí- y Número de classes fenotípicas =  (número de pares
veis para essa herança são: de genes) + .
y Descendentes: 9 verdes, 3 azuis, 3 amarelos e y Contribuição de cada alelo aditivo =
1 branco. 16 16 16 (fenótipo máximo – fenótipo mínimo)
16 número de alelos
y Epistasia: é a condição em que um gene exerce efeito
− Como generalizações, pode-se afirmar que:
inibidor sobre outro gene. Um par de alelos I e i pode ter
efeito inibidor sobre A e a. y O cruzamento entre indivíduos de fenótipos extre-
mos produz apenas descendentes de fenótipos
− Epistasia dominante: caso em que o alelo inibidor é do-
intermediários.
minante; o alelo recessivo permite a manifestação do
outro par de genes. y O cruzamento entre indivíduos de fenótipo inter-
mediário pode gerar descendentes de todas as
y Os alelos A e a são denominados hipostáticos em
relação a I. categorias fenotípicas; os mais abundantes têm
fenótipo intermediário e os menos abundantes pos-
y O cruzamento entre duplos-heterozigotos (IiAa) terá suem fenótipos extremos.
uma descendência com modificação na proporção es-
perada de  :  :  : , sendo a proporção observada − A proporção esperada em F2 pode ser obtida através
de 12 :  : 1. do triângulo de Pascal, construído com base em algumas
premissas:
− Epistasia recessiva: caso em que o alelo inibidor é re-
cessivo (i) e inibe a expressão da característica desde y O primeiro e último números da linha serão .
que esteja em homozigose (ii). y Em cada linha, os números equidistantes serão iguais.
y Os alelos A e a são denominados epistáticos em y A soma de dois números consecutivos de uma linha
relação a i. será igual ao número da linha seguinte, que está abai-
y O cruzamento entre duplos-heterozigotos (IiAa) terá uma xo da segunda parcela da soma.
descendência com proporção esperada de 9 :  : . y O número de linhas representa o número total de
y Herança quantitativa (ou poligênica): herança que envolve alelos, contados a partir do zero.
vários genes que resultam em um efeito cumulativo, cada
1
um contribuindo para a expressão de uma característica.
O fenótipo é determinado pela quantidade de um deter- 1 1
minado gene expressivo (aditivo) que o indivíduo possui. 1 2 1
− Trata de casos em que os fenótipos não estão separados
1 3 3 1
em apenas duas categorias, mas apresentam grande
variação, é o que se denomina como variação contínua. 1 4 6 4 1

Quer saber mais?

Vídeo
FRENTE 1

A ciência da cor da pele


A animação explica a determinação da pigmentação da pele em seres humanos.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_r4c2NT4naQ. Acesso em: 6 abr. 222.

1
Exercícios complementares

1. Mackenzie-SP Em galinhas, a cor da plumagem é de- b) Em um cruzamento-teste, uma fêmea branca foi
terminada por  pares de genes. O gene C condiciona cruzada com um macho preto, gerando descen-
plumagem colorida, enquanto seu alelo c determina plu- dentes de pelagens preta, branca e marrom, sendo
magem branca. O gene I impede a expressão do gene que cada um deles apresentava apenas uma cor.
C, enquanto seu alelo i não interfere nessa expressão. Quais os genótipos dessa fêmea e desse macho?
Com esses dados, conclui-se que se trata de um caso de: Qual a probabilidade de nascer um filhote marrom
a) epistasia recessiva. na descendência gerada desse cruzamento-teste?
b) herança quantitativa.
c) pleiotropia. 5. Unicamp-SP Existe um gene em cobaias que su-
d) codominância. prime o efeito do gene que determina a coloração
e) epistasia dominante. nesses animais. Esse gene está localizado em um
cromossomo diferente daquele em que está o gene
2. PUC-Rio Em genética, o fenômeno da interação gêni- que determina a cor do animal. Cobaias albinas ho-
ca consiste no fato de: mozigotas foram cruzadas e todos os descendentes
a) uma característica provocada pelo ambiente, nasceram pretos. Como isso pode ser explicado, con-
como surdez por infecção, imitar uma característi- siderando-se que não ocorreu mutação? Justifique.
ca genética, como a surdez hereditária.
b) vários pares de genes não alelos influenciarem na 6. UnB-DF As diversas substâncias ingeridas pelo
determinação de uma mesma característica. homem são transformadas em outras, durante os
c) um único gene ter efeito simultâneo sobre várias processos metabólicos. Essas transformações são ca-
características do organismo. talisadas por diferentes enzimas. O esquema a seguir
d) dois pares de genes estarem no mesmo par de representa alguns passos da síntese de melanina.
cromossomos homólogos.
e) dois cromossomos se unirem para formar um
gameta.
Gene A Enzima A

. Fuvest-SP 2018 Nos cães labradores, a cor da pe-


lagem preta, chocolate ou dourada depende da
interação entre dois genes, um localizado no cromos- Gene B Enzima B
somo  (alelos B e b) e o outro, no cromossomo 5
(alelos E e e). O alelo dominante B é responsável pela
síntese do pigmento preto e o alelo recessivo b, pela Gene C Enzima C
produção do pigmento chocolate. O alelo dominante
E determina a deposição do pigmento preto ou cho-
colate nos pelos; e o alelo e impede a deposição de
pigmento no pelo. Com base no esquema e sabendo que indivíduos in-
Dentre  cães resultantes de cruzamentos de cães capazes de sintetizar a melanina são albinos, julgue
heterozigóticos nos dois lócus com cães duplo ho- os itens seguintes.
mozigóticos recessivos, quantos com pelagem preta, Na produção de melanina a partir de fenilalanina,
chocolate e dourada, respectivamente, são esperados? atuam três mRNAs.
a) ,  e 36. d) 18,  e 18. Indivíduos albinos podem apresentar homozigose
b) 9, 9 e 18. e) 18, 18 e . recessiva bb e cc.
c) 18, 9 e 9. Um casal de indivíduos albinos pode ter lhos com
pigmentação normal.
. Famerp-SP 2019 A cor da pelagem em camundon- O gene B é epistático sobre o gene C.
gos é determinada por dois genes. A pelagem preta é
determinada pelo alelo M e a pelagem marrom é de- 7. UFMS 2019 Em um determinado organismo, o gene
terminada pelo alelo m. O alelo B permite o depósito para manifestação da cor branca (B) é epistático em
de pigmento marrom ou preto e o alelo b não permite relação ao gene que manifesta a cor azul com o alelo
a deposição de pigmentos, determinando a pelagem dominante (A) e a cor vermelha com o alelo reces-
branca. Os genes envolvidos estão em diferentes pa- sivo (a). Do cruzamento entre dois organismos com
res de cromossomos homólogos. genótipos heterozigotos para os dois genes, qual a
a) Quais são os possíveis fenótipos dos descen- probabilidade de surgirem descendentes brancos?
dentes gerados do cruzamento entre uma fêmea a) 1/4. c) 2/. e) 1/2.
MMbb e um macho mmBb? b) 3/4. d) 4/.

2 BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


8. Ufes Analisando a via metabólica hipotética, temos que: 11. Observe a figura.
Precursor Pigmento Pigmento
branco rosa vermelho
P

Enzima X Enzima Y Amarelado Amarelado

Gametas Ab aB

Gene A Gene B

O gene A é epistático sobre o gene B e, quando em F1


homozigose recessiva (aa), impede a produção dos
pigmentos rosa e vermelho, devido à não produção de
enzima X. O gene B, em homozigose recessiva, impos- Todos vermelhos
sibilita a conversão de pigmento rosa em vermelho. Os
genes A e B são dominantes sobre os seus alelos.
Responda:
a) No cruzamento entre indivíduos de genótipos F2
AaBb 3 aabb, qual será a proporção fenotípica
esperada na progênie?
b) Quais são os possíveis genótipos para os indiví- 9 Vermelhos 6 Amarelados 1 Branco
duos vermelhos?
c) Quais os fenótipos esperados e suas respectivas Todas as alternativas contêm genótipos possíveis
proporções em F2 obtidos a partir de parentais para os porquinhos vermelhos de F, exceto:
AABB × aabb? a) AABB.
b) AaBB.
9. Em galinhas, há quatro tipos de cristas: simples, noz,
c) Aabb.
rosa e ervilha. Na determinação desses tipos de cristas
d) AaBb.
atuam dois pares de genes (Rr e Ee). Assim, o genótipo
e) AABb.
R_E_ determina crista noz, R_ee crista rosa, rrE_ crista
ervilha e o genótipo eerr determina crista simples.
Um galo de crista noz cruzado com uma galinha de 12. UEL-PR Em camundongos, a coloração da pelagem é
  determinada por dois pares de genes, Aa e Cc, com
crista rosa produziu a seguinte geração: noz, rosa, segregação independente. O gene A determina co-
 
  loração aguti e é dominante sobre seu alelo a, que
ervilha e simples. A partir desses dados, responda
  condiciona coloração preta. O gene C determina a pro-
às seguintes questões.
dução de pigmentos e é dominante sobre seu alelo c,
a) Quais os genótipos paternos?
que inibe a formação de pigmentos, dando origem a
b) Os genes em questão obedecem à Segunda Lei
indivíduos albinos. Do cruzamento de um camundongo
de Mendel? Justifique sua resposta.
preto com um albino, foram obtidos apenas descen-
dentes agutis. Qual é o genótipo desse casal?
10. Uerj 2020 Uma espécie de borboleta apresenta asas
a) aaCC 3 aacc
coloridas, quando o gene A é funcional, ou asas bran-
b) Aacc 3 aaCc
cas, quando o animal é homozigoto recessivo. O gene B,
c) aaCc 3 AAcc
localizado em outro cromossomo, apresenta ação epistá-
d) AaCc 3 AaCc
tica sobre o gene A, impedindo a pigmentação das asas;
e) aaCC 3 AAcc
já o alelo b não impede a expressão do gene A.
Admita uma borboleta fêmea de asa brancas que foi
acasalada com dois machos I e II, ambos de asas co- 1. UFMG Em camundongos, o tipo selvagem, encontra-
loridas. O cruzamento com o macho I produziu apenas do comumente na natureza, apresenta pelagem de
borboletas de asas coloridas; o cruzamento com o coloração acinzentada (aguti). Duas outras colorações
macho II gerou 50% de borboletas de asas coloridas são também observadas: preta e albina.
e 50% de asas brancas. Observe os dois pares de genes envolvidos e os
Apresente os genótipos tanto da borboleta fêmea fenótipos relativos aos tipos de coloração dos ca-
quanto dos dois machos. mundongos.
Suponha que o cruzamento entre um casal de borbo-
FRENTE 1

letas, heterozigoto para os dois genes, tenha gerado A_B_ = Aguti


um total de  descendentes. Determine o número de A_bb = Preto
descendentes que possuem asas coloridas. aaB_ e aabb = Albinos


Utilizando essas informações e seus conhecimentos, Precursor (flores brancas)
Lócus A
faça o que se pede.
a) Do cruzamento entre camundongos preto e albi-
no, obtiveram-se 1% de camundongos aguti. Enzima 
Dê os genótipos dos camundongos envolvidos
no cruzamento. Produto I (flores róseas) Lócus B
b) Do cruzamento de dois camundongos aguti, ob-
tiveram-se descendentes na seguinte proporção:
Enzima 2
9 aguti : 3 pretos : 4 albinos. Cite todos os ge-
nótipos possíveis para os camundongos albinos
obtidos e apresente uma explicação para a al- Produto II (flores roxas)
teração da proporção 9 : 3 : 3 : 1 (esperada em
cruzamento de di-híbridos) para 9 : 3 : 4. Apenas a presença de alelos dominantes em cada um
c) Cite a probabilidade de se obterem camundongos dos dois loci determina enzimas ativas capazes de me-
pretos do cruzamento de albinos (duplos-homozi- diar as respectivas etapas de produção dos pigmentos.
gotos) com aguti (duplos-heterozigotos). a) Quais são os possíveis genótipos de uma planta
que apresenta flores róseas?
1. Fuvest-SP 2019 Em uma variedade de petúnia, as b) Quais são as proporções genotípica e fenotípica
flores podem ser brancas, róseas ou roxas. Suponha esperadas entre os descendentes do cruzamento
que essas cores de flores resultem de pigmentos cuja de plantas com genótipos AaBb × aabb?
síntese é determinada por genes com segregação c) Qual é a proporção fenotípica esperada no cru-
independente que participam de uma mesma via me- zamento de indivíduos heterozigóticos para os
tabólica, conforme esquematizado abaixo: dois loci?

BNCC em foco
EM1CNT202 e EM1CNT205
1.

a)
b)

EM1CNT202 e EM1CNT205
2.

a)
b)
c)

EM1CNT205 e EM1CNT01
.

a)
b)
c)

BIOLOGIA Capítulo 17 Interações gênicas


FRENTE 1

CAPÍTULO Linkage e mapas gênicos

18
Apesar de muito bem elaboradas, a primeira e a segunda lei de Mendel não
são suficientes para explicar todos os padrões de herança que observamos
na natureza. Isso porque elas descrevem a herança de pares de alelos que se
segregam independentemente, isto é, que estão em cromossomos diferentes.
Mas como estudar a herança de dois ou mais pares de alelos situados no mesmo
cromossomo? Veremos agora quais são os mecanismos genéticos desse tipo
de herança.
Ligação fatorial (linkage) ELEMENTOS
FORA DE cis trans
PROPORÇÃO
No estudo da primeira lei de Mendel, analisamos a he-
CORES
rança de características condicionadas por um par de alelos FANTASIA

situados em um par de cromossomos homólogos. Quando


analisamos a segunda lei de Mendel e suas variações, tra-
balhamos com duas ou mais características, como a cor e a
Gametas Gametas
textura em ervilhas, condicionadas por dois ou mais pares
de alelos, cada par de alelos localizado em pares diferentes
de cromossomos homólogos.
A ligação fatorial analisa dois ou mais pares de alelos,
situados em um mesmo par de cromossomos homólo-
gos. Genes nessa condição estão em linkage, isto é, estão
ligados. Assim, pode-se dizer que a herança analisada apre- 50% 50% 50% 50%
senta ligação fatorial. Tipos de heterozigotos: o cis apresenta alelos dominantes em um dos
homólogos e alelos recessivos em outro homólogo; o heterozigoto trans tem,
ELEMENTOS Segunda em cada homólogo, um alelo dominante e um alelo recessivo.
FORA DE
Primeira Linkage
lei de Mendel
PROPORÇÃO lei de Mendel (ligação fatorial)
e suas variações Tomando como exemplo o heterozigoto cis, a formação
CORES
FANTASIA de seus gametas envolve várias etapas, como a replicação
do material genético, o pareamento de homólogos, a sepa-
ração dos homólogos e a separação das cromátides-irmãs.
ELEMENTOS
FORA DE
Comparação entre as leis de Mendel e linkage. Na primeira lei de Mendel, PROPORÇÃO

analisa-se um par de alelos. Na segunda lei de Mendel, são analisados CORES


mais de um par de alelos, situados em diferentes pares de cromossomos FANTASIA
homólogos. Linkage é a situação em que diferentes pares de alelos estão
dispostos ao longo de um único par de cromossomos homólogos.

Replicação
Linkage e a formação de gametas
Os gametas formados por genes que estão ligados te-
rão, em geral, cromossomos com o mesmo par de alelos. No
caso de os genes A e B estarem ligados, os gametas que
o indivíduo produzirá terão o cromossomo com ambos os
genes. Dessa maneira, um indivíduo homozigoto recessivo
(aabb) produzirá apenas gametas ab, e um heterozigoto
para A e homozigoto recessivo para B (Aabb) formará ga- Pareamento dos
cromossomos homólogos
metas de dois tipos: Ab e ab.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

Gametas Gametas

100% 50% 50%


O indivíduo homozigoto aabb gera apenas um tipo de gameta (ab).
O indivíduo Aabb produz dois tipos de gametas (Ab e ab).

Os duplos-heterozigotos (AaBb) podem ser de dois 1 Tipo 1 Tipo


tipos: cis e trans. O heterozigoto cis tem alelos dominantes 2 AB 2 ab
em um mesmo cromossomo homólogo. O heterozigoto
Representação esquemática da formação de gametas em heterozigoto cis.
trans apresenta cada um dos cromossomos homólogos Ameiose gera dois tipos de gametas: AB e ab.
com um alelo dominante e um alelo recessivo. Tanto o he-
terozigoto cis quanto o trans formam, por meio de meiose, Como veremos a seguir, durante a formação dos ga-
dois tipos de gametas, mas não com a mesma constituição. metas e a divisão das células, podem ocorrer processos
Os gametas do heterozigoto cis são AB e ab; os gametas que gerarão novas possibilidades de combinação de alelos
do heterozigoto trans são Ab e aB. nos gametas.

36 BIOLOGIA Capítulo 18 Linkage e mapas gênicos


Crossing-over
Os casos anteriormente descritos de formação de gametas não levaram em consideração a ocorrência de crossing-over
(permutação ou recombinação gênica), que geralmente se verifica na prófase I da meiose, quando os cromossomos homó-
logos são tracionados por filamentos proteicos. Com o tracionamento dos homólogos, podem ocorrer quebras nas cromátides
em pontos correspondentes, chamados de quiasmas, seguidas de uma troca de pedaços entre os cromossomos homólogos;
essa troca corresponde ao crossing-over. A meiose prossegue, com a separação dos homólogos, e, depois, com a separação
das cromátides. No caso de um indivíduo heterozigoto, o resultado é a formação de quatro tipos de gametas: AB, Ab, aB e ab.
Caso o heterozigoto seja cis, os gametas AB e ab apresentam a configuração original de alelos (que se formariam sem
crossing-over) e são denominados gametas parentais. Os gametas aB e Ab apresentam novas combinações de alelos
(resultantes do crossing-over) e são denominados gametas recombinantes.

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO Parental
CORES
FANTASIA

Cromátides-irmãs

Cromátides homólogas

A a A A a a Gametas
A A a a Recombinantes
formados

B b B B b b B b B b

Parental

Conclusão: são produzidos quatro tipos de gametas: AB Ab aB ab

Representação esquemática do processo de crossing-over e dos tipos de gametas formados. Gametas parentais têm a disposição original de alelos. Gametas
recombinantes têm alelos em disposição alterada, resultante do crossing-over.

Porcentagem de gametas parentais e recombinantes


Considerando o duplo-heterozigoto cis, vamos supor que, na formação de seus gametas, 80% das células sofram
crossing-over nas regiões entre os genes A e B. Se uma célula gera quatro gametas, então 100 células produzirão
400 gametas no final da meiose. Empregando esses números, pode-se entender alguns conceitos fundamentais.

Proporções na formação de gametas ELEMENTOS


FORA DE
PROPORÇÃO
Meiose
CORES
1 célula gera 4 gametas FANTASIA

100 células geram 400 gametas


Proporções na formação de gametas. Para efetuar os cálculos, é necessário lembrar que uma célula gera, por meio de meiose, quatro gametas.

y Se, em 100 células, 80% apresentarem crossing-over, serão 80 células que gerarão 320 gametas com permutação
FRENTE 1

(80 3 4).
y Dessas 100 células, 20 gerarão 80 gametas sem permutação (20 3 4).
y O total será de 400 gametas (320 com permutação + 80 sem permutação).

37
ELEMENTOS 100 células
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

Meiose
20% não sofreram crossing-over 80% sofreram crossing-over
(20 células) (80 células)

80 gametas formados 320 gametas formados

40 40 80 80 80 80

Gametas parentais: 120 AB Gametas recombinantes: 80 Ab


120 ab 80 aB
Total = 240 parentais Total = 160 recombinantes
Proporção na formação de gametas com ocorrência de crossing-over. Nesse fenômeno, os gametas parentais são mais abundantes do que os recombinantes.

Assim, nos 400 gametas produzidos pelo heterozigoto cis, haverá os seguintes genótipos:
120 30 80 20
y 120 ab → = = 30% ab y 80 Ab → = = 20% Ab
400 100 400 100
120 30 80 20
y 120 AB → = = 30% AB y 80 aB → = = 20% aB
400 100 400 100
Como resultado, haverá 60% de gametas parentais (30% de ab e 30% de AB) e 40% de gametas recombinantes (20% de Ab
e 20% de aB); sendo, portanto, a taxa de recombinação (TR) de 40%. Isso permite fazer algumas generalizações importantes.
. Os gametas parentais são mais abundantes que os recombinantes.
2. A taxa de recombinação (TR) está vinculada à porcentagem de células que sofrem crossing-over (80% no exemplo
hipotético apresentado). Assim, temos:

% de células que sofrem crossing-over


TR =
2

Se todas as células sofressem crossing-over (100%), a TR teria o valor de 50% (que é o valor teórico máximo da TR).

Mapas genéticos
Mapas genéticos consideram a posição e a distância dos genes em um cromossomo. Levando em conta a estrutura
física de um cromossomo, nota-se que os genes estão em posição linear. Isso permite saber quais as chances de ocorrer
permuta com determinado gene e também quais genes estão mais próximos entre si.
Consideremos um triplo heterozigoto cis FfGgHh hipotético; seus genes estão dispostos ao longo de cada cromos-
somo homólogo, sendo G situado entre F e H, porém mais próximo de F.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

O mapa genético é uma representação da disposição dos genes em cromossomos homólogos.

Durante a prófase I da meiose, pode ocorrer crossing-over envolvendo os três genes. No entanto, as chances de
ocorrer um crossing-over são maiores entre os genes F e H; isso está relacionado aos seguintes fundamentos:

38 BIOLOGIA Capítulo 18 Linkage e mapas gênicos


y A probabilidade de ocorrência de quebra no cromos-
Exercício resolvido
somo é a mesma ao longo de todo o cromossomo.
Genes mais distantes entre si apresentam mais pon- 1. Qual é a proporção genotípica esperada do cruza-
tos sujeitos à quebra e, consequentemente, maior mento entre um macho heterozigoto cis (AaBb) e uma
chance de ocorrência de crossing-over (e maior taxa fêmea duplamente recessiva (aabb), sabendo-se que
de recombinação). a taxa de recombinação é de %?
y Genes muito próximos têm pequena probabilidade
de ocorrência de crossing-over, tendendo a zero. Resolução:
No exemplo dado, além de F e H apresentarem maior
probabilidade de recombinação do que os genes F e G,
os genes G e H têm uma porcentagem de recombinação
intermediária em relação aos outros dois casos citados.
Há uma convenção que relaciona a taxa de recombi-
nação e a distância entre os genes: 30%
60%
Gametas A B 30%
Taxa de recombinação = unidade de distância
a b 20%
A unidade de distância é tradicionalmente conhecida 40%
como morganídeo, denominação feita em referência ao 20%
geneticista Thomas Morgan. Atualmente, empregam-se os
termos centimorgan ou unidade de recombinação (UR). Gametas a b
Como foi visto, a taxa de recombinação não ultrapassa 100%
50%, e, por isso, a máxima distância entre dois genes é de a b
50 unidades de recombinação, ou 50 centimorgans.
30% 30% 20% 20%
Referências para a resolução de
exercícios AaBb
30%
aabb
30%
Aabb
20%
aaBb
20%
Há alguns pontos que devem ser destacados para fa-
cilitar a resolução de exercícios relacionados a linkage e A proporção genotípica esperada será de % de
crossing-over. AaBb, % de aabb, % de Aabb e % de aaBb.

÷2
Dessa forma, promovendo cruzamentos-testes e deter-
= minando a taxa de permutação que ocorre entre os genes,
x2 pode-se descobrir a distância entre os genes localizados no
mesmo cromossomo e estabelecer a posição de um gene
Há uma relação entre a porcentagem das células que sofrem crossing-over e a
taxa de recombinação, sendo esta a indicadora da distância entre os genes. em relação a outros, montando, assim, o mapa genético de
um cromossomo e até de um indivíduo.
Outro aspecto importante diz respeito à formação de O crossing-over é um processo que gera maior varia-
gametas. Um duplo-heterozigoto cis (AaBb) forma quatro bilidade genética nas populações, por originar gametas
tipos de gametas, e os recombinantes são menos abun- distintos e proles mais diversificadas. Isso é de suma impor-
dantes. Já um duplo-recessivo (aabb) forma um único tância para a manutenção das espécies, pois a variabilidade
tipo de gameta (ab), não importando se ocorre ou não genética favorece a sobrevivência das populações diante
crossing-over. de alterações nas condições ambientais.

Revisando

1. O que são genes em linkage? O que a herança com ligação fatorial considera?
FRENTE 1

39
. Como são formados os gametas a partir de células que apresentam genes ligados? Cite um exemplo.

3. Que tipos de gametas podem ser formados pelos duplos-heterozigotos com ligação fatorial?

4. O que é crossing-over?

5. Que tipo de consequências o crossing-over gera para uma espécie?

6. Como ocorre crossing-over e em que momento da vida da célula ele ocorre?

7. Como pode ser calculada a porcentagem de gametas recombinantes formados em decorrência de permutação?

8. O que são mapas genéticos? Que tipo de informação eles podem oferecer sobre permutação?

9. Que convenção relaciona a taxa de recombinação e a distância entre os genes?

40 BIOLOGIA Capítulo 18 Linkage e mapas gênicos


Exercícios propostos
1. Unifesp 017 Em tomateiros, o alelo dominante A 3. UFU-MG 016 Nos camundongos, o gene e, recessi-
condiciona frutos vermelhos e o alelo recessivo a vo, produz pelos encrespados, e seu alelo dominante,
condiciona frutos amarelos. O alelo dominante B con- pelos normais. Em outro par de genes alelos, o gene
diciona flores amarelas e o alelo recessivo b, flores recessivo a produz fenótipo albino, enquanto seu
brancas. Considere que em uma planta adulta os alelo dominante produz fenótipo selvagem. Quando
alelos A e B estão em um mesmo cromossomo e dis- camundongos di-híbridos foram cruzados com camun-
tantes  unidades de recombinação (UR), da mesma dongos albinos e de pelos encrespados, foram obtidos
forma que os alelos a e b, conforme mostra a figura. 79 camundongos de pelos encrespados e selvagens,
 com pelos encrespados e albinos,  de pelos nor-
mais e selvagens e 7 com pelos normais e albinos.
Qual esquema representa a posição dos genes no
di-híbrido?
a) c)
a) Quais os gametas recombinantes produzidos por
essa planta?
b) Qual a porcentagem esperada de gametas recombi-
nantes produzidos por essa planta? Do cruzamento
dessa planta com uma planta duplo-homozigótica
recessiva foram geradas 1 000 sementes. Quantas b) d)
sementes originarão plantas com frutos vermelhos
e flores brancas?

. UFRJ Um pesquisador está estudando a genética de


uma espécie de moscas, considerando apenas dois
4. UFU-MG 018 Em uma aula de biologia sobre concei-
locos, cada um com dois genes alelos:
tos clássicos da genética, uma professora apresentou
Loco  – Gene A (dominante) ou gene a (recessivo). duas situações de cruzamentos em ervilha-de-cheiro
Loco  – Gene B (dominante) ou gene b (recessivo). (Lathyrus odoratus) – Situação A, e em uma espécie
Cruzando indivíduos AABB com indivíduos aabb, fo- de tomateiro (Solanum lycopersicum) – Situação B,
ram obtidos % de indivíduos AaBb que, quando conforme esquema abaixo.
cruzados entre si, podem formar indivíduos com os
genótipos mostrados na tabela . Situação A
Sem interação entre os dois locos, as proporções fe-
notípicas dependem de os referidos locos estarem ou
não no mesmo cromossomo.
Tabela 1
Gametas AB Ab aB ab
AB
Situação B
Ab
aB
ab

Na tabela , estão representadas duas proporções


fenotípicas (casos  e ) que poderiam resultar do cru-
zamento de dois indivíduos AaBb.
Tabela  (Genética na escola, v. , n. , 7. Adaptado.)
Fenótipos Caso 1 Caso  Considerando-se as situações descritas, pergunta-se:
a) qual mecanismo de herança genética explica as
frequências observadas de descendentes na si-
tuação A e B?
b) qual a taxa de permutação entre os genes e qual
a posição que eles estão nos cromossomos na
situação B?
FRENTE 1

Identique qual dos dois casos tem maior probabilidade c) Na situação A, quais são os tipos de gametas pro-
de representar dois locos no mesmo cromossomo. Jus- duzidos por uma ervilha-de-cheiro duplamente
tique sua resposta. heterozigota para Flor Púrpura/Pólen Alongado?

41
5. UFPel-RS Uma determinada espécie vegetal apresenta variação para cor da flor – roxo e branco –, cor do hipocótilo –
roxo e verde – e pilosidade no cálice da flor – com (piloso) e sem (glabro). A cor roxa da flor e do hipocótilo e a pre-
sença de pilosidade são dominantes. Em todos os cruzamentos realizados entre plantas fenotipicamente diferentes
e após avaliações em várias gerações segregantes, foi observado que em todas as plantas que apresentavam flores
roxas, o hipocótilo era roxo; e, em todas as plantas que apresentavam flores de cor branca, o hipocótilo era verde
(situação ). Entretanto, ao cruzarem um duplo-heterozigoto para os caracteres cor da flor e pilosidade no cálice da
flor com um duplo-recessivo, foi observada na progênie a seguinte proporção (situação ).
Fenótipo Proporção

Com base no texto e em seus conhecimentos, é correto armar que:


a) a primeira situação pode representar um caso de pleiotropia, e a segunda mostra um caso de ligação gênica.
b) a primeira situação pode representar um caso de pleiotropia, e a segunda evidencia uma segregação indepen-
dente dos genes.
c) a primeira situação evidencia ligação gênica, e a segunda mostra a segregação independente dos genes.
d) em ambas as situações ficou evidenciado o efeito pleiotrópico entre os genes.
e) em ambas as situações ficou evidenciada a ligação gênica, sendo que, na segunda, a ligação é mais forte do que
na primeira, o que mostra uma distância menor entre os genes.

6. UEPG-PR 00 A Lei da Ligação Gênica foi proposta por Morgan no início do século XX. O esquema a seguir re-
presenta os genes A e B ligados em um par de cromossomos homólogos. A distância entre os genes é de  cM
(centimogans ou unidades de mapa). Em relação a Lei de Ligação Gênica e ao que está demonstrado no esquema,
assinale o que for correto.
A B
a b
a
10 cM

 No esquema, os alelos dominantes dos dois genes (A e B) estão em um cromossomo enquanto os recessivos
(a e b) estão no outro. Nesse caso, o duplo-heterozigoto (AaBb) está em configuração cis.
2 Nesse exemplo, é esperada a seguinte proporção gamética: 45% AB, 5% Ab, 5% aB e 45% ab. Os gametas AB e
ab são ditos parentais, enquanto os gametas Ab e aB são recombinantes.
 Nesse exemplo, é demonstrado que os genes A e B estão ligados a 10 cM e, pela Lei de Ligação Gênica, jamais
poderia haver recombinantes entre eles.
 Na Lei de Ligação Gênica, a taxa de recombinação (crossing-over) é inversamente proporcional à distância entre
os genes. Dessa forma, quanto menor a distância entre dois genes, maior é a taxa de recombinação entre eles.
 No exemplo, são esperados 80% de gametas parentais e 20% de gametas recombinantes.
Soma:

7. UFRGS O esquema a seguir refere-se a uma célula diploide que, durante a meiose, sofrerá permutação entre os
genes A e B.

Assinale a alternativa que apresenta todos os tipos de gametas normais que podem ser formados por essa célula.
a) AbCe; abCe; aBCe; ABCe. d) AbCe; aBCe.
b) AbC; e; aBC; e. e) AabCe; AaBCe; AbCe; aBCe.
c) AbCe; ABCe.

4 BIOLOGIA Capítulo 18 Linkage e mapas gênicos


8. UFPE A frequência de recombinação entre os locos A e para aprender biologia, mas sem aptidão para
B é de %. Em que percentual serão esperados descen- tocar guitarra?
dentes de genótipo AB//ab, a partir de progenitores com d) Quais os locos cuja herança não resultará em
os genótipos mostrados na gura? proporções segregantes dentro dos padrões da
Segunda Lei de Mendel?
a b A B
X e) Uma mãe sem aptidão para aprender biologia
a b a b e tocar guitarra, mas com aptidão mediana para
a) 5% aprender matemática, terá 100% dos filhos(as)
b) 0% com aptidão no mínimo mediana para as três ca-
c) 45% racterísticas, ao se casar com um indivíduo com
d) 10% genótipo .
e) 20%
11. UPE 018 A meiose é um tipo de divisão celular,
9. Unifesp Os locos M, N, O, P estão localizados em que persiste entre os seres vivos como um meca-
um mesmo cromossomo. Um indivíduo homozigóti- nismo gerador de variabilidade e uma consequente
co para os alelos M, N, O, P foi cruzado com outro evolução biológica. Assinale a alternativa que indica
homozigótico para os alelos m, n, o, p. A geração F a fase da divisão celular de acordo com o que é ob-
foi então retrocruzada com o homozigótico m, n, o, p. servado na célula e que garante essa possibilidade
A descendência desse retrocruzamento apresentou: de diversidade.
• % de permuta entre os locos M e N;
• % de permuta entre os locos M e O;
• % de permuta entre os locos N e O.
Não houve descendentes com permuta entre os lo-
cos M e P.
Responda:
a) Qual a sequência mais provável desses locos no
cromossomo? Faça um esquema do mapa gené-
tico desse trecho do cromossomo, indicando as
distâncias entre os locos.
b) Por que não houve descendentes recombinantes
com permuta entre os locos M e P?

10. UFV-MG Considere que os genes autossômicos,


identicados nos cromossomos (I e II), correspondam
a aptidões para aprender biologia (B), matemática (M) a) Na Prófase I, ocorre o crossing-over. Na figura,
e tocar guitarra (G). Em um dado loco, um indivíduo observam-se dois quiasmas no par 1 e um quias-
com genótipo recessivo não apresenta aptidão; um ma no par 2.
indivíduo heterozigoto apresenta aptidão mediana; b) Na Prófase II, ocorre a permutação. Na figura, ob-
e um indivíduo homozigoto dominante apresenta servam-se três quiasmas entre cromossomos não
maior aptidão. homólogos.
c) Na Interfase, ocorre a formação das cromátides-
B G M -irmãs. Na figura, observam-se dois pares de
centríolos auxiliando a separação dos centrômeros.
d) Na Anáfase I, ocorre a formação do fuso acro-
I II mático. Na figura, observam-se dois pares de
cromossomos acrocêntricos (pares 1 e 2).
Com base nessas informações, faça o que se pede. e) Na Metáfase II, ocorre a formação dos quiasmas.
a) Um casal (P1), formado por um indivíduo triplo- Na gura, observa-se a variabilidade resultante
-homozigoto dominante e outro triplo-homozigoto da troca entre cromátides homólogas dos pares
recessivo, poderá esperar descendentes (F1) com 1 e 2.
qual(is) genótipo(s)?
b) Se um descendente (F1) se casar com um indiví- 1. Uefs-BA 017 A partir de um heterozigoto AaBb em
duo sem aptidão para as três habilidades, qual a trans, e sabendo-se que a distância entre os seus genes
probabilidade de esse casal ter uma criança com é de  morganídeos, o percentual possível de gametas
aptidão mediana para matemática? AB, considerando-se que houve permutação, é de
FRENTE 1

c) Qual o nome do mecanismo genético, propos- a) 46%. d) 4%.


to por Thomas Hunt Morgan, que permitiria ao b) 23%. e) 2%.
casal do item b ter filhos com aptidão mediana c) 8%.

43
Texto complementar
Os estudos de Thomas Morgan e sua contribuição com as teorias de Mendel
Thomas Hunt Morgan (1866-1945), importante embriologista estadunidense da Universidade de Columbia (Nova York, EUA), realizou, a partir da
década de 1910, aprofundados trabalhos e estudos genéticos com a espécie Drosophila melanogaster. Assim começou o capítulo da vida de Morgan
com essas moscas, que determinaria o início do mapeamento genético na história da ciência.
Morgan se interessou pelas variações observadas na espécie e estabeleceu um grupo de estudos para determinar como os caracteres se alteravam
na população ao longo do tempo. Na chamada “sala das moscas”, ele e seu grupo desenvolveram uma pesquisa genética inovadora. Sua hipótese
inicial era de que o comportamento dos cromossomos não explicaria os “fatores hereditários”, postulados por Mendel, mas, após seus estudos, Morgan
acabou por demonstrar que era nos cromossomos que estavam os tais fatores hereditários. Além disso, os resultados de seus estudos mostraram que
há diversos genes localizados em um mesmo cromossomo.
A pesquisa de Morgan e de seus alunos resultou na ideia da teoria cromossômica da herança, posteriormente estabelecida pelo biólogo alemão
Theodor Boveri (1862-1915) e pelo geneticista estadunidense Walter Sutton (1877-1910). Morgan conseguiu responder uma das grandes dúvidas que
pairavam na época sobre os “fatores hereditários” de Mendel. Em 1933, Morgan recebeu o Prêmio Nobel de Medicina por seu trabalho e o dividiu com
seus filhos e com os seus colegas de longa data.
Toda a aparente simplicidade das moscas estudadas por Morgan permitiu que elas fossem um importante modelo para o estudo da transmissão
de caracteres hereditários. Elas são um excelente material biológico para trabalhos experimentais de genética devido às suas características como
ciclo de vida curto, descendência em número elevado, fácil distinção dos sexos, grande variedade de caracteres de fácil distinção e o cariótipo com
apenas quatro pares de cromossomos (1 sexual e 3 autossômicos).

k.com
Studiotouc
Drosophila melanogaster (mede cerca de 2 mm de comprimento), usada até os dias de hoje como um organismo-modelo
nos estudos em Genética.
Texto elaborado para fins didáticos.

Resumindo
Ligação fatorial (linkage)
A herança com ligação fatorial analisa dois ou mais pares de alelos, situados em um mesmo par de cromossomos homólogos.
Genes nessa condição estão em linkage, isto é, estão ligados.

Linkage e a formação de gametas


y A formação de gametas com genes que estão ligados gera gametas que terão, necessariamente, cromossomos com o mes-
mo par de genes. Exemplos: um homozigoto recessivo (aabb) produzirá apenas gametas ab e um heterozigoto para A, e
homozigoto recessivo para B (Aabb) formará gametas de dois tipos: Ab e ab.
y Duplos-heterozigotos (AaBb) podem ser de dois tipos: cis e trans.
– Heterozigoto cis: tem os alelos dominantes em um cromossomo homólogo e os recessivos no outro. Formam gametas AB
e ab.
– Heterozigoto trans: tem tanto alelos dominantes quanto recessivos em cada um dos homólogos. Formam gametas Ab
e aB.

Crossing-over
Durante a formação dos gametas, podem ocorrer processos que gerarão novas possibilidades de conformação dos gametas,
dentre eles o crossing-over, também chamado de permutação ou recombinação.
Esse fenômeno geralmente ocorre na prófase I da meiose, momento em que:
y cromossomos homólogos são tracionados por filamentos proteicos;
y ocorrem quebras nas cromátides em pontos correspondentes, chamados quiasmas;
y há troca de pedaços entre os cromossomos homólogos – troca corresponde ao crossing-over;

44 BIOLOGIA Capítulo 18 Linkage e mapas gênicos


y no caso de um heterozigoto cis, o resultado é a formação de quatro tipos de gametas:
– gametas parentais: apresentam a configuração original de genes: AB e ab;
– gametas recombinantes: apresentam novas combinações de genes (resultantes de crossing-over): aB e Ab.
Porcentagem de gametas parentais e recombinantes
Dependendo da porcentagem de células que sofrem crossing-over, haverá a formação de gametas recombinantes. Segundo
alguns conceitos fundamentais, podem ser feitas algumas generalizações importantes:
1. Os gametas parentais são mais abundantes que os recombinantes.
2. A taxa de recombinação (TR) está vinculada à porcentagem das células que sofrem crossing-over. Assim, temos:

% de células que sofrem crossing-over


TR =
2

O valor teórico máximo da TR é 50%, caso em que todas as células sofrem crossing-over (100%).
Mapas genéticos
Mapas genéticos consideram a posição e a distância dos genes em um cromossomo. É fato que os genes se encontram
em posição linear, o que permite conhecer as chances de ocorrer permuta com determinado gene e também saber quais
genes estão mais intimamente relacionados.
A probabilidade de um gene participar de um crossing-over está relacionada com os seguintes fundamentos:
y A probabilidade de ocorrência de quebra no cromossomo é a mesma ao longo de todo o cromossomo.
y Genes com maior distância entre si apresentam mais pontos sujeitos a quebra, indicando maior chance de ocorrência de
crossing-over (e maior taxa de recombinação).
y Genes muito próximos têm pequena probabilidade de ocorrência de crossing-over, tendendo a zero.
A convenção que relaciona a taxa de recombinação e a distância entre os genes é:

Taxa de recombinação = unidade de distância (centimorgan)

Alguns pontos devem ser bem fixados para a resolução de exercícios:

÷2

=
x2

Quer saber mais?

Sites https://agencia.fapesp.br/desenvolvida-a-primeira-
https://g.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/0/03/ linhagem-de-peixe-sul-americano-resistente-a-patogeno-
mapeamento-genetico-ajuda-entender-cancer-de-sangue.html comum-na-piscicultura/3544/
(Acesso em: 11 mar. 2022) (Acesso em: 11 mar. 2022)
Reportagem explica como um estudo de mapeamento Artigo apresenta o desenvolvimento de uma linhagem
genético ajuda a entender o câncer de sangue. de peixes resistentes a bactérias a partir do mapeamento
genético.

Exercícios complementares

Texto para as questões 1 e . Normais

A alcaptonúria é uma disfunção extremamente rara A B Afetados


do metabolismo humano. Os indivíduos afetados apre-
sentam a cor da urina vermelho-pardacento devido a 1 2
uma alteração no metabolismo normal da fenilalanina. O A O A B AB
gene determinante dessa disfunção está localizado no
cromossomo 9, onde também encontramos os genes 3 4 5 6 7
que determinam os grupos sanguíneos ABO (IA; IB; i).
A A
O heredograma ao lado foi montado para se estudar
FRENTE 1

? IA A
a disfunção em uma determinada família, para a qual o 8 9
tipo sanguíneo de cada um dos membros está indicado. IB a

45
1. PUC-Minas Analisando-se o heredograma, é possível Um dos gametas recombinantes mais frequentes en-
afirmar, exceto: tre os grãos de pólen produzidos por essa planta será
a) a alcaptonúria é um caráter determinado por gene a) FGH d) fGh
autossômico recessivo. b) FgH e) fgh
b) o indivíduo 3 pode ter recebido um gameta re- c) fgH
combinante de sua mãe.
c) o indivíduo 6 certamente não recebeu um gameta 6. PUC-Minas O cruzamento de dois indivíduos, um com
recombinante da sua mãe ou do seu pai. genótipo AaBb e outro com genótipo aabb, resultou
d) a chance de o indivíduo  ser heterozigoto para o numa F com as seguintes proporções:
caráter alcaptonúria é de 2 . AaBb = %
3 aabb = %
. PUC-Minas A posição ocupada pelos alelos que de- Aabb = %
terminam grupo sanguíneo e alcaptonúria, no par de aaBb = %
cromossomos 9, está representada para o indivíduo 7 Com esses resultados, pode-se concluir que os genes
ao lado do heredograma. A frequência de recombina- a e b:
ção entre os dois lócus gênicos é de %. a) estão em um mesmo braço do cromossomo.
São frequências esperadas de descendentes para o b) seguem as leis do di-hibridismo.
cruzamento  3 7, exceto: c) constituem um caso de interação gênica.
a) 22,5% de AB normais. d) são pleiotrópicos.
b) 45% de A normais. e) são epistáticos.
c) 50% de afetados.
d) 50% B normais ou afetados. 7. UPE 017 Um pesquisador está buscando descobrir
se pares de genes alelos, que atuam em duas carac-
3. USCS-SP 016 Na gametogênese da maioria dos ani- terísticas para cor (colorido - B e incolor - b) e aspecto
mais, verifica-se a redução da ploidia nas células em (liso - R e rugoso - r) do grão do milho, se situam em
formação, assim como a segregação independente pares de cromossomos homólogos ou no mesmo cro-
de genes alelos. Esses dois processos estão relacio- mossomo (Linkage). Ele efetuou o cruzamento de um
nados à diversidade genética das espécies. duplo-heterozigoto com um duplo-recessivo, ou seja,
a) Por que é necessária a redução da ploidia no pro-
cesso de formação dos gametas? Em que etapa da
divisão celular (gametogênese) ocorre tal redução?
b) Considerando o genótipo duplo heterozigoto
AaBb e a ausência de permutação, indique os
possíveis genótipos dos gametas gerados quan-
do: 1) tais alelos estão em ligação gênica do tipo
cis (AB/ab); e 2) quando estão localizados em dife-
rentes pares de cromossomos homólogos.

4. Uefs-BA 018 Em tomateiros, os genes a e c encon-


tram-se ligados. O cruzamento entre um tomateiro
de genótipo AaCc e outro de genótipo aaCC origi-
nou plantas adultas em proporção genotípica de %
AaCC, % aaCc, 7% AaCc e 7% aaCC. A distância en-
tre os genes a e c nos cromossomos do tomateiro é
a)  UR.
b) 14 UR. Fonte: http://www.nacozinhabrasil.com/wordpress/wpcontent/
uploads///px-Peruvian_corn.jpg.
c) 43 UR.
d) 50 UR.
Assinale a alternativa que resulta na CORRETA F.
e) 86 UR.
a) Distribuição independente, de acordo com a 1a Lei
de Mendel, apresentando 4 genótipos e 2 fenóti-
5. FGV-SP 01 O mapa cromossômico a seguir repre-
pos: coloridos/rugosos e incolores/lisos.
senta a distância relativa entre os genes F, G e H de
b) Distribuição independente, de acordo com a 2a Lei
uma planta.
de Mendel, apresentando as proporções 280 co-
F G H loridos/lisos, 20 incolores/rugosos, 1 coloridos/
rugosos e 13 incolores/lisos.
c) Linkage com crossing-over apresentando 4 ge-
nótipos e 2 fenótipos coloridos/lisos e incolores/
f g h rugosos.

46 BIOLOGIA Capítulo 18 Linkage e mapas gênicos


d) Linkage sem crossing-over apresentando as pro- 13. Unicamp-SP 0 Embora a teoria cromossômica
porções 5% BbRr: 25% bbrr. mendeliana da hereditariedade estivesse bem funda-
e) Linkage com 4 genótipos e 4 fenótipos com dois mentada na década de 9, buscavam-se evidências
tipos parentais em alta frequência, sem crossing celulares de que os cromossomos trocavam partes
e dois tipos recombinantes em baixa frequência (crossing-over). Essas evidências justificariam porque
com crossing-over. algumas observações diferiam do esperado pela se-
gregação independente de cromossomos.
8. Considere uma espécie de vertebrado cujas células a) Diversos estudos sobre a genética de milho,
embrionárias têm oito cromossomos. Em quantos gru- conduzidos por Lowell Fitz Randolph, buscaram
pos de ligações seus genes estarão associados? identificar evidências celulares do crosssing-over
a) Dois. em metáfase I. Entretanto, quando Bárbara
McClintock investigou o crossing-over em
b) Quatro.
paquíteno (uma das subfases da prófase I), a pes-
c) Oito.
quisadora obteve sucesso junto ao microscópio.
d) Dezesseis.
Explique uma razão do sucesso nos experimen-
e) Número variável.
tos de Bárbara McClintock. Cite uma importância
do crossing-over.
9. Considere uma espécie de vertebrado cujas células b) A tabela a seguir representa a proporção fenotípi-
somáticas têm  cromossomos. Em quantos grupos ca de indivíduos (geração F1), após o cruzamento,
de ligações seus genes estarão associados? em um experimento realizado em milho. Sendo
a) Quatro. os genes responsáveis pelos fenótipos F, G e H
b) Seis. ligados nesta mesma sequência, o que é possível
c) Três. inferir sobre a distância entre os genes? Justifi-
d) Oito. que. Considere que f, g e h representam estados
e) Dez. fenotípicos alternativos para os caracteres con-
trolados pelos genes responsáveis por F, G e H,
10. UEL-PR Supondo-se que a distância entre locos gêni- respectivamente. A partir das informações forne-
cos seja de  morganídeos, a taxa de recombinação cidas e de seus conhecimentos sobre genética e
entre eles é de: biologia celular, explique por que as frequências
a) 8%. observadas diferem do que seria esperado, con-
b) 16%. siderando-se a Segunda Lei de Mendel.
c) 32%.
d) 42%. Frequência Fenótipo
e) 84%.

11. Unicamp-SP Os locos gênicos A e B se localizam em


um mesmo cromossomo, havendo  unidades de re-
combinação (morganídeos) entre eles.
a) Como se denomina a situação mencionada?
Supondo o cruzamento AB/ab com ab/ab:
b) qual será a porcentagem de indivíduos AaBb na
descendência?
c) qual será a porcentagem de indivíduos Aabb? 14. UEM-PR 017 Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
 A propriedade de produzir gametas com recom-
1. Fuvest-SP Um organismo homozigoto para os genes binações de alelos diferentes das que foram
A, B, C, D, todos localizados em um mesmo cromosso- recebidas dos pais é resultante da epistasia, que
mo, é cruzado com outro, que é homozigoto recessivo influencia mais de uma característica no indivíduo.
para os mesmos alelos. O retrocruzamento de F (com 2 Unidades de recombinação expressam a unidade
o duplo-recessivo) mostra os seguintes resultados. de distância entre os locos gênicos no cromossomo.
• Não ocorreu permuta entre os genes A e C.  Mapa cromossômico é a representação gráfica
• Ocorreu % de permuta entre os genes A e B, e das posições dos genes e suas distâncias relati-
% entre A e D. vas em um cromossomo.
• Ocorreu % de permuta entre os genes B e D.  A troca de pedaços entre duas cromátides-irmãs
na meiose é chamada ligação gênica.
a) Baseando-se nos resultados apresentados, qual é
FRENTE 1

 Linkage é o termo utilizado para definir troca de


a sequência mais provável desses 4 genes no cro-
cromossomos entre genes homólogos.
mossomo, a partir do gene A?
b) Justifique sua resposta. Soma:

47
BNCC em foco

Geração parental (P)


Tipo selvagem: Duplo-mutante:
corpo cinza e corpo preto e
asas normais asas vestigiais
X

Genótipo PPVV Genótipo: ppvv

F1: tipo selvagem


(duplo-heterozigoto)

Duplo-mutante:
Corpo cinza,
Retrocruzamento corpo preto e
asas normais
asas vestigiais

X
Genótipo PpVv Genótipo: ppvv

EM13CNT01 e EM13CNT301
1.

EM13CNT01 e EM13CNT301
.

EM13CNT01 e EM13CNT301
3.

a)
b)

c)

BIOLOGIA
FRENTE 1

CAPÍTULO Genoma humano e


cromossomos sexuais

19 Algumas condições genéticas são mais frequentes em um sexo biológico do que


em outro. É o que acontece, por exemplo, quando se analisa a calvície. Essa ca-
racterística é mais frequente em homens do que em mulheres, o que se deve ao
comportamento diferenciado do gene nos dois sexos.
Esses tipos de herança podem ou não estar associados aos cromossomos
sexuais. Neste capítulo, vamos estudar alguns mecanismos por trás das determi-
nações hereditárias relacionadas ao sexo biológico dos indivíduos.
Cromossomos e sexo biológico no Outros sistemas de
ser humano determinação sexual
Entende-se por genoma toda a informação genética Há outros sistemas de determinação do sexo dos indi-
de um indivíduo ou de uma espécie. víduos, como os sistemas X (zero) e ZW.
Os 46 cromossomos presentes nas células somáticas
(diploides) de um ser humano compreendem 44 autos-
sômicos (representados genericamente por A) e dois
Sistemas X0 ZW
denominados cromossomos sexuais, ou alossomos, que
são de dois tipos: X e Y. São, portanto, 22 pares de cromos-
somos autossômicos mais um par de cromossomos sexuais,
cuja combinação determina o sexo biológico do indivíduo:
no homem, os cromossomos sexuais têm combinação XY, e,
na mulher, combinação XX. Durante a formação dos game-
tas, metade dos 46 cromossomos pode ser observada na
célula final, sendo 22 autossômicos e um sexual, totalizando
23 cromossomos em cada gameta.
Assim, homem e mulher têm 45 cromossomos em
comum, diferindo em um único cromossomo sexual: X na
mulher e Y no homem. Dessa maneira, pode-se concluir
que, na espécie humana, o sexo biológico feminino produz
um só tipo de gameta: é o sexo homogamético; já o sexo
biológico masculino forma dois tipos de gametas, sendo o
Principais aspectos dos sistemas X0 e ZW.
sexo heterogamético.

44 autossômicos (A)
2 sexuais: XX ou XY Sistema X0
O sistema X ocorre em percevejos e gafanhotos;
Mulher Homem além dos cromossomos autossômicos, a fêmea tem dois
cromossomos X (XX), enquanto o macho tem apenas
46 = 44A + XX 46 = 44A + XY
um cromossomo X (X).
Gametas Gametas
Sistema ZW
O sistema ZW ocorre, por exemplo, em muitas aves,
100%
50% 50% em borboletas e em mariposas.
23 = 22A + X
23 = 22A + X 23 = 22A + Y Além dos autossômicos, cada indivíduo possui dois
A constituição de cromossomos em seres humanos. cromossomos sexuais: a fêmea é ZW e o macho é ZZ.
Assim, o cromossomo Z é comum ao macho e à fêmea
O sexo dos descendentes depende da combinação (como o cromossomo X nos mamíferos). Já o cromossomo
formada pelo encontro dos gametas. O óvulo tem apenas W é exclusivo da fêmea (nos mamíferos, é o macho que
cromossomos X e os espermatozoides que o homem pro- apresenta um cromossomo exclusivo, o cromossomo Y).
duz podem apresentar cromossomos X ou Y, sendo metade O macho só produz gametas Z, portanto é o sexo
de cada tipo. Dessa maneira, é o gameta do pai que deter- homogamético. A fêmea produz gametas Z e gametas W,
mina o sexo dos descendentes do casal. portanto é o sexo heterogamético.

Geração
Sistema n/2n
×
parental: Abelhas e alguns outros insetos sociais, como formi-
gas e vespas, têm o sistema n/2n de determinação sexual.
Gametas: + Em geral, as fêmeas são diploides (2n) e os machos são
haploides (n).
As fêmeas são provenientes de zigotos (2n) e sua
Descendência fertilidade depende do tipo de alimentação que recebem.
esperada:
50% 50% Se o zigoto for depositado em uma célula com geleia
Determinação do sexo em humanos. real, origina-se uma rainha (fêmea fértil); se o zigoto for
colocado em célula com mel, origina-se uma operária (fê-
O sistema de determinação sexual com base nos cro- mea estéril). Os machos (zangões) são provenientes de
mossomos X e Y (sistema XY) ocorre nos mamíferos e na óvulos não fecundados, o que caracteriza um caso
mosca drosófila. de partenogênese.

50 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


Os cromossomos X e Y de um homem apresentam
Fêmeas diploides (2n) Machos haploides (n)
três áreas distintas:
• Uma das áreas contém genes que estão presentes
Rainha Zangão nos dois cromossomos, isto é, apresentam alelos nes-
Geração
sa porção, que é homóloga.
parental:
• Uma região do cromossomo X apresenta genes ex-
clusivos, sem correspondência no cromossomo Y;
Gametas: ×
O cromossomo Y também possui genes exclusivos,
sem correspondência no cromossomo X.
O formato dos cromossomos X e Y é semelhante,
Partenogênese embora o Y seja menor. Para salientar diferentes regiões,
convencionou-se usar uma representação didática desses
Descendência
esperada: cromossomos, mostrando uma curvatura no cromossomo Y
(que, na realidade, ele não tem).

Genes exclusivos do X
(relacionados à herança
ligada ao sexo)
Zangão Operária Rainha
Determinação do sexo no sistema n/2n. Genes exclusivos do Y
Região (relacionados à herança
homóloga restrita ao sexo)
Recentemente, foram descobertos mais detalhes acer-
ca da determinação sexual em abelhas, envolvendo um
gene denominado CSD (complementary sex determiner Representação esquemática dos cromossomos sexuais. Os cromossomos
X e Y apresentam áreas homólogas; há regiões presentes apenas no X e
ou determinador complementar do sexo), o qual possui outras regiões exclusivas do Y.
de 11 a 19 alelos diferentes. Um ovo diploide apresenta
dois alelos diferentes do gene CSD (heterozigoto) e as As heranças relacionadas ao sexo podem ser clas-
proteínas que eles codificam desencadeiam o desen- sificadas em função da localização dos genes que as
volvimento de uma fêmea. Um óvulo não fecundado tem determinam.
apenas um alelo CSD (hemizigoto) e, portanto, desenvol-
ve-se em um macho. Já se um ovo diploide receber duas Heranças determinadas por genes
cópias do mesmo alelo CSD (homozigoto), o resultado autossômicos
também será o desenvolvimento de um macho, nesse
caso, diploide. Herança limitada ao sexo
A herança limitada ao sexo é determinada por genes
Os cromossomos sexuais autossômicos que se expressam apenas em um dos
Na espécie humana, o cromossomo Y é bem menor sexos. No gado bovino, por exemplo, os genes que de-
que o cromossomo X. terminam a produção de leite manifestam-se apenas em
fêmeas. Na espécie humana, o gene para hipertricose au-
ricular (pelos abundantes nas orelhas) tem manifestação
Latinstock/Photoresearchers/Photoresearchers

apenas nos homens.

Herança influenciada pelo sexo


A herança influenciada pelo sexo é determinada por ge-
nes autossômicos que, dependendo do sexo do indivíduo,
comportam-se como dominantes ou como recessivos. Um
exemplo é a calvície humana, herança decorrente de dois
alelos: C (condiciona calvície) e C2 (determina fenótipo sem
calvície). O alelo C1 é dominante no homem e recessivo
Cromossomo Y
na mulher, que apresenta efeito menos intenso. Assim, são
possíveis os seguintes genótipos e fenótipos.
Genótipo Fenótipo no homem Fenótipo na mulher
FRENTE 1

Os cromossomos sexuais X e Y apresentam grande diferença de tamanho. Genótipos e fenótipos relacionados à calvície.

51
Heranças determinadas por genes Vamos analisar alguns exemplos de cruzamentos.
Exemplo :
de cromossomos sexuais
- Cruzamento de drosófilas (fêmea homozigota):
Herança restrita ao sexo
A herança restrita ao sexo (ou herança ligada ao Y), no
sistema XY, é associada a genes presentes na região não Olhos Olhos
vermelhos brancos
homóloga do cromossomo Y (apenas no macho). Por isso, Gametas: ×
é designada herança holândrica (do grego holos = total;
andros = masculino). É o caso do gene SRY, responsável
pela formação de testículos; com a ausência desse gene, +
Olhos Olhos
ocorre a formação de estruturas do sistema genital femini-
vermelhos vermelhos
no, como ovários, tubas uterinas e útero. 50% 50%

Herança ligada ao sexo Uma fêmea de drosófila homozigota para olhos ver-
melhos é cruzada com um macho de olhos brancos. A
É determinada por alelos exclusivos do cromossomo X
descendência é composta de fêmeas de olhos vermelhos
(encontrados na região não homóloga do cromossomo X).
e machos de olhos vermelhos na mesma proporção (5%
Assim, a fêmea tem dois alelos e o macho possui um alelo cada).
apenas (diz-se que é hemizigoto). A seguir, serão analisados Exemplo 2:
alguns exemplos desse tipo de herança.
- Cruzamento de drosófilas (fêmea heterozigota):
Cor dos olhos de drosófilas
Nessas moscas, há dois alelos que condicionam a cor
dos olhos: Olhos Olhos
vermelhos vermelhos
• Xb olhos brancos
Gametas: ×
• XB olhos vermelhos
Assim, os genótipos e os fenótipos possíveis são:

Genótipo Fenótipo
50% 25% 25%

Olhos Olhos Olhos


vermelhos vermelhos brancos

Uma fêmea de drosófila heterozigota para olhos verme-


lhos é cruzada com um macho de olhos vermelhos. Entre
os descendentes, há fêmeas de olhos vermelhos, machos
de olhos brancos e machos de olhos vermelhos.
Na descendência, as fêmeas de olhos vermelhos po-
dem receber apenas XB proveniente do pai; da mãe, podem
receber XB ou Xb. Assim, as descendentes do sexo femi-
nino podem ser XBXb ou XBXB, ambos fenótipos de olhos
vermelhos. Já os descendentes masculinos herdam o Y
do pai, podendo receber XB ou Xb da mãe; dessa forma
podem ser XBY ou XbY, com fenótipos de olhos vermelhos
e de olhos brancos, respectivamente.
O cruzamento pode ser representado por meio da ta-
bela a seguir.

Gametas XB Y

XB

Xb

Genótipos e fenótipos relacionados à cor dos olhos de drosófilas. Cruzamento entre drosófilas XBXb e XBY.

5 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


Daltonismo no ser humano Atualmente, os portadores de hemofilia A recebem tra-
O daltonismo clássico interfere na percepção de co- tamento com fator VIII produzido por engenharia genética.
res, dificultando a distinção de determinados pigmentos, O alelo para hemofilia A é recessivo (Xh) e o alelo que
mais comumente o verde e o vermelho; diferentemente da condiciona coagulação normal é dominante (XH). Os genó-
acromatopsia (cegueira para cores), na qual o indivíduo vê tipos e fenótipos possíveis são:
apenas em tons de cinza.
Genótipo Fenótipo
O daltonismo é determinado por um alelo recessivo (Xd)
e a visão sem daltonismo é condicionada pelo alelo domi-
nante (XD). Assim, os genótipos e fenótipos possíveis são:

Genótipo Fenótipo

Genótipos e fenótipos relacionados à hemofilia A.

Cromatina sexual
Uma célula somática de um homem apresenta, em in-
Genótipos e fenótipos relacionados ao daltonismo. terfase, uma diferença nítida em relação à de uma mulher.
Para que um homem seja daltônico, basta apresentar Essa diferença reside no núcleo: a célula feminina tem cro-
apenas um alelo Xd; já uma mulher daltônica precisa ter dois matina sexual, anteriormente chamada corpúsculo de Barr,
alelos Xd. Assim, é comum que haja mais homens do que ausente na célula masculina.
mulheres com daltonismo em uma população. Enquanto um dos cromossomos X da mulher encon-
Uma mulher heterozigota (XDXd) pode transmitir o alelo tra-se descondensado, o outro se mantém condensado e
para daltonismo a seus filhos e filhas. inativo, constituindo a cromatina sexual. O homem apre-
Um homem daltônico recebeu o alelo para daltonismo senta um cromossomo X, que se mantém descondensado
de sua mãe e transmitirá obrigatoriamente esse alelo a e não há, portanto, cromatina sexual. O cromossomo des-
suas filhas. condensado tem genes ativos, ou seja, apenas os seus
genes se manifestam na célula.

Célula de mulher CORES ELEMENTOS


FANTASIA FORA DE
Cromossomo recebido PROPORÇÃO

do pai
X descondensado e ativo

X condensado e inativo
(cromatina sexual)

Cromossomo passado
para o filho
Célula de homem

X descondensado e ativo

Hemofilia A no ser humano


A hemofilia A é uma condição caracterizada pela di-
ficuldade de coagulação. É causada pela incapacidade
genética de produzir o fator VIII, necessário à síntese Células femininas têm dois cromossomos X; um deles é condensado e constitui
a cromatina sexual. Células masculinas têm um único cromossomo X, o qual
de protrombina, o que impossibilita a formação da rede de está descondensado.
fibrinas, produto final da coagulação.
Algumas alterações cromossômicas podem ocorrer
Fator VIII Tromboplastina
durante a meiose, fazendo com que os gametas apresen-
Protrombina Trombina tem maior ou menor número de cromossomos sexuais.
Uma mulher que possui três cromossomos X (XXX) apre-
FRENTE 1

sentará duas cromatinas sexuais. Um homem XXY terá


Fibrinogênio Fibrina
uma cromatina sexual. Essas variações no número de
Processos envolvidos na coagulação do sangue. cromossomos serão tratadas no próximo capítulo.

53
A hipótese de Lyon (Mary Lyon, de 1961) considera • O alelo XA determina pelo malhado de branco e amarelo.
que a mulher apresenta o cromossomo X em dose dupla • O alelo XP condiciona pelo malhado de branco e preto.
por algumas razões. Uma delas tem base no fato de um Os fenótipos e genótipos possíveis são:
dos cromossomos X sofrer condensação (inativação); a
Genótipo Fenótipo
presença dele seria um mecanismo de “compensação
de dosagem”.
A condensação do cromossomo X nas células femi-
ninas acontece durante o desenvolvimento embrionário.
Determinadas células apresentam condensação do cro-
mossomo X oriundo do pai; outras células do organismo
apresentam condensação no outro cromossomo X,
proveniente da mãe. A distribuição das células com X Genótipos e fenótipos relacionados à coloração da pelagem em gatos.
materno ativado (X1) ou com X paterno ativado (X2) no Dessa maneira, sabe-se que se um gato apresentar
organismo apresenta a forma de um mosaico, resultando as três cores de pelos (amarelos, brancos e pretos) será
na presença dos dois tipos de células, possivelmente em do sexo feminino.
todos osórgãos.

Fquestier/Coleção particular
Organismo

X1 – X materno ativado

X2 – X paterno ativado

Representação esquemática da distribuição de células femininas em


mosaico. Há regiões do corpo com o cromossomo X de origem paterna
ativado; em outras regiões é ativado o cromossomo X de origem materna.

Esse padrão fica evidente na pelagem de gatos ma-


lhados. Para a expressão das cores da pelagem, estão
envolvidos dois alelos ligados ao cromossomo X: XA e XP, Gata com três cores. O felino da foto, certamente, é fêmea, já que o macho
que determinam cores diferentes. não apresenta três cores.

Revisando
1. Em relação aos cromossomos humanos, como são denominados os cromossomos sexuais? Quais são eles? Como são
denominados os cromossomos não sexuais?

. Considerando que o ser humano tem  cromossomos e que os cromossomos autossômicos são representados por
A, escreva a fórmula cromossômica da mulher e a do gameta feminino.

3. Escreva a fórmula cromossômica do homem e a dos gametas masculinos.

54 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


4. Na espécie humana, qual é o sexo homogamético e qual é o sexo heterogamético? Justifique sua resposta.

5. No sistema haploide/diploide de abelhas, indique a composição cromossômica do macho e a da fêmea.

6. A hemofilia é uma anomalia caracterizada pela dificuldade na coagulação sanguínea, e é determinada por um gene
recessivo presente no cromossomo X. Um casal em que a mulher é normal para a hemofilia, porém filha de pai hemo-
fílico, e o homem é normal para hemofilia, vai ter um filho. Qual a probabilidade de o casal ter um menino hemofílico?
1 1 1 1
a) b) c) d) e) 1
2 4 8 16

7. O que é herança limitada ao sexo?

8. UFSC 018 Uma espécie de parasita encontrada em cavalos possui n = . Com base nessa informação, é correto
afirmar que:
 o número haploide dos gametas será igual a 2.
2 na primeira divisão da meiose, cada célula-filha resultante terá um único cromossomo.
 a quantidade de DNA presente nas células-filhas após a primeira divisão da meiose será igual à da célula-mãe.
 na célula-mãe, todos os genes estarão em ligação independentemente da distância entre eles, embora alguns se
comportem como se estivessem em cromossomos diferentes.
 a determinação do sexo é do tipo ZW, como nas aves, sem considerar os demais cromossomos desses parasitas.
Soma:

9. UFSC Sobre os cromossomos X e Y, responsáveis pela determinação cromossômica do sexo da espécie humana, é
correto afirmar que:
 todos os homens normais receberam o cromossomo Y de seu avô paterno, mas nem todos receberam o cromos-
somo X de sua avó materna.
2 todas as mulheres normais receberam um cromossomo X de sua avó paterna, mas nem todas receberam um cro-
mossomo X de sua avó materna.
 todos os genes presentes nos cromossomos X e Y são responsáveis pelo desenvolvimento sexual de um indivíduo.
 apenas o cromossomo X tem genes responsáveis pelo desenvolvimento sexual, pois o cromossomo Y tem pou-
cos genes.
 todos os genes do cromossomo Y são responsáveis pelo desenvolvimento sexual masculino.
2 o sistema XY de determinação cromossômica do sexo está presente apenas na espécie humana.
 os cromossomos X e Y são assim denominados porque apresentam a forma de um X e de um Y.
Soma:

10. Como é possível a ocorrência de mosaicismo relacionado à cromatina sexual?


FRENTE 1

55
Exercícios propostos
1. Uece 019 No que diz respeito à hemofilia, escreva 4. Unesp 00 Comportamento do casal pode definir sexo
V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se do bebê, dizem pesquisadores. Muitas pessoas sonham
afirmar nos itens abaixo. não só com o nascimento de um bebê, mas com o sexo
A incapacidade de produzir o fator VIII de coagula- dele. Não é possível escolher se você vai gerar uma meni-
ção sanguínea apresentada pelos hemofílicos pode na ou um menino, mas alguns pesquisadores sugerem que
levar à morte e segue a herança ligada ao sexo. alguns fatores, como fazer sexo exatamente no dia da ovu-
lação, ou a frequência das relações sexuais, aumentariam
Mulheres do genótipo XhXh e homens do genótipo
a chance de ter uma criança de determinado sexo.
XhY são hemofílicos; portanto, a hemolia segue o
(Ivonete Lucirio. https://universa.uol.com.br, 06.08.2012. Adaptado.)
padrão típico de herança ligada ao cromossomo Y.
Os homens hemofílicos não transmitem o alelo mu- A notícia traz hipóteses ainda em discussão entre es-
tante para a prole do sexo masculino. pecialistas, mas o que o conhecimento biológico tem
As lhas de uma mulher hemofílica são hemofílicas, como certo é que, na espécie humana, o sexo da pro-
pois herdam um alelo selvagem da mãe. le é denido no momento da fecundação e depende
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: da constituição cromossômica do
a) V, V, V, F. c) V, F, V, F. a) espermatozoide, que é definida na meiose I da
b) F, V, F, V. d) F, F, F, V. gametogênese do pai e a mãe não tem participa-
ção na determinação do sexo da prole.
b) óvulo, que é definida na meiose II da gameto-
. UEL-PR Acerca da relação entre os cromossomos de
gênese da mãe e o pai não tem participação na
um menino e os de seus avós, fizeram-se as seguintes
determinação do sexo da prole.
afirmações. c) espermatozoide, que é definida na meiose II da
I. Seu cromossomo Y é descendente do Y de seu gametogênese do pai e a mãe não tem participa-
avô paterno. ção na determinação do sexo da prole.
II. Seu cromossomo X é descendente de um X de d) óvulo e do espermatozoide, que são definidas na
sua avó paterna. meiose II da gametogênese de ambos os genito-
III. Entre seus autossomos, há descendentes de au- res e o pai e a mãe participam, conjuntamente, da
tossomos de seus avós. determinação do sexo da prole.
Dessas armações, está(ão) correta(s) apenas: e) óvulo, que é definida na meiose I da gametogê-
a) I. nese da mãe e o pai não tem participação na
b) II. determinação do sexo da prole.
c) III.
d) I e III. 5. UFPR 019 Uma doença genética muito rara tem pa-
e) II e III. drão de herança dominante. Um homem, filho de mãe
afetada e pai normal, é afetado pela doença e é casado
3. UEM/PAS-PR 01 Sobre os cromossomos sexuais e com uma mulher que não é afetada pela doença. A res-
a determinação do sexo nos animais, assinale o que peito dos filhos desse casal, é correto afirmar:
for correto. a) Um filho desse casal tem probabilidade de 75%
 A determinação do sexo nos animais é definida de ser afetado pela mesma doença do pai, no
pela constituição cromossômica e genética dos caso de o gene em questão estar localizado num
indivíduos. cromossomo autossômico.
2 Na determinação do sexo, os mamíferos são es- b) Uma filha desse casal tem probabilidade de
pécies dioicas cujas fêmeas possuem um par de 1% de ser afetada pela mesma doença do pai,
cromossomos homólogos (XX) e cujos machos no caso de o gene em questão estar localizado no
possuem somente um cromossomo corres- cromossomo X.
pondente ao das fêmeas (X) e um tipicamente c) Um filho desse casal tem probabilidade de 5% de
ser afetado pela mesma doença do pai, no caso
masculino (Y).
de o gene em questão estar localizado no cromos-
 Nas abelhas melíferas a partenogênese de óvu-
somo X.
los fecundados origina fêmeas.
d) Uma filha desse casal tem probabilidade de 25%
 Os genes responsáveis pela hemofilia estão
de ser afetada pela mesma doença do pai, no
localizados no cromossomo Y humano, caracteri-
caso de o gene em questão estar localizado num
zando a transmissão dessa doença como herança
cromossomo autossômico.
ligado ao sexo. e) Uma filha desse casal tem % de probabilidade de
 Nos mamíferos o gene SRY localiza-se nos autos- ser afetada pela mesma doença do pai, no caso
somos. de o gene em questão estar localizado no cromos-
Soma: somo X.

56 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


6. Uerj Um homem pertence a uma família na qual, há A síndrome de Down é causada pela presença de
gerações, diversos membros são afetados por ra- um cromossomo X extra no cariótipo.
quitismo resistente ao tratamento com vitamina D. O indivíduo hermafrodita é formado por células XX
Preocupado com a possibilidade de transmitir essa e XY.
doença, consultou um geneticista que, após constatar
que a família reside em um grande centro urbano, bem 9. UFJF-MG Um homem possui uma anomalia domi-
como a inexistência de casamentos consanguíneos, nante ligada ao cromossomo X e é casado com uma
preparou o heredograma a seguir. Nele, o consultante mulher normal. Em relação aos descendentes desse
está indicado por uma seta. casal, é correto afirmar que:
a) essa anomalia será transmitida a todos os filhos
do sexo masculino.
b) essa anomalia será transmitida à metade dos fi-
lhos do sexo masculino.
c) essa anomalia será transmitida a todas as filhas.
d) essa anomalia será transmitida à metade das filhas.
e) essa anomalia não será transmitida a nenhum
Afetados pela doença descendente.

Normais
10. Famema-SP 0 A deutarenomalia, um tipo de daltonis-
mo, ocorre quando há uma alteração em um tipo de cone,
a) Sabendo que a doença em questão é um caso de
célula da retina responsável pela percepção das cores. A
herança ligada ao sexo, formule a conclusão do ge-
deuteranomalia é uma anomalia genética cuja herança está
neticista quanto à possibilidade de o consultante
ligada à região não homóloga do cromossomo X.
transmitir a doença a seus descendentes diretos. (Adaptado de https://bcc.ime.usp.br/fccs/2014/
b) Calcule os valores correspondentes à probabili- atakata/docs/Daltonismo_v3.pdf)
dade de que o primo doente do consultante, ao
Considere a seguinte situação:
casar com uma mulher normal, gere filhas e filhos
Uma mulher e seu companheiro têm a visão normal em
afetados pela doença.
relação à percepção das cores. No entanto, a mulher é
lha de um homem que apresenta deuteranomalia, e o
7. UFRGS 019 Em agosto de 0, foi divulgada, na re- homem, lho de mãe heterezigota para a deuteranomalia.
vista Nature, a descoberta de um fóssil híbrido entre a) Qual a chance desse casal ter uma criança com
duas espécies humanas já extintas. Trata-se do fóssil deuteranomalia? Demonstre através de um cruza-
de uma garota de  anos, de mãe neandertal e pai mento.
denisovano que viveu há 0 mil anos. b) O casal teve uma criança com síndrome de
Sabendo-se que o DNA das duas espécies, bem Klinefelter e daltônica. O médico da família dis-
como o da garota híbrida, foi sequenciado, considere se que, provavelmente, o problema ocorreu na
as armações abaixo. meiose produtora do óvulo que deu origem à
I. A garota pode ser considerada um híbrido, pois criança. Explique como isso poderia ser possível.
apresenta genes típicos de cada uma das espé- Indique em sua explicação o genótipo da criança.
cies na mesma proporção.
II. A mãe era neandertal, conforme evidenciado pe- 11. PUC-Campinas O cientista John Dalton é bastante
las mitocôndrias da garota. conhecido por suas contribuições para a química e
III. O pai era denisovano, conforme evidenciado pelo a física. Além disso, Dalton descreveu uma doença
cromossomo Y do fóssil híbrido. hereditária que o impossibilitava de distinguir a cor
Quais estão corretas? verde da vermelha. Essa doença hereditária, causada
a) Apenas I. d) Apenas II e III. por um alelo recessivo ligado ao cromossomo X, rece-
b) Apenas III. e) I, II e III. beu o nome de daltonismo.
c) Apenas I e II. É correto armar que os lhos:
a) e as filhas de homens daltônicos são sempre
8. Ufal (Adapt.) Julgue as afirmações a seguir relacio- daltônicos.
nadas à determinação cromossômica do sexo na b) e as filhas de mulheres daltônicas são sempre
espécie humana. daltônicos.
c) e as filhas de homens daltônicos são sempre
O sexo heterogamético é o masculino. heterozigotos.
O genitor do sexo feminino determina o sexo dos d) de mulheres daltônicas sempre portam alelo para
FRENTE 1

descendentes. daltonismo.
O corpúsculo de Barr, ou cromatina sexual, corres- e) de homens daltônicos sempre portam alelo para
ponde a um cromossomo X inativo. daltonismo.

57
1. PUC-SP Na tira de quadrinhos, o homem de etnia ama- 15. PUC-SP Duas mulheres disputam a maternidade de
rela apresenta uma característica determinada por um uma menina. Foi realizada a análise de um mesmo tre-
gene recessivo ligado ao sexo. cho do DNA, obtido de um dos cromossomos X de cada
mulher e da menina. As sequências de bases do referi-
P I G M E N T O S do trecho gênico estão esquematizadas adiante.
Você é E você
E você, amarelo, Mulher 1 Mulher 2
um branco um negro
não fala nada, não?! Sou
safado! folgado! C A C T A A G C A T T C A G G A
daltônico!

G T G A T T C G T A A G T C C T

Menina
Folha de S.Paulo,  maio 00. (Adapt.). C A C C C A C A

Descendendo de pais com visão normal, pode-se di-


zer que esse homem:
a) é homozigoto recessivo para esse gene. G T G G G T G T
b) é heterozigoto para essa característica. Os dados obtidos:
c) recebeu o gene de sua mãe, heterozigota para a) são suficientes para excluir a possibilidade de
essa característica. qualquer uma das mulheres ser a mãe da menina.
d) recebeu o gene de seu pai, heterozigoto para b) são suficientes para excluir a possibilidade de
essa característica. uma das mulheres ser a mãe da menina.
e) recebeu o gene de seu pai, uma vez que o loco c) não são suficientes, pois o cromossomo X da me-
gênico está no cromossomo Y. nina analisado pode ser o de origem paterna.
d) não são suficientes, pois a menina recebe seus
13. FGV-SP Meios-irmãos é o termo utilizado para desig- dois cromossomos X da mãe e apenas um deles
nar os indivíduos que são irmãos só por parte de pai foi analisado.
ou só por parte de mãe. e) não podem ser considerados, pois uma menina
João e Pedro são meios-irmãos e ambos são daltôni- não recebe cromossomo X de sua mãe.
cos e hemofílicos. Seus genitores são normais.
Pode-se dizer que, mais provavelmente, João e Pedro
16. Uece 019 A hemofilia é uma enfermidade recessiva
sejam:
ligada ao cromossomo X e a calvície é uma caracterís-
a) filhos do mesmo pai, do qual herdaram os genes
tica autossômica dominante no homem e recessiva na
para daltonismo e hemofilia.
mulher. Sabendo disso, considere o cruzamento entre
b) filhos da mesma mãe, da qual herdaram os genes
os seguintes fenótipos:
para daltonismo e hemofilia.
Cruzamento : XHXh × XhY
c) filhos do mesmo pai, porém herdaram de suas res-
Cruzamento : XCXc × XCYC
pectivas mães os genes para daltonismo e hemofilia.
Assim, é correto armar que os genótipos de uma -
d) filhos da mesma mãe, porém herdaram de seus res-
lha hemofílica do Cruzamento  e de um lho calvo do
pectivos pais os genes para daltonismo e hemofilia.
Cruzamento  são, respectivamente,
e) portadores de novas mutações, ocorridas inde-
a) (XHXh) e (XCYC ou XcYC).
pendentemente da herança materna ou paterna.
b) (XHXH ) e (XcYC ou XcYc ).
c) (XhXh) e (XCYC ou XcYc).
14. PUC-Minas Um homem e uma mulher com visão nor-
d) (XhXh) e (XCYC ou XcYC).
mal tiveram uma filha, Maria, também com visão normal
para daltonismo. Do casamento de Maria com Manuel
nasceu um casal de gêmeos, sendo um deles daltônico 17. UEM-PR 01 Sobre a determinação do sexo em es-
e o outro normal. pécies animais dioicas, assinale o que for correto.
Sabendo-se que o daltonismo é uma característica  Genes determinadores do sexo não são afetados
determinada por gene recessivo ligado ao sexo, é in- pelo ambiente na determinação do sexo.
correto armar que: 2 Nos sistemas XY, X e ZW, a determinação do
a) o pai de Maria não é portador, mas Maria é porta- sexo envolve apenas a composição dos cromos-
dora do gene que causa daltonismo. somos sexuais, sem influências do meio.
b) os dois gêmeos podem ter recebido o gene re-  O sistema XY é exclusivo de humanos.
cessivo que determina o daltonismo.  No sistema X, machos e fêmeas possuem núme-
c) se o gêmeo afetado for o do sexo masculino, ro par de cromossomos.
Manuel certamente é normal.  No sistema ZW, as fêmeas possuem o par hetero-
d) se o gêmeo afetado por daltonismo for do sexo mórfico de cromossomos sexuais.
feminino, Manuel é certamente daltônico. Soma:

58 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


Textos complementares
O teste de DNA 5o Obtenção de fragmento de DNA. Como cada pessoa tem
sequências de DNA que são exclusivas, os fragmentos obtidos
Nas últimas décadas, o teste de DNA trouxe grande ajuda na eluci- também terão tamanhos em padrões exclusivos do indivíduo.
dação de problemas jurídicos, como a determinação de paternidade ou a
identificação de criminosos. Antes, apenas os testes de tipagem sanguínea 6o Separação dos fragmentos de DNA por eletroforese em gel.
dos sistemas Rh, ABO e MN permitiam, em alguns casos, excluir a possibi- Isso é feito colocando-se os fragmentos em um recipiente
lidade de um indivíduo ser pai de uma criança. contendo agarose. Um dos lados do recipiente apresenta
carga negativa e o lado oposto, carga positiva; o campo elé-
Consideremos, por exemplo, a averiguação da paternidade de uma trico provoca o fluxo dos fragmentos (é o que se denomina
criança com sangue O, Rh+ e M. Caso o suposto pai seja dotado de sangue eletroforese). Os fragmentos grandes têm migração mais
do mesmo tipo para os três sistemas, poderia ser afirmado, no máximo, curta e os fragmentos pequenos têm migração mais longa.
que o indivíduo tem possibilidade de ser o pai, mas não se poderia ter
certeza absoluta da paternidade. 7o Com isso, formam-se bandas (faixas) de fragmentos relacio-
nadas ao seu tamanho; o padrão de bandas é próprio para
O exame de DNA, no entanto, oferece grau de certeza acima de cada indivíduo (exceto em gêmeos univitelínicos).
99,99% de que o indivíduo é ou não é pai da criança.
Sentido da migração
Outro caso é o de elucidação de crimes. Amostras do DNA de um
criminoso podem ser encontradas no corpo da vítima. Coletadas essas Deposição dos
amostras e tendo um suspeito (apontado, por exemplo, por câmeras de fragmentos de DNA – +
vigilância), faz-se o teste com o DNA do suspeito e o da amostra; caso o
teste revele uma coincidência de 100%, o suspeito pode ser acusado como
o praticante do assassinato.
Cada pessoa apresenta um padrão único no teste de DNA (exceto Bandas de Recipiente com
gêmeos univitelínicos). Por isso, o teste é comparado a uma “impressão fragmento agarose
digital molecular”. A migração dos fragmentos de DNA na agarose forma bandas de material
genético.
Procedimentos do teste de DNA 8o Colocação de filme sobre a agarose. Emprega-se um filme
O teste de DNA apresenta grande complexidade. A seguir são apre- semelhante ao de uso em radiografias; como as bandas são
sentados os passos principais. de material radioativo, o filme é marcado precisamente pelas
bandas e poderá ser analisado e arquivado com segurança.
1o Obtenção de uma amostra contendo células do indivíduo. Podem
ser empregados sangue, saliva, bulbo de fios de cabelo etc. 9o Comparação entre as bandas. Pode-se comparar o material
da cena de um crime com o de um suspeito. Pode-se com-
CORES ELEMENTOS parar o padrão de bandas de uma criança com o de sua mãe
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO e do seu possível pai. Para certificar-se de que a criança é
filha do casal, deve-se considerar o seguinte:
DNA nuclear • Todas as bandas da criança devem ter correspondência
com o pai ou com a mãe.
O material genético utilizado nos testes de • A banda que falta no pai está presente na mãe.
DNA pode ser obtido de fontes variadas. • A banda que falta na mãe está presente no pai.
2o Extração do DNA da amostra.
Pai Filho Mãe
3o Replicação do DNA obtido com PCR (cadeia de reações com
polimerase). O PCR é um equipamento capaz de copiar amos-
tras de DNA em grande quantidade. Apresenta DNA polimerase
e nucleotídeos de DNA marcados radioativamente; as cópias de
DNA geradas são, portanto, marcadas radioativamente.
4o Quebra do DNA com enzimas de restrição (ER). Essas enzimas são
obtidas de algumas bactérias, que as empregam na quebra de DNA
de vírus invasores. As enzimas de restrição são de diversos tipos e
atuam como “tesouras moleculares”, cortando moléculas de DNA
em trechos que têm sequências específicas de nucleotídeos.
Comparação entre bandas de DNA em testes de paternidade.
CORES ELEMENTOS Nível molecular:
FANTASIA FORA DE Texto elaborado para fins didáticos.
PROPORÇÃO
Enzima Eco RI rompe ligações
entre A e G na mesma fita
Cromossomo
Organismos transgênicos
Transgênicos são também denominados organismos geneti-
camente modificados (OGM); são organismos que possuem DNA de
Fragmentos C G CG
T A outra espécie incorporado ao seu material genético. O processo utilizado
T A T para a criação de um OGM é conhecido como tecnologia do DNA
T A A
ER A T A T recombinante (ou engenharia genética). A criação de transgênicos é
A T A T
Ex: Eco RI G C realizada para que um organismo apresente características de outro,
C
podendo, até mesmo este, ser de outra espécie.
FRENTE 1

Fragmentos Produção de compostos transgênicos


de DNA Para esclarecer os fundamentos da técnica, utilizaremos o exem-
plo da produção de insulina humana por células bacterianas. Os
Obtenção de fragmentos de DNA utilizando enzimas de restrição. passos são:

59
1o Extrai-se de uma célula humana a sequência de DNA que cor- ELEMENTOS
FORA DE
responde ao gene responsável pela síntese de insulina. Esse PROPORÇÃO
procedimento envolve o uso de enzimas de restrição (ER). CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO Multiplicação celular
CORES
FANTASIA

Enzimas de restrição podem ser utilizadas na extração de genes específicos.

2o Retira-se um plasmídeo bacteriano e emprega-se a mesma


enzima de restrição (ER) para provocar a abertura do plasmídeo.

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

O cultivo das bactérias com DNA híbrido permite a obtenção da proteína


codificada pelo gene extraído no início do processo.

Essa técnica, empregando bactérias como receptoras de DNA, é


utilizada para a produção de hormônio de crescimento, vacinas e fator
VIII (fundamental para a coagulação).
O corte de plasmídeos também pode ser feito utilizando-se enzimas
de restrição. Outros procedimentos de criação de organismos geneticamente
modificados e de transgênicos envolvem plantas, que podem ter aumen-
3o O DNA humano e o DNA bacteriano são colocados em conta- tadas as características de valor nutricional, capacidade de produção e
to e ocorre sua junção. Acrescenta-se a enzima ligase (do resistência a insetos ou a herbicidas.
complexo helicase-polimerase), que promove a união entre os Texto elaborado para fins didáticos.
segmentos de DNA; a ligase promove ligações entre fosfato e
desoxirribose dos nucleotídeos.
Plantas transgênicas
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
Plantas transgênicas são plantas criadas por meio da inserção
de material genético de uma espécie diferente, com a ajuda da
CORES
FANTASIA técnica de engenharia genética, a fim de produzir plantas com
algumas características especiais.
Genes de uma espécie diferente podem ser introduzidos em
uma planta especial de várias formas. Geralmente, é mais fácil
produzir plantas transgênicas que animais transgênicos.
Nas plantas, não há diferença entre células somáticas e ger-
minativas e, portanto, os genes podem ser introduzidos nas células
somáticas e tecidos, para a produção de plantas transgênicas.
Em outros tempos, novas variedades de plantas que contêm
os genes de duas espécies foram criadas por meio de hibridação
A enzima ligase é utilizada para unir segmentos de DNA. ou cruzamento.
No entanto, essa reprodução foi realizada entre duas espé-
4o O DNA híbrido (bacteriano-humano) é inserido em uma bactéria cies aparentadas. Hoje, a biotecnologia moderna e a engenharia
por meio de um vetor, que pode ser um vírus não patogênico.
genética incorporam material genético não só relacionados, mas
também de espécies diferentes, a fim de criar transgênicos e plan-
ELEMENTOS
FORA DE tas geneticamente modificadas.
PROPORÇÃO
Vetor recombinante Bt de milho, algodão Bt e arroz-dourado são alguns exemplos
CORES
FANTASIA
comuns de plantas transgênicas, criadas dessa forma.
Ingresso do plasmídeo Prós e contras das plantas transgênicas
em outra bactéria
Produção de plantas transgênicas e introdução de material
genético é uma questão altamente discutível. A série de benefícios
bem como os riscos de geração de tais plantas foi destacada por
estudos científicos.
Um dos principais benefícios das plantas transgênicas em
culturas é a incorporação de algumas características altamente
Inserção de DNA híbrido em bactéria por meio de um vetor. desejáveis, como a resistência a determinadas doenças, pragas
e herbicidas. Isso, por sua vez, pode aumentar o rendimento da
5o A bactéria é colocada em um meio de cultura e se multiplica por cultura para atender a crescente demanda por alimentos. Uma
cissiparidade. Com estímulos adequados, as bactérias geneti- outra vantagem é que, com a ajuda da engenharia genética, prova-
camente modificadas passam a produzir a proteína codificada velmente, é possível produzir plantas que podem tolerar condições
pelo gene humano (no caso, insulina). ambientais adversas como seca e frio.

60 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


Mesmo em um solo carregado com uma quantidade elevada de Outra questão levantada pelos críticos sobre as plantas
sal pode-se cultivar e produzir plantas geneticamente modificadas. transgênicas é que estas podem liberar os genes resistentes aos
Todas as vantagens citadas podem vir a ser uma bênção para antibióticos no solo, o que pode tornar os microrganismos do solo
o setor agrícola. Com a crescente preocupação com os impactos resistentes aos antibióticos.
ambientais da utilização em grande escala de inseticidas e pestici- Além disso, estudos de laboratório sugerem que a introdução
das, é muito importante reduzir o uso desses produtos químicos e, de plantas transgênicas podem afetar outros organismos, como
nesse ponto, as plantas transgênicas resistentes a pesticidas podem por exemplo, o pólen de milho Bt, que pode afetar adversamente
desempenhar um papel importante nessa redução. as larvas de borboleta monarca e as traças, que se alimentam
Variedades de plantas resistentes a herbicidas podem reduzir das folhas da planta serralha, revestidos com pólen de milho Bt.
os efeitos negativos dos herbicidas, enquanto o desenvolvimento de
No entanto, os defensores das plantas transgênicas e ali-
plantas transgênicas resistentes a insetos podem ajudar a reduzir a
mentos geneticamente modificados têm refutado essa acusação,
quantidade total de inseticidas utilizados.
alegando que o pólen do milho Bt em folhas de serralha não
Isso, por sua vez, pode melhorar a qualidade ambiental. Para pode atingir um nível altamente concentrado para produzir tais
além destas, algumas plantas transgênicas podem produzir maior reações adversas.
nível de certos nutrientes essenciais que melhoram a qualidade nu-
tricional dos alimentos. Em suma, os riscos de plantas transgênicas para a saúde
humana e dos ecossistemas é um assunto controverso.
Apesar de todas essas vantagens para o desenvolvimento de
organismos geneticamente modificados ou alterados, plantas trans- Assim, estudos e pesquisas mais concretas são necessários
gênicas são amplamente criticadas, principalmente pelo fato de que para resolver as controvérsias associadas com as plantas transgê-
essas plantas podem ter um impacto negativo sobre o ambiente na- nicas, de modo que o consumidor possa encontrar a verdade sobre
tural, o ecossistema e a biodiversidade. tais plantas e alimentos geneticamente modificados.
Muitos também manifestaram o receio de que os materiais gené- Para além destas, muitas considerações éticas também es-
ticos das plantas transgênicas podem transferir-se para as variedades tão associados à transgenia, o que também deve ser abordado
de plantas não modificadas geneticamente. adequadamente.
Apesar de plantas transgênicas serem resistentes a herbici- PLANTAS transgênicas. Vida e Saúde,  ago. 00.
das, a mesma qualidade transferida para as plantas daninhas pode Disponível em: www.vidaesaude.org/biologia-vida/
deixar o controle dessas plantas bastante difícil. [...] plantas-transgenicas.html. Acesso em:  abr. 0.

Resumindo
Determinação do sexo no ser humano y As fêmeas são n (diploides).
Seres humanos apresentam 46 cromossomos nas células so- y Os machos são n (haploides): provenientes de óvulos não
máticas (diploides), que compreendem: fecundados (partenogênese).
y  cromossomos autossômicos (A).
y dois cromossomos sexuais (alossomos): X e Y. Os cromossomos sexuais
– O homem apresenta a fórmula cromossômica: 46 = 44A + Na espécie humana, o cromossomo Y é bem menor que o
+ XY, com dois tipos de gametas 23 = 22A + X ou 23 = cromossomo X.
= 22A + Y: sexo heterogamético. Os cromossomos X e Y de um homem apresentam três
– A mulher apresenta a fórmula: 46 = 44A + XX, com um áreas distintas:
único tipo de gameta 23 = 22A + X: sexo homogamético.
y Genes presentes nos dois cromossomos.
y O sistema de determinação sexual com base nos cro-
mossomos X e Y (sistema XY) ocorre nos mamíferos e na y Genes exclusivos do X (relacionados à herança ligada ao
mosca-das-frutas (drosófila). sexo).
y Genes exclusivos do Y (relacionados à herança restrita ao
Outros sistemas de determinação sexual sexo – herança holândrica).
Sistema X A herança influenciada pelo sexo é condicionada por alelos
y O sistema X0 ocorre em percevejos e gafanhotos. Além situados em cromossomos autossômicos.
dos autossômicos, os indivíduos possuem: Tipos de herança que podem ser observadas:
y dois cromossomos X (XX) no caso da fêmea. y Herança limitada ao sexo: determinada por genes au-
y apenas um cromossomo X (X) no caso do macho. tossômicos que se expressam apenas em um dos sexos.
Exemplo: produção de leite no gado, características da ex-
Sistema ZW pressão de genes que se manifestam apenas em fêmeas;
y O sistema ZW ocorre em muitas aves, em borboletas e em e hipertricose auricular (pelos nas orelhas) humana, que
mariposas. Além dos autossômicos, cada indivíduo possui tem manifestação apenas nos homens.
dois cromossomos sexuais: y Herança influenciada pelo sexo: determinada por gene
y A fêmea é ZW: produz gametas Z e gametas W; é o sexo autossômico, que, dependendo do sexo do indivíduo, com-
heterogamético. porta-se como dominante ou como recessivo. Exemplo:
calvície humana, herança que envolve dois alelos:
y O macho é ZZ: produz só gametas Z; é o sexo homo-
gamético. – C: condiciona calvície.
FRENTE 1

– C2: determina fenótipo sem calvície.


Sistema n/2n y Observação: C1 é dominante no homem e recessivo na
Abelhas têm o sistema n/2n de determinação sexual. mulher.

61
São possíveis os seguintes genótipos e fenótipos: Os genótipos e fenótipos possíveis são:
Genótipo Fenótipo
Fenótipo no homem Genótipo Fenótipo na mulher

y Herança ligada ao sexo: determinada por alelos exclusivos y Cromatina sexual (ou corpúsculos de Barr): presente em
do cromossomo X. A fêmea tem dois alelos e o macho pos- célula somática em intérfase de uma mulher. É ausente
sui um alelo apenas (diz-se que é hemizigoto). Exemplos: em célula masculina, que possui apenas um cromossomo X.
daltonismo e hemofilia A. – Consiste em um dos cromossomos X, que se mantém con-
– Daltonismo: é a incapacidade de distinguir cores; é de- densado (inativo) – a condensação acontece durante o
terminado por um alelo recessivo (Xd). A visão normal é desenvolvimento embrionário.
condicionada pelo alelo dominante (XD). – O outro cromossomo X encontra-se descondensado.
Os genótipos e fenótipos possíveis são: – Determinados tecidos apresentam condensação do cro-
mossomo X oriundo do pai. Outras células do organismo
apresentam condensação no cromossomo X proveniente
Genótipo Fenótipo
da mãe.
– Exemplo: pelagem de gatos malhados, nos quais apenas a
fêmea apresenta as três cores de pelos (amarelos, brancos
e pretos):
y Alelo XA determina pelo malhado de branco e amarelo.
y Alelo XP condiciona pelo malhado de branco e preto.
Os genótipos e fenótipos possíveis são:

Genótipo Fenótipo

– Hemofilia A: é um distúrbio caracterizado pela dificuldade


de coagulação, causado pela incapacidade genética de
produzir o fator VIII (necessário à síntese de protrombina).
O alelo para hemofilia A é recessivo (Xh) e o alelo que
condiciona coagulação normal é dominante (XH).

Quer saber mais?

Livro
RIDLEY, Matt. Genoma.
O livro traz 23 capítulos, correspondentes aos pares de cromossomos humanos. Em cada capítulo, o autor conta a história de
como um gene foi descoberto. Assim, é feita uma discussão calorosa com o leitor, que pode abranger história, destino, estresse,
sexo ou livre-arbítrio.
Vídeos
Are GMOs good or bad? Genetic Engeneering & Our Food
Animação sobre transgênicos e seu desenvolvimento. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7TmcXYp8xu4. Em
inglês, com legendas em português disponíveis.
Sex Determination: more complicated than you thought
Animação sobre a determinação do sexo biológio em animais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kMWxuF9YW38.
Em inglês, com legendas em português disponíveis.
(Acessos em: 5 abr. 222)
Sites
www.ornl.gov/sci/techresources/Human_Genome/home.shtml
Informações sobre o Projeto Genoma Humano: aspectos éticos, legais e sociais, contribuições para a medicina, materiais edu-
cacionais, arquivos para pesquisa etc.
www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC758576/
Artigo científico sobre a determinação do sexo em abelhas: dois mecanismos distintos que induzem e mantêm o caminho feminino.
(Acessos em: 7 abr. 222)

6 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


Exercícios complementares
1. PUC-SP Na genealogia a seguir, as pessoas indica- a) a mãe das crianças é heterozigótica para a he-
das pelos números  e  apresentam uma doença mofilia.
rara determinada por um gene dominante localizado b) a probabilidade de esse casal ter outra criança
no cromossomo X. hemofílica é de 25%.
c) as crianças do sexo feminino têm fenótipo normal.
d) o gene recessivo está presente no avô paterno
das crianças.
1 2 3 4

5. UFRGS 019 Nas galinhas, existe um tipo de he-


5 6 rança ligada ao cromossomo sexual que confere
? presença ou ausência de listras (ou barras) nas
penas. Galos homozigotos barrados (ZB ZB) foram
cruzados com galinhas não barradas (Zb W), re-
sultando em uma F de galos e galinhas barradas.
= Homem = Mulher
Considerando uma F de 0 aves, a proporção fe-
notípica esperada será de
a) 48 galos barrados, 8 galinhas não barradas e
O casal indicado pelos números  e : 8 galinhas barradas.
a) não terá chance de apresentar descendentes b) 8 galos barrados, 8 galinhas não barradas e
com a doença. 48 galinhas barradas.
b) poderá ter apenas descendentes do sexo femini- c) 4 galos barrados, 8 galinhas não barradas e
no com a doença. 52 galinhas barradas.
c) poderá ter apenas descendentes do sexo mascu- d) 32 galos barrados, 16 galinhas não barradas e
lino com a doença. 16 galinhas barradas.
d) poderá ter metade de seus descendentes com a e) 16 galos barrados, 16 galinhas não barradas e
doença. 32 galinhas barradas.
e) terá todos os seus descendentes com a doença.
6. UEPG-PR A respeito de herança autossômica e de he-
. UFSM-RS Considerando-se indivíduos hemofílicos do rança relacionada ao sexo, assinale o que for correto.
sexo masculino, pode-se afirmar que suas células so-  No caso da herança ligada ao sexo, os genes
máticas e gaméticas, respectivamente, possuem: estão presentes no cromossomo Y, na parte não
a) 46 autossomos – 23 alossomos. homóloga ao cromossomo X.
b) 44 alossomos + XX – 22 alossomos + X ou X. 2 Se o caráter só afeta homens e é transmitido de
c) 44 alossomos + XY – 22 alossomos + X ou Y. pai para filho, pode-se ter certeza de que ele é
d) 46 autossomos + XX – 23 autossomos + X ou X. restrito ao sexo. Se essa condição não se verifica,
e) 44 autossomos + XY – 22 autossomos + X ou Y. o caráter está ligado ao sexo.
 Na herança ligada ao sexo existem duas possi-
3. PUC-Rio Uma criança do sexo masculino, que acaba bilidades: o gene para o caráter é dominante ou
de nascer, tem como pai um indivíduo que apresen- recessivo. Quando o gene é dominante, as fi-
ta hemofilia e é normal com relação ao daltonismo. lhas de homens afetados sempre apresentam a
Sua mãe é portadora do gen para o daltonismo, mas doença, mas os filhos não, já que herdam o cro-
não para o gen da hemofilia. Quanto a essa criança, mossomo Y. Quando o gene é recessivo, os netos
podemos afirmar que: de homens afetados podem apresentar a doença,
a) tem 5% de chance de ser daltônica. mas não as filhas, que são portadoras.
b) tem 5% de chance de ser hemofílica.  Na herança autossômica, quando pais com fe-
c) tem 25% de chance de ser hemofílica. nótipos iguais têm um ou mais descendentes de
d) tem 75% de chance de ser daltônica. fenótipos diferentes do deles, os fenótipos desses
e) não tem chance de ser daltônica. filhos são condicionados por genes recessivos.
 Na herança relacionada ao sexo, existem duas
possibilidades: ou a herança é restrita ao sexo, e
4. UFMG Um casal normal para a hemofilia – doença
o gene está no cromossomo Y; ou ela é ligada ao
recessiva ligada ao cromossoma X – gerou quatro
sexo, e o gene está no cromossomo X, na parte
crianças: duas normais e duas hemofílicas. Conside-
não homóloga.
rando-se essas informações e outros conhecimentos
FRENTE 1

sobre o assunto, é incorreto afirmar que: Soma:

63
7. Unioeste-PR 019 Sabe-se que, na espécie humana, a) 12,5%, % e 25%.
o formato do lóbulo da orelha é uma característica he- b) %, 12,5% e 25%.
reditária determinada por um par de alelos, do qual c) 12,5%, 12,5% e 5%.
o alelo recessivo é responsável pelo lóbulo preso d) 25%, % e 5%.
ou aderente. A hemofilia é um distúrbio da coagula- e) 12,5%, 5% e 75%.
ção sanguínea, o qual é condicionado por um alelo
recessivo localizado no cromossomo X. Analise o he- 9. UFSCar-SP Um funcionário trabalhou vários anos em
redograma abaixo e responda qual é a probabilidade uma indústria química. Durante esse período, teve dois
do segundo filho homem do casal  x 0 nascer com o filhos: um menino que apresenta uma grave doença
lóbulo da orelha preso e ser hemofílico. causada por um gene situado no cromossomo X e
uma menina que não apresenta a doença. O funcio-
nário quis processar a indústria por responsabilidades
na doença de seu filho, mas o médico da empresa
afirmou que a acusação não era pertinente.
a) Por que o médico afirmou que a acusação não era
pertinente?
b) O alelo causador da doença é dominante ou re-
cessivo? Justifique.

10. O cientista John Dalton descreveu uma doença here-


ditária que o impossibilitava de distinguir a cor verde
da vermelha, causada por um alelo recessivo ligado
ao cromossomo X, denominada daltonismo.
Se uma mulher daltônica se casar com um homem
normal, a chance de ela ter um menino daltônico é:
a) 25% c) 75%
a) 1/4. c) 2/3. e) 1/2. b) 5% d) 1%
b) 1/8. d) 3/4.
11. PUC-Minas Os dois heredogramas a seguir foram mon-
8. UFRGS 00 O daltonismo é um tipo de cegueira nos
tados para que os estudantes pudessem comparar dois
seres humanos, referente às cores e condicionado por
tipos de “herança ligada ao sexo”: na família I, pode-se
herança ligada ao X. O lobo solto da orelha, herança au-
estudar a ocorrência de hemofilia A (herança na qual os
tossômica, é um fenótipo dominante em relação ao lobo
afetados podem apresentar episódios recorrentes de
aderido. No heredograma a seguir, estão representa-
sangramento, devido a uma deficiência no fator VIII), e,
dos os indivíduos com as respectivas características.
na família II, pode-se estudar a ocorrência de raquitismo
hipofosfatêmico (um tipo de raquitismo hereditário, ca-
racterizado por uma perda anormal de fosfato nos rins,
e resistente ao tratamento com vitamina D).

Família I Família II

- Hemofílicos - Hipofosfatêmicos

- Normais - Normais

Considerando a genealogia apresentada e consi- Com base na análise dos heredogramas e em seus co-
derando que o indivíduo II- é heterozigoto para nhecimentos sobre o assunto, é correto armar, exceto:
daltonismo, a probabilidade de os indivíduos III-, III- a) para os dois caracteres estudados, não há trans-
e III- serem daltônicos e terem lobo da orelha solto, missão do alelo determinante das anomalias de
respectivamente, é pai para filhos do sexo masculino.

64 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


b) no mundo, nascem mais homens afetados por sangramentos espontâneos que vão de simples man-
raquitismo hipofosfatêmico do que mulheres chas roxas (equimoses) até hemorragias abundantes.
afetadas. Com base no enunciado e nos conhecimentos sobre
c) a maioria dos indivíduos que nascem com hemo- o tema, é correto armar que:
filia A é do sexo masculino. a) casamento de consanguíneos diminui a probabili-
d) o raquitismo hipofosfatêmico manifesta-se tanto nas dade de nascimento de mulheres hemofílicas.
mulheres homozigotas como nas heterozigotas. b) pais saudáveis de filhos que apresentam hemofi-
lia são heterozigotos.
1. Fuvest-SP O heredograma a seguir mostra homens c) a hemofilia ocorre com a mesma frequência entre
afetados por uma doença causada por um gene mu- homens e mulheres.
tado que está localizado no cromossomo X. d) as crianças do sexo masculino herdam o gene da
hemofilia do seu pai.
1 2 e) mulheres hemofílicas são filhas de pai hemofílico
e mãe heterozigota para esse gene.

15. Fuvest-SP 00 Analise a seguinte genealogia de


3 4 5 6
uma doença:

7 8 9 10 11 12

Pessoas com a doença

Pessoas sem a doença

Considere as armações:
I. Os indivíduos 1, 6 e 9 são, certamente, portado-
res do gene mutado.
II. Os indivíduos 9 e 1 têm a mesma probabilidade
de ter herdado o gene mutado.
III. Os casais 3-4 e 5-6 têm a mesma probabilidade Foi levantada a hipótese de que a doença possui pa-
de ter criança afetada pela doença. drão de herança dominante ligada ao cromossomo X.
O que levou a tal conclusão foi a
Está correto apenas o que se arma em: a) incidência da doença em mulheres e homens.
a) I c) III e) II e III b) transmissão do alelo mutante apenas às filhas de
b) II d) I e II um homem afetado.
c) presença de pessoas afetadas em todas as gera-
13. Famerp-SP 00 Ao se analisar o núcleo de uma cé- ções.
lula de uma mulher com  pares de cromossomos, d) transmissão do alelo mutante às filhas e aos filhos
nota-se a presença de uma cromatina sexual aderida de uma mulher afetada.
ao envoltório nuclear durante a intérfase. e) presença de pelo menos um dos genitores afe-
a) Qual cromossomo sexual corresponde a essa tados.
cromatina? Cite a fase da intérfase em que é mais
provável visualizar a cromatina sexual. 16. UEL-PR Em algumas modalidades esportivas, as
b) A formação da cromatina sexual pode igualar a equipes devem ser formadas apenas por atletas do
quantidade de proteínas existentes nas células mesmo sexo.
de um homem e de uma mulher. Baseando-se Sobre as características que determinam ou diferen-
na atividade dos genes, explique por que, com ciam o sexo, é correto armar:
a formação da cromatina sexual nas mulheres, a a) o sexo masculino depende de um gene determi-
quantidade de proteínas seria semelhante nas cé- nador do sexo localizado no cromossomo Y.
lulas dos homens e das mulheres. b) a progesterona atua no desenvolvimento de ór-
gãos genitais típicos do sexo masculino.
14. UEL-PR A hemofilia é uma doença hereditária reces- c) os núcleos das células feminina e masculina apre-
siva ligada ao cromossomo sexual X, presente em sentam um mesmo conjunto cromossômico.
FRENTE 1

todos os grupos étnicos e em todas as regiões geo- d) a testosterona é o principal hormônio sexual femi-
gráficas do mundo. Caracteriza-se por um defeito na nino produzido nas trompas.
coagulação sanguínea, manifestando-se através de e) as células masculinas apresentam cromatina sexual.

65
17. PUC-Minas A Displasia Ectodérmica Anidrótica (DEA) d) se desenvolverá em um indivíduo cromossomica-
apresenta prevalência na população de  : 00 000 mente do sexo masculino (XY), mas com fenótipo
nascimentos, sendo uma síndrome hereditária re- feminino.
cessiva ligada ao cromossomo X. O fenótipo mais e) se desenvolverá em um indivíduo cromossômico
marcante dessa síndrome é a ausência de glândulas (XX) e fenotipicamente do sexo feminino.
sudoríparas na pele.
19. Enem 00 Instituições acadêmicas e de pesquisa no
mundo estão inserindo genes em genomas de plantas que
possam codificar produtos de interesse farmacológico.
No Brasil, está sendo desenvolvida uma variedade de soja
com um viricida ou microbicida capaz de prevenir a con-
taminação pelo vírus causador da aids. Essa leguminosa
está sendo induzida a produzir a enzima cianovirina-N,
que tem eficiência comprovada contra o vírus.
OLIVEIRA, M. Remédio na planta. Pesquisa Fapesp, n. 206, abr. 2013.

A técnica para gerar essa leguminosa é um exemplo de


a) hibridismo. d) terapia gênica.
b) transgenia. e) melhoramento genético.
c) conjugação.
A gura apresenta duas gêmeas univitelínicas, hete- 0. UFPR 00 A proteína GFP – do inglês green
rozigotas e, portanto, não apresentam a síndrome. No fluorescent protein (proteína verde fluorescente) – é
entanto, as manchas que aparecem nessas mulheres produzida naturalmente pelas medusas. Pesquisado-
são produzidas por um corante especial capaz de reve- res criaram gatos transgênicos que produzem essa
lar áreas com poucas ou nenhuma glândula sudorípara. proteína em todas as suas células e cuja pelagem é
Com base nas informações dadas e em seus conheci- fluorescente quando esses animais são expostos à
mentos, é incorreto armar: luz ultravioleta. O gene da proteína GFP foi introduzi-
a) as manchas na pele das gêmeas representadas do nos óvulos das gatas antes da fecundação.
podem ser o resultado da ocorrência de hete- a) Cite e explique os dois processos principais que
rocromatina para o cromossomo que carrega o levam à síntese da proteína GFP a partir do gene
alelo dominante. de medusa introduzido no genoma dos gatos
b) as gêmeas podem ter herdado o alelo recessivo transgênicos.
tanto de seu pai quanto de sua mãe. b) A descendência dos gatos transgênicos poderá
c) metade dos descendentes machos das gêmeas ter pelagem fluorescente? Por quê?
deverão apresentar a síndrome.
d) um macho com o alelo recessivo pode passá-lo 1. Unesp 0 Para a obtenção de plantas transgêni-
para suas filhas e filhos, que apresentarão o fenó- cas em laboratório, um dos vetores utilizados é um
tipo da síndrome. plasmídeo chamado Ti, presente na bactéria do solo
Agrobacterium tumefaciens. Os pesquisadores inse-
18. Fuvest-SP No início do desenvolvimento, todo em- rem nesse plasmídeo um segmento de DNA de uma
brião humano tem estruturas que podem se diferenciar espécie que tem o gene de interesse (DNA exógeno),
tanto no sistema reprodutor masculino quanto no fe- e utilizam esse plasmídeo como vetor para inserir o
minino. Um gene do cromossomo Y, denominado SRY gene de interesse no genoma da espécie vegetal que
(sigla de sex-determining region Y), induz a formação se deseja modificar. Esse processo, de forma simplifi-
dos testículos. Hormônios produzidos pelos testícu- cada, está representado a seguir.
los atuam no embrião, induzindo a diferenciação das
Agrobacterium
outras estruturas do sistema reprodutor masculino e, tumefaciens Célula
portanto, o fenótipo masculino. DNA exógeno com vegetal
Suponha que um óvulo tenha sido fecundado por um o gene de interesse
espermatozoide portador de um cromossomo Y com
uma mutação que inativa completamente o gene SRY. 1 2 3
Com base nas informações contidas no parágrafo an-
terior, pode-se prever que o zigoto:
a) será inviável e não se desenvolverá em um novo Planta com o novo
gene incorporado
indivíduo.
b) se desenvolverá em um indivíduo cromossômico Na gura, as etapas em que ocorrem a indução da dife-
(XY) e fenotipicamente do sexo masculino, normal renciação celular, a aplicação das enzimas de restrição e
e fértil. a recombinação entre o gene de interesse e o DNA ve-
c) se desenvolverá em um indivíduo cromossômico getal estão indicadas, respectivamente, pelos números
(XY) e fenotipicamente do sexo masculino, mas a) 3, 2 e 1 c) 1, 3 e 2 e) 1, 2 e 3
sem testículos. b) 3, 1 e 2 d) 2, 1 e 3

66 BIOLOGIA Capítulo 19 Genoma humano e cromossomos sexuais


BNCC em foco
EM13CNT0, EM13CNT05, EM13CNT07 e EM13CNT301
1.

a)

b)

EM13CNT0, EM13CNT07, EM13CNT301 e EM13CNT303


.
Hemofilia é uma doença que se caracteriza pela falta de um dos fatores de coagulação do sangue. Em termos didáticos,
pode-se dizer que todos os fatores de coagulação participam da formação do cimento do sangue e que, na falta ou diminuição
dos fatores VIII [hemofilia do tipo A] e IX [hemofilia do tipo B], a cadeia é interrompida e a hemorragia não para, pois são
eles que ajudam a formar a casquinha que estanca o sangramento quando nos machucamos, por exemplo.
Vamos comparar as plaquetas a tijolos que empilhamos para construir uma parede. Ninguém ergue uma parede firme
sem cimento e, se usar apenas cimento, o processo de secagem será muito lento. É mais ou menos isso que acontece, quando
os fatores VIII e IX, responsáveis pela coagulação do sangue, estão ausentes ou em níveis muito baixos: os sangramentos são
frequentes e muitos prolongados.
Existem basicamente três apresentações clínicas de hemofilia classificadas segundo a quantidade de fator deficitário. Na
forma grave da doença, a porcentagem [do fator coagulante] é baixíssima, menor do que 1%; na forma moderada, varia de
1% a 5%, e a forma leve, às vezes, passa despercebida até a idade adulta. [...]
[...]

a)

b)
c)
EM13CNT0, EM13CNT05 e EM13CNT301
3.

BIOLOGIA Capítulo 19
FRENTE 1

CAPÍTULO Mutações gênicas e cromossômicas

20
A heterocromia (variação de cores nos olhos) pode ser causada por uma mutação no
gene EYCL3, localizado no cromossomo 15, no caso de seres humanos. Mutações são
altamente relacionadas a processos evolutivos. Elas ocorrem de forma espontânea ou
devido a agentes do ambiente, como radioatividade e substâncias químicas. As muta-
ções podem resultar em vantagens ou desvantagens ou passar despercebidas (sem
acarretar alterações perceptíveis no organismo).
Mutações Como exemplo, vamos considerar o segmento de
DNA TCAAG, componente de um gene. Uma alteração
As mutações são modificações que ocorrem no
na sequência de bases nitrogenadas pode interferir na
material genético, podendo ser vantajosas, neutras ou
sequência dos aminoácidos da proteína codificada pelo
prejudiciais para o indivíduo. Elas afetam determinado
gene. No entanto, uma alteração na sequência de bases
gene, cromossomo ou região não codificante do material
genético. Quando há alteração de um gene, a mutação nitrogenadas nem sempre resulta na mudança da proteína
é denominada mutação gênica; quando há alteração em sintetizada, pois o código genético é degenerado: trios
cromossomos, têm-se as mutações cromossômicas. diferentes de bases nitrogenadas podem corresponder a
O surgimento de um alelo que condiciona o albinis- um mesmo aminoácido.
mo é um exemplo de mutação gênica. Já a síndrome As mutações, quando afetam a expressão final da
de Down é uma condição presente em humanos com característica, aumentam a variabilidade genética da es-
47 cromossomos; trata-se, portanto, de um exemplo de pécie, podendo ser benéficas, prejudiciais ou neutras. Caso
mutação cromossômica. mutações sejam prejudiciais ao indivíduo ou reduzam sua
capacidade reprodutiva, elas tendem a desaparecer na
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© Tomasz Markowski|Dreamstime.com
população submetida à seleção natural. Existem também
mutações que não afetam a expressão de características
ou propriedades metabólicas, sendo consideradas neutras.
Alguns agentes físicos (como determinados tipos de
radiação) e certas substâncias químicas aumentam a pro-
babilidade de ocorrência de mutações, sendo considerados
agentes mutagênicos.

Mutações cromossômicas
São aquelas que alteram segmentos de cromossomos
(mutações estruturais) ou modificam a quantidade de cro-
mossomos (mutações numéricas).

O albinismo (à esquerda) é determinado por uma mutação gênica. A síndrome Mutações estruturais
de Down (à direita) é determinada por uma mutação cromossômica.
As mutações estruturais podem ser de quatro tipos prin-
cipais: deleção, inversão, duplicação e translocação.
Mutações gênicas
As mutações gênicas alteram a sequência de bases Deleção Inversão Duplicação
nitrogenadas do DNA de determinado gene. A mudança
das bases de um segmento de DNA pode ser resultado
de inserção, deleção ou substituição. A inserção corres-
ponde ao acréscimo de um nucleotídeo à cadeia de DNA,
e a deleção corresponde à retirada de um nucleotídeo da
A A
cadeia; a substituição pode ocorrer pela transformação
A A A A B B
química de uma base nitrogenada em outra base ou por um
B B B
erro na inclusão de uma base durante a replicação do DNA.
CORES ELEMENTOS
C C
FANTASIA FORA DE C C C D D D
PROPORÇÃO
D C C
Inserção Deleção Substituição
D
T C A A G T C A A G T C A A G
Translocação

T T C A A G T A A G T C A T G

Representação das principais alterações nucleotídicas que ocorrem nas


mutações gênicas.
A E A D
As mutações podem afetar algumas células pontualmen-
B F B F
te e alterar alguma característica, mas têm efeito mais amplo
quando ocorrem em células que geram gametas. Isso pode
provocar a formação de um gameta portador da mutação; C G C G ELEMENTOS
FORA DE
caso esse gameta participe de uma fecundação, será for- D H E H PROPORÇÃO

mado um indivíduo que terá a mutação em todas as células CORES


FANTASIA
de seu corpo. Portanto, as mutações são passadas para a
próxima geração quando acometem células germinativas. Representação esquemática de mutações cromossômicas estruturais.

70 BIOLOGIA Capítulo 20 Mutações gênicas e cromossômicas


Mutações numéricas Célula diploide sem alteração (2n) ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
Alteram o número de cromossomos e podem ser clas-
sificadas em euploidias e aneuploidias. CORES
FANTASIA

Euploidias
Modificam valores inteiros de n, alterando a ploidia
da célula. Assim, se a carga cromossômica da espécie for
2n (diploide), os portadores de euploidias podem ser 3n
(triploides), 4n (tetraploides) e n (hexaploides). Os valo-
res superiores a 2n são genericamente designados como Aneuploidias
poliploidias.
As euploidias são comuns em plantas e constituem uma
forma de especiação simpátrica, ou seja, sem a ocorrência
de isolamento geográfico. A poliploidia pode ocorrer natu-
ralmente, mas também pode ser induzida com a aplicação
de substâncias como a vimblastina e a colchicina, que im-
pedem a formação do fuso meiótico. Dessa maneira, os
gametas recebem toda a carga genética da célula diploide,
e não apenas a metade. Quando esse gameta formar um
Trissomia Monossomia Nulissomia
novo zigoto, sua carga cromossômica será aumentada. (2n + 1) (2n – 1) (2n – 2)

Célula diploide em alteração (2n) ELEMENTOS


FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA
Há um trio de Há um representante Não há um
cromossomos de um par de par de
homólogos homólogos homólogos
Mutações cromossômicas numéricas: aneuploidias. Nas aneuploidias, um
dos pares de homólogos apresenta excesso ou falta de cromossomo.

Poliploidias Um caso de monossomia é a síndrome de Turner, al-


teração cuja fórmula cromossômica é 45 = 44A + X. O
portador dessa monossomina tem fenótipo feminino e pos-
sui um cromossomo X a menos. Por possuir apenas um
cromossomo X, apesar do fenótipo feminino, suas células
não apresentam cromatina sexual. A síndrome de Turner está
relacionada a alterações no desenvolvimento dos ovários,
que não produzem hormônios femininos conforme os níveis
de referência; em muitos casos, o feto não completa seu
Triploidia (3n) Tetraploidia (4n) Hexaploidia (6n) desenvolvimento, o que resulta em aborto.
Considerando as trissomias, podemos destacar alguns
casos comuns:
y Triplo X: o fenótipo é feminino, com fórmula cromos-
sômica 4 = 44A + XXX; isso significa a presença de
3 representantes 4 representantes 6 representantes um cromossomo X a mais e a existência de duas cro-
de cada tipo de cada tipo de cada tipo
matinas sexuais. A pessoa apresenta ciclo menstrual
cromossômico cromossômico cromossômico
irregular e desenvolvimento cognitivo comprometido.
Mutações cromossômicas numéricas: euploidias. Células poliploides
apresentam mais de dois representantes de cada tipo cromossômico. y Duplo Y: o fenótipo é masculino, e sua fórmula cro-
mossômica é 4 = 44A + XYY; o indivíduo tem um
cromossomo Y a mais e não apresenta cromatina se-
Aneuploidias xual. Geralmente, o indivíduo tem estatura acima da
São alterações que ocorrem com o acréscimo ou a média.
diminuição de cromossomos. Os casos mais comuns são y Síndrome de Klinefelter: o fenótipo é masculino, com
de monossomia (2n – 1), trissomia (2n + 1) e nulissomia fórmula cromossômica 4 = 44A + XXY; o indivíduo
(2n – 2), sendo este último inviável na espécie humana, tem um cromossomo X a mais e apresenta uma cro-
levando sempre à morte. matina sexual. A produção de hormônios masculinos
FRENTE 1

A monossomia, no ser humano, resulta em um indivíduo é reduzida devido ao pequeno desenvolvimento dos
cujas células possuem 45 cromossomos. Já a trissomia testículos; os indivíduos são estéreis e podem desen-
forma indivíduos cujas células possuem 4 cromossomos. volver características sexuais secundárias femininas.

71
y Síndrome de Down: é a mutação cromossômica mais comum, ocorrendo, aproximadamente, um caso a cada 700 nas-
cimentos. Trata-se de uma trissomia do cromossomo 2, não havendo alteração nos cromossomos sexuais. Assim, a
síndrome de Down pode ocorrer em indivíduos tanto do sexo biológico masculino quanto do sexo biológico feminino;
apenas este último apresenta cromatina sexual. Os portadores podem apresentar comprometimento cognitivo variável,
e é comum a ocorrência de alterações cardiovasculares. A frequência de incidência dessa síndrome está relacionada
à idade da mãe: quanto mais tarde a mulher engravidar, maiores as chances de nascimento de bebês com síndrome
de Down.
Veja a tabela a seguir.

Ovócito Espermatozoide Descendente Sexo biológico envolvido

Principais aneuploidias no ser humano.


* É mais frequente o ovócito ter um cromossomo a mais.

As aneuploidias têm como causa a formação de gametas com mutações, devido a erros na meiose. A alteração mais
comum reside na não disjunção (não separação) de cromátides na meiose II. Dessa forma, podem ser formados gametas
com um cromossomo a mais (n + 1) ou com um cromossomo a menos (n – 1). Caso o gameta com um cromossomo a mais
(n + 1) seja fecundado por um gameta sem alterações (n), será gerado um descendente portador de uma trissomia (2n + 1). No
caso de ocorrer a união entre um gameta com um cromossomo a menos (n – 1) e um gameta sem alteração (n), será gerado
um descendente com monossomia (2n – 1).
CORES ELEMENTOS n n
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

+ Sem alteração
(2n)

n n
Par de
homólogos
Sem alteração
+
(2n)
Meiose
I Meiose
II n+1 n

Trissomia
+ (2n + 1)

n–2 n

Monossomia
+
(2n – 1)

Representação do processo de formação de gametas e a ocorrência de possíveis aneuploidias.

Saiba mais
[…] A SD [síndrome de Down] também pode ser devida a translocação […]. Nesse caso há um erro na divisão de uma
célula formadora de gameta – ou uma não disjunção mitótica nas primeiras divisões do zigoto – e parte de um cromossomo
21 junta-se a outro, nesse caso, o cromossomo 14. Assim, o gameta passa a apresentar 23 cromossomos e o zigoto formado
terá 46 cromossomos, com dois cromossomos 21 completos e um cromossomo 14 estará unido pelo centrômero à banda q
do 21. Corresponde a 2,5% dos portadores. […]

7 BIOLOGIA Capítulo 20 Mutações gênicas e cromossômicas


Revisando

1. O que são mutações? Especifique as partes do mate- 6. Qual é a importância evolutiva da poliploidia?
rial genético em que podem ocorrer.

. Cite e explique os tipos de mutações gênicas. 7. Por que substâncias como a vimblastina podem gerar
células poliploides?

. Uma mutação que ocorre em uma célula da epiderme


de uma pessoa será transmitida aos seus descenden- 8. O que são aneuploidias? Qual é a principal causa de
tes? Justifique sua resposta. sua ocorrência?

. Qual é a importância das mutações para os seres vivos? 9. O que são monossomias? Exemplifique e indique a
fórmula cromossômica correspondente.

. Quais são os dois tipos de mutações cromossômicas? 10. O que são trissomias? Exemplifique e indique a fórmu-
Explique-os. la cromossômica correspondente.
FRENTE 1

7
Exercícios propostos

1. PUC-RS Observe o esquema a seguir. . UFJF/Pism-MG 00 (Adapt.) Vivem hoje no Brasil
300 mil portadores da síndrome de Down, caracterizada
A B C D E F G H
pelo porte de três cromossomos de número 21. Estudos
brasileiros indicam que existe aproximadamente um caso
para cada 700 nascimentos e que a cada ano são desco-
bertos cerca de 8 mil novos casos.
A B C D E F G H
Fonte: http://www.danonebaby.com.br/saude/
sindrome-de-down-saiba/; Acessado em 09/07/2019

a) Em relação à síndrome de Down, quais são as


A B C D E G H
duas mutações cromossômicas que resultam nes-
se diagnóstico?
b) Qual o mecanismo que ocorre nos gametas pa-
F ternos ou maternos que explica as mutações
cromossômicas mais frequentes?
Acima, representa-se esquematicamente uma alte-
ração estrutural de um cromossomo que serve de 6. Unirio-RJ A respeito das mutações, leia as afirmações
exemplo para o fenômeno denominado: a seguir.
a) duplicação. d) transdução. I. Ocorrem para adaptar o indivíduo ao ambiente.
b) deleção. e) inversão. II. Ocorrem em células sexuais e somáticas.
c) translocação. III. Podem alterar o número, a forma e o tamanho dos
cromossomos.
. UFU-MG 01 Os procariotos apresentam níveis A(s) armação(ões) correta(s) é(são):
elevados de diversidade genética e os três fatores
a) somente a II.
responsáveis por isso são
b) somente a I e a II.
a) reprodução sexuada, motilidade e mutação.
c) somente a I e a III.
b) reprodução rápida, motilidade e recombinação
d) somente a II e a III.
genética.
e) a I, a II e a III.
c) reprodução rápida, mutação e recombinação
genética.
d) reprodução sexuada, mutação e recombinação 7. Enem 018 Em pacientes portadores de astrocitoma
genética. pilocítico, um tipo de tumor cerebral, o gene BRAF se
quebra e parte dele se funde a outro gene, o KIAA1549.
. FCMSCSP 01 A Síndrome de Down é, em geral, Para detectar essa alteração cromossômica, foi desen-
determinada por uma mutação, em que o indivíduo apre- volvida uma sonda que é um fragmento de DNA que
senta uma trissomia do cromossomo . Há, entretanto, contém partículas fluorescentes capazes de reagir com
outras raras possibilidades de alterações cromossômi- os genes BRAF e KIAA1549 fazendo cada um deles emitir
cas que resultam nessa síndrome, dentre elas, a troca uma cor diferente. Em uma célula normal, como os dois
de segmentos entre os cromossomos  e . A altera- genes estão em regiões distintas do genoma, as duas co-
ção cromossômica desse tipo é classificada como res aparecem separadamente. Já quando há a fusão dos
a) estrutural por inversão
dois genes, as cores aparecem sobrepostas.
b) estrutural por duplicação
Disponível em: http://agencia.fapesp.br.
c) numérica por deficiência Acesso em: 3 out. 2015.
d) numérica por permutação
e) estrutural por translocação A alteração cromossômica presente nos pacientes
com astrocitoma pilocítico é classicada como
. Unitau-SP As seguintes alterações do número de cro- a) estrutural do tipo deleção
mossomos: presença de um cromossomo  a mais; b) numérica do tipo euploidia.
 cromossomos, sendo dois X e um Y e 5 cromosso- c) estrutural do tipo duplicação.
mos, com apenas um X, determinam, respectivamente, d) numérica do tipo aneuploidia.
as síndromes de: e) estrutural do tipo translocação.
a) Down, Klinefelter e Turner.
b) Morgan, Turner e Klinefelter. 8. UFSC Em uma dada espécie, um indivíduo trissômico
c) Turner, Down e Morgan. apresenta um cariótipo contendo 9 cromossomos.
d) Down, Turner e Klinefelter. Qual o número de cromossomos que deve ser encon-
e) Klinefelter, Turner e Down. trado em um espermatozoide normal dessa espécie?

7 BIOLOGIA Capítulo 20 Mutações gênicas e cromossômicas


9. UFRGS 019 Pessoas que apresentam Síndrome de 1. Unemat-MT Em uma espécie animal, os indivíduos
Down são em geral trissômicas para o cromossomo . normais apresentam o conjunto cromossômico n = 8.
Esse problema ocorre predominantemente devido à A análise citogenética de um indivíduo revelou o carió-
não disjunção do par cromossômico na tipo esquematizado a seguir.
a) anáfase I da meiose.
b) prófase II da meiose.
c) metáfase da mitose.
d) telófase I da meiose.
e) metáfase II da meiose.

10. PUC-Campinas Em um dado organismo, foram encon-


01 02 03 XY
tradas células somáticas normais com seis cromossomos
(I) e células aberrantes (II e III), cujos cariótipos estão es-
quematizados a seguir. Considerando os dados anteriores, pode-se armar
que o indivíduo é:
a) trissômico.
b) haploide.
c) triploide.
d) monossômico.
I II III e) tetraploide.

As aberrações cromossômicas dos cariótipos II e III 1. Fuvest-SP 0 O esquema a seguir representa o
são, respectivamente, do tipo: aparecimento de bactérias mutantes em uma colônia
a) monossomia e trissomia. e o resultado de sua exposição a quatro diferentes
b) monossomia e poliploidia. condições de cultura:
c) nulissomia e trissomia.
d) nulissomia e poliploidia.
e) nulissomia e monossomia.

11. FMP-RJ 019 No esquema apresentado a seguir, os o


I
indivíduos assinalados em preto apresentam surdez içã
nd
causada pela mutação do gene conexina 6, de pa- Co o II
diçã
drão autossômico recessivo. Mutações Con
Condição
 2 III
Co
nd
içã
 o
7 IV

Mutação X
4  6
Mutação Y
8 9
No heredograma acima, são obrigatoriamente hetero- Disponível em https://edepot.wur.nl/3656/. Adaptado.

zigotos os indivíduos:
a) 4, 7 e  Assinale a alternativa com a relação correta entre as
b) 1, 2,  e  mutações e as condições de cultura.
c) ,  e  a) A mutação X inativa os transportadores de glico-
d) 1, 2,  e  se, e a condição I tem esse açucar como fonte
e) 1 e 2 exclusiva de carbono.
b) A mutação X promove melhor eficiência do equilí-
1. UEMG 018 Na espécie humana, as mutações de- brio osmótico, e a condição III tem alta salinidade
nominadas cromossômicas, como a aneuploidia, são c) A mutação Y confere resistência ao antibiótico
consequências de não disjunções na meiose e po- penicilina, e o meio de cultura da condição II con-
dem originar a tém esse antibiótico.
a) distrofia muscular de Duchenne. d) As mutações X e Y conferem vantagem adaptati-
FRENTE 1

b) hemofilia. va às bactérias na condição IV.


c) síndrome de Down. e) A frequência de novas mutações será maior na
d) adrenoleucodistrofia. condição IV.

7
Textos complementares
Anemia falciforme, ou siclemia
A molécula de hemoglobina é responsável pelo transporte de gás oxigênio dos pulmões até os tecidos. Cada molécula é constituída por duas
cadeias alfa e duas cadeias beta, cada qual com aproximadamente 150 aminoácidos, em um total de cerca de 600 aminoácidos.
Alguns seres humanos são portadores de uma mutação autossômica que determina uma única mudança de base nitrogenada e repercute na
troca do aminoácido ácido glutâmico pelo aminoácido valina. Com essa modificação, a molécula de hemoglobina apresenta capacidade reduzida de
transporte de gás oxigênio. Quando uma hemácia dotada de hemoglobina alterada se encontra em baixa concentração de O2, ela sofre deformação e
fica com o aspecto de foice, daí o termo da alteração causada pela mutação da proteína: anemia falciforme (em forma de foice). Essas hemácias têm
tendência de se aglomerar em vasos sanguíneos delgados e acabam causando sua obstrução, o que impede a passagem de sangue, comprometen-
do a nutrição dos tecidos para os quais o sangue é conduzido. Os portadores dessa enfermidade têm transtornos circulatórios e dores; geralmente,
morrem na infância.
A produção de hemoglobina normal é condicionada pelo alelo dominante S, e a síntese de hemoglobina com siclemia (causadora da anemia falcifor-
me) é determinada pelo alelo recessivo. Como os homozigotos recessivos (ss) morrem precocemente, não deixam descendentes. No entanto, indivíduos
heterozigotos (Ss) apresentam maior resistência a doenças, como a malária. Em regiões nas quais a malária é endêmica, como em alguns países africanos,
os indivíduos heterozigotos para o gene causador da anemia falciforme acabam predominando na população. A resistência dessas pessoas à malária
acontece em função do ciclo de vida do protozoário causador da doença, Plasmodium sp., que depende das hemácias sanguíneas para se reproduzir. As
hemácias em forma de foice não são adequadas para sua reprodução, por isso, nos indivíduos portadores da anemia, os sintomas da malária são atenuados.

Janice Haney Carr/cdc


E.M. UNIT, Royal Free Hospital

Hemácias normais são arredondadas e bicôncavas Hemácias com hemoglobina alterada adquirem o
e possuem diâmetro médio de 7, μm. aspecto de foice.

O caso da anemia falciforme ilustra muito bem o conceito e a importância das mutações, ressaltando os seguintes aspectos:
y envolvem a alteração de uma base nitrogenada, produzindo a troca de um aminoácido da proteína codificada;
y ocorrem de modo espontâneo;
y seu efeito pode ser prejudicial, pois os indivíduos homozigotos (ss) morrem precocemente; no entanto, o efeito pode ser benéfico, pois heterozi-
gotos (Ss) são mais resistentes à malária, o que é altamente adaptativo em regiões onde essa enfermidade é endêmica.
Texto elaborado para fins didáticos.

Gene da infertilidade
Mutações no gene NR5A1, também conhecido como SF1, podem responder por cerca de 4% dos problemas de infertilidade masculina por
defeitos na produção de espermatozoides. A conclusão é de um estudo publicado no American Journal of Human Genetics.
O estudo foi coordenado por Anu Bashamboo, do Instituto Pasteur, na França, que teve a colaboração de outras instituições. “O índice
de 4% parece pequeno, mas, em termos populacionais, tem um peso muito importante”, disse o único brasileiro que participou da pesquisa, o
doutorando Bruno Ferraz de Souza, à Agência Fapesp.
Ferraz de Souza, que assina o artigo publicado como segundo autor, está na University College London (Reino Unido), instituição que parti-
cipou do trabalho na fase de conferência dos dados delaboratório.
O Instituto Pasteur analisou 315 homens que apresentavam problemas na produção de espermatozoides e sequenciou o gene NR5A1 de
todos eles, comparando os resultados com os de outro grupo formado por 2 mil homens que não tinham esse tipo de problema.
Foram encontradas mutações no NR5A1 dos voluntários que apresentavam alterações mais graves, como azoospermia (ausência completa
de espermatozoides) e oligozoospermia (baixa concentração).
O gene NR5A1 codifica uma proteína fundamental que regula, entre outros fatores, o desenvolvimento sexual adulto. A primeira relação entre
o gene e as alterações nas gônadas (ovários e testículos) e nas glândulas adrenais foi descoberta por John Achermann, pesquisador do Institute
of Child Health, de Londres, atual orientador de Ferraz de Souza.
Posteriormente, a equipe da Professora Berenice Bilharinho de Mendonça, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP),
descobriu que o NR5A1 também estava associado a casos menos graves, em que não havia alterações adrenais.
“Esse foi um passo importante para associar o gene a casos de menor gravidade, porém mais prevalentes”, disse Ferraz de Souza.
O estudo ainda permitiu levantar a hipótese de que a mutação no NR5A1 pode provocar uma alteração progressiva na qualidade do líquido
seminal, ou seja, a redução gradual do número de espermatozoides ao longo do tempo.
“Por enquanto, essa é apenas uma especulação baseada nas observações do estudo e que ainda precisa ser comprovada”, ressaltou Souza,
que conta com bolsa de Doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
REYNOL, F. Gene da infertilidade. Agência FAPESP, 3 out. . Disponível em: http://agencia.fapesp.br/896. Acesso em: 8 abr. .

76 BIOLOGIA Capítulo 20 Mutações gênicas e cromossômicas


Resumindo
Mutações
As mutações são modificações que ocorrem no material genético, podendo ser vantajosas, neutras ou prejudiciais para o indi-
víduo. Quando ocorrem em genes, são chamadas de mutações gênicas, e quando ocorrem em cromossomos, são chamadas
de mutações cromossômicas.
Mutações gênicas
Alteram a sequência de bases nitrogenadas do DNA de um gene.
y Podem ocorrer em função de:
– inserção: corresponde ao acréscimo de um nucleotídeo à cadeia de DNA;
– deleção: corresponde à retirada de um nucleotídeo da cadeia;
– substituição: pode ocorrer pela transformação química de uma base nitrogenada em outra ou por um erro na inclusão de
uma base durante a replicação do DNA.
y Mutações na formação de gametas: geram gametas portadores da mutação, formando um indivíduo com todas as células
portadoras da mutação.
y Mutações podem aumentar a variabilidade da espécie: podem ser benéficas, prejudiciais ou neutras; as mutações prejudiciais
tendem a desaparecer na população.
y Agentes mutagênicos aumentam a ocorrência de mutações; exemplos: alguns tipos de radiação ou de substâncias químicas.
Mutações cromossômicas
y Alterações estruturais – podem ser de quatro tipos principais:
– deleção: é a perda de um segmento;
– inversão: é a inversão da ordem dos genes;
– duplicação: quando um segmento é copiado;
– translocação: há a troca de segmentos entre cromossomos não homólogos.
y Alterações numéricas – alteram o número de cromossomos e podem ser classificadas em:
• euploidias: modificam valores inteiros de n. São comuns em plantas e propiciam a formação de novas espécies sem o iso-
lamento geográfico (especiação simpátrica). Podem ocorrer naturalmente ou ser induzidas. Exemplos para espécie cuja ploidia
sem alteração é 2n:
– triploides (n)
– tetraploides (4n)
– hexaploides (n)
• aneuploidias: alterações que ocorrem devido ao acréscimo ou à diminuição de cromossomos. Têm como causa a forma-
ção de gametas com mutações, por conta de erros na meiose II: não disjunção (não separação) de cromátides. Os casos
mais comuns são:
– nulissomia (2n – 2): inviável na espécie humana, levando sempre à morte.
– monossomia (2n – 1): no ser humano, resulta em um indivíduo cujas células possuem 4 cromossomos.
– trissomia (2n + 1): no ser humano, corresponde a um indivíduo cujas células possuem 47 cromossomos.
Exemplos:
– triplo X: o fenótipo é feminino, com fórmula cromossômica 47 = 44A + XXX.
– duplo Y: o fenótipo é masculino e sua fórmula cromossômica é 47 = 44A + XYY.
– síndrome de Klinefelter: o fenótipo é masculino, com fórmula cromossômica 47 = 44A + XXY.
– síndrome de Turner: fenótipo feminino, com fórmula cromossômica 4 = 44A + X0.
– síndrome de Down: é a trissomia do cromossomo 21.

Quer saber mais?

Site Vídeos
http://klinefeltersyndrome.org/ Mutações
(Acesso em:  abr. ) Animação com conteúdo sobre mutações, de forma
Informações e apoio aos portadores da síndrome de resumida. Disponível em: https://www.youtube.com/
Klinefelter (site em inglês). watch?v=vlVlf2thvI (acesso em:  abr. 2022).
O que é epigenética?
Animação sobre o conceito de epigenética. Disponível
FRENTE 1

em: https://www.youtube.com/watch?v=_aAhcNjmvhc
(acesso em:  abr. 2022).

77
Exercícios complementares

1. Mackenzie-SP 019 Considere a não separação das d) 2% dos descendentes cromossomicamente nor-
cromátides-irmãs do cromossomo sexual X durante mais e 7% cromossomicamente anormais.
a espermatogênese humana, mais precisamente na e) 7% dos descendentes cromossomicamente nor-
anáfase II da meiose. Nesse caso, a partir de um único mais e 2% cromossomicamente anormais.
espermatócito I (espermatócito primário), a proporção
de espermatozoides anômalos produzidos capazes . PUC-RS Responder à questão com base no cariótipo
de gerar uma criança com síndrome de Turner (ca- (conjunto de cromossomas) humano representado
riótipo 5, X), caso um deles venha a fecundar um abaixo.
ovócito normal, será de
a) 1/ d) 1/2.
b) 1/4. e) /4.
c) /.
1 2 3 4 5
. UCS-RS 0 O desenvolvimento de novas variantes
do vírus SARS-CoV- é um dos principais problemas
6 7 8 9 10 11 12
enfrentados pela comunidade científica na tentativa
de conter o avanço da COVID-9. A cada nova variante
descoberta surge o receio de que seja mais transmis-
sível ou mesmo mais letal, ou ainda que as vacinas 13 14 15 16 17 18
possam não ser eficientes nesses casos, visto que
foram desenvolvidas a partir de um vírus com informa-
ção genética um pouco diferente. As novas variantes 19 20 21 22 X/Y
surgem devido a um processo chamado de mutação
genética ou mutação gênica. Em relação à mutação gê- O cariótipo é de um indivíduo do sexo
nica e ao contexto acima, é correto afirmar que com Síndrome de .
a) o aumento da transmissão do vírus corresponde a a) feminino – Klinefelter.
mais pessoas contaminadas, representando uma b) masculino – Klinefelter.
maior multiplicação do vírus, o que leva a uma es- c) masculino – Down.
tabilização da informação genética viral. d) feminino – Turner.
b) a mutação genética é um processo natural, em que e) masculino – Turner.
ocorrem alterações do código de bases nitrogena-
das e, se a mutação conferir vantagem ao portador, . Acafe-SC 00 Genética é uma área da Biologia que
ela pode ser preservada pela seleção natural. estuda os mecanismos da hereditariedade, ou seja,
c) as mutações não ocorrem espontaneamente, como ocorre a transmissão de características de um
sendo apenas induzidas por agentes externos, indivíduo aos seus descendentes.
chamados mutagênicos, como radiações não io- Em relação aos conceitos básicos de genética, rela-
nizantes, como os raios X e raios gamas. cione as colunas.
d) mesmo o genoma humano possuindo bilhões de . Gene alelo.
pares de bases, a taxa de mutações é muito bai- . Epistasia.
xa, devido aos mecanismos de reparo de RNA, 3. Euploidia.
que ocorrem durante o processo de transcrição. . Aneuploidia.
e) a variabilidade genética da população humana 5. Polialelia.
diminui devido aos processos de mutação e re-
combinação gênica, tornando o código genético Alteração cromossômica numérica em que todo o
humano cada vez mais uniforme. conjunto cromossômico é alterado.
Condição em que um alelo de um gene bloqueia a
. PUC-SP Uma mulher triplo X é fértil e produz óvulos expressão dos alelos de outro gene.
normais e óvulos com dois cromossomos X. Sendo Alteração cromossômica numérica que afeta, na
casada com um homem cromossomicamente normal, maioria das vezes, um único par de cromossomos.
essa mulher terá chance de apresentar: Forma alternativa de um mesmo gene que ocupa o
a) apenas descendentes cromossomicamente mesmo locos em cromossomos homólogos.
normais. Três ou mais formas alélicas diferentes para um
b) apenas descendentes cromossomicamente mesmo locos.
anormais. A sequência correta, de cima para baixo, é:
c) 0% dos descendentes cromossomicamente nor- a)  – 4 – 1 –  – 2. c)  –  – 2 – 1 – 4.
mais e 0% cromossomicamente anormais. b)  – 2 – 4 – 1 – . d) 4 – 2 –  – 1 – .

78 BIOLOGIA Capítulo 20 Mutações gênicas e cromossômicas


6. Ufal Considere o cromossomo esquematizado a seguir. mostra os resultados obtidos pelos pesquisadores: o
Assinale a alternativa que representa esse cromosso- sinal “+” indica que houve crescimento da colônia de
mo após um rearranjo do tipo inversão. fungos, e o sinal “–” indica que não houve crescimento.

Suplementos adicionados ao meio


a b c d e f g Cepa

a) a b c d f g

b) a b c e d f g

c) a b c d e p o g
Com base nos dados apresentados, é correto ar-
d) a b c d e f l m mar que
a) a cepa mutante 2 apresenta mutação no gene
e) que codifica a enzima, a qual converte citrulina
a b c d e e f g
em arginina.
b) o experimento indica que há quatro genes envol-
7. UFJF-MG 00 Um filme argentino lançado no ano de vidos na produção de uma enzima que permite a
 conta a história de Alex, um menino que, devido conversão direta de um precursor inicial em arginina.
a uma alteração genética, apresenta características fí- c) a cepa mutante  apresenta mutação no gene
sicas femininas. Qual é a aneuploidia observada em que codifica a enzima, a qual converte o precur-
Alex e o nome desta síndrome? sor em ornitina.
a) XY0 e Síndrome de Down. d) o crescimento da colônia na cepa mutante 1, apenas
b) XXXY e Síndrome do triplo X. com a adição de arginina no meio, indica que ela con-
c) X0 e Síndrome de Turner. segue converter a citrulina e a ornitina em arginina.
d) XYY e Síndrome do XYY. e) a cepa selvagem apresenta mutações em todos
e) XXY e Síndrome de Klinefelter. os genes que codificam as enzimas.

8. Fatec-SP 019 Atualmente existem exames pré-na- 10. FGV-SP O médico confirmou que tratava-se de gêmeos
tais não invasivos capazes de detectar anomalias monozigóticos, contudo, um deles era menino e o outro
cromossômicas nos embriões humanos a partir da dé- menina. A análise cromossômica dos gêmeos indicou
cima semana de gestação apenas com a análise de que o menino era normal, porém, a menina era porta-
uma amostra de sangue materno, do qual é recolhido dora da Síndrome de Turner.
DNA fetal diluído. Suponha que uma mulher tenha se Tal fato deve-se à perda de:
submetido a um desses exames durante a gravidez, e a) um cromossomo X na gametogênese da mãe das
que o resultado do laboratório tenha indicado que o crianças.
feto tem exatamente um par de cromossomos 3, exa- b) um cromossomo Y na gametogênese do pai das
tamente um par de cromossomos 8, exatamente um crianças.
par de cromossomos , apenas um cromossomo X e c) um cromossomo sexual, X ou Y, na gametogêne-
nenhum cromossomo Y. Contando apenas com esses se do pai ou da mãe das crianças.
dados, o laudo do exame deve ser o de que o bebê, d) um cromossomo X quando da divisão mitótica do
quando nascer, apresentará sexo biológico zigoto.
a) feminino e síndrome de Turner. e) um cromossomo Y quando da divisão mitótica do
b) feminino e síndrome de Klinefelter. zigoto.
c) masculino e síndrome de Edwards.
d) masculino e síndrome de Down. 11. Fuvest-SP 01 A hemocromatose juvenil é uma
e) masculino e síndrome de Patau. doença rara que pode ser causada por uma mutação
no gene HIV, a qual resulta em proteína hemojuvelina
9. UFRGS 00 George W. Beadle e Edward L. Tatum, na com função comprometida. Nessa condição, o indiví-
década de 9, realizaram experimentos com o mofo duo acumula muito ferro proveniente da alimentação
do pão, Neurospora crassa, observando uma rota me- em seu organismo, o que pode levar à falência de
tabólica para a síntese de arginina. Esse fungo tem o órgãos como o fígado, pâncreas e o coração. Diver-
genoma haploide na maior parte do seu ciclo de vida. sas mutações já foram associadas a esta forma de
Para realizar a investigação, os cientistas provocaram hemocromatose juvenil, dentre elas a substituição do
mutações na cepa do tipo selvagem, por meio de raios aminoácido glicina na posição 3 pelos aminoácidos
FRENTE 1

X, e colocaram diferentes tipos de mutantes em meios valina ou alanina (G3V ou G3A) e a formação de
de cultivo mínimo, com nutrientes básicos originais, e em códon de parada prematuro. O heredograma a seguir
meios com diferentes suplementos. O quadro abaixo representa uma família na qual há uma pessoa afetada.

79
Segunda base
U C A G

UUU Fenilalanina UCU UAU UGU Cisteína U


Tirosina
UUC (FEN) UCC Serina UAC (TIR) UGC (CIS) C
U
UUA Leucina UCA (SER) Códons Códon de parada A
UUG (LEU) UCG de parada UGG Triptofano (TRP) G

CUU CCU CAU Histidina CGU U

CUC Leucina CCC Prolina CAC (HIS) CGC Arginina C


C
Primeira base

Terceira base
CUA (LEU) CCA (PRO) CAA Glutamina CGA (ARG) A
CUG CCG CAG (GLN) CGG G

AUU ACU AAU Asparagina AGU Serina U


Isoleucina
AUC ACC Treonina AAC (ASN) AGC (SER) C
A (ILE)
AUA ACA (TER) AAA Lisina AGA Arginina A
AUG Metionina (MET) ou ACG (LIS) AGG (ARG)
códon de iniciação G

GUU GCU GAU Asparato GGU U

GUC Valina GCC Alanina GAC (ASP) GGC Glicina C


G
GUA (VAL) GCA (ALA) Glutamato GGA (GLI) A
GUG GCG GAG (GLU) GGG G

I.  2

Legenda:
II.  2  4
Homem não afetado

Mulher não afetada


III.  2  4
Mulher afetada

IV.  2  4 União consanguínea

a) Cite uma complicação para a saúde humana decorrente de insuficiência de atividade do pâncreas.
b) Pela análise do heredrograma, qual é o padrão mais provável de herança genética da hemacromatose juvenil?
Justifique sua resposta.
c) Considere a sequência parcial do RNAm da hemojuvelina selvagem (os números acima das trincas de nucleotí-
deos indicam a correspondência dos aminoácidos):
38 39 3 3 3
RNAm – 5’... GUU-GGG-GGA-UGC-UUC ... 3’
Considerando apenas um evento de mutação em cada caso, que alteração na trinca 3 do RNAm leva à substi-
tuição do aminoácido glicina por: ) valina ) alanina 3) códon de parada? O que ocorre com a estrutura primária da
proteína no caso de haver um códon de parada prematuro no RNAm?

1. Uece 019 As anomalias cromossômicas podem ser de dois tipos: anomalias numéricas e anomalias estruturais.
Considerando essas anomalias, assinale a afirmação verdadeira.
a) A síndrome de Down, causada principalmente pela trissomia do cromossomo 21, é um exemplo de alteração
cromossômica numérica do tipo aneuploidia.
b) As anomalias estruturais que envolvem alteração na estrutura de um conjunto extra de cromossomo são deno-
minadas de aneuploidias.
c) As anomalias numéricas caracterizadas pela ausência ou adição de um cromossomo são denominadas de poliploidias.
d) As anomalias estruturais do tipo poliploidias identificadas na espécie humana são espontaneamente abortadas
ou têm viabilidade restrita ao nascer.

1. UFSC As anomalias cromossômicas são bastante frequentes na população humana; um exemplo disso é que aproxima-
damente uma a cada 6 crianças no mundo nasce com Síndrome de Down. Na grande maioria dos casos, isso se deve
à presença de um cromossomo  extranumerário. Quando bem assistidas, pessoas com Síndrome de Down alcançam
importantes marcos no desenvolvimento e podem estudar, trabalhar e ter uma vida semelhante à dos demais cidadãos.

80 BIOLOGIA Capítulo 20 Mutações gênicas e cromossômicas


Sobre as anomalias do número de cromossomos, é O cariótipo humano esquematizado é referente a um
correto armar que: indivíduo com certas características, apontadas em
 podem ocorrer tanto na espermatogênese quan- uma das opções. Indique-a.
to na ovulogênese. a) Normal e do sexo masculino.
2 ocorrem mais em meninas do que em meninos. b) Com Síndrome de Klinefelter e do sexo masculino.
4 ocorrem somente em filhos e filhas de mulheres c) Com Síndrome de Down e do sexo masculino.
de idade avançada. d) Com Síndrome de Klinefelter e do sexo feminino.
 estão intimamente ligadas à separação incorreta e) Com Síndrome de Down e do sexo feminino.
dos cromossomos na meiose.
 ocorrem ao acaso, devido a um erro na gameto- 16. Unicamp-SP Considere as duas fases da meiose, de
gênese. um organismo com n = 6 cromossomos, esquemati-
32 ocorrem preferencialmente em populações de zadas a seguir, e responda às questões.
menor renda, com menor escolaridade e pouca
assistência médica. A
4 podem acontecer devido a erros na duplicação
do DNA.
Soma:

1. UFRGS Na novela Páginas da Vida, um dos temas tra-


tados foi o nascimento de uma criança com Síndrome B
de Down. Trata-se de uma menina gêmea de um me-
nino que não apresenta a síndrome.
Com base nessas informações, considere as armações
a seguir.
I. Esses gêmeos são dizigóticos.
II. A Síndrome de Down é uma aneuploidia sexual.
III. A síndrome dessa menina pode ser decorrente a) Que fases estão representadas na figura A e na
de um erro durante a meiose I ou II. B? Justifique.
Quais estão corretas? b) Que tipo de alteração aparece em uma das figu-
a) Apenas I. ras? Em relação aos cromossomos, como serão
b) Apenas II. as células resultantes de um processo de divisão
c) Apenas III. com essa alteração?
d) Apenas I e III. c) Dê um exemplo de anomalia que seja causada
e) Apenas II e III. por esse tipo de alteração na espécie humana,
cujo número normal de cromossomos é 2n = 4.
1. UFF-RJ O cariótipo humano é constituído pelo conjunto
completo dos cromossomos ordenados de um indivíduo. 17. UFRGS Uma pesquisadora analisou células da muco-
No exame pré-natal de um casal cuja futura mãe te- sa bucal de frentistas de postos de gasolina. Foram
nha mais de 35 anos de idade e apresente casos de encontradas muitas células que, além do núcleo,
doenças genéticas na família, o médico deve indicar apresentavam micronúcleos originados em cromos-
uma avaliação do cariótipo fetal. somos defeituosos.
Quanto a esses micronúcleos, podemos supor que se
originaram a partir de:
a) translocação.
b) substituição.
1 2 3 4 5 c) deleção.
A B d) deslocação.
e) bipartição.

18. UFRJ A síndrome do triplo X, ou trissomia do X, afe-


6 7 8 9 10 11 12 ta uma em cada mil mulheres, aproximadamente. Essa
C anomalia cromossômica se caracteriza pela presença
de um cromossomo X a mais em suas células. No en-
13 14 15 16 17 18 tanto, ao contrário das trissomias dos autossomos que
D E causam várias alterações fenotípicas, muitas mulheres
com três cromossomos X são aparentemente normais.
FRENTE 1

Identique o processo celular especíco dos cromos-


19 20 21 22 23 somos X responsável pela ausência de características
F G Par sexual negativas nas mulheres com trissomia do X.

81
BNCC em foco
EM1CNT0, EM1CNT07 e EM1CNT01
1. a)
O HIV, vírus que causa a aids, infecta principalmente os
linfócitos T, células do sistema imunológico humano que
apresentam em sua superfície uma molécula chamada CD4, b)
a qual funciona como uma espécie de receptor do vírus.
Porém, em 1996, pesquisadores observaram que al-
guns indivíduos não eram infectados pelo HIV do tipo 1, EM1CNT0, EM1CNT0, EM1CNT07, EM1CNT01, EM1CNT0 e EM1CNT0

pois seus linfócitos T eram altamente resistentes à entrada .


dos vírus. Estudos posteriores revelaram que essa resistên- Os avanços da medicina no que diz respeito ao
cia é causada por uma mutação no gene responsável pela acompanhamento dos fetos têm produzido situações mais
produção de uma proteína de membrana, denominada confortáveis para avaliação de mães e bebês. Um dos re-
CCR5, que atua como receptora do HIV nos linfócitos. cursos mais modernos ainda é pouco conhecido, mas é
Nessa mutação, que recebeu o nome de CCR5 delta capaz de descobrir síndromes genéticas no bebê através
32 (CCR5∆ 32), o alelo mutante caracteriza-se por conter do sangue da mãe. Trata-se do Teste Pré-Natal Não Invasivo
32 pares de bases nitrogenadas a menos do que o alelo (NIPT), realizado em mulheres com apenas dez semanas
normal, o que causa uma mudança na sequência de leitura de gestação, que não oferece riscos para o bebê.
do DNA, durante a tradução. Através do exame é possível identificar, por exemplo,
fetos com risco de alterações cromossômicas mais frequen-
tes, como síndromes de Down, Edwards e Patau. [...] O
teste é feito com uma coleta de sangue materno. A partir
daí, é avaliado o DNA fetal livre que circula no sangue da
a) mãe, observando assim se há alterações cromossômicas. [...]

b)

c) a)

b)

EM1CNT0, EM1CNT01, EM1CNT0 e EM1CNT0


.
Tenho síndrome de Down e 38 anos*. Moro em Natal,
sou professora e atuo como auxiliar de desenvolvimento
infantil na educação infantil em uma escola particular.
Fiz vários estágios buscando descobrir minha pro-
fissão, dentro do Programa Ação Dignidade da nossa
Associação Síndrome de Down. Mas foi num estágio na 0,12
Frequência de síndrome de down

educação infantil que me apaixonei por esse trabalho.[...] 0,11 À amniocentese


0,10 Ao nascimento
Além de ser professora, sou escritora. Escrevi um livro
0,09
de fábulas inclusivas chamado “Débora Conta Histórias”.
0,08
Nas histórias os personagens são animais. No livro só tem
0,07
uma personagem humana, que é a menina Sandra [...]
0,06
O que acho mais importante no meu trabalho com
0,05
crianças é que elas serão adultos sem preconceito. Tenho 0,04
certeza que saberão respeitar e aceitar as diferenças de 0,03
cada um, sem discriminar, sabendo que todos têm direito 0,02
de participar de tudo, porque ninguém pode ficar para trás. 0,01
*Débora Araújo S. de Moura é professora e tem 0
0 20 25 30 35 40 45 50
síndrome de Down; ficou conhecida em 2018 após ser Idade materna (anos)
hostilizada online por desembargadora.

BIOLOGIA Capítulo 20 Mutações gênicas e cromossômicas


FRENTE 1

CAPÍTULO Genética de populações

21
Antes da descoberta da penicilina e de outros antibióticos, apenas indivíduos
resistentes à ação de determinadas bactérias conseguiam sobreviver após uma
séria infecção. Esse processo possibilitou a seleção e a manutenção de genes
que determinavam a condição de resistência.
A genética populacional é influenciada por muitos fatores, alguns dos quais es-
tudaremos neste capítulo, investigando mecanismos que levam à alteração na
frequência de determinados genes em uma população.
Genética de populações Ausência de seleção sexual
A genética de populações é responsável pelo estudo A seleção sexual beneficia indivíduos da espécie que
da distribuição e da frequência dos alelos determinantes apresentam certas características que lhes conferem maior
de características em uma população. Como vimos anterior- probabilidade de se acasalar; esses indivíduos deixam mais
mente, um indivíduo pode ter apenas duas formas alélicas descendentes e, consequentemente, seus alelos tendem
para cada gene, mas, na população da qual ele faz parte, a ser mais abundantes na população.
outros tipos alélicos podem ser observados.
Mesmo com os critérios de dominância entre alelos, as

Ray Wilson/Alamy /Fotoarena


frequências em que eles aparecem em uma população se
mantêm em equilíbrio, ocasionando inclusive a manutenção
de alelos recessivos.

Equilíbrio de Hardy-Weinberg
Ao longo deste capítulo, discorreremos sobre o com-
portamento dos genes em uma população. A totalidade de
alelos de uma população corresponde ao seu pool gênico.
O equilíbrio de Hardy-Weinberg consiste em um teorema
que delibera que, de acordo com determinadas condições,
as frequências de cada alelo, independentemente de sua
raridade ou recessividade, permanecem constantes com o
passar das gerações em uma população. Esse teorema foi
desenvolvido pelos cientistas G. H. Hardy e W. Weinberg,
em 1908 – eles produziram trabalhos isolados, que foram,
posteriormente, consolidados na atual teoria.
A seleção sexual (como ocorre entre indivíduos da espécie Ptiloris victoriae,
Para exemplificar, vamos considerar o caso dos alelos
conhecida como ave-do-paraíso-de-vitória) é um processo que inviabiliza a
para pigmentação da pele na população humana: A con- ocorrência do equilíbrio de Hardy-Weinberg.
diciona produção de pigmentos e a determina albinismo,
sendo A dominante em relação a a. Como há um alelo A ausência de seleção sexual significa que todos os
dominante, acreditava-se que, ao longo do tempo, o alelo indivíduos da população têm a mesma chance de se aca-
recessivo acabaria desaparecendo. Mas, de acordo com a salar, independentemente do seu fenótipo e da sua carga
teoria de que as frequências (porcentagens) de alelos de genética. Uma população com esse perfil é denominada
uma população não se alteram ao longo do tempo, o alelo pan-mítica; nessas condições, considera-se que os cruza-
recessivo não seria eliminado no exemplo citado, e os dois mentos ocorram ao acaso.
alelos (A e a) seriam mantidos na população. Ausência de migrações
Para que uma população permaneça em equilíbrio
As migrações determinam a entrada ou a saída de in-
genético, são necessárias as seguintes condições.
divíduos em uma população. Por exemplo, a entrada de
Ausência de mutações indivíduos com albinismo em uma população eleva a por-
Mutações são alterações no material genético; podem centagem do alelo recessivo a nessa população. Logo, a
saída de indivíduos com albinismo de uma população reduz
gerar novas variedades de alelos, causando mudança na
a porcentagem do alelo.
porcentagem dos genes presentes na população. Como
exemplo, pode ser citada uma população de insetos em A população deve ser grande
que todos os indivíduos só apresentam o alelo para sensi-
Populações com grande número de indivíduos têm
bilidade ao inseticida DDT (frequência de 100% do alelo).
maior estabilidade quando comparadas a populações pe-
Caso ocorra mutação que gere um alelo que condiciona
quenas. Por exemplo, o falecimento de um indivíduo com
resistência ao produto, haverá modificação da porcenta-
acondroplasia na população brasileira não afeta a porcen-
gem dos genes, sendo possível que, ao longo de algumas tagem do alelo para essa característica. No entanto, se
gerações, o alelo para resistência se torne mais abundante. estivéssemos considerando a população de uma pequena
Ausência de seleção natural ilha, constituída por 20 indivíduos, com 2 indivíduos com
acondroplasia, a morte de um deles alteraria significativa-
A seleção natural permite a sobrevivência e a reprodu-
mente a porcentagem dos genes nessa população.
ção dos organismos mais aptos; isso altera o equilíbrio da
população. Em um ambiente em que é pulverizado DDT,
por exemplo, o produto atua como agente de seleção, e os
Alterações do equilíbrio genético da
indivíduos resistentes passam a predominar. Isso significa população
que o alelo que condiciona resistência se tornaria mais Conforme citado anteriormente, o equilíbrio genético
abundante do que o alelo que determina a sensibilidade de uma população pode ser alterado por diversos fatores,
ao produto. como a seleção natural e a deriva genética.

84 BIOLOGIA Capítulo 21 Genética de populações


Seleção natural As frequências genotípicas da população serão:
A seleção natural pode modificar a porcentagem de AA + Aa + aa = 1
alelos de uma população, o que corresponde a um caso ↓ ↓ ↓
de evolução. Retomando o exemplo do DDT, a aplicação do 0,6 + 0,2 + 0,0 = 1
inseticida é uma pressão de seleção de insetos resistentes, ↓ ↓ ↓
que passam a predominar. O inseticida provoca aumento na
p2 + 2pq + q2 = 1
porcentagem do alelo que condiciona resistência.

Dessa forma, para a resolução de exercícios sobre esse


assunto, devem ser fixados alguns pontos:
Deriva genética ou oscilação genética
f(A) = p
Uma população pode ter modificações na porcentagem f(a) = q
de seus alelos por obra do acaso. Uma ilha, por exemplo, Frequência de alelos:
pode ter indivíduos com albinismo e indivíduos com pig-
mentação normal. Uma erupção vulcânica pode ter maiores f(A) + f(a) = 
efeitos em uma área da ilha do que em outra. Caso a erup- p+q=
ção atinja aleatoriamente um grande número de pessoas Frequência de genótipos:
com pigmentação normal, a porcentagem de genes para (p + q)2 = 
o albinismo apresentará uma elevação. Desastres naturais p + 2pq + q2 = 
2

podem alterar a porcentagem de alelos de uma população f(AA) + f(Aa) + f(aa) = 


sem atuar como agentes de seleção natural.
Exercício resolvido
1. Uma população em equilíbrio tem   indivíduos,
sendo  indivíduos portadores de fenilcetonúria,
uma doença que afeta a produção da enzima fenilala-
nina hidroxilase. Calcule a frequência de AA, Aa e aa
Teorema de Hardy-Weinberg dessa população.
O teorema de Hardy-Weinberg demonstra matemati-
camente, considerando populações que se enquadrem Resolução:
nas premissas citadas, a existência de equilíbrio na fre-  indivíduos com fenilcetonúria (aa) em  
quência de alelos. Como exemplo, podemos observar f(aa) = % ou , → f(aa) = q
certa população em equilíbrio genético que apresenta q = 0,09 = ,3
alelos A e a. A porcentagem ou frequência de A somada à p+q=
frequência de a será de 100% (1,0). Assim, caso a frequên- p=–q
cia de A seja igual a 80% (0,8), a frequência de a será de p = ,7
20% (0,2). Essas frequências são representadas desse f(A) = p = ,7
modo: f(a) = q = ,3
p = frequência do alelo dominante A (0,8)
q = frequência do alelo recessivo a (0,2) Gametas
A a
p = 0,7 q = 0,3
Sabendo que p + q = 1,0, tem-se que 0,8 + 0,2 = 1,0. Gametas

Os genótipos para esses alelos são AA, Aa e aa.


A
Sabendo a frequência de cada alelo, pode-se calcular a
p = 0,7
frequência desses genótipos na próxima geração. Os ge-
nótipos possíveis nessa população são:
a
q = 0,3
Gametas
A a
Gametas p = 0,8 q = 0, f(AA) + f(Aa) + f(aa) = % = ,
p + pq + q = 
Homozigotos (AA) e (aa):
A f(AA) = p = ,7 × ,7 = ,4 ou 4% (4 indivíduos)
p = 0,8
f(aa) = q = ,3 × ,3 = , ou % ( indivíduos)
FRENTE 1

a Heterozigotos (Aa):
q = 0, f(Aa) = pq =  × ,7 × ,3 = ,4 ou 4% (4 indivíduos)

85
Revisando

1. Uece 015 Em , G. H. Hardy, um matemático britânico e um médico alemão, W. Weinberg, independentemente
desenvolveram um conceito matemático relativamente simples, hoje denominado de princípio de Hardy-Weinberg,
para descrever um tipo de equilíbrio genético (BURNS; BOTTINO, ).
O princípio citado é fundamento da genética de
a) redução alélica.
b) determinantes heterozigóticos.
c) populações.
d) determinantes homozigóticos.

. O que é pool gênico?

3. Quais são as condições para que uma população permaneça em equilíbrio de Hardy-Weinberg?

4. Udesc 016 Considere que em uma determinada população em equilíbrio de Hardy-Weinberg existe um gene com
dois alelos com relação de dominância entre si. Sabendo-se que a frequência do alelo recessivo nesta população é
de ,3, a frequência esperada de indivíduos com a característica dominante é de:
a) 91% d) 5%
b) 50% e) 12,5%
c) 25%

5. O que é população pan-mítica?

6. De que maneira a seleção natural altera o equilíbrio genético de uma população?

7. Relacione evolução e equilíbrio genético.

86 BIOLOGIA Capítulo 21 Genética de populações


8. O que é deriva genética?

9. Unirio-RJ Os grupos sanguíneos de uma população foram estudados no que se refere ao sistema MN dos seus in-
divíduos. Verificou-se que existiam, numa porcentagem de %, portadores de sangue do tipo N. Assim, a frequência
dos indivíduos do grupo MN dessa população é de:
a) 9% d) 9%
b) 61% e) 2%
c) 50%

10. Mackenzie-SP Sabendo-se que uma população está em equilíbrio genético e que a frequência de indivíduos ho-
mozigotos para um caráter autossômico e dominante (AA) é de %, concluímos que a frequência de indivíduos
homozigotos recessivos (aa) é de:
a) 6,25% d) 50%
b) 12,5% e) 5%
c) 25%

Exercícios propostos
1. UEM-PR Uma população de roedor está sendo es- O gene B é dominante e determina a pelagem marrom;
tudada quanto ao equilíbrio de Hardy-Weinberg para o gene b é recessivo e determina a pelagem branca.
uma característica determinada por um locus autossô- A frequência de indivíduos com o genótipo recessivo
mico. O alelo dominante A condiciona o fenótipo D e bb é de % nessa população. Sabe-se, ainda, que p
ocorre com a frequência p. O alelo recessivo a é res- representa a frequência do gene B e q a frequência
ponsável pelo fenótipo R e tem frequência q. Então, do gene b. Em relação a essa população de camun-
para essa característica, assinale o que for correto. dongos, determine os valores de p e q e, também, o
 A população está em equilíbrio se estiver ocorren- número de indivíduos heterozigotos.
do seleção natural há, pelo menos, uma geração. Em seguida, aponte uma condição necessária para
2 No equilíbrio, os genótipos AA, Aa e aa são en- que uma população seja considerada em equilíbrio
contrados com as frequências p2, 2pq e q2, de Hardy-Weinberg.
respectivamente.
 Em uma amostra de 1 000 indivíduos de uma po- 3. Unesp Considere duas populações diferentes,  e ,
pulação em equilíbrio, com p = 0,6, são esperados cada uma com  indivíduos diploides, portanto, com
160 indivíduos com o fenótipo R. 4 alelos. A população  apresenta  indivíduos com
 Com informações sobre os valores das frequên- genótipo AA, 4 indivíduos com genótipo Aa e 7 indi-
cias gênicas, p e q, e das frequências fenotípicas, víduos com genótipo aa. A população  apresenta 4
é possível determinar se a população está ou não indivíduos com genótipo AA, 3 indivíduos com genó-
em equilíbrio. tipo Aa e  indivíduos com genótipo aa.
 O conhecimento das frequências genotípicas é a) Qual a frequência dos alelos A e a em cada uma
suficiente para se determinar a condição da po- das populações?
pulação quanto ao equilíbrio. b) Qual delas tem a maioria dos indivíduos homozi-
gotos? Explique.
2 Quando todas as frequências genotípicas são
iguais, a população não está em equilíbrio.
 A população está em equilíbrio apenas quando 4. UEL-PR Em uma população composta de  mil in-
5% dos indivíduos apresentam o fenótipo D e divíduos, 4 mil apresentam o genótipo AA e 3 mil
25% apresentam o fenótipo R. apresentam o genótipo aa. Com base nesses dados,
é correto afirmar que a frequência dos alelos A e a
Soma: será, respectivamente:
a) 0,9 e 0,51
. Uerj 019 Considere uma população de  camun- b) 0, e 0,56
FRENTE 1

dongos que foi criada em laboratório e se encontra c) 0,50 e 0,50


em equilíbrio de Hardy-Weinberg. A pelagem desses d) 0,56 e 0,
camundongos é determinada por dois genes, B e b. e) 0, e 0,66

87
5. UFRJ O gráfico a seguir mostra as frequências dos 9. Enem 00 Uma população encontra-se em equilí-
genótipos de um locos que pode ser ocupado por brio genético quanto ao sistema ABO, em que %
dois alelos A e a. No gráfico, p representa a frequência dos indivíduos pertencem ao grupo O e % ao grupo
do alelo A. A homozigotos. Considerando que: p = frequência de
IA; q = frequência de IB; e r = frequência de i, espera-se
1,0 encontrar:
0,8 Grupo Genótipos Frequências

0,6

0,4

0,2

0,0
p 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 A porcentagem de doadores compatíveis para al-
AA aa Aa guém do grupo B nessa população deve ser de
a) 11%
b) 19%
Calcule a frequência dos genótipos AA, Aa e aa nos
c) 26%
pontos determinados pela linha pontilhada. Justique
d) 6%
sua resposta.
e) 60%

6. UEG-GO 015 Em uma população hipotética de


10. Cesgranrio-RJ Em uma determinada população, a
estudantes universitários, 3% dos indivíduos são
capacidade de enrolar a língua é determinada por
considerados míopes. Sabendo-se que esse fenótipo
um gene dominante A. Nessa mesma população foi
é associado a um alelo recessivo “a”, as frequências
observado que 4% das pessoas apresentam essa
genotípicas podem ser calculadas pela fórmula de
característica. A frequência esperada de indivíduos
Hardy-Weinberg. Nesse contexto, as frequências de AA,
heterozigotos será de:
Aa e aa correspondem a
a) 0%
a) 58%, 2% e 18% c) %, 8% e 18%
b) 8%
b) 0%, 2% e 6% d) 16%, 8% e 6%
c) 6%
d) 16%
7. Fuvest-SP Uma população humana foi testada quanto e) 10%
ao sistema MN de grupos sanguíneos. Os dados obti-
dos compõem a tabela a seguir.
11. UEL-PR Sabe-se que olhos escuros são dominantes
sobre olhos azuis. Sabe-se também que na maio-
Grupo sanguíneo Genótipo N° de indivíduos Frequência ria das populações da América do Sul predomina o
número de pessoas de olhos escuros, enquanto em
diversas populações europeias acontece o inverso:
pessoas de olhos escuros constituem a minoria. Essa
diferença deve-se ao fato de:
a) a herança da cor dos olhos não obedecer às leis
de Mendel.
a) Quais as frequências dos alelos M e N nessa po- b) o mecanismo de herança da cor dos olhos não
pulação? ser ainda bem conhecido.
b) Essa população está em equilíbrio de Hardy- c) a dominância dos genes relacionados com a cor
-Weinberg para esse loco gênico? dos olhos modificar-se com o ambiente.
d) a frequência dos alelos para olhos escuros ser
8. UFV-MG Uma das maneiras de verificar se uma deter- maior nas populações sul-americanas do que nas
minada espécie está ou não em evolução é fazer um europeias.
estudo do patrimônio genético de suas populações. e) tratar-se de um caso de herança quantitativa, que
Usando o teorema de Hardy-Weinberg, pode-se de- sempre é influenciada por fatores ambientais.
terminar as frequências gênicas de uma população
e demonstrar se a espécie está em equilíbrio, isto é, 1. Acafe-SC 017 Por volta de , o médico austríaco
em estado de não evolução. Entretanto, para que uma Karl Landsteiner verificou que, quando amostras de
população se mantenha em equilíbrio genético é ne- sangue de determinadas pessoas eram misturadas,
cessário que ela se enquadre em certas condições. em alguns casos, as hemácias se aglutinavam. Essa
Escreva quatro dessas condições. aglutinação ocorre devido à reação de antígenos

88 BIOLOGIA Capítulo 21 Genética de populações


(aglutinogênio) presentes na membrana das hemácias e anticorpos (aglutininas) presentes no plasma sanguíneo. No
sistema sanguíneo ABO, a presença do antígeno é condicionada por alelos múltiplos: IA, IB e i. Em certa população,
a frequência desses genes está assim distribuída: IA = 3%, IB = % e i = %. Acerca das informações acima e dos
conhecimentos relacionados ao tema, assinale a alternativa correta.
a) Espera-se que menos de 1% da população (0,1%) seja do grupo sanguíneo AB.
b) Analisando-se a frequência do alelo i, pode-se dizer que o tipo sanguíneo mais frequente nessa população é o
grupo sanguíneo O (ii).
c) Nessa população, a maioria das pessoas (5,25%) são do grupo sanguíneo A.
d) A frequência esperada de indivíduos do grupo sanguíneo B é de aproximadamente 0,25%.

13. UFJF-MG 019 Uma determinada espécie vegetal é composta de flores de três cores: vermelhas, rosas e brancas.
Uma população desta espécie é composta de 3 indivíduos com flores vermelhas (com genótipo AA),  indivíduos
com flores rosa (genótipo Aa) e  indivíduos com flores brancas (genótipo aa).
a) Quais as frequências dos alelos A e a nesta população?
b) Se esta população se acasalar ao acaso, qual a frequência na descendência de indivíduos com o genótipo Aa?
c) Explique como a seleção natural atuaria sobre as frequências alélicas desta população.

14. PUC-Campinas A hemofilia é causada por um gene recessivo (h) localizado no cromossomo X. Se, em uma determi-
nada população, um homem em . é hemofílico, a frequência do gene h nessa população é:
1 1 1 1 1
a) b) c) d) e)
500 12.500 25.000 50.000 100.000

Texto complementar
Banco genômico brasileiro permitirá aprimorar o diagnóstico de
doenças genéticas no país
Um banco de dados genômicos de idosos de São Paulo, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e de
Células-Tronco (CEGH-CEL), do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), permitirá identificar mutações responsáveis por
doenças genéticas na população brasileira ou que são determinantes para o envelhecimento saudável.
[...]
O banco é resultado de um estudo pioneiro de sequenciamento de 1.171 genomas completos de idosos brasileiros, representando a maior
coorte de genomas de idosos da América Latina.
A pesquisa, denominada inicialmente “Projeto 80mais”, foi iniciada em 2008 com o objetivo de caracterizar o genoma de idosos saudáveis
dos pontos de vista físico e cognitivo, com o intuito de dar origem a um banco de referência genômica da população brasileira e contribuir para
desvendar os fatores envolvidos com o envelhecimento saudável.
[...]
Os idosos foram escolhidos como população-alvo para sequenciamento do genoma por já terem passado da idade de início de manifestação
de uma série de doenças que surgem na velhice, como o Alzheimer e Parkinson, entre outras.
O fato de morarem em São Paulo, a maior metrópole do país, também permitiu que representem a diversidade genética da população
brasileira, que é altamente miscigenada, afirma [Mayana Zatz, pesquisadora do CEGH-CEL].
“São Paulo é a cidade mais miscigenada do Brasil, porque reúne descendentes de imigrantes de diferentes continentes, como Europa, Ásia
e África, além de pessoas nascidas em vários outros Estados e países”, avalia a pesquisadora.
Essa alta diversidade genética dos idosos paulistas participantes do estudo permitirá preencher a lacuna da baixa representatividade de
populações altamente miscigenadas nos bancos genômicos internacionais, baseados preponderantemente na população europeia, apontam os
autores do estudo.
Os pesquisadores identificaram, por exemplo, cerca de 2 milhões de variantes genéticas nos idosos paulistas até então não descritas em
bancos de dados genômicos internacionais.
“Isso está relacionado com o fato de os bancos genômicos internacionais retratarem mais o genoma de referência europeu. É possível que
esse número de 2 milhões de novas variantes genéticas que encontramos diminua à medida que esses repositórios incluam populações pouco
representadas, como a brasileira”, estima Michel Naslavsky, professor do IB-USP e primeiro autor do estudo.
O aumento da diversidade nos bancos genômicos internacionais também permitirá aprimorar a acurácia de testes genéticos para populações
altamente miscigenadas, como a brasileira e de outros países da América Latina, em geral, avaliam os pesquisadores.
Análises feitas nos genomas dos idosos que integram o banco genômico brasileiro revelaram que eles carregam, por exemplo, variantes gené-
ticas classificadas nos bancos genômicos europeus como patogênicas, mas que eles não manifestam as doenças relacionadas a essas mutações.
“Uma das hipóteses que estamos levantando para isso é a de que variantes genéticas até então classificadas como patogênicas podem se
expressar de modo diferente de acordo com o background genético do indivíduo, como o europeu ou o miscigenado”, diz Naslavsky.
FRENTE 1

Os pesquisadores também constataram que os idosos brasileiros são portadores de variantes associadas a doenças recessivas comuns tanto
em europeus como em africanos, como a fibrose cística. A frequência de pessoas heterozigotas – portadoras de uma variante recessiva – permite
estimar a incidência dessas doenças na população.

89
“No caso da população brasileira, estimamos que a incidência de fibrose cística é de um caso a cada 10 mil nascimentos. Essa informação
é muito importante para programas públicos de aconselhamento genético a casais em idade reprodutiva em relação aos riscos de terem filhos
com doenças genéticas graves”, avalia Zatz.
Por meio da análise dos dados genômicos dos idosos também foi possível identificar novas variantes de genes do sistema imunológico (HLA),
que codificam proteínas importantes na resposta imune ao permitir o reconhecimento de patógenos.
De acordo com os pesquisadores, esses genes são conhecidos por serem os mais variáveis e diversos da espécie humana, o que os tornam
difíceis de serem analisados.
Por meio da aplicação de uma técnica especializada para descrever esses genes foram encontradas mais de 140 combinações nunca
descritas. Esses achados são importantes para estudos sobre suscetibilidade ou resistência a infecções por diversos patógenos, incluindo o
SARS-CoV-2, sublinham.
ALISSON, E. Banco genômico brasileiro permitirá aprimorar o diagnóstico de doenças genéticas no país. Agência Fapesp, 7 mar. . Disponível em:
https://agencia.fapesp.br/banco-genomico-brasileiro-permitira-aprimorar-o-diagnostico-de-doencas-geneticas-no-pais/3/. Acesso em: 7 abr. .

Resumindo
Genética de populações y Ausência de migrações: as migrações determinam a entra-
É estudada pela análise da distribuição e da frequência dos da ou a saída de indivíduos em uma população e, assim, a
alelos determinantes de características em uma população. A alteração das porcentagens de alelos.
totalidade de alelos de uma população corresponde ao seu y A população deve ser grande: populações com grande
pool gênico. número de indivíduos têm maior estabilidade quando com-
paradas a populações pequenas.
Equilíbrio de Hardy-Weinberg
Consiste em um teorema que delibera que, de acordo com Alterações do equilíbrio genético da população
determinadas condições, as frequências de cada alelo, inde- O equilíbrio genético de uma população pode ser alterado por:
pendente da sua raridade ou recessividade, permanecerão y Seleção natural: altera o equilíbrio genético de uma popu-
constantes em uma população com o passar das gerações. lação por meio de pressões seletivas.
Uma população tende a permanecer em equilíbrio genético y Deriva genética (ou oscilação genética): é a alteração do
de acordo com as seguintes condições: equilíbrio genético de uma população ocasionada pelo acaso.
y Ausência de mutações: mutações são alterações de ma-
Teorema de Hardy-Weinberg
terial genético; podem gerar novas variedades de alelos,
Demonstra matematicamente, considerando populações que
causando alteração da porcentagem dos genes presentes
se enquadrem nas premissas citadas, a existência de equilíbrio
na população.
na frequência de alelos. Alguns pontos devem ser observados:
y Ausência de seleção natural: a seleção natural permite a
f(A) = p e f(a) = q
sobrevivência e a reprodução dos mais aptos; isso altera o
equilíbrio da população. Frequência de alelos
y Ausência de seleção sexual: a seleção sexual beneficia f(A) + f(a) = 1
indivíduos da espécie que apresentam características que p+q=1
lhes conferem maior probabilidade de se acasalar (deixam
mais descendentes e seus alelos tendem a ser mais abun- Frequência de genótipos
dantes). Uma população com ausência de seleção sexual (p + q)2 = 1
é denominada pan-mítica; nessas condições, é como se p2 + 2pq + q2 = 1
os cruzamentos ocorressem ao acaso. f(AA) + f(Aa) + f(aa) = 1

Quer saber mais?

Sites
Uma doce batalha entre os sexos
https://cienciahoje.org.br/coluna/uma-doce-batalha-entre-os-sexos/
Acesso em:  mar. .
Reportagem com estudo que demonstra a relação da seleção sexual e a competição para a escolha de parceiros entre machos
e fêmeas.
Genética pode salvar Diabo da Tasmânia da extinção
https://veja.abril.com.br/ciencia/genetica-pode-salvar-diabo-da-tasmania-da-extincao/
Acesso em:  mar. .
Reportagem traz estudo sobre as causas do desaparecimento do diabo-da-tasmânia.
Filmes
A grande árvore genealógica
EUA, NatGeo. 90 min.
Evolução genética
EUA, Green Umbrella Limit – Pbs.  min.

90 BIOLOGIA Capítulo 21 Genética de populações


Exercícios complementares
1. Fatec-SP A doença de Tay-Sachs resulta da ação de 5. UnB-DF Em uma população, um determinado gene
um gene mutante localizado no cromossomo número apresenta-se em duas formas, a dominante e a
, provocando a degenerescência nervosa mortal. recessiva, sendo 3% dos indivíduos recessivos. Con-
O diagnóstico pré-natal é possível, e há tentativas de siderando que tal população se encontre em equilíbrio
tratamento com algum sucesso em poucos casos. Em genético, podendo-se, portanto, aplicar o princípio de
certas comunidades da Europa Central, uma em cada Hardy-Weinberg, calcule, em porcentagem, a frequên-
3 pessoas apresenta fenótipo normal e é heterozigota cia do referido gene na população. Despreze a parte
quanto ao gene que determina a doença de Tay-Sachs. fracionária de seu resultado, caso exista.
Em .7 casamentos ocorridos entre membros sa-
dios dessas comunidades, o número esperado de 6. UPE 018 Analise as informações a seguir:
casamentos com risco de gerar crianças com dege-
Fenótipo Genótipo Frequência genotípica observada
nerescência nervosa é:
a) 0, c) 5 e) 90
b)  d) 60

. FGV-SP 016 Em uma população caracterizada pelo


equilíbrio gênico de Hardy-Weinberg, com todos os
pressupostos que o tornam válido, a frequência de
homozigotos recessivos para um par de alelos au-
Fonte: https://www.flipsnack.com/Eveli/revista-genetica-na-escola-
tossômicos é ,4. Com base nessa informação,
volume-4-numero--.html. (Adaptado.)
estima-se que, nessa mesma população, a frequência
de heterozigotos seja Admita que a cor das asas das joaninhas é determi-
a) 0,0. c) 0,21. e) 0,51. nada por dois alelos codominantes. O alelo V forma
b) 0,0. d) 0,2. o pigmento vermelho, e sua frequência alélica é de
p = ,. Por sua vez, o alelo A forma o pigmento
3. PUC-Campinas Analise o heredograma a seguir, no amarelo, e sua frequência alélica é de q = ,4. As joa-
qual os símbolos escuros significam a presença de ninhas de asas vermelhas estão bem camufladas dos
uma anomalia. predadores, enquanto as de asas laranjas e amarelas
estão razoavelmente camufladas. Apesar de as con-
I dições de equilíbrio de Hardy-Weinberg não serem
1 2 3 4
alcançadas na natureza, considere que a população
é numerosa, os cruzamentos são aleatórios e nenhum
II fator evolutivo está ocorrendo, o que permite aplicar a
fórmula p + pq + q = .
1 2 3 4 5 6
Desse modo, qual a frequência esperada de heterozi-
gotos para a população de joaninhas?
III
a) 0,181 c) 0,8 e) 0,8
1 2 3
b) 0,2 d) 0,8
Sabendo-se que a frequência de heterozigotos na po-
1 7. UFC-CE Descobertas recentes na medicina e na
pulação é , a probabilidade do casal III. × III. vir a
20 saúde pública, se aplicadas consistentemente, terão
ter uma criança com a anomalia é: algum impacto no curso da evolução humana. Qual-
1 1 1 quer resistência às doenças infecciosas (de caráter
a) c) e)
20 120 50 hereditário), como o sarampo e a difteria, conferiria
b) 1 d) 1 vantagem seletiva a uma família.
160 80 Assinale a alternativa que mostra, corretamente, os
efeitos da imunização em massa sobre a frequência
4. UEL-PR Na espécie humana, há certas proteínas no da resistência ou susceptibilidade inata às doenças.
sangue que permitem classificar as pessoas como a) A frequência dos alelos que conferem resistência
pertencentes ao tipo sanguíneo M, N ou MN. Essa ca- inata às doenças seria aumentada.
racterística é determinada por um par de alelos entre b) Os genótipos que produzem pouca ou nenhuma
os quais não há dominância. Se em uma população em resistência se tornariam comuns.
equilíbrio de Hardy-Weinberg, a frequência de indiví- c) A longo prazo, mais pessoas se tornariam inde-
duos do grupo M é 4%, as frequências esperadas de pendentes de procedimentos médicos.
indivíduos dos grupos N e MN são, respectivamente: d) A longo prazo, haveria adaptação genética à re-
FRENTE 1

a) 9% e 2%. d) 21% e 18%. sistência a muitas doenças.


b) 1% e %. e) % e 1%. e) Não haveria alteração alguma na frequência des-
c) 18% e 21%. ses alelos.

91
8. Unesp 01 Em raças de gado existem três genótipos 13. Unesp 017 Em uma ilha isolada, havia uma popula-
possíveis para ß-caseína A. O genótipo A1A1 determi- ção de roedores cuja cor da pelagem era determinada
na que o animal produza apenas a ß-caseína A1. Vacas pelos alelos A e a. O alelo dominante determinava pe-
com genótipo A2A2 produzem somente a ß-caseína A2, lagem escura e o alelo recessivo determinava pelagem
e vacas com genótipo A1A2 produzem os dois tipos de clara. A proporção genotípica para cada  indivíduos
ß-caseína. Alguns levantamentos mostram que a fre- era de  homozigotos recessivos, 3 homozigotos
quência do alelo A2 na população de animais da raça dominantes e  heterozigotos. Um terremoto local
holandês varia de 24% a 62%. separou a ilha em duas porções de terra, uma maior
(www.revistaleiteintegral.com.br. Adaptado) e outra menor, e cada uma ficou com a metade da
Considere que em um rebanho da raça holandês es- população inicial de roedores, sem que houvesse
ses alelos estejam distribuídos em conformidade com fluxo de animais entre as porções. Casualmente, na
o equilíbrio de Hardy-Weinberg. Admitindo que a fre- porção menor, não havia roedores de pelagem clara
quência do alelo A nesse rebanho seja igual a 3%, e as condições ambientais mudaram drasticamente.
a frequência de animais heterozigóticos será igual a Uma geração depois, nasceram inúmeros roedores
a) 0,21 c) 0,2 e) 0,18 de pelagem clara nessa ilha. Após décadas, biólogos
b) 0,09 d) 0,9 constataram que a população da ilha menor constituía
uma nova espécie.
Qual a frequência do alelo recessivo na população da
9. Mackenzie-SP Sabendo-se que a frequência do gene
ilha antes do terremoto? Por que, uma geração depois,
autossômico A é igual a ,, em uma população cons-
nasceram inúmeros roedores de pelagem clara na ilha
tituída de . indivíduos, indique a alternativa que
menor? Explique como a seleção natural contribuiu para
mostra o número de indivíduos para cada genótipo,
a formação da nova espécie de roedores na ilha menor.
se essa população estiver em equilíbrio genético.
a) AA – 6.00; Aa – 1.0; aa – 160
b) AA – 6.00; Aa – 1.280; aa – 20 14. Unesp No estudo da genética de populações, utili-
c) AA – 5.120; Aa – 1.280; aa – 1.600 za-se a fórmula p + pq + q = , na qual p indica a
d) AA – 6.560; Aa – 1.280; aa – 160 frequência do alelo dominante e q indica a frequência
e) AA – 5.120; Aa – 2.560; aa – 20 do alelo recessivo. Em uma população em equilíbrio
de Hardy-Weinberg, espera-se que:
a) o genótipo homozigoto dominante tenha frequência
10. UFPI Em uma certa população de africanos, % nas-
p2 = 0,25, o genótipo heterozigoto tenha frequên-
cem com anemia falciforme. Qual o percentual da
cia 2pq = 0,5 e o genótipo homozigoto recessivo
população que possui a vantagem heterozigótica?
tenha frequência q2 = 0,25.
a) 9% c) 2% e) 91%
b) haja manutenção do tamanho da população ao
b) 19% d) 81%
longo das gerações.
c) os alelos que expressam fenótipos mais adaptati-
11. Ufal Na espécie humana, o albinismo é determinado vos sejam favorecidos por seleção natural.
por um alelo autossômico recessivo. Se em uma dada d) a somatória da frequência dos diferentes alelos,
população em equilíbrio de Hardy-Weinberg, % dos ou dos diferentes genótipos, seja igual a 1.
indivíduos são albinos, a frequência esperada de he- e) ocorra manutenção das mesmas frequências ge-
terozigotos normais é de: notípicas ao longo das gerações.
a) 91% c) 9% e) 21%
b) 5% d) 2%
15. PUC-Minas No heredograma adiante, os indivíduos 3
e  são afetados por uma anomalia genética recessiva.
1. UFRJ O grupo sanguíneo MN é determinado por dois
alelos codominantes. A frequência dos genótipos
desse grupo sanguíneo foi amostrada em duas popu-
lações humanas, e os resultados são apresentados na 1 2
tabela a seguir.

População MM MN NN Total
3 4 5 6 7

8
Calcule a frequência do alelo M nas duas popula-
ções e determine se a população da Europa, como Considerando-se que a família acima representada
um todo, é uma população pan-mítica, isto é, uma po- faz parte de uma população em equilíbrio de Hardy-
pulação em que os casamentos ocorrem ao acaso. -Weinberg, na qual a frequência de indivíduos afeta-
Justique sua resposta. dos é de %, é correto armar, exceto:

9 BIOLOGIA Capítulo 21 Genética de populações


a) A segunda geração pode ser composta apenas de indivíduos homozigotos.
b) O indivíduo 8 apresenta o mesmo fenótipo e o mesmo genótipo do avô para o caráter em questão.
c) A probabilidade de o indivíduo  ser heterozigoto é de 18%.
d) O caráter em estudo pode ser ligado ao sexo.

Texto para as questões 16 e 17.


A anemia falciforme, ou siclemia, é uma doença hereditária que leva à formação de hemoglobina anormal e, conse-
quentemente, de hemácias que se deformam. É condicionada por um alelo mutante s. O indivíduo SS é normal, o Ss
apresenta anemia atenuada e o ss geralmente morre.

16. UEL-PR Supondo populações africanas com incidência endêmica de malária, onde a anemia falciforme não sofra
influência de outros fatores e onde novas mutações não estejam ocorrendo, a frequência do gene:
a) S permanece constante. d) s permanece constante.
b) S tende a diminuir. e) s tende a aumentar.
c) S tende a aumentar.

17. UEL-PR Verificou-se que em populações de regiões onde a malária é endêmica, os heterozigotos (Ss) são mais resis-
tentes à malária do que os normais (SS). Nesse caso, são verdadeiras as afirmações a seguir, exceto:
a) A malária atua como agente seletivo.
b) O indivíduo ss leva vantagem em relação ao SS.
c) O indivíduo Ss leva vantagem em relação ao SS.
d) Quando a malária for erradicada, ser heterozigoto deixará de ser vantagem.
e) Quando a malária for erradicada, haverá mudança na frequência gênica da população.

18. UFSC 016 Considere a via bioquímica de produção do pigmento amarelo em abóboras representada abaixo.

LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Bio. . ed. São Paulo: Saraiva, 3, p. . v.. (Adaptado.)

Suponha as seguintes frequências alélicas em determinada população em equilíbrio de plantas que produzem
abóboras:
• % W e % w
• 4% Y e % y
Sobre genética e evolução e com base no que foi apresentado, é CORRETO armar que:
 nesta população, há menos plantas produtoras de abóboras verdes do que de amarelas.
2 o alelo W é epistático em relação aos alelos Y e y.
 espera-se, nesta população, uma distribuição de 50% de plantas que produzam abóboras brancas e 50% de
plantas que produzam abóboras coloridas.
 uma população está em equilíbrio, com as frequências alélicas e genotípicas constantes ao longo das gerações,
FRENTE 1

quando ocorre seleção natural e deriva gênica.


 o genótipo das plantas produtoras de abóboras verdes é wwyy.
Soma:

93
BNCC em foco
EM13CNT201
1. Podemos esperar que, evoluindo de ancestrais que disputavam os mesmos recursos, as espécies tenham de-
senvolvido características que asseguram menor ou nenhuma competição com membros de outras espécies. Espécies em
coexistência, com um potencial aparente para competir, exibirão diferenças em comportamento, fisiologia ou morfologia.

a) c) e)
b) d)

EM13CNT202, EM13CNT207, EM13CNT301, EM13CNT303, EM13CNT304 e EM13CNT306


2.
Enquanto algumas doenças genéticas são expressas ao nascimento ou logo após, outras não se tornam aparentes até a
idade adulta. […] Um dos exemplos mais bem conhecidos é a doença de Huntington, um distúrbio neurológico cujas prin-
cipais características são demência progressiva e movimentos dos membros cada vez mais incontroláveis. […] Os sintomas
não são normalmente vistos até os 30 anos de idade ou mais. Assim, aqueles que desenvolvem a doença frequentemente
têm filhos antes de terem consciência de que são portadores do gene. Se a doença estivesse presente ao nascimento, prati-
camente todas as pessoas afetadas morreriam antes de atingir a idade reprodutiva e frequência do gene na população seria
muito menor. O atraso na idade de início da doença, por conseguinte, reduz a seleção natural contra o gene da doença,
aumentando sua frequência na população. […]

a)

b)
[…] Ele trata de explicar aos interessados a natureza do problema que trazem. Isso permite à família decidir, com
liberdade e autonomia, a conduta a adotar. […] pode ser útil para pessoas que têm algum distúrbio genético na família.
Também é de interesse nas seguintes situações: a) casais consanguíneos; b) cônjuges de idade relativamente elevada;
c) casais com incompatibilidade de grupos sanguíneos; d) abortos espontâneos repetidos. […]

EM13CNT202 e EM13CNT303
3.
O gene chamado Taqpep regula os padrões de cor no corpo de feli-
nos e se manifesta – com (guepardo real – tt) ou sem mutação (guepardo
pintado – TT) – quando o animal ainda está no útero. Posteriormente, o
gene Edn3 controla a cor do pelo e induz à produção de pigmento escuro
(manchas, pintas e listras) nas áreas preestabelecidas pelo Taqpep, impor-
tante para camuflagem no ambiente, podendo favorecer ou desfavorecer
a adaptação dessa espécie. Em uma população de 100 guepardos, os
genótipos estão distribuídos da seguinte forma: 36 são TT, 16 são tt e 48
são heterozigotos Tt.

a)

b)

c)

d)

e)

BIOLOGIA
FRENTE 2 P.Burghardt/shutterstock.com

CAPÍTULO Transporte e sustentação em plantas

18
A árvore viva com maior biomassa de que se tem registro no planeta fica no
Parque Nacional das Sequoias, no estado da Califórnia, EUA. Trata-se de uma
sequoia, batizada de General Sherman. Estima-se que sua idade esteja entre
2 300 e 2 400 anos. Ela tem cerca de 11 metros de diâmetro e por volta de 1 486
metros cúbicos. Embora não seja a sequoia mais alta do parque, a árvore tem
pouco mais de 83 metros de altura, o que equivale a um prédio de 23 andares.
Um organismo pode atingir essas dimensões devido à presença de tecidos de
sustentação e tecidos de transporte, que distribuem a seiva orgânica e a inorgâ-
nica, para todas as partes da planta.
Os tecidos de condução Floema (ou líber)
Este capítulo trata dos tecidos de condução e de É responsável pelo transporte de seiva orgânica (ou
sustentação. Além desses temas, são trabalhados os me- elaborada). É constituído por vasos liberianos que estão
canismos de transporte de seiva nas plantas. Os tecidos associados a um parênquima e a fibras de esclerênquima.
de condução são o floema e o xilema, que têm importante Os vasos liberianos são formados por células vivas,
papel também na sustentação do vegetal. conhecidas como elementos do tubo crivado; nas angios-
permas, essas células são anucleadas e desprovidas de
Xilema (ou lenho) vacúolo. Junto a cada elemento do tubo crivado, há uma
É o tecido encarregado de transportar seiva inorgâni- célula companheira dotada de núcleo. Tanto o elemento
ca (ou bruta) das raízes até as folhas. O xilema é formado do tubo crivado quanto a célula companheira são proce-
por vasos lenhosos e aparece cercado pelo parênquima dentes da mesma célula-mãe, que originou esses dois
lenhoso e por fibras de esclerênquima, que são tecidos tipos de célula por mitose, e cada uma diferenciou-se de
de sustentação. maneira peculiar. A célula companheira produz substâncias
Os vasos lenhosos são constituídos por células mor- essenciais ao metabolismo do elemento do tubo crivado,
tas, isto é, células que apresentam apenas parede celular mantendo-o vivo.
e não têm membrana plasmática, citoplasma e núcleo. ELEMENTOS
A parede celular apresenta, além de celulose, lignina, um FORA DE
PROPORÇÃO
material de grande rigidez que impede que as paredes do CORES
vaso se deformem e interrompam o fluxo de seiva. FANTASIA

A passagem de seiva pelos vasos lenhosos ocorre de


uma célula para outras que estejam em suas extremidades
superior e inferior e em suas laterais, no sentido da raiz para
as folhas. O fluxo lateral de seiva é fundamental quando um Célula
Elemento do companheira
vaso encontra-se obstruído. tubo crivado
Há dois tipos de células componentes dos vasos le-
nhosos: os elementos dos vasos lenhosos (presentes
apenas em angiospermas) e as traqueídes (presentes em
pteridófitas, gimnospermas e angiospermas). Os elemen-
tos dos vasos lenhosos apresentam uma grande abertura
em cada extremidade (superior e inferior), denominada
perfuração, e as paredes laterais apresentam orifícios Placa crivada
menores, conhecidos como pontuações. As traqueídes Representação de células condutoras do floema.
têm pontuações tanto nas paredes laterais quanto em suas
extremidades. Os elementos do tubo crivado vizinhos comunicam-se
por meio de plasmodesmos. Com o tempo, essas células
ELEMENTOS condutoras de seiva apresentam grande deposição do
FORA DE
PROPORÇÃO carboidrato calose nos orifícios da parede celular onde se
Elementos de vasos
CORES Traqueíde encontram os plasmodesmos, o que acaba provocando a
FANTASIA lenhosos
obstrução dos vasos liberianos. Esses vasos obstruídos
são substituídos por vasos novos, produzidos pelo câmbio.

Os tecidos de sustentação
As plantas apresentam três tipos de tecido de susten-
tação: xilema, esclerênquima e colênquima. O xilema tem
Pontuações como função primordial a condução de seiva inorgânica,
mas suas células possuem parede com lignina, bastante
rígida, fazendo com que o tecido colabore também na sus-
tentação do vegetal. Colênquima ou esclerênquima podem
estar nas nervuras de folhas, envolvendo os vasos condu-
tores que as compõem.

Esclerênquima
É constituído por células mortas, com paredes espessa-
Perfuração das e dotadas de reforços de lignina. Há duas modalidades
Representação de células condutoras do xilema. de células esclerenquimáticas: as fibras e as esclereídes.
As bras são formadas por células bastante alongadas,
O parênquima lenhoso é formado por células vivas, que podem ter vários centímetros de comprimento. Muitas
que têm como função a reserva de nutrientes. vezes, estão junto ao xilema e ao floema.

96 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


As esclereídes são células que possuem paredes es- O caminho da seiva inorgânica e sua
pessadas e lignificadas, com muitas pontuações. Elas têm utilização na planta
formato irregular e podem ser encontradas dispersas nos
A água e os nutrientes minerais são absorvidos do solo
tecidos do parênquima (como na polpa do pseudofruto da
e adentram a raiz, passando pelas seguintes estruturas:
pera) ou em agrupamentos, formando estruturas extrema-
pelos absorventes (epiderme), córtex, endoderme, pe-
mente rígidas (como no caroço de frutos; por exemplo, o
riciclo e xilema.
do pêssego).
Para chegar aos vasos do xilema, a seiva inorgânica
pode passar por duas vias: via simplasto e via apoplasto.
ELEMENTOS
FORA DE
Esclereídes Ao percorrerem as células do córtex radicular, por meio de
PROPORÇÃO
seus citoplasmas e plasmodesmos, esses nutrientes passam
CORES
FANTASIA
pela via simplasto; ao percorrerem os espaços existentes
entre as células, passam pela via apoplasto.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
Pontuações FANTASIA

Epiderme

Fibra de
esclerênquima Parede primária Córtex
Parede secundária

Representação das fibras e esclereídes em corte, mostrando as paredes


espessadas e as pontuações.
Endoderme
Periciclo
Colênquima Tecido vascular
É formado por células vivas de parênquima, alongadas Vias de transporte de água e nutrientes na raiz.
e reunidas em feixes, cujas paredes apresentam reforços
de celulose. Por ter grande força e flexibilidade, ajuda a A seiva inorgânica é então conduzida até as folhas,
suportar órgãos em crescimento. É encontrado nas extre- onde é empregada na fotossíntese, na formação da seiva
midades de caules e nos pecíolos de folhas. orgânica (ou elaborada), na formação de estruturas celula-
res (como o vacúolo das células) e na transpiração. Neste
CORES ELEMENTOS processo, a folha perde água para o ar, que está mais seco
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO que o interior foliar. A água se difunde do interior da célula
Vacúolo Citoplasma para o ar no exterior da célula, em forma de vapor.
Parede celular Núcleo

Vasos
condutores
Luz solar Folha

H2O
Vapor de
água
CO2
O2
Xilema
Caule
Representação das células do colênquima em corte transversal.

Caminho da
A condução da seiva inorgânica
FRENTE 2

seiva inorgânica
Xilema
A seiva inorgânica (ou bruta) passa por tecidos da Raiz
raiz até atingir os vasos lenhosos, sendo posteriormente
conduzida, pelo caule, até chegar às folhas. A seguir, são
apresentados os aspectos fisiológicos relacionados à seiva
inorgânica, como seu trajeto e utilização, bem como os A seiva inorgânica atravessa os pelos absorventes da raiz e chega ao xilema,
mecanismos envolvidos em seu transporte. pelo qual é transportada até as folhas.

97
O mecanismo de condução

hedwig storch/Coleção particular


da seiva inorgânica
Um dos mecanismos que permitem o deslocamento
da seiva inorgânica em uma planta é semelhante ao me-
canismo que permite a subida do líquido no interior de um
canudo. Quando um canudo é colocado dentro da água e
o ar do seu interior é aspirado por uma pessoa, a pressão
interna do canudo diminui. Consequentemente, a pressão
atmosférica atuante no líquido ao redor do canudo empurra
o líquido, o que resulta na sua subida dentro do tubo. Sobre
a seiva inorgânica, há a atuação da pressão atmosférica,
que também exerce pressão sobre seu líquido.
Considerando a medida da pressão atmosférica ao ní-
vel do mar, sabe-se que ela é responsável pela elevação da
coluna de água em um tubo até uma altura de aproximada-
mente 10 m. Conclui-se, então, que a pressão atmosférica
não pode ser o único fator responsável pela subida de seiva
inorgânica nas plantas, o que limitaria a altura dos vegetais
a cerca de 10 m, e há árvores mais altas que isso.
O deslocamento do inseto sobre a água é possível por causa da tensão
superficial.
colin bamford/Stock.xchng

Quando um tubo capilar é introduzido na água, ocorre


a ruptura dessa película e o líquido sobe espontaneamen-
te por seu interior; a subida é ainda maior em tubos de
diâmetro mais reduzido. Isso se aplica ao xilema, formado
por vasos lenhosos constituídos por tubos bastante del-
gados, com diâmetro capilar. No entanto, a contribuição
da capilaridade no transporte de seiva é bastante redu-
zida, envolvendo a subida da água por apenas alguns
centímetros.

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Quanto mais fino


o tubo, mais alto
A pressão atmosférica é responsável pela subida de líquido no interior a água sobe.
do canudo.

A subida de seiva inorgânica pelo xilema depende


da ação de mais fatores, que atuam de maneira conjunta:
capilaridade, pressão positiva de raiz e sucção da copa.

Capilaridade
Um tubo capilar apresenta diâmetro interno bastante Representação de experimento que mostra o efeito da capilaridade no
reduzido. Quando um tubo capilar é colocado verticalmente deslocamento do líquido no interior de tubos de diferentes diâmetros.
na água, ocorre a subida de líquido em seu interior, por
alguns centímetros, mesmo que não se retire ar do tubo. Pressão positiva da raiz
Esse processo espontâneo é denominado capilaridade e Os nutrientes minerais passam do solo aos vasos de
envolve as forças de tensão superficial, relacionadas com xilema da raiz por meio de dois processos: difusão e trans-
a formação de uma espécie de película sobre a superfície porte ativo. Quando a concentração de minerais é maior no
da água. Na película formada, as moléculas de água estão solo do que no interior do xilema, ocorre a difusão; caso a
unidas por meio de ligações de hidrogênio. Isso é visível concentração dos vasos lenhosos seja maior, os materiais
quando um inseto ou uma aranha caminham sobre a água do solo são transportados ao xilema por transporte ativo,
sem afundar. ou seja, com gasto de energia (ATP).

98 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


Geralmente, a concentração no interior do xilema é Sucção da copa
mais elevada do que a concentração salina do solo, e, em Trata-se de uma explicação proposta pelo botânico
determinadas situações, a diferença de concentração en- Henry Dixon (1869-1953) no início do século XX. Há al-
tre elas pode ficar muito grande. Isso ocorre, por exemplo, guns pontos fundamentais na hipótese de Dixon, também
quando o solo recebe grande quantidade de chuva ou é conhecida como hipótese da coesão-adesão-tensão.
irrigado; a concentração da solução do solo torna-se mais Uma das condições consideradas por Dixon é que o
diluída em relação ao interior do xilema da raiz. Assim, a interior dos vasos ativos de xilema é ocupado por água,
concentração salina do xilema da raiz desenvolve uma mesmo que a planta não esteja conduzindo seiva, e que
pressão osmótica, que corresponde à chamada pressão as moléculas de água dentro dos vasos apresentam dois
de raiz, responsável pela absorção, por osmose, da água tipos de interação: coesão e adesão. Coesão é a interação
presente no solo. A elevação da pressão da raiz faz com existente entre moléculas de água, principalmente por liga-
que a água, além de penetrar no xilema, seja, literalmente, ções de hidrogênio, e que forma uma coluna contínua de
“empurrada” para cima, em direção às folhas. água dentro da planta. Adesão é a atração eletrostática
A expressão “pressão positiva de raiz” refere-se, por- que ocorre entre as moléculas de água e os componentes
tanto, à situação em que a pressão de líquido no interior do da parede celular dos vasos lenhosos.
xilema é maior do que a pressão atmosférica, e, assim, a A outra condição salientada por Dixon trata da pressão
raiz empurra a água para cima. Nessa condição, é possível no interior do xilema, que, segundo medições, demonstra
ocorrer duas situações: a exsudação e a gutação, também que ela geralmente é muito menor do que a pressão atmos-
denominada sudação. férica; é o que se denomina tensão. Isso é verificado quando
Exsudação é a perda de água na forma líquida em há movimento de seiva inorgânica para cima, propiciado pelo
uma região que foi cortada; geralmente isso acontece consumo de água nas folhas. Segundo a hipótese de Dixon,
no caule e deve-se a uma elevada pressão de raiz. Pelo o movimento de seiva inorgânica é determinado, nas grandes
mesmo motivo, algumas plantas perdem água na forma de árvores, principalmente pelo consumo de água realizado
gotas pelas bordas da folha, no processo conhecido como pelo conjunto de ramos e suas folhas; isso não significa que
gutação (ou sudação). Esse processo ocorre por meio as árvores não tenham capilaridade nem pressão de raiz,
de hidatódios, que são estruturas situadas em bordas mas que esses fatores possuem menor importância na con-
de folhas e em extremidades de nervuras recobertas por dução da seiva do que a atuação das folhas.
parênquima com numerosos espaços intercelulares e um
poro epidérmico. A gutação não deve ser confundida com
Seiva inorgânica
o orvalho, que resulta da condensação do vapor de água
Célula
presente no ar durante a noite; o orvalho pode recobrir
superfícies de plantas, mas não provém do seu interior. Estômato
Vapor de água
Ar
NOAH ELHARDT/Coleção particular

Tensão
(transpiração)

Adesão
Xilema

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
Xilema
CORES Coesão e
FANTASIA adesão Coesão por
ligações de
hidrogênio

Água
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE Solo
PROPORÇÃO
Água Raiz

Absorção de
FRENTE 2

água na raiz
Representação da hipótese de Dixon, envolvendo a manutenção da coluna
de água no interior do xilema e a sua movimentação proporcionada pela
Vaso de xilema sucção da copa.
Células responsáveis
pela gutação A água é utilizada nas células do parênquima clorofilia-
no foliar para a realização de fotossíntese e uma grande
Gutação em folha e detalhe representativo da estrutura do hidatódio. parte também é perdida na transpiração. Esses fatores

99
elevam a concentração de solutos nas células do parênqui- • Há excesso de sais no solo, o que pode ser conse-
ma em relação à solução presente no xilema das nervuras quência da utilização de fertilizantes químicos em
das folhas. A alteração de concentração acontece em fun- quantidade muito elevada. O solo fica hipertônico em
ção de a fotossíntese produzir carboidratos (sacarose) e de relação à raiz, que não absorve água por osmose.
a transpiração retirar água das células, ou seja, há acrés- • Há excesso de água no solo, promovendo a retirada
cimo de soluto e retirada de solvente. Dessa maneira, há do ar que fica entre suas partículas; o solo fica pobre
aumento de pressão osmótica das células do parênquima em gás oxigênio. Assim, a respiração celular das raí-
clorofiliano, o que promove a entrada de água presente zes é prejudicada, e o transporte ativo de sais para o
no xilema das nervuras da folha. O estudo de osmose em xilema deixa de ocorrer. Com isso, a planta não con-
célula vegetal utiliza a seguinte equação: segue absorver água por osmose.

A condução da seiva orgânica


A seiva orgânica (ou elaborada) é constituída por
água, sacarose e uma quantidade menor de vitaminas,
em que: aminoácidos e sais minerais. A seiva orgânica geralmente
Sc = sucção celular; é oriunda dos parênquimas clorofilianos e flui pelo floema,
Si = sucção interna (pressão osmótica); sendo distribuída a outras partes do vegetal, como raízes,
M = resistência da membrana celulósica. caule, frutos, flores e sementes. Há casos em que a seiva
orgânica origina-se de parênquimas de reserva, presentes
Isso pode ser comprovado facilmente por meio de um em raízes ou em caules subterrâneos.
corte de um ramo de uma planta: haverá entrada de ar no
xilema e não saída de água, o que revela que a pressão O mecanismo de condução da seiva orgânica
no interior do xilema é, de fato, menor do que a pressão O mecanismo de condução da seiva orgânica é bas-
atmosférica. Assim, para que o ramo cortado de uma planta tante sofisticado. Sabe-se, atualmente, que a seiva orgânica
se desenvolva normalmente, sua extremidade deve ser se move muito rapidamente no floema. As hipóteses de
cortada debaixo da água. Dessa maneira, o ar que adentrou que esse transporte ocorresse por difusão ou por corrente
a porção inicial do ramo é retirado e há o restabelecimento citoplasmática foram abandonadas, pois elas não explicam
do fluxo normal de água. O ar em seu interior provocaria o motivo de o transporte no floema ser mais rápido do que
obstrução no fluxo de seiva. o transporte no xilema.
No entanto, a hipótese de Münch (teoria do fluxo sob
Seca fisiológica pressão), botânico alemão da década de 1930, propõe
A seca fisiológica é uma situação em que o ambiente uma explicação para a movimentação da seiva elaborada.
possui água disponível, mas a planta não consegue absor- Para Mnch, as células do parênquima clorofiliano das
vê-la. Ocorre em situações como as seguintes. folhas têm uma concentração de açúcar mais elevada do
• A água circundante está em temperatura baixa, o que que a concentração presente no interior das células da raiz,
reduz a atividade metabólica da planta e impede o em função da fotossíntese; sua pressão osmótica eleva-se
transporte ativo de sais para o xilema. Assim, não há e, como as células da raiz e as das folhas encontram-se
pressão osmótica suficiente na raiz para promover a en- ligadas pelos vasos condutores de seiva, ocorre entrada
trada de água. Esse tipo de seca fisiológica é comum de água procedente do xilema nas células. Uma parte dessa
em biomas como a taiga, floresta com abundância de água flui para o floema e arrasta consigo moléculas de açúcar
gimnospermas, típica do hemisfério Norte. até a raiz.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
O

Representação do transporte de seiva orgânica segundo a teoria do fluxo sob pressão.

100 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


Mnch construiu um modelo para explicar sua hipótese. O anel de Malpighi é o que se obtém retirando por
Utilizou dois recipientes (A e B) contendo água, mantidos completo um anel da casca de uma árvore. Com isso, o
unidos por um tubo. O recipiente A corresponde à folha, floema, mais externo, é removido, mas o xilema é mantido.
o recipiente B representa a raiz, e o tubo X, entre os dois Se esse procedimento for realizado no tronco da árvore, as
recipientes, simula o xilema. Em cada recipiente, Mnch raízes deixam de receber seiva orgânica e acabam morren-
colocou um saco delimitado por membrana semipermeá- do após o esgotamento de suas reservas alimentares. No
vel. Os sacos foram unidos por um tubo F, que simula o entanto, se esse procedimento for realizado em um ramo da
floema. O saco A recebeu uma solução mais concentrada planta, a árvore não morrerá (pois recebe seiva procedente
de sacarose do que a solução do saco B. Assim, ocorreu de outros ramos) e o ramo também não será afetado. Acima
entrada de água no saco A, com o líquido fluindo pelo tubo do anel, ocorre a produção de açúcar nas folhas, mas, como
F, arrastando moléculas de sacarose até o saco B, que teve a seiva não passa pelo anel, o carboidrato acumula-se; o
aumento de volume. No entanto, a água atravessou a mem- excedente pode ser utilizado no crescimento do ramo ou
brana delimitante de B e fluiu pelo tubo X até o recipiente em um fruto, que terá sabor mais adocicado.
A, proporcionando o fluxo tanto pelo tubo equivalente ao
ELEMENTOS
xilema quanto pelo tubo equivalente ao floema. FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
ELEMENTOS
FANTASIA
FORA DE
PROPORÇÃO
Fluxo em massa de água e sacarose
CORES
FANTASIA Árvore
morre

Acúmulo
Remoção de seiva
de anel elaborada
da casca

A retirada do anel da casca de uma árvore impede o transporte de seiva


orgânica para as raízes, provocando a morte de toda a planta.

Frasco A Frasco B
Representação do experimento de Münch, um modelo para explicar o Remoção de
transporte de seiva orgânica. anel da casca

Algumas generalidades – exemplos e


experimentos
Pulgões, ou afídeos, são insetos parasitas de plantas. Frutos mais
Eles têm peças bucais que são introduzidas na superfície de adocicados
folhas e ramos para a absorção da seiva orgânica. A seiva,
sujeita à pressão, entra passivamente no canal alimentar do
pulgão quando ele perfura o floema. A pressão no floema é ELEMENTOS
FORA DE
CORES
FANTASIA
maior do que a pressão atmosférica, e, quando o animal se PROPORÇÃO

alimenta, a seiva orgânica flui para seu sistema digestório Frutos mais adocicados podem ser obtidos com a remoção de um anel da
sem que ele precise sugar o líquido. casca do ramo; nesse caso, não há comprometimento do restante da planta.

Revisando

1. Quais são os tipos de seiva presentes nas plantas e 2. De que são compostos os tipos de seiva das plantas?
quais são os tecidos responsáveis pela condução des-
sas seivas?
FRENTE 2

101
3. Cite os diferentes tipos de células que compõem os 9. Quais mecanismos de condução de seiva inorgânica
vasos condutores de seiva inorgânica e suas princi- são responsáveis pela subida de água em plantas?
pais características.

4. Cite os diferentes tipos de células componentes do 10. O que é exsudação e sudação? Por que elas ocorrem?
floema e suas principais características.

5. Quais são os tecidos envolvidos na sustentação das 11. Que princípios estão envolvidos nos processos de
plantas? coesão, adesão e tensão?

6. Em quais sentidos podem ser transportados os tipos


de seiva de uma planta?
12. O que é seca fisiológica? Cite três condições ambien-
tais que favorecem sua ocorrência.

7. Que caminho percorrem os nutrientes minerais e a


água em uma planta?

13. Como é transportada a seiva orgânica pela planta?

8. Que processos de transporte através da membrana


estão envolvidos na condução de nutrientes minerais 14. Que tipo de experimento ou observação podem ser
e de água em uma planta? realizados para visualizar o transporte de açúcares
em uma planta?

102 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


Exercícios propostos

1. Unesp São exemplos de tecidos de sustentação, con- Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
dução e proteção, respectivamente: tivamente, as lacunas do texto.
a) súber – traqueídeos – esclerênquima. a) seiva bruta … transporte ativo … capilaridade
b) epiderme – esclerênquima – súber. b) íons minerais … transporte passivo … pressão os-
c) súber – colênquima – fibras. mótica
d) esclerênquima – traqueídeos – súber. c) seiva elaborada … difusão facilitada … gutação
e) colênquima – xilema – traqueídeos. d) moléculas orgânicas … difusão simples … abertura
estomática
2. Uece 2019 São classificados como condutores vege- e) água … osmose … transpiração foliar
tais os seguintes tecidos:
a) xilema e súber. c) felogênio e floema. 5. UFSCar-SP O desenvolvimento de um fruto depende
b) xilema e floema. d) súber e felogênio. das substâncias produzidas na fotossíntese, que che-
gam até ele transportadas pelo floema. De um ramo
3. UPE 2017 Para combater determinadas doenças em de pessegueiro, retirou-se um anel da casca (anel de
plantas, os agricultores recorrem aos herbicidas, uma Malpighi), conforme mostra o esquema.
vez que determinadas doenças virais só são possí-
veis de serem eliminadas, se o produto penetrar nos
tecidos e nas células vegetais. Assim, focam seus es-
tudos em substâncias que possam ser transportadas
a longa distância, tanto pela associação com o floema
como pelo intercâmbio entre domínios simplásticos. Anel
Quando a planta se encontra sob estresse, e as taxas
de transporte via xilema e floema são mais reduzidas,
os(as) ______________ podem ser mais efetivos(as)
no transporte das moléculas de herbicidas sistêmicos, Responda.
a longa distância. a) O que deve acontecer com os pêssegos situados
Assinale a alternativa cujo termo preenche CORRETA- no galho, acima do anel de Malpighi, em relação
MENTE a lacuna. ao tamanho das frutas e ao teor de açúcar?
a) vacúolos. d) lamelas médias. b) Justifique sua resposta.
b) plasmodesmos. e) tonoplastos.
c) estômatos. 6. UFC-CE As letras na figura abaixo representam o
caminho percorrido pela água desde o solo até a at-
4. FGV-SP 2017 A fotografia mostra o corte transversal mosfera, passando pelo interior da planta. Considere
de uma raiz. as seguintes afirmativas.

FRENTE 2

(www.ebah.com.br. Adaptado)

A absorção de __________ do solo através do pelo


radicular ocorre por __________, atingindo o xilema
primário, tecido responsável pela condução do que
foi absorvido até a porção superior dos vegetais. A I. Num dia chuvoso, devido ao acúmulo de água em
principal força ascendente de condução é promovida A, a pressão osmótica em B torna intensa a movi-
pela __________. mentação de água na forma de vapor, de C para D.

103
II. Dado um solo em condições ótimas de armaze- 9. PUC-PR A figura ilustra o sistema de que se valem os
namento de água e dada uma atmosfera em boas vegetais para realizar certas funções, tais como:
condições de radiação solar, vento e umidade re-
lativa, a água move-se, geralmente, na seguinte
direção: A → B → C → D.
III. Em determinadas horas do dia, a transpiração
das plantas torna-se tão intensa que a velocidade
de movimentação da água do ponto A para o B
é menor que a velocidade do ponto C para o D,
ocasionando o fechamento dos estômatos.
IV. O movimento da água, de C para D, dá-se na
forma de vapor, e é favorecido por condições at-
mosféricas brandas, como baixa radiação solar,
baixas temperaturas, ausência de vento e alta
umidade relativa do ar. a) conduzir a seiva bruta, composta de água e de
Assinale a alternativa que contém todas as armativas sais minerais.
verdadeiras. b) realizar a transpiração.
a) I, III e IV. c) conduzir seiva orgânica, das folhas à raiz.
b) II e III. d) conduzir o dióxido de carbono, CO2, durante a
c) I, II e III. fotossíntese.
d) I e II. e) realizar a gutação, processo pelo qual a planta
e) II e IV. perde água pelos hidatódios.

10. UFG-GO Observe a figura.


7. PUC-SP Em uma planta, a coluna líquida dentro de
vasos é arrastada para cima, o que se deve ao fato de
as moléculas de água manterem-se unidas por forças
de coesão.
A descrição acima refere-se à condução de:
Remoção
a) seiva bruta pelos vasos xilemáticos. de um anel
b) seiva bruta pelos vasos floemáticos. completo
c) seiva elaborada pelos vasos xilemáticos. da casca
d) seiva elaborada pelos vasos floemáticos.
e) seiva bruta pelas células companheiras, anexas
aos vasos floemáticos.

8. Fatec-SP 2015 As sequoias são árvores que ocor-


rem na região oeste da América do Norte e que
pertencem ao grupo das coníferas, também chama- Morte
da
do de gimnospermas. Elas podem atingir mais de 
planta
metros de altura e para que ocorra fotossíntese em
suas folhas, a água captada pelas raízes precisa per-
correr toda essa distância e alcançar as suas copas.
Em um edifício de altura equivalente, seria necessá- D. P. Dias. Biologia viva. São Paulo: Moderna, .
rio o uso de potentes bombas d’água para realizar Considerando a gura, que mostra a retirada de um
o transporte de água até os andares mais altos. Já anel da casca do tronco de uma árvore, analise as
no caso das sequoias e de qualquer outra planta proposições.
de grande porte com vasos condutores de seiva, o Esse procedimento interrompe a realização da fo-
transporte da água até o topo é explicado pela teo- tossíntese pelas folhas, situadas acima do corte.
ria da coesão-tensão de Dixon. De acordo com essa A retirada desse anel promove o aumento do nú-
teoria, o transporte da água no interior das sequoias mero de vasos lenhosos que carregam moléculas
é decorrente, principalmente, de açúcar.
a) do bombeamento feito por vasos pulsáteis das A presença do corte no tronco da árvore interrom-
raízes. pe a descida da seiva elaborada em direção às
b) do aumento da temperatura das folhas e do tronco. raízes.
c) da perda de água nas folhas por transpiração. Esse tipo de corte provoca a morte da árvore, por-
d) da entrada contínua de água pelas raízes. que as raízes deixam de receber alimento e param
e) da movimentação das folhas pelo vento. de absorver seiva bruta.

104 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


11. Enem 2020 Um produtor de morangos notou, no interior das plantas vasculares. Os grupos apresenta-
início da manhã, que em alguns pontos das extremida- ram as seguintes possibilidades explicativas:
des das folhas dos morangueiros ocorriam gotículas
de água. Procurando informação a respeito do fe- Grupo Explicação
nômeno, o agricultor descobre que isso é também
observado em outras plantas herbáceas de pequeno
porte.
Esse fenômeno siológico ocorre em condições de
elevada umidade do ar e
a) escassez de sais minerais.
b) abundante suprimento hídrico.
c) abundante período de transpiração.
d) ausência de resistência estomática.
e) ausência de substâncias impermeabilizantes.

12. UFSC 2022 O trecho abaixo, extraído de um conto de


Liev Tolstói, faz uma comparação entre a circulação da
seiva nas árvores e a circulação do sangue no corpo
humano:
“A casca das árvores é como as veias das pessoas:
através das veias o sangue circula pelo corpo e através
da casca a seiva circula pela árvore, sobe para os ramos, Qual grupo apresenta a explicação que contém as-
folhas e flores. Podemos escavar toda a parte interna de pectos nos quais se baseia a teoria de Dixon?
uma árvore que ela não morre, como acontece com os a) 1 c) 3
salgueiros velhos, mas só se a casca estiver viva a árvore b) 2 d) 
continuará a viver: se a casca se for, a árvore está perdida.
Se uma pessoa cortar as veias, vai morrer, primeiro porque
14. Unesp 2019 A figura reproduz o modelo físico pro-
o sangue vai escorrer para fora do corpo, e depois porque
posto por Ernst Mnch para explicar sua hipótese
o sangue não vai mais circular pelo corpo [...].”
sobre o deslocamento de seiva nas plantas. Duas
TOLSTÓI, L. Contos completos. Vol. 2. Trad. de Rubens Figueiredo. São
Paulo: Cosac & Naify, 2015. p. 216-217. bolsas semipermeáveis, interconectadas por um tubo,
são imersas em vasos que contêm o mesmo volume
Sobre os temas abordados no trecho acima, é correto de água destilada. A bolsa  contém apenas água
armar que: destilada e a , uma solução concentrada de água e
 Tolstói está correto ao afirmar que a circulação da açúcar. Os vasos são ligados por outro tubo, com uma
seiva ocorre na casca, pois é nessa estrutura que torneira acoplada, que permanece fechada durante
a seiva sobe para os ramos, folhas e flores; por todo o experimento. Na figura, Δh indica o desnive-
isso, histologicamente a casca é chamada de “sú- lamento de água ocorrido nos vasos após o início do
ber”. experimento, no curto intervalo de tempo em que o
 a retirada da casca das árvores faz com que elas açúcar permaneceu restrito à bolsa .
morram, pois a subida da seiva bruta, rica em sais
minerais e água, deixa de ocorrer.
 as veias citadas por Tolstói possuem em suas pa-
redes músculos que fazem com que elas sejam
capazes de pulsar, razão pela qual, ao serem cor-
tadas, podem levar o indivíduo à morte.
 geralmente, nas folhas ocorre a transformação da
seiva bruta em seiva elaborada.
 nas raízes das árvores, não existe formação de
casca como ocorre no caule, pois nelas não exis-
te o meristema secundário.
 a formação da casca nas árvores é o resultado da
ação de um meristema secundário, o qual promo-
FRENTE 2

ve o crescimento transversal. Sobre o experimento, foram feitas as armações:


Soma: I. A bolsa 1 representa o sistema radicular, enquan-
to a bolsa 2 representa as folhas da planta.
13. UFU-MG 2017 Um professor de Biologia propôs II. Na bolsa que corresponderia às folhas da planta, a
a quatro grupos de alunos que pensassem sobre a pressão osmótica equivale ao produto entre a den-
explicação acerca da condução da seiva bruta no sidade da água, a aceleração da gravidade e o Δh.

105
III. Enquanto fechada, a torneira equivale, na planta, Esse tecido é complexo, com vários tipos celulares
ao método de anelamento do caule. adaptados para o transporte de água a curta e/ou
longa distância. Considere o transporte de água das
É verdadeiro o que se arma em
raízes até as folhas do pinheiro-do-paraná (Araucaria
a) I e II, apenas. d) II apenas.
angustifolia), que pode atingir até  metros de altura.
b) II e III, apenas. e) I, II e III.
Identifique e explique duas características que as célu-
c) I apenas.
las xilemáticas apresentam para manter a eficiência do
transporte a longa distância (das raízes até as folhas).
15. UFRGS 2018 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)
as afirmações abaixo, sobre os mecanismos através dos Texto para a questão 17.
quais água e solutos são transportados dentro da planta. A questão a seguir se refere ao texto que trata dos rela-
A água e os sais minerais podem passar entre as tos de Arsene lsabelle, naturalista francês, por ocasião
paredes celulares ou podem atravessar o citoplas- de sua viagem ao Rio Grande do Sul, -4.
ma, nas células do córtex da raiz. As plantas parasitas pendiam de todas as partes das
O movimento ascendente da seiva pelo floema árvores vigorosas destes matos que começam a perder
ocorre devido à pressão positiva na raiz. sua virgindade.
O transporte de água para dentro do xilema ocorre Observei, passando pela orla de um mato, uma grande
por osmose, já os sais minerais são transportados quantidade de folhas de campainhas inteiramente dessecadas
por processo ativo, no cilindro central. pelas formigas, que tinham devorado o parênquima; deixa-
A tensão provocada pela transpiração é responsá- vam ver perfeitamente as nervuras e as fibras dos tecidos.
vel pelo transporte de sacarose. Admirei também cipós monstros envolvendo em espi-
A sequência correta de preenchimento dos parên- ral árvores muito direitas e ornadas de liquens tricolores;
teses, de cima para baixo, é árvores reunidas em feixes na sua infância formavam atu-
a) V – V – F – F. almente troncos grossos e elevados, tendo a aparência de
b) V – F – V – F. colunas estriadas.
c) F – F – F – V.
d) V – V – F – V. 17. UFSM No segundo parágrafo, os termos “nervuras” e
e) F – V – V – F. “fibras” correspondem, respectivamente, a tecidos de:
a) proteção e sustentação.
16. UFPR Uma das características que se desenvolveu b) sustentação e proteção.
nas plantas vasculares e que possibilitou a ocupação c) armazenamento e sustentação.
do ambiente terrestre foi o surgimento de um tecido d) armazenamento e condução.
eficiente no transporte de água, denominado xilema. e) condução e sustentação.

Textos complementares
Especializações da endoderme da raiz Epiderme com pelos
absorventes
A raiz retira água e sais minerais do solo através de seus pelos Células da endoderme
absorventes. Quando tais materiais atingem a endoderme, passam de monocotiledôneas
necessariamente pelo caminho intracelular, uma vez que as paredes
Célula de ELEMENTOS
dessas células são reforçadas com materiais impermeáveis (impedem passagem FORA DE

a via apoplasto). A passagem obrigatória pelo citoplasma das células Células da PROPORÇÃO
Córtex Líber endoderme
da endoderme (via simplasto) contribui para a seleção de nutrientes CORES
FANTASIA
que têm acesso ao xilema da raiz e também evita o retorno da água do
Detalhe da
xilema para o córtex. endoderme
Monocotiledôneas possuem na endoderme células com reforços em Lenho Reforço em U
todas as paredes, exceto aquela voltada para o lado em que se encontra o
Endoderme
córtex (parte externa da célula), fazendo com que as paredes das células,
Células da endoderme
em corte, tenham a forma que lembra a letra “U”. A água e outros materiais de eudicotiledôneas
entram nas células, mas não passam através delas para o interior da raiz; Câmbio estrelado
no entanto, há entre elas as chamadas células de passagem, que não Lenho
(interno) Células da
possuem reforços e que são permeáveis à água, tendo, contudo, o poder endoderme
de seletividade daquilo que vai ou não chegar ao xilema.
Líber
Eudicotiledôneas têm células com reforços conhecidos como estrias (externo)
de Caspary, presentes nas paredes superiores, inferiores e laterais, mas Periciclo
ausentes nas paredes voltadas para o córtex e para o cilindro central. Estrias ou pontuações de Caspary
Com a impermeabilização dos espaços intercelulares, a água é forçada a Representação das especializações da endoderme de raiz de
penetrar pelo interior das células da endoderme, que asseguram a seleção monocotiledôneas e eudicotiledôneas.

dos materiais que chegam ao xilema. Texto elaborado para fins didáticos.

106 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


O xarope de maple

© joseph mercier | Dreamstime.com


earl53/MorgueFile
A planta conhecida como bordo (maple, em inglês) é típica de flo-
restas temperadas. Nos meses mais quentes, elas acumulam nas raízes
os carboidratos gerados nas folhas por meio da fotossíntese. Durante
o outono, essas plantas perdem suas folhas e, no inverno, apresentam
redução de sua atividade metabólica.
Essa espécie (Acer sp.) é famosa por dois motivos: a bandeira

Miguel Andrade/Coleção particular


Bruce Marlin/Coleção particular
do Canadá estampa sua folha e, além disso, a árvore é produtora de
uma seiva empregada como xarope, bastante consumido no Canadá e
nos Estados Unidos. No início da primavera, ocorre a subida de seiva
orgânica, formada pela degradação do amido presente nas raízes. Isso
eleva a pressão osmótica das células do parênquima da raiz, e a água
do solo flui para essas células, arrastando moléculas de açúcar em
direção ao topo da planta. O açúcar é utilizado na formação de novas
folhas e de flores. O ser humano aproveita essa ocasião para instalar Árvore conhecida como bordo, da qual é extraído um líquido adocicado
tubos no floema e retirar um pouco dessa seiva, empregada como um que contém os açúcares produzidos no processo de fotossíntese.
xarope açucarado. Texto elaborado para fins didáticos.

Crescimento secundário
Gimnospermas e angiospermas eudicotiledôneas podem apresentar mais antigos. O xilema mais antigo e mais central é denominado
crescimento em espessura (circunferência), determinado pela atividade cerne e tem os vasos obstruídos; assim, não conduz seiva, mas
de meristemas secundários: o câmbio vascular e o felogênio. Esses conserva a importante função de sustentação da planta. O xilema
meristemas são produzidos no caule e na raiz, alterando significativamente mais jovem e mais externo é o alburno, apresentando atividade
a estrutura do órgão com relação a outros grupos de planta. condutora funcional.
No caule, as células do felogênio sofrem divisões mitóticas, gerando Plantas de clima temperado podem formar um anel de xilema a
novas células para o lado externo e outras para o lado interno; as cé- cada ano; cada anel é gerado na primavera (lenho primaveril) e no
lulas externas diferenciam-se em súber, enquanto as células geradas verão (lenho estival, ou tardio). Os anéis gerados na primavera são do-
para o lado interno do felogênio geram a feloderme, que é um tipo de tados de células xilemáticas de maior diâmetro, e isso permite detectar
parênquima. O conjunto constituído por súber, felogênio e feloderme faixas diferenciadas de um ano para outro.
constitui a periderme.

Xilema

Periderme

Casca
externa
Casca
interna

Casca

Xilema
Representação de corte de caule com crescimento secundário.

Na estrutura primária (sem crescimento em espessura), observa-se


câmbio vascular entre os vasos condutores de seiva; o câmbio entra
em atividade e gera mais floema para o lado externo e mais xilema
para o lado interno. Em um corte transversal, os novos grupos de vasos
apresentam aspecto circular, formando camadas concêntricas; além
FRENTE 2

disso, a formação dessas camadas propicia o aumento de volume do Anéis de xilema são úteis na estimativa da idade do vegetal.
órgão e permite o crescimento em circunferência. Progressivamente,
a planta vai gerando novos anéis de floema e de xilema; os anéis mais O cerne de uma planta consiste na madeira, material amplamente
velhos de floema são eliminados junto com o súber. O xilema, contu- utilizado pelo ser humano. Em função da grande diversidade das espé-
do, permanece na planta e contribui efetivamente para o crescimento cies vegetais que produzem madeira, há também diversidade de tipos
secundário. do material, que podem apresentar características distintas de cor, de
Os anéis de xilema ativo localizam-se junto ao câmbio, pois fo- mecânica, de densidade, de resistência ao apodrecimento e ao fogo,
ram recentemente formados por ele; os anéis mais internos são os de cheiro, entre outras.

107
O mercado madeireiro de exploração florestal ou de produção de madeira ocupa vastas áreas da Terra. A exploração de madeira em florestas
naturais sem manejo continua a ser uma das principais causas de desmatamento e de perda de hábitat para espécies da flora e fauna. Esse tipo de
impacto ameaça a manutenção dos ecossistemas e, assim, a biodiversidade do planeta.

Paul Vlaar/Coleção particular

MPF/Coleção particular
Diferentes espécies produzem diferentes tipos de madeira, recurso amplamente
explorado pelo ser humano.
Texto elaborado para fins didáticos.

Resumindo
Há tecidos responsáveis pelo transporte de substâncias or- A comunicação entre os elementos dos tubos crivados vizinhos
gânicas e inorgânicas pelo corpo das plantas. Alguns desses acontece através de plasmodesmos. A deposição de calose
tecidos de condução têm também a função de sustentação (carboidrato) nesses orifícios da parede celular provoca a obs-
da planta. trução dos vasos liberianos, que são substituídos por vasos
novos, produzidos pelo câmbio.
Tecidos condutores de seiva
Xilema (ou lenho): tecido encarregado de transportar seiva Tecidos de sustentação
inorgânica, também chamada bruta, das raízes até as folhas. Esclerênquima: constituído por células mortas, com paredes
É formado por diferentes tipos de células: espessadas e dotadas de reforços de lignina. Há duas moda-
y Vasos lenhosos: constituídos por células mortas (sem lidades de células esclerenquimáticas:
membrana plasmática, citoplasma e núcleo), cujas paredes y Fibras do esclerênquima: formadas por células bastante
possuem celulose e lignina, material de grande rigidez e alongadas, que podem ter vários centímetros de compri-
com função de manter o formato e a capacidade de condu- mento. Muitas vezes, estão junto ao xilema e ao floema.
ção das células. Os vasos lenhosos apresentam orifícios que y Esclereídes: células com paredes espessadas e lignifica-
permitem a passagem de seiva de uma célula para outras, das, com muitas pontuações. Têm formato mais irregular
localizadas em suas extremidades superior e inferior e em e podem ser encontradas dispersas nos tecidos do pa-
suas laterais, favorecendo o fluxo da raiz para a folha e tam- rênquima (como na polpa do pseudofruto da pera) ou em
bém para as laterais (útil quando há obstrução nos vasos). agrupamentos, formando estruturas extremamente rígidas
Há dois tipos de células componentes dos vasos lenhosos: (como no caroço do pêssego).
– Traqueídes: tipo de vaso presente em pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas. Têm pontuações (pe- Colênquima: é formado por células vivas, alongadas e
quenos orifícios) tanto nas paredes laterais quanto em reunidas em feixes, cujas paredes apresentam reforços de
suas extremidades. celulose. Tem força e flexibilidade, ajudando a suportar órgãos
– Elementos dos vasos lenhosos: tipo de vaso de xilema em crescimento. É encontrado nas extremidades de caules e
presente apenas em angiospermas. Apresentam grandes nos pecíolos de folhas.
orifícios nas extremidades superior e inferior denomina-
dos perfuração. Nas paredes laterais são observadas Processos de condução de seiva
pontuações. Seiva inorgânica: é constituída de água e de nutrientes mi-
Associado ao xilema, há também o parênquima lenhoso, for- nerais, que são absorvidos do solo. A seiva adentra a raiz e
mado por células vivas com função de reserva de nutrientes; passa através dos pelos absorventes, córtex, endoderme,
e as fibras de esclerênquima, um tecido de sustentação. periciclo e xilema. Ela é, então, conduzida até as folhas, onde
é empregada nos processos de fotossíntese, formação da sei-
Floema (ou líber): responsável pelo transporte de seiva or- va orgânica, formação de estruturas celulares e transpiração.
gânica, também chamada elaborada, das folhas até as raízes, Os nutrientes minerais passam do solo aos vasos de xilema
passando por todo o corpo da planta. É constituído por dife- da raiz por dois processos: difusão e transporte ativo; a água
rentes tipos de vasos: é absorvida por osmose.
y Vasos liberianos: formados por células vivas, conhecidas Mecanismo de condução de seiva inorgânica: a subida de
como elementos do tubo crivado, que são anucleadas. seiva inorgânica pelo xilema depende da ação de vários fatores
Junto a cada elemento do tubo crivado, há uma célula com- que atuam de maneira conjunta, sendo eles:
panheira nucleada, que produz substâncias essenciais ao y Capilaridade: envolve as forças de tensão superficial da
metabolismo do elemento do tubo crivado, mantendo-o água, relacionadas com a formação de uma película sobre
vivo. Os dois tipos de célula são provenientes da mesma a sua superfície. Nessa película, as moléculas de água estão
célula-mãe. unidas por ligações de hidrogênio. A introdução de tubos

108 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


capilares (de diâmetro bastante reduzido) na água rompe células do parênquima em relação à solução presente
a película gerada pela tensão superficial, fazendo com que no xilema das nervuras das folhas. Dessa maneira, há
o líquido suba espontaneamente pelo seu interior; quanto o aumento de pressão osmótica, capaz de promover
menor o diâmetro do tubo, maior é a subida. Tal processo o deslocamento da água do xilema para as folhas. Esse
se aplica ao xilema, mas a contribuição da capilaridade no fator possui grande importância no transporte de seiva.
transporte de seiva é bastante reduzida, envolvendo a su- y Seca fisiológica: situação em que o ambiente possui água
bida da água por apenas alguns centímetros. disponível, mas a planta não consegue absorvê-la. Ocor-
y Pressão positiva da raiz: pressão osmótica resultante da re quando: a água circundante está em temperatura muito
elevação da concentração salina do xilema da raiz. É res- baixa; o solo tem grande salinidade ou excesso de água e
ponsável pela absorção, por osmose, da água presente pouco oxigênio disponível.
no solo e contribui para a subida da água pelo xilema em Seiva orgânica: é constituída por água, sacarose e quanti-
direção às folhas.A concentração de sais nas raízes é resul- dade menor de vitaminas, aminoácidos e sais minerais. É
tante dos processos de difusão (quando a concentração é normalmente oriunda dos parênquimas clorofilianos (pode ser
maior no solo do que no interior do xilema) e de transporte originada de parênquimas de reserva) e flui através do floema,
ativo (quando a concentração dos vasos lenhosos é maior). sendo distribuída para outras partes do vegetal, como raízes,
A concentração no interior do xilema geralmente é mais caule, frutos, flores e sementes.
elevada; no caso de excessiva irrigação ou chuva, a dife- Mecanismo de condução da seiva orgânica: mecanismo bas-
rença de concentração pode aumentar. Alguns processos tante sofisticado, que é explicado pela hipótese de Münch, ou
são resultantes da elevação da pressão positiva da raiz, teoria do fluxo sob pressão. Ela considera que a diferença de
entre eles: concentração entre as células do parênquima clorofiliano das
– Exsudação: perda de água na forma líquida em uma folhas e das células da raiz (em função do açúcar produzido
região da planta que foi cortada; acontece geralmente na fotossíntese) promove a absorção de água do xilema nas
no caule. folhas por osmose; parte da água flui para o floema e junto
– Sudação (ou gutação): perda de água líquida pelas bor- arrasta moléculas de açúcar até a raiz.
das da folha por meio de hidatódios, estruturas situadas y Exemplos e experimentos: algumas situações podem
em bordas de folhas e em extremidades de nervuras ser observadas e alguns experimentos realizados para
recobertas por parênquima com numerosos espaços demonstrar como funciona a condução de seiva orgânica
intercelulares e um poro epidérmico. Nesse processo, em plantas.
aparecem gotas nas bordas das folhas. – Observação de pulgões: esses insetos, chamados tam-
y Sucção da copa: explicação proposta por Henry Dixon, bém de afídeos, são parasitas de plantas; eles introduzem
conhecida como hipótese da coesão-adesão-tensão. As suas peças bucais na superfície de folhas e ramos para a
hipóteses consideram aspectos físico-químicos da água e absorção da seiva orgânica. Quando o animal se alimen-
das estruturas condutoras de seiva: ta, a seiva orgânica flui para seu sistema digestório sem
– Coesão e adesão: considera que o interior dos vasos que ele precise sugar o líquido, e o restante, já digerido,
ativos de xilema é ocupado por água, mesmo que não sai pela região posterior. A seiva, com pressão maior do
esteja havendo condução de seiva, e que as moléculas que a pressão atmosférica, entra passivamente no canal
de água dentro dos vasos apresentam interações entre alimentar do pulgão, quando este perfura o floema.
elas (coesão: interação existente entre moléculas de – Retirada do anel de Malpighi: a retirada por completo de
água – ligações de hidrogênio – que forma uma coluna um anel da casca de uma árvore promove a remoção do
contínua de água dentro da planta) e com os componen- floema, mais externo. O xilema, mais interno, é mantido.
tes da parede celular dos vasos lenhosos (adesão). Esse procedimento realizado no tronco impede que as raí-
– Tensão: O movimento de seiva inorgânica para cima é zes recebam seiva orgânica e, assim, promove a morte da
determinado pela chamada sucção da copa, propiciado planta, após o esgotamento de suas reservas alimentares.
pelo consumo de água realizado pelo conjunto de ramos Já com a realização do procedimento em ramos, a árvore
e folhas. A água é utilizada nas células do parênquima não morre (pois recebe seiva procedente de outros ramos),
foliar para a realização de fotossíntese e perdida na e o ramo também não é afetado. Como resultado, há o
transpiração. Com a produção de carboidratos durante acúmulo de açúcar produzido nas folhas acima do anel,
a fotossíntese, há, além da retirada de solvente, o acrés- que é utilizado no crescimento do ramo ou na constituição
cimo de soluto, fatores que elevam a concentração nas dos frutos ali produzidos, que terão sabor mais adocicado.

Quer saber mais?

Sites Reportagem e infográfico com explicações sobre os mé-


www.cientic.com/tema_plantas_pp4.html todos de se avaliar a idade de uma planta por meio do
(Acesso em: 20 fev. 2022) seu sistema de transporte de seiva.
FRENTE 2

Slides e ilustrações que promovem um panorama explicati-


Vídeo
vo sobre o transporte de seiva, facilitando o entendimento
How tall can a tree grow?
sobre a fisiologia desse processo nos vegetais.
Animação que ilustra como o mecanismo de transporte
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG85318- de seiva nos vegetais está relacionado com a limitação no
7946-209,00-COMO+SABEMOS+A+IDADE+DE+UMA+ARV seu tamanho. Disponível em: https://ed.ted.com/lessons/
ORE.html how-tall-can-a-tree-grow-valentin-hammoudi (Acesso em:
(Acesso em: 20 fev. 2022) 8 mar. 2022).

109
Exercícios complementares

1. UFC-CE A teoria de Dixon é uma das hipóteses que c) elementos do parênquima, dentro dos quais as
tenta explicar o transporte de água da raiz até as moléculas de água se mantêm unidas por pres-
folhas de árvores com mais de  metros de altura, são osmótica e forças de coesão.
como a castanheira-do-pará. Assinale a alternativa d) elementos do parênquima e floema, dentro dos
que contém aspectos nos quais se baseia essa teoria. quais as moléculas de água se mantêm unidas
a) Coesão entre as moléculas de água, adesão entre por forças de coesão.
essas moléculas e as paredes do xilema, tensão ge- e) elementos do xilema e do floema, dentro dos
rada no interior dos vasos pela transpiração foliar. quais as moléculas de água se mantêm unidas
b) Aumento da concentração osmótica no interior por pressão osmótica.
dos vasos xilemáticos da raiz, entrada de água
por osmose, impulsão da seiva para cima. 4. Uerj 2019 (Adapt.) A contagem e a análise dos anéis
c) Semelhança dos vasos do xilema a tubos de di- de crescimento presentes nos troncos de árvores
âmetro microscópico, propriedades de adesão e e arbustos possibilitam estimar a idade da planta e
coesão das moléculas de água, ocorrência do fe- investigar as condições climáticas de épocas pree-
nômeno da capilaridade. xistentes. Sabe-se que a grande disponibilidade de
d) Permeabilidade seletiva das células do córtex da água, durante os períodos úmidos, favorece o cresci-
raiz, presença da endoderme com as estrias de mento de células com grande calibre, formando anéis
claros. Já em períodos mais secos, as células ficam
Caspary, transporte ascendente da seiva bruta.
mais compactadas, formando anéis escuros. Observe
e) Produção de carboidratos nas folhas, aumento da
a ilustração de um corte transversal do tronco de uma
concentração osmótica nesses órgãos, ascensão
árvore, com anéis de crescimento claros e escuros:
da seiva bruta por osmose e capilaridade nos va-
sos do xilema.

2. Enem 2021 Com o objetivo de identificar a melhor


espécie produtora de madeira para construção (com
resistência mecânica e à degradação), foram ana-
lisadas as estruturas anatômicas de cinco espécies,
conforme o quadro.
Tecido analisado

Adaptado de revistas.ufpr.br.
Indique o tipo de tecido condutor responsável pela
formação dos anéis de crescimento. Indique, também,
dentre as substâncias químicas presentes nesse tecido,
aquela que confere mais rigidez às paredes das células.
Aponte, ainda, as duas principais funções desse teci-
do para os vegetais.
Legenda: (-) ausente, (+) presente em pequena quantidade, (++) presente em
média quantidade, (+++) presente em grande quantidade.
5. Fatec-SP 2020 Os cientistas que realizam pesquisas
Qual espécie corresponde ao objetivo proposto? históricas com base nos anéis de crescimento das árvores
a) 1 c) 3 e) 5 organizam amostras de madeiras de plantas vivas e mortas
b) 2 d)  para determinar as condições climáticas do passado em re-
giões específicas. Isso é possível porque, em certas espécies,
3. UFSCar-SP Nas angiospermas, a condução da sei- principalmente em regiões de clima temperado, o número
va bruta (água e sais minerais) ocorre das raízes até de anéis de crescimento corresponde exatamente ao núme-
as folhas, as quais podem estar situadas dezenas de ro de anos de existência da árvore, sendo que, durante cada
metros acima do nível do solo. Nesse transporte, es- inverno, a atividade do câmbio é interrompida e, posterior-
tãoenvolvidos: mente, retomada na primavera. Além disso, a espessura do
a) elementos do xilema, no interior dos quais as caule varia de acordo com diversos fatores ambientais, tais
como luminosidade, temperatura, regime de chuvas, água
moléculas de água se mantêm unidas por forças
disponível no solo e duração do período de crescimento.
decoesão.
Quando as condições são favoráveis, os anéis são largos;
b) elementos do floema, no interior dos quais as mo-
em condições desfavoráveis, eles são mais estreitos.
léculas de água se mantêm unidas por pressão (Amabis, José Mariano; Martho, Gilberto Rodrigues. Biologia dos
osmótica. Organismos. – 3ª. ed. – São Paulo: Moderna, 2009. Adaptado.)

110 BIOLOGIA Capítulo  Transporte e sustentação em plantas


Sobre os anéis de crescimento de certas espécies de plântulas recém-germinadas inseriram seus aparelhos
árvores, é correto armar que são formados bucais, respectivamente, no:
a) pela atividade do câmbio, que produz o xilema a) parênquima clorofiliano e súber.
estival e o xilema primaveril em resposta às alte- b) xilema e cotilédones.
rações climáticas das estações do ano. c) esclerênquima e xilema.
b) pela atividade do câmbio, que produz, principal- d) floema e súber.
mente no inverno, o xilema estival com vasos de e) floema e cotilédones.
grande calibre e paredes finas.
c) pela atividade do câmbio, que independente dos 8. UFRGS A planta denominada erva-de-passarinho é
fatores ambientais, produz o floema primaveril uma hemiparasita. Nesse caso, o tecido vegetal da
que conduz seiva bruta ou mineral. árvore hospedeira, onde os elementos nutritivos são
d) pelos vasos lenhosos, que se desenvolvem mais absorvidos, é o:
no inverno do que no verão e conduzem seiva a) colênquima. d) parênquima.
elaborada ou orgânica. b) floema. e) xilema.
e) pelos feixes liberolenhosos, que se desenvolvem c) esclerênquima.
apenas no verão e só conduzem seiva elaborada
ou orgânica. 9. Unicamp-SP O esquema a seguir representa o mais
recente sistema de classificação do Reino Plantae.
6. UEL-PR 2020 As figuras a seguir ilustram a prática co-
nhecida como Anel de Malpighi. Reino Plantae
Essa prática consiste na retirada de um anel contendo Traqueófitas
Espermatófitas
alguns tecidos do caule ou dos ramos de uma árvore. Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

a) Os algarismos romanos representam a aquisição


de estruturas que permitiram a evolução das plan-
tas. Quais são as estruturas representadas por I, II
e III? Qual a função da estrutura representada em I?
b) A dupla fecundação é característica das angios-
permas. Em que consiste e quais os produtos
Em A, está representado o movimento da condução formados com a dupla fecundação?
de seiva, em B, o caule principal da planta após a re-
tirada do anel e, em C, o aspecto apresentado pelo 10. UFF-RJ Com base nos conhecimentos sobre anato-
caule principal após algumas semanas. mia e fisiologia vegetal e nas figuras I e II:
Com base nas guras, responda aos itens a seguir.
a) Qual a função dos tecidos representados pelos
números 1 e 2 em A? Em C, o que ocorrerá com a
planta após algum tempo e por quê?
b) O anel de Malpighi interfere no fluxo em massa de
solutos. Como ocorre esse fluxo em massa?

7. Unesp A análise do líquido coletado pelo aparelho


bucal de certos pulgões, que o inseriram no caule de a) identifique e diferencie funcionalmente as duas
um feijoeiro adulto, revelou quantidades apreciáveis regiões, 1A e 1B, do tronco da árvore mostrada
de açúcares, além de outras substâncias orgânicas. na figura I.
Plântulas de feijão, recém-germinadas, que se de- b) indique o número do tecido responsável pela con-
senvolveram sobre algodão umedecido apenas com dução da seiva elaborada mostrado na figura I e
água e sob iluminação natural, tiveram seus órgãos o nomeie.
FRENTE 2

de reserva alimentar (folhas primordiais modicadas) c) justifique o fenômeno apontado pela seta na figu-
sugados por outros pulgões. A análise do líquido co- ra II que ocorre após o destacamento de um anel
letado dos aparelhos bucais desses pulgões também completo da casca do tronco da planta (anel de
revelou a presença de nutrientes orgânicos. Malpighi).
Os resultados dessas análises indicam que os pulgões d) informe o que acontecerá com a planta após um
que sugaram o feijoeiro adulto e os que sugaram as período prolongado sem esse anel. Explique.

111
11. Udesc Os tecidos vegetais fundamentais são aqueles O parênquima aquífero está presente em plantas
encarregados de uma série de funções, como preen- aquáticas, auxiliando na flutuabilidade desses ve-
chimento e sustentação. A respeito desses tecidos, getais.
analise cada proposição e assinale (V) para verdadeira O esclerênquima é formado por células mortas,
ou (F) para falsa. impregnadas de lignina, e é responsável pela sus-
tentação de caules em crescimento.
O parênquima de reserva está presente em se-
mentes, frutos, raízes e rizomas e tem como função Assinale a alternativa que contém a sequência corre-
o armazenamento de substâncias nutritivas. ta, de cima para baixo.
O parênquima cloroliano é o principal tecido de a) V – F – F – V – V
preenchimento de folhas, tendo por função a reali- b) V – V – V – F – F
zação da fotossíntese. c) V – V – F – F – V
O colênquima é formado por células vivas e é res- d) F – F – V – V – F
ponsável pela sustentação de folhas, frutos e caules. e) F – F – V – F – V

BNCC em foco
EM13CNT202 e EM13CNT301
1.

EM13CNT202 e EM13CNT301
3.

a) Xilema Floema
Célula
H2O companheira
Célula fotossintetizante
(fonte)
b)
Movimento da água

Movimento da sacarose

EM13CNT202, EM13CNT301 e EM13CNT303


2.
Num dia quente uma árvore com as dimensões de
Célula da raíz
um freixo-da-montanha [Eucalyptus regnans, que podem (dreno)
ultrapassar os 90 metros de altura] pode perder vários litros H2O
de água, sob a forma de vapor, através das folhas. Para
as folhas não murcharem, a água tem de ser substituída
continuamente. A árvore tem de ir buscá-la, através das
raízes, elevá-la a vários metros ao longo do tronco e enviá-
-la, pelos ramos e pecíolos, para as folhas. Um bombeiro
a)
empoleirado no topo da escada mais comprida, só tem
água na mangueira se existir uma enorme máquina no
chão por baixo dele a bombear, causando grande vibração
e ruído. No entanto, uma árvore consegue algo semelhante b)
sem movimento visível e em silêncio. Como?

BIOLOGIA Capítulo 
FRENTE 2

CAPÍTULO Hormônios vegetais

19
Diversos fatores podem influenciar o desenvolvimento das plantas. Entre eles,
está a ação dos hormônios vegetais, substâncias relacionadas a vários proces-
sos fisiológicos, como a germinação de sementes, o crescimento, a curvatura do
caule em direção à luz e a produção de flores e frutos.
As respostas fisiológicas a estímulos externos, como a redução de atividade me-
tabólica no inverno, a queda de folhas no outono e o florescimento na primavera
são eventos mediados por hormônios.
Essas substâncias também podem ser produzidas de modo sintético e aplicadas
em diferentes técnicas agrícolas, possibilitando o aumento da produtividade.
Hormônios e desenvolvimento Giberelina
O desenvolvimento das plantas é determinado por É um hormônio produzido em gemas ativas e em
fatores como a carga genética e as condições ambientais, sementes. Sua ação é promover a distensão celular,
entre elas, temperatura, luz, pH do solo e disponibilidade de estimulando o crescimento de caules e suas ramificações.
água e nutrientes minerais. Além disso, as plantas produzem Também estimula a floração e participa do desenvolvimento
hormônios, substâncias que controlam inúmeros processos do fruto originado do ovário.
internos e respostas fisiológicas a estímulos externos, como Há casos de atuação mais específica: quando a gibe-
a curvatura do caule em direção à luz. relina é acrescentada a plantas geneticamente anãs ou
A seguir, vamos analisar alguns hormônios relacionados em partes delas, induz o crescimento normal. Há plantas
a três papéis fisiológicos principais: crescimento, redução normais que, recebendo quantidades extras de giberelina,
de atividade metabólica e processos de maturação. tornam-se gigantes.
O crescimento é determinado por três tipos de CORES ELEMENTOS
hormônio: auxinas, giberelinas e citocininas. A redução de FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
atividade metabólica é determinada pelo ácido abscísico.
Os processos de maturação são estimulados pelo etileno;
ocorrem, por exemplo, quando frutos verdes amadurecem
e folhas jovens se tornam envelhecidas (senescentes).

Hormônios de crescimento
O crescimento é determinado por mitoses e pelo
aumento do volume das células (processo de distensão ou
elongação). As citocininas são responsáveis pelo estímulo
das mitoses, enquanto a distensão celular é estimulada
por giberelinas e auxinas.
A germinação da semente envolve crescimento,
uma vez que o embrião emerge e origina uma
planta jovem. A planta jovem, por sua vez, apresenta
crescimento de caule e raiz e produz ramos, tornando-se
uma planta adulta. No caso do caule, os ramos e as flores são
produzidos pelo crescimento de gemas. As flores originam
frutos pelo crescimento do ovário.

Citocinina
É produzida no meristema presente na extremidade
da raiz, sendo distribuída por toda a planta por meio do
xilema. Esse hormônio estimula a ocorrência de mitoses, Planta gigante
Planta normal (tratada com giberelina)
o que contribui para o desenvolvimento dos meristemas
primários. Dessa maneira, há estímulo para o crescimento
longitudinal do caule (hormônio agindo na gema apical),
dos ramos (hormônio agindo nas gemas laterais) e das A giberelina estimula a distensão celular. Em algumas plantas, o excesso
desse hormônio leva ao gigantismo.
próprias raízes. Há outros efeitos desencadeados pela
citocinina, como a conversão de gemas em flores e de
Giberelinas podem também ser aplicadas em ge-
ovários em frutos. A presença de citocinina em folhas
mas ou sementes que se encontram em dormência, ou
retarda seu processo de senescência (envelhecimento).
seja, em estado de atividade metabólica muito reduzida,
induzindo o seu desenvolvimento. Assim, as gemas ori-
CORES ELEMENTOS ginam ramos ou flores, enquanto as sementes entram
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO em germinação.
Gema Como exemplo da atuação desse fitormônio, pode ser
apical
citada a germinação. Uma semente de gramínea colocada em
solo úmido absorve água, estimulando seu embrião a produzir
Gemas giberelina. Esse hormônio estimula uma camada de células
laterais localizadas na periferia do endosperma (camada de aleurona)
a produzir amilase, enzima que hidrolisa o amido acumulado
na semente. Esse processo disponibiliza carboidratos para
o embrião, que os empregará na respiração celular, a qual
Produção de citocinina fornecerá a energia necessária para a germinação. Para
A produção das citocininas ocorre na extremidade das raízes, atuando como que isso ocorra, é também necessária a presença de gás
estimuladoras de mitoses. oxigênio e temperatura adequada.

114 BIOLOGIA Capítulo 19 Hormônios vegetais


ELEMENTOS
FORA DE Camada
PROPORÇÃO
de aleurona
s
CORES
ule

Promoção
FANTASIA Ca
s
ma
Endosperma Ge
es

Crescimento
amiláceo íz
Ra

Inibição
Giberelina

Coleóptilo
Embrião e outras partes
aéreas 10–11 10–9 10–7 10–5 10–3 10–1 M
Concentração de AIA
Sensibilidade de partes da planta à auxina. A concentração ótima
para o crescimento do caule promove inibição de gemas laterais e
Tegumento Radícula de raízes.
da semente

A atuação de giberelinas em sementes estimula a germinação. Dominância apical


A gema apical produz auxina, que é transportada em di-
reção ao ápice da raiz. No início do trajeto, a concentração
Auxina de auxina é elevada e causa inibição das gemas laterais.
É um hormônio de crescimento que estimula principal- Tal inibição corresponde à chamada dominância apical.
mente a distensão celular. Há dois tipos de auxina: natural A poda que retira a extremidade superior do caule
e sintética. (incluindo a gema apical) interrompe a produção de auxi-
A auxina natural é o ácido indolacético (AIA), produ- na, cuja concentração diminui naquele ponto e deixa de
zido por embriões de sementes e pela gema apical ativa. inibir as gemas laterais. Dessa maneira, as gemas laterais
Após a ocorrência de fecundação, o embrião produz convertem-se em ramos. Essa prática de poda é útil, pois
auxina enquanto se desenvolve; quando a semente é a planta produz mais ramos, favorecendo a formação de
maior número de flores e frutos.
produzida, o embrião fica latente e cessa a produção do
hormônio. Apenas quando é iniciada a germinação é que CORES ELEMENTOS
o embrião volta a ter atividade metabólica elevada e passa FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
a produzir AIA novamente.
O AIA produzido na gema apical ativa do caule é trans- Gema apical Retirada da gema apical
portado em direção ao ápice da raiz. Diz-se que o
transporte de auxina é polarizado, sendo conduzido
da extremidade do caule em direção à extremidade da
raiz. No trajeto, ocorre a diminuição da concentração
desse hormônio. Assim, a extremidade do caule tem
concentração de hormônio mais elevada do que a presente
na extremidade da raiz; entre esses dois extremos, há todo
o eixo do caule, de onde saem folhas e gemas laterais. As
gemas laterais mais próximas ao ápice do caule recebem
auxina em maior concentração do que as gemas situadas
mais distantes do ápice.
Há vários tipos de auxinas sintéticas, chamadas de re-
guladores de crescimento. Como exemplo, há o 2,4D (ácido
FRENTE 2

2,4 dicloro fenoxiacético), e o ANA (ácido naftaleno acético).


As partes do eixo de uma planta têm diferentes sensi-
bilidades ao AIA: a extremidade do caule é pouco sensível
(estimulada por elevadas concentrações do hormônio), a Gemas laterais Gemas laterais em
extremidade da raiz é muito sensível (estimulada por peque- inibidas – auxina produzida desenvolvimento
na gema apical
nas concentrações) e as gemas laterais têm sensibilidade
média (estimuladas por concentrações intermediárias). Representação da dominância apical da auxina.

115
Efeito herbicida Abscisão de folhas e frutos
O 2,4D é o principal componente de um herbicida Quando uma folha entra em senescência, forma-se no
muito empregado na agricultura. Quando aplicado em alta pecíolo um tecido meristemático cujas células não estão
concentração sobre uma erva invasora (tradicionalmente firmemente unidas. Com isso, a folha se separa do ramo
denominada “erva daninha”), provoca sua morte. O her- ao qual estava ligada. É o que se chama de abscisão, que
bicida é utilizado no controle seletivo de ervas daninhas, é seguida da queda das folhas. Esse processo é causado
pois as plantas sensíveis à sua ação pertencem ao grupo por uma redução na concentração de auxinas na folha se-
das dicotiledôneas. Em geral, as monocotiledôneas são nescente em relação à concentração de auxina no caule.
geneticamente resistentes a esse produto. Tais herbicidas Se for aplicada uma quantidade adequada de auxina na
atuam como mimetizadores de auxinas. folha, ela ficará unida ao caule por mais tempo. Esse mesmo
processo de abscisão ocorre quando o fruto fica maduro.
Formação de raízes adventícias
Raízes adventícias são originadas de pecíolos de folhas ELEMENTOS
FORA DE
ou de ramos cortados. Essas estruturas, quando colocadas Gema lateral PROPORÇÃO

em água, produzem, depois de alguns dias, raízes adventí- CORES


FANTASIA
cias. Transferindo-se o ramo ou a folha para o solo, pode-se
obter uma muda da planta-mãe, caracterizando um processo
de reprodução assexuada conhecido como estaquia. No
entanto, se for adicionada auxina na concentração adequada,
há estímulo para a formação de mais raízes adventícias e a
Pecíolo
muda pode crescer mais rapidamente.
Camada de abscisão
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
Camada de súber
CORES em formação
FANTASIA

Folhas senescentes apresentam redução na síntese de auxina, o que


provoca a formação de um tecido de abscisão no pecíolo.

Hormônio de redução da atividade


metabólica
Ácido abscísico
Solução
O ácido abscísico (ABA) é produzido em alguns parên-
com auxina quimas, como no interior de folhas, no caule e no ápice da
raiz. Sua principal função é promover redução de atividade
metabólica, o que pode ser bastante útil para a planta,
dependendo das condições em que ela se encontra.
Os frutos, geralmente, apresentam ácido abscísico, que
Raízes adventícias impede a germinação das sementes no seu interior. Muitas
A presença de auxina na solução estimula a formação de raízes adventícias.
espécies de interesse agrícola têm sementes que devem
ser lavadas pelo agricultor antes de serem colocadas na
terra, procedimento que permite a remoção do ácido abs-
Formação de frutos sem sementes
císico. Na natureza, essa remoção pode acontecer pela
(partenocárpicos) ação da chuva ou pela ingestão do fruto por um animal;
Na formação de frutos, ocorrem as seguintes etapas: o as sementes eliminadas com as fezes não terão mais o
pólen atinge o estigma do pistilo e desenvolve-se em seu agente inibidor de sua germinação. A germinação tardia
interior, formando o tubo polínico. Ocorre então a fecunda- pode ser vantajosa, pois permite que haja mais tempo para
ção de um ou mais óvulos, que se convertem em sementes. a dispersão das sementes; a falta de dispersão aumentaria
Durante o desenvolvimento das sementes, ocorre a síntese a competição intraespecífica.
de auxinas, que estimulam o crescimento da parede do O parênquima clorofiliano de folhas submetidas à escas-
ovário, que se converte em fruto. Um procedimento para a sez de água produz ácido abscísico. Isso reduz a atividade
obtenção de frutos sem sementes consiste em remover os metabólica das células da folha e provoca o fechamento
estames (produtores de pólen) e aplicar auxina no ovário dos estômatos; essa resposta é útil, pois promove econo-
da flor. A flor deve ser recoberta para impedir a chegada mia de água. A abertura dos estômatos está associada ao
de pólen procedente de outra planta. Com isso, não ocorre transporte ativo de potássio, que diminui com a redução do
polinização nem fecundação, e o fruto desenvolve-se sem metabolismo, fazendo com que as células-guarda percam
apresentar sementes em seu interior. água e o estômato se feche.

116 BIOLOGIA Capítulo 19 Hormônios vegetais


Hormônio de maturação produzem menos etileno, retardando seu amadurecimento;
isso permite o armazenamento de frutos em boas condi-
Etileno ções por períodos mais longos.
O etileno corresponde ao eteno (C₂H₄), gás produzido

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Controle

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T
como resíduo de combustão (de lenha, gasolina, álcool) e
também na atividade de vários tecidos dos vegetais.
O etileno tem como efeito mais conhecido o amadureci-
mento de frutos. Ele é formado no fruto antes do processo
de amadurecimento, fenômeno este que consiste no aumen-
to da respiração e, posteriormente, na decomposição dos
tecidos. Há, portanto, a degradação de clorofila (e síntese
de outros pigmentos) e de amido (e formação de glicose e
frutose), até o amadurecimento completo. Esses processos Atuação do etileno no amadurecimento de frutos.
conferem ao fruto colorações diferenciadas e sabor mais
adocicado, tornando-o mais atrativo e saboroso para muitos O etileno provoca também a aceleração do processo
animais que realizam a dispersão de sementes. de senescência (envelhecimento) de folhas; nessa condi-
O etileno é liberado pelos tecidos do fruto e também ção, as folhas diminuem sua produção de AIA e passam a
se dispersa no ambiente. Assim, colocar um fruto dentro de produzir etileno. O etileno enfraquece as células a tal ponto
um plástico evita a dispersão do etileno no ar e acelera seu que o peso da folha é suficiente para que ela se destaque
amadurecimento. Frutos colocados em câmaras com bai- da planta e caia, sofrendo abscisão. Há casos de plantas
xa temperatura sofrem redução da atividade metabólica e cuja floração é estimulada pela presença de etileno.

Revisando

1. Que fatores podem influenciar o desenvolvimento de uma planta?

2. Em que momentos da vida de uma planta pode ser observado o processo de crescimento?

3. Que substâncias estão envolvidas no processo de crescimento das plantas? Cite exemplos.

4. Onde são produzidos os hormônios de crescimento e como eles são distribuídos na planta?
FRENTE 2

117
5. Qual é a ação da citocinina no desenvolvimento de uma planta?

6. Qual é a ação da giberelina no desenvolvimento de uma planta?

7. Qual é a ação da auxina (AIA) no desenvolvimento de uma planta?

8. Quais são os níveis de sensibilidade ao hormônio auxina observados em diferentes partes da planta?

9. Qual é o hormônio responsável pela redução da atividade metabólica de uma planta? Onde ele é produzido e qual é
sua importância na sobrevivência da planta em situações de escassez de água?

118 BIOLOGIA Capítulo 19 Hormônios vegetais


10. Como é chamado o hormônio de maturação das plantas? Qual é a ação dele na planta e na manutenção da espécie vegetal?

Exercícios propostos

1. UFF-RJ Dividiu-se um cacho de bananas verdes em de gás provocava a queda de folhas de árvores próxi-
duas partes: a primeira foi colocada em um saco pou- mas. O gás responsável por esse fato era o gás etileno.
co arejado e a segunda foi exposta ao ar. Após alguns Além da abscisão foliar, outra função desse fitormônio é
dias, verificou-se que as frutas colocadas no saco a) promover o amadurecimento de muitos tipos de
amadureceram mais rapidamente. Isso se deu em con- frutos.
sequência: b) estimular o crescimento do tubo polínico durante a
a) da diminuição da pressão parcial de O2, que esti- dupla fecundação.
mula a liberação de auxinas. c) inibir a formação da raiz e de pelos absorventes.
b) do aumento da pressão parcial de CO2, que esti- d) retardar o envelhecimento da folha por inibição da
mula a liberação de giberelinas. degradação de proteínas.
c) da liberação de um hormônio de natureza gasosa. e) atuar no fototropismo e no geotropismo.
d) da liberação de ácido abscísico, hormônio de na-
tureza proteica. 5. UEPG/PSS-PR 2022 Entre os hormônios vegetais, ou
e) da diminuição da ação das auxinas, que são ati- fitormônios, as auxinas são responsáveis por inúme-
vadas pela luz. ras funções. Entre as funções das auxinas, assinale o
que for correto.
2. Uerj A senescência e queda das folhas de árvores são  Induzir a quebra da dormência e a germinação
fenômenos observados com grande intensidade no outo-
das sementes. Promover o desenvolvimento das
no, em regiões de clima temperado, quando as noites se
gemas laterais.
tornam progressivamente mais frias e os dias mais curtos.
 Promover a dominância apical, inibindo a ativi-
A diminuição da temperatura e a menor iluminação
dade das gemas laterais mais próximas do ápice
acarretam as seguintes alterações de níveis hormo-
caulinar.
nais nas folhas:
 Estimular o ovário a formar frutos, após a fecun-
a) diminuição de auxina e aumento de etileno.
b) aumento de auxina e diminuição de etileno. dação.
c) aumento de giberelina e aumento de auxina.  Produzir raízes adventícias, por fazer com que
d) diminuição de giberelina e aumento de auxina. grupos de células voltem a exercer atividade me-
ristemática.
3. UEPG-PR Sobre o crescimento e o desenvolvimento Soma:
das plantas:
 a giberelina inibe o crescimento do caule e das 6. UEL-PR Muitas pessoas cortam folhas de violeta-afri-
folhas. cana e as enterram parcialmente para que enraízem
 a auxina estimula o crescimento de raízes e caules. e formem novos indivíduos. Em relação a este fato, é
 o ácido abscísico estimula o crescimento da plan- correto afirmar:
ta como um todo. a) só as gemas na planta adulta produzem auxinas
 a citocinina estimula a divisão e o crescimento ce- para o enraizamento.
FRENTE 2

lular. b) o ácido abscísico é o principal fitormônio envolvi-


 o etileno promove o amadurecimento dos frutos. do na formação das plantas filhas.
Soma: c) as giberelinas inibem a dominância apical.
d) as auxinas estimulam o enraizamento e também o
4. FMP-RJ 2019 Durante o século XIX, quando o gás do alongamento celular.
carvão foi usado como combustível para a iluminação e) só se formam raízes se a citocinina estiver em
pública, foi verificado que o vazamento de tubulação concentração elevada.

119
7. UFU-MG Considere as afirmativas a seguir e assinale 10. UFU-MG 2021 O quadro abaixo apresenta alguns hor-
a alternativa correta. mônios vegetais e algumas funções desempenhadas
I. O AIA (ácido indolilacético) nem sempre estimula por esses hormônios. Relacione a coluna da direita
o crescimento vegetal, podendo também inibi-lo, com a da esquerda no que se refere aos hormônios
dependendo de sua concentração e do órgão vegetais e suas funções.
onde atua.
Hormônios Funções
II. Citocinina é um nome geralmente dado a certas
substâncias naturais ou sintéticas que, nos vege-
tais, estimulam divisões celulares.
III. Os efeitos mais marcantes da ação do etileno nos
vegetais referem-se à quebra de dormência de
sementes e à formação de frutos partenocárpicos.
a) I e II estão corretas.
b) Apenas I está correta.
c) II e III estão corretas.
d) I e III estão corretas.

8. UCS-RS 2017 Os vegetais constituem-se a base alimen-


tar do Planeta. O desenvolvimento e o crescimento das
plantas são regulados pelos fitormônios ou hormônios
vegetais (do grego horman, colocar em movimento).
Embora a definição seja essa, existe um hormônio que
pode inibir o crescimento das plantas, principalmente
no inverno, e também ser responsável pelo controle da Assinale a alternativa que apresenta a relação correta
abertura dos estômatos em estiagens, além de causar entre as colunas.
a dormência de sementes. Assinale a alternativa que a) I E; II B; III C; IV A; V D.
apresenta o hormônio caracterizado acima. b) I A; II D; III B; IV E; V C.
a) Auxina d) Giberelina c) I C; II E; III A; IV D; V B.
b) Ácido abscísico e) Etileno d) I B; II A; III D; IV C; V E.
c) Citocinina
11. UFJF-MG 2018 O crescimento e o desenvolvimento de
9. Ufes Uma prática comum em agricultura é a poda de
um organismo pluricelular não seriam possíveis sem que
árvores frutíferas. Em uma laranjeira, por exemplo, a
houvesse uma comunicação efetiva entre as suas células,
formação de novos ramos contribui para a produção
tecidos e órgãos. Tanto nas plantas quanto nos animais,
de mais flores e mais frutos.
a regulação e a coordenação do metabolismo, do cresci-
mento e da morfogênese dependem de sinais químicos,
denominados hormônios. O termo “hormônio” provém
do grego horman, que significa “estimular”.
Raven, P.H.; Evert, R.F; Eichhorn, S.E. 2014. Biologia Vegetal.
8a ed. Ed. Guanabara Koogan S.A., RJ.

São feitas as seguintes armativas sobre hormônios


Gema vegetais:
Estimulação lateral Gema I. As auxinas são responsáveis pelo crescimento do
Raiz apical vegetal, pela dominância apical e pelo desenvol-
vimento de frutos.
II. O etileno promove o amadurecimento de frutos.
III. As giberelinas promovem a germinação de se-
Inibição mentes e o alongamento do caule.
Concentração relativa IV. As citocininas são inibidoras de crescimento e
do hormônio promotoras de dormência de gemas e sementes.
V. O ácido abscísico estimula o desenvolvimento de
Com base nas guras apresentadas, responda às per-
gemas e retarda o envelhecimento de órgãos.
guntas a seguir.
a) Qual é a denominação do fenômeno evidenciado São CORRETAS:
nas figuras 1 e 2? a) I, II e III.
b) Qual é o hormônio vegetal envolvido no fenôme- b) II, III e IV.
no em questão e representado no gráfico? c) III, IV e V.
c) A partir da interpretação do gráfico, explique o fe- d) I, II e V.
nômeno em análise. e) II, IV e V.

120 BIOLOGIA Capítulo 19 Hormônios vegetais


12. UFSCar-SP O crescimento das raízes e dos caules das A análise do gráco mostra que:
plantas é devido à ação de hormônios vegetais, entre a) as células das raízes e caules respondem igual-
eles, as auxinas. Esse crescimento se deve ao alonga- mente às concentrações de auxina.
mento das células sob a ação desses fitormônios. O b) a mesma concentração de auxina promove o má-
gráfico mostra o que ocorre com a raiz e o caule em ximo crescimento das raízes e dos caules.
relação a diferentes concentrações de auxina. c) o crescimento, tanto das raízes como dos caules,
+ é diretamente proporcional às concentrações
Caule crescentes de auxina.
Crescimento

d) concentrações elevadas de auxina que promo-


Raiz
0 vem o crescimento do caule são inibidoras do
crescimento das raízes.
e) a concentração de auxina em que se observa
maior crescimento do caule é menor do que aque-

Concentração da auxina la em que se observa maior crescimento da raiz.

Textos complementares

A descoberta das auxinas e das giberelinas


Na década de 1920, foram descobertas, em pesquisas independen- Went realizou um experimento com o qual estabeleceu a natureza
tes, as auxinas e as giberelinas, por Went e Kurosawa, respectivamente. química da resposta dos coleóptilos ao estímulo luminoso.
O trabalho de Went
O holandês Fritz Went trabalhava com coleóptilos de aveia. Co- ELEMENTOS
FORA DE
leóptilo é um tubo de alguns centímetros formado na germinação de uma PROPORÇÃO
gramínea e apresenta crescimento bastante rápido.
CORES
ELEMENTOS FANTASIA
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

.
no coleóptilo cortado
Charles Darwin já havia trabalhado com coleóptilos de aveia em Representação do experimento desenvolvido por Went.
meados de 1880 e escreveu um livro sobre movimentos vegetais (The
Power of Movement in Plants –, O poder do movimento em plantas, em Para determinar a maneira pela qual o ápice provocava o cresci-
português). Darwin compreendeu que o ápice do coleóptilo era sensível mento, Went cortou vários coleóptilos e deixou seus ápices sobre um
à luz e, quando exposto à luz lateral, determinava a curvatura da planta bloco de ágar. Depois, colocou um pedaço desse ágar na extremidade
na sua direção. No entanto, Darwin não tinha concluído a natureza exata de um coleóptilo secionado; o bloco foi deslocado para uma das laterais,
dessa sensibilidade do ápice do coleóptilo à luz. CORES ELEMENTOS
e o resultado foi o crescimento acentuado dessa parte da planta, que se
FANTASIA FORA DE
Início
PROPORÇÃO encurvou para o lado oposto àquele onde estava o bloco de ágar. Com
isso, Went concluiu que o ápice produz uma substância indutora de
Luz crescimento (um hormônio), que se difundiu para o ágar e, deste, para o
lateral coleóptilo, provocando seu crescimento. Essa substância foi denominada
auxina, que em grego significa “crescer”.

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

3 Ápice do 4 Ápice do 5 Plântula


2 coleóptilo coberta com
1 Ápice do coleóptilo
Intacta. coleóptilo coberto com coberto com material
removido. material
material opaco. transparente. opaco, exceto
o ápice.

Resultados

Luz
FRENTE 2

lateral Coleóptilo com O ápice Coleóptilo com Coleóptilo


bloco de ágar cortado é ligeira curvatura mostrando
sem auxina, colocado causada por uma grande curvatura
colocado sobre um baixa concen- causada por uma
unilateralmente: bloco de ágar. tração de auxina alta concentração
nada acontece. no bloco de ágar. de auxina no
bloco de ágar.

Representação do experimento que demonstra a atuação da auxina como


Representação dos experimentos de Darwin com coleóptilos de aveia. indutor de crescimento.

121
O trabalho de Kurosawa
Outra descoberta importante ocorreu no início do século passado, quando muitos agricultores japoneses enfrentavam um problema em plantações
de arroz. Algumas das plantas apresentavam crescimento exagerado e ficavam mais frágeis, dobrando e quebrando-se com o vento: acabavam mor-
rendo. O cientista japonês Eiichi Kurosawa investigou o problema e descobriu que as plantas com crescimento anormal estavam sendo atacadas pelo
fungo Fusarium fujikuroi. Para comprovar, Kurosawa cultivou esse fungo em laboratório e depois transferiu o meio de cultura para pés de arroz normais,
observando que essas plantas realmente passaram a crescer exageradamente. Com isso, o cientista concluiu que o fungo liberava uma substância
química indutora de crescimento. Era um hormônio de crescimento, que recebeu a denominação de giberelina. Posteriormente, outros cientistas
descobriram que as plantas produzem giberelinas (ácido giberélico) naturalmente e que esse hormônio tem importante papel no desenvolvimento vegetal.

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Gotas do meio, quando
aplicadas a uma planta de arroz,
induzem alongamento

De plantas de arroz com alongamento O fungo pode também ser A substância que
exagerado, foi obtido um fungo (Fusarium sp.). cultivado em um frasco sobre induz o crescimento
meio nutritivo sintético. é a giberelina.
Representação do experimento de Kurosawa com giberelina.

Texto elaborado para fins didáticos.

Técnicas de reprodução assexuada em plantas


Há muitas técnicas agrícolas de propagação vegetativa de plantas, realizadas por meio de processos assexuados. Isso permite obter plantas gene-
ticamente idênticas à planta-mãe, conservando características que se deseja preservar na descendência. Outra vantagem desse tipo de procedimento é a
rapidez do processo, capaz de produzir muitos descendentes em um curto intervalo de tempo. Por outro lado, a propagação vegetativa não gera variabili-
dade e produz uma descendência que pode ser mais vulnerável ao ataque de pragas. Há quatro processos principais de propagação vegetativa: estaquia,
alporquia, mergulhia e enxertia. A estaquia já foi discutida na formação de raízes adventícias, com o emprego de auxinas.
A alporquia consiste em envolver um ramo de planta com um plástico contendo terra. Com o tempo, ocorre a formação de raízes adventícias
originadas do ramo. Quando isso acontece, o ramo é cortado e plantado no solo, dando origem a uma nova planta.
A mergulhia é um processo em que um ramo flexível de uma planta é encurvado, ficando com uma parte dentro do solo e sua extremidade
emergindo da terra. Com o tempo, ocorre a formação de raízes adventícias na parte do ramo que ficou enterrada. Faz-se então um corte, separando
o ramo da planta-mãe; o ramo passa a constituir um novo indivíduo.

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

Alporquia. Mergulhia.

A enxertia consiste em juntar duas plantas diferentes em uma só, e pode ser utilizada para gerar mudas de espécies de difícil reprodução ou para
aproveitar características das duas espécies. Nesse processo, uma planta é denominada “cavalo”, e a outra corresponde ao “cavaleiro”.
Um caso famoso é o que se emprega o limão-bravo como cavalo e a laranja-da-baía como cavaleiro. Aproveitam-se as raízes e o caule do cavalo,
sendo enxertadas partes do cavaleiro, como ramos ou gemas. Um dos ramos do cavaleiro pode ser cortado e inserido no caule do cavalo, que foi
previamente cortado de maneira adequada para ocorrer um ajuste entre as duas plantas. O conjunto é amarrado e, com o tempo, estabelece-se o
fluxo de seiva entre os vasos condutores das duas plantas.

122 BIOLOGIA Capítulo 19 Hormônios vegetais


Outra forma de enxertia é realizada quando gemas laterais retiradas do cavaleiro são inseridas em uma parte do caule do cavalo, cuja casca foi
levantada para abrigar a gema; posteriormente, a casca é colocada em sua posição inicial, recobrindo a gema enxertada. Com o tempo, a gema cresce
e origina um ramo de cavaleiro.
Com a enxertia, formam-se flores e depois frutos com as características do cavaleiro (frutos de laranja-da-baía, no caso citado). O cavalo contribui
com um sistema radicular eficiente e resistente a fatores de risco, como pragas presentes na região. No entanto, o processo de enxertia não corresponde
à uma fusão de material genético entre as duas plantas envolvidas.

Gemas CORES ELEMENTOS


FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Gema
Casca

Cavaleiros

Cavalos

Texto elaborado para fins didáticos.

Compensação indesejada
Mais um efeito danoso do aumento da poluição acaba de ser destacado em um novo estudo. A pesquisa indica que, à medida que aumentam
os níveis de dióxido de carbono, as plantas se tornam mais vulneráveis ao ataque de insetos.
Segundo pesquisa desenvolvida por cientistas argentinos e norte-americanos, a elevação do dióxido de carbono afeta um componente
importante no sistema de defesa das plantas. [...]
Os autores ressaltam que a combinação entre deflorestamento e queima de combustíveis fósseis promoveu grande aumento nos níveis de
dióxido de carbono desde a segunda metade do século 18.
"Atualmente, o CO2 na atmosfera está em cerca de 380 partes por milhão. No início da Revolução Industrial, era de 280 partes por mi-
lhão e havia permanecido ali por pelo menos 600 mil anos, provavelmente muitos milhões de anos", disse [...] [o] chefe do Departamento de
Biologia de Plantas da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e um dos autores do estudo. [...]
[O autor] lembra que as atuais previsões são de que os níveis de CO2 chegarão a 550 partes por milhão até 2050 – ou até antes, dependendo
da aceleração da industrialização de países em desenvolvimento, como China e Índia.
O estudo usou as instalações do Soybean Free Air Concentration Enrichment, em Illinois, espécie de laboratório ao ar livre que permite expor
plantas a diferentes níveis de dióxido de carbono ou ozônio sem ter que isolá-las de outras influências ambientais, como chuva, luz solar ou insetos.
Sabe-se que níveis atmosféricos elevados de CO2 contribuem para acelerar a taxa de fotossíntese e aumentar a proporção de carboidratos
relacionados ao nitrogênio nas folhas. Ou seja, em teoria, estimulariam um maior crescimento nas plantas.
O problema é que a alteração da proporção normal entre carbono e nitrogênio faz com que os insetos comam mais folhas. No estudo, feito em
soja, as plantas na área de teste exibiram mais sinais de danos causados por diversas espécies de insetos em suas folhas do que em outras áreas.
Os pesquisadores verificaram ainda que insetos que parasitavam plantas de soja submetidas a maiores níveis de dióxido de carbono viveram
mais e, como consequência, se reproduziram mais. O mesmo não ocorreu com insetos submetidos à dieta com mais açúcar, usados pelos autores
como comparação.
O grupo responsável pelo estudo voltou a atenção para os caminhos de sinalização hormonal das plantas, especialmente para os compo-
nentes químicos específicos que elas produzem para evitar o ataque de insetos.
Quando insetos comem folhas, algumas plantas como a soja produzem ácido jasmônico, um hormônio que inicia uma cadeia de reações
químicas nas folhas que aumenta a sua capacidade de defesa. Normalmente, essa sequência de efeitos leva à produção de altos níveis de um
composto chamado de inibidor de protease, uma enzima que, ao ser ingerida por um inseto, inibe a sua capacidade de digerir folhas.
FRENTE 2

“Descobrimos que as folhas que crescem sob altos níveis de CO2 perdem a capacidade de produzir ácido jasmônico. O caminho de seu
sistema defensivo se desliga e as folhas não conseguem mais se defender adequadamente”, disse [o autor].
“Os resultados indicam que eventuais aumentos na produtividade da soja devido à elevação dos níveis de CO2 podem ser reduzidos pelo
aumento à suscetibilidade a pragas”, destacaram os autores no artigo.
[...]
COMPENSAÇÃO indesejada. Agência Fapesp, 5 mar. 008. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/compensacao-indesejada/860/.
Acesso em: 6 fev. 0.

123
Resumindo
O desenvolvimento dos vegetais é determinado por fatores como – Gemas laterais: têm sensibilidade média (estimuladas
a carga genética e as condições ambientais, bem como por por concentrações intermediárias).
hormônios, substâncias essas que controlam inúmeros proces- – Extremidade da raiz: é muito sensível (estimulada por
sos do desenvolvimento e respostas fisiológicas das plantas. pequenas concentrações).
Hormônios de crescimento – As auxinas têm grande importância prática, destacando-se
O crescimento é verificado em diversos momentos da vida de os seguintes aspectos:
uma planta: na germinação da semente, no crescimento do – Dominância apical: a concentração de auxina elevada
caule, da raiz e dos ramos e no do ovário. O crescimento é na gema apical causa inibição das gemas laterais.
determinado por mitoses e pelo aumento do volume das células – Efeito herbicida: 2,4D é um componente de um herbi-
(processo de distensão ou elongação). Alguns hormônios estão cida que, quando aplicado em alta concentração sobre
envolvidos no processo de crescimento das plantas, entre eles: uma erva invasora, provoca sua morte. É utilizado no
controle seletivo de ervas daninhas (dicotiledôneas).
y Citocinina: sua produção ocorre no meristema da ex- Em geral, as monocotiledôneas são geneticamente
tremidade da raiz e sua distribuição se dá pelo xilema. É resistentes a esse produto. Os herbicidas atuam como
responsável pelo estímulo das mitoses, o que contribui com mimetizadores de auxinas.
o desenvolvimento dos meristemas primários. Assim, há es- – Formação de raízes adventícias: estimula a formação
tímulo para o crescimento longitudinal do caule (agindo na de maior quantidade de raízes adventícias.
gema apical), dos ramos (agindo nas gemas laterais) e das – Formação de frutos sem sementes (partenocárpi-
próprias raízes. É também responsável pela conversão de cos): a auxina estimula o desenvolvimento do ovário;
gemas em flores e de ovários em frutos e pela inibição do caso não ocorra fecundação, forma-se um fruto sem
processo de envelhecimento (senescência) das folhas. sementes.
y Giberelina: produzida em gemas ativas e em sementes. – Abscisão de folhas e frutos: redução na concentração
Promove a distensão celular (estimulando o crescimen- de auxinas na folha senescente em relação à concen-
to de raízes, caules e suas ramificações), a germinação tração de auxina no caule ocasiona queda foliar, ou
de sementes e o desenvolvimento do fruto originado do abscisão. Esse processo acontece com a formação de
ovário. Durante a germinação, o embrião produz giberelina, um tecido meristemático no pecíolo, cujas células não
que estimula a camada de aleurona (camada de células da estão firmemente unidas. O mesmo processo de abs-
periferia do endosperma) a produzir amilase; essa enzima cisão ocorre com o fruto maduro.
hidrolisa o amido acumulado na semente. Dessa maneira, Hormônio de redução da atividade metabólica
há fornecimento de carboidratos e, consequentemente, y Ácido abscísico: também chamado de ABA, é produzido
energia para o embrião, necessários para a germinação. em alguns parênquimas (como no caule e no ápice da raiz).
y Auxina: é produzida por embriões de sementes e pela Tem como função promover redução de atividade meta-
gema apical ativa. Estimula a distensão celular. bólica; nos frutos, impede a germinação das sementes. A
– Na sua forma natural, é também chamada de ácido indo- lavagem das sementes retira o hormônio da sua superfície,
lacético (AIA) e é produzida após a fecundação. Com o permitindo o seu desenvolvimento. Nas folhas, a produção
desenvolvimento da semente, cessa a produção de AIA, de ABA acontece em condições de escassez de água, o
que passa a ser produzido novamente no início da ger- que reduz a atividade metabólica das células da folha e
minação. Diz-se que o transporte de auxina é polarizado, provoca o fechamento dos estômatos.
pois o AIA produzido na gema apical ativa do caule é Hormônio de maturação
transportado em direção ao ápice da raiz, com diminuição y Etileno: corresponde ao gás eteno (C2H4) e é formado no
da concentração ao longo do percurso. Assim, as gemas fruto anteriormente ao amadurecimento, atuando nesse
laterais mais próximas ao ápice do caule recebem auxina processo. O etileno estimula a degradação de clorofila (e
em maior concentração do que as gemas situadas mais síntese de outros pigmentos) e a degradação de amido (e
distantes do ápice. E a raiz recebe uma contração menor formação de glicose e frutose), até o amadurecimento com-
do que todos os outros órgãos. pleto, o que confere ao fruto colorações diferenciadas e sabor
– Na sua forma sintética, são encontrados vários tipos, cha- mais adocicado, tornando-o mais atrativo e saboroso para
mados de reguladores de crescimento. Como exemplos muitos animais que realizam a dispersão de sementes. O
podem ser citados o 2,4D (ácido 2,4 dicloro fenoxiacético), gás eteno é liberado no ar pelo fruto, podendo estimular o
e o ANA (ácido naftaleno acético). amadurecimento de outros frutos.
– As diferentes partes da planta têm níveis distintos de sen- Esse hormônio provoca também a aceleração no processo de
sibilidade à auxina: senescência de folhas, que diminui a produção de AIA; isso
– Ápice do caule: é pouco sensível (estimulado por ele- desencadeia a abscisão da folha. Há plantas cuja floração é
vadas concentrações de hormônio). estimulada pela presença de etileno.

Quer saber mais?

Site
https://cienciahoje.org.br/coluna/cancer-em-plantas/
(Acesso em: 26 fev. 2022)
Colunista mostra como surgem os tecidos tumorais em vegetais, também chamados de galhas.

124 BIOLOGIA Capítulo 19 Hormônios vegetais


Exercícios complementares

1. UFRJ As flores não polinizadas que são pulverizadas com os hormônios auxinas e giberelinas podem produzir frutos
sem sementes (partenocárpicos), como, por exemplo, as uvas sem sementes.
a) Identifique a estrutura da flor sobre a qual esses hormônios atuam.
b) Explique por que a pulverização com auxinas e giberelinas pode levar à formação de frutos sem sementes.

2. UFJF-MG 2016 Hormônios vegetais atuam em concentrações muito reduzidas sobre grupos de células específicas.
Sobre os hormônios vegetais são feitas as seguintes afirmativas:
I. Auxina é importante na dominância apical e no desenvolvimento de frutos.
II. Giberelinas estimulam o alongamento do caule.
III. Citocininas estimulam divisões celulares e o desenvolvimento de gemas.
IV. Ácido abscísico promove a dormência de gemas e o fechamento de estômatos.
V. Etileno estimula o amadurecimento de frutos.
São CORRETAS:
a) I, II e V. b) I, IV e V. c) I, III e IV. d) II, III, IV e V. e) I, II, III, IV e V.

3. Unesp 2017 Uma gimnosperma conhecida como cedrinho (Cupressus lusitanica) é uma opção de cerca-viva para
quem deseja delimitar o espaço de uma propriedade. Para isso, mudas dessa espécie são plantadas a intervalos re-
gulares. Podas periódicas garantem que o espaço entre as mudas seja preenchido, resultando em uma cerca como
a ilustrada na imagem.

(www.mariplantas.com.br)
Para se obter uma cerca-viva de altura controlada, que crie uma barreira física e visual, deve-se
a) estimular a produção de auxinas pelas gemas laterais das plantas, podando periodicamente a gema apical.
b) estimular a produção de auxinas pela gema apical das plantas, podando periodicamente as gemas laterais.
c) inibir a produção de auxinas pela gema apical e pelas gemas laterais das plantas, podando periodicamente as
gemas laterais e a gema apical.
d) inibir a produção de auxinas pela gema apical das plantas, podando periodicamente as gemas laterais.
e) inibir a produção de auxinas pelas gemas laterais das plantas, podando periodicamente a gema apical.

4. Fatec-SP 2017
Hormônio do crescimento de plantas é alvo de pesquisa chinesa
Um grupo de pesquisadores tem como principal objetivo desvendar o funcionamento dos hormônios nas plantas.
“Um desses fitormônios é o etileno, molécula de gás que regula uma ampla gama de processos, incluindo o amadure-
cimento de frutos, o envelhecimento de folhas e de flores, a tolerância ao estresse e a defesa contra patógenos”, explicou o
pesquisador Hongwei Guo, professor da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Pequim.
“Temos estudado fatores que medeiam a regulação de respostas de plantas ao etileno, como a interação com outros
fitormônios. Essas interações indicam a existência de complexas redes de sinalização na ação do etileno nas plantas”. Entre
esses outros hormônios, o pesquisador mencionou a citocinina, a auxina e a giberelina.
“Identificamos que os fatores de transcrição conhecidos como EIN3 e EIL1 representam uma integração fundamental nas
ações entre o etileno e outros fitormônios”, disse Guo.
FRENTE 2

http://tinyurl.com/jrz82hw. Acesso em: 24.08.2016. Adaptado

Na caatinga brasileira, plantas como os mulungus (Erythrina spp.) são classicadas como caducifólias porque apre-
sentam a perda sazonal das folhas.
O hormônio e a adaptação diretamente relacionados a esse mecanismo siológico são, respectivamente,
a) ácido abcísico e aumento da transpiração. d) etileno e diminuição da transpiração.
b) auxina e diminuição da fotossíntese. e) giberelina e aumento da fotossíntese.
c) citocinina e aumento da transpiração.

125
5. UEG-GO Os hormônios vegetais controlam o cresci- c) auxina, que promove a multiplicação das células
mento e o desenvolvimento das plantas ao interferir dispostas na face iluminada do caule.
na divisão, no alongamento e na diferenciação das d) giberilina, que promove o alongamento das célu-
células. A remoção da gema apical de uma planta pro- las dispostas na face iluminada do caule.
move o desenvolvimento das gemas laterais. e) giberilina, que inibe a multiplicação das células
Sobre esse assunto, faça o que se pede. dispostas na face não iluminada do caule.
a) Qual o fenômeno responsável pela inibição do
desenvolvimento das gemas laterais causada 9. Unifesp 2017 Os estômatos constituem uma das prin-
pela presença da gema apical? cipais rotas de entrada de patógenos em plantas. O
b) Qual o hormônio vegetal envolvido nessa inibição? hormônio vegetal ácido abscísico (ABA) regula muitos
processos envolvidos no desenvolvimento da planta e na
6. UEL-PR 2016 Hormônios são substâncias produzidas sua adaptação a estresses bióticos e abióticos. Recente-
por um determinado grupo de células ou tecidos e mente, vários estudos têm demonstrado que o ABA tem
estimularão, inibirão ou modificarão a resposta fisio- importante função na resposta do vegetal ao ataque de
lógica e o desenvolvimento de outras regiões do vários agentes patogênicos que entram pelos estômatos,
próprio organismo. Nas plantas, eles também são tais como bactérias, fungos e vírus. Na fase pré-invasiva,
ocorre aumento na concentração do ABA nas folhas que
chamados de fitormônios e participam de diferentes
resulta em resistência contra o ataque depatógenos.
fases do desenvolvimento vegetal. Sobre os fitormô-
(Chae Woo Lim et al. International Journal of Molecular Sciences.
nios, responda aos itens a seguir. Julho de 2015. Adaptado.)
a) Muitas espécies de plantas ornamentais e frutíferas
são podadas entre as estações reprodutivas. Que a) Em que tecido foliar os estômatos são encon-
tipo de resposta fitormonal essa poda costuma de- trados? Cite um fator abiótico que interfere nos
sencadear e qual a sua consequência? movimentos estomáticos.
b) Quais são os efeitos do fitormônio etileno? b) Quando os estômatos são invadidos por patóge-
nos, qual o efeito do ABA sobre a concentração
7. Uerj Fitormônios são substâncias que desempenham de íons potássio (K+) e sobre o volume de água no
importantes funções na regulação do metabolis- interior das células estomáticas?
mo vegetal. Os frutos sem sementes, denominados
partenocárpicos, por exemplo, são produzidos ar- 10. UFMG Analise os esquemas I e II, em que estão repre-
tificialmente por meio da aplicação dos fitormônios sentadas diferentes situações de crescimento de uma
denominados auxinas. mesma espécie vegetal.
a) Descreva a atuação das auxinas na produção arti-
ficial de frutos sem sementes.
b) Cite um fitormônio que influencie o mecanismo
iônico de abertura e fechamento dos estômatos
foliares e explique sua atuação nesse mecanismo.

8. Unesp 2022 Em seu livro O Poder do Movimento nas I


Plantas, publicado em 1880, Darwin relata algumas de
Formiga Formiga
suas experiências sobre o tema, dentre elas aquela na
Formiga
qual plantou sementes de aveia e fez a luz incidir de
diferentes direções sobre as plantas em crescimento. Ob-
servou que as plantas sempre se inclinavam na direção
da luz, mesmo quando esta era tênue demais para ser
percebida pelo olho humano. Criou pequenas tampas, II
escurecidas com tinta nanquim, e cobriu a parte superior
dos coleóptilos, constatando que paravam de responder à A partir dessa análise, é correto armar que a
luz. Ficava claro, concluiu ele, que, quando a luz atingia mudança observada nas plantas do esquema II
a extremidade da planta, estimulava essa parte a liberar decorre de:
algum tipo de “mensageiro” que, chegando às partes
a) redirecionamento dos hormônios de crescimento.
“motoras” da muda, fazia com que se contorcesse na di-
b) aumento da concentração dos hormônios de dor-
reção da luz.
mência.
(https://piaui.folha.uol.com.br. Adaptado.)
c) estimulação dos hormônios de envelhecimento.
Atualmente, sabemos que o “mensageiro” a que d) produção de hormônios de amadurecimento.
Darwin se referia é um hormônio vegetal denominado
a) auxina, que promove o alongamento das células 11. UFPE Analise as proposições a seguir, que corre-
dispostas na face não iluminada do caule. lacionam certos fitormônios a diferentes fases do
b) auxina, que inibe a multiplicação das células dis- desenvolvimento de um vegetal, como ilustrado na
postas na face não iluminada do caule. figura.

126 BIOLOGIA Capítulo 19 Hormônios vegetais


A utilização de auxinas no método de estaquia das
roseiras contribui para
2
3 a) floração da planta.
b) produção de gemas laterais.
1 c) formação de folhas maiores.
d) formação de raízes adventícias.
e) produção de compostos energéticos.
4
13. FGV-SP Uma muda de laranjeira crescia vistosa no
quintal da casa. Contudo, uma das folhas fora seria-
mente danificada por insetos que dela se alimentaram.
Restou não mais que um quarto da folha original, pre-
6 sa a um ramo com inúmeras folhas íntegras.
5 Considerando a ação do hormônio auxina na absci-
são foliar, espera-se que a folha danicada:
a) desprenda-se do galho em razão de a lesão
induzir uma maior produção de auxina. Concen-
trações elevadas de auxina na folha danificada,
A floração () é estimulada por giberelinas, como o
em relação à concentração no ramo, determina-
ácido giberélico.
rão a abscisão foliar.
A planta libera o etileno, que atua, principalmen-
b) desprenda-se do galho em razão de a lesão reduzir
te, no crescimento de frutos ( e 3) e na indução
a produção de auxina. Concentrações mais baixas
de partenocarpia.
de auxina na folha danificada, em relação à concen-
O ácido abscísico é importante na determinação da
tração no ramo, determinarão a abscisão foliar.
dormência de sementes () e de gemas.
c) permaneça presa ao ramo em razão de a lesão
As giberelinas têm, como função, entre outras, a
reduzir a produção de auxina. Concentrações
quebra da dormência de sementes (5) e de gemas. mais baixas de auxina na folha danificada, em re-
As sementes em desenvolvimento (6) produzem lação à concentração no ramo, inibem a formação
auxinas, tormônios que promovem o crescimento da zona de abscisão.
e a distensão celular. d) permaneça presa ao ramo em razão de a lesão
induzir uma maior produção de auxina. Concen-
12. Enem 2021 O plantio por estaquia é um método de trações elevadas de auxina na folha danificada,
propagação de plantas no qual partes de um espé- em relação à concentração no ramo, inibem a for-
cime são colocadas no solo para produzir novas mação da zona de abscisão.
gerações. Na floricultura, é comum utilizar o caule das e) permaneça presa ao ramo em razão de a auxina
roseiras para estaquia, pois a propagação da planta é produzida pelas folhas íntegras ser levada pelos
positiva em razão da aplicação de auxinas na porção vasos condutores até o pecíolo da folha danifica-
inferior do caule. da, favorecendo a formação da zona de abscisão.

BNCC em foco
EM13CNT202 e EM13CNT301
1.
a)

b)
EM13CNT202 e EM13CNT301
2.

a)

b)

EM13CNT202 e EM13CNT301
3.

TM DV VM

a)
b)

BIOLOGIA Capítulo 19
FRENTE 2

CAPÍTULO Movimentos vegetais e


fotoperiodismo

20 Nem sempre percebemos, mas as plantas apresentam movimentos durante todo


o seu desenvolvimento, desde a germinação das sementes. Esses movimentos
podem ser reversíveis ou irreversíveis e são estimulados por uma série de
fatores como luminosidade, presença de determinadas moléculas, estímulos
mecânicos e hormônios.
Movimentos vegetais ELEMENTOS
FORA DE
CORES
FANTASIA
Grão de pólen
PROPORÇÃO
Plantas e algas apresentam movimentos em algumas
de suas estruturas. Esses movimentos podem ser desen- Óvulo
cadeados por estímulos ambientais e permitem que o
organismo se modifique de acordo com determinada situa-
ção. Entre os movimentos vegetais, podem ser citadas a
natação do anterozoide de uma samambaia em direção
à oosfera – relacionada ao processo de reprodução, que
assegura a continuidade da espécie – e a inclinação de
Tubo polínico
uma planta em direção à luz – que possibilita maior efi-
cácia na realização de fotossíntese.
Há três tipos fundamentais de movimentos vegetais:
tactismo, tropismo e nastismo. Representação de quimiotropismo: tubo polínico crescendo em direção ao
óvulo.

Tactismo Tigmotropismo
Tactismo corresponde ao deslocamento do orga- É determinado por estímulos mecânicos, como o
nismo (ou de alguma estrutura), de maneira irreversível, que ocorre em uma trepadeira, estimulada pelo contato
causado ou orientado por estímulos externos. É o caso do com um suporte no qual enrola seu caule. Algumas plan-
anterozoide, que nada orientado por substâncias químicas tas têm também gavinhas, como o maracujazeiro, a videira
desprendidas pela oosfera; é o que se denomina quimio- e o chuchuzeiro; essas estruturas provenientes de folhas
tactismo. Já quando uma alga unicelular nada em direção modificadas enrolam-se em um suporte, o que permite a
à luz, ocorre o chamado fototactismo. sustentação da planta nele.
Anterozoide
ELEMENTOS
Mikefoto | Dreamstime.com

Frank Vincentz/Coleção particular


A FORA DE
PROPORÇÃO A B
CORES
FANTASIA

Arquegônio

Oosfera

Luz
B

Núcleo
Tigmotropismo: trepadeiras (A) e gavinhas (B) se enroscando em suportes.

Geotropismo
Esse movimento também é conhecido como gravitro-
Flagelo
pismo e se relaciona com o estímulo da gravidade sobre
Representação de quimiotactismo (A), com anterozoide deslocando-se em
as plantas. Uma planta jovem, colocada horizontalmente
direção à oosfera, e de fototactismo (B), com alga deslocando-se em direção
à luz. em um ambiente escuro, apresentará curvatura da raiz para
baixo e do caule para cima. A raiz tem geotropismo positi-
Tropismo vo, isto é, cresce no mesmo sentido da gravidade; o caule
Tropismo é um movimento irreversível que depende apresenta geotropismo negativo, tendo crescimento em
da origem do estímulo e que envolve o crescimento de sentido contrário ao da gravidade.
uma estrutura, sem o deslocamento do vegetal. Há quatro O geotropismo é determinado pela distribuição de
tipos principais de tropismos, classificados em função do auxina, transportada do ápice do caule em direção ao ápice
estímulo que desencadeia sua ocorrência. da raiz. No entanto, quando a planta é mantida em posição
horizontal, ocorre acúmulo de auxina em sua face inferior.
Quimiotropismo No caule, a elevada concentração de auxina estimula o
É desencadeado por estímulo químico, como o que crescimento, fazendo com que o caule apresente curvatura
ocorre quando raízes crescem em busca de água ou de para cima. Na raiz, a concentração alta de auxina provoca
nutrientes minerais no solo. Também ocorre quando o tubo inibição do crescimento; assim, é a face oposta (superior)
polínico alonga-se em direção ao óvulo, estimulado por que apresenta maior crescimento, fazendo com que a raiz
substâncias químicas, sem sofrer retração posteriormente. curve-se para baixo.

130 BIOLOGIA Capítulo 20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo


Se, em uma situação experimental, uma planta for mantida em rotação horizontal, não apresentará curvatura para cima
nem para baixo. A rotação não permite que ocorra distribuição desigual de auxina, e nenhum geotropismo é observado.

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

Representação do geotropismo ou gravitropismo. Uma planta na posição horizontal tem auxina acumulada em sua face inferior; o caule volta-se para cima
(geotropismo negativo) e a raiz volta-se para baixo (geotropismo positivo).

Fototropismo Vale salientar o exemplo de movimentação do girassol


Quando o caule e a raiz são expostos à iluminação (Helianthus sp.). Essa planta tem um movimento muito com-
em uma das faces, há crescimento do caule em direção plexo, denominado heliotropismo, um tipo de fototropismo,
à luz (fototropismo positivo) e da raiz na direção oposta no qual ela movimenta sua inflorescência acompanhando a
(fototropismo negativo). No caso do caule, a curvatura movimentação aparente do Sol ao longo do dia.
é determinada pelo maior crescimento da parte não ilu-
minada; na raiz, é a parte iluminada que cresce mais. O Nastismo
movimento desses órgãos envolve o fluxo de auxina, que Nastismo, também denominado nastia, é um movimen-
é sintetizada na extremidade do caule. Com a exposição do to reversível que não envolve deslocamento e que não
ápice do caule à luz, ocorre desvio de auxina para a face depende da origem do estímulo. A abertura e o fechamen-
não iluminada, e o hormônio permanece nessa face até atin- to dos estômatos ilustram bem esse tipo de movimento. A
gir a extremidade da raiz. No caule, a elevada concentração abertura da estrutura ocorre quando uma planta tem boa
de auxina na face não iluminada estimula o crescimento de disponibilidade de água no solo e em presença de luz; seu
suas células, e ele se curva em direção à luz. Na raiz, a con- fechamento ocorre no escuro. A questão é que a abertura
centração alta de auxina provoca inibição do crescimento; é do estômato depende da presença de luz, não importando
a face oposta (iluminada) que apresenta maior crescimento, de onde ela vem, ou seja, é estimulada pela claridade. Esse
e a raiz cresce se afastando da fonte luminosa. movimento é denominado fotonastismo.
O ápice do caule é a região que apresenta sensibili-
dade à luz e na qual se dá o desvio de auxina; caules cuja CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
ponta foi encoberta ou removida não têm desvio de auxina PROPORÇÃO
Célula-guarda
e não apresentam curvatura.
Água
ELEMENTOS entra
FORA DE
PROPORÇÃO
Lado iluminado
CORES K+ Água K+
FANTASIA
sai
Crescimento
normal
FRENTE 2

Crescimento Ostíolo
Lado não iluminado
inibido Epiderme
(acúmulo de auxina)

Representação do fototropismo. Em uma planta iluminada em uma das faces, Estômato fechado
a luz promove deslocamento de auxina para o lado não iluminado. O caule
inclina-se na direção da luz (fototropismo positivo), e a raiz afasta-se da luz Representação do fotonastismo em estômatos: a luz favorece a abertura do
(fototropismo negativo). estômato, e a falta de luz promove seu fechamento.

131
Outro caso de nastismo ocorre com a planta conhecida O tigmonastismo também ocorre na planta carnívo-
como onze-horas (Portulaca grandiflora), que abre suas ra Dionaea sp., cujas folhas têm capacidade de abertura
flores nas horas mais iluminadas do dia e as fecha quando e de fechamento, possibilitando a captura de pequenos
a luz se torna mais fraca. animais. Esse movimento é estimulado pelo contato do
Muitas leguminosas também apresentam nastismo. As animal com pequenos pelos sensitivos presentes no in-
folhas de um pé de feijão, por exemplo, ficam levantadas terior dessas folhas.
durante o dia e abaixadas durante a noite. Na base de

Moniphoto | Dreamstime.com
seus pecíolos estão localizados os pulvinos, estruturas que
contêm células com teor variável de água. Quando a parte
inferior do pulvino ganha água (fica túrgida), as folhas se
elevam; quando perde água, desencadeia o abaixamento
da folha. O ganho de água é determinado pela entrada de
íons K+ por transporte ativo, elevando a pressão osmótica
das células do pulvino. Os ciclos de repetição, envolvendo
dia e noite, são responsáveis por esse tipo de movimento,
conhecido como nictinastismo.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

Stefano Zucchinali/Coleção particular


Pulvino

Representação do nictinastismo: as folhas de leguminosas ficam elevadas


durante o dia e abaixadas durante a noite.

A planta conhecida como dormideira, ou sen-


sitiva (Mimosa pudica), tem folhas constituídas por
vários folíolos; há pulvinos na base da folha e na base
de cada um de seus folíolos. Variações na turgescên- Tigmonastismo em planta carnívora. O contato com um animal desencadeia
o fechamento das folhas da planta.
cia dessas estruturas permitem sua elevação ou seu
abaixamento. Um grande abalo em um ramo de sen-
sitiva pode provocar o fechamento de vários folíolos. Fotoperiodismo
É chamado de tigmonastismo o movimento que ocorre Muitas alterações ocorrem no ambiente de acordo com
longe do ponto de origem do estímulo. as estações do ano; entre elas, a umidade, a temperatura
e a duração do dia (horas de claridade). As plantas podem
Sten Porse/Coleção particular

Sten Porse/Coleção particular

apresentar modificações diante das mudanças das esta-


ções, como a queda das folhas, a produção de flores, a
formação de frutos etc.
Um dos estímulos mais importantes para as plantas
nas mudanças das estações é a variação no fotoperíodo,
isto é, a quantidade de horas diárias de iluminação à qual
a planta está exposta. Outono e inverno têm fotoperíodos
curtos, com dias curtos e noites longas. Primavera e verão
têm fotoperíodos longos, com dias longos e noites curtas.

Dias longos
Noites curtas

Dias curtos
Tigmonastismo em dormideira. Um estímulo aplicado em uma parte da Noites longas
planta (como no ápice da folha) provoca efeito em um ponto distante (como
na base da folha). Variação do fotoperíodo nas estações.

132 BIOLOGIA Capítulo 20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo


O fotoperiodismo representa a relação entre a respos- por 24 horas diariamente. Em condições experimentais,
ta fisiológica das plantas, como a floração e a abscisão de pode-se utilizar iluminação artificial para se obter um foto-
folhas, e a exposição a determinados fotoperíodos. período mais prolongado.
A floração é o processo que converte gemas em
flores. Em muitas plantas, a floração é estimulada por fo- Resultado do experimento com a espécie A: ELEMENTOS

toperíodos específicos. Há plantas que são estimuladas Plantas de dia curto (fotoperíodo crítico = 14 horas)
a florescer na primavera ou no verão, quando os dias
são mais longos; são denominadas plantas de dia longo
(PDL), como o espinafre e o cravo. Outras plantas têm
floração estimulada no outono ou no inverno, estações
que apresentam dias mais curtos; são plantas de dia
curto (PDC), como o morango e o café. Outras plantas
produzem flores em qualquer época do ano, de maneira 10 horas 12 horas 14 horas 16 horas 18 horas 20 horas
independente do fotoperíodo, são as plantas indiferen- Plantas que receberam luz Plantas que receberam luz acima
tes, como o tomateiro, o milho e o arroz. abaixo do valor crítico do valor crítico permanecem
florescem no estado vegetativo

Outono e inverno

Primavera e verão

Qualquer estação

Classificação das plantas quanto ao fotoperíodo.

Fitocromos e floração 16 horas 18 horas 20 horas

O estímulo para a floração em PDC e PDL consiste Plantas que receberam luz Plantas que receberam luz
abaixo do valor crítico acima do valor crítico
no encurtamento ou no prolongamento dos dias, res- não florescem florescem
pectivamente. As folhas são sensíveis ao fotoperíodo,
Experimentos de determinação do tipo de planta quanto ao fotoperíodo.
e sua sensibilidade é determinada pelos fitocromos,
pigmentos azulados, de natureza proteica e presentes
em pequenas quantidades nas plantas. Esse pigmento O resultado será que um grupo floresce, e o outro, não.
é estimulado pela luz vermelha, comprimento de onda O fotoperíodo crítico corresponde ao valor mínimo (em
horas de iluminação) a partir do qual as plantas florescem.
altamente absorvido pelo pigmento azulado. O fitocro-
Há duas situações: com PDC, nas quais ocorre floração
mo pode provocar alterações metabólicas que induzem
no fotoperíodo crítico ou abaixo dele (em fotoperíodos
a formação de flores; ele também pode desencadear a
menores); e com PDL, nas quais a floração ocorre no foto-
germinação de sementes. Algumas plantas, como as pai-
período crítico e em fotoperíodos de maior duração.
neiras, florescem quando estão sem folhas; nesses casos,
a indução à floração ocorreu antes da abscisão foliar e
PDC
as folhas caíram posteriormente.
Um experimento clássico mostra a natureza química Com floração Sem floração
do processo de floração. Utilizam-se alguns vasos, cada
Fotoperíodos
qual contendo uma planta. São feitos cortes superficiais
1 2 3 11 12 13 14 15 21 22 23 24 (horas diárias
em alguns ramos de cada planta e os ramos de plantas de iluminação)
diferentes são ligados. Todas as plantas são encobertas e Fotoperíodo
apenas uma delas é exposta a um fotoperíodo indutor de crítico
floração. O resultado é que todas as plantas florescem; isso
significa que substâncias químicas indutoras de floração
passaram da primeira planta para as demais. PDL

Determinação do tipo de planta: PDC ou PDL? Sem floração Com floração


FRENTE 2

Para determinar o tipo de planta em relação à floração Fotoperíodos


(PDC ou PDL), é realizado o seguinte experimento: utili- 1 2 3 8 9 10 11 12 23 24 (horas diárias
zam-se 24 plantas de uma mesma espécie, cada qual em de iluminação)

um vaso próprio e recebendo um fotoperíodo específico. Fotoperíodo


crítico
Uma planta, por exemplo, é exposta à luminosidade durante
Determinação do fotoperíodo crítico. Plantas de dia curto florescem
uma hora, outra recebe duas horas diárias de iluminação no fotoperíodo crítico e abaixo dele. Plantas de dia longo florescem no
e assim, sucessivamente, até a última planta ser iluminada fotoperíodo crítico e acima dele.

133
O fotoperíodo crítico só pode ser obtido experimen- não deixam de ser estimuladas caso haja interrupção do
talmente, e o seu valor isolado não permite identificar o período em que elas ficam no escuro, com algum tempo
tipo de planta (PDC ou PDL). de iluminação. Já a interrupção de períodos claros, com
momentos de exposição ao escuro, não ocasiona quebra
A escuridão como indutor de floração do estímulo de floração em nenhum dos tipos de planta
Os cientistas descobriram posteriormente que o estí- (PDC e PDL).
mulo para a floração é o tempo que a planta fica exposta CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
à escuridão, e não à claridade. Assim, foram renomeadas Planta de noite PROPORÇÃO

as modalidades de plantas. As plantas de dia curto, na longa (PDC)


realidade, correspondem às plantas de noite longa, ou
Floresce
seja, elas precisam de uma longa exposição diária à es-
curidão para estimular a floração. Plantas de dia longo
passaram a ser chamadas de plantas de noite curta, pois Não floresce
elas necessitam de um curto período de tempo expostas
à escuridão para florescer.

PDC ↔ Planta de noite longa Planta de noite


curta (PDL)

Não floresce
PDL ↔ Planta de noite curta

Equivalência entre plantas de noite longa (PDC) e plantas de noite curta (PDL).
Floresce
No que diz respeito à continuidade dos períodos de
iluminação, nas plantas de noite longa (PDC), a floração
deixa de ser estimulada se o tempo em que elas ficam no
Escuro como indutor de floração. A interrupção do período de escuridão
escuro for interrompido com iluminação, mesmo que por impede a floração em plantas de noite longa (PDC). Isso não ocorre com
alguns minutos. Por outro lado, plantas de noite curta (PDL) plantas de noite curta (PDL).

Revisando
1. Que tipos principais de movimento uma planta pode 4. Cite os tipos existentes de tropismo.
apresentar? Como eles funcionam?

5. Explique o funcionamento do quimiotropismo e cite


um exemplo de situação em que ele ocorre.

2. Qual é o mecanismo específico de movimentação


utilizado por um anterozoide? Quais são as caracterís-
ticas desse mecanismo?

6. Como a auxina influencia o geotropismo e o fototropismo?


3. O que é fototactismo? Cite um exemplo de situação
em que ele ocorre.

134 BIOLOGIA Capítulo 20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo


7. Explique o funcionamento do tigmotropismo e cite um 12. Qual a diferença observada no fotoperíodo das estações?
exemplo de situação em que ele ocorre.

13. O que é o fotoperíodo crítico?


8. O que é nastia? Cite um exemplo.

14. Considerando diferentes fotoperíodos, como as plan-


tas podem ser classificadas quanto à floração?
9. Qual é o mecanismo de funcionamento dos pul-
vinos? Eles estão relacionados com que tipo de
movimento vegetal?

15. O que são fitocromos?

10. Qual é o mecanismo de movimentação presente nas


plantas carnívoras? Como ele funciona?

16. Qual é a influência dos períodos de escuro aos quais


a planta é exposta em sua floração?

17. Que interferências podem ser observadas em cada


11. O que é fotoperíodo? Como ele afeta a vida dos or- tipo de planta, caso os períodos de escuro sejam in-
ganismos? terrompidos por claridade?
FRENTE 2

135
Exercícios propostos

1. UFSC 2016 O experimento representado abaixo foi Sobre os resultados dessas interações, assinale o que
realizado para observar a germinação e o comporta- for correto.
mento geotrópico em raízes e caules. Quatro grãos  O fototropismo é uma reação de crescimento das
de milho com as pontas voltadas para o centro foram plantas em direção à luz, relacionada com a pro-
colocados em uma caixa de acrílico sobre algodão dução e a distribuição das auxinas.
umedecido em quantidade suficiente para garantir a  Geotropismo é uma resposta da planta à ação da
fixação das sementes. A caixa foi recoberta com papel gravidade, regulada pelas auxinas, pelas gibereli-
alumínio, para evitar a interferência da luz, e mantida nas e pelo ácido abscísico.
na posição vertical por quatro dias. Em seguida, a cai-  Na maioria das plantas, os estômatos normalmen-
xa passou por um giro de 90°, conforme a ilustração te estão abertos durante o dia e fechados durante
abaixo, e foi mantida na posição horizontal por mais a noite. Entretanto, não ocorre influência da ener-
quatro dias. O desenvolvimento, a direção e o sentido gia luminosa em processos celulares envolvidos
das raízes e dos caules foram acompanhados durante
nos mecanismos de abertura e de fechamento do
a realização do experimento.
poro estomático.
 Transpiração, fotossíntese e respiração são pro-
cessos fisiológicos controlados por hormônios,
cuja produção sofre influência da luz.
 O efeito da temperatura sobre a atividade de
enzimas específicas afeta reações relacionadas
com a fotossíntese, a respiração e a absorção
de minerais.
 O ácido abscísico produzido em células parenqui-
máticas das folhas supera o estímulo de abertura
dos estômatos provocado pela luz, garantindo o
fechamento estomático quando as plantas se en-
contram na iminência de desidratação.
Soma:

3. UFJF-MG Sobre tropismos, marque a alternativa


CORRETA:
AMABIS, José M.; MARTHO, Gilberto R. Biologia: Moderna Plus. 3. ed. São
Paulo: Moderna, 2009. CD: Guia para o professor. [Adaptado].
a) Raízes crescem por geotropismo negativo, por
ação do etileno.
Sobre siologia vegetal e com base na ilustração, é b) Caules crescem por geotropismo positivo, por
CORRETO armar que: ação de auxinas.
 O órgão indicado pela seta A é a raiz. c) Caules crescem com fototropismo positivo, por
 Concentrações ideais do hormônio vegetal auxi- ação de auxinas.
na, necessárias para o alongamento celular mais d) Algumas plantas crescem por tigmotropismo, em
eficiente, são diferentes no caule e na raiz.
contato com o suporte, por ação do ácido abscísico.
 O comportamento geotrópico da raiz depende da
e) Em espécies vegetais não há quimiotropismo, dife-
posição original dos grãos, podendo ocorrer geo-
rentemente do que ocorre entre os protistas.
tropismo positivo ou negativo.
 Nos dias que sucedem ao giro de ° feito no ex-
perimento, é provável que a direção e o sentido 4. Udesc 2016 A luminosidade é um fator de grande
das raízes permaneçam os que foram estabeleci- influência no crescimento dos caules pois, normal-
dos na posição vertical. mente, eles têm um crescimento em direção à luz, o
chamado fototropismo positivo. Assinale a alternativa
Soma:
que contém o nome do principal hormônio vegetal en-
volvido no fototropismo positivo dos caules.
2. UEM-PR Fatores endógenos e ambientais, como a água,
a luz e a temperatura, interagem exercendo influência a) noradrenalina
acentuada sobre as plantas, afetando suas funções, seu b) citosina
metabolismo e seus padrões de desenvolvimento, po- c) giberelinas
dendo ocorrer estímulo, modificação ou neutralização de d) auxina
qualquer um deles. e) etileno

136 BIOLOGIA Capítulo 20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo


5. Uefs-BA 2017 Na figura Ilustrada, observa-se o fototro- a) Interprete os resultados do experimento I, consi-
pismo do caule, e o seu desenvolvimento depende da derando as exigências de exposição à luz e ao
concentração de AIA em regiões específicas do vegetal. escuro para que ocorra a floração dessa planta.
b) Considerando o experimento II, qual das inter-
rupções – a que ocorreu durante o período de
exposição à luz ou ao escuro – interferiu no pro-
cesso de floração? Qual é o nome da proteína
relacionada à capacidade das plantas responde-
rem ao fotoperíodo?

7. Ufal Plantas que florescem no verão são chamadas


“plantas de dia longo”. Para saber se a floração de
uma espécie "de dia longo" é determinada pela dura-
ção do dia ou da noite, os pesquisadores mantiveram
plantas em 3 condições. O experimento e os resulta-
dos estão esquematizados a seguir.
Em relação à concentração de AIA, para o crescimento
desse vegetal, é correto armar:
24
a) A concentração de AIA é distribuída de maneira

Tempo (horas)
uniforme na região apical do caule. Curto período de luz
b) A concentração do AIA é maior no lado I. Escuro
c) A região II foi a que mais cresceu.
Luz
d) Na raiz, a distribuição na concentração de AIA é a
0
mesma observada no caule.
e) O AIA é sintetizado por todo o vegetal e não apre-
senta dominância apical.

6. Unesp Foram feitos experimentos em laboratório,


variando artificialmente os períodos em horas, de ex-
Plantas de dia longo
posição à luz e ao escuro, com o objetivo de observar
em que condições de luminosidade (luz ou escuro) De acordo com os resultados, explique o que deter-
determinadas plantas floresciam ou não. No experi- mina a oração nessa espécie.
mento I, exemplares de uma planta de dia curto foram
submetidos a condições diferentes de exposição à
8. UFSCar-SP Fotoperiodismo é a influência exercida
luz e ao escuro. Já no experimento II, plantas de duas
pelo período de luz incidente sobre certos fenôme-
outras espécies foram também submetidas a períodos
nos fisiológicos, como a floração. Plantas de dia longo
de exposição à luz (ilustrados em amarelo) e ao escu-
e plantas de dia curto foram submetidas a três diferen-
ro (destacados em roxo). Em duas situações, houve
tes regimes de luz, como representado no esquema.
pequenas interrupções (destacadas por setas) nesses
períodos de exposição. Os sinais positivos indicam Regime Regime Regime Regime Regime Regime
que houve floração, e os negativos que não houve, A B C A B C
para todos os experimentos. Período
de luz
24 horas

Resultado Período escuro


Luz/escuro crítico
da floração Período escuro
4 Período de luz
Experimento I

6
8
10
12
14 Planta de dia curto Planta de dia longo

Planta de Planta de
Pode-se dizer que as plantas de dia curto oresceram:
a) no regime A e as de dia longo no regime C, apenas.
FRENTE 2

dia curto dia longo


24h
b) no regime B e as de dia longo nos regimes A e
Experimento II

C, apenas.
c) nos regimes B e C e as de dia longo no regime
A, apenas.
d) nos regimes B e C e as de dia longo no regime
B, apenas.
e) no regime C e as de dia longo no regime C, apenas.

137
Texto complementar
A atuação do fitocromo

Veggiegretz/Morguefile

Boyhidingintree/Morguefile
A B
Há duas formas de fitocromo: ativo e inativo. Quando o fitocromo
inativo é exposto à luz vermelha (presente durante o dia) converte-se em
fitocromo ativo, predominando durante o dia.
O fitocromo ativo pode ser novamente convertido em fitocromo
inativo, com exposição prolongada à escuridão ou a uma faixa de luz
vermelha com maior comprimento de onda (o chamado vermelho lon-
go). Assim, durante a noite, acaba predominando o fitocromo inativo. O
fitocromo ativo é denominado fitocromo F (de far red, termo da língua
inglesa empregado para designar vermelho com comprimento de onda
mais longo) e o fitocromo inativo é também conhecido como fitocromo R
(do inglês red, que significa vermelho).

Condição do fitocromo Período do dia


Floresta tropical, ambiente com baixa intensidade luminosa no solo (A), e
pradaria, com grande incidência solar (B).

Para a recuperação da vegetação florestal, há a necessidade do


crescimento de plantas pioneiras (mais adaptadas à claridade), que
irão sombrear o solo e permitir a germinação de plantas adaptadas à
Formas de fitocromos e sua relação com o período do dia. menor exposição ao sol, chamadas secundárias e plantas de clímax.
Nesse momento, há uma heterogeneidade maior na vegetação, já que
O fitocromo ativo tem efeito diferente, conforme o tipo de planta na vários tipos de hábitat foram criados. A complexidade de comunidades
qual está presente: em plantas de dia longo estimula a floração e em vegetais pode ser observada nos diversos biomas do planeta, cada qual
plantas de dia curto inibe a floração. com suas peculiaridades.
Em períodos do ano que apresentam dias longos e noites curtas, ELEMENTOS CORES
a quantidade de fitocromo ativo é maior do que a de fitocromo inativo; FORA DE
PROPORÇÃO
FANTASIA

nesse período, a floração em plantas de dia longo é estimulada, e a flora-


ção em plantas de dia curto é inibida.
Nas estações com dias curtos e noites longas, a quantidade de
fitocromo ativo é menor do que a de inativo; dessa maneira, as plantas
Colonizadoras
de dia curto não têm a floração inibida (florescem) e as plantas de dia longo
Pioneiras
não têm estímulo para a floração (não florescem). No entanto, caso haja a
interrupção da escuridão em plantas de dia curto e noite longa, forma-se
mais fitocromo ativo e é inibida a floração.

Quantidade de
fitocromo ativo
Estação Tipo de planta Floração Clímax dinâmico
(atuante
Clímax
durante o dia)
Secundárias
Representação das etapas da sucessão ecológica.

Vernalização é a indução de germinação ou floração por tempera-


turas baixas. Isso é adaptativo para plantas de regiões de clima temperado,
com a primavera sucedendo o inverno rigoroso. Sem o estímulo da baixa
temperatura, muitas plantas não florescem ou não apresentam germinação
de suas sementes. A indução de sementes por baixas temperaturas pode
ser realizada artificialmente, permitindo o cultivo de plantas procedentes
de áreas de clima temperado em locais onde o inverno não é tão frio.
Aspectos envolvidos entre estações do ano, fitocromos e floração. Com isso, não só o cultivo torna-se possível, mas também é aumentada
a produtividade. É comum usar esse tipo de técnica com plantas de alho.
Fotoblastismo e vernalização
earl53/Morguefile

Fotoblastismo é o efeito da luz sobre a germinação de sementes.


Fotoblastismo positivo é a germinação de sementes estimuladas pela
luz; espécies que têm fotoblastismo negativo são as que apresentam a
germinação inibida pela luz. O fotoblastismo também está relacionado à
atuação de fitocromos. Essas duas modalidades têm grande importância
na adaptação de plantas a ambientes específicos. Em florestas densas,
chega pouca ou nenhuma luz ao solo; muitas das plantas apresentam
fotoblastismo negativo. Já em pradarias, as sementes de gramíneas ficam
expostas ao sol e se desenvolvem, pois têm fotoblastismo positivo. Assim,
caso uma floresta seja derrubada, ocorre inicialmente o desenvolvimento Planta de alho, típica de clima frio.
de gramíneas, cujas sementes germinam na presença de luz. Texto elaborado para fins didáticos.

138 BIOLOGIA Capítulo 20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo


Resumindo
Movimentos vegetais Há ainda o heliotropismo, que tem como exemplo o girassol.
Plantas apresentam três tipos fundamentais de movimentos Essa planta movimenta sua inflorescência acompanhando a
realizados ao longo do seu desenvolvimento. Esses movi- movimentação do Sol ao longo do dia.
mentos podem ser desencadeados por estímulos ambientais y Nastismo: também chamado de nastia, é um movimento
e permitem que o organismo se adapte de acordo com de- reversível que não envolve deslocamento e que não de-
terminada situação. Dentre os movimentos vegetais, podem pende da origem do estímulo. Podem ser descritas várias
ser citados: situações em que ocorre esse tipo de movimento, como:
y Tactismo: corresponde ao deslocamento do organismo – Fotonastismo: ocorre no processo de abertura e fecha-
(ou de alguma estrutura), de maneira irreversível, em que
mento dos estômatos, que envolve a disponibilidade de
estímulos externos causam e orientam o movimento. Pode
água no solo e a presença de claridade (independente-
ser realizado segundo estímulos diferentes, como o qui-
mente do local de fonte). Acontece também durante a
miotactismo, que depende de substâncias químicas para
movimentação das pétalas da flor onze-horas, que abre
ocorrer (caso do anterozoide que nada em direção à oos-
suas flores nas horas mais iluminadas do dia e as fecha
fera), e o fototactismo, quando o estímulo é a luz (caso de
quando a luz se torna mais fraca.
algas unicelulares que nadam em direção à luz).
y Tropismo: é um movimento irreversível, sem deslocamento, – Nictinastismo: tipo de movimento que envolve ciclos
que depende da origem do estímulo e que envolve o cres- de repetição diários; acontece durante a movimentação
cimento de uma estrutura. Há quatro tipos principais de das folhas de leguminosas, como o feijão. Elas ficam
tropismos, classificados em função do estímulo que desen- levantadas durante o dia e abaixadas durante a noite,
cadeia sua ocorrência. em decorrência do teor de água presente nos pulvinos
(estruturas com teor variável de água, localizadas abaixo
– Quimiotropismo: desencadeado por estímulo químico.
das folhas); quando as células da parte inferior dessa
Exemplos: raízes, que crescem em busca de água ou de
nutrientes minerais no solo; tubo polínico, que cresce até estrutura ganham água pela entrada de íons K+ (ficam
o óvulo. túrgidas) e provocam a elevação das folhas; ao perder
água, desencadeiam o abaixamento delas.
– Tigmotropismo: determinado por estímulos mecâni-
cos. Exemplos: trepadeira, estimulada pelo contato com – Tigmonastismo: movimento que ocorre longe do ponto
um suporte no qual enrola seu caule; gavinhas, que se de origem do estímulo. Como exemplo, pode ser citada
enrolam em um suporte, permitindo a sustentação da a planta conhecida como dormideira, ou sensitiva. Ela
planta. é dotada de folhas constituídas por vários folíolos, com
– Geotropismo: também é conhecido comogravitropis- pulvinos na base da folha e na base de cada um de
mo; se relaciona com o estímulo da gravidade sobre seus folíolos. Variações na turgescência dessas estruturas
as plantas. É determinado pela distribuição de auxina, permitem sua elevação ou seu abaixamento, sendo que
transportada do ápice do caule em direção ao ápice um grande abalo em um ramo da planta pode provocar
da raiz. Pode ser observado quando uma planta é co- o fechamento de vários folíolos. Este movimento tam-
locada para se desenvolver deitada. Pode ocorrer de bém pode ser estimulado pelo contato com animais, o
duas formas: que facilita sua captura. Pode ser observado em plantas
carnívoras como a Dionaea sp., que tem folhas com ca-
y Geotropismo positivo: observado nas raízes, que cres-
cem no mesmo sentido da gravidade. A concentração pacidade de abertura e de fechamento.
elevada de auxina inibe o crescimento, e a raiz cresce Fotoperiodismo
para baixo. Os seres vivos podem apresentar modificações diante das
y Geotropismo negativo: observado no caule, que tem mudanças das estações. O fotoperiodismo representa a
crescimento em sentido contrário ao da gravidade. A con- resposta fisiológica dos organismos a determinados fotope-
centração elevada de auxina estimula o crescimento, e o ríodos; para as plantas, um dos estímulos mais importantes
caule cresce para cima. nas mudanças das estações é a variação no fotoperíodo
– Fototropismo: ocorre com o estímulo luminoso. É determi- (quantidade de horas diárias de iluminação ao qual a planta
nado pelo fluxo de auxina no caule e na raiz. O hormônio está exposta):
se desloca no sentido contrário à presença de luz. Pode y Outono e inverno têm fotoperíodos curtos – dias curtos e
ocorrer de duas formas: noites longas.
y Fototropismo positivo: observado no caule, que cres- y Primavera e verão têm fotoperíodos longos – dias longos
ce em direção à luz, sendo que a curvatura formada e noites curtas.
é determinada pelo maior crescimento da parte não Em muitas plantas, a floração (processo que converte gemas
FRENTE 2

iluminada (onde a auxina acumula). em flores) é estimulada por fotoperíodos específicos, sendo
y Fototropismo negativo: observado na raiz, que cres- observados tipos de plantas diferentes em cada caso:
ce na direção oposta à luz, sendo que a curvatura y Plantas de dia longo (PDL): são estimuladas a florescer na
formada é determinada pelo maior crescimento da primavera ou no verão, quando os dias são mais longos.
parte iluminada. Exemplos: espinafre e cravo.

139
y Plantas de dia curto (PDC): são estimuladas a florescer Podem provocar alterações metabólicas que favorecem a for-
no outono ou no inverno, estações com dias mais curtos. mação de flores de acordo com o tipo de planta.
Exemplos: morango e café.
Quantidade de
y Plantas indiferentes: produzem flores em qualquer época fitocromo ativo Tipo de
do ano, independentemente do fotoperíodo. Exemplos: to- Estação Floração
(atuante durante planta
mateiro, milho e arroz. o dia)
Determinação do tipo de planta em relação à floração
Para determinar o tipo de planta em relação à floração (PDC
ou PDL), é realizado o seguinte experimento:
y  plantas de uma mesma espécie são expostas a fotope-
ríodos diferentes (cada uma ficará exposta à luminosidade
por um número de horas distinto, de 1 a ). Fotoperíodos
mais prolongados podem ser obtidos com iluminação arti- Atuação da escuridão como indutora de floração
ficial em condições experimentais. O estímulo para a floração é o tempo que a planta fica exposta
y Um grupo vai florescer, e o outro, não. à escuridão. Assim, as plantas podem ser:
y O valor do fotoperíodo crítico corresponde ao valor inicial
(em horas de iluminação) a partir do qual as plantas flo-
rescem. Seu valor só pode ser obtido experimentalmente;
isoladamente, não permite identificar o tipo de planta.
y A floração nas plantas do experimento acontecerá em situa-
ções distintas, permitindo a determinação do tipo de planta:
– floração ocorre no fotoperíodo crítico ou em fotoperíodos
menores = PDC;
– floração ocorre no fotoperíodo crítico e em fotoperíodos
de maior duração = PDL. A interrupção de períodos claros com momentos de ex-
posição ao escuro não ocasiona a quebra do estímulo de
Atuação de fitocromos na floração
floração nas plantas, mas a continuidade dos períodos
y Fitocromos: de escuro influencia a indução ao florescimento, dependendo
São pigmentos azulados (de natureza proteica) presentes em do tipo de planta:
pequenas quantidades nas plantas.
São estimulados pela luz vermelha, presente durante o dia. y Plantas de noite longa (PDC): floração depende de longos
períodos de escuro que não sejam interrompidos com cla-
Condição do fitocromo Período do dia ridade, mesmo que por alguns minutos.
y Plantas de noite curta (PDL): floração acontece mesmo
que o período de escuro seja interrompido com iluminação.

Quer saber mais?

Vídeos Bean Time-Lapse - 5 days e Spinach Time-Lapse - 4 days


Fototropismo Vídeos que apresentam o crescimento de plântulas, mos-
Vídeo que faz uma demonstração de como as plantas trando o geotropismo das raízes e o fototropismo do caule
respondem aos estímulos ambientais, considerando em plantas de feijão e espinafre. Disponíveis em: https://www.
os aspectos do fototropismo. Disponível em: https:// youtube.com/watch?v=w77zPAtVTuI e https://www.youtube.
www.youtube.com/watch?v=ipxAf8jqw4 (Acesso em: com/watch?v=sMK-BKUYMs (Acessos em:  mar. 222).
 mar. 222).

Exercícios complementares
1. UPF-RS 2016 (Adapt.) As plantas são capazes de reagir a estímulos ambientais, produzindo movimentos. Entre os
tipos de movimento, destacam-se os tropismos e os nastismos ou nastias. Considere as afirmativas abaixo sobre es-
ses tipos de movimento vegetal, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas.
Tropismos resultam do crescimento de uma planta, ou parte dela, em resposta a um estímulo externo e dependem
da posição do estímulo.
Nastismos ocorrem em resposta a um estímulo externo, mas o movimento independe da posição do fator estimulante.
As gavinhas das plantas que se enrolam em diversos tipos de suporte apresentam um tipo de tropismo denomi-
nado gravitropismo.
Como exemplo de nastismo, pode-se citar as folhas de Mimosa pudica (sensitiva ou dorme-dorme), que se fecham
quando são tocadas.
O crescimento diferencial de uma planta observado durante o fototropismo positivo resulta da ação do tormônio
giberelina sobre o alongamento celular.

140 BIOLOGIA Capítulo 20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo


A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V – V – F – F – V d) V – V – F – F – F
b) V – V – F – V – F e) F – F – V – V – F
c) F – F – V – F – V

2. UEL-PR Considere o esquema a seguir.


Luz
Caule

Raiz
Luz

Considere também as seguintes armações.


I. A auxina migra do lado iluminado para o não ilumi-
Disponível em: <http://www.angelobranco.com.br/015/01>.
nado, tanto no caule como na raiz. Acesso em: 0 de jan.016.
II. O caule passará a apresentar fototropismo posi-
A partir das informações, faça o que se pede.
tivo porque a maior concentração de auxina no
a) Como é denominado esse tipo de movimento das
lado não iluminado faz com que nele ocorra dis-
folhas da referida planta?
tensão celular.
b) Explique o mecanismo da resposta iônica que
III. A raiz passará a apresentar fototropismo negativo
provoca as alterações no turgor das células do
porque a maior concentração de auxina no lado
pulvino que levam ao fechamento dos folíolos.
não iluminado inibe nele a distensão celular.
É correto o que se arma em:
6. UFSJ-MG 2012 Os fenômenos biológicos são muitas
a) I, somente. d) II e III, somente.
vezes regulados pelo fotoperíodo, que é a variação
b) I e II, somente. e) I, II e III.
periódica entre a duração dos dias e das noites.
c) I e III, somente.
Dentre os fenômenos regulados pelo fotoperíodo, po-
de-se citar a floração das plantas, que, de acordo com
3. Uerj 2016 O padrão de movimentação das plantas é in-
a resposta, são divididas como plantas de dias longos,
fluenciado por diferentes estímulos, de natureza química
que florescem quando o fotoperíodo aumenta, e plan-
ou física. Considere as plantas como a dama-da-noite,
tas de dias curtos, que florescem com a redução do
que abrem suas flores apenas no período noturno.
fotoperíodo, além das neutras, que não são reguladas
Identique o tipo de movimento vegetal que promo-
pelo fotoperíodo. Observe o esquema dos experi-
ve a abertura noturna das ores da dama-da-noite e
mentos abaixo, em que as plantas hipotéticas A e B,
indique o estímulo responsável por esse movimento.
respectivamente plantas de dias longos e dias curtos,
Em relação às ores que se abrem à noite, apresente
foram submetidas a diferentes fotoperíodos.
duas características morfológicas típicas responsáveis
pela atração de polinizadores noturnos.

4. Udesc 2018 Complete as lacunas.


________ são hormônios vegetais relacionados à
regulação do crescimento das plantas. Quando estimu-
lados iniciam a síntese de enzimas que promovem o Noite curta Noite longa
amolecimento da parede celular, proporcionando mo-
vimentos vegetais como __________. Articialmente,
é possível produzir _________ por meio da aplicação
de ácido indolilacético diretamente nos ovários para se
obter uvas, melancias e tomates, sem sementes.
Assinale a alternativa que completa as lacunas do tex-
to, corretamente. Noite longa
a) Auxinas, hidrotopismo, frutos simples baga
b) Auxinas, geotropismo, frutos partenocárpicos
c) Etilenos, tigmotropismo, frutos simples drupa A partir da análise conjunta dos três experimentos, é
FRENTE 2

d) Giberelinas, geotropismo, frutos agregados CORRETO armar que


e) Etilenos, hidrotropismo, frutos partenocárpicos a) o fotoperíodo influencia somente a planta A.
b) a duração do dia é um fator mais determinante na
5. UFU-MG 2016 As folhas da planta Mimosa pudica, floração que a duração da noite.
popularmente conhecida como sensitiva ou dormi- c) a duração da noite é um fator mais determinante
deira, dobram-se rapidamente quando estimuladas na floração que a duração do dia.
mecanicamente, conforme ilustrado na figura a seguir. d) o fotoperíodo influencia somente a planta B.

141
7. UFPR 2017 Foi realizado um experimento para veri-
ficar a influência do fotoperíodo na floração de uma
espécie de planta. O grupo 1 foi submetido a um fo-
toperíodo em que o tempo de escuro era menor que Escuro Escuro
o período crítico para floração; o grupo , a um tempo
Escuro
de escuro maior que o crítico para floração; o grupo
3 foi submetido ao mesmo período de escuro que
o grupo , mas com uma breve exposição à luz no
meio do período escuro. Na figura estão representa-
dos os grupos e o resultado obtido nos grupos 1 e .
Com base nessas informações, responda:
a) Na situação , a planta floresce ou não?
b) Justifique sua resposta, considerando a ação dos
dois principais fitocromos reguladores do fotope-
ríodo nas plantas.

BNCC em foco
EM13CNT202, EM13CNT301 e EM13CNT303
1. a)
O girassol tem esse nome por acompanhar o movi-
mento do sol, mas o motivo por trás disso sempre intrigou b)
os cientistas. Um estudo publicado na revista Science por
uma equipe da Davis University of California revela alguns
dos segredos do movimento do girassol. E tem tudo a ver
com ritmo circadiano. Os girassóis começam o dia virados
de frente para o sol, no leste. Conforme as horas vão pas-
sando, a flor o acompanha até oeste. De noite elas giram EM13CNT202, EM13CNT301 e EM13CNT303
de volta para o leste, recomeçando o ciclo. O movimento 3.
tem um propósito bem específico [...]

EM13CNT202 e EM13CNT301
2.

a)

b)

BIOLOGIA
FRENTE 2 Luciano Queiroz/Shutterstock.com

CAPÍTULO Plantas e ambiente

21
As condições físicas e químicas nas diferentes regiões do planeta interferem
na biodiversidade de cada ambiente. Por isso, é possível constatar a ocorrência
de comunidades com populações de espécies vegetais ou animais restritas ou
comuns a determinadas regiões geográficas. Os ecossistemas inseridos em
padrões climáticos típicos e que exibem flora e fauna semelhantes são classificados
como biomas. Além da caracterização dos biomas, vale lembrar que, entre
diferentes ecossistemas, podem ser identificadas zonas de transição, que abrigam
comunidades semelhantes existentes nos ecossistemas adjacentes ou mesmo
espécies endêmicas. Essas regiões são classificadas como ecótonos.
Introdução seja, para as condições daquele ambiente naquele determi-
nado período evolutivo, a comunidade apresenta a máxima
Conceito de bioma biodiversidade e também a maior biomassa possíveis. No
estágio de clímax, a produtividade líquida tende a zero,
Classificar e separar coisas por tipos são atividades
isto é, toda a matéria orgânica gerada na fotossíntese é
intrínsecas do ser humano. Nesta frente, pudemos ver que
utilizada pelos membros da comunidade e isso contribui
os seres vivos, sempre que possível, foram classificados
para sua estabilidade.
em reinos, filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espé-
cies, de acordo com as características de sua morfologia,
Classificação de biomas e fatores abióticos
anatomia e genética. Isso ocorre com animais, plantas,
microrganismos e até vírus. De um ponto de vista mais Os biomas apresentam fatores abióticos que interagem
amplo, as espécies em conjunto são classificadas como com a comunidade do local e que atuam como agentes de
populações; e as populações de espécies distintas, como seleção natural, podendo permitir ou não a sobrevivência
comunidades. As comunidades, juntamente com os fatores e a reprodução de organismos de acordo com as condi-
abióticos do meio, constituem os ecossistemas. Assim, é ções físicas e químicas do meio. Entre os fatores abióticos
possível observar que determinadas comunidades podem destacam-se água, temperatura, luz (insolação), gás car-
bônico, gás oxigênio e nutrientes minerais. No solo, a
ocorrer em ambientes físicos particulares ou em regiões
decomposição de matéria orgânica é fundamental para a
geográficas típicas. Esses ambientes particulares corres-
disponibilização de sais minerais e compostos nitrogenados
pondem a biomas, os quais apresentam uma fitofisionomia
que podem ser empregados pelas plantas.
característica, ou seja, a composição da flora é restrita àque-
Os solos são formados sobre uma rocha matriz e cons-
le tipo de ambiente, intimamente relacionada aos padrões
tituídos por camadas horizontais (ou horizontes). Cada tipo
climáticos observados em determinadas regiões.
de solo tem um padrão de disposição dessas camadas,
A classificação dos grandes biomas terrestres partiu do
correspondendo ao chamado perfil do solo.
pressuposto de que os biomas seriam um conjunto de ecos-
sistemas similares, que se localizam em regiões geográficas CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
distintas, mas que apresentam padrões climáticos, fauna PROPORÇÃO

e flora semelhantes. Um bioma possui uma comunidade


biológica que atingiu o estágio de clímax. Horizonte O
Assim, biomas semelhantes podem estar presentes em (Matéria orgânica)
regiões distantes do planeta que apresentem clima similar. Horizonte A
Isso é possível porque há semelhança na composição de (Matéria orgânica e inorgânica)
Horizonte B
fauna e flora, o que não garante que as espécies sejam as
(Zona de acumulação)
mesmas. A semelhança entre as espécies se relaciona a
Horizonte C
processos como o de convergência adaptativa, que ocorre (Materiais provenientes da
ao longo da história evolutiva de espécies que ocupam rocha-mãe)
nichos e hábitats semelhantes e passam a apresentar ca- Rocha-mãe
raterísticas morfológicas e/ou fisiológicas similares. Essas
espécies descendem de ancestrais comuns que ocupavam Os horizontes do solo são genericamente divididos em O, A, B e C.
os mesmos nichos e hábitats e sofreram pressões seletivas
O horizonte O corresponde à camada superficial e é
semelhantes, que resultaram na convergência de caracte-
formado predominantemente por matéria orgânica e hú-
rísticas morfológicas e fisiológicas similares presentes nas
mus, constituído pela decomposição de plantas, animais
espécies atuais.
e excrementos. O húmus é fundamental para o solo, pois
Biomas e evolução fornece nutrientes minerais e dificulta a lixiviação, proces-
so de carregamento de nutrientes pela água. O horizonte
Durante a formação dos biomas, que estão em cons- A geralmente tem cor mais escura, decorrente da grande
tante transformação (em um equilíbrio dinâmico), e também quantidade de húmus. Apresenta minerais oriundos da de-
com a comparação entre biomas geograficamente próxi- composição da rocha. O horizonte B geralmente tem maior
mos, podem ser observados muitos conceitos de evolução. extensão e é constituído por rocha bastante desagregada;
Os processos de transformação dos biomas durante as eras nessa camada, são depositados materiais provenientes do
geológicas (que intercalaram muitos períodos glaciais com horizonte A. O horizonte C apoia-se na rocha-matriz e tem
períodos em que a temperatura era mais elevada) ocasio- grandes fragmentos da rocha, que foi pouco desagregada.
naram a seleção de espécies mais adaptadas e, muitas Há três tipos de partículas no solo: argila, silte e
vezes, o isolamento geográfico de outras. Fatores assim areia. As partículas de argila são as de menor tamanho,
contribuíram com os tipos de especiações, como as sim- e as de areia, de maior tamanho; as de silte têm tama-
pátrica e alopátrica. nho intermediário. Isso interfere na porosidade do solo e,
consequentemente, em sua permeabilidade. Solos argilo-
Sucessão ecológica em biomas sos são mais compactos e neles há menos espaços entre
Um bioma possui componentes abióticos e uma comu- as partículas; solos arenosos apresentam mais espaços
nidade biológica que se encontram no estágio de clímax, ou entre as partículas e são mais permeáveis. Solos menos

144 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


compactados permitem maior arejamento, com fornecimen- • Pradaria: predomínio de vegetação herbácea.
to de gás oxigênio para as raízes. • Savana: vegetação herbácea e vegetação arbórea,
Muitos fatores abióticos são fundamentais para a reali- ou seja, é constituída por árvores que apresentam
zação de fotossíntese, processo que requer gás carbônico, grande porte e têm ramos abundantes; nas savanas
luz, água, sais minerais e temperatura adequada. A fotos- as árvores são mais esparsas.
síntese, por sua vez, produz matéria orgânica a partir de • Florestas: vegetação arbórea, com outros tipos de plan-
matéria inorgânica: elevada atividade fotossintética significa tas associadas, como arbustos, trepadeiras, epífitas etc.
alta produtividade primária bruta e elevada biomassa. Em termos de biodiversidade, a taiga (floresta de co-
A fotossíntese é realizada pelos organismos produ- níferas) é a mais pobre, e as florestas pluviais são as
tores, que representam a base da cadeia alimentar dos mais ricas; a floresta caducifólia (o típico bosque euro-
ecossistemas. Assim, no estudo dos biomas, é necessário peu) tem biodiversidade intermediária.
conhecer as condições abióticas para entender a estrutura Dois fatores são essenciais para a determinação do
da comunidade que se desenvolve. perfil de uma comunidade vegetacional: a insolação e a
Os fatores abióticos locais são fortes determinantes da temperatura. Em baixas latitudes, ou seja, nas proximidades
sua fitofisionomia, mas fatores climáticos regionais também da linha do Equador, há alta insolação e elevada tempe-
interferem nas características de uma vegetação, fazendo ratura; em latitudes mais elevadas, há um decréscimo da
com que diferentes tipos de vegetação possam ser obser- insolação e da temperatura. A altitude também influencia
vados no planeta. o perfil fitofisionômico de uma área: com o aumento de
CORES ELEMENTOS altitude, a alteração do perfil fitofisionômico é semelhante
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO à do deslocamento de baixas para altas latitudes.
Outro fator fundamental na determinação da composição
da vegetação de uma região é a disponibilidade de água,
pois, de modo geral, o aumento da umidade no ambiente
permite o desenvolvimento de vegetação mais exuberante.
Considerando os fatores latitude e disponibilidade de
água conjuntamente, padrões globais podem ser definidos:
• Áreas situadas em baixas latitudes apresentam os
seguintes tipos de biomas, dos menos para os mais
úmidos: deserto, pradaria, savana e floresta pluvial.
• Áreas situadas em latitudes médias apresentam os
Variação da cobertura vegetal de acordo com a temperatura e a umidade.
A biodiversidade vegetal é maior em locais com maior insolação,
seguintes biomas, dos menos para os mais úmidos:
temperaturas mais elevadas e alta umidade. deserto, pradaria e floresta pluvial.
Em uma região montanhosa, com o aumento da alti-
Alguns padrões gerais na Terra tude, há declínio da temperatura, o que determina o tipo
A seguir são apresentadas características gerais da de vegetação com que se depara gradualmente quando
vegetação de biomas e, ao longo do capítulo, serão acres- se desloca da base para o topo das montanhas. Quan-
centados mais detalhes. do a altitude sofre elevação gradual, com diminuição das
• Tundra: predomínio de vegetação herbácea, constituí- temperaturas, pode-se notar um gradiente de vegetações:
da por plantas tenras e de pequeno porte, como é o floresta tropical (na base, sendo um local úmido e quente),
caso de gramíneas; há também vegetação arbustiva, floresta caducifólia (floresta temperada decídua), taiga,
formada por plantas de médio porte. tundra e pico com neve e gelo.

CORES ELEMENTOS
Pico coberto FANTASIA FORA DE
de neve PROPORÇÃO

Taiga Tundra
Altitude

Floresta
temperada
FRENTE 2

decídua
Floresta tropical

Gelo
polar
Equador Latitude Polo
Variação da cobertura vegetal de acordo com a latitude e a altitude. Há correspondência dos tipos de cobertura vegetal ao comparar o aumento de altitude e o
aumento de latitude.

145
Biomas do mundo
No geral, algumas formas principais de vegetação são consideradas: desertos, savanas, pradarias, matas e florestas.
Considerando esses tipos de vegetação, podem ser observados diferentes biomas, que são classificados de acordo com
a combinação dos inúmeros fatores bióticos e abióticos.
As classificações dos biomas são bastante diversificadas. Os principais tipos de biomas do planeta são: tundra, taiga (floresta
de coníferas, ou floresta boreal), pradarias, floresta pluvial (latifoliada), floresta caducifólia (ou decídua); savanas e desertos.

Biomas do mundo
0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

Trópico de Câncer
OCEANO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
PACÍFICO
Equador

OCEANO
ÍNDICO
Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

Círculo Polar Antártico


OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO N

0 3 800 km

Grandes biomas terrestres e sua distribuição no planeta.


Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 208. p. 6.

Tundra
A tundra tem como condições ambientais características

Calamityjohn | Dreamstime.com
as temperaturas bastante baixas, que se mantêm abaixo dos
níveis de congelamento durante quase todo o ano. Nas re-
giões em que esse bioma está presente, o verão é curto e
o inverno é longo. Durante o inverno, as noites são bastante
longas, com poucas horas de luminosidade diária.
Chuvas são menos frequentes na tundra do que em
desertos, mas o solo, extremamente pobre em nutrientes,
é altamente saturado de água, em função dos baixos níveis
de evaporação. Há a presença de permafrost, camada de
gelo impermeável no solo, que tem profundidade de quase
1 metro abaixo da superfície. Com raro degelo, formam-se
lagoas rasas, que servem como fonte de água.
Em condições ambientais estressantes, há predomínio
de vegetação herbácea, constituída por plantas tenras e de
porte muito reduzido, como é o caso de gramíneas, musgos
e liquens. Também pode haver vegetação arbustiva, formada
por plantas de pequeno porte, mas não há árvores.
Esse bioma está presente nas regiões Antártica, Ártica
e Alpina, situando-se entre as florestas boreais (taiga) e as Tundra: a vegetação de pequeno porte é uma das características do bioma.
calotas polares, onde somente se encontra gelo.
A fauna presente nesse ambiente aparentemente inóspito é predominantemente de animais nômades, que se alimentam
da vegetação no curto período do verão, quando a produtividade é um pouco maior; mamíferos, como lemingues, renas,
lebres-do-ártico, raposas-do-ártico, lobos, e aves, como a coruja-das-neves, entre outros animais, conseguem habitar e
sobreviver nesses ambientes realizando complexas interações com a vegetação.

146 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


O maior impacto que a tundra pode sofrer é a explora- Nos períodos secos, é comum a ocorrência de incên-
ção de petróleo, que pode destruir o permafrost e, assim, dios que, assim como as pastagens que também exercem
quebrar os ciclos desse delicado ambiente. pressões competitivas, impedem o crescimento de vege-
tação de maior porte.
Taiga O solo das pradarias é profundo, rico em nutrientes e
O clima da taiga, também denominada floresta de co- fértil. As queimadas contribuem para a manutenção das
níferas ou floresta boreal, é tipicamente frio; os invernos gramíneas, plantas que apresentam crescimento próximo
são rigorosos e longos. ao solo e que suportam a perda das folhas queimadas.
Em função das baixas temperaturas, as taxas de decom- As matas de galeria, com estrato arbóreo próximo a
posição do solo são muito baixas, com acúmulo de turfa e cursos d’água, também podem ser encontradas, mas o pre-
ácidos húmicos, o que faz com que os muitos nutrientes domínio é de vegetação herbácea, com rica biodiversidade
presentes no solo se tornem indisponíveis para as plantas. de gramíneas.
As baixas temperaturas e a acidez do solo permitem

© mbr555 | Dreamstime.com
que apenas espécies vegetais capazes de sobreviver a
essas condições permaneçam e culminem em uma pro-
dutividade bruta baixa.
A vegetação é formada por poucas espécies, pre-
dominantemente por gimnospermas coníferas, bastante
robustas e resistentes, e poucas angiospermas. As coní-
feras possuem folhas acículas, adaptadas à neve por não
armazenarem gelo em sua superfície. As folhas não caem
no inverno, mas, por causa das baixas temperaturas, é co-
mum a ocorrência de seca fisiológica.
Kristaga/Coleção Particular

Pradaria: predomínio de vegetação herbácea; vegetação de maior porte


pode ser encontrada junto de cursos d’água (mata ciliar).

Pradarias estão presentes em quase todos os continen-


tes, com maior ocorrência na América do Norte.
O solo rico em nutrientes favorece a permanência de
uma rica fauna de microrganismos decompositores, inver-
tebrados e vertebrados escavadores e pastadores.
Em virtude do solo profundo e fértil, as pradarias são
cobiçadas para a agricultura e a pecuária, o que pode levar
à arenização.

Florestas
Florestas são compostas de vegetação arbórea com
cobertura contínua. Outros tipos de plantas podem estar
associados, como arbustos, trepadeiras, epífitas etc. Em
Taiga: predomínio de gimnospermas. termos de biodiversidade, florestas de clima mais temperado,
como a taiga, são mais pobres, e florestas pluviais são mais
Esse tipo de bioma é encontrado amplamente na Amé- ricas; a floresta caducifólia (o típico bosque europeu) tem
rica do Norte, na Europa, na Ásia em regiões de latitudes biodiversidade intermediária.
menores que as da Tundra, e também pode ser observado
em latitudes menores, quando em altitudes elevadas, onde Floresta caducifólia (decídua)
o clima também é frio. As florestas decíduas são biomas de latitudes com
clima temperado, o qual apresenta as quatro estações
Pradaria bem definidas e umidade suficiente para a manutenção
FRENTE 2

As pradarias, também chamadas de pampas (na de árvores.


América do Sul) ou estepes (na Europa e na Ásia), estão O solo é profundo e rico em nutrientes. Em certas
em regiões que apresentam clima com características estações, as árvores perdem suas folhas, que, ao acumu-
intermediárias entre o de florestas temperadas e o de larem no solo, constituem uma fonte de matéria orgânica
desertos. O clima é sazonal, com duas estações bastante em abundância e que contribuem para a manutenção da
marcadas: períodos muito quentes e secos e outros muito umidade. A umidade do solo faz com que essas florestas
frios echuvosos. sejam menos propensas a incêndios.

147
diversificadas; muitas plantas têm folhas largas (latifolia-
© toriru | Dreamstime.com

das) e a maioria é perene – razão para a nomenclatura


dessas florestas. As árvores apresentam, frequentemente,
bases largas (com raízes tabulares) e longos troncos, que
podem alcançar muitos metros de altura. Vários níveis de
sub-bosques podem estar presentes e o gradiente de lu-
minosidade, crescente do solo à copa, faz com que plantas
epífitas e lianas (cipós) sejam abundantes a muitos metros
do chão. Dessa maneira, com a vegetação arbórea muito
desenvolvida e pouca luz atingindo o solo, plantas anuais
(como as típicas de plantações) são praticamente ausentes.

Floresta decídua: elevada variedade de espécies de angiospermas;


presença de gimnospermas, briófitas e pteridófitas. T

A abscisão é uma resposta ao fotoperíodo mais curto


do outono e constitui uma adaptação à diminuição de tem- R
peratura do inverno que se aproxima. Outra adaptação,
observada em muitas angiospermas, é a inversão do fluxo
de seiva orgânica, acumulada na raiz durante o inverno e
enviada para a parte aérea na primavera, o que contribui
CORES ELEMENTOS
para o desenvolvimento de folhas e de flores nessa estação. FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Na vegetação das florestas caducifólias, há predomínio
de árvores angiospermas, mas estão presentes também brió- Representação da estratificação de floresta pluvial.
fitas, pteridófitas e gimnospermas. O sub-bosque pode ser
desenvolvido principalmente durante a primavera. As florestas pluviais estão presentes nas regiões tro-
Esse tipo de floresta está presente na região oeste da picais do planeta, que se estendem em torno da linha do
Europa e no leste da América do Norte e da Ásia. Equador. Na África Equatorial, em regiões da Índia, do su-
A maior biodiversidade vegetal e as condições climá- deste da Ásia, do norte da América do Sul e da América
ticas mais amenas em períodos maiores do ano garantem Central, do leste da Indonésia e da Nova Guiné, do norte da
condições de sobrevivência para inúmeras espécies da Austrália e nas ilhas tropicais do Oceano Pacífico, podem
fauna, incluindo grandes mamíferos, como linces e ursos, ser observadas florestas pluviais. Uma das florestas mais
que, por serem carnívoros, requerem maior complexidade exuberantes desse tipo de bioma é a Floresta Amazônica,
da cadeia alimentar, com maior acúmulo de energia. que cobre países da América do Sul, principalmente o Brasil.
As árvores das florestas temperadas, entre elas as no- A grande diversidade na vegetação reflete em alta
gueiras e os carvalhos, têm crescimento bastante lento, e a riqueza de espécies animais, que estão intimamente rela-
exploração da sua madeira, atividade exercida nos últimos cionados com seu hábitat e apresentam forte endemismo.
séculos, ocasiona grande impacto para tais biomas.
Fanny Schertzer/Coleção Particular

Floresta pluvial perenifólia latifoliada


As florestas pluviais, como o nome sugere, estão loca-
lizadas em regiões com alta pluviosidade e clima quente.
São encontradas em baixas latitudes, próximas à linha do
Equador, o que faz com que as variações de temperatura
sejam muito pequenas durante o ano.
O solo dessas florestas é naturalmente pobre e pouco
espesso, mas é rico em húmus, proveniente da própria vege-
tação. As altas temperaturas e a grande umidade contribuem
para a decomposição da matéria orgânica que forma essa
camada de húmus.
As florestas pluviais possuem vários estratos de ve-
getação, como o arbóreo, o arbustivo, o herbáceo, com a
presença de epífitas e lianas. A vegetação é a mais biodiver-
sa do planeta e com arquitetura e morfologia extremamente Florestas pluviais são caracterizadas pela grande biodiversidade.

148 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


O desmatamento e as extrações ilegais de madeira ou Deserto
de animais silvestres, sem manejo adequado, são os maiores O clima típico dos desertos é determinado por altas
impactos que essas florestas sofrem. A retirada da cobertura temperaturas durante o dia e queda acentuada de tempe-
de vegetação ocasiona a interrupção do fluxo de nutrientes ratura à noite. Há baixa pluviosidade, com chuvas reduzidas
da floresta com o solo; com o tempo, o solo perde matéria e imprevisíveis, e há elevada insolação, determinando alto
orgânica, salientando sua pobreza de nutrientes, não tendo potencial de evaporação. Estão presentes em latitudes sub-
mais utilidade para a agricultura ou mesmo para a pecuária. tropicais, entre 3 e 35 graus, ou em regiões próximas a
montanhas, que impedem a chegada de ventos carregando
Savana umidade.
As savanas possuem climas levemente variáveis, em O solo desértico é exposto, apresenta pouca ou nenhu-
função de estarem presentes em latitudes intertropicais. ma matéria orgânica e é extremamente seco; a água pode
Como característica típica, apresentam notável sazonalidade se acumular em fendas ou sob rochas quando ocorrem as
de precipitações, com períodos chuvosos seguidos de seca esparsas chuvas.
intensa. Nos períodos secos, é frequente a ocorrência de A vegetação dominante consiste em poucos e esparsos
incêndios, que fazem parte das dinâmicas ecológicas des- arbustos e plantas suculentas. A vegetação é tipicamen-
se tipo de bioma. A extensa faixa espacial que as savanas te xeromórfica, isto é, adaptada à escassez de água. As
ocupam na Terra faz com que elas sejam influenciadas por plantas possuem cutícula espessa e impermeável, poucos
inúmeros fatores climáticos e regionais, que tornam esse estômatos, folhas convertidas em espinhos e água acumu-
bioma um dos mais heterogêneos do planeta. lada no parênquima aquífero. Há muitas plantas do grupo
Os solos, quando expostos à chuva, ficam sujeitos ao das crassuláceas (cactos) que abrem estômatos apenas à
processo de lixiviação. O lençol freático é profundo, e há noite; é comum a distribuição de estômatos em cavidades
espécies vegetais adaptadas à obtenção de água nos pe- denominadas criptas. O ciclo de vida de muitas plantas é
ríodos secos. curto, sendo restrito ao período de chuva.
A vegetação das savanas apresenta uma extensão

© paul moore | Dreamstime.com


quase contínua de gramíneas, com arbustos e árvores
bastante esparsos. As árvores são tortuosas e apresentam
grande porte e ramos abundantes. As plantas apresentam
adaptações ao fogo, com súber mais espesso nas árvores
(escleromorfismo) e parte subterrânea bastante desenvol-
vida, o que também permite acesso à água.
ProfessorX/Coleção Particular

Deserto: vegetação com adaptações à seca (xeromorfismo).

A fauna que habita desertos também é adaptada às


condições inóspitas do ambiente, apresentando fisiologia
e comportamento típicos que favorecem a obtenção de
Savana: vegetação com predomínio de gramíneas e de árvores tortuosas
esparsamente distribuídas.
água e alimento nessas condições. Costumam ter hábitos
noturnos ou mesmo ficar sazonalmente inativos, aguardan-
Savanas podem ser observadas na África Central, onde do condições propícias para sua sobrevivência.
está a comunidade mais diversificada e abundante de gran- Como extensos desertos, podem ser citados os desertos
des mamíferos pastadores e carnívoros do mundo. Está do Saara e do Kalahari na África, o Deserto do Atacama no
presente também na América do Sul, sendo localmente Chile, o Deserto de Chihuahua entre os Estados Unidos e o
FRENTE 2

chamada de Cerrado brasileiro. norte do México e o Deserto Australiano, no Hemisfério Sul.


As savanas fazem parte da história da humanidade, con- Desertos parecem ser ambientes inóspitos, mas são
siderando que os primeiros hominídeos partiram desse tipo ecossistemas muito frágeis, com pouca resistência a im-
de ambiente seguindo as migrações animais para a busca de pactos. Regiões de savana e de florestas tropicais correm
alimento. Hoje em dia, são exploradas para a produção sérios riscos de sofrer processos de desertificação. Desvios
de carvão, a partir de suas árvores, e para a produção agrícola, de cursos d’água e criação extensiva de grandes rebanhos
aproveitando suas terras. podem acarretar esse processo.

149
Biomas do Brasil O solo dessa floresta é extremamente pobre em
nutrientes, já carreados pela intensa pluviosidade que
O Brasil abrange grande parte da América do Sul,
a região apresenta. A manutenção da mata se deve ao
apresentando grande variação de latitude; sua geo-
acúmulo de espessa camada de matéria orgânica gerada
grafia dispõe de cadeias de montanhas e planícies em
pela própria floresta.
locais estratégicos; é um país de extensão continental, Na Floresta Amazônica são encontrados vários estra-
com grandes variações climáticas e geomorfológicas. tos, como o arbóreo, o arbustivo, o subarbustivo, as lianas
Da região mais ao norte, no estado de Roraima, até o e as epífitas. As árvores atingem dezenas de metros de
estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul, as varia- altura, e a densidade das copas do estrato superior mantém
ções de temperatura e pluviosidade são muito elevadas. microclimas únicos mais abaixo, protegendo o interior da
Tal heterogeneidade climática possibilita a presença de floresta do sol quente, típico da região equatorial.
tipos vegetacionais distintos e, entre eles, algumas zonas de

LecomteB/Coleção particular
transição. Em Biologia, consideramos que o Brasil apresenta
seis principais biomas terrestres: Floresta Amazônica, Mata
Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Pampas. Os Man-
guezais e as Matas dos Cocais podem ser considerados
áreas de transição – ecótonos – entre os biomas adjacentes
e, atualmente, a Mata de Araucárias é considerada um sub-
tipo vegetacional existente no bioma Mata Atlântica.

Biomas do Brasil
50º O

Equador

Floresta Amazônica: há maior retenção da luz pelo dossel das árvores,


dotadas de folhas largas (latifoliadas).

Assim, com clima e condições ambientais favoráveis, a


Floresta Amazônica e seus diversificados ambientes abri-
gam cerca de um terço da biodiversidade do planeta.
Grande parte dessa floresta está contida no Brasil,
mas Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia e Guiana
OCEANO
ATLÂNTICO Francesa também apresentam parte desse bioma. A Amazônia
brasileira está presente nos estados do Acre, do Amapá,
Trópico d
e Capric
órnio
do Amazonas, do Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, de
Roraima, de Tocantins e de uma porção do Maranhão.
Como principais impactos que essa floresta sofre estão
os constantes desmatamentos para a produção agrícola e
pastoril. O resultado da retirada da vegetação nativa signi-
fica a perda da fonte de nutrientes, assim o solo logo fica
Distribuição dos seis principais biomas brasileiros, considerando o pobre e inútil para plantações. Políticas nacionais se fazem
Manguezal e a Mata dos Cocais como ecossistemas de transição entre
os biomas limítrofes, e a Mata de Araucárias, um subtipo vegetacional do
cada vez mais necessárias para defender esse bioma tão
bioma Mata Atlântica. rico e ainda tão desconhecido pela ciência.
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 208. p. 0. Mata Atlântica
A Mata Atlântica é uma modalidade de floresta pluvial
Floresta Amazônica que tinha como área original boa parte do litoral brasileiro
É um tipo de floresta pluvial latifoliada, presente em área (com faixa de largura variável) e vastas áreas interioranas,
de clima quente e úmido. Possui a maior bacia hidrográfi- que iam do Rio Grande do Sul até o Piauí; abrange várias
ca do mundo, a bacia do rio Amazonas, que, por causa de bacias hidrográficas brasileiras, como a dos rios Paraná,
pulsos de inundações sazonais, favorece a ocorrência de Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Fran-
alterações drásticas no ambiente. Essas alterações promo- cisco. Esse bioma apresenta diferentes relevos, paisagens
vem a diversificação de espécies, que foram selecionadas ao e características climáticas, o que o faz possuir uma grande
longo do tempo evolutivo de acordo com a resistência a elas. biodiversidade, sendo muitas de suas espécies endêmicas.
Apesar de se pensar que a Floresta Amazônica seja Sua vegetação é um conjunto de formações florestais
um contínuo de florestas, há grande heterogeneidade de que, nas regiões litorâneas, em função da proximidade
ambientes, com regiões de florestas de terra firme (não com o oceano, recebem grande umidade e chuvas. Assim
alagadas) e áreas alagadas de modo permanente (florestas como na Amazônia, há grande estratificação vertical, com
de igapós) ou periodicamente (florestas de várzeas). árvores de grande porte até herbáceas. Muitas epífitas e

150 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


lianas se aproveitam da umidade do ar e assim proliferam A fauna desse ecossistema é extremamente rica, com
em abundância. Esse tipo de floresta apresenta regiões de muitas espécies endêmicas e raras.
transição com manguezais, Mata de Araucárias e alguns Conforme mencionado anteriormente, essas matas
biomas brasileiros como Cerrado, Caatinga e Pampas. fazem parte do complexo conjunto de tipos de florestas
da Mata Atlântica e também foram muito devastadas pela

Abrivio/Coleção particular
ocupação humana, sendo que sua distribuição original in-
cluía áreas do Rio Grande do Sul até o sul de Minas Gerais,
e hoje elas restringem-se praticamente a poucas manchas
no Sul e no Sudeste do país.

Cerrado
O Cerrado corresponde a uma modalidade de savana,
chamada de savana brasileira. O clima é típico intertropical,
com verão chuvoso e inverno bastante seco, o que favore-
ce a ocorrência de incêndios frequentes.
Os incêndios acabam expondo a superfície do solo,
e a estação chuvosa, que vem logo em seguida, atua no
processo de lixiviação. A água da chuva infiltra-se no solo,
que é predominantemente arenoso, abastecendo o lençol
freático e carregando partículas.
O solo é pobre, com pequenas taxas de matéria orgâ-
nica dificilmente decomposta nos períodos extremamente
Mata Atlântica: vegetação disposta em estratos, entre os quais há lianas secos. Além disso, é ácido, em decorrência de grande
eepífitas. quantidade de ferro e alumínio. A correção da acidez do
solo do Cerrado para o aproveitamento agrícola é feita com
Em decorrência de queimadas e da ocupação hu-
o emprego de calcário (processo denominado calagem) e
mana, restaram cerca de 7% da cobertura original desse
adubos orgânicos ou fertilizantes químicos.
ecossistema no país. Com sua destruição, muitas espécies,
O Cerrado pode apresentar diversos tipos de estrutura
endêmicas ou não, foram extintas.
de vegetação, desde afloramentos rochosos, predomínio
de gramíneas, vegetação arbustiva esparsa, pequenas e
Mata de Araucárias
grandes árvores e até mesmo matas de galeria (matas ci-
Com clima mais frio, típico do Sul do país, as matas de liares, próximas a corpos d’água). A grande diferença das
araucárias são consideradas um subtipo vegetacional árvores do Cerrado em relação às de outras florestas é que
do bioma Mata Atlântica. Trata-se de florestas com menor muitas delas têm cascas grossas, ramos bastante retorcidos,
biodiversidade do que as típicas florestas pluviais. Recebem parte subterrânea desenvolvida (uma adaptação ao lençol
chuvas durante todo o ano, mas a temperatura é bastante bastante profundo), folhas com revestimento espesso (são
variável, com estações bem marcadas anualmente. coriáceas) e gemas recobertas por pelos.
Esse tipo de mata apresenta como composição vegeta-
cional várias espécies, mas sua espécie mais emblemática

Pedro Moraes/iStockphoto.com
é o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).
Claudio Kayatt/Shutterstock.com

Cerrado: há vegetação herbácea, com arbustos e árvores esparsos; essas


FRENTE 2

plantas têm ramos retorcidos e apresentam casca grossa.

O Cerrado se estende pela área central do país, abran-


gendo os estados de Minas Gerais, de Goiás, de Tocantins,
da Bahia, do Maranhão, do Mato Grosso, do Mato Grosso do
Sul, do Piauí e do Distrito Federal. Esse bioma apresen-
Mata de Araucárias: predomínio do pinheiro-do-paraná, com presença de ta regiões de transição com a Mata Atlântica, a Floresta
angiospermas e pteridófitas. Amazônica, a Caatinga e o Pantanal.

151
A savana brasileira apresenta grande diversidade de Os solos da Caatinga são pouco lixiviados, pedregosos
espécies, muitas delas endêmicas e adaptadas às con- e relativamente ricos em nutrientes, mas, em função da
dições climáticas particulares desse bioma. No Cerrado, escassez de água, são pouco aproveitados.
são observadas espécies ameaçadas de extinção, como O bioma pode ser dividido em duas macrorregiões com
o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e o lobo-guará. clima e vegetação relativamente diferentes: o agreste e o
Impactos causados pela expansão urbana e princi- sertão. O agreste está localizado mais próximo ao litoral
palmente pelo desmatamento para agricultura, pecuária e e com maior umidade; assemelha-se a uma floresta, mas
mineração (para a extração de ferro) nas regiões de Cerra- com menor exuberância do que a da Mata Atlântica, por
do são causas de destruição dos hábitats dessas espécies exemplo. O sertão é mais interno no continente e tem como
e de desequilíbrio desse ecossistema tão biodiverso. característica o clima extremamente seco e a vegetação
esparsa e xeromórfica. Próximo às serras, onde há maior
Pampa umidade em decorrência do acúmulo de nuvens de chuva,
Os Pampas gaúchos estão contidos na região Sul há ainda regiões alagadiças, chamadas de brejos ou brejos
do país, principalmente no Rio Grande do Sul, e podem de altitude; são ilhas de umidade que, em função do solo
ser considerados um exemplo de pradaria. O clima é fértil, apresentam maior produtividade.
temperado, as chuvas são distribuídas regularmente ao A vegetação da Caatinga, portanto, apresenta estratos
longo do ano e as baixas temperaturas reduzem os níveis arbóreo, arbustivo e herbáceo. Há xeromorfismo, ou seja,
de evaporação. as plantas apresentam adaptações ao clima seco, com
As condições climáticas não favorecem o crescimento escassez de água. Muitas plantas armazenam água
de árvores; assim, os pampas têm predomínio de vegetação em parênquimas aquíferos desenvolvidos; as folhas têm
herbácea, apresentando também locais com matas de gale- forma de espinhos ou, em alguns casos, são inexistentes;
ria próximas a corpos d’água. O relevo predominantemente a cutícula é impermeável, e os estômatos, localizados em
plano determina a presença de gramíneas com arbustos criptas; há crassuláceas que só abrem estômatos à noite.
espalhados nas áreas mais planas, enquanto nas áreas de Outras plantas apresentam raízes superficiais ao solo, o que
encosta a vegetação é mais diversificada. as permite absorver o máximo das chuvas.

JeffersonCapuxu/Coleção particular
alex rodrigo brondani/Shutterstock.com

Pampa gaúcho: predomínio de vegetação herbácea com arbustos esparsos.

Nas áreas de baixada são formados alagados que fa-


vorecem a presença de rica comunidade de aves, incluindo
garças e marrecos, além de lontras, capivaras e onças.
Caatinga: cutícula impermeável e folhas em forma de espinhos são algumas
Bombeamentos da água desses banhados e o uso das das características da vegetação xeromórfica.
pastagens para pecuária são impactos que podem dese-
quilibrar seriamente esses ecossistemas. A Caatinga abrange os estados do Ceará, do Rio Grande
do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Sergipe, de Alagoas,
Caatinga da Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais.
A Caatinga é um bioma distribuído em estados do Na Caatinga, apesar do clima árido, a fauna é bastan-
Nordeste brasileiro com clima semiárido caracterizado por te diversa e adaptada a essas condições. Nesse bioma,
temperaturas elevadas. O verão é a estação mais seca, e vivem espécies como o sapo-cururu, a asa-branca, cotias,
o inverno é a estação chuvosa; no entanto, a região pode preás, gambás, veados-catingueiros, tatupebas, alguns
apresentar períodos secos muito prolongados. As chuvas, primatas etc.
quando ocorrem, são torrenciais. Por causa do clima sazo- A sazonalidade faz com que a fauna, incluindo a popula-
nal e imprevisível, há rios intermitentes, que podem secar ção humana, acompanhe a disponibilidade de alimento, que
totalmente por longos períodos e, com a estação chuvosa, é oferecido pela vegetação com fartura nos períodos chu-
podem transbordar. vosos, mas permanece escasso durante boa parte do ano.

152 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


A forte exploração extrativista da vegetação vem sendo Como atividade principal exercida na região, está a pe-
uma importante forma de impacto, que gera como conse- cuária, que faz parte da tradição pantaneira, juntamente com
quência o desequilíbrio desse ecossistema e a destruição de a pesca de subsistência, principal fonte de proteína da popu-
hábitats para a fauna. Muitos estudos indicam que a Caatinga lação. Outras atividades, como o turismo ecológico e a pesca
brasileira é um dos ecossistemas mais degradados do país. esportiva, movimentam a economia regional, alavancando
novas possibilidades além do extrativismo e da pecuária.
Pantanal
O Pantanal é uma grande planície inundável, com clima Zonas de transição
quente e úmido e quedas pouco expressivas de temperatu- Consideradas ecótonos, as áreas de transição são regiões
ra no inverno. A umidade é constante, mesmo nos períodos adjacentes a dois ou mais ecossistemas que compartilham
em que não há chuva, devido ao acúmulo de água no solo espécies e apresentam condições abióticas características
durante o período em que ele ficou coberto de água. A que possibilitam a presença de espécies endêmicas.
maior parte dos solos do Pantanal é arenosa, com nutrientes
depositados superficialmente a cada ciclo de inundação. Manguezal
No período das chuvas, ocorre o transbordamento dos O Brasil apresenta cerca de oito mil quilômetros de costa
rios, que alagam grande parte do bioma (cerca de dois com o Oceano Atlântico, a qual se estende por uma ampla
terços). Na seca, são mantidas lagoas por algum tempo. No faixa latitudinal. Isso resulta em uma heterogeneidade de am-
entanto, para entender a dinâmica das águas no Pantanal, bientes costeiros que abrangem desde restingas (formação
é importante que não só a planície alagável mas também a de vegetação rasteira que cresce na areia e que divide as
bacia hidrográfica como um todo sejam levadas em conta. praias do restante do continente) até os manguezais.
As cheias periódicas, que resultam no equilíbrio dinâmico Os manguezais litorâneos encontram-se nas terras pró-
e em todos os processos ecológicos do Pantanal, são de- ximas dos estuários, onde os rios desembocam no mar. São
terminadas pelos eventos que ocorrem nas partes altas da considerados um ecossistema de transição (ecótono) entre
bacia hidrográfica. O rio que corta o Pantanal é o Paraguai; os ambientes terrestre e marinho. Durante a maré alta, o
ele e seus afluentes servem de base para tal equilíbrio. mar invade o rio, dificultando seu fluxo; a água invade as
No Pantanal, há uma heterogeneidade espacial e tem- terras próximas ao rio, e o solo fica encoberto; com a maré
poral de vegetação, com áreas de transição com o Cerrado, baixa, a água retorna ao leito do rio e o solo volta a ficar
com a Caatinga, com a Floresta Amazônica e com diversos exposto ao ar.
campos. Assim, a vegetação é caracterizada de acordo com Os pulsos diários ocasionam a deposição de material
a altitude (que influencia no alagamento). Extensas áreas particulado da água do rio no solo adjacente, que é rico em
de campos com gramíneas são interrompidas por capões matéria orgânica; mas a abundância em matéria orgânica
(ilhas de vegetação florestal com características de Cerrado) favorece a atividade de bactérias aeróbias decomposito-
e pelas matas de galeria, que se mantêm em locais mais ras que consomem o oxigênio disponível. Assim, bactérias
altos e secos durante o extravasamento de água dos rios. anaeróbias também estão presentes, produzindo enxofre.
Isso resulta em um solo mole, rico em matéria orgânica
Torsten Karock/iStockphoto.com

em decomposição, pobre em oxigênio e relativamente ácido.


As condições físicas e químicas existentes limitam os
seres vivos que habitam os manguezais. Há plantas adap-
tadas a essas condições que dispersam seus propágulos
por hidrocoria, e apresentam ramos caulinares de escora
e raízes respiratórias (pneumatóforos).

Ulf Mehlig/Coleção particular

Pantanal: as planícies inundadas e a presença de diversas áreas de transição


com outros biomas são algumas de suas características marcantes.

A vegetação aquática também é muito importante, pois


dá suporte à fauna, proporcionando proteção, abrigo e ali-
mento. Como adaptação, as plantas apresentam fisiologia
FRENTE 2

que suporta o alagamento periódico e, no caso das plantas


aquáticas, apresentam adaptações, como aerênquima, es-
tômatos na face superior das folhas, entre outras.
O bioma pantaneiro está situado no sul do estado do
Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul; possui
uma imensa biodiversidade de espécies com densidade Manguezais: “berçários” da vida marinha; apresentam plantas com raízes
muito elevada. respiratórias e ramos caulinares de escora.

153
Um fator importante que limita o desenvolvimento da

Rafael Drake/Wikimedia Commons


vegetação nos manguezais é a temperatura. Na região
Norte, as árvores podem alcançar até trinta metros; já
na região Sul, elas apresentam altura reduzida. Assim,
mesmo estando sob influência constante do mar, as di-
ferenças de latitude influenciam fortemente esse tipo
de ecossistema.
O Manguezal é um “berçário” da vida marinha, pois
muitas espécies oceânicas se reproduzem nessa região;
os descendentes gerados encontram abrigo e alimento Mata dos Cocais: predomínio de estipes, como a carnaúba, o buriti e o babaçu.
nesse ambiente, que é estruturalmente mais protegido, já
que os ramos das árvores formam complexos emaranhados. Esse ecossistema está presente nos estados do Mara-
Jacarés, guarás e muitas espécies de aves e crustáceos são nhão, do Piauí, do Pará e no norte do Tocantins.
alguns dos animais que vivem nesse ambiente. A fauna é diversa, e a comunidade está em processo
A exploração de manguezais, como a retirada de ca- de recuperação, já que a região sofreu fortes impactos com
ranguejos, é realizada como parte da cultura dos caiçaras exploração indevida de minérios e madeira e com aumento
(pessoas que vivem em regiões litorâneas). A importância populacional, ocasionando maior fragilidade do ecossistema.
econômica e social desse ecossistema é muito grande. A
urbanização das áreas litorâneas, a poluição das águas e as Biomas e aspectos ecológicos
alterações nos pulsos de inundação de rios são as grandes Em um bioma, em razão da grande complexidade e
ameaças ao Manguezal. elevada biodiversidade que pode apresentar, podem ser
observadas relações inter e intraespecíficas, muitas vezes
Mata dos Cocais essenciais para que o bioma em questão se mantenha ínte-
As chamadas Matas dos Cocais compreendem uma gro e funcional. A quebra dessas relações pode acarretar
região de transição entre os biomas da Floresta Amazô- desequilíbrios ecológicos sérios, que desestabilizam a
nica, do Cerrado e da Caatinga. O clima é relativamente rede formada pelos seres vivos daquele local. Isso é no-
mais úmido do que nas áreas de Caatinga, apresentando tado quando um ecossistema constituinte de determinado
maior umidade à medida que avança para o oeste, onde bioma sofre impactos: espécies nativas são extintas, espé-
está a floresta. cies exóticas são introduzidas, o meio físico é afetado por
O solo desse bioma é rico em minérios e com boa poluição ou erosão, e também quando a área de vida das
reserva de nutrientes. espécies é reduzida. Fatores como esses ocasionam a que-
A Mata dos Cocais recebeu esse nome em função bra das teias alimentares e subsequente ruptura dos fluxos
da grande diversidade de palmeiras que possui, entre de energia e biomassa. Assim, toda intervenção humana
elas o buriti, a carnaúba, o açaí e o babaçu. O estrato em qualquer área, seja ela urbana ou rural, deve ser feita
arbóreo contínuo, com vegetação mais exuberante, pode com planejamento e, acima de tudo, com a consciência de
ser observado à medida que se aproxima das formações que todos os seres vivos estão interligados e dependem
florestais amazônicas. uns dos outros, incluindo o ser humano.

Revisando

1. Conceitue bioma em termos ecológicos.

2. Caracterize a comunidade dos biomas em relação à biodiversidade, à biomassa e à produtividade primária líquida.

154 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


3. Cite os principais fatores abióticos de um bioma. Qual é a relação entre decomposição e fatores abióticos?

4. Caracterize os horizontes que compõem o solo.

5. De que maneira a fotossíntese contribui para estabelecer o perfil de um bioma?

6. Relacione temperatura e insolação com latitude.

7. Relacione altitude com temperatura.

8. Considerando baixas latitudes, indique os tipos de biomas encontrados com o gradual aumento de disponibilidade de água.

9. Considerando latitudes médias, indique os tipos de biomas encontrados com o gradual aumento de disponibilidade
de água.
FRENTE 2

155
10. Cite os tipos de vegetação encontrados em uma montanha quando se desloca da base para o ápice.

Para as questões de 11 a 17, considere os biomas: tundra, taiga (oresta de coníferas, ou oresta boreal), pradaria,
oresta caducifólia (ou decídua), oresta pluvial (latifoliada), savana e deserto. Caracterize os biomas citados em
relação aos aspectos principais de clima, solo e vegetação.

11. Tundra:

12. Taiga:

13. Pradaria:

14. Floresta caducifólia:

15. Floresta pluvial:

16. Savana:

17. Deserto:

156 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


18. Cite adaptações de plantas às condições do Manguezal.

19. Por que os manguezais são considerados “berçários” da vida marinha?

20. Quais são os estratos presentes nas florestas pluviais?

21. Quais são as três faixas da Floresta Amazônica em relação à inundação?

22. Caracterize a vegetação do Cerrado.

23. Cite aspectos da vegetação da Caatinga.

Exercícios propostos

1. UFRGS O bioma caracterizado como campos cer- O fogo, que ocorre naturalmente nesse tipo de bio-
rados ocupa, aproximadamente, 25% do território ma, provoca inibição das orações.
nacional e vem sendo estudado por muitos pesqui- Alguns representantes característicos da fauna do
sadores brasileiros. Assinale com V (verdadeiro) ou cerrado são a ema, a anta, o lobo-guará, o tucano e
F (falso) as afirmações que seguem, referentes a o veado-campeiro.
esse bioma.
FRENTE 2

O aspecto xeromórco apresentado pelas plantas A sequência correta de preenchimento, de cima para
é causado pela escassez de água. baixo, é:
A vegetação é composta de árvores e arbustos de a) F – F – V – V – F
pequeno porte, que apresentam caules retorcidos b) F – V – V – F – V
e com casca grossa. c) V – F – F – V – V
Os solos são ácidos, pobres em nutrientes minerais d) V – F – V – F – F
e ricos em alumínio. e) F – V – F – V – V

157
2. UPF-RS 2019 Ecótonos são áreas de transição am- b) Um terço do total da área desmatada corres-
biental, onde comunidades ecológicas diferentes ponde ao bioma característico de savana, com
entram em contato. Nessas áreas, geralmente, floresta estacional e campo, e elevado potencial
a) há pequena biodiversidade, devido à competição aquífero que favorece a biodiversidade.
entre as espécies das diferentes comunidades c) O bioma com maior área de desmatamento é ex-
ecológicas em contato. clusivamente brasileiro, sendo o mais fragilizado
b) ocorre hibridação entre espécies das diferentes em razão de sua grande biodiversidade, que in-
comunidades ecológicas em contato, levando ao clui vegetação típica de floresta tropical.
surgimento de espécies novas. d) Dois terços da área desmatada representam o
c) são encontradas somente espécies endêmicas, bioma com grande reserva de madeira tropical,
especificamente adaptadas às condições de tran- vegetação rica em espécies de plantas suculen-
sição ambiental. tas e com espinhos, e fonte de riqueza natural.
d) não ocorre o processo de sucessão ecológica,
pois todas as espécies estão em declínio. 4. Fuvest-SP Qual das alternativas indica corretamente o
e) há grande biodiversidade, podendo ser encon- tipo de bioma que prevalece nas regiões assinaladas?
trados organismos pertencentes às diferentes
comunidades ecológicas em contato.

3. Unicamp-SP 2021 O primeiro relatório do desmatamen-


to no Brasil, publicado pelo MapBiomas, apresentou dados IV V
preocupantes sobre a situação no ano de 2019. Foram cor-
tados cerca de 12 000 km2 de vegetação nativa no país. I
Após sobreposição com bases de dados oficiais, constatou-
-se que 99,5% da área de desmatamento detectada pelos III
alertas apresentaram irregularidades que incluem desde a
II
localização em áreas protegidas ou com restrição legal até
a ausência de autorização para supressão da vegetação.
(Adaptado de Relatório anual do desmatamento no Brasil 2019.
São Paulo, SP, MapBiomas, 2020.)
a) Floresta tropical em I, III e IV.
O mapa a seguir representa os biomas brasileiros. As
b) Floresta tropical em I, III e V.
barras indicam as respectivas áreas desmatadas no
c) Savana em I, III e IV.
ano de 2019, conforme o relatório.
d) Savana em II, III e IV.
e) Savana em II, IV e V.

5. UFPI Considere o texto a seguir.


São encontrados(as) desde o Amapá até Santa
Catarina, nos estuários de vários rios, apresentando
solos alagados e instáveis, ricos em matéria orgânica
e pouco oxigenados e são áreas de reprodução de
diversas espécies marinhas.
O texto refere-se:
a) às florestas tropicais.
b) às florestas temperadas.
c) aos cerrados.
d) aos manguezais.
e) às Matas de Araucária.

6. Fuvest-SP 2019 A tabela lista características bióticas


e abióticas associadas a alguns biomas brasileiros.
Tipo de vegetação Volume de Zona
Bioma
predominante chuvas climática

,
São Paulo, v. 292, p. 73-75, jun. 2020.)

Considerando os conhecimentos sobre os biomas bra-


sileiros e as informações fornecidas, é correto armar:
a) O bioma com menor área de desmatamento apre-
senta planície aluvial e é influenciado por rios que
alagam a região, processo fundamental para a
abundância de nutrientes no solo.

158 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


Escolha a alternativa que lista os biomas corretos, na de ser ilegal, degrada a vegetação e o solo. O IBAMA
ordem em que aparecem nas linhas da tabela (I a IV). fiscaliza queimadas principalmente no Centro-Oeste e
a) I-Floresta Amazônica; II-Cerrado; III-Mata Atlântica; na Amazônia.
IV-Caatinga. Campos ardentes. Correio do Povo. 7 ago. 2016.

b) I-Floresta Amazônica; II-Pampas; III-Mata Atlântica; A coluna da esquerda, abaixo, lista dois biomas que
IV-Cerrado. ocorrem nessas regiões scalizadas; a da direita,
c) I-Mata Atlântica; II-Cerrado; III-Floresta Amazônica; características que os distinguem. Associe adequada-
IV-Caatinga. mente a coluna da direita à da esquerda.
d) I-Mata Atlântica; II-Pampas; III-Floresta Amazônica;
IV-Cerrado. 1. Amazônia Vegetação arbórea esparsa
e) I-Pampas; II-Mata Atlântica; III-Cerrado; IV-Floresta 2. Cerrado com raízes profundas.
Amazônica. Árvores e arbustos com cascas
grossas.
7. UFRGS A figura a seguir representa gráficos climá- Vegetação arbórea densa dis-
ticos que relacionam a temperatura média anual e a posta em diferentes estratos.
precipitação média anual dos principais biomas ter- Predomínio de gramíneas reco-
restres, numerados de 1 a 6. brindo o solo.
Árvores altas com raízes tabu-
Temperatura média anual (°C)

+32
lares.
A sequência correta, de cima para baixo, é
+16 a)  –  –  –  – . d)  –  –  –  – .
b)  –  –  –  – . e)  –  –  –  – .
0 c)  –  –  –  – .

10. UFC-CE A vegetação do ecossistema manguezal do rio


−16
0 1.000 2.000 3.000 4.000 Cocó está ficando seca, [...] as árvores predominantes,
Precipitação média anual com altura entre 10 e 12 metros, estão perdendo a folha-
E. P. Odum. Ecologia. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 1988. (Adapt.) gem e a tendência é que morram [...] a causa principal
da situação degradante é a própria existência da avenida
Os biomas assinalados com os números 3 e 6 corres- [...] que intercepta as trocas laterais do mangue, cuja di-
pondem, respectivamente, a: nâmica é imposta pela ação das marés.
Jornal O Povo, 22 ago. 2003.
a) campo e taiga.
b) floresta tropical e deserto. A partir da leitura do texto, analise as assertivas adian-
c) deserto e tundra. te e, a seguir, assinale a alternativa correta.
d) taiga e floresta decídua temperada. I. As marés, quando entram no estuário, fornecem
e) tundra e floresta tropical. os nutrientes que alimentam o manguezal.
II. A perda da folhagem não influenciará a diversidade
8. Enem 2016 Em uma aula de biologia sobre forma- das espécies animais ocorrentes no mangue.
ção vegetal brasileira, a professora destacou que, em
uma região, a flora convive com condições ambientais III. As espécies vegetais com raízes aéreas não são
curiosas. As características dessas plantas não estão afetadas pela interrupção do fluxo das marés.
relacionadas com a falta de água, mas com as condi- a) Somente I é verdadeira.
ções do solo, que é pobre em sais minerais, ácido e b) Somente II é verdadeira.
rico em alumínio. Além disso, essas plantas possuem c) Somente I e II são verdadeiras.
adaptações ao fogo. As características adaptativas d) Somente I e III são verdadeiras.
das plantas que correspondem à região destacada e) Somente II e III são verdadeiras.
pela professora são:
a) Raízes escoras e respiratórias. 11. Fuvest-SP 2018 Muitas plantas adaptadas a ambien-
b) Raízes tabulares e folhas largas. tes terrestres secos e com alta intensidade luminosa
c) Casca grossa e galhos retorcidos. apresentam folhas
d) Raízes aéreas e perpendiculares ao solo. a) pequenas com estômatos concentrados na parte
e) Folhas reduzidas ou modificadas em espinhos. inferior, muitos tricomas claros, cutícula imper-
FRENTE 2

meável e parênquima aquífero.


9. UFRGS 2017 (Adapt.) Segundo dados do Instituto b) grandes com estômatos concentrados na parte
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as queimadas inferior, poucos tricomas claros, cutícula imper-
constatadas em julho de 2016 saltaram de 104 para 864, meável e parênquima aerífero.
ano em que as geadas secaram os pastos antes do previsto. c) pequenas com estômatos concentrados na parte
O uso do fogo, no manejo de propriedades rurais, gera superior, ausência de tricomas, cera sobre a epi-
polêmicas, e técnicos advertem que essa prática, além derme foliar e parênquima aquífero.

159
d) grandes com estômatos igualmente distribuídos em Considerando as informações fornecidas e seu co-
ambas as partes, ausência de tricomas, ausência de nhecimento sobre os biomas, é correto armar que
cera sobre a epiderme foliar e parênquima aerífero. a) a pluviosidade sobre os rios da bacia do rio Paraguai
e) pequenas com estômatos concentrados na parte é determinante para as inundações do Pantanal, um
superior, muitos tricomas claros, cera sobre a epi- bioma com misto de vegetações de floresta, cer-
derme foliar e parênquima aerífero. rado e campo. A produtividade primária do bioma,
devido à conversão de luz solar em energia e bio-
12. Unesp Observe o mapa, onde estão delimitadas as massa, dá suporte para os demais níveis tróficos.
áreas de distribuição de três importantes ecossiste- b) a pluviosidade sobre os rios da bacia do rio
mas brasileiros I, II e III. Cuiabá é determinante para as inundações do
Pantanal, um bioma com misto de vegetações de
floresta, cerrado e caatinga. A produtividade pri-
mária do bioma, devido à conversão de luz solar
em energia e matéria orgânica, dá suporte aos
animais endêmicos.
c) as chuvas sobre os rios da bacia do rio Paraguai
são importantes para o ciclo de alagamento do
Pantanal, um bioma com misto de vegetações de
II
floresta, cerrado e caatinga. A produtividade se-
cundária do bioma, com a conversão de luz solar
em energia e biomassa, dá suporte para os de-
mais níveis tróficos.
Leia os três textos seguintes, 1, 2 e 3, que descrevem d) as chuvas sobre os rios da bacia do rio Cuiabá
características de ecossistemas diferentes. são importantes para o ciclo de alagamento do
1. Vegetação composta de árvores de pequeno porte Pantanal, um bioma com misto de vegetações de
e arbustos esparsos, tortuosos e de casca grossa, floresta, cerrado e campo. A produtividade secun-
e de plantas herbáceas, com predominância de dária do bioma, com a conversão de luz solar em
gramíneas. Fauna representada por alguns animais, energia e matéria orgânica, dá suporte aos ani-
como o lobo-guará, a ema, o tatu-canastra e o ta- mais endêmicos.
manduá-bandeira.
2. Vegetação densa, predominantemente compos- 14. UPE 2016 Os manguezais são florestas inundadas
diariamente pelas marés, com árvores adaptadas às
ta de árvores de grande porte, medindo até 20 m
variações de salinidade ao longo do dia. Essa incrível
de altura, com presença marcante de pteridótas
adaptação aconteceu há 50 milhões de anos, quan-
no sub-bosque. Fauna representada por alguns
do as angiospermas evoluíram a fim de conquistar
animais, como o mono-carvoeiro, a jaguatirica, os
o ambiente estuarino. Entretanto, outras adaptações
micos-leões-dourados e da-cara-preta, e a jacutinga.
foram necessárias à conquista definitiva do ambiente
3. Vegetação composta de árvores baixas e esparsa-
do entremarés. Quanto à reprodução e à dispersão
mente distribuídas, arbustos tortuosos com muitos
das espécies típicas de mangues, é CORRETO afir-
espinhos e presença marcante de cactáceas. Fauna mar que produzem
representada por pequenos roedores, como o preá a) frutos carnosos que são dispersos por zoocoria.
e o mocó, e aves, como as avoantes. b) sementes aladas que são dispersas por anemo-
A alternativa que relaciona corretamente o nome dos coria.
ecossistemas representados no mapa pelos algaris- c) propágulos que são dispersos por hidrocoria.
mos I, II e III, respectivamente, com as características d) frutos pequenos que são dispersos por ictiocoria.
apresentadas em 1, 2 e 3 é: e) diásporos flutuantes que são dispersos pelas marés.
a) cerrados, ; manguezais, ; caatinga, .
b) cerrados, ; Mata Atlântica, ; caatinga, . 15. Fatec-SP Apresenta vegetação arbórea esparsa, com
c) caatinga, ; Mata Atlântica, ; cerrados, . arbustos e pequenas árvores, que têm, em geral, casca
grossa e troncos retorcidos. O solo, na estação chuvosa,
d) caatinga, ; manguezais, ; cerrados, .
é relativamente quente, com média anual por volta de
e) Pantanal, ; Mata Atlântica, ; caatinga, .
26ºC e índices pluviométricos entre 1 100 e 2 000 mm
por ano. Entre as espécies mais comuns, estão o ipê, a
13. Unicamp-SP 2022 A estiagem prolongada no Pantanal, peroba-de-campos e a caviúna.
devido às fracas temporadas de chuvas em 2019 e 2020,
criou condições para a manutenção e propagação do O texto descreve a seguinte formação togeográca
fogo, e para o menor nível de inundação do Pantanal dos brasileira:
últimos 50 anos. a) Mata de Araucárias. d) Caatinga.
(Adaptado de Marcos Pivetta, Pesquisa Fapesp, São Paulo, v. 297, b) Mata Atlântica. e) Pantanal.
nov. 2020, p. 31-35.) c) Cerrado.

160 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


16. PUC-Campinas Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar
gente para lá. O sertão mandaria para cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos.
Graciliano Ramos. Vidas secas.

A Caatinga, adaptada às condições naturais sertanejas, é uma vegetação que apresenta:


a) árvores de caules retilíneos, folhas perenes e raízes pouco profundas.
b) queda das folhas na estiagem, espinhos e raízes profundas.
c) espinhos e raízes aéreas para absorver a umidade do ar.
d) folhas perenes, espinhos e raízes tabulares.
e) grandes arbustos, com folhas largas e poucos galhos.

17. UFMG Plantas xerófitas ocorrem, geralmente, em regiões desérticas, assim como em Caatinga e Cerrado. Essas plan-
tas estão intimamente relacionadas com fatores externos importantes ao seu desenvolvimento e que correspondem
essencialmente a:
a) baixo teor de água e condições atmosféricas que ocasionam rápida perda de água.
b) alto teor de água que evapora pelo alto grau de insolação térmica.
c) baixo teor de nutrientes inorgânicos no solo, ocasionado pela deficiência de chuvas.
d) solo superficialmente bastante arenoso, com embasamento de rochas impermeáveis.
e) alto teor de água em grandes profundidades em solos deficientes de nutrientes orgânicos.

Texto complementar
Estudo aponta diretrizes para barrar a degradação acelerada de campos e savanas
Pesquisadores de vários países trabalharam cinco anos para produzir um quadro abrangente da situação atual das chamadas grasslands –
termo em inglês que designa os biomas formados por campos e savanas, quase todos seriamente ameaçados pela degradação ambiental. [...]
“As grasslands estão ameaçadas em todo o planeta, mas os processos de degradação diferem de região para região. O maior problema é
a conversão desses biomas em áreas agriculturáveis. Um exemplo é o Cerrado brasileiro, no qual a vegetação original, extremamente rica em
biodiversidade, vem sendo suprimida para dar lugar a grandes plantações de soja, cana, eucalipto etc.”, diz [...] a brasileira Giselda Durigan, que
participou da iniciativa.
[...]
“Outra forma de degradação é a exploração à exaustão dos campos e savanas. É o que vem ocorrendo em boa parte do continente africano. Devido
à superexploração, o bioma original perde sua capacidade de produzir, sua biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos”, acrescenta a pesquisadora.
O agravante, segundo Durigan, é que pouca gente se importa com a degradação ou a perda desses biomas. Pode-se dizer que são “invisíveis”
para a maioria das pessoas, que associam a ideia de ecossistemas naturais à presença de árvores.
“O desconhecimento é tanto que, no Brasil, nem sequer temos uma boa tradução para o termo grassland. Se colocarmos a palavra no
Google Tradutor ou em outros dicionários inglês-português impressos ou disponíveis na internet, obteremos como resultado o termo ‘pastagem’.
Faz até algum sentido, porque, grosseiramente, são enquadrados como grasslands todos os ecossistemas do planeta onde existem capins que
os animais pastadores possam comer. Mas a palavra resultante é muito vaga”, comenta a pesquisadora.
No Brasil, estão entre as grasslands o Pampa, os campos de altitude no alto das serras, boa parte do Pantanal e praticamente todo o
Cerrado – exceto o chamado “Cerradão”, que, na verdade, é um tipo de floresta empobrecida. Em síntese, estão entre as grasslands todos os
campos e savanas naturais que dominam alguns de nossos principais biomas (Pampa, Cerrado e Pantanal). Mas elas podem ocorrer, também,
como “ilhas” em meio às vegetações da Amazônia, da Caatinga e da Mata Atlântica.
[...]
Soluções
As diretrizes apontadas pelo artigo, para que tudo isso resulte em políticas públicas realmente eficazes, são, em primeiro lugar, definir
indicadores adequados, que possibilitem avaliar o nível de degradação e que possam ser bem compreendidos e adotados globalmente.
Feito isso, desenvolver e disseminar técnicas de restauração ecologicamente efetivas e economicamente viáveis que atendam os diferentes
interesses da sociedade. Finalmente, encontrar alternativas de exploração sustentáveis, que possibilitem utilizar economicamente esses
ecossistemas sem degradá-los.
“Os campos e savanas são essenciais não só pelos serviços ecossistêmicos de proteção à água, aos solos e à biodiversidade, mas também
pela provisão de alimentos e outros produtos essenciais para a vida das pessoas em diferentes regiões do mundo. O caminho para a conservação
das grasslands não é a exclusão das pessoas. Existem povos cuja existência e cultura são totalmente dependentes desses ecossistemas. E as
necessidades e visões desses grupos precisam ser contempladas”, pondera Durigan.
FRENTE 2

A questão, segundo a pesquisadora, é definir diferentes “níveis” de restauração, que possam ser aceitos, desenvolvidos e postos em
prática pelos vários atores envolvidos no tema. Isso vai desde a simples recuperação da produtividade de pastagens naturais degradadas pela
superexploração até a completa restauração de ecossistemas complexos. Cada coisa no seu lugar. As iniciativas bem-sucedidas, que são muito
raras, precisam ser amplamente compartilhadas para que possam ser replicadas.
Esse conjunto de providências é especialmente urgente no Brasil, onde a degradação e a devastação vêm ocorrendo em ritmo acelerado.
Grandes porções dos Pampas estão se convertendo em plantações de eucalipto para a produção de celulose. O ressecamento do Pantanal, em
função da crise climática, tende a fazer com que vastas áreas, antes alagáveis, sejam convertidas em lavouras de soja. E o Cerrado, que constitui
a savana mais biodiversa do planeta, já perdeu metade de seu território para a agricultura em larga escala.

161
“Há perdas irreversíveis no Cerrado. Uma coisa é recuperar um bioma degradado pelo sobrepastoreio. Outra é restaurar uma área que
foi alterada pela agricultura a ponto de perder todas as suas características originais. Quando o capim nativo foi substituído pela braquiária,
de origem africana, isso constituiu um grande impacto. Mas, ainda assim, muita diversidade se manteve, em flora e fauna. Porém, o pecuarista
tradicional vem cedendo lugar ao grande agricultor. Com máquinas que cortam as raízes em profundidade e herbicidas poderosos que deixam o
solo completamente limpo, não sobra nada do Cerrado que existia antes”, enfatiza Durigan.
[...] Além da perda de biodiversidade e da destruição da paisagem, um eventual colapso do Cerrado pode ocasionar um impacto hídrico de
consequências incalculáveis. Pois alguns dos mais importantes rios do Brasil – o Xingu, o Tocantins, o Araguaia, o São Francisco, o Parnaíba, o
Gurupi, o Jequitinhonha, o Paraná, o Paraguai, entre outros – nascem nesse bioma.
“Preservar e utilizar de forma criteriosa o que resta e restaurar ao menos parcialmente o que se perdeu, ainda que isso possa constituir um
enorme desafio científico, tecnológico e político, é fundamental para a sobrevivência desses rios, não apenas como manancial de água doce,
mas também potencial hidrelétrico”, conclui a pesquisadora.
ARANTES, J. T. Estudo aponta diretrizes para barrar a degradação acelerada de campos e savanas. Agência FAPESP, 19 out. 2021.
Disponível em: https://agencia.fapesp.br/estudo-aponta-diretrizes-para-barrar-a-degradacao-acelerada-de-campos-e-savanas/37089/.
Acesso em: 16 mar. 2022.

Resumindo
Biomas
É possível observar que determinadas comunidades de espécies podem ocorrer em ambientes físicos particulares ou regiões
geográficas típicas. Esses ambientes particulares correspondem a biomas, os quais apresentam uma fitofisionomia característica.
y Biomas são um conjunto de ecossistemas similares que se localizam em regiões geográficas distintas, mas que apresentam
padrões climáticos, fauna e flora semelhantes (o que não garante que as espécies sejam as mesmas).
y Um bioma possui uma comunidade biológica que atingiu o estágio de clímax:
– a comunidade apresenta a máxima biodiversidade;
– maior biomassa possível;
– a produtividade líquida tende a zero.
y Biomas estão em equilíbrio dinâmico.

Classificação de biomas e fatores abióticos


Os biomas apresentam fatores abióticos que interagem com a comunidade local e atuam como agentes de seleção natural. Entre
eles destacam-se: água, temperatura, luz (insolação), gás carbônico, gás oxigênio, nutrientes minerais e características do solo.
Os fatores abióticos locais são fortes determinantes da fitofisionomia dos biomas; os fatores climáticos regionais interferem nas
características da vegetação, selecionando diferentes tipos de vegetação no planeta.

Padrões gerais na Terra


Dois fatores são essenciais para a determinação do perfil de uma comunidade vegetacional: a insolação e a temperatura, de-
finidas pela combinação entre a latitude e a altitude.
y Em baixas latitudes, há alta insolação e elevada temperatura.
y Em latitudes mais elevadas, há um decréscimo da insolação e da temperatura.
y Locais de elevada altitude apresentam declínio de temperatura.
Outro fator fundamental na determinação da composição da vegetação de uma região é a disponibilidade de água, pois, de
modo geral, o aumento da umidade no ambiente permite o desenvolvimento de vegetação mais exuberante.
y Em baixas latitudes e com elevação na disponibilidade de água, estão presentes os biomas: deserto, pradaria, savana e
floresta pluvial, proporcionalmente.
y Em latitudes médias com elevação da umidade, estão presentes os biomas: deserto, pradaria e floresta pluvial.
y Com a elevação da altitude e diminuição das temperaturas, nota-se um gradiente de vegetações: floresta tropical, floresta
caducifólia, taiga, tundra e pico com neve e gelo.

Biomas do mundo
Considerando a combinação dos inúmeros fatores bióticos e abióticos, podem ser observados diferentes biomas, sendo os prin-
cipais tipos de biomas do planeta: tundra, taiga (floresta de coníferas, ou floresta boreal), pradaria, floresta pluvial (latifoliada),
floresta caducifólia (ou decídua); savana e deserto.

Tundra
y Apresenta temperaturas bastante baixas durante quase todo o ano: o verão é curto e o inverno é longo.
y O solo é extremamente pobre em nutrientes e altamente saturado de água (há baixos níveis de evaporação).
– Há a presença de permafrost (camada de gelo impermeável no solo, que tem profundidade de quase  metro abaixo da
superfície).

162 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


y Há predomínio de vegetação herbácea, constituída por plantas tenras e de porte muito reduzido: gramíneas, musgos e liquens.
Pode haver vegetação arbustiva, formada por plantas de pequeno porte, mas não há árvores.
y Bioma presente nas regiões Antártica, Ártica e Alpina, situando-se entre as florestas boreais (taiga) e as calotas polares, onde
somente se encontra gelo.

Taiga (florestas de coníferas, ou florestas boreais)


y Clima tipicamente frio, com invernos rigorosos e longos.
y As taxas de decomposição do solo são muito baixas (resultado do frio): há acúmulo de turfa e ácidos húmicos (muitos nutrientes
no solo se tornam indisponíveis para as plantas).
y Produtividade bruta é baixa.
y Vegetação é formada por poucas espécies:
– predomínio de gimnospermas coníferas (são robustas, resistentes e possuem folhas acículas adaptadas à neve);
– é comum a ocorrência de seca fisiológica.
y Bioma encontrado em ampla região da América do Norte, Europa e Ásia, e na região subártica.

Pradaria (pampas, ou estepes)


y Clima com características intermediárias entre o de florestas temperadas e o de desertos: sazonal, com duas estações bastante
marcadas, que apresentam períodos muito quentes e secos e outros muito frios e chuvosos.
y É comum a ocorrência de incêndios nos períodos secos (o que impede o estabelecimento de vegetação de maior porte).
y Solo profundo, rico em nutrientes e fértil.
y Predomínio de vegetação herbácea, com rica biodiversidade de gramíneas:
– pastagens exercem pressões competitivas, impedindo o crescimento de vegetação de maior porte;
– matas de galeria com estrato arbóreo podem ser encontradas próximas a cursos d’água.
y Estão presentes em quase todos os continentes, com maior ocorrência na América do Norte.

Floresta caducifólia (decídua)


y Clima temperado, com as quatro estações bem definidas e umidade suficiente para a manutenção de árvores.
y Solo profundo e rico em nutrientes: as árvores perdem suas folhas, que, ao acumularem no chão, constituem importante fonte
de matéria orgânica e umidade.
y Vegetação com predomínio de árvores angiospermas, mas também há briófitas, pteridófitas e gimnospermas. O sub-bosque
pode ser desenvolvido durante a primavera:
– a abscisão é uma adaptação à diminuição de temperatura do inverno que se aproxima: é desencadeada pelo fotoperíodo
curto de outono;
– inversão do fluxo de seiva elaborada de reservas armazenadas na raiz para a parte aérea contribui para o desenvolvimento
de folhas e de flores na primavera.
y Bioma presente na região oeste da Europa e no leste da América do Norte e da Ásia.

Floresta pluvial perenifólia latifoliada


y Clima quente, com alta pluviosidade: localizadas em baixas latitudes (variações de temperatura muito pequenas durante o ano).
y Solo naturalmente pobre e pouco espesso:
– É rico em húmus proveniente da vegetação; as altas temperaturas e a umidade contribuem para a decomposição da matéria
orgânica que forma o húmus.
y Possuem vários estratos de vegetação, com a presença inclusive de epífitas e lianas.
– Tem a vegetação mais biodiversa do planeta e com arquitetura e morfologia extremamente diversificadas.
– Árvores podem apresentar bases largas (com raízes tabulares), longos troncos e alcançar muitos metros de altura.
y Bioma presente nas regiões tropicais do planeta: África Equatorial, regiões da Índia, sudeste da Ásia, norte da América do Sul e
América Central, leste da Indonésia e Nova Guiné, norte da Austrália e nas ilhas tropicais do Oceano Pacífico. Uma das florestas
mais exuberantes desse tipo de bioma é a Floresta Amazônica, que cobre países da América do Sul, principalmente o Brasil.
FRENTE 2

Savana
y Clima levemente variável (localizadas em latitudes intertropicais) com característica típica de períodos chuvosos seguidos de
seca intensa, com ocorrência de incêndios.
y Solo novo, contendo nutrientes ainda não carreados pela água das chuvas, com lençol freático profundo: pode ocorrer lixi-
viação de nutrientes.
y Vegetação apresenta extensão quase contínua de gramíneas, com arbustos e árvores bastante esparsos.
– Árvores tortuosas, de grande porte e ramos abundantes;

163
– Plantas com adaptações ao fogo: súber mais espesso e parte subterrânea bastante desenvolvida.
y Bioma presente na África Central e na América do Sul (Cerrado brasileiro).

Deserto
y Clima típico de altas temperaturas durante o dia com queda acentuada à noite, chuvas reduzidas e imprevisíveis, e elevada
insolação (alta evaporação).
y Solo desértico exposto, seco e com pouca ou nenhuma matéria orgânica.
y Vegetação tipicamente xeromórfica, com poucos e esparsos arbustos e plantas suculentas.
– Plantas possuem cutícula espessa e impermeável, poucos estômatos, folhas convertidas em espinhos, água acumulada no
parênquima aquífero e distribuição de estômatos em criptas.
y Bioma típico dos desertos do Saara e do Kalahari na África, do Atacama no Chile, do sudoeste dos Estados Unidos, do norte
do México, e do Deserto australiano no Hemisfério Sul.

Biomas do Brasil
O Brasil abrange grande parte da América do Sul, possuindo terras com grande variação de latitude e grandes variações cli-
máticas. A heterogeneidade climática possibilita a presença de biomas diferentes. Os principais biomas brasileiros são: a Mata
Atlântica, a Floresta Amazônica, a Mata de Araucárias, o Cerrado, a Caatinga, os Pampas e o Pantanal. Além dos biomas, há
as chamadas zonas de transição, adjacentes a dois ou mais ecossistemas, como o Manguezal e a Mata dos Cocais.

Floresta Amazônica
y Presente em local com clima quente e úmido.
y Possui a maior bacia hidrográfica do mundo: rio Amazonas.
y Pulsos de inundação sazonais favorecem alterações drásticas no ambiente.
y Solo extremamente pobre em nutrientes (lixiviado), mas com acúmulo de espessa camada de matéria orgânica gerada pela
própria floresta.
y Vegetação com vários estratos e árvores com porte elevado:
– formação de microclimas únicos em cada estrato;
– apresenta grande heterogeneidade de ambientes:
– florestas de terra firme: regiões não alagadas;
– florestas de igapó: áreas alagadas de modo permanente;
– florestas de várzea: áreas alagadas periodicamente.
y Bioma contido em grande parte no Brasil, nos estados do Acre, do Amapá, do Amazonas, do Mato Grosso, do Pará, de
Rondônia, de Roraima, de Tocantins e de uma porção do Maranhão.
y Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia e Guiana Francesa também apresentam, em seu território, esse bioma.

Mata Atlântica
y Apresenta diferentes características climáticas – possui grande diversidade de espécies (muitas delas endêmicas).
y Abrange várias bacias hidrográficas brasileiras: dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
y Vegetação é conjunto de formações florestais com grande estratificação vertical:
– Apresenta regiões de transição com mangues, áreas de Cerrado, Mata de Araucárias, entre outros biomas brasileiros.
y Bioma que tinha como área original boa parte do litoral brasileiro (com faixa de largura variável) e vastas áreas interioranas:
do Rio Grande do Sul até o Piauí; hoje restam cerca de 7% da cobertura original desse bioma no país.

Mata de Araucárias
y Clima mais frio, típico do Sul do país. Chuvas durante todo o ano, com temperatura bastante variável: estações bem marcadas
anualmente.
y Floresta com menor biodiversidade do que florestas pluviais.
– Composta de várias espécies, com maior abundância do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).
y Faz parte do complexo de tipos de florestas da Mata Atlântica com distribuição original do Rio Grande do Sul até o sul de
Minas Gerais.
– Hoje restringe-se a poucas manchas no Sul e no Sudeste do país.

Cerrado
y Clima típico intertropical: verão chuvoso e inverno bastante seco, com ocorrência de incêndios frequentes.
y Solo bastante lixiviado, pobre, com pequenas taxas de matéria orgânica (não decomposta nos períodos de seca extrema) e
ácido (grande quantidade de ferro e alumínio).

164 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


y Modalidade de savana:
– apresenta diversos tipos de estrutura da vegetação: afloramentos rochosos, predomínio de gramíneas, vegetação arbustiva
esparsa, pequenas e grandes árvores e matas de galeria;
– árvores com arquitetura e morfologia externa com cascas grossas, ramos bastante retorcidos; parte subterrânea desenvol-
vida e folhas coriáceas e gemas recobertas por pelos;
– apresenta regiões de transição com a Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Caatinga e Pantanal.
y Bioma que se estende pelos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Piauí e pelo Distrito Federal.
Pampa
y Clima temperado, chuvas distribuídas regularmente ao longo do ano e baixas temperaturas (redução dos níveis de evaporação).
y Condições climáticas não favorecem o crescimento de árvores.
y Predomínio de vegetação herbácea, com predomínio de gramíneas com arbustos espalhados nas áreas mais planas:
– áreas de encosta com vegetação mais diversificada;
– locais com matas de galeria próximas a corpos d’água;
– áreas de baixadas em que são formados alagados.
y Bioma contido na região Sul do país, no Rio Grande do Sul.

Caatinga
y Clima semiárido caracterizado por temperaturas elevadas: verão mais seco e inverno chuvoso.
– Pode apresentar períodos secos muito prolongados;
– As chuvas são torrenciais.
y Solos pouco lixiviados, pedregosos e ricos em nutrientes.
y Pode ser dividida em duas macrorregiões, com clima e vegetação diferentes:
– agreste: localizado mais próximo ao litoral e com maior umidade, assemelha-se a uma floresta;
– sertão: mais interno no continente, tem como característica o clima extremamente seco e vegetação esparsa e xeromórfica;
y Próximo às serras, onde há maior umidade, há regiões alagadiças, chamadas de brejos, com produtividade maior.
y Vegetação xeromórfica, com estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo.
– Plantas adaptadas ao clima seco:
y armazenam água, com parênquimas aquíferos desenvolvidos, folhas transformadas em espinhos (finas ou inexistentes),
cutícula impermeável, estômatos em criptas e raízes superficiais ao solo (possibilitam maior absorção de água da chuva).
y Bioma que abrange os estados do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Sergipe, de Alagoas, da
Bahia, além do sul e do leste do Piauí e do norte de Minas Gerais.

Pantanal
y Clima quente e úmido com pequena queda de temperatura no inverno.
– Umidade mantida constante por causa da água acumulada no solo.
y Solo arenoso, com nutrientes depositados com o ciclo de inundação.
y Cheias periódicas resultam no equilíbrio dinâmico e nos processos ecológicos; são determinadas pelos eventos que ocorrem
nas partes altas da bacia hidrográfica do rio Paraguai.
– Grande planície inundável:
y ocorre transbordamento dos rios no período chuvoso: alagam cerca de dois terços do bioma;
y são mantidas lagoas na seca.
– Há heterogeneidade espacial e temporal de vegetação:
y áreas de transição com o Cerrado, com a Caatinga, com a Floresta Amazônica e campos;
y vegetação é caracterizada de acordo com a altitude;
y extensas áreas de campos com gramíneas são salpicados com capões (ilhas de vegetação florestal com características
de Cerrado) e matas de galeria, que se mantêm em locais mais altos e secos;
y a vegetação aquática é muito importante; apresenta adaptações que suportam o alagamento periódico.
y Bioma situado no sul do estado do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul.
FRENTE 2

Manguezal
y Manguezais são ambientes costeiros que encontram-se nas terras próximas dos estuários (desembocadura de rios no mar).
y Considerados como ecossistemas de transição entre os ambientes terrestre e marinho.
y Solo mole, rico em matéria orgânica (depositada com os pulsos diários de inundação), pobre em oxigênio (consumido por
bactérias decompositoras) e relativamente ácido.
– Plantas adaptadas às condições de solo mole e pobre em oxigênio: possuem ramos de escora e raízes respiratórias (pneu-
matóforos).

165
y Raízes de árvores formam complexos emaranhados. Tem- y Presente nos estados do Maranhão, do Piauí, do Pará e no norte
peratura limita o desenvolvimento da vegetação: do Tocantins.
– região Norte: temperatura alta favorece crescimento –
árvores mais altas;
– região Sul: temperatura mais baixa reduz o desenvolvi- Biomas e aspectos ecológicos
mento das plantas – árvores com menor porte. Grande complexidade e elevada biodiversidade dos biomas
permitem observar relações inter e intraespecíficas – essenciais
y Presente em todo o litoral brasileiro. para manutenção da integridade e da funcionalidade do bioma.

Mata dos Cocais y Quebra das relações pode acarretar desequilíbrio eco-
lógico: desestabilização e quebra das teias alimentares,
y Clima relativamente mais úmido do que na Caatinga, com
e subsequente ruptura dos fluxos de energia e biomassa.
maior umidade à medida que avança em direção à Floresta
Amazônica. y Notado quando bioma sofre impactos:
y Solo rico em minérios e com boa reserva de nutrientes. – espécies nativas extintas;
– espécies exóticas introduzidas;
y Região de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga: – meio físico afetado por poluição ou erosão;
– estrato arbóreo contínuo: vegetação mais exuberante
– área de vida das espécies reduzida etc.
é observada à medida que se aproxima da Floresta
Amazônica; y Intervenções humanas devem ser feitas com planejamento
– apresenta grande diversidade de palmeiras: buriti, car- e consciência de que todos os seres vivos estão interliga-
naúba, açaí e babaçu. dos e dependem uns dos outros, incluindo o ser humano.

Quer saber mais?

Sites
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/543//Nosso-Pampa-Desconhecido-.pdf
O livro O que é o Pampa? mostra as características dos Pampas, seu local de ocorrência e apresenta belas fotos das paisagens
deste bioma.
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/84/o/Cerrado_Parte.pdf
Esforço conjunto de 4 pesquisadores, o livro Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação traz informações importantes
sobre o bioma Cerrado e a importância de conservá-lo.
https://www.acaatinga.org.br/wp-content/uploads/Conhe%C3%A7a_e_Conserve_a_Caatinga_-_Volume___O_Bioma_Caatinga.pdf
Com o intuito de informar as pessoas sobre a beleza e a diversidade presente na Caatinga, o livro Conheça e preserve a Caatinga
lista os animais invertebrados, as aves, os mamíferos e muitos outros animais que podem ser encontrados na Caatinga. Além
disso apresenta cadeias alimentares e fatores que podem causar desequilíbrios no bioma.
https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/manguezais/atlas_dos_manguezais_do_brasil.pdf
O Atlas dos manguezais do Brasil contem desde aspectos históricos do nome "mangue" até a legislação feita para conservar
este ecossistema.
(Acessos em: 5 mar. 0.)

Exercícios complementares

1. Unifesp 2019 Leia o trecho da letra da canção “Flor b) Supondo que essa flor tenha sido colhida de uma
do Cerrado”, de Caetano Veloso. árvore típica do Cerrado, cite uma característica
morfológica adaptativa dessa planta e justifique
Todo fim de mundo é fim de nada é madrugada e
[ninguém
por que essa característica é importante para a
tem mesmo nada a perder sobrevivência da planta nas condições ambien-
Eu quero ver tais do Cerrado.
Olho pra você
Tudo vai nascer 2. Fuvest-SP Analise as afirmativas a seguir.
Mas da próxima vez que eu for a Brasília eu trago I. As florestas tropicais possuem maior diversidade
[uma flor biológica que as temperadas.
do Cerrado pra você II. As florestas tropicais possuem maior diversidade
(www.vagalume.com.br) vegetal e menor diversidade animal que as savanas.
a) A que grupo vegetal pertence a planta da qual III. As florestas temperadas possuem maior biomas-
pretende-se colher a flor referida na música? sa que a tundra.
Além da flor, que outro órgão é exclusivo desse IV. As savanas possuem maior biomassa que as flo-
restas tropicais.
grupo vegetal?

166 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


Está correto apenas o que se arma em:
a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) III e IV.

3. UFRGS 2019 (Adapt.) O bioma Pampa tem importância local e mundial, pois abriga uma grande biodiversidade e
apresenta, inclusive, algumas espécies endêmicas tais como o tuco-tuco (Ctenomys flamarioni), o beija-flor-de-barba-
-azul (Heliomaster furcifer) e o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus atroluteus).
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as armações abaixo, referentes ao bioma Pampa.
A ocupação de áreas com grandes monoculturas e a introdução de pastagens compostas por espécies exóticas
promovem a degradação do Pampa.
As espécies vegetais predominantes no Pampa apresentam sistema radicular fasciculado.
O bioma Pampa é um tipo de savana tropical, semelhante às que ocorrem na África central e ocidental.
O Pampa, na América do Sul, ocupa o norte do Rio Grande do Sul, Paraná e Argentina.
A sequência correta, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F.
b) V – F – V – F.
c) V – F – F – V.
d) F – V – F – V.
e) F – F – V – V.

4. Acafe-SC 2016
Riqueza no sertão
Quem pensa no sertão como uma região pobre em biodiversidade pode se surpreender com o número: ali existem cerca
de três mil espécies vegetais, nativas ou exóticas, que se combinam e formam a flora da Caatinga. Um estudo da Embrapa
Caprinos e Ovinos sinalizou que essa é uma importante fonte de alimento para as criações de gado locais, dispensando a
criação de pastos artificiais e garantindo aos rebanhos alimento ao longo de todo o ano.
Fonte: Ciência Hoje, 12/04/2016. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br.

Em relação às características físicas, biológicas e climáticas dos diferentes biomas brasileiros, correlacione as colunas
a seguir.
1. Cerrado
2. Caatinga
3. Mata Atlântica
. Pantanal
5. Amazônia
Bioma constituído por um conjunto de formações orestais (Florestas: Ombróla Densa, Ombróla Mista, Esta-
cional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombróla Aberta) e ecossistemas associados como as restingas,
manguezais e campos de altitude. A fauna desse bioma é composta por mico-leão-dourado, onça-pintada,
tamanduá-bandeira, arara-azul-pequena, tatu-canastra e o bugio.
Considerado o maior bioma brasileiro e uma das maiores reservas de diversidade biológica. É caracterizado por
elevadas temperaturas e grande índice pluviométrico. Sua ora nativa é composta por andiroba, pupunha, açaí,
seringueira, mogno, cedro, sumaúma, castanha-do-pará e, sua fauna, por anta, preguiça, sagui-de-bigode, ariranha,
suçuarana, arara-vermelha e tucano.
Estende-se por grande parte da região Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do país. É um bioma característico do
clima tropical continental, com duas estações bem denidas – uma úmida (verão) e outra seca (inverno) –, possui
uma vegetação com árvores e arbustos de pequeno porte, troncos retorcidos, casca grossa e, geralmente, ca-
ducifólia (as folhas caem no outono). A fauna da região é bastante rica, constituída por capivaras, lobos-guarás,
tamanduás, antas e seriemas.
Possui grande diversidade e riqueza, tanto de espécies animais quanto vegetais, sendo, inclusive, o bioma que abriga
o maior número de aves em todo o continente. Apresenta áreas inundadas ricas em gramíneas, arbustos e árvores.
A fauna é composta por: peixe-dourado, pacu, arara, capivara, tamanduá, onça e o jacaré-do-papo-amarelo.
Trata-se da região mais seca do país, localizando-se na zona de clima tropical semiárido. Sua vegetação é composta,
FRENTE 2

principalmente, por plantas xerólas como as cactáceas e caducifólias. A fauna desse bioma é composta por uma
grande variedade de répteis, cutia, gambá, preá, veado-catingueiro e tatupeba.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a)  –  –  – 4 – .
b)  –  –  –  – 4.
c)  – 4 –  –  – .
d) 4 –  –  –  – .

167
5. PUC-Rio Apesar de sua exuberância, as florestas tropicais estão geralmente localizadas sobre solos pobres em nu-
trientes. Destaque a alternativa que esclareça esse aparente paradoxo.
a) Onde o solo é de baixa fertilidade, a biomassa vegetal e o número de espécies são sempre reduzidos.
b) O número de espécies vegetais está relacionado à pobreza do solo e à temperatura.
c) Uma taxa elevada de biodiversidade está ligada a solos ricos em nutrientes.
d) A maioria dos nutrientes da floresta encontra-se estocada na biomassa vegetal e não no solo.
e) As florestas sobre solos pobres sobrevivem por causa da taxa elevada de fotossíntese.

6. Ufes O Manguezal é um ecossistema litorâneo, característico das regiões tropicais, que se localiza ao redor de am-
biente aquático. Sobre esse ecossistema, analise as afirmativas a seguir.
I. O solo lodoso e o mau cheiro que os manguezais muitas vezes exalam transformam-nos em ambientes inúteis, o
que justifica seu aterro para construção de áreas residenciais.
II. Nos manguezais, muitas espécies de animais encontram áreas para reprodução, desova, crescimento e alimen-
tação.
III. O Manguezal, por ser coberto pelas águas na maré alta, é considerado uma área boa para depositar lixo e para
lançar esgoto.
IV. Muitos caranguejos, peixes e moluscos passam toda sua vida no Manguezal.
Assinale:
a) se apenas I e IV estiverem corretas.
b) se apenas II e III estiverem corretas.
c) se apenas I e II estiverem corretas.
d) se apenas I e III estiverem corretas.
e) se apenas II e IV estiverem corretas.

7. UCS-RS 2022 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta 6 biomas:
Amazônia; Caatinga; Cerrado; Mata Atlântica; Pampa e Pantanal (em ordem alfabética), que estão representados alea-
toriamente pelos algarismos romanos na figura abaixo.

Em relação aos biomas e às suas características, assinale a alternativa correta.


a) O bioma representado pelo algarismo IV tem como característica o baixo índice pluviométrico, grande variação
de temperatura e cobertura vegetal do tipo pradaria.
b) O bioma III possui grande cobertura vegetal, com o principal representante sendo a Floresta de Araucárias.
c) O bioma I apresenta temperatura constante durante todo o ano, e a vegetação característica é constituída por
plantas com espinhos, cutículas impermeáveis e caules que armazenam água.
d) O bioma V é o mais populoso do Brasil em relação ao número de espécies, com a maior biodiversidade e, por
isso, também pode ser considerado o mais ameaçado pelas ações antrópicas.
e) O bioma IV pode ser comparado às savanas africanas, com pequena variação de temperatura e grande variação
de pluviosidade durante o ano, e a vegetação característica é constituída por árvores de casca grossa e tronco
retorcido, como o ipê.

168 BIOLOGIA Capítulo 21 Plantas e ambiente


8. Uece 2016 O nome “caatinga” é de origem tupi- nebulosidade, a mais alta temperatura média
-guarani e significa “floresta branca”, que certamente anual, as mais altas taxas de umidade relativa,
caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação evapotranspiração potencial mais elevada, e, so-
seca, quando as folhas caem (Albuquerque & Bandei- bretudo, precipitações mais baixas e irregulares,
ra, 1995) e apenas os troncos brancos e brilhosos das limitadas, na maior parte da área, a um período
árvores e arbustos permanecem na paisagem seca. A muito curto no ano.
província das Caatingas no nordeste do Brasil é esti- b) a característica mais marcante do clima é o sistema
mada em cerca de 800 000 km2 (IBGE 1985). Inclui os de chuvas irregular de ano a ano, com a média de
estados do Ceará, Rio Grande do Norte, a maior parte desvio anual (expressa como percentagem) de 
da Paraíba e de Pernambuco, sudeste do Piauí, oeste a mais de %. Tais setores com desvios mais ele-
de Alagoas e Sergipe, região norte e central da Bahia, vados de chuvas estão ligados em geral àqueles
e uma faixa que se estende em Minas Gerais seguin- com o total anual menor, com alta concentração
do o rio São Francisco, juntamente com um enclave em três meses e períodos secos mais longos.
no vale seco da região média do rio Jequitinhonha. c) as caatingas podem ser caracterizadas como flo-
Segundo Andrade-Lima, 1981, a ilha de Fernando de restas arbóreas ou arbustivas que compreendem
Noronha também deve ser incluída. principalmente árvores e arbustos baixos, muitos
Sobre as características do bioma Caatinga, é correto dos quais apresentam espículas, macrofilia e ra-
armar que ras características xerofíticas.
a) as caatingas semiáridas, comparadas a outras d) uma importante classe de solos pouco conhecida,
formações brasileiras, apresentam muitas ca- relatada para as Caatingas são os solos arenifór-
racterísticas extremas dentre os parâmetros micos no Ceará, Bahia e, particularmente, no Rio
meteorológicos: a mais alta radiação solar, alta Grande do Norte.

BNCC em foco
EM13CNT202, EM13CNT203 e EM13CNT301
1.

a)

b)
EM13CNT202, EM13CNT203 e EM13CNT206
2.

A palmeira buriti (Mauritia flexuosa) é, de longe, o vegetal mais citado em Grande Sertão: veredas, cerca de 60 vezes; tem
como nomes populares: buriti, carandá-guaçu, carandaí-guaçu, miriti, muriti, palmeira-buriti, palmeira-dos-brejos. O buriti
é utilizado para as mais diversas finalidades pelo povo do sertão; dele se obtém abrigo, alimento e até mesmo transporte.
Já no título de Grande sertão: veredas, temos a palavra “veredas”, que é uma formação típica da região do Cerrado.
Ao longo dos brejos ou locais encharcados, forma-se um “caminho” de palmeiras buritis, que só sobrevivem nesse tipo de
terreno e que se destacam na paisagem. [...]

a)

b)

EM13CNT202, EM13CNT203, EM 13CNT206 e EM13CNT301


3.
Espécies ameaçadas de extinção nos biomas brasileiros

OCEANO
ATLÂNTICO

Amazônia: Caatinga:
180 espécies 125 espécies
ameaçadas ameaçadas
47
124 78
56

Cerrado:
288 espécies
ameaçadas

126 Mata Atlântica:


Pantanal: 593 espécies
OCEANO 162 ameaçadas
36 espécies
PACÍFICO
ameaçadas
2
34 452
io
Trópico de Capricórn

141

Pampa:
78 espécies
ameaçadas
38
40
50° O

a)
b)

BIOLOGIA Capítulo 21
FRENTE 3

CAPÍTULO Sistemas de controle II

11
Segundo a Federação Internacional de Diabetes, em 2019, 16,8 milhões de bra-
sileiros entre 20 e 79 anos eram portadores de diabetes melito. Esse tipo de
diabetes é caracterizado pela elevação da glicemia (concentração sanguínea de
glicose), cujas complicações inserem a doença na lista das que mais matam no
Brasil e no mundo. Para evitar consequências graves, as pessoas com diabetes
melito devem fazer o acompanhamento rigoroso da glicemia. Em indivíduos sau-
dáveis, o controle dos níveis sanguíneos de glicose envolve a participação de
hormônios, principalmente insulina e glucagon, produzidos pelo pâncreas.
Introdução
Em conjunto com o sistema nervoso, o sistema endócrino participa do controle das atividades básicas ligadas ao
funcionamento do organismo. Por isso, ambos são considerados sistemas de controle.
O sistema endócrino é constituído pelo conjunto de glândulas endócrinas do organismo, e sua atuação ocorre por
meio de moléculas sinalizadoras denominadas hormônios, os quais são secretados no sangue pelas glândulas endócrinas
e distribuídos pelo corpo, alcançando todas as células.
Apesar de entrar em contato com todos os tecidos do corpo, um hormônio age apenas sobre as células que possuem
receptores específicos para ele. Essas células são chamadas de células-alvo, e a recepção do hormônio desencadeia uma
mudança em seu metabolismo. Existem diversos tipos de hormônios. Alguns, por exemplo, aumentam a taxa de síntese
proteica das células-alvo; outros influenciam a taxa de divisões celulares, entre outras respostas.

ELEMENTOS
Célula secretando Receptor específico FORA DE
PROPORÇÃO
certo hormônio na para outro hormônio
CORES
corrente sanguínea FANTASIA

Vaso sanguíneo
Receptor específico
do hormônio
Hormônio nas células-alvo

Representação da secreção de hormônio no sangue e sua recepção pelas células-alvo.

Nos animais, existem hormônios derivados de aminoácidos, hormônios de natureza peptídica (formados por cadeias
de aminoácidos) e hormônios derivados do colesterol (chamados esteroides, de natureza lipídica).
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Hipófise

Paratireoides Tireoide

Suprarrenais

Pâncreas Ovários
k.com

Testículos

Representação da localização das principais glândulas endócrinas no corpo humano. Detalhes sobre os testículos (gônadas masculinas) e ovários (gônadas
femininas) serão apresentados no próximo capítulo deste livro.

172 BIOLOGIA Capítulo  Sistemas de controle II


Regulação dos níveis hormonais Saiba mais
Os hormônios são substâncias que, em geral, atuam
em pequenas quantidades, tendo sua secreção regulada
pelo próprio organismo. O excesso ou a carência de um
hormônio pode resultar em prejuízos à fisiologia celular e
ao metabolismo do corpo.
Um exemplo de mecanismo de controle dos níveis
hormonais é o feedback (retroalimentação) negativo, no
qual a resposta das células-alvo inibe a produção do hor-
mônio que a desencadeou. Esse mecanismo evita que os
hormônios sejam liberados em quantidades excessivas, o
que estimularia demasiadamente as células-alvo. Em de-
corrência da retroalimentação negativa, ocorre a redução
da concentração sanguínea do hormônio. Porém, quando
essa redução se acentua e o estímulo diminui a níveis que
podem ser prejudiciais, a inibição cessa e a glândula en-
Hormônios da neuroipófise
dócrina passa a liberar novamente o hormônio no sangue. A neuroipófise não produz hormônios. Essa porção
Por meio desse mecanismo, a concentração sanguínea de da hipófise armazena e libera no sangue dois hormônios
um certo hormônio permanece relativamente constante ao sintetizados por células neurossecretoras do hipotálamo,
longo do tempo, mantendo a homeostase. tratando-se, portanto, de uma sinalização neuroendó-
Outro mecanismo envolvido com a regulação da se- crina. Os hormônios produzidos pelo hipotálamo e
creção de hormônios é o feedback (retroalimentação) secretados pela neuroipófise são o hormônio antidiuré-
positivo, por meio do qual o aumento da intensidade da tico e a ocitocina.
resposta das células-alvo resulta no aumento da liberação O hormônio antidiurético (ADH), ou vasopressina,
do hormônio que as estimula. atua sobre os rins, aumentando a reabsorção de água
Ao longo da apresentação das principais glândulas en- nos túbulos distais e nos ductos coletores dos néfrons,
dócrinas e de seus hormônios, serão discutidos exemplos o que reduz o volume urinário. Por isso, esse hormô-
de retroalimentação negativa e positiva. nio é essencial ao equilíbrio hídrico do corpo humano.
A produção de ADH é inibida pela ingestão de grande
Principais glândulas endócrinas quantidade de água ou de bebidas alcoólicas, que reduz
a reabsorção hídrica nos rins e aumenta o volume uriná-
rio. Há casos nos quais fatores internos comprometem a
Hipófise (ou pituitária)
produção, a liberação ou a ação do ADH, como no dia-
A hipófise está localizada na base do encéfalo, intima- betes insípido, em que a pessoa produz grande volume
mente associada ao hipotálamo. Trata-se de uma glândula de urina muito diluída.
relativamente pequena (aproximadamente do tamanho de O ADH também é chamado de vasopressina devido à
um grão de ervilha) dividida em duas partes: adenoipó se ação sobre os vasos sanguíneos, causando vasoconstrição
(porção anterior) e neuroipófise (porção posterior). periférica. Ele atua, por exemplo, em casos de queda da
pressão arterial e redução do volume sanguíneo decorren-
Cérebro tes de hemorragia.
A ocitocina é um hormônio que estimula a secreção
do leite materno pelas glândulas mamárias durante a
amamentação. A produção e a liberação desse hormônio
Tálamo são desencadeadas pela sucção dos mamilos realizada
Hipotálamo Glândula pela criança. Além disso, a ocitocina estimula a contração
pineal
Hipófise do miométrio (músculo uterino) no momento do parto. A
Cerebelo
liberação de ocitocina é regulada por retroalimentação
FRENTE 3

positiva.
Adenoipófise
Medula espinal Hormônios da adenoipófise
A adenoipófise sintetiza e secreta hormônios sob o
Tefi/Shutterstock.com

controle do hipotálamo – alguns hormônios hipotalâmicos


Neuroipófise estimulam a liberação de hormônios pela adenoipófise,
ELEMENTOS enquanto outros inibem essa liberação.
CORES FORA DE
FANTASIA PROPORÇÃO Certos hormônios produzidos e secretados pela ade-
noipófise podem apresentar efeito trófico, isto é, regular
Representação da localização da hipófise, com destaque para suas regiões.
A glândula pineal, indicada na imagem, produz a melatonina, hormônio a atividade de outras glândulas endócrinas. Esses hor-
liberado na ausência de luz e que está relacionado à indução do sono. mônios tróficos são chamados de trofinas, a exemplo

173
do TSH, do ACTH, do FSH e do LH. O TSH (hormônio Glândula tireoide (ou tireóidea)
tireoestimulante) estimula a produção de hormônios A tireoide é uma glândula endócrina encontrada na
pela glândula tireoide (tireóidea). O ACTH (hormônio porção anterior do pescoço, localizada ventralmente em
adrenocorticotrófico) estimula a produção de hormô- relação à traqueia.
nios pelo córtex das glândulas suprarrenais (adrenais).
O FSH (hormônio foliculoestimulante) e o LH (hormônio ELEMENTOS
FORA DE
luteinizante) correspondem às gonadotrofinas, ou seja, PROPORÇÃO

estimulam o funcionamento de ovários (gônadas femini- CORES


nas) e testículos (gônadas masculinas). FANTASIA

Outros hormônios sintetizados e liberados pela ade-


noipófise são a prolactina e o GH. A prolactina (hormônio
lactogênico) estimula a produção de leite pelas glândulas
mamárias. O GH (hormônio do crescimento, ou somato-
trofina) estimula a proliferação celular e a síntese proteica;

SvetaZi/Shutterstock.com
Glândula tireoide
promove, por exemplo, a elongação dos ossos e o aumento
da massa muscular.
Na infância, a carência de GH resulta em nanismo hi- Traqueia
pofisário. Pessoas com esse tipo de nanismo geralmente
possuem membros proporcionais e atingem altura média Representação da localização da tireoide.
de 1,2 m. Já o excesso de GH causa o gigantismo, situação
na qual o indivíduo pode chegar a 2,7 m de altura (caso do Um dos hormônios sintetizados e secretados pela glân-
homem mais alto da história). dula tireoide é denominado calcitonina. Ele reduz o nível
Nos humanos, espera-se que a produção de GH dimi- sanguíneo de Ca2+ em situações nas quais a concentra-
nua ao longo da vida, mas há casos nos quais a secreção ção desse íon se eleva. A calcitonina atua aumentando a
de GH pode permanecer elevada em adultos, causando excreção renal de Ca2+, reduzindo sua absorção intestinal
um quadro denominado acromegalia, que é o cresci- e depositando-o no tecido ósseo, o que contribui para a
mento das extremidades do corpo, como mãos, pés e calcificação dos ossos.
ossos da face. Outros hormônios produzidos e liberados pela glân-
dula tireoide são o tri-iodotironina (T, molécula com três
Saiba mais átomos de iodo) e o tetraiodotironina, ou tiroxina (T,
molécula com quatro átomos de iodo). Produzidos a par-
tir do aminoácido tirosina, esses hormônios estimulam o
metabolismo – promovem o aumento do consumo de O2
e da produção de calor. Eles contribuem também para a
manutenção da pressão arterial e dos batimentos cardíacos,
entre outros.
Quando os níveis sanguíneos de T3 e T4 ficam abaixo
CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
dos valores de referência, o hipotálamo é estimulado a
PROPORÇÃO
liberar o TRH (hormônio liberador de TSH), que estimula a
Hipotálamo
Neurossecreção
adenoipófise a secretar TSH na corrente sanguínea. O TSH,
por sua vez, estimula a glândula tireoide a secretar T3 e T4
no sangue, restabelecendo os níveis desses hormônios.
Contudo, conforme as concentrações sanguíneas de T3
Adenoipófise ADH Rim
(anterior) e T4 aumentam, a estimulação da glândula tireoide cessa,
Neuroipófise inibindo essa secreção hormonal e impedindo o aumento
(posterior)
exagerado da taxa metabólica. Esse controle é um exemplo
Ocitocina Glândulas de feedback negativo.
mamárias

TRH TSH

TSH ACTH FSH e LH GH Prolactina

Glândula Glândulas Gônadas Estruturas do corpo, Inibição Inibição


tireoide suprarrenais como ossos e músculos

Relação das estruturas de produção e de atuação de alguns hormônios


humanos. A neuroipófise não produz, mas armazena e libera hormônios
sintetizados pelo hipotálamo. O controle da secreção de T e T ocorre por retroalimentação negativa.

174 BIOLOGIA Capítulo  Sistemas de controle II


Alterações da tireoide
y Hipertireoidismo: decorrente da produção e da li-
Glândula tireoide
beração excessivas dos hormônios T3 e T4, o que
acentua o metabolismo e pode causar sintomas
como aumento do apetite, da temperatura corporal,
Glândulas
da frequência cardíaca (taquicardia), da sudorese e paratireoides

ilusmedical/Shutterstock.com
da pressão arterial, emagrecimento, irritação, insônia,
bócio (crescimento da tireoide) e exoftalmia (olhos sal- ELEMENTOS
tados em decorrência do acúmulo de líquido atrás do FORA DE
PROPORÇÃO
globo ocular). CORES
y Hipotireoidismo: caracterizado pela baixa secre- FANTASIA

ção de T3 e T4, o que resulta em redução da taxa Representação da localização das glândulas paratireoides na parte posterior
metabólica e causa sintomas como ganho de peso, da glândula tireoide.
diminuição da frequência cardíaca (bradicardia) e da
pressão arterial, letargia, sonolência, intolerância ao
frio e bócio. Quando o hipotireoidismo ocorre ainda Secreção
CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
na infância, suas consequências podem ser graves, PROPORÇÃO

comprometendo o desenvolvimento físico e mental


da criança. Calcitonina
y Bócio endêmico (ou carencial): decorrente da di-
minuição da concentração sanguínea de T3 e T4,
que ocorre quando a ingestão de iodo (constituinte
essencial desses hormônios) não é suficiente para
Vaso Elevação do nível Queda do nível de
manter a produção hormonal. Esse fato promove a
sanguíneo de cálcio no sangue cálcio no sangue
liberação de TSH pela hipófise e, consequentemen-
te, a estimulação excessiva da tireoide, determinando
o seu aumento – característica do bócio endêmico.
A prevenção dessa condição é feita por meio do con-
sumo de sal de cozinha enriquecido com iodo. Paratormônio
chatuphot/Shutterstock.com

Secreção

Representação da ação integrada da calcitonina e do paratormônio no


controle do nível sanguíneo de cálcio.

Glândulas suprarrenais (ou adrenais)


Elas são glândulas endócrinas localizadas acima dos
rins e que apresentam duas regiões distintas: medula (por-
ção interna) e córtex (porção externa).

Glândulas suprarrenais CORES ELEMENTOS


FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Pessoa com bócio endêmico.

Córtex
FRENTE 3

Glândulas paratireoides (ou paratireóideas)


Elas correspondem ao conjunto de quatro glândulas Medula
localizadas na parte posterior da glândula tireoide, res-
ilusmedical/Shutterstock.com

ponsável pela produção do paratormônio (PTH). Esse


hormônio é liberado quando a concentração sanguínea de
cálcio fica abaixo dos valores de referência. O PTH eleva
o nível de Ca2+ no sangue por três mecanismos: estímulo
à degradação da matriz óssea (rica em cálcio); aumento Rins
da reabsorção renal desse íon; e ativação da vitamina D,
nutriente que estimula a absorção intestinal do Ca2+ a partir Representação da localização das glândulas suprarrenais (acima dos rins) e
dos alimentos. detalhe de corte transversal mostrando o córtex e a medula.

175
Hormônios da medula das suprarrenais Pâncreas
A medula das suprarrenais, em resposta a estímulos Glândulas endócrinas são aquelas que liberam os
nervosos, secreta dois hormônios produzidos a partir do hormônios diretamente na corrente sanguínea, enquanto
aminoácido tirosina: adrenalina (epinefrina) e noradrena- glândulas exócrinas, como mamárias, lacrimais e sudo-
lina (norepinefrina). Esses hormônios são liberados em ríferas, liberam seus produtos na superfície corporal ou
situações de perigo e estresse, atuando principalmente em cavidades. Há, ainda, glândulas mistas ou anfícrinas,
no aumento da quantidade de energia disponibilizada ao como o pâncreas, que possuem uma porção exócrina e
organismo, permitindo que respostas apropriadas sejam uma endócrina.
dadas frente à situação enfrentada. Alguns dos principais A porção exócrina do pâncreas, formada pelos áci-
efeitos da liberação de adrenalina e noradrenalina são: nos pancreáticos, produz o suco pancreático, secreção
y aumento da glicogenólise (degradação do glicogênio) digestiva conduzida pelo ducto pancreático em direção ao
no fígado, resultando em liberação de glicose no san- duodeno. Já a porção endócrina do pâncreas, constituída
gue e, consequentemente, elevação da glicemia; por conjuntos de células secretoras chamados ilhotas pan-
y aumento da pressão arterial; creáticas (ou ilhotas de Langerhans), sintetiza e secreta os
y aumento das frequências respiratória e cardíaca; principais hormônios que atuam no controle da glicemia:
y aumento do fluxo sanguíneo aos músculos esqueléti-
insulina (produzida pelas células beta) e glucagon (produ-
cos, ao coração e ao cérebro;
zido pelas células alfa).
y aumento da atenção;
y redução das atividades digestiva, excretora e re- CORES ELEMENTOS
produtora. FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Ilhota pancreática

Atenção
Estômago

Capilar
Hormônios do córtex das suprarrenais
Estimulado pelo ACTH (produzido e secretado pela
adenoipófise), o córtex das suprarrenais sintetiza e libera
no sangue hormônios esteroides (derivados do colesterol). Pâncreas
Os principais tipos de esteroides do córtex das suprarrenais
são os mineralocorticoides e os glicocorticoides.

EreborMountain/Shutterstock.com
Os mineralocorticoides participam da manutenção do
equilíbrio da água e dos sais no organismo. A aldosterona,
por exemplo, é um mineralocorticoide que atua nos rins,
Ducto pancreático
aumentando a reabsorção de sódio (Na+) e a secreção de
potássio (K+). Essa ação aumenta a osmolaridade do sangue
Duodeno
e, consequentemente, a reabsorção de água, o que resulta
em elevação da pressão arterial.
Os glicocorticoides participam do metabolismo da Ácino pancreático
glicose. O cortisol é um glicocorticoide que promove a Representação das estruturas do pâncreas, com destaque para suas porções
gliconeogênese, isto é, a produção de glicose a partir de endócrina e exócrina.

substâncias que não são carboidratos, a exemplo de aminoá-


cidos e glicerol. Essa ação do cortisol provoca o aumento A insulina é liberada quando a glicemia aumenta (hi-
da glicemia. Doses elevadas de glicocorticoides têm efeito perglicemia), como ocorre algum tempo após a ingestão
anti-inflamatório, podendo ser utilizadas no tratamento de de carboidratos. O efeito da insulina sobre suas células-
doenças ou condições que causam inflamações severas. -alvo faz com que elas absorvam mais glicose do sangue,
promovendo a redução da glicemia. Principalmente nas
Saiba mais células do fígado, a insulina estimula a glicogênese, isto é,
a formação de glicogênio, um polissacarídeo de reserva
formado pela união de moléculas de glicose.
Em situações nas quais a glicemia é reduzida (hipogli-
cemia), como em jejum, ocorre a liberação de glucagon.
Esse hormônio age sobre as células do fígado, estimulan-
do a glicogenólise, ou seja, a degradação do glicogênio
hepático. A glicogenólise resulta na liberação de glicose
no sangue, promovendo aumento da glicemia. Outro
processo que pode ocorrer em condições hipoglicêmicas
para aumentar a glicemia é a gliconeogênese (formação
de glicose a partir, por exemplo, de aminoácidos e glicerol).

176 BIOLOGIA Capítulo  Sistemas de controle II


CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
Insulina PROPORÇÃO

Aumento da
Células-beta absorção de glicose
pelas células

Formação de
glicogênio
no fígado

Aumento da glicemia
Redução da glicemia
(p. ex.: ingestão
de carboidratos)

Glicemia normal

Redução da glicemia
Aumento da glicemia (p. ex.: jejum)

Degradação do
glicogênio estocado Glucagon
no fígado Células-alfa
Representação da atuação da insulina e do glucagon na homeostase da glicose.

A ação antagônica da insulina e do glucagon atua na homeostase da glicose, mantendo os valores da glicemia compa-
tíveis com as exigências energéticas do organismo. Contudo, existem distúrbios que afetam essa regulação, como ocorre
no diabetes melito. Esse quadro é caracterizado por hiperglicemia crônica – a concentração de glicose no sangue tende a
permanecer mais alta do que os valores de referência porque as células não são capazes de absorver a glicose sanguínea
de maneira suficiente. Nessa situação, a gordura se torna o principal substrato energético degradado na respiração celular.
Existem dois tipos principais de diabetes melito. Em ambos é observada a manutenção de altos níveis sanguíneos de
glicose, porém por causas distintas.
O diabetes melito tipo  é caracterizado pela deficiência na síntese e na secreção de insulina. A causa desse tipo
de diabetes melito é geralmente autoimune: o sistema imunitário, por meio da ação de anticorpos, destrói as células
pancreáticas produtoras de insulina. Assim, a regulação da glicemia acontece mediante a administração de insulina,
por exemplo, por meio de injeções. Por esse motivo, essa condição também é conhecida como diabetes dependente
de insulina. O diabetes melito tipo 1 pode ser designado como diabetes juvenil, uma vez que geralmente se manifesta
na infância.
O diabetes melito tipo , também conhecido como diabetes não dependente da insulina, é causado pela redução
da capacidade das células-alvo em responder à presença da insulina, caracterizando um quadro de resistência insulínica.
Nessa situação, apesar de a insulina ser produzida, as células-alvo não são sensibilizadas e a glicose não é absorvida
FRENTE 3

eficientemente, permanecendo no sangue. Trata-se de um quadro que, em geral, inicia-se na idade adulta, sobretudo a
partir dos 60 anos, e corresponde a cerca de 90% dos casos de diabetes melito. Fatores hereditários, sedentarismo e
obesidade influenciam o desenvolvimento do diabetes melito tipo 2. O controle é feito com a prática regular de atividades
físicas, uma dieta saudável e, dependendo a situação, o auxílio de medicamentos.
Ambos os tipos de diabetes melito apresentam sintomas e sinais bastante característicos, como a presença de gli-
cose na urina (glicosúria). Quando a glicemia está elevada, muita glicose passa do sangue para o filtrado glomerular no
interior dos néfrons, excedendo a capacidade de reabsorção da glicose de volta para o sangue. Em decorrência disso,
maior quantidade de água é eliminada, resultando em aumento do volume urinário (poliúria) e, consequentemente, sede
intensa. Também pode ser observado aumento do apetite, mas, mesmo assim, é comum a pessoa exibir perda de peso.
O diabetes melito pode causar uma série de complicações, como problemas circulatórios, renais e visuais (podendo levar
à cegueira), além da dificuldade para cicatrização de lesões.

177
Revisando

1. Explique como o sistema endócrino atua no controle das atividades básicas ligadas ao funcionamento do organismo.

2. Explique o mecanismo de feedback negativo, diferenciando-o do feedback positivo.

3. Cite os hormônios secretados pela neuroipófise e os que são sintetizados e liberados pela adenoipófise.

4. Aponte três consequências do hipertireoidismo e três consequências do hipotireoidismo para o organismo.

5. Explique por que a carência de iodo é prejudicial ao funcionamento da glândula tireoide.

6. Explique como os hormônios PTH e calcitonina atuam na regulação do nível sanguíneo de cálcio.

7. Indique os hormônios secretados pelo córtex e pela medula das glândulas suprarrenais.

8. O pâncreas é classificado como uma glândula mista. Por quê?

9. Explique como os hormônios insulina e glucagon atuam no controle da glicemia.

10. Diferencie diabetes melito tipo  e diabetes melito tipo .

178 BIOLOGIA Capítulo  Sistemas de controle II


Exercícios propostos
1. Uece 2018 Atente ao que se diz a seguir sobre hor- d) o hormônio ADH atua sobre os túbulos renais,
mônios animais e assinale com V o que for verdadeiro promovendo a absorção de água do filtrado
e com F o que for falso. glomerular.
São mensageiros químicos produzidos em pe-
quenas quantidades e distribuídos pelo sistema 5. Mackenzie-SP O aumento da perda de água por
circulatório. transpiração tem como principal consequência
Controlam respostas siológicas a curto prazo, a) o aumento da produção de ADH, visando diminuir
tais como secreção de enzimas digestivas e ciclo a produção de urina.
reprodutivo. b) o aumento da produção de células sanguíneas,
São sinais químicos produzidos por células de um visando provocar aumento de pressão arterial.
organismo unicelular conhecidas como células c) a diminuição da frequência respiratória, visando
endócrinas. diminuir a perda de água na respiração.
São usados para controlar ações a longo prazo,
d) o aumento da reabsorção de água pelo intestino.
porque a secreção, a difusão e a circulação são
e) a diminuição da velocidade dos movimentos
mais lentas do que a transmissão.
peristálticos.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V, F, F, V. c) F, V, V, F.
b) V, V, F, V. d) F, F, V, F. 6. Enem Libras 2017 A radioterapia é uma especialidade
médica utilizada para o tratamento de diversos tipos de
câncer. Uma das radioterapias utilizadas atualmente é
2. Uern 2012 Sintomas como sede insaciável, diurese
a terapia à base de iodo radioativo. Nessa, o paciente
excessiva e distúrbios hidroeletrolíticos sem hipergli-
ingere uma pílula contendo o iodo radioativo (I) que
cemia podem indicar deficiência de hormônio. Esses
migra para a corrente sanguínea e circula pelo organis-
sintomas referem-se ao quadro clínico e carência de
mo até ser absorvido pelo órgão-alvo, onde age nas
um hormônio que podem ser representados por
a) diabetes melito e glucagon. células tumorais, destruindo-as e impedindo a prolifera-
b) diabetes insípido e vasopressina. ção do câncer para outras regiões do corpo.
c) diabetes insípido e insulina. Usa-se o iodo porque o órgão-alvo dessa terapia é o(a)
d) diabetes melito e insulina. a) fígado. d) gônada
b) tireoide. e) pâncreas.
c) hipófise.
3. FWB-MG Observe as seguintes afirmações:
I. Promove estímulo da contração da musculatura
do útero no momento do parto. 7. Enem 2021 Um estudo demonstrou que o bisfenol A,
II. É produzida na adenoipófise. composto usado na fabricação de materiais plásticos, as-
III. Estimula a secreção de leite pelas glândulas sociado a uma longa lista de doenças, impediu a ação
mamárias. das desiodases, enzimas que atuam na transformação do
As alternativas que se referem ao hormônio oxitocina hormônio T4 em T3.
são: TOLEDO, K. Disponível em: http://agencia.fapesp.br.
Acesso em: 13 jun. 2019 (adaptado).
a) I, II e III. c) II e III.
b) I e II. d) I e III. Esses hormônios são produzidos na(s) glândula(s)
a) paratireoides. d) hipófise.
4. UEG-GO A coordenação das funções do organismo b) pancreática. e) adrenal
humano é feita pelos sistemas nervoso e endócrino. c) tireoide.
Ambos os sistemas produzem os hormônios, substân-
cias importantes que influenciam a atividade de vários 8. Mackenzie-SP 2012 A respeito dos hormônios sinteti-
órgãos. Sobre os hormônios e seus mecanismos de zados na tireoide, considere I, II, III e IV abaixo.
FRENTE 3

ação, é correto afirmar: I. São produzidos a partir de um aminoácido.


a) a célula beta do pâncreas produz o glucagon, II. Têm como função acelerar o metabolismo basal.
hormônio que facilita a entrada da glicose que III. Apresentam iodo na sua molécula.
está no sangue nas células corporais. IV. Sua produção é controlada por nervos cranianos.
b) a ocitocina, hormônio secretado pela neuroipófi- Assinale
se, estimula a dilatação muscular do útero durante a) se todas as afirmativas forem corretas.
o processo de pré-parto. b) se somente as afirmativas II e III forem corretas.
c) a tireoide produz os hormônios tiroxina e calcito- c) se somente as afirmativas I e IV forem corretas.
nina, que diminuem a liberação de cálcio e fósforo d) se somente as afirmativas II, III e IV forem corretas.
no sangue. e) se somente as afirmativas I, II e III forem corretas.

179
9. PUC-SP 2017 Um experimento foi conduzido para ve- Promove a conversão de aminoácidos e lipídeos
rificar a influência de um hormônio da tireoide sobre o em glicose pelo fígado.
metabolismo celular. Para isso, foram obtidas células Estimula a liberação de leite e a contração do útero.
hepáticas (hepatócitos) de ratos cujos níveis sanguí- Controla a concentração de cálcio no sangue.
neos do hormônio foram previamente classificados Diminui a liberação de cálcio no sangue.
como baixos, normais ou elevados. Sob condições Estimula o crescimento corporal, a síntese proteica
controladas, foi medida a taxa de consumo de oxi- e é hiperglicemiante.
gênio de cada um dos três grupos de células, e o Assinale a alternativa que contém a sequência corre-
resultado está representado no gráfico a seguir. ta, de cima para baixo.
10 a) 4 – 1 – 2 – 5 – 3
Consumo celular de O2 (nmol/min/mg)

9 b) 3 – 2 – 4 – 1 – 5
8 c) 1 – 5 – 4 – 2 – 3
7 d) 3 – 5 – 1 – 4 – 2
6 e) 1 – 4 – 5 – 3 – 2
5
4
12. Uece 2018 Hormônios são substâncias produzidas
3
e liberadas por determinadas células para atuarem
2
sobre células-alvo modificando seu funcionamento.
1 Relacione corretamente os hormônios às descrições
0
Baixo Normal Elevado apresentadas a seguir, numerando a coluna II de acor-
Níveis do hormônio da tireoide
do com a coluna I.
Coluna I
Os resultados desse experimento permitem concluir . Insulina
que, nos hepatócitos dos ratos estudados, . Adrenalina
a) o hipertireoidismo eleva o consumo de oxigênio . Prolactina
na etapa citoplasmática da respiração celular. . Glicocorticoide
b) o hipotireoidismo acelera a produção de ATP. Coluna II
c) o hipertireoidismo estimula a fosforilação oxidativa. Aumenta a taxa cardíaca, a pressão sanguínea e
d) o hipotireoidismo torna a cadeia respiratória um desvia o uxo sanguíneo do intestino para os mús-
processo anaeróbio. culos esqueléticos.
Estimula a síntese de proteínas e o armazenamento
10. Unesp 2016 Um hormônio foi injetado na circulação de glicose pelas células, reduzindo a concentração
sanguínea de uma pessoa. O gráfico mostra como a de glicose no sangue.
concentração de cálcio no sangue variou ao longo do Inuencia a concentração de glicose no sangue e
tempo após a injeção. outros aspectos do metabolismo de gorduras, pro-
injeção do teínas e carboidratos.
hormônio
Estimula o desenvolvimento das mamas e a produ-
Cálcio (nmol/L)

2.40
2.35 ção e secreção de leite nas fêmeas de mamíferos.
2.30 A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) 2, 1, 4, 3.
b) 4, 3, 2, 1.
c) 1, 4, 2, 3.
0 1 2 3 4 5 6 d) 3, 2, 1, 4.
Tempo (horas)
(John Hall. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology, . Adaptado.) 13. FPP-PR 2016 Leia ambos os textos para responder à
É correto armar que o hormônio injetado na circula- questão.
ção sanguínea dessa pessoa foi
Assistir a shows ao vivo pode reduzir níveis
a) o glucagon. d) a calcitonina.
b) a tiroxina. e) a aldosterona. de estresse, sugere estudo
c) o paratormônio. Um estudo realizado por pesquisadores britânicos
com 117 voluntários sugere que assistir a shows de músi-
11. Udesc 2012 Os hormônios agem como mensagei- ca ao vivo reduz os níveis de estresse das pessoas. Estudos
ros químicos e atuam em receptores específicos nas prévios já mostraram que ouvir música pode ajudar tanto
membranas celulares. Associe as colunas a seguir: para o relaxamento quanto para a concentração. Mas essa
. Paratormônio . Calcitonina nova pesquisa publicada no periódico Public Health foca
. Somatrotóco . Ocitocina especialmente nas apresentações ao vivo e os efeitos que
. Cortisol – glicocorticoide os eventos podem ter nas pessoas.

180 BIOLOGIA Capítulo  Sistemas de controle II


Os voluntários tiveram sua saliva testada antes e de- A reação de Guiomar à segunda resposta de Luís
pois da apresentação do compositor Eric Whitacre, em Alves está diretamente ligada aos efeitos da
que puderam cantar, dançar e pular. Houve, no geral, uma a) epinefrina. c) somatotrofina.
diminuição nos hormônios cortisol e seus precursores nos b) insulina. d) acetilcolina.
participantes. Os pesquisadores apontaram que não houve
diferença nos resultados de quem tinha costume em ir a
15. UEL-PR A adrenalina é muito associada aos espor-
shows e de quem não tinha: todos aproveitaram o show
tes radicais devido à excitação à qual a pessoa que
da mesma forma e apresentaram uma diminuição na pro-
os pratica está submetida. Este hormônio prepara o
dução dos hormônios mencionados acima.
Modificado de: <http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/
corpo para enfrentar situações de perigo ou de emer-
noticia/2016/04/assistir-shows-ao-vivo-pode-reduzir-niveis-de-estresse- gência.
sugere-estudo.html>. Acesso em 03/05/2016. Em qual(is) glândula(s) endócrina(s) humana(s) é pro-
duzida a adrenalina?
MPDF denuncia médica que receitou a) Hipófise. d) Suprarrenais.
‘superdose’ de medicamento a menina b) Tireoide. e) Pâncreas.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios c) Paratireoides.
ofereceu denúncia contra a médica pediatra suspeita de
prescrever uma dosagem excessiva de adrenalina para a 16. UCS-RS 2017 O pâncreas é um importante órgão do
menina Rafaela, de 1 ano e 7 meses, que morreu dias de- corpo humano, sendo responsável pela produção de
pois de receber a substância, em janeiro deste ano. O G1 diferentes substâncias com funções envolvidas no
procurou a médica Fernanda, mas não conseguiu contato processo digestório, bem como no controle do me-
até a publicação desta reportagem. tabolismo corporal. O pâncreas é considerado uma
Modificado de: <http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/05/ glândula mista. A parte do pâncreas
mpdf-denuncia-medica-que-receitou-superdose-de-adrenalina-menina.
html>. Acesso em: 03/05/2016. é responsável pela produção de ,
cuja composição é, basicamente, de enzimas e bi-
Sobre os hormônios presentes nos dois textos acima, carbonato; já a parte é responsável
é possível armar que: pela produção de , principalmente
a) ambos são produzidos pela região cortical da .
mesma glândula. Assinale a alternativa que preenche, correta e respec-
b) ambos são produzidos pela mesma glândula, o pri- tivamente, as lacunas acima.
meiro no córtex e o segundo na região medular. a) exócrina – suco pancreático – endócrina – hor-
c) ambos são produzidos pela região medular da mônios – insulina e glucagon
mesma glândula. b) endócrina – suco pancreático – exócrina – peptí-
d) ambos são produzidos pela região cortical de deos – insulina e hormônio do crescimento
glândulas diferentes. c) exócrina – suco gástrico – anfícrina – hormô-
e) ambos são produzidos por regiões medulares de nios – adrenalina e noradrenalina
glândulas diferentes. d) endócrina – bile – exócrina – aminoácidos – pep-
sina e glucagon
14. UEMG 2014 Esta passagem foi retirada de A mão e a e) anfícrina – bile – apócrina – hormônios – gluca-
luva, de Machado de Assis: gon e insulina
... Guiomar curvou a cabeça e esteve alguns instantes
a perpassar os dedos pelas teclas, enquanto Luís Alves, 17. Udesc 2016 Os seres humanos possuem diversas
tirando de cima do piano outra música, dizia-lhe:
glândulas endócrinas, algumas delas podem inclusive
— Podia dar-nos este pedaço de Bellini, se quisesse.
produzir mais de um tipo de hormônio.
Guiomar pegou maquinalmente na música e abriu-a
Associe o hormônio à glândula.
na estante.
— Era então vontade sua? perguntou ela continuando Coluna A Coluna B
o assunto interrompido do diálogo. I. Prolactina Suprarrenal
— Vontade certamente, porque era necessidade. II. Adrenalina Pâncreas
FRENTE 3

— Necessidade — tornou ela começando a tocar, III. Progesterona Tireoide


menos por tocar que por encobrir a voz; mas necessidade IV. Tiroxina Ovários
por quê? V. Insulina Hipóse
— Por uma razão muito simples, porque a amo. (...)
Guiomar sentou-se outra vez muda, despeitada, a Assinale a alternativa que indica a associação correta,
bater-lhe o coração como nunca lhe batera em nenhuma de cima para baixo.
outra ocasião da vida, nem de susto, nem de cólera, nem... a) III – IV – II – I – V
de amor, ia eu a dizer, sem que ela o houvesse sentido b) II – V – IV – III – I
jamais. Não se demorou muito tempo ali; com a mão c) I – III – IV – II – V
trêmula folheou a música que estava aberta na estante, d) V – II – I – III – IV
deixou-a logo e levantou-se. e) II – IV – V – III – I

181
18. Fatec-SP 2017 Em populações humanas com menos acesso a nutrientes e isoladas geneticamente, a fome atua na
seleção evolutiva dos genes poupadores, que estimulam vias metabólicas e fisiológicas responsáveis pela formação
de reservas energéticas no corpo.
Indivíduos dessas populações, quando emigram, frequentemente têm acesso a dietas mais calóricas e tendem a
apresentar doenças como a
a) diabetes melito tipo II, que é caracterizada pelo desenvolvimento de resistência à insulina.
b) diabetes melito tipo I, que é caracterizada pela deficiência no metabolismo de álcoois.
c) artrite reumatoide, que é oriunda da falta de vitamina A na gravidez.
d) artrite séptica, doença alergênica agravada com o consumo insuficiente de água mineral.
e) artrite gotosa, doença cujos sintomas advêm do consumo excessivo de gorduras insaturadas.

19. UFU-MG O hormônio chamado controla o teor de açúcar no corpo dos mamíferos. Ele é produzido
pelo e sua deficiência pode provocar uma doença chamada . O hormônio responsá-
vel por estimular e manter os processos metabólicos recebe o nome de ; é produzido pela glândula
, e o aumento do volume dessa glândula por carência de iodo na dieta é chamado de .
A alternativa que completa corretamente as lacunas é:
a) Insulina; pâncreas; diabetes; tiroxina; tireoide; bócio
b) Tiroxina; fígado; bócio; insulina; tireoide; diabetes
c) Insulina; fígado; diabetes; tiroxina; hipófise; bócio
d) Tiroxina; pâncreas; bócio; insulina; hipófise; diabetes

20. Mackenzie-SP 2015 Observe a tabela abaixo:

Glândula Hormônio Ação

Os espaços A, B, C e D serão preenchidos correta e respectivamente por


a) aumento do metabolismo basal; adrenalina; adenoipófise; glucagon.
b) diminuição da glicemia sanguínea; noradrenalina; hipotálamo; insulina.
c) aumento da produção de calor; cortisol; neuroipófise; glucagon.
d) controle do metabolismo de cálcio; aldosterona; adenoipófise; insulina.
e) diminuição da atividade metabólica; adrenalina; hipotálamo; glucagon.

21. Uepa 2012 Ele surge do nada. Tem os músculos enrijecidos e uma arma na mão. Está tão assustado quanto você, mas a voz
sai forte: “É um assalto!”. Diante dessa situação de perigo ou assim considerada pelo organismo, a medula é estimulada pelo
sistema nervoso simpático e libera substâncias que aumentam a capacidade do organismo de enfrentar a situação de alarme.
(Adaptado de Linhares e Gewandsznajder: Biologia – volume único, 2008).

Sobre a situação descrita, analise o quadro abaixo e assinale a alternativa correta.

Substâncias Ação

As corretas são:
a) I, II, III e V d) III, IV, V e VI
b) I, III, IV e V e) I, II, III, IV e VI
c) II, IV, V e VI

182 BIOLOGIA Capítulo 11 Sistemas de controle II


Leia a tirinha a seguir e responda à questão 22.

(Disponível em: https://dicasdeciencias.com/2011/03/28/ garfield-saca-tudo-de-fisica/. Acesso em: 27 abr. 2016.)

22. UEL-PR 2017 Garfield, um dos personagens da charge, construiu sua fama devido ao fato de apresentar algumas
características, como, por exemplo, a deposição excessiva de gordura corporal. Essa condição, na qual se incluem os
humanos, pode ser explicada pela ingestão de alimentos em quantidades maiores do que aquelas que podem ser
utilizadas pelo organismo para a obtenção de energia.
Com base nos conhecimentos sobre metabolismo, assinale a alternativa correta.
a) A função do metabolismo é transformar moléculas grandes e complexas em pequenas, simples e solúveis, assim,
o amido é convertido em ácidos graxos, as proteínas, em aminoácidos, e os lipídios, em moléculas de glicose.
b) As substâncias reguladoras, por possuírem a função de suprir as necessidades energéticas, garantem um meta-
bolismo normal e devem ser ingeridas em todas as refeições.
c) O catabolismo é a etapa na qual os nutrientes são assimilados e utilizados para formar novas substâncias indis-
pensáveis ao crescimento, à manutenção e à regeneração do organismo.
d) O anabolismo é a etapa na qual ocorre a quebra de moléculas complexas em outras mais simples, com liberação
de energia e eliminação de substâncias de excreção.
e) O pâncreas produz o glucagon, que age no fígado e estimula a glicogenólise, reação que transforma o glicogênio
em glicose, e a insulina, que tem por função reduzir a concentração de glicose no sangue.
Leia o texto para responder à questão 23.
Um dispositivo portátil mostrou-se eficaz em controlar o diabetes tipo 1 em adultos e jovens com a doença. Segundo
os pesquisadores que desenvolveram a tecnologia, a técnica é mais prática e segura do que as disponíveis atualmente para
tratar o problema. O equipamento é formado por um pequeno sensor inserido sob a pele de um lado do abdome do paciente.
Esse sensor mede os níveis de glicose no sangue e envia essa informação a um smartphone adaptado. O smartphone, a partir
desses dados, calcula a quantidade de insulina e glucagon que deve ser secretada. Os hormônios são administrados por duas
pequenas bombas ligadas a tubos finos que são inseridos sob a pele do outro lado do abdome do paciente.
(http://tinyurl.com/veja-cientistas Acesso em: 28.08.14. Adaptado)

23. Fatec-SP 2015 O conjunto de equipamentos descrito no texto reproduz o mecanismo fisiológico do organismo para
controlar a glicemia (concentração de glicose no sangue). Em um indivíduo saudável, esse controle ocorre pela via
ilustrada na figura apresentada.

Alimentos Absorção
Secreção de glicose
de insulina

Pâncreas Fígado
Redução da taxa de
Aumento da taxa de glicose no sangue
glicose no sangue
Liberação
FRENTE 3

de glicose Secreção
de glucagon
Atividade física
Jejum prolongado
Fígado Pâncreas

Com base nas informações contidas no texto e na gura, é possível dizer que o novo equipamento auxilia o tratamen-
to do diabetes tipo 1, ao cumprir as funções do
a) fígado e do pâncreas, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
b) fígado, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
c) fígado, liberando insulina para aumentar a glicemia e glucagon para diminuí-la.
d) pâncreas, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
e) pâncreas, liberando insulina para aumentar a glicemia e glucagon para diminuí-la.

183
24. UEL-PR 2014 Nas grandes cidades, encontramos B D
nível elevado
indivíduos submetidos a jornadas de trabalho com
longos períodos em jejum, como também indivíduos
que se alimentam excessivamente de carboidratos nível normal
em refeições rápidas.
Com base nessas considerações e nos conhecimen- nível baixo
A C
tos sobre as ações dos hormônios insulina e glucagon,
assinale a alternativa correta. Após sua análise, é possível armar que, nos momen-
a) Com a redução da taxa de glicose no sangue, as tos indicados por
células do fígado liberam insulina que age no pân- a) A e C, há aumento da secreção de insulina.
creas, quebrando o glicogênio em glicose. b) B e D, há aumento da secreção de insulina.
b) Com a redução da taxa de glicose no sangue, as c) A e C, há diminuição da secreção de glucagon.
células do pâncreas liberam glicogênio na forma d) B e D, há diminuição da secreção de insulina e de
de insulina que estimula o fígado a armazenar glu- glucagon.
cagon na forma de glicogênio.
28. PUC-PR 2016 O pâncreas é uma glândula mista que
c) Com a redução da taxa de glicose no sangue, as
apresenta regiões de função endócrina denominadas
células do pâncreas liberam glucagon que age no
de ilhotas de Langerhans; nessas ilhotas existem célu-
fígado, quebrando o glicogênio em glicose.
las alfa produtoras de glucagon, células beta produtoras
d) Com o aumento da taxa de glicose no sangue, as
de insulina, células delta que produzem somatostatina e
células do fígado liberam glucagon que estimula o
células PP, que produzem um polipeptídeo pancreático.
pâncreas a armazenar glicose na forma de insulina.
É conhecido que a insulina e o glucagon atuam regulan-
e) Com o aumento da taxa de glicose no sangue,
do a glicemia (taxa de glicose no sangue). Os hormônios
as células do pâncreas liberam glucagon que es-
agem através de receptores específicos de alta afinida-
timula o fígado a armazenar insulina na forma de
de. Um dos distúrbios típicos de glicemia é a diabetes
glicogênio. mellitus, tipo I (diabetes mellitus insulinodependente) e
tipo II (as células são resistentes à ação da insulina). O
25. PUC-PR 2021 Pesquisas científicas indicam que é
controle da glicemia ocorre da seguinte maneira:
possível tumores produzirem hormônios. O sistema
endócrino apresenta hormônios que são substân- Célula
beta Ins
cias químicas de caráter regulador. Juntamente com la uli
u

n
im

Pâncreas

a
o sistema nervoso, o sistema endócrino controla, de
Est

Alimento
be Célula
forma direta e indireta, todas as funções do organis- Ini alfa
Alta taxa
mo humano. de glicose
Fígado absorve a
Imagine que um desses tumores passe a produzir e li- Fígado quebra o
glicogênio e libera glicose e armazena na
forma de glicogênio
berar, na corrente sanguínea, uma grande quantidade glicose

de insulina. Espera-se que ocorra, nesse organismo,


a) hipoglicemia. Célula
beta Baixa taxa
de glicose
b) quebra de gorduras. Pâncreas Inib e
Gl

uc
ag
c) hiperglicemia. on
Célula E s ti m u
la
alfa
d) redução da glicogênese.
e) aumento da glicogenólise. Disponível em: <http://iebvm.g12.br/images/2014/componentes_
curriculares/1A_EM/biologia/bioquimica_%20a_quimica_da_vida.pdf>.

26. PUC-SP 2017 A pancreatite crônica é uma doença Suponha que uma pessoa seja diabética tipo I e não
que leva à destruição gradativa do pâncreas, o que esteja fazendo o controle da doença. Ela ingeriu car-
pode fazer com que ele perca suas funções exócri- boidratos como amido, sacarose e lactose. Após a
na e endócrina. No caso de insuficiência exócrina, a digestão e absorção dos carboidratos, espera-se que:
pessoa recebe por via oral as enzimas que ela não a) ocorra o bloqueio das células alfa e a estimulação
produz, como A e B. Havendo comprometimento da das células beta, provocando a glicogenólise e a
função endócrina, é necessário receber injeção de C hipoglicemia.
após as refeições. b) seja liberado glucagon na corrente sanguínea,
O texto acima ca correto se as letras A, B e C forem ocorrendo a glicogenólise e a hipoglicemia.
substituídas, respectivamente, por c) aconteça a ligação entre insulina e os receptores
a) pepsina, tripsina e insulina. específicos de membrana que facilitam a entrada
b) maltase, quimotripsina e glucagon. de glicogênio nos hepatócitos do fígado.
c) insulina, glucagon e lipase. d) não ocorra a liberação de insulina (pelas células
d) amilase, lipase e insulina. beta do pâncreas), promovendo hiperglicemia e
gliconeogênese.
27. FMABC-SP 2016 O gráfico mostra diferentes níveis e) aconteça uma redução da sensibilidade dos teci-
de glicose no sangue de uma pessoa sadia: dos à insulina, promovendo a hipoglicemia.

184 BIOLOGIA Capítulo 11 Sistemas de controle II


Texto complementar
Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA)
Existem situações, como uma diarreia intensa, nas quais há perda Aumento da
excessiva de sais e fluidos corporais, resultando em redução do volume pressão
Vasoconstrição arterial
de sangue e queda da pressão arterial. Em um caso como esse, o SRAA
é ativado, promovendo aumento da reabsorção de água e sódio nos rins. Aumento da
Suprarrenal reabsorção de
Quando ocorre redução do volume sanguíneo ou queda da pres- sódio e água
são arterial na arteríola aferente (vaso sanguíneo que conduz sangue
ao glomérulo renal do néfron), acontece a liberação de uma enzima
denominada renina. Essa enzima atua sobre uma proteína plasmática Angiotensina II Aldosterona
produzida pelo fígado, o angiotensinogênio, resultando na formação
Enzima
da angiotensina I, que, em seguida, é convertida em angiotensina II. conversora da
Atuando como um hormônio, a angiotensina II promove vasoconstrição angiotensina
de arteríolas, contribuindo para o aumento da pressão arterial, e esti- Rim
mula as suprarrenais a liberar aldosterona – hormônio que aumenta Angiotensina I
a reabsorção de Na+ e, consequentemente, a reabsorção de água,
elevando o volume sanguíneo e a pressão arterial. Renina
Sendo a angiotensina II uma substância que atua no aumento Angiotensinogênio
da pressão arterial, medicamentos que inibem sua produção são am-
plamente usados no tratamento da hipertensão arterial crônica. São
Queda da
exemplos desse tipo de substância os inibidores da enzima conver- pressão
sora de angiotensina (ECA), responsável por catalisar a formação de arterial
angiotensina II a partir da angiotensina I.
Representação esquemática do controle do volume sanguíneo e da
Texto elaborado para fins didáticos.
pressão arterial pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA).

Resumindo
Introdução
y O sistema endócrino é constituído pelo conjunto de glândulas endócrinas do organismo.
y O controle endócrino é feito por meio da ação dos hormônios sobre suas células-alvo.
Regulação dos níveis hormonais
y Feedback (retroalimentação) negativo: a resposta das células-alvo inibe a produção do hormônio que a desencadeou,
evitando que os hormônios sejam liberados em quantidades excessivas.
y Feedback (retroalimentação) positivo: o aumento da intensidade da resposta das células-alvo resulta em aumento da libe-
ração do hormônio que as estimula.
Principais glândulas endócrinas
y Hipófise (ou pituitária)
– Localizada na base do encéfalo, intimamente associada ao hipotálamo.
– Dividida em duas regiões:
• neuroipófise (porção posterior): não produz hormônios; armazena e libera no sangue hormônios sintetizados pelo
hipotálamo.
• adenoipófise (porção anterior): sintetiza e secreta hormônios sob o controle do hipotálamo.
Regiões da hipófise Hormônios Ações e características

FRENTE 3

185
y Glândula tireoide (ou tireóidea)
– Localizada na porção anterior do pescoço.

Hormônios da glândula tireoide Ações e características

– Alterações da glândula tireoide


• Hipertireoidismo: produção e liberação excessiva dos hormônios T e T, causando aumento acentuado do metabolismo.
• Hipotireoidismo: baixa secreção de T e T, resultando em redução da taxa metabólica.
• Bócio endêmico ou carencial: causado pela carência de iodo. A prevenção é feita por meio do consumo de sal de cozinha
enriquecido com iodo.
y Glândulas paratireoides
– Conjunto de quatro glândulas localizadas na parte posterior da glândula tireóidea.
– Secretam o paratormônio (PTH), que eleva o nível de cálcio no sangue.
y Glândulas suprarrenais (ou adrenais)
– Localizadas acima dos rins.
– Divididas em duas regiões: medula (porção interna) e córtex (porção externa).

Regiões das
Hormônios Ações e características
suprarrenais

y Pâncreas ELEMENTOS Insulina


FORA DE
– Glândula mista (ou anfícrina): possui uma porção exó- PROPORÇÃO

crina e uma endócrina. CORES Células-beta Aumento da


• Porção exócrina: produz o suco pancreático. FANTASIA absorção de glicose
• Porção endócrina: constituída pelas ilhotas pancreá- pelas células
ticas, sintetiza e secreta os principais hormônios que Formação de
atuam no controle da glicemia – insulina (produzida glicogênio
no fígado
pelas células beta) e glucagon (produzido pelas cé- Aumento da glicemia
lulas alfa). Redução da glicemia
(p. ex.: ingestão
– Diabetes melito: caracterizada por hiperglicemia de carboidratos)
crônica.
• Tipo : deficiência na síntese e na secreção de in-
Glicemia normal
sulina. A regulação da glicemia acontece mediante
a administração de insulina, por exemplo, por meio
de injeções.
Redução da glicemia
• Tipo : redução da capacidade das células-alvo em Aumento da glicemia
(p. ex.: jejum)
responder à presença da insulina.

Degradação do
Representação da atuação da insulina e do glicogênio estocado Glucagon
Células-alfa
glucagon na homeostase da glicose. no fígado

Quer saber mais?

Site
https://revistapesquisa.fapesp.br/a-descoberta-da-insulina/
(Acesso em: 23 mar. 2022)
Reportagem sobre a descoberta da insulina.

186 BIOLOGIA Capítulo 11 Sistemas de controle II


Exercícios complementares
1. FICSAE-SP 2017 (Adapt.) de crescimento (GH). A testosterona também é usada
Doping Esportivo no doping esportivo. Nesse caso, é aceitável que a
razão entre as concentrações de testosterona e epi-
testosterona esteja entre 1 e 4. Razão acima de 4 é
considerada doping.
a) A eritropoietina é produzida pelos rins e atua na
medula óssea vermelha, estimulando a produção
de hemácias. De que modo o uso desse hormônio
por atletas pode aumentar o desempenho físico?
b) Em que glândula é produzido naturalmente o
hormônio de crescimento humano? Que conse-
quências podem resultar da falta e do excesso
desse hormônio no organismo?

Texto para a questão 2.


Os jogos olímpicos Rio 2016 foram marcados pelo Grande parte dos pacientes com hiperparatiroi-
impedimento da participação de boa parte da delega- dismo brando exibe poucos sinais de doença óssea e
ção russa em virtude de um escândalo de doping. A raras anormalidades inespecícas, em consequência
pedido da Agência Mundial Antidoping, foi divulgado da elevação do nível do cálcio, mas apresenta ten-
um relatório que denunciava um “sistema de doping dência extrema à formação de cálculos renais. Isso se
de estado” envolvendo 30 esportes na Rússia e que deve ao fato de que o excesso de cálcio e fosfato ab-
contava com o auxílio dos serviços secretos russos. sorvidos pelos intestinos ou mobilizados dos ossos no
A lista de substâncias proibidas pela Agência Mun- hiperparatiroidismo será nalmente excretado pelos
dial Antidoping inclui compostos cuja presença nas rins, ocasionando aumento proporcional nas concen-
amostras de urina em qualquer concentração é passível trações dessas substâncias na urina. Em decorrência
de punição e compostos que apenas são considera- disso, os cristais de oxalato tendem a se precipitar nos
dos proibidos a partir de determinada concentração na rins, dando origem a cálculos com essa composição.
urina, como apresentado na tabela a seguir.
2. UAM-SP 2018 A regulação da temperatura corporal
Substância Classificação
Concentração- em humanos é realizada por mecanismos complexos
-limite na urina que envolvem diferentes sistemas do organismo.

(Jane B. Reece et al. Biologia de Campbell, 2015. Adaptado.)


FRENTE 3

a) Após a queda da temperatura ambiental, quais as


respostas geradas pelos músculos e vasos san-
guíneos periféricos para evitar a diminuição da
temperatura corporal?
b) A queda da temperatura corporal reduz a libera-
ção do hormônio vasopressina (ADH), sintetizado
Muitas das substâncias proibidas são produzidas na- no hipotálamo. Qual glândula armazena e libera a
turalmente no organismo. Como exemplos, podem ser vasopressina? Qual a consequência da redução
citados hormônios como a epitestosterona (isômero dos níveis de vasopressina sobre o volume de
da testosterona), a eritropoietina (EPO) e o hormônio urina produzido?

187
3. CUSC-SP 2019 A figura ilustra três tipos de controle desenvolvimento dos órgãos sexuais até a incidência de
que ocorrem no corpo humano: o controle endócri- doenças como câncer e diabetes.
no, o controle nervoso e o controle neuroendócrino. BEER.R. Disponível em:<http://revistagalileu.globo.com/Revista/
noticia/2017/06/voce-deveria-saber-o-que-sao-os-desreguladores-
endocrinos.html>. Acesso: 19 de jun. 2017.

Uma pesquisa revela que determinado desregulador


endócrino afetou o hipotálamo impedindo a produção
dos hormônios ADH e oxitocina, uma pessoa que foi
afetada por esse desregulador
a) passará a ter pressão arterial elevada e muita có-
lica menstrual.
b) aumentará a reabsorção de água nos túbulos
contorcidos distais e nos ductos coletores, pro-
duzindo menor volume de urina e apresentará
dificuldades na ejeção de leite.
c) passará a ter pressão arterial baixa e terá dificul-
dades na produção de leite.
d) produzirá um menor volume de urina e passará a pro-
(Helena Curtis et al. Biologia, 2009. Adaptado.)
duzir uma maior quantidade de leite.
e) produzirá um volume maior de urina e terá dificul-
a) Considere as substâncias ADH, insulina e ace- dades na ejeção de leite.
tilcolina. Associe cada uma delas aos tipos de
controle ilustrados.
6. Famerp-SP 2017 O esquema representa um me-
b) Dos três tipos de controle, qual deles é conside-
canismo fisiológico de ajuste do corpo humano ao
rado de alta velocidade? Explique como esse tipo
ambiente frio.
de controle consegue estimular as células de um
determinado órgão. 1 1 1 1

4. PUC-SP 2016 Uma pessoa apresenta um quadro cli-


nicamente conhecido por diabetes insípido: ela sente
muita sede e elimina grande volume de urina. Seus 2
exames revelaram uma taxa alterada de hormônio an- a) Cite o hormônio hipofisário que estimula a tireóidea.
tidiurético. Trata-se de um distúrbio envolvendo uma Qual é o elemento mineral do sal de cozinha que é
a) hipofunção da hipófise. fundamental para a síntese dos hormônios T3 e T4?
b) hiperfunção da hipófise. b) Em dias frios, como reage o organismo no que se
c) hipofunção do pâncreas. refere aos hormônios T3 e T4? Qual a importância
d) hiperfunção do pâncreas. dessa reação para um organismo endotérmico?

5. PUC-PR 2018 (Adapt.) Considere o texto a seguir. 7. FMP-RJ 2016 Grande parte dos pacientes com hiper-
Você deveria saber o que são os paratiroidismo brando exibe poucos sinais de doença
óssea e raras anormalidades inespecíficas, em conse-
desreguladores endócrinos
quência da elevação do nível do cálcio, mas apresenta
Compostos químicos sintéticos, os desregulado- tendência extrema à formação de cálculos renais. Isso
res seespalham pelo meio ambiente e são causadores se deve ao fato de que o excesso de cálcio e fos-
dedoenças. fato absorvidos pelos intestinos ou mobilizados dos
Apesar de serem ilustres desconhecidos da maior
ossos no hiperparatiroidismo será finalmente excre-
parte da população, eles estão por todos os lados: no ar,
tado pelos rins, ocasionando aumento proporcional
na água, nos cosméticos, nas garrafas de plástico... Com-
nas concentrações dessas substâncias na urina. Em
postos químicos sintéticos, os desreguladores endócrinos
decorrência disso, os cristais de oxalato tendem a se
se espalham pelo meio ambiente e afetam o funcionamen-
to dos hormônios de humanos e animais, alterando ou
precipitar nos rins, dando origem a cálculos com essa
anulando diferentes reações químicas responsáveis pelo composição.
funcionamento do organismo. O contato com os desre- O aumento na concentração plasmática de íons Cálcio
guladores endócrinos acontece de várias maneiras: alguns estimula a produção de um hormônio peptídico que
deles são inalados, como os presentes em pesticidas ou tem efeitos opostos aos do Paratormônio (PTH).
emitidos na combustão do diesel; outros são absorvidos a) Nomeie o hormônio que diminui a concentração
pela pele, caso daqueles que fazem parte da composi- de Cálcio no sangue e indique a glândula endó-
ção de cosméticos; e há ainda aqueles que são ingeridos crina responsável pela sua produção.
junto com água ou com alimentos contaminados. A con- b) O PTH é inicialmente sintetizado nos ribossomos,
sequência são problemas de saúde que vão desde o mal sob a forma de pré-pró-hormônio, uma cadeia

188 BIOLOGIA Capítulo 11 Sistemas de controle II


polipeptídica com  aminoácidos. Essa cadeia é c) elevação – tiroxina – redução – TSH
clivada a um pró-hormônio com 9 aminoácidos e, d) elevação – TSH – redução – tiroxina
a seguir, ao próprio hormônio com  aminoácidos. e) redução – TSH – elevação – tiroxina
Qual é o número de nucleotídeos presentes no
Leia o texto a seguir para responder à questão 10.
RNA mensageiro que irá codicar o pré-pró-hor-
mônio com 110 aminoácidos? Justique a resposta, Em uma pesquisa, com 2.270 mulheres com idade
explicando como esse número foi obtido. entre 49 e 69 anos, realizada pela Federação Brasileira das
Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, foi observado
que 19% delas sofriam de osteoporose. Essa doença pode
8. PUC-Rio 2020 A Tireoidite de Hashimoto é uma ser prevenida e tratada. Uma das medidas de profilaxia e
doença autoimune caracterizada por uma inflamação tratamento é o uso de vitamina D.
da tireoide causada por um erro do sistema imunológi- Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/licao-
co. Indivíduos portadores de Tireoidite de Hashimoto chacoalhar-esqueleto-estudantes-431291.shtml. Acesso em: 8 out. 2012.
(Adaptado).
apresentam níveis elevados de anticorpos contra a
enzima tireoperoxidase (TPO), responsável pela pro-
dução dos hormônios T3 e T4. 10. UFG-GO 2013 Essa doença está diretamente associada
ao metabolismo ósseo, ilustrado no esquema a seguir.
Sistema nervoso central

Glândula X Paratireoide
Produz Inibe
Hipotálamo

TRH
Estimula
Hormônio Calcitonina Y
Produz
Hipófise
Inibe
TSH
Estimula

Tireoide
TPO
Produz Tendo em vista o exposto, responda:
a) Como são denominados a glândula X e o hormô-
T4 T3
nio Y, respectivamente?
Sistema endócrino
Atua
b) Explique duas funções da calcitonina no organis-
mo humano.
Células-alvo

Disponível em: <https://corticoides7unb.wordpress.com/2013/06/2/ 11. UEM-PR 2015 Os hormônios são compostos orgâni-
sintese-de-hormonios-da-tireoide>. Acesso em: 10 ago. 201. Adaptado.
cos produzidos por células isoladas ou por glândulas
endócrinas e, quando liberados no sangue, são ca-
Considerando a gura acima, como estão os níveis
pazes de estimular ou inibir o funcionamento de um
dos hormônios T3, T4 e TSH, em portadores de Ti-
órgão. Sobre este assunto, assinale a(s) alternativa(s)
reoidite de Hashimoto não medicados? Explique.
correta(s).
 As paratireoides localizam-se na base do encé-
9. FCMSCSP 2020 No corpo humano, os mecanismos
falo, armazenam e liberam hormônios produzidos
de feedback ou de retroalimentação são aqueles
no hipotálamo e produzem os hormônios gona-
em que a produção de alguns hormônios por uma
dotrópicos.
glândula interfere na produção hormonal de outra. O
 O hormônio antidiurético (ou vasopressina), produ-
esquema ilustra um caso de feedback envolvendo a
zido nas glândulas suprarrenais, atua sobre os rins
hipófise e a tireoidea.
promovendo a formação de grande quantidade
de urina.
FRENTE 3

 A tireoide, localizada na região anterior do pescoço,


Hipófise TSH Tireoidea Tiroxina produz hormônios com iodo em sua composição,
que atuam sobre a taxa metabólica basal.
Em uma pessoa que não apresenta nenhuma alte-  A oxitocina é produzida na neuro-hipófise, sen-
ração no mecanismo hormonal esquematizado, a do responsável pela contração da musculatura
da taxa de resulta na uterina, e estimula a liberação do leite durante a
da síntese de . amamentação.
Assinale a alternativa que completa, respectivamente,  A deficiência na produção de tiroxina causa hi-
as lacunas do texto. potireoidismo, o que leva a pessoa a ser pouco
a) elevação – tiroxina – elevação – TSH ativa, a ganhar peso e a apresentar pele fria.
b) redução – tiroxina – redução – TSH Soma:

189
12. UCS-RS 2018 As glândulas paratireoides sintetizam o A reabsorção de sódio nos rins é controlada pelos
paratormônio, cuja função é aumentar a concentração hormônios aldosterona e angiotensina.
de íons-cálcio no sangue. Sobre as glândulas parati- O hormônio antidiurético (ADH) é liberado
reoides, assinale a alternativa correta. pelas glândulas suprarrenais e aumenta a permea-
a) O paratormônio também participa da ativação da bilidade à água da membrana das células dos
vitamina D produzida na pele pela exposição aos glomérulos.
raios U.V. A sequência correta, de cima para baixo, é
b) O excesso de paratormônio gera um aumento na a) V – V – F – V.
quantidade de cálcio no sangue deixando os os- b) V – F – V – F.
sos mais fortes. c) F – F – V – F.
c) Os cálculos de cálcio nos rins são características d) F – V – V – F.
de casos de hipoparatireoidismo, isso é, falta de e) F – V – F – V.
cálcio no sangue.
d) O hiperparatireoidismo provoca a proliferação 15. UPF-RS 2017 Em relação ao sistema endócrino, são
das células C da glândula paratireoide, acarretan- feitas as afirmações abaixo. Assinale a alternativa
do a formação do bócio. correta.
e) A paratireoide também produz hormônios cor- a) As suprarrenais são constituídas por duas ca-
ticosteroides que podem gerar acúmulo de madas: a medula e o córtex. A medula secreta a
gordura no rosto e no corpo. adrenalina e a noradrenalina, principalmente em
situações de estresse.
13. Uerj 2016 O ciclo de atividade que ocorre no organis- b) A hipófise é uma região do sistema nervoso
mo dos seres vivos ao longo de um dia é denominado localizada na base do encéfalo, que secreta
ritmo circadiano. Nos vertebrados, o ritmo circadiano hormônios que controlam o funcionamento do
é controlado, principalmente, por dois hormônios, que hipotálamo.
determinam os períodos de sono e de fome. c) O hipotálamo se divide em dois lobos (anterior e
No gráco, estão indicados os níveis de um desses hor- posterior) e é responsável pela secreção de hor-
mônios, produzido por uma pessoa durante 24 horas. mônios que controlam a atividade da tireoide.
d) A tireoide localiza-se no pescoço e é responsável
concentração do hormônio (µg/100 ml)

20 pela secreção do hormônio tiroxina, que inibe a


remoção de cálcio dos ossos e a saída deste para
16
o plasma.
12
e) As paratireoides localizam-se na região posterior
da tireoide e secretam o hormônio do crescimen-
8 to (GH) ou somatotropina.

4 16. Famerp-SP 2017 O fluxograma ilustra a participação


de alguns órgãos e substâncias (angiotensinogênio,
0 angiotensina, renina e aldosterona) no controle da
4 8 12 16 20 24
período de sono período acordado pressão arterial humana.

tempo decorrido (horas) redução de sódio e água


Adaptado de precisonnutrition.com. no sangue ou diminuição
da pressão sanguínea
Nomeie o hormônio cuja concentração está represen- fígado 
tada no gráco e, também, a glândula responsável por
rins
sua secreção.
angiotensinogênio
Sabe-se que a manutenção prolongada de níveis al-
tos desse hormônio no sangue leva à perda de massa renina
muscular. Nomeie e descreva o processo pelo qual se
estabelece essa relação. 3 aumento da
angiotensina suprarrenais aldosterona reabsorção
14. UFRGS 2020 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) de sódio nos
2
túbulos renais
as afirmações a seguir, sobre a função renal e a manu-
e aumento
tenção do equilíbrio hídrico nos seres humanos. capilares da pressão
vasoconstrição
O sangue chega no glomérulo para ser ltrado renais arterial
através da arteríola aferente. (Sídio Machado. Biologia para o ensino médio, 2003. Adaptado.)
A taxa de ltração glomerular é mantida por um
mecanismo autorregulatório que contrai as arterío- Considere que os números 1, 2 e 3 indicados no uxo-
las aferentes quando a pressão sanguínea diminui. grama representem uma ação do tipo estimulante (1)

190 BIOLOGIA Capítulo 11 Sistemas de controle II


ou uma ação do tipo inibidora (2) e que o aumento da II III
reabsorção de sódio nos túbulos renais promova um

Concentração (mg/dL)

Concentração (mg/dL)
400 400 e
glicos
deslocamento hídrico nos túbulos renais.
300 300
De acordo com essas informações, assinale a alterna-
ose
tiva que indica, correta e respectivamente, o tipo da 200 glic 200
ação representada pelos números 1, 2 e 3 e o resultado ulina
ins
do deslocamento hídrico. 100 100
insulina
a) (1); (2); (1); aumento da reabsorção de água. 0 0
1 2 3 4 1 2 3 4
b) (2); (2); (2); aumento da reabsorção de água.
Tempo (horas) Tempo (horas)
c) (1); (1); (1); aumento da reabsorção de água.
d) (2); (1); (2); redução da reabsorção de água. Identique o gráco que corresponde ao indivíduo
com diabetes mellitus, justicando sua resposta com
17. Uerj Com o objetivo de estudar a influência de hormô- base nas taxas de glicose e insulina.
nios sobre o metabolismo da glicose, foram utilizados Em seguida, nomeie o órgão responsável pela pro-
os seguintes procedimentos experimentais: dução da insulina e aponte a função exercida por sua
– manter inicialmente em jejum um animal adequado porção exócrina.
ao estudo;
– injetar nesse animal, por via subcutânea, e em dife- 19. Unesp 2017 O teste de tolerância à glicose (GTT)
rentes intervalos de tempo, os hormônios A, B e C, consiste em jejum de 12 horas, ao final do qual o
que atuam no metabolismo dos carboidratos. paciente ingere uma carga excessiva de glicose em
O gráco abaixo apresenta as alterações da taxa de dose proporcional ao peso corpóreo. Ao mesmo
glicose no sangue do animal em função da inoculação tempo, obtém-se uma amostra de sangue para a de-
de cada um desses hormônios. terminação da glicemia inicial. A seguir, são coletadas
amostras sucessivas, a cada 30 minutos, para a de-
taxa de glicose

terminação da glicemia. Dessa forma, obtém-se, ao


longo do tempo, uma curva da variação da glicemia.
O gráco mostra as curvas do GTT de três indivíduos:
um normal, outro com rápida absorção intestinal de
carboidratos e outro portador de doença hepática. Esta
doença não afeta a produção normal dos hormônios
que controlam a glicemia, mas provoca lentidão no fun-
cionamento dos mecanismos de controle da glicemia
tempo
inoculação de C
inoculação de A

pelo fígado.
inoculação de B

glicose sanguínea (mg/dL)

normal
rápida absorção
150 intestinal de carboidratos
125 doença hepática
100
Nomeie os hormônios A e B, produzidos pelo pâncreas, 75
e identique o órgão que produz o hormônio C. 50
Indique, ainda, o que ocorre com o glicogênio muscu- 25
lar após a administração do hormônio A. 0
1 2 3 4
Tempo (h)
18. Uerj 2019 O diabetes mellitus é uma síndrome meta- (Rui Curi e Joaquim P. de Araújo Filho. Fisiologia básica, 200. Adaptado.)
bólica que interfere na produção do hormônio insulina, Qual é o hormônio responsável pela redução da
alterando os níveis de glicose no sangue. Admita que glicemia durante o GTT e qual dos três indivíduos
os gráficos a seguir apresentam as taxas de glicose apresentou maior liberação desse hormônio durante o
e de insulina presentes no sangue de três indivíduos.
FRENTE 3

teste? Como as células do corpo reagem sob a ação


I desse hormônio? Que mecanismo de controle da glice-
mia foi afetado no fígado do doente e que causa lenta
Concentração (mg/dL)

400
redução da glicose sanguínea ao longo do tempo?
300 in
su
lin
a
200 20. Uerj 2015 Para a realização de um exame, os indiví-
glic
ose duos A e B ingeriram uma solução contendo glicose.
100 Após a ingestão, foram registradas as alterações da
0 concentração plasmática da glicose e dos hormônios
1 2 3 4
X e Y em ambos os indivíduos. Observe os resultados
Tempo (horas)
das medições nos grácos:

191
concentração plasmática Glicose Hormônio X Hormônio Y

concentração plasmática

concentração plasmática
A
A
B
B
B
A
−60 0 60 120 180 240 300 −60 0 60 120 180 240 300 −60 0 60 120 180 240 300
tempo (minutos) tempo (minutos) tempo (minutos)
ingestão ingestão ingestão
de glicose de glicose de glicose

Com base na análise dos grácos, é possível identicar que um dos indivíduos apresenta diabetes tipo II e que um
dos hormônios testados é o glucagon.
O indivíduo diabético e o hormônio glucagon estão representados, respectivamente, pelas seguintes letras:
a) A − X b) A − Y c) B − X d) B − Y

21. UEL-PR 2014 Leia a tirinha a seguir.

(Disponível em: <http://depositodocalvin.blogspot.com.br/200/01/calvin-haroldo-tirinha-537.html>. Acesso em: 7 out. 2013.)


Com base na tirinha e considerando que a maioria das sobremesas conhecidas leva em sua composição principal-
mente carboidratos, responda aos itens a seguir.
a) Em quais órgãos do sistema digestório ocorre a digestão dos carboidratos?
b) Caso o personagem da tirinha mantivesse sua dieta “sobremesariana”, esse hábito aumentaria a chance de
desenvolver diabetes melito. Nessa situação, qual dos dois tipos de diabetes melito o personagem poderia de-
senvolver? Explique a diferença entre os dois tipos de diabetes melito.

22. UEM-PR 2016 A insulina, produzida e secretada pelo pâncreas, estimula a absorção de glicose pelas células muscu-
lares esqueléticas, pelos hepatócitos e pelas células do tecido adiposo.
Considerando o exposto e assuntos correlatos, assinale o que for correto.
 O glucagon tem efeito contrário à insulina, estimulando a liberação de glicose nas células musculares esqueléti-
cas, nos hepatócitos e nas células do tecido adiposo.
 A glicose absorvida após o estímulo gerado pela insulina será igualmente utilizada pelas células musculares es-
queléticas, pelos hepatócitos e pelas células do tecido adiposo.
 O pâncreas é uma glândula endócrina e exócrina.
 As células citadas no comando da questão são estimuladas pela insulina por possuírem receptores de membrana
para insulina, proteínas integrais de membrana sintetizadas pelo retículo endoplasmático rugoso.
 A insulina é sintetizada pelo retículo endoplasmático rugoso, transportada em vesículas ao complexo golgiense
e à membrana plasmática, sendo secretada por exocitose.
Soma:

23. UEPG-PR 2014 O metabolismo da glicose está intimamente relacionado com os hormônios produzidos pelas ilhotas
de Langerhans do pâncreas. Com relação às atividades dos hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans e aos
quadros de saúde humana correspondentes ao metabolismo da glicose, assinale o que for correto.
 Os dois principais hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans são a insulina e o glucagon. A insulina re-
duz o nível de glicose no sangue enquanto o glucagon aumenta.
 A deficiência na produção de insulina provoca o aumento da taxa de açúcar no sangue, o que é uma das causas
da diabetes melito tipo I.

192 BIOLOGIA Capítulo 11 Sistemas de controle II


 Na diabetes melito tipo II, entre outros fatores, os sistema imunitário com o uso de medicamentos qui-
órgãos, como fígado e baço, deixam de sintetizar mioterápicos e, posteriormente, aumentar o potencial
insulina (resistência à insulina), mesmo que ela imune por meio do transplante de células-tronco da
esteja em níveis normais, o que eleva a taxa de própria pessoa.
glicose no sangue. a) Explique o que são células-tronco.
 A diabetes melito tipo I é caracterizada por se ma- b) Indique a glândula atacada pelas defesas do or-
nifestar somente durante a idade adulta, quando ganismo no diabetes tipo . Essa glândula produz
os pacientes apresentam o quadro de obesidade dois hormônios que participam do controle da
associado. glicemia. Indique qual desses hormônios tem sua
Soma: secreção afetada no diabetes tipo .

24. UEPG-PR 2014 O sistema endócrino humano é com- 27. CUSC-SP 2017 Três pessoas adultas, A, B e C, rece-
plexo e com uma grande quantidade de glândulas. beram uma injeção de glicose intravenosa e a taxa
Elas produzem hormônios que influenciam em prati- dessa substância no sangue (glicemia) foi analisada
camente todas as funções do organismo, interagindo por quatro horas, como indica o gráfico.
com o sistema nervoso. Com relação ao sistema en- 160
dócrino, assinale o que for correto.
 O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino

(mg/100 mL de sangue)
informações sobre o meio externo. Entretanto, o 140

Taxa de glicose
C
sistema endócrino não pode regular a resposta a
essas informações.
120
 A glândula pineal (ou epífise) produz o hormônio B
melatonina a partir da serotonina. A melatoni-
na inibe o desenvolvimento das gônadas e está 100 A
envolvida em modificações comportamentais li-
gadas aos ciclos de claro e escuro.
80
 O pâncreas é uma glândula mista composta de 1 2 3 4
uma região exócrina, cujas secreções formam o Tempo (horas)
suco pancreático; e de uma região endócrina re-
presentada pelas ilhas pancreáticas ou ilhotas de a) Qual das três pessoas recebeu o diagnóstico de
Langerhans, que produzem os hormônios relacio- diabetes mellitus? Justifique sua resposta com
nados com o metabolismo da glicose (insulina e base no gráfico.
glucagon). b) Qual órgão deixa de produzir insulina numa pes-
 Os hormônios trópicos estimulam a secreção de soa diabética? A insulina é uma proteína que
outras glândulas endócrinas. Um exemplo desse muitas pessoas diabéticas aplicam sob a pele,
caso é o hormônio tireoideotrópico (TSH) da ade- pois sua ingestão in natura não é eficaz quando
nohipófise, que atua sobre a glândula tireóidea. comparada à versão aplicada. Por que a insulina
Soma: ingerida in natura não traz o mesmo benefício
que a administrada por via subcutânea?
25. Famema-SP 2022 Na membrana das células do túbulo
renal, existem proteínas – chamadas SGLT2 – cuja fun- 28. FCMSCSP 2018 Pesquisadores italianos desenvolve-
ção é transportar a glicose do interior do túbulo para o ram um mecanismo capaz de bloquear a destruição de
interior das células durante a etapa de reabsorção. células beta do pâncreas pelo sistema imunológico. O
a) Um fármaco que bloqueia a ação das proteínas tratamento consiste no uso da terapia gênica em que há
SGLT2 vem sendo usado para o tratamento de injeção de vírus modificados geneticamente em células
diabetes mellitus tipo . De que forma esse blo- do fígado. Estas células passam a produzir uma molécu-
queio contribui para que o indivíduo atinja os la que impede que as células beta sejam destruídas por
níveis normais de glicose no sangue? linfócitos T do sistema imune. Com isso, a tolerância do
FRENTE 3

b) Em indivíduos sadios, o controle da glicemia (con- sistema imunológico é restaurada. Esse mecanismo inter-
centração de glicose no sangue) é realizado por rompe a progressão da doença e restabelece a glicose do
sangue a níveis normais.
dois hormônios antagônicos. Cite o local da pro-
(www.cienciahoje.org.br, 01.06.2015. Adaptado.)
dução desses hormônios e explique como eles
atuam sobre o metabolismo da glicose. a) Cite o nome da doença que uma pessoa de-
senvolve ao ter as células beta destruídas pelo
26. Uma possibilidade inovadora de tratamento para o sistema imunológico. Que molécula não é mais
diabetes tipo 1 é a realização de um transplante de produzida quando as células beta são destruídas?
células-tronco hematopoiéticas. Como essa doen- b) Que molécula as células do fígado deixarão de
ça geralmente tem origem autoimune, a estratégia produzir na ausência das células beta? Qual a fun-
proposta é reduzir temporariamente a atividade do ção dos vírus na técnica de terapia gênica?

193
BNCC em foco
EM13CNT302 EM13CNT302
1. 2.

Insulina Plasmática
II

20
III
V VI
40
DSI + KI T3 Plasmático
ng/100 ml
60 DSI

80
0 2 4 6 8 10 12 16 18 20 22 24
0
DSI + KI Horas
4
µg/100 ml T4 Plasmático
2 DSI

2000
DS
I a)
ng/ml TSH Plasmático b)
1000
c)
DSI + KI
d)
0
0 10 20 30 e)
Tempo de dieta (dias)
Figura I EM13CNT305
3.

Amamentação de bebê por mulher


Inibe
transgênero é registrada pela primeira vez em
Hipófise
jornal científico
Técnica foi a mesma utilizada em mães que tiveram
filho gestado por barriga de aluguel

Cientistas dos Estados Unidos conseguiram fazer com


que uma mulher transgênero produzisse leite e amamen-
tasse o filho, que foi gestado no útero de outra mulher. A
TSH mulher transgênero, que nasceu com corpo de homem,
mas se identifica como mulher, não fez qualquer cirurgia
Estimula para remoção de órgãos ou troca de sexo, mas passou
Tireoide por um tratamento hormonal que lhe permitiu a lactação.
A equipe médica disse que a mulher amamentou in-
Figura II
cessantemente durante seis semanas e que o bebê estava
com níveis normais de desenvolvimento.
O caso é o primeiro a ser registrado em um jornal
científico.
a)

b)

c)

BIOLOGIA Capítulo 11
KieferPix/Shutterstock.com
FRENTE 3

CAPÍTULO Reprodução humana

12
Nos seres humanos, o nascimento de um bebê é o resultado de uma série de proces-
sos fisiológicos que ocorrem no corpo de seus genitores. A formação dos gametas
masculino e feminino, que se fundem na fecundação e dão origem ao zigoto, a im-
plantação do embrião no útero, a manutenção da gestação e o parto são eventos
complexos e regulados, principalmente, por uma variedade de hormônios. Mesmo
após o parto, a complexidade da reprodução humana ainda é observada, por exemplo,
na amamentação, processo fundamental para nutrição do novo indivíduo, e no intenso
cuidado parental.
Sistema genital masculino
O sistema genital masculino é dividido em órgãos externos e internos. Os órgãos externos são o pênis e a bolsa
escrotal, enquanto os internos são os testículos, as glândulas acessórias e os ductos.
ELEMENTOS
A B FORA DE
PROPORÇÃO
Bexiga
Bexiga CORES
FANTASIA
Reto
Canal
deferente

BlueRingMedia/Shutterstock.com
Vesícula
seminal
BlueRingMedia/Shutterstock.com

Pênis Próstata

Canal
deferente
Epidídimo

Testículo Testículo
Bolsa escrotal Uretra Pênis
Representação da anatomia do sistema genital masculino em vista lateral (A) e em vista frontal (B). Embora estejam presentes na representação, a bexiga
urinária, o reto e o ânus não fazem parte do sistema genital.

Os testículos correspondem às gônadas masculinas e são as estruturas responsáveis pela espermatogênese (pro-
dução de espermatozoides) e pela síntese de testosterona, o hormônio sexual masculino. Os testículos ficam abrigados
na bolsa escrotal, que confere proteção e garante a manutenção da temperatura testicular em torno de 2 °C abaixo da
temperatura corporal, condição importante para a ocorrência da espermatogênese. Durante o desenvolvimento fetal, a
testosterona é importante na formação das estruturas genitais masculinas. Na puberdade, esse hormônio é o principal
responsável pelo desenvolvimento das características sexuais masculinas secundárias, como o engrossamento da voz e
o aumento da quantidade de pelos e da massa muscular.

Atenção

A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos, Epidídimo Túbulo seminífero


rede de canais enrolados encontrados no interior dos tes-
tículos. Entre os túbulos seminíferos são encontradas as
células intersticiais (ou células de Leydig), responsáveis
pela produção de testosterona, e as células de Sertoli, que
fornecem apoio, proteção e nutrição às espermatogônias,
Lúmen
células que originarão os espermatozoides. Os hormônios
Testículo
gonadotróficos (gonadotrofinas) – hormônio luteinizante (LH)
e hormônio foliculoestimulante (FSH) – secretados pela ade-
noipófise estimulam a atividade dos testículos: o LH estimula
a secreção de testosterona, e o FSH, junto à testosterona,
estimula a produção de espermatozoides.
Os espermatozoides formados nos túbulos seminífe-
ros passam para o epidídimo, ducto enovelado no qual os ELEMENTOS
FORA DE
gametas masculinos ficam armazenados e completam sua PROPORÇÃO

maturação, adquirindo mobilidade. Os epidídimos estão li- CORES


FANTASIA Espermatozoides
gados aos canais (ductos ou vasos) deferentes, por meio
dos quais os espermatozoides são conduzidos em direção Representação esquemática da estrutura interna de um testículo e dos túbulos
à uretra durante a ejaculação. seminíferos, local de formação dos espermatozoides.

196 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


A uretra é um canal que percorre longitudinalmen- Estabelecendo relações
te todo o pênis, comum aos sistemas urinário e genital,
pois conduz a urina durante a micção e o sêmen durante
a ejaculação. O sêmen é constituído de espermatozoides
e secreções produzidas pelas vesículas seminais e pela
próstata, glândulas acessórias do sistema genital masculino.
As vesículas seminais (ou glândulas seminais), loca-
lizadas atrás da bexiga urinária, secretam um fluido que
corresponde à maior parte do volume ejaculado, importante
principalmente para a nutrição dos espermatozoides. A prós-
tata (glândula prostática), localizada sob a bexiga urinária,
libera uma secreção que, juntamente com a secreção das
vesículas seminais, contribui para a neutralização da acidez
vaginal, permitindo a sobrevivência dos espermatozoides no
sistema genital feminino. Outras glândulas acessórias do sis-
tema genital masculino são as glândulas bulbouretrais, que
estão situadas abaixo da próstata e desembocam na porção
posterior da uretra. Elas liberam o líquido pré-ejaculatório,
que lubrifica e neutraliza resíduos ácidos presentes na ure-
tra, preservando os espermatozoides que por ali passarão.

Saiba mais

Sistema genital feminino


Assim como o sistema genital masculino, o sistema
genital feminino também apresenta órgãos externos e in-
ternos. As estruturas externas constituem a vulva, formada
pelo clitóris, pelos lábios maiores e menores e a abertura
da vagina; as estruturas internas são as gônadas (ovários),
as tubas uterinas, o útero e a vagina.

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CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Os espermatozoides chegam ao sistema genital femini-


no por meio do pênis, órgão copulador masculino. No pênis,
é encontrado o tecido erétil, distribuído em dois corpos
cavernosos e um corpo esponjoso. Durante a excitação
sexual, o tecido erétil enche-se com sangue proveniente
das artérias que irrigam o órgão, resultando na ereção que
permite a introdução do pênis no canal vaginal. A extremi-
dade anterior do pênis, denominada glande, é altamente
sensível a estímulos e é recoberta por uma dobra de pele
denominada prepúcio.
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FRENTE 3

Representação esquemática dos componentes do sistema genital externo


feminino. A porção externa do clitóris é uma região de aproximadamente
1 cm de comprimento; essa estrutura é dotada de tecido erétil e apresenta
grande sensibilidade ao toque. A uretra é um orifício pertencente ao sistema
urinário, pelo qual é eliminada a urina.

A vagina é um canal muscular e elástico, com cerca


de 10 cm de comprimento. No início do canal vaginal são
encontradas as glândulas de Bartholin. Essas glândulas li-
CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
beram uma secreção lubrificante, facilitando a entrada do
PROPORÇÃO
pênis na vagina durante a relação sexual. O canal vaginal
Representação esquemática da distribuição do tecido erétil presente no pênis. estende-se até o colo do útero.

197
A B
Ovários
Tuba uterina
Tuba uterina
Ovário

Útero

Bexiga
urinária

BlueRingMedia/Shutterstock.com
Útero Miométrio
k.com

Reto
Uretra Colo do útero
Endométrio
Clitóris
Lábios Vagina
menores

Ânus CORES ELEMENTOS


Lábios Abertura FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
maiores vaginal
Representação esquemática da anatomia do sistema genital feminino em vista lateral (A) e em vista frontal (B). Embora estejam presentes na representação, a
bexiga urinária, o reto e o ânus não fazem parte do sistema genital.

O útero é um órgão muscular com até 9 cm de com- término do fluxo menstrual, o ciclo continua e, no 14o dia,
primento e apresenta cavidade interna revestida pelo geralmente ocorre a ovulação, evento que consiste na libera-
endométrio, tecido rico em vasos sanguíneos. A parede ção de um ovócito II (secundário) em uma das tubas uterinas.
uterina é constituída pelo miométrio, músculo de contração O óvulo é formado apenas caso ocorra a fecundação.
involuntária que atua na eliminação do endométrio descamado Diversos fatores podem influenciar na ovulação. Dessa
na menstruação e na expulsão do feto durante o parto natural. forma, a liberação do ovócito II pode não ocorrer precisa-
As tubas uterinas estendem-se do útero até uma aber- mente no 14o dia do ciclo, podendo ocorrer alguns dias antes
tura próxima aos ovários. Na extremidade dessa abertura ou alguns dias depois. Por isso, em cada ciclo menstrual, é
existem prolongamentos, denominados fímbrias, que en- determinado um período, chamado período fértil, no qual há
volvem os ovários. A parede das tubas uterinas é revestida maiores chances de haver fecundação. Para se determinar o
internamente por um epitélio dotado de células ciliadas; período fértil, é colocada uma margem de três dias antes e
o batimento dos cílios contribui com o deslocamento do três dias depois a partir do dia esperado da ovulação. Assim,
ovócito II, liberado pelo ovário na ovulação, em direção o período fértil vai do 11o dia até o 17o dia do ciclo menstrual.
ao útero. Geralmente, a fecundação ocorre no interior de Caso não ocorra fecundação, o ciclo prossegue até a mens-
uma das tubas uterinas; nesse caso, o batimento dos cílios truação, evento que marca o início do próximo ciclo.
promove o deslocamento do embrião em direção ao útero,
órgão no qual deve ocorrer a implantação do embrião. Controle hormonal do ciclo menstrual
Os dois ovários correspondem às gônadas femininas. No início do ciclo menstrual, o FSH (hormônio foliculo-
Neles, ocorre a maior parte da ovogênese (formação do estimulante) é liberado no sangue pela adenoipófise; esse
óvulo), além da produção e da liberação dos principais hor- hormônio age sobre os ovários, estimulando o crescimento
mônios sexuais femininos, o estradiol (um tipo de estrógeno) e o amadurecimento dos folículos ovarianos (folículos de
e a progesterona. Os estrógenos estão ligados ao desenvol- Graaf). Geralmente, apenas um folículo completa o desen-
vimento das características sexuais secundárias femininas, a volvimento e libera o ovócito II. Certas células do folículo em
exemplo do desenvolvimento das mamas. crescimento começam a secretar estradiol (estrógeno), hor-
mônio que atua sobre o útero, estimulando a proliferação
Ciclo menstrual das células do endométrio. O aumento da concentração
O ciclo menstrual, cuja duração média é de 28 dias, de estrógeno resulta na inibição da secreção de FSH por
prepara o sistema genital feminino para uma possível gra- feedback negativo. Em seguida, a adenoipófise retoma a
videz. Durante sua ocorrência, eventos marcantes são secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) e, entre um e dois
observados nos ovários (ciclo ovariano) e no útero (ciclo dias antes da ovulação, é observado um pico de secreção
uterino). O ciclo menstrual ocorre periodicamente desde a de LH (hormônio luteinizante). Esse aumento abrupto da
puberdade, a partir da menarca (primeira menstruação), até concentração de LH causa o rompimento do folículo ovaria-
a menopausa (última menstruação), por volta dos 50 anos no cujo desenvolvimento avançou, resultando na liberação
de idade. Entre a primeira menstruação e a menopausa do ovócito II em uma das tubas uterinas. O ovócito II liberado
estima-se que ocorram cerca de 500 ciclos. permanece viável por cerca de 24 horas.
O primeiro dia do ciclo menstrual corresponde ao início Após a liberação do ovócito II (ovulação), as células do
da menstruação, que consiste na descamação e na elimi- folículo remanescentes no ovário formam o corpo lúteo
nação do endométrio e de sangue pela abertura vaginal. A (corpo amarelo). O LH estimula o corpo lúteo a secretar
duração média da menstruação varia de 3 a 7 dias. Após o estrógeno e progesterona – a progesterona age sobre

198 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


o endométrio, promovendo sua vascularização e sua manutenção. A liberação de hormônios ovarianos pelo corpo lúteo
inibe, por feedback negativo, a liberação de LH e FSH pela adenoipófise, resultando na redução da concentração san-
guínea desses hormônios.
Por volta do 21o dia do ciclo, o endométrio encontra-se espesso e ricamente vascularizado, pronto para receber um
embrião. Caso não ocorra a implantação embrionária no útero, as baixas concentrações de LH e FSH levam à regressão
do corpo lúteo, originando o corpo albicans (corpo branco) e resultando na diminuição da concentração de estrógeno
e progesterona. Nessa condição, o endométrio descama, resultando na menstruação e no início de um novo ciclo.
Ciclo ovariano

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Crescimento do folículo Ovulação Corpo lúteo Corpo albicans


Hormônio luteinizante (LH)
hipofisários
Hormônios

Hormônio
foliculoestimulante (FSH)

Progesterona
Estradiol
Hormônios
ovarianos

Representação esquemática dos eventos fisiológicos que


acontecem ao longo de um ciclo menstrual de 28 dias sem
Ciclo uterino

a ocorrência de gravidez. A fase menstrual, que dura, em


média, até o 5o dia do ciclo, corresponde ao período em
que está ocorrendo o fluxo menstrual; a fase proliferativa
ou folicular avança até o 14o dia e corresponde ao período
no qual há intensa secreção de estradiol (estrógeno) que
estimula a proliferação do endométrio; a fase lútea ou
secretora é observada a partir da ovulação e é o período no
Fase Fase qual o corpo lúteo secreta grandes quantidades de estradiol
menstrual Fase folicular Fase lútea menstrual
e progesterona.
0 dias 14 dias 28 dias

Fecundação, nidação e gestação


A fecundação ou fertilização consiste no encontro dos
Estágio de
gametas masculino e feminino e na fusão de seus núcleos,
Estágio de 2 células
resultando na formação do zigoto. Esse fenômeno ocorre na 4 células
tuba uterina e, 24 horas após a fecundação, o zigoto inicia a Útero Estágio de Tuba
clivagem. Em cerca de quatro dias, é formado o blastocis- 8 células uterina
to, estágio de blástula dos mamíferos, e, em torno de uma
semana após a fecundação, acontece a nidação, processo Embrião
que consiste na implantação do embrião no endométrio.
A gestação humana dura, em média, 38 semanas, isto é, Trofoblasto
aproximadamente nove meses. Fertilização
O embrião implantado produz e libera no sangue mater-
no a gonadotrofina coriônica humana (hCG). O hCG é um Ovário
hormônio embrionário que estimula o corpo lúteo a manter Endométrio
Nidação
a secreção de progesterona e estrógeno. Com isso, não há CORES ELEMENTOS
FRENTE 3

Cavidade do Embrioblasto FANTASIA FORA DE


queda da concentração desses hormônios e o endométrio PROPORÇÃO
blastocisto
é mantido. Por esse motivo, não ocorre menstruação, sina-
lizando que uma gestação está em curso. O hCG pode ser Representação da fecundação na espécie humana e da implantação do
detectado por meio de exames de sangue e urina, a fim de blastocisto no endométrio.
se confirmar a gravidez.
A secreção de progesterona e estrógeno pelo corpo lúteo é mantida até aproximadamente o terceiro mês de gestação,
momento em que o corpo lúteo degenera. Desse ponto até o final da gravidez, a placenta assume a produção desses
hormônios, assim como a síntese e a liberação de hCG.
Ao final da gestação, deve ocorrer o parto. Nesse momento, outros hormônios, como a ocitocina (descrita no capítulo
anterior), são liberados, induzindo e regulando as contrações uterinas que expulsam o feto e a placenta para fora do corpo
por meio da abertura vaginal, no caso de um parto natural.

199
Métodos contraceptivos Diafragma
Os seres humanos desenvolveram métodos de contra- O diafragma é uma peça, geralmente feita de látex, que
cepção, isto é, que previnem a gravidez indesejada. Esses deve ser inserida pelo canal vaginal até o colo do útero,
métodos variam com relação à sua eficiência e podem ser antes do ato sexual.
comportamentais, de barreira, fisiológicos ou cirúrgicos. Tam-

Andrey_Popov/Shutterstock.com
bém podem variar com relação à sua reversibilidade, isto é, se
são métodos que podem ser desfeitos ou se são irreversíveis.

Abstinência sexual
Esse método corresponde à não realização da prática
sexual; dessa forma, impede-se o encontro dos gametas
e não há fecundação.

Coito interrompido
O coito interrompido consiste na retirada do pênis
de dentro da vagina antes da ejaculação. Trata-se de um
método pouco confiável e com altas taxas de falha, pois
espermatozoides podem ser transferidos por meio do lí-
quido pré-ejaculatório.
Diafragma, um método contraceptivo de barreira.
Tabelinha
A tabelinha baseia-se na abstinência sexual apenas

k.com
durante o período fértil do ciclo menstrual. É um método
que requer atenção a alterações fisiológicas relacionadas
à ovulação, como aumento da temperatura corporal e al-

T
terações no muco cervical, que se torna mais espesso.
A tabelinha corresponde a um método contraceptivo com
grandes taxas de falha (cerca de 20%), pois diversos fato-
res podem atrasar ou adiantar a ocorrência da ovulação.
Além disso, deve-se considerar que a viabilidade do gameta
feminino na tuba uterina é de cerca de 24 horas, e a dos
espermatozoides, de cerca de 72 horas.
CORES ELEMENTOS
Preservativos masculino e feminino FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Popularmente conhecidos como camisinha, esses mé-
Representação esquemática da posição do diafragma ao ser inserido
todos impedem o encontro entre os gametas masculino e
corretamente.
feminino e a fecundação. O preservativo masculino envol-
ve o pênis e o sêmen eliminado na ejaculação fica retido Esse método de barreira impede que os espermatozoi-
em um reservatório em sua extremidade. O preservativo des cheguem ao útero. É recomendado que o diafragma
feminino é introduzido no canal vaginal e impede que os es- seja usado em associação com géis espermicidas. Se utili-
permatozoides cheguem ao útero. Usados adequadamente, zado corretamente, a eficácia contraceptiva do diafragma
os preservativos apresentam mais de 95% de eficácia na é alta, chegando a cerca de 95%. O diafragma não previne
contracepção. Além disso, são o único método eficiente a transmissão de ISTs.
na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis
(ISTs), devendo ser utilizados em todas as relações sexuais. DIU (dispositivo intrauterino)
O DIU é uma estrutura em forma de T que é instalada no
k.com

útero por um médico especialista. Esse método tem como


finalidade impedir a fecundação ou a implantação do embrião
no endométrio (nidação). Trata-se de um método reversível,
Image Point F

com altas taxas de eficácia (cerca de 99% de eficácia) se utili-


zado corretamente. Todavia, seu uso pode resultar em efeitos
indesejáveis, como aumento das cólicas e do fluxo menstrual;
além disso, não é um método que previne contra ISTs.
O DIU tradicional é feito de cobre, e a liberação desse
material afeta a mobilidade e a viabilidade dos esperma-
tozoides. Esse tipo de DIU também altera o endométrio,
evitando a nidação. Deve ser trocado a cada 10 anos.
Atualmente, existe também o DIU hormonal. Esse dispo-
À esquerda, preservativo masculino. À direita, preservativo feminino. Eles não sitivo libera hormônios sintéticos similares à progesterona
devem ser utilizados ao mesmo tempo, pois podem romper por causa do atrito. na cavidade uterina, afetando a formação do endométrio.

200 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


Por esse motivo, além de ser altamente eficiente na con- Métodos cirúrgicos
tracepção, o uso do DIU hormonal geralmente reduz as A vasectomia é um método que consiste na interrupção
cólicas e o fluxo menstrual. Deve ser trocado a cada 5 anos. dos canais deferentes, impedindo que os espermatozoides
cheguem à uretra. Dessa forma, o sêmen não contém ga-
metas masculinos. A realização da vasectomia não causa

terstoc
disfunção erétil e não prejudica a produção de testosterona.

k.com
CORES
FANTASIA

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

medicalstoc
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Representação esquemática da posição do DIU na cavidade uterina.

Contracepção hormonal R
As pílulas anticoncepcionais contêm hormônios sin-
téticos similares aos estrógenos e/ou à progesterona. A A cirúr-
utilização das pílulas mantém elevada a concentração desses gico que consiste em cortar e amarrar ou cauterizar as tubas
hormônios, que simulam o efeito dos hormônios ovarianos no uterinas, a fim de impedir que o ovócito II e os espermatozoi-
sangue, inibindo, por feedback negativo, a secreção dos hor- des se encontrem. A realização da laqueadura não acarreta
mônios hipofisários FSH e LH. Por conta disso, não ocorrem em irregularidades na dinâmica hormonal do ciclo menstrual.

logika600/Shutterstock.com
maturação dos folículos ovarianos e ovulação. O uso correto CORES
FANTASIA
da pílula anticoncepcional apresenta eficácia de 99%. Esses
ELEMENTOS
hormônios também podem ser administrados por meio de FORA DE
PROPORÇÃO
adesivos, injeções e implantes subcutâneos. A fim de evitar
efeitos adversos, o uso de qualquer método hormonal deve
ser feito mediante orientação médica.
A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo
hormonal que deve ser utilizado apenas em situações de
emergência, por exemplo, quando o preservativo se rompe.
Essa pílula apresenta altas concentrações de progesterona
sintética que atua no deslocamento dos gametas e inibe
a fecundação ou a nidação; também pode inibir ou atrasar a
ovulação. A pílula do dia seguinte deve ser ingerida até 72
horas após a relação sexual desprotegida. O uso desse mé-
todo hormonal pode resultar em reações adversas, como
alterações no padrão do ciclo menstrual, sangramentos,
dor abdominal, tontura, cefaleia etc. à esquerda, foi representada a estrutura íntegra para fins de comparação.

Revisando
FRENTE 3

1. A partir dos testículos, descreva o caminho realizado pelos espermatozoides até que sejam eliminados na ejaculação.

2. Indique a importância da ação dos hormônios LH e FSH no funcionamento do sistema genital masculino.

201
3. Próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais são glândulas acessórias do sistema genital masculino. Expli-
que a função de cada uma delas.

4. Indique o local de ocorrência da espermatogênese nos testículos e descreva as funções desempenhadas pelas
células intersticiais (células de Leydig) e pelas células de Sertoli.

5. Indique os principais componentes do sistema genital feminino.

6. Explique a atuação dos hormônios ovarianos e dos hormônios gonadotróficos hipofisários no ciclo menstrual.

7. Considerando um ciclo menstrual regular de  dias, indique o evento que marca o seu início e qual é o provável dia
da ovulação. Explique em que consiste o período fértil.

8. Explique em que consiste a nidação e o porquê de o exame de hCG (gonadotrofina coriônica humana) ser capaz de indicar
que uma gestação encontra-se em curso.

9. Explique o que são métodos contraceptivos e indique aqueles que previnem infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

202 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


10. Explique como funcionam os seguintes métodos contraceptivos:
I. DIU. III. Vasectomia.
II. Pílula anticoncepcional. IV. Laqueadura tubária.

Exercícios propostos

1. Uepa 2014 O aparecimento de características sexuais próstata afetarminha família, meu conhecimento era bem
secundárias no menino, a partir da puberdade, resulta pequeno.” A sociedade Americana Contra o Câncer estima
da ação da testosterona sobre o organismo em de- que, nos Estados Unidos, em 2016, foram diagnosticados
senvolvimento. No sistema reprodutor, a estrutura que cerca de 181 mil casos novos de câncer de próstata e fo-
abriga as células responsáveis pela síntese do referi- ram registrados mais de 26 mil mortos por essa causa. No
do hormônio é denominada: Brasil, os dados mais recentes do Inca (Instituto Nacional
a) uretra. do Câncer) apontam que são registrados mais de 61 mil
b) próstata. novos casos da doença por ano, com mais 13,7 mil mortes.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/
c) testículo. 2016/05/01/o-que-e-e-para-que-serve-a-prostata-principalfoco-
d) vesícula seminal. de-cancer-masculino.htm. Acesso: em 04 maio 2016.
e) glândula bulbouretral.

2. UAM-SP 2017

Anticoncepcional masculino pode chegar ao


mercado em 2017
O tratamento consiste em um gel injetado nos ductos
deferentes. O gel forma uma camada semipermeável, que
funciona como uma barreira para os espermatozoides que
são reabsorvidos pelo organismo masculino.
(https://saude.terra.com.br. Adaptado.)

Com base na localização dos ductos deferentes no


organismo masculino é correto armar que a injeção
do gel contraceptivo ocorre entre
a) os testículos e os epidídimos, na bolsa escrotal.
b) as vesículas seminais e a glândula prostática, na
porção inferior da cavidade abdominal.
c) os epidídimos e as vesículas seminais, na bolsa Imagem modificada de http:www.saudeintegradavida.com/
escrotal.
d) as vesículas seminais e a uretra, na bolsa escrotal.
e) a glândula prostática e a uretra, na porção inferior Sobre o texto e analisando a imagem, está CORRETO
da cavidade abdominal. armar que
I. a glândula descrita no texto está representada
3. PUC-PR 2017 Leia o texto a seguir. pelo número 3.
II. o sêmen é formado também pelo que é produzido
FRENTE 3

A próstata, principal foco de câncer masculino nas estruturas 4 e 2.


Segundo uma pesquisa da Prostate Cancer UK, ins- III. a hiperplasia da estrutura 1 é descrita no texto.
tituição de caridade dedicada à pesquisa do câncer de IV. a maior causa de morte entre homens é o câncer
próstata, um em cada cinco britânicos não sabem nem que na estrutura 1.
têm esta glândula. É algo alarmante, levando em conta que V. o avô de Les Ferdinand teve câncer na estrutura 4.
o câncer de próstata é a causa mais comum de morte por Das armativas anteriores, estão CORRETAS
câncer em homens. O ex-jogador de futebol da Inglaterra a) apenas II e III.
e do Newcastle United, Les Ferdinand, que viu seu avô b) apenas I e IV.
sofrer da doença no final da vida, disse: “Não me surpre- c) apenas III e IV.
ende que muitos homens não saibam o que sua próstata d) apenas II e V.
faz - é uma glândula fácil de ignorar. Até o câncer de e) apenas I e II.

203
4. UFJF/Pism-MG 2019 O atendimento ambulatorial para 6. UEMG 2017 Analise a representação gráfica do ciclo
transgêneros no Ministério da Saúde, regulamentado pela ovariano regular de  dias, mostrado a seguir.
Portaria nº 2803, de 19 de novembro de 2013, teve um
aumento de 32% entre 2015 e 2016. Em 2016 foram fei-
tas 4.467 consultas, em comparação a 3.388 em 2015. A
terapia hormonal no processo transexualizador cresceu
187% no período. Em 2015, foram 52 procedimentos.
Em 2016, 149. A expansão, de acordo com o Ministério
da Saúde, é resultado do maior número de centros habi-
litados para fazer esse atendimento.
(Texto adaptado. O Estado de São Paulo. Terapia hormonal
para mudança de sexo quase triplica no país, 25 jan. 2017.)

Caso uma pessoa do sexo masculino se reconheça


como do gênero feminino e deseje fazer terapia hor-
monal assistida para o processo transexualizador, qual
é o principal hormônio que deverá ser utilizado para
o desenvolvimento das características sexuais secun-
dárias femininas? Marque a alternativa CORRETA:
a) Testosterona.
b) Estrógeno.
c) Ocitocina.
d) Somatotropina.
Disponível em https://drasilviasouza.files.wordpress.com/
e) TSH.
//menstrual_cycle.jpg. Acesso em:  set. 6.

5. Mackenzie-SP 2019 O hormônio  tem como função


a) liberar o ovócito II.
b) estimular a libido feminina.
INIBE INIBE
c) desenvolver o folículo ovariano.
d) aumentar a espessura do endométrio.
PRODUZ PRODUZ
7. Uece 2017 Em setembro de 2016, a revista New Scientist
hormônio X hormônio Y divulgou o nascimento do primeiro bebê gerado a partir
do DNA de três pessoas. Os óvulos, com DNA nuclear da
ESTIMULA ESTIMULA
mãe e DNA mitocondrial da doadora, foram fertilizados
com espermatozoides do pai e um dos cinco embriões
resultantes foi injetado dentro do útero da mãe.
Fonte: https://www.newscientist.com/article/
PRODUZEM PRODUZ 2107219-exclusive-worlds-first-baby-born-with-new-3-parenttechnique/

Em relação à reprodução humana, é correto armar que


hormônio Z hormônio W
a) os testículos ficam localizados dentro de uma bol-
sa, o escroto, para que sua temperatura seja mais
A ilustração acima representa o processo de retroa- elevada do que a do restante do corpo, condição
limentação hormonal, relacionado ao ciclo menstrual ideal para produção dos espermatozoides.
da mulher. b) no ciclo uterino, que ocorre paralelamente ao
Sobre o processo ilustrado, três armações foram re- ciclo ovariano, acontece o espessamento do en-
alizadas. dométrio e, caso não ocorra a fertilização, sua
I. Os hormônios X, Y, Z e W são, respectivamente, descamação ocasiona a menstruação.
LH, FSH, progesterona e prolactina. c) a ovulogênese corresponde à formação dos ga-
II. A elevação do hormônio Y, por volta da metade metas femininos enquanto a espermatogênese
do ciclo menstrual, provoca a ovulação, com a li- representa a formação dos espermatozoides, pro-
beração do ovócito na tuba uterina. cessos que ocorrem a partir da puberdade.
III. A elevação do hormônio X, no final do ciclo mens- d) dos métodos que previnem a gravidez, deno-
trual, causa a descamação do endométrio. minados contraceptivos, os mais efetivos são a
Sobre as armações, podemos dizer que apenas tabelinha, a lavagem vaginal e o coito interrompido
a) I está correta. (retirada do pênis antes da ejaculação).
b) II está correta.
c) III está correta. 8. Uepa 2015 O ovário apresenta uma sequência cíclica
d) II e III estão corretas. de eventos chamada de ciclo menstrual que é mensal e,
e) I e III estão corretas. durante esse ciclo há uma interação hormonal entre ele

204 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


(ovário), a hipófise e o útero, sendo que este último prepa-
ra-se para a possível implantação de um embrião. Sobre X
o ciclo hormonal referido, analise as afirmativas abaixo.
I. A menstruação ocorre quando a taxa de todos

concentração hormonal
os hormônios sexuais se torna baixa no sangue
da mulher.
II. Durante o período da menstruação, a hipófise rei-
nicia a produção de FSH.
III. A presença do FSH no sangue induz o desen-
volvimento dos folículos ovarianos que passam a
produzir progesterona.
0 ovulação 28 dias
IV. O LH induz as células do folículo ovariano rompi-
do a se transformarem no corpo lúteo, que produz
estrógeno e progesterona.
V. A produção de hormônios sexuais femininos di- Y
minui progressivamente a partir dos 50 anos até

concentração hormonal
cessarem a produção.
A alternativa que contém todas as armativas corretas é:
a) I, II e III
b) II, III e V
c) I, II, IV e V
d) II, III, IV e V
e) I, III, IV e V
0 ovulação 28 dias
9. Enem 2014 Em média, a cada  dias ocorrem
mudanças no corpo da mulher devido ao seu ciclo re-
produtivo. Em cada ciclo, observam-se modificações Z
morfológicas nas glândulas mamárias, ovários e útero,
em função da liberação de inúmeros hormônios. No
concentração hormonal

início do ciclo, observa-se que o hormônio liberador


de gonadotrofinas (GnRH) estimula também a libe-
ração de um outro hormônio (X), que proporciona o
crescimento e diferenciação de um ovócito primário,
a proliferação das células foliculares, a formação da
zona pelúcida e o desenvolvimento de uma cápsula
de tecido conjuntivo (denominada teca folicular).
O hormônio X ao qual o texto se refere é o(a) 0 ovulação 28 dias
a) estrogênio.
b) progesterona.
O gráco que representa o hormônio progesterona,
c) luteinizante (LH).
em um ciclo menstrual normal, está indicado pela se-
d) folículo estimulante (FSH).
guinte letra:
e) gonadotrófico coriônico humano (HCG).
a) W
b) X
10. Uerj 2012 Durante o ciclo menstrual, as concentrações
c) Y
sanguíneas de hormônios hipofisários e ovarianos so-
d) Z
frem notáveis variações. Os gráficos abaixo ilustram
essas variações, ocorridas durante um ciclo de  dias.
11. UPE A mulher entra na fase reprodutiva, na puberdade,
FRENTE 3

W quando ocorre a primeira menstruação ou menarca. Em


geral, o ciclo dura  dias. O primeiro dia da menstruação
marca o início do ciclo. A respeito dos hormônios que
concentração hormonal

atuam nesse ciclo, analise as proposições e conclua.


Na primeira metade do ciclo, o hormônio
folículo-estimulante (FSH) e o estrógeno são res-
ponsáveis, respectivamente, pelo crescimento e
amadurecimento folicular e pelo espessamento
(proliferação) do endométrio.
Por volta do o dia, ocorre um aumento do hor-
0 ovulação 28 dias mônio luteinizante (LH), responsável pela ovulação.

205
O LH atua na formação do folículo ovariano que se a) com a queda na concentração de gonadotrofina
rompe e passa a ser o corpo lácteo ou corpo-ama- coriônica, o corpo lúteo regride e a produção de
relo que ocasiona a descamação do endométrio. progesterona e estrógeno é mantida pela placenta.
Os ovários produzem o estrógeno, responsável b) pouco antes da vigésima quarta semana os três
pelas características sexuais secundárias, como o hormônios encontram-se na mesma concentra-
desenvolvimento das mamas e o arredondamento ção, momento em que se inicia a produção do
das formas da mulher. leite materno.
A progesterona, produzida na hipóse, é o princi- c) a partir da vigésima quarta semana, a concentra-
pal hormônio da gravidez, mantendo o endométrio ção de gonadotrofina coriônica é mantida estável
preparado para a recepção do embrião. devido à sua produção pelos ovários e pelo en-
dométrio.
12. UFRGS 2019 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) d) o crescente aumento na concentração de proges-
as afirmações abaixo, sobre características dos ciclos terona e estrógeno durante 3 semanas é devido
ovariano e uterino nos seres humanos. ao estímulo da gonadotrofina coriônica sobre o
O primeiro dia da menstruação corresponde ao iní- endométrio.
cio de um novo ciclo reprodutivo e está associado e) após cerca de nove semanas de gravidez, a con-
à queda nos níveis de estrógeno e progesterona centração de gonadotrofina coriônica diminui
no sangue. devido à crescente produção de estrógeno e pro-
gesterona.
A cada novo ciclo, nas mulheres em idade reprodu-
tiva, várias ovogônias são hormonalmente induzidas
a iniciarem seu ciclo meiótico. 14. Unesp 2018 Marina não menstruou na data previs-
O corpo lúteo ou corpo amarelo que se forma no ta e então comprou um teste para gravidez. A figura
ovário, após a ovulação, secreta progesterona que ilustra a realização do teste, que indicou que Marina
estimula o endométrio a entrar em sua fase secretória. estaria grávida.
A queda denitiva dos hormônios no sangue, na
menopausa, induz ao término do ciclo menstrual, e
os ovócitos residuais permanecem em metáfase II.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
ses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F.
b) F – F – F – V.
c) V – F – V – F.
d) V – V – F – V.
e) F – V – V – F.

13. UAM-SP 2016 O gráfico mostra a concentração rela-


tiva de hormônios no sangue de uma mulher grávida
ao longo das semanas de gestação.

gonadotrofina coriônica (www.mdsaude.com)


concentração hormonal relativa

No mesmo dia, Marina procurou um laboratório es-


pecializado para realizar o exame sanguíneo de
gravidez, que conrmou o resultado do teste anterior.
Considere o hormônio que evidenciou a gravidez nos
dois testes realizados. O resultado positivo indica que
a concentração de
a) gonadotrofina coriônica humana (HCG) era baixa
progesterona
na urina e alta no sangue circulante.
estrógeno b) progesterona era baixa na urina e baixa no san-
gue circulante.
0 4 8 14 16 20 24 26 32 36 40 c) hormônio folículo estimulante (FSH) era alta na uri-
semanas de gravidez na e alta no sangue circulante.
(www.cnx.org. Adaptado.) d) progesterona era alta na urina e baixa no sangue
circulante.
Sobre a variação na concentração dos hormônios de- e) gonadotrofina coriônica humana (HCG) era alta na
monstrada pelo gráco, é correto armar que: urina e alta no sangue circulante.

206 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


15. UPF-RS 2016 Os processos reprodutivos na espécie humana, desde a formação da genitália até o desenvolvimento
das características sexuais secundárias e a produção dos gametas, estão sob controle de vários hormônios. Em rela-
ção a esse tema, analise as afirmativas abaixo.
I. O hormônio FSH estimula os folículos ovarianos na mulher e a espermatogênese nos homens.
II. A progesterona estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias e atua na preparação do endométrio para
receber o embrião.
III. O alto nível do LH e da somatotrofina são os fatores determinantes da maturação do óvulo.
IV. O hormônio dosado pelos testes de gravidez mais comuns é o HCG, o qual mantém o corpo lúteo no ovário du-
rante o primeiro trimestre da gestação.
V. A testosterona, produzida nos testículos e na adenoipófise, estimula a maturação dos espermatozoides, garantindo-
-lhes a mobilidade necessária à fecundação.
Está correto o que se arma em:
a) I, II e III apenas.
b) II, III, IV e V apenas.
c) I e V apenas.
d) I, II, III, IV e V.
e) I, II e IV apenas.

16. PUC-PR 2017 A duração de um ciclo menstrual é, em média, de  dias. Convencionou-se designar o primeiro dia da
menstruação como o primeiro dia do ciclo. A regulação do ciclo depende de hormônios gonadotróficos (FSH e LH) e
de hormônios esteroides (estrógeno e progesterona). É possível identificar nos gráficos a seguir dois ciclos femininos
integrados: o ovariano e o uterino.

FRENTE 3

Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/hormonio6.php Acesso:  maio 6.

Considerando que os grácos representados referem-se a uma mulher adulta com ciclo menstrual regular de  dias,
infere-se que
a) ela não está grávida, pois houve uma queda de progesterona e estrógeno no final do ciclo.
b) ela está grávida, pois, na fase lútea, há um aumento dos hormônios gonadotróficos.
c) ela está utilizando regularmente pílula contraceptiva composta por derivados de estrógeno e progesterona.
d) não está grávida, pois, na fase folicular, há diminuição de hormônios gonadotróficos.
e) na fase folicular, por ação da progesterona, houve uma retração do endométrio sugerindo gravidez.

207
17. FGV-SP 2021 O gráfico mostra a variação da concen- I. A vasectomia é caracterizada pela retirada do ór-
tração dos hormônios HCG (gonadotrofina coriônica gão representado por .
humana), estrógeno e progesterona no sangue de II. O diafragma é um dispositivo de borracha que
mulheres gestantes. deve ser introduzido na região indicada por .
III. O dispositivo intrauterino (DIU) atua no órgão in-
dicado em .
HCG
Concentração do hormônio

IV. A laqueadura tubária consiste no seccionamento


Estrógeno
no sangue materno

das estruturas representadas por 4.


Assinale a alternativa CORRETA.
a) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
Ovulação

b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.


c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
Progesterona
d) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.

20. Uefs-BA 2018 Os métodos contraceptivos são clas-


0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 sificados em naturais ou tecnológicos. Uma mulher
Duração da gravidez (semanas após a ovulação)
consultou seu médico e optou por usar um contra-
(John E. Hall. Guyton and Hall textbook of medical physiology, 2006. Adaptado.) ceptivo tecnológico não hormonal que dificulta a
fecundação do óvulo e a implantação do embrião no
Uma mulher grávida teve que retirar os dois ovários
endométrio. O método escolhido pela mulher foi o
na vigésima oitava semana após a ovulação. A ges-
a) preservativo feminino.
tação da criança foi mantida naturalmente após o
procedimento porque b) DIU de cobre.
a) a concentração de HCG no sangue materno já es- c) diafragma.
tava constante. d) anel vaginal.
b) o estrógeno e a progesterona continuaram sendo e) espermicida.
produzidos pela placenta.
c) a ausência do corpo lúteo ovariano foi compensa- 21. Cefet-MG 2018 O Vasalgel é um gel polimérico utiliza-
da pela ação do HCG. do como contraceptivo em fase de testes clínicos. Sua
d) a hipófise manteve a produção dos dois hormô- vantagem em relação ao outro método contraceptivo
nios que mantêm o endométrio. disponível de mesmo princípio é sua reversibilidade
e) as tubas uterinas mantiveram a produção de pro- que já foi comprovada em animais nos quais a fertilida-
gesterona e HCG. de dos machos foi readquirida. O modo de utilização
desse novo contraceptivo está demonstrado no dese-
18. Col. Naval-RJ 2020 Contracepção é a prevenção nho abaixo.
deliberada da gravidez por meio de procedimentos
denominados métodos contraceptivos ou “métodos
anticoncepcionais”. Sobre esses métodos, é correto
afirmar que:
a) a tabelinha consiste na suspensão das relações
sexuais durante o período menstrual.
b) o coito interrompido consiste na retirada do pênis
da vagina antes que a ejaculação ocorra.
c) a pílula anticoncepcional consiste em uma mistura
de hormônios que impede a menstruação.
d) a vasectomia impede o homem de produzir es-
permatozoides e ejacular.
e) a camisinha retém o esperma ejaculado e libera (Disponível em: https://www.parsemus.org/projects/vasalgel/vasalgel-faqs/.
enzimas que matam os óvulos. Acesso em: 30 jun. 2017.) (Adapt.).

19. Ufla/PAS-MG 2017 Observe as figuras e analise as O local de aplicação e o mecanismo de ação do Va-
afirmativas referentes a métodos anticoncepcionais: salgel são semelhantes à(ao)
a) utilização da camisinha.
b) realização da vasectomia.
c) colocação do implante hormonal.
d) introdução do dispositivo intrauterino.

22. Col. Naval-RJ 2017 Assinale a opção que apresenta


métodos contraceptivos de barreira, hormonal e in-
trauterino, respectivamente,

208 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


a) camisinha masculina / DIU / pílula do dia seguinte. levonorgestrel, uma progesterona sintética, que é usado
b) camisinha masculina / pílula anticoncepcional / DIU. até 72 horas após a relação sexual sem proteção.
c) camisinha feminina / DIU / adesivo anticoncepcional. BRASIL. Ministério da Saúde. Anticoncepção de emergência:
perguntas e respostas para profissionais de saúde. 2005.
d) adesivo anticoncepcional / pílula do dia seguinte /
implante. Uma mulher no início da fase lútea e, após 30 horas da
e) diafragma / implante / DIU. relação sexual desprotegida, para evitar gravidez indese-
jável, fez uso do medicamento referido no texto. Nessa
23. Uepa 2015 Leia o texto para responder à questão. situação, o medicamento é ecaz, pois bloqueia a
Atualmente, os casais buscam métodos anticoncep- a) maturação do folículo.
cionais que lhes permitam um planejamento familiar, b) liberação do óvulo.
com um determinado número de filhos. Nos países em c) fecundação do oócito.
desenvolvimento, com altos níveis de pobreza, existem d) formação do corpo amarelo.
dificuldades no controle da gravidez, pois faltam programas e) diferenciação do disco embrionário.
de orientação sexual, educacional e, até de condições de
acesso aos métodos contraceptivos. Dentre esses métodos, 26. Uece 2014 Dentre os métodos contraceptivos, a va-
alguns são combinações de hormônios que impedem a sectomia é um processo que consiste em
maturação dos folículos e a ovulação; outros são cirúrgicos a) eliminar os tubos seminíferos para que os esper-
impedindo a fecundação do ovócito e; ainda, há os que matozoides não possam se locomover até o óvulo.
também servem como prevenção contra doenças sexual- b) cortar os canais deferentes para que não seja
mente transmissíveis (DST’s). mais possível a eliminação dos espermatozoides
Adaptado de BIOLOGIA: Seres Vivos, volume 2, Cesar e Sezar, 2009. no sêmen.
Os métodos contraceptivos tratados no texto são, res- c) retirar a vesícula seminal para diminuir a quantida-
pectivamente: de de sêmen produzido.
a) preservativo (camisinha), pílulas anticoncepcio- d) isolar a próstata, cessando a produção de esper-
nais e dispositivo intrauterino. matozoides.
b) preservativo (camisinha), laqueadura e pílulas an-
ticoncepcionais. 27. UEMG 2014 Os métodos contraceptivos atuam de
c) tabela, dispositivo intrauterino e laqueadura. modo a evitar uma gravidez em período não adequa-
d) pílulas anticoncepcionais, laqueadura e preserva- do à vida de um casal. O esquema a seguir apresenta
tivo (camisinha). um desses métodos.
e) pílulas anticoncepcionais, laqueadura e tabela.

24. IFCE 2014 Um problema que tem aumentado con-


sideravelmente, nos últimos anos, é a gravidez na
adolescência. O uso e o conhecimento adequado de
métodos contraceptivos pelos jovens podem rever-
ter este quadro. Sobre os métodos contraceptivos, é
incorreto afirmar-se que
a) para maior segurança nas relações sexuais, de-
ve-se utilizar a camisinha masculina ou feminina,
pois elas previnem a transmissão do vírus da AIDS
e uma possível gravidez.
b) o DIU (dispositivo intrauterino) é um método con-
traceptivo que previne uma gravidez indesejada,
(www.alessandrafaria.com. Acesso em: 20 jul. 2013.)
mas não previne a transmissão de doenças sexual
mente transmissíveis. Considerado como o mais ecaz dos métodos contra-
c) o diafragma é o método contraceptivo que deve ceptivos, o procedimento ilustrado atua
FRENTE 3

ser utilizado com uma pomada ou gel espermicida. a) evitando o contato do esperma com o canal vaginal.
d) o método da tabelinha é eficaz, se forem evitadas b) impedindo a entrada dos espermatozoides no útero.
relações sexuais somente no dia da ovulação. c) impedindo a união entre os gametas masculino e
e) a pílula, método hormonal feminino, impede a feminino.
ovulação. d) evitando que o embrião formado se implante no
útero.
25. UFG-GO 2014 Leia o texto a seguir.
A anticoncepção de emergência, ou “pílula do dia 28. Uerj 2013 A pílula anticoncepcional contém os hor-
seguinte”, é um método que pode evitar a gravidez. O mônios estrogênio e progesterona, que agem sobre a
Sistema Único de Saúde disponibiliza dois métodos ao hipófise alterando os níveis de liberação dos seguintes
usuário, sendo um deles o medicamento que possui hormônios: folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH).

209
No gráco abaixo, são mostradas as variações das semelhantes aos hormônios produzidos pelo orga-
concentrações de FSH e de LH durante um ciclo nismo feminino, o estrogênio (E) e a progesterona
menstrual de 28 dias de uma mulher que não usa an- (P). Em um experimento médico, foi analisado o san-
ticoncepcionais. gue de uma mulher que ingeriu ininterruptamente
um comprimido desse medicamento por dia durante
Ovulação seis meses.
FSH Qual gráco representa a concentração sanguínea
concentração hormonal

LH desses hormônios durante o período do experimento?


a)

Concentração sanguínea
1 14 dias do ciclo E
P

Considere agora uma mulher que utilize esse método Tempo


anticoncepcional na prescrição usual: uma pílula por
dia ao longo de 28 dias.
b)
Os valores sanguíneos dos hormônios FSH e LH, durante

Concentração sanguínea
o ciclo menstrual dessa mulher, estão apresentados em:
Ovulação
concentração hormonal

a) P
FSH
LH
E

Tempo
1 14 dias do ciclo
c)
Concentração sanguínea

b) Ovulação
concentração hormonal

FSH
LH

E
P
1 14 dias do ciclo
Tempo
c) Ovulação
concentração hormonal

FSH E
LH d) P
Concentração sanguínea

1 14 dias do ciclo

d) Ovulação
concentração hormonal

FSH
Tempo
LH

e)
Concentração sanguínea

E
P

1 14 dias do ciclo

29. Enem 2013 A pílula anticoncepcional é um dos mé-


todos contraceptivos de maior segurança, sendo
constituída basicamente de dois hormônios sintéticos Tempo

210 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


30. UFJF/Pism-MG 2021 (Adapt.) “Mais de 20 mil meninas com menos de 15 anos engravidam todos os anos. Quando uma
gravidez acontece na fase inicial da adolescência, pode trazer futuras consequências emocionais, sociais e econômicas para
a saúde da mãe, do pai e do recém-nascido. Esta é uma realidade muito próxima tendo em vista que, praticamente três em
cada dez meninos e meninas iniciam a vida sexual entre 13 e 15 anos. O resultado pode ser desde o risco de contrair uma
infecção sexualmente transmissível até uma gravidez precoce. No Brasil, em 2018, 21.154 bebês nasceram de mães com
menos de 15 anos de idade. Apesar de o número estar caindo, essa redução só começou a ocorrer a partir de 2015, quando
foram registrados 26.701 nascimentos. De lá para cá, a queda é de 27%, enquanto que na faixa etária de mães entre 15
e 19 anos a queda ocorre desde o ano 2000, chegando a uma redução de 40% (passando de 721,6 mil para 434,6 mil)”.
Fonte: Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/mais-de-20-mil-meninas-com-menos-de-15-anos-engravidamtodos-os-anos

O trecho acima alerta para o grande número de gestações não desejadas em adolescentes até 15 anos de idade.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta de maneira gratuita nove métodos contraceptivos que ajudam no
planejamento familiar, sendo todos disponíveis a adolescentes.
Com base nessas informações, assinale a alternativa CORRETA que se refere exclusivamente aos métodos anticon-
cepcionais hormonais:
a) Anticoncepcional injetável, diafragma e pílula combinada.
b) Anticoncepcional injetável, Dispositivo Intrauterino (DIU) e minipílula.
c) Dispositivo Intrauterino (DIU), pílula combinada e preservativo feminino.
d) Diafragma, minipílula e preservativo masculino.

Texto complementar
Endometriose pode afetar 10% das Ainda segundo ela, há alguns ginecologistas que também
subestimam as queixas das pacientes e, assim, deixam de encami-
mulheres brasileiras nhá-las para realizar exames mais detalhados, como indica o caso
Após sofrer por cerca de 34 anos com cólicas e outras dores de Andrea, que desde os 12 anos vêm passando por diferentes espe-
que se intensificaram ao longo do tempo, a jornalista Andrea Mello cialistas. A ressonância magnética pélvica e o ultrassom transvaginal
Diniz, 46 anos, está prestes a passar por uma cirurgia para retirada com preparo intestinal são os dois principais meios de identificar
do útero, colo do útero, ovários e tubas uterinas comprometidos pela a endometriose.
endometriose. Somente em 2019, 11.790 brasileiras precisaram de Além da cólica intensa que, em muitos casos, se torna de-
internação por causa da doença. bilitante, a doença costuma estar associada a outros sintomas,
A endometriose afeta cerca de 10% da população feminina como uma dor profunda na vagina ou na pelve, durante a relação
brasileira, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An- sexual, ou a uma dor pélvica contínua, mesmo que não relacionada
visa), sendo mais frequente entre mulheres de 25 a 35 anos de à menstruação. Outros sintomas comuns são a prisão de ventre ou
idade. A doença é causada por uma infecção ou lesão decorrente a diarreia durante o período menstrual e a dor ao evacuar ou urinar.
do acúmulo, em outras partes do corpo, das células que recobrem Contudo, a maioria dos casos é diagnosticada quando a pa-
a parte interna do útero (o endométrio) e que são eliminadas com ciente procura um especialista devido à dificuldade de engravidar
a menstruação. – o que pode ser uma das consequências da endometriose.
Como as chamadas células endometriais são regularmente “A infertilidade, assim como a doença, pode ser revertida, mas
expelidas junto com o fluxo menstrual, seguem se acumulando fora isso vai depender da situação. Qualquer que seja o caso, é preciso
da cavidade uterina, principalmente nas regiões da bexiga, ovários, analisá-lo individualmente, pois a eficácia do tratamento depende
tubas uterinas e intestino. Nos casos mais graves, como o de Andrea, do local afetado, do grau de comprometimento e do histórico da
podem formar nódulos que, se não forem tratados a tempo, tendem paciente”, explicou Helizabet.
a afetar o funcionamento de outros órgãos.
Cólicas podem ser sinal de alerta
“A endometriose bloqueou minha tuba uterina direita e meu
ovário direito, o que me causava dores horríveis. A doença também A vice-presidente da SBE alerta que muitas mulheres que têm
atingiu outros pontos e, de acordo com os médicos, poderia ter endometriose não apresentam qualquer outro sintoma que não uma
bloqueado meu intestino”, contou a jornalista que deve se submeter, cólica menstrual moderada. O que reforça a importância de que
em breve, a uma histerectomia total. todas consultem um ginecologista ao menos uma vez por ano e
“É a cirurgia para retirada de todo o aparelho reprodutivo que jamais naturalizem a dor.
feminino. Um procedimento extremo que, segundo outra médica es- “A mulher ouve que é normal ter cólica, que basta tomar um
pecialista em endometriose com quem conversei, é a melhor coisa remédio, e deixa o tempo passar. De fato, é normal a mulher ter
a fazer neste ponto a que cheguei. Segundo a médica, se a doença cólicas nos primeiros dias da menstruação, mas não que estas dores,
quando fortes, não passem nem tomando medicamentos. Não é na-
FRENTE 3

tivesse sido diagnosticada antes, isto talvez não tivesse sido neces-
sário”, acrescentou Andrea, em entrevista à Agência Brasil. tural que as dores atrapalhem atividades, o trabalho. Que impeçam
Segundo a vice-presidente da Associação Brasileira de En- a mulher de praticar atividades físicas. Aí, é o caso de procurar um
dometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), Helizabet especialista”, frisou Helizabet.
Salomão Ayrosa Ribeiro, a demora do diagnóstico da doença é [...] Desde julho de 2016, as secretarias de Saúde dos estados,
comum, mas costuma estar associada ao fato de muitas mulheres, municípios e do Distrito Federal devem oferecer os tratamentos
mesmo sofrendo, protelarem a ida ao médico, por acreditarem que médicos estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
as cólicas menstruais são naturais. – Endometriose, publicado pelo ministério, com os critérios de diag-
“Infelizmente, casos assim são frequentes. No mundo todo, nóstico e de tratamento, bem como os mecanismos de regulação,
a endometriose demora, em média, de sete a dez anos para ser controle e avaliação da doença em todo o país.
diagnosticada. Principalmente devido à tendência das pessoas natu- A pasta também acrescentou que há, disponíveis no Sistema
ralizarem a cólica menstrual, o principal sintoma e a principal queixa Único de Saúde (SUS), dois tipos de tratamento. O tratamento clí-
das pacientes”, afirmou a médica. nico visa neutralizar o estímulo hormonal estrogênico nos focos de

211
endometriose, proporcionando melhora nos sintomas da doença, “Nestes casos, a escolha do tratamento deve ser feita pelo
associado a medicamentos para o controle da dor. Em pacientes que médico e compartilhada com a usuária, avaliando sempre a gravi-
não desejam engravidar, contraceptivos hormonais são utilizados. dade dos sintomas, a extensão e a localização da doença, a idade
Já o tratamento cirúrgico é indicado quando os sintomas são da mulher e, principalmente, o desejo de engravidar”, esclarece
graves, incapacitantes, quando não houver melhora com tratamento o ministério.
empírico com contraceptivos orais ou progestágenos, em alguns RODRIGUES, A. Endometriose pode afetar 10% das mulheres brasileiras.
casos de endometriomas, de distorção da anatomia das estruturas Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/
pélvicas, de aderências, de obstrução do trato intestinal ou urinário, saude/noticia/2021-03/endometriose-pode-afetar-10-das-mulheres.
e para pacientes com infertilidade associada à endometriose. Acesso em: 25 fev. 2022.

Resumindo
Sistema genital masculino y Útero: órgão muscular.
y Testículos: correspondem às gônadas masculinas. – Apresenta cavidade interna revestida pelo endométrio.
– São protegidos pela bolsa escrotal. – Parede constituída pelo miométrio, músculo de contração
– Estruturas internas: involuntária que atua na eliminação do endométrio duran-
– Túbulos seminíferos: local de produção dos esper- te a menstruação e na expulsão do feto no parto natural.
matozoides (espermatogênese). y Tubas uterinas
– Células intersticiais (células de Leydig): responsáveis – Estendem-se do útero até uma abertura próxima aos ovários.
pela síntese de testosterona, hormônio sexual impor- – São internamente revestidas por epitélio ciliado.
tante à formação das estruturas genitais masculinas e, – Geralmente, a fecundação ocorre no interior de uma das
na puberdade, ao desenvolvimento das características tubas uterinas.
sexuais secundárias masculinas. y Ovários: correspondem às gônadas femininas.
– Células de Sertoli: fornecem apoio, proteção e nu-
– Local de ocorrência da maior parte da formação do óvulo
trição às espermatogônias, células que originarão os
(ovogênese).
espermatozoides.
– Local de produção e liberação dos principais hormônios
– Efeito dos hormônios gonadotróficos hipofisários:
sexuais femininos, o estradiol (um tipo de estrógeno) e
– LH: estimula a síntese e a secreção de testosterona.
a progesterona.
– FSH: estimula a produção de espermatozoides.
– Na puberdade, os estrógenos estão ligados ao desenvol-
y Epidídimos: ductos enovelados ligados aos testículos. vimento das características sexuais secundárias femininas.
– Local onde os espermatozoides completam sua matura-
ção e ficam temporariamente armazenados. Ciclo menstrual
y Canais deferentes: vasos ligados aos epidídimos.
y Prepara o sistema genital feminino para uma possível gravidez.
– Por meio dos canais deferentes, durante a ejaculação, os
espermatozoides são conduzidos em direção à uretra. y Dura, em média, 28 dias.
y Uretra: canal que percorre longitudinalmente o pênis. – 1o dia: início do fluxo menstrual, que consiste na desca-
– Estrutura comum aos sistemas urinário e genital, pois mação e na eliminação de endométrio e sangue.
realiza a condução de urina durante a micção e de sê- – 1o dia: ovulação (liberação de um ovócito II em uma das
men durante a ejaculação. tubas uterinas).
– O sêmen é constituído de espermatozoides e secreções y Caso não ocorra fecundação, o ciclo prossegue até a pró-
produzidas pelas vesículas seminais e próstata. xima menstruação.
y Vesículas seminais: secretam um fluido importante, princi- y Período fé il: período do ciclo menstrual no qual há maiores
palmente, à nutrição dos espermatozoides. chances de ocorrer fecundação. Determina-se o provável dia
y Próstata: libera uma secreção que contribui com a neutra- da ovulação e, em relação a ele, é adicionada uma margem de
lização da acidez vaginal, permitindo a sobrevivência dos três dias para mais e três dias para menos. Dessa forma, o pe-
espermatozoides. ríodo fértil vai do 11o dia até o 17o dia, em um ciclo de 28 dias.
y Glândulas bulbouretrais: liberam o líquido pré-ejaculatório,
que lubrifica a uretra e neutraliza resíduos ácidos presentes Controle hormonal do ciclo menstrual
nesse canal. y No início do ciclo menstrual, há liberação de FSH (hormônio
y Pênis: órgão copulador masculino. foliculoestimulante) pela hipófise; este hormônio age sobre
– Apresenta tecido erétil: dois corpos cavernosos e um os ovários, estimulando o crescimento e o amadurecimento
corpo esponjoso. dos folículos ovarianos. Certas células do folículo em cres-
– Durante a excitação sexual, o tecido erétil enche-se com cimento começam a secretar estradiol (estrógeno).
sangue, resultando na ereção. y O estrógeno atua sobre o útero, estimulando a proliferação
– Glande: extremidade anterior do pênis recoberta pelo das células do endométrio.
prepúcio. y O aumento da concentração de estrógeno resulta na inibi-
ção da secreção de FSH por feedback negativo.
Sistema genital feminino
y Um ou dois dias antes da ovulação, é observado um pico de
y Vulva (clitóris, lábios maiores e menores e abertura da va- secreção de LH (hormônio luteinizante); este hormônio pro-
gina): corresponde à estrutura externa. move a ovulação e a formação do corpo-lúteo no ovário. O LH
y Vagina: canal que recebe o pênis durante a relação sexual. estimula o corpo-lúteo a secretar estrógeno e progesterona.

212 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


y A progesterona age sobre o endométrio, promovendo sua y Nidação: implantação do embrião na fase de blastocisto
vascularização e sua manutenção. (blástula dos mamíferos) no endométrio.
y A liberação de hormônios ovarianos pelo corpo lúteo inibe, por y O embrião implantado libera no sangue materno a gona-
feedback negativo, a liberação de LH e FSH pela adenoipófise. dotrofina coriônica humana (hCG).
y Caso não ocorra fecundação e nidação, as baixas concen- y O hCG estimula o corpo-lúteo a manter a secreção, prin-
trações de LH e FSH levam à regressão do corpo-lúteo, cipalmente, de progesterona, hormônio fundamental à
originando o corpo albicans (corpo branco) e resultando manutenção da gravidez.
na diminuição da concentração de estrógeno e progeste- y O hCG pode ser detectado por meio de exames de sangue
rona. Nessa condição, o endométrio descama, resultando e urina, a fim de se confirmar a gravidez.
na menstruação.
y A secreção de progesterona e estrógeno pelo corpo-lúteo é
Fecundação, nidação e gestação mantida até, aproximadamente, o terceiro mês de gestação;
y Fecundação: encontro dos gametas masculino e feminino deste ponto até o final da gravidez, a placenta assume a
e fusão de seus núcleos, resultando na formação do zigoto. função de secreção desses hormônios. A placenta também
Ocorre na tuba uterina. libera hCG.

Métodos contraceptivos

Método Ação

Quer saber mais?


FRENTE 3

Site
https://sbra.com.br/noticias/brasil-e-protagonista-em-tratamentos-de-reproducao-assistida-aponta-relatorio-da-anvisa/
(Acesso em:  mar. 0)
Relatório da Anvisa aponta que o Brasil é protagonista em tratamentos de reprodução assistida.
Vídeos
Um jeito divertido de entender a fecundação
Animação que ilustra como ocorre a liberação dos espermatozoides e seu encontro com o ovócito II no sistema genital feminino.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mhmcTP_rzM (acesso em:  mar. ).
A gravidez por dentro – o parto normal
Animação mostrando as diferentes fases do parto natural. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Oj_dwLpeRw
(acesso em:  abr. ).

213
Exercícios complementares

1. Famerp-SP 2020 A imagem ilustra um corte transversal da membrana plasmática de uma célula da traqueia humana,
na qual se observam cílios com estruturas circulares agrupadas duas a duas em seu interior.

(Luís Carlos Junqueira e José Carneiro. Biologia celular e molecular, 2013.)

a) Quais organelas celulares são importantes para que as estruturas observadas realizem os movimentos ciliares?
Justifique sua resposta.
b) Justifique por que um homem que não forme as proteínas que integram essas estruturas pode apresentar proble-
mas respiratórios e também infertilidade.

2. Famema-SP 2020 Em 1990, pesquisadores ingleses identificaram um gene no cromossomo Y necessário para o desen-
volvimento dos testículos. Eles denominaram o gene de SRY (do inglês, sex-determining region of Y), região determinadora
de sexo do Y. As características bioquímicas, fisiológicas e anatômicas que distinguem machos e fêmeas são complexas, e
vários genes estão envolvidos no seu desenvolvimento. Na verdade, o SRY codifica uma proteína que regula outros genes
de diversos cromossomos.
(Neil Campbell et al. Biologia, 2010. Adaptado.)

a) Quais gônadas formará uma criança portadora da deleção do gene SRY? Qual será o fenótipo dessa criança em
relação aos órgãos genitais?
b) Uma criança XY é portadora da deleção do SRY apenas em parte de suas células somáticas. Para que isso seja
possível, a mutação deve ter ocorrido no espermatozoide produzido pelo pai, no núcleo do zigoto ou durante o
desenvolvimento embrionário? Justifique sua resposta.

3. Uerj 2018 Ao contrário da espermatogênese, a ovogênese humana é interrompida após a primeira divisão da meio-
se, resultando em um ovócito secundário.
Nomeie o hormônio que promove a liberação do ovócito secundário do ovário para a tuba uterina e aponte o evento
biológico que permite a continuidade da divisão meiótica para formação do óvulo.
Em seguida, indique a característica do gameta feminino que contribui para o desenvolvimento inicial do zigoto.

4. Fuvest-SP 2016 Considere as informações abaixo, relativas a mulheres e homens saudáveis.


y Tempo de viabilidade do óvulo, após sua liberação pelo ovário: 4 horas.
y Tempo de viabilidade do espermatozoide no corpo de uma mulher, após a ejaculação:  horas.
y Período fértil: período do ciclo sexual mensal feminino em que a mulher apresenta maiores chances de engravidar.
Com base nessas informações,
a) no calendário, assinale com X os dias que correspondem ao período fértil de uma mulher que tenha ovulado no
dia  do mês;
Dias do mês
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Ovulação

b) considerando as taxas dos hormônios luteinizante (LH), folículoestimulante (FSH) e progesterona no sangue, indi-
que aquele(s) hormônio(s) que atinge(m) seu nível mais alto no período fértil da mulher.

5. FICSAE-SP 2021 Considere a notícia sobre os testes para um anticoncepcional masculino.


Pesquisadores testam promissora pílula anticoncepcional masculina
A pílula age imitando a testosterona. Quando usada por homens saudáveis, uma vez ao dia por um mês, a pílula anti-
concepcional passou em testes de segurança de tolerabilidade.
(https://pfarma.com.br, 29.12.2019. Adaptado.)

214 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


a) Na gametogênese masculina, das células loca- em alterações do ciclo menstrual e também causar
lizadas na periferia dos túbulos seminíferos à alterações no amadurecimento sexual principalmente
produção de espermatozoides, a divisão celular em adolescentes do sexo feminino.
envolvida no processo é a mitose, a meiose ou a) Considerando a semelhança do bisfenol A com
ambas? Justifique sua resposta. o estrógeno e a sua presença em adolescentes,
b) A administração dessa pílula anticoncepcional pro- explique como o bisfenol A poderia influenciar no
voca a elevação anormal do nível de testosterona amadurecimento sexual desses adolescentes e
no sangue, o que, por sua vez, inibe a produção no espessamento do endométrio no início do ci-
dos hormônios hipofisários pelo organismo do clo menstrual.
homem. Cite o principal hormônio hipofisário que b) Embora o amadurecimento sexual ocorra para
deve ser inibido e explique como essa pílula mas- meninos e meninas em torno dos  anos, no
culina tem ação anticoncepcional. sexo feminino a divisão celular meiótica começa
muito antes e pode durar décadas. Quando esse
6. Unesp 2014 Leia a letra da canção O xote das meni- processo de divisão começa no sexo feminino e
nas, composta por Luiz Gonzaga e Zé Dantas. por que essa divisão pode ser tão longa?

Mandacaru, quando fulora na seca, 8. UEPG-PR 2015 Com relação aos sistemas genitais
É o sinal que a chuva chega no sertão, dos humanos, sua gametogênese e fecundação, as-
Toda menina que enjoa da boneca sinale o que for correto.
É sinal que o amor  No sistema genital masculino, os dois testícu-
Já chegou no coração los produzem os espermatozoides e também o
Meia comprida, não quer mais sapato baixo, hormônio sexual masculino testosterona. Os testí-
Vestido bem cintado
culos ficam alojados na bolsa escrotal.
Não quer mais vestir timão
 O gameta feminino é liberado do ovário antes do
Ela só quer, só pensa em namorar
término da meiose II, penetra na tuba uterina e
Ela só quer, só pensa em namorar
é deslocado em direção ao útero por ação dos
De manhã cedo, já tá pintada,
cílios da parede interna desse órgão.
Só vive suspirando
 Após a fecundação, no interior do óvulo, o es-
Sonhando acordada,
O pai leva ao doutô
permatozoide tem redução do seu número de
A filha adoentada, cromossomos para n = , fenômeno denominado
Não come nem estuda anfimixia.
Não dorme, não quer nada  Os ovários femininos são responsáveis pela
Ela só quer, só pensa em namorar formação dos ovócitos, mas não produzem
Ela só quer, só pensa em namorar hormônios sexuais femininos. Os hormônios femi-
Mas o doutô nem examina ninos estrógeno e progesterona são sintetizados
Chamando o pai do lado no útero.
Lhe diz logo em surdina Soma:
Que o mal é da idade
Que pra tal menina 9. UEM-PR 2012 Sobre os aparelhos reprodutores mas-
Não tem um só remédio culino e feminino e sobre o controle hormonal nos
Em toda medicina homens e nas mulheres, é correto afirmar que
Ela só quer, só pensa em namorar  os tubos seminíferos, localizados nos testículos,
Ela só quer, só pensa em namorar são responsáveis pela produção dos hormônios
Um dos versos da canção diz que não há remédio masculinos.
para o mal da menina, pois é um mal da idade. A que  a testosterona estimula a formação de esper-
mal o verso se refere, ou seja, considerando a siolo- matozoides, sendo também responsável pelos
gia da reprodução, como é conhecida a fase na qual caracteres sexuais secundários, como pelos e
a menina se encontra? Que alterações hormonais dão modificação na voz.
FRENTE 3

início a essa fase, promovendo a transformação ana-  os ovários, conhecidos como gônadas femininas,
tomosiológica implícita na letra da canção? produzem os gametas femininos e também os
hormônios estrogênio e progesterona.
 os espermatozoides, durante o processo de eja-
7. Unicamp-SP 2012 A maior parte dos copinhos de
culação, passam pelas glândulas seminais, pela
café, copos de água e mamadeiras é feita de poli-
próstata, pelo canal deferente e pela uretra.
carbonato com bisfenol A, substância que é liberada
 a atividade ovariana é regulada pelos hormônios
quando algum líquido quente é colocado nesses re-
gonadotróficos FSH e LH, secretados pela ade-
cipientes. O bisfenol A é um composto químico cuja
noipófise.
estrutura molecular é muito semelhante à do hormô-
nio estrógeno. A ingestão do bisfenol A pode resultar Soma:

215
10. UFJF/Pism-MG 2016 Existem dois ciclos reprodutivos nas mulheres: o ciclo menstrual e o ciclo ovariano. É essencial
que ambos funcionem de maneira sincronizada e coordenada para que ocorra a reprodução. Tal sincronismo fica a
cargo do sistema endócrino que liga os dois ciclos através de hormônios.
a) Cite os dois hormônios produzidos pela adeno-hipófise que atuam no ciclo ovariano e descreva suas respectivas
funções nesse ciclo.
b) Onde são produzidos os hormônios estrógeno e progesterona? O que ocorre quando o nível desses hormônios diminui?
c) Quando os exames de gravidez detectam no sangue e/ou urina uma elevação do hormônio gonadotrófico coriôni-
co humano (hCG), sabe-se que a mulher está grávida. Qual a ação desse hormônio para manutenção da gravidez?

11. Famema-SP 2019 O gráfico ilustra a variação dos níveis de três hormônios durante uma gravidez. As setas verticais
mais largas representam maior quantidade relativa do hormônio liberado.

(Demétrio D. Gowdak et al. Biologia, 2013.)

a) Qual desses hormônios é detectado no exame de gravidez? Qual líquido biológico normalmente é utilizado para
se detectar esse hormônio?
b) Por que os hormônios esteroides não se mantêm elevados após o parto? Por que a redução brusca e precoce
desses hormônios pode causar um aborto espontâneo?

12. Unifesp 2021 A síndrome de Kartagener é um distúrbio genético que impede a síntese da proteína dineína, neces-
sária à função dos microtúbulos. Sem a dineína, algumas estruturas celulares não se movimentam, como aquelas
presentes nas vias respiratórias, nas paredes da tuba uterina e nos espermatozoides, causando prejuízos à elimina-
ção de muco pelos brônquios e à fertilidade masculina e feminina.
a) Cite as duas estruturas celulares, uma presente nas vias respiratórias e outra nos espermatozoides, que têm o
movimento prejudicado pela falta da dineína.
b) Por que uma mulher portadora da síndrome de Kartagener tem maior chance de desenvolver uma gravidez na
tuba uterina? Explique como a medicina reprodutiva pode fazer com que um homem com essa síndrome seja pai.

13. UEL-PR 2013 O esquema e o gráfico, a seguir, ilustram algumas das inúmeras atividades fisiológicas da espécie humana.

216 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


a) Analise o esquema e o gráfico e especifique o a) Identifique os hormônios correspondentes às
que são as letras A, B, C e D. curvas A e B e explique o que acontece com os
b) Na fase lútea, observa-se um aumento do hormô- níveis desses hormônios se ocorrer fecundação e
nio ovariano B, assim como a presença da estrutura implantação do ovo no endométrio.
representada pela letra D no endométrio. Que fenô- b) Qual a função do endométrio? E da musculatura
meno justifica esses fatos no corpo da mulher? Cite lisa do miométrio?
duas funções do hormônio B para tal fenômeno.
16. UFSC 2019 Ao longo da história, até em livros de medi-
14. Fuvest-SP 2012 cina, o clitóris – do grego kleitoris, “pequeno monte” – é
pouco mencionado. Porém, na França, onde a educação
sexual é obrigatória nas escolas desde a primeira infância,
estudantes de todas as faixas etárias têm a oportunidade
de conhecer de perto o órgão erétil, o principal órgão do
prazer feminino e de anatomia similar à do pênis, através
de um modelo tridimensional. O mapeamento recente de
suas estruturas através de ressonância magnética foi o que
permitiu descobrir que o órgão mede de 9 a 11cm e que
é constituído pela glande, bulbos, cruras e corpo, sendo a
primeira estrutura a única parte externa do clitóris.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/
equilibrioesaude/2016/10/1821721-clitoris-3d-ensina-anatomia-em-escolas-
e-desmistificapra zer-feminino.shtml. [Adaptado]. Acesso em: 17 mar. 2019.

As guras acima mostram os ciclos ovariano e uterino


e as variações dos hormônios hiposários relacionadas
com esses ciclos, na mulher. Em cada gura, a represen-
tação dos eventos se inicia em tempos diferentes.
a) Nas linhas horizontais abaixo das figuras A e B,
Representação do sistema genital feminino. Em destaque, as estruturas
indique, com a letra M, o início da menstruação. do clitóris.
b) Na linha horizontal abaixo da figura C, indique, Imagem disponível em: http://svt-egalite.fr/index.php/ressources-
com a letra O, o momento da ovulação. pedagogiques/education-a-la-sexualite#schemas-organes-genitaux.
c) Na gravidez, o que ocorre com a produção dos [Adaptada]. Acesso em: 17 mar. 2019.

hormônios representados na figura C?


Com base no texto, na imagem e nos conhecimentos
15. Unicamp-SP O gráfico a seguir mostra a variação na sobre sistema genital feminino, é correto armar que:
concentração de dois hormônios ovarianos, durante o  o clitóris é um órgão erétil feminino, com anatomia
ciclo menstrual em mulheres, que ocorre aproximada- similar à do pênis, e assim como este é responsá-
mente a cada 28 dias. vel pela eliminação da urina.
 a ocorrência da cistite (infecção da bexiga) é mais
800
FRENTE 3

comum em mulheres do que em homens devido


Níveis de Hormônios (pg/mL)

700 A
à localização do clitóris, que possui a maior exten-
600 B
são situada internamente ao sistema urogenital,
500 diferentemente do pênis.
400  o clitóris é densamente vascularizado e possui
300 muitos receptores sensoriais.
200  o hormônio gonadotrofina coriônica é responsá-
100 vel por estimular a ereção do clitóris.
0  assim como o clitóris, a abertura externa da uretra
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 27 26 28 se localiza no interior da vagina.
Dias do Ciclo Soma:

217
17. FMJ-SP 2019 O ciclo menstrual é regulado pelos 20. Uerj 2017 Novos métodos contraceptivos vêm sendo
hormônios LH, estrógeno, FSH e progesterona, não testados a fim de reduzir os problemas associados ao
necessariamente nessa ordem. uso contínuo de hormônios pelas mulheres. Um deles
a) Qual hormônio tem sua taxa aumentada durante o consiste na aplicação de um gel nos vasos deferentes,
início do ciclo menstrual? Por que esse hormônio provocando uma obstrução reversível, sem necessida-
é importante? de de uso diário. Entretanto, a utilização inadequada
b) No início da gravidez, a placenta produz um hor- desses contraceptivos pode resultar em gravidez. Indi-
mônio que atua sobre uma estrutura ovariana. que de que maneira a pílula anticoncepcional feminina
Que estrutura é essa e qual a sua importância e o gel citado impedem a gravidez. Em seguida, indi-
para garantir uma gravidez? que o local ideal no qual os embriões se implantam
no caso de gravidez, apresentando uma característica
18. Uninove-SP 2016 O sistema genital masculino é desse órgão que justifique sua resposta.
formado por glândulas (próstata, vesiculares e bulbou-
retrais), testículos no interior do escroto, epidídimos, 21. USCS-SP 2016
ductos deferentes, pênis e uretra.
Em um ano, foram realizadas mais de 60 mil
a) Qual destes órgãos produz a testosterona? Qual
é o papel da testosterona na puberdade?
laqueaduras pelo SUS
b) A vasectomia é um método contraceptivo cirúrgi- Segundo o Ministério da Saúde, o procedimento é in-
co, não reversível naturalmente. Como fica o nível dicado para mulheres acima de 25 anos ou para mulheres
de testosterona em um homem submetido à va- que tenham mais de dois filhos.
(www.blog.saude.gov.br, 09.12.2014. Adaptado.)
sectomia? Justifique sua resposta.
a) Em que consiste a laqueadura? Por que tal proce-
19. Unifesp 2013 Leia os trechos extraídos do romance dimento promove a contracepção?
O cortiço, de Aluísio Azevedo (1857-1913). b) Além de ser um método contraceptivo, a la-
Trecho  queadura também protege a mulher contra a
A filha era a flor do cortiço. Chamavam-lhe Pombinha. transmissão de doenças sexualmente transmissí-
[...] Tinha o seu noivo, o João da Costa, [...] mas Dona veis? Justifique sua resposta.
Isabel não queria que o casamento se fizesse já. É que
Pombinha, orçando aliás pelos dezoito anos, não tinha 22. Fasm-SP 2016 Marta, de 20 anos e com vida sexual
ainda pago à natureza o cruento tributo da puberdade ativa, aconselhou-se com seu médico sobre o uso de
[...], por coisa nenhuma desta vida consentiria que a sua contraceptivos. O dispositivo do qual fazia uso até então
pequena casasse antes de “ser mulher”, como dizia ela. não interferia em seu ciclo menstrual, mas também não a
[...] entendia que não era decente, nem tinha jeito, dar ho- protegia de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
mem a uma moça que ainda não fora visitada pelas regras! a) Que método contraceptivo previne, ao mesmo
tempo, a gravidez e a transmissão de DSTs? Ex-
Trecho  plique como esse método previne a gravidez e a
— Veio?! perguntou a velha com um grito arrancado transmissão de DSTs.
do fundo da alma. b) Cite um método contraceptivo que Marta poderia
A rapariga meneou a cabeça afirmativamente, sorrin- estar fazendo uso até então. Explique como esse
do feliz e enrubescida. método previne a gravidez, mas não DSTs.
[...]
— Milha filha é mulher! Minha filha é mulher!
23. UFJF/Pism-MG 2015 O governo sancionou, no dia
O fato abalou o coração do cortiço, as duas recebe-
2/8/13, a lei que determina o atendimento obrigatório
ram parabéns e felicitações.
e imediato no Sistema Único de Saúde (SUS) a vítimas
a) Considerando a fisiologia da reprodução humana, de violência sexual. Segundo a lei, todos os hospitais
o que vem a ser “as regras”, as quais o autor se re- da rede pública serão obrigados a oferecer, de forma
fere? Qual alteração hormonal finaliza o processo imediata, entre outros serviços, a “profilaxia da gravi-
que resulta na “vinda das regras”, como explicita- dez”, termo que, de acordo com o Ministério da Saúde,
do no trecho ? refere-se ao uso da chamada “pílula do dia seguinte”,
b) Suponha que Pombinha, já casada, e com “re- também conhecida como método de anticoncepção
gras” regulares, quisesse evitar filhos, e para isso oral de emergência. Essa pílula é composta dos mes-
adotasse o método contraceptivo conhecido por mos hormônios da pílula anticoncepcional comum, só
“tabelinha”. Como Pombinha poderia determinar que em doses mais altas.
o período no qual deveria se abster de relações a) Por que a pílula do dia seguinte evita a gravidez?
sexuais? Explique por que essa abstenção sexual b) Quando essa pílula não é eficaz?
deve se dar ao longo de um período de dias, e c) Por que não se deve fazer uso indiscriminado em
não apenas em um dia. ocasiões recorrentes dessa pílula?

218 BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


24. UFU-MG 2012 O conhecimento científico acerca da Do ponto de vista siológico, explique por que o
sexualidade humana tem possibilitado às pessoas medicamento com quantidades menores de medro-
controlar conscientemente a reprodução, seja por xiprogesterona, interditado pela Vigilância Sanitária,
meio de métodos contraceptivos permanentes (este- coloca em risco a ecácia na prevenção da gravidez.
rilização), seja por meio de métodos temporários.
a) Apresente e explique o funcionamento de um 27. UEPG/PSS-PR 2019 A contracepção é a prevenção
método contraceptivo permanente e de um mé-
da gravidez, sendo que os métodos contraceptivos
todo contraceptivo temporário.
podem atuar em diferentes etapas do processo repro-
b) Comente sobre os métodos contraceptivos que,
dutivo. Assinale o que for correto sobre alguns dos
além de evitarem a gravidez, também são efi-
métodos contraceptivos.
cientes na prevenção a doenças sexualmente
 A pílula anticoncepcional consiste geralmente
transmissíveis.
c) Explique por que o coito interrompido e o método de uma mistura de progesterona e estrógeno
do ritmo ovulatório (tabelinha) são considerados sintéticos, os quais são responsáveis por inibir o
de baixa eficácia. aumento da secreção de LH e FSH pela hipófise,
inibindo a ovulação.
 A esterilização feminina é denominada de laquea-
25. UEG-GO Uma mulher que deseja engravidar procu-
ra informar-se com o seu médico sobre o período do dura tubária e consiste no seccionamento das tu-
seu ciclo menstrual mais propício para que haja a fe- bas uterinas. Desta forma, os óvulos não podem
cundação. Abaixo, é fornecido o calendário hipotético atingir o útero e entrar em contato com os esper-
utilizado pelo médico para apontar o período fértil da matozoides.
mulher, considerando um ciclo de 28 dias.  O preservativo, ou camisinha, é considerado um
método contraceptivo ineficiente. Considerado
D S T Q Q S S apenas como uma barreira física, retendo o es-
perma ejaculado pelo homem, não é considerado
1 2
efetivo na prevenção de gravidez e doenças se-
3 4 5 6 7 8 9 xualmente transmissíveis.
10 11 12 13 14 15 16  No homem, o processo utilizado na esterilização
é a vasectomia, a qual consiste no seccionamento
17 18 19 20 21 22 23
dos ductos deferentes de modo que os esperma-
24 25 26 27 28 29 30 tozoides não possam chegar à uretra.
o
1 - o 1 dia da menstruação
12 a 16 - o período fértil
Soma:

Considerando o assunto e analisando o calendário 28. UEM-PR 2015 Sobre reprodução humana e doenças
proposto, faça o que se pede: sexualmente transmissíveis, assinale a(s) alternativa(s)
a) Com base na ação hormonal no ciclo menstrual, correta(s).
explique o calendário apresentado pelo médico  O hormônio folículo estimulante (FSH) é produzi-
e aponte o dia mais provável para que ocorra a do no ovário e induz a atividade das gônadas e o
ovulação. desenvolvimento do endométrio.
b) De que forma a pílula anticoncepcional atua no
 O impulso sexual e o desenvolvimento das carac-
ciclo menstrual como método contraceptivo?
terísticas sexuais secundárias são promovidos,
na mulher, pelo estrógeno e, no homem, pela
26. Unesp
testosterona.
Vigilância sanitária de SP interdita lotes de  A pílula anticoncepcional contém certos hormô-
anticoncepcional injetável. nios hipofisários que inibem a produção normal
O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde de hormônios ovarianos.
FRENTE 3

de São Paulo decidiu proibir a comercialização e o uso de  A utilização da camisa de vênus não pode ser
três lotes de determinado anticoncepcional injetável, à
considerada como método anticoncepcional, e
base de medroxiprogesterona, um hormônio sintético que,
sim como preventivo contra doenças sexualmen-
se administrado na dose recomendada, inibe a secreção
dos hormônios FSH e LH pelo organismo feminino. te transmissíveis.
Análises feitas pelo Instituto Adolfo Lutz apontaram  Tricomoníase é uma doença sexualmente trans-
que ampolas do produto contêm menor quantidade hor- missível que não é causada por vírus e nem por
monal do que o previsto. Na prática, isso coloca em risco bactérias.
a eficácia do medicamento na prevenção da gravidez.
(Folha de S. Paulo, 08.11.2007.) Soma:

219
BNCC em foco
EM13CNT302
1.

GRÁFICO 1
nível hormonal no sangue

Márcia Juliana Ana Cristina a)


GRÁFICO 2
b)
nível hormonal no sangue

c)

d)

e)

Márcia Juliana Ana Cristina


EM13CNT303
3.
a) Vacina contra HIV será testada no Brasil
Estudo vai recrutar cerca de 3,8 mil voluntários em
diversos países
Em conjunto com centros de pesquisa de diversos
b) países, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
aderiu ao estudo para testar a eficácia de vacina contra o
vírus HIV, que interfere na capacidade do organismo de
combater infecções. Trata-se do estudo Mosaico, que vai
c) avaliar dois imunizantes projetados para fornecer proteção
contra diferentes variedades do vírus em todo o mundo.

d)

e)

a)

EM13CNT302
2.
b)

BIOLOGIA Capítulo 12 Reprodução humana


Pessoas praticando musculação em uma
academia. A prática de exercícios físicos
regulares contribui para a manutenção da saúde.

FRENTE 3

CAPÍTULO Histologia animal

13
A prática da musculação é realizada para diferentes fins, como tonificação da
musculatura, recuperação após acidentes e aumento da massa muscular. Nessa
prática, um dos tipos de tecido muscular presentes no corpo humano é dire-
tamente acionado. Porém, para que uma pessoa realize essa e qualquer outra
atividade cotidiana, diversos outros tipos de tecidos devem desempenhar suas
respectivas funções. Os tecidos são agrupamentos de células que desempe-
nham funções específicas. Neste capítulo, conheceremos os tecidos animais.
Introdução Os epitélios de revestimento que atuam na absorção de
substâncias apresentam microvilosidades, isto é, proje-
A Histologia (do grego histos, tecido e logos, estudo)
ções da membrana plasmática que aumentam a área de
é a área da Biologia responsável pelo estudo dos tecidos
contato com o meio, resultando em maior superfície
(conjuntos de células que desempenham funções espe-
de absorção de substâncias. Entre as especializações
cíficas). Nos animais, os quatro principais tipos de tecido
da membrana plasmática, existem as zônulas de oclusão
são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Detalhes
e de adesão. A zônula de oclusão corresponde a uma
da constituição e do funcionamento do tecido nervoso
faixa que circunda completamente a célula em sua região
foram apresentados no livro 3 desta coleção, por isso,
apical, resultando em vedação do espaço intercelular. A
a seguir, detalharemos os tecidos epiteliais, conjuntivos
zônula de adesão, localizada abaixo da zônula de oclu-
e musculares.
são, circunda toda a célula, contribuindo para a aderência
entre células vizinhas.
Tecido epitelial
Os tecidos epiteliais, ou epitélios, possuem células

Dennis Kunkel Microscopy/ Science Photo Library/ Fotoarena


justapostas, isto é, bastante próximas umas das outras.
Dessa forma, é observada pouca substância (matriz) ex-
tracelular. Os epitélios são tecidos avasculares, ou seja,
não apresentam vasos sanguíneos. As células epiteliais
recebem nutrientes e oxigênio dos vasos sanguíneos pre-
sentes na camada de tecido conjuntivo subjacente, sobre
a qual os tecidos epiteliais encontram-se apoiados. Entre
as células epiteliais e o tecido conjuntivo, encontra-se a
membrana basal, estrutura proteica que permite a fixação
das células epiteliais. A membrana basal é permeável à
passagem de gases e nutrientes, permitindo a manuten-
ção do epitélio.

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Epítélio

Membrana basal

Tecido conjuntivo
Eletromicrografia de duas células epiteliais, evidenciando a presença de
microvilosidades, do desmossomo, de interdigitações e das zônulas de
oclusão e de adesão. (Ampliação de 18 150 vezes; colorido artificialmente).
Capilares sanguíneos

Representação das características gerais dos epitélios. De acordo com o número de camadas celulares, os
tecidos epiteliais de revestimento podem ser classificados
em diferentes tipos. O epitélio simples é aquele formado
Os tecidos epiteliais podem ser classificados em dois por apenas uma camada de células, enquanto o epitélio
tipos básicos: epitélios de revestimento e epitélios secre- estratificado apresenta duas ou mais camadas. Há ainda
tores (glandulares). o epitélio pseudoestratificado, tecido com apenas uma
camada de células, mas que, devido à variação do tamanho
Epitélios de revestimento e da posição dos núcleos, aparenta ser formado por mais
Os epitélios de revestimento, como o nome suge- de uma camada celular.
re, revestem órgãos, superfícies e cavidades, atuando Também é possível diferenciar os epitélios em função
na proteção e, em algumas situações, na absorção de do formato de suas células. O epitélio cúbico é dotado de
substâncias. As células epiteliais de revestimento podem células em forma de cubo, o epitélio colunar (prismático)
apresentar certas especializações em sua membrana possui células alongadas, e o epitélio pavimentoso (es-
plasmática, como os desmossomos e as interdigitações, camoso) é constituído de células achatadas. Por fim, há o
estruturas que aumentam a adesão entre as células. epitélio de transição, cuja forma e o tamanho das células
Existem situações nas quais são observados os he- variam de acordo com o grau de distensão do órgão em
midesmossomos (“meio desmossomo”), que prendem que ele está presente.
as células epiteliais à lâmina proteica existente entre É comum os epitélios serem designados por meio da
o epitélio e o tecido conjuntivo que o apoia. As inter- utilização de ambos os critérios apresentados. Por exemplo,
digitações também aumentam a área de contato entre quando há apenas uma camada celular e essas células
células vizinhas, potencializando as trocas de nutrien- são cúbicas, o epitélio em questão é denominado simples
tes, moléculas sinalizadoras e vesículas entre elas. cúbico.

222 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Tipo de epitélio Exemplos Epitélios de secreção


Os epitélios de secreção, ou epitélios glandulares,
são derivados de diferenciações que ocorrem em epitélios
de revestimento, originando as glândulas. As glândulas
possuem células especializadas em produzir e liberar
substâncias importantes ao funcionamento do organismo,
a exemplo dos hormônios.
Quanto ao número de células, as glândulas podem ser
unicelulares, isto é, formadas por apenas uma célula, como
as células caliciformes produtoras de muco, presentes na
traqueia e intestino. Há também as glândulas multicelula-
res, ou seja, compostas por agrupamentos de células, como
as glândulas salivares, sudoríferas e suprarrenais.
Também é possível classificar as glândulas de acor-
do com o local onde é lançada a secreção. As glândulas
exócrinas, como as sudoríferas, as mamárias, as sebáce-
as e as lacrimais, são aquelas que mantêm ligação com o
epitélio do qual foram originadas. Essa conexão corres-
ponde a ductos por meio dos quais as secreções seguem
até a superfície do corpo ou uma cavidade. As glândulas
endócrinas, a exemplo da hipófise, da tireoide e das pa-
ratireoides, são desprovidas de ductos e suas secreções
são lançadas no sangue. Há, ainda, as glândulas anfícrinas
ou mistas, a exemplo do pâncreas, nas quais são observa-
das uma porção endócrina e uma porção exócrina. A parte
endócrina do pâncreas secreta no sangue os hormônios
insulina e glucagon, enquanto a porção exócrina secreta
suco pancreático no ducto pancreático.

Proliferação das células CORES ELEMENTOS


FANTASIA FORA DE
e sua penetração PROPORÇÃO
Epitélio no tecido conjuntivo

Tecido
conjuntivo

Formação de uma Formação de uma


glândula exócrina glândula endócrina

Porção
FRENTE 3

secretora

Ducto

Bexiga relaxada Bexiga distendida secretora

Quadro comparativo dos tipos de epitélio e de alguns exemplos de onde são Representação esquemática da formação das glândulas exócrinas e
encontrados no corpo humano. endócrinas a partir de um epitélio de revestimento.

223
Saiba mais

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo é constituído por um conjunto de células dispersas em grande quantidade de matriz extracelular.
A matriz extracelular é formada por fibras proteicas mergulhadas na substância fundamental constituída, basica-
mente, de água e compostos orgânicos, como glicoproteínas. As fibras proteicas encontradas no tecido conjuntivo são
de três tipos básicos: as fibras colágenas, resistentes, porém flexíveis; as fibras reticulares, que formam redes de apoio
para outras estruturas e unem o tecido conjuntivo a tecidos adjacentes; e as fibras elásticas, constituídas pela proteína
elastina, conferem elasticidade aos tecidos. As fibras colágenas e as reticulares são formadas por colágeno, que é o tipo
mais abundante de proteína do organismo.
Diversos tipos celulares podem ser encontrados nos diferentes tecidos conjuntivos do corpo:
y Fibroblastos: células relativamente grandes e dotadas de prolongamentos que lhes conferem aspecto estrelado.
Apresentam núcleo grande e seu citoplasma é rico em retículo endoplasmático granuloso e complexo golgiense. Cor-
respondem às células mais comuns do tecido conjuntivo, sendo responsáveis pela produção das fibras proteicas e da
substância fundamental. Quando os fibroblastos diminuem sua atividade de síntese, passam a ser chamados de fibrócitos.
y Plasmócitos: células de defesa responsáveis pela produção de anticorpos. Os plasmócitos são formados a partir da
diferenciação de linfócitos B.
y Macrófagos: provenientes de células sanguíneas denominadas monócitos. Atuam na defesa do organismo por meio
da fagocitose de substâncias estranhas e microrganismos invasores, a exemplo de bactérias.
y Mastócitos: células ligadas a processos alérgicos e respostas inflamatórias. Apresentam grânulos citoplasmáticos
contendo heparina e histamina.
y Células mesenquimais: formadas a partir da mesoderme embrionária, correspondem a células-tronco multipotentes;
dessa forma, podem se diferenciar em outras células do tecido conjuntivo.
Mastócito Fibra reticular CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Fibra colágena Célula adiposa


Fibroblasto

Fibra elástica Representação da matriz extracelular e da


Célula mesenquimal distribuição das células no tecido conjuntivo.
Plasmócito As células adiposas são especializadas
no armazenamento de gorduras, sendo
encontradas em grande quantidade no tecido
Macrófago conjuntivo adiposo, que será analisado em
detalhes mais adiante neste capítulo.

224 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


A constituição da matriz extracelular e os tipos de célu- atividade secretora, por exemplo, por meio da produção
las encontrados nos tecidos conjuntivos determinam suas e liberação de leptina, hormônio que atua como supressor
funções e sua classificação. Os tecidos conjuntivos são do apetite.
CORES ELEMENTOS
classificados em tecidos conjuntivos propriamente ditos e FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
tecidos conjuntivos de propriedades especiais. A seguir, tra-
taremos de detalhes estruturais e funcionais desses tecidos.

Tecido conjuntivo propriamente dito


Os tecidos conjuntivos propriamente ditos são divididos
em duas modalidades: o frouxo e o denso.
O tecido conjuntivo propriamente dito frouxo é ri-
camente vascularizado e tem ampla distribuição no corpo
dos vertebrados, conferindo suporte a estruturas como os
tecidos epiteliais e preenchendo os espaços entre células
e tecidos. Esse tecido apresenta todos os elementos típicos
do tecido conjuntivo propriamente dito, sendo os fibroblas-
tos e os macrófagos as células mais numerosas. As fibras
proteicas (colágenas e elásticas) estão dispostas em todas Representação esquemática de um adipócito.
as direções e estão presentes em quantidade relativamente
menor; por isso, esse tecido apresenta uma consistência
delicada, é flexível e tem resistência limitada a trações. Estabelecendo relações
O tecido conjuntivo propriamente dito denso contém
os mesmos componentes do tecido conjuntivo frouxo, mas
há menos células e uma nítida predominância de fibras
colágenas; por isso, trata-se de um tecido mais resistente
à tração e que oferece proteção aos demais tecidos. As
fibras colágenas do tecido conjuntivo denso podem estar
organizadas em feixes sem uma orientação definida, origi-
nando o tecido conjuntivo denso não-modelado. Nesse
caso, ocorre a formação de uma rede que confere resis-
tência à tração em qualquer direção, a exemplo do que é
observado na região mais profunda da derme. Há, ainda, o Saiba mais
tecido conjuntivo denso modelado, no qual os feixes de
fibras colágenas são paralelos, resultando em alta resis-
tência à tração em um determinado sentido; esse tipo de
tecido conjuntivo é encontrado, por exemplo, nos tendões,
estruturas alongadas e cilíndricas que ligam os músculos
estriados esqueléticos aos ossos.

Tecidos conjuntivos de propriedades especiais


Entre os tipos de tecidos conjuntivos de propriedades
especiais estão os tecidos sanguíneo e hematopoiético,
que já foram analisados anteriormente nesta coleção. Ago-
ra, serão apresentados os tecidos adiposo, cartilaginoso
e ósseo.

Tecido adiposo
FRENTE 3

Esse tecido conjuntivo é constituído principalmente por


células especializadas no armazenamento de gordura, os
adipócitos (células adiposas), entre os quais há peque-
na quantidade de matriz extracelular. O tecido adiposo é
encontrado principalmente sob a pele, formando o tecido
subcutâneo, e ao redor de órgãos.
O tecido adiposo geralmente corresponde à maior
reserva energética dos animais. Além disso, atua na pro- Tecido cartilaginoso
teção mecânica e na proteção contra o frio por meio do O tecido cartilaginoso, constituinte das cartilagens, é
isolamento térmico, uma vez que as gorduras não são rígido e avascular. Além de não possuir vasos sanguíneos,
boas condutoras de calor. O tecido adiposo também exibe as cartilagens são desprovidas de nervos e vasos linfáticos.

225
Os nervos, os vasos linfáticos e os vasos sanguíneos que Tecido ósseo
nutrem e oxigenam as células da maioria dos tecidos car- O tecido conjuntivo ósseo é o principal componente
tilaginosos estão em uma camada de tecido conjuntivo dos ossos do esqueleto da maioria dos vertebrados, inclu-
denominada pericôndrio, que envolve as cartilagens. sive a espécie humana. A matriz desse tecido, denominada
As cartilagens exercem a função de sustentação de matriz óssea, tem uma parte orgânica, constituída principal-
outros tecidos, atuam no revestimento das articulações e mente por colágeno, e uma porção mineral, rica em fosfato
participam do crescimento dos ossos longos. e cálcio. A presença de colágeno confere certa flexibilidade
A matriz extracelular do tecido cartilaginoso contém aos ossos, enquanto o fosfato e o cálcio fornecem grande
colágeno, proteína flexível e resistente, e também pode resistência. Esse tecido atua na sustentação do corpo, na
apresentar elastina, proteína que confere elasticidade. No proteção de estruturas internas, no apoio aos músculos
tecido cartilaginoso há três tipos celulares: condroblastos, esqueléticos e na reserva de cálcio e fosfato.
condrócitos e condroclastos. Os condroblastos são célu- No tecido ósseo são observados três tipos de células:
las jovens, com intensa atividade secretora, que atuam na osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Os osteoblastos
produção da substância fundamental e das fibras protei- são células jovens que produzem a parte orgânica da ma-
cas encontradas na matriz extracelular. Condroblastos que triz óssea; além disso, são capazes de concentrar fosfato
diminuem sua atividade formam os condrócitos, células de cálcio, contribuindo para a mineralização da matriz. Os
maduras encontradas em regiões do tecido cartilaginoso osteoblastos são aprisionados pela matriz recém-sinteti-
com maior rigidez. Os condroclastos são células que de- zada e diminuem sua atividade de síntese, passando a ser
gradam os componentes do tecido cartilaginoso, sendo chamados de osteócitos. Apesar da baixa da atividade, os
importantes à modelação das cartilagens. osteócitos são fundamentais à manutenção da matriz óssea.
Os osteoclastos são células grandes, móveis, multinuclea-
JOSE CALVO SCIENCE PHOTO LIBRARY/Fotoarena

das e ramificadas que reabsorvem a matriz óssea, atuando


nos processos de remodelação dos ossos em casos de
fratura, por exemplo.
Os ossos podem apresentar diferentes formas. O fêmur,
por exemplo, é um osso longo, enquanto os ossos das
mãos e dos pés são curtos e os ossos das vértebras são
irregulares. Há ainda os ossos achatados, como aqueles
observados no crânio. Usando um osso longo como mo-
delo, duas regiões são facilmente identificáveis: as epífises
e a diáfise. As epífises são as extremidades do osso, e a
diáfise corresponde à sua porção alongada e cilíndrica. Em
um osso longo em crescimento, entre as epífises e a diáfise
Cartilagem vista ao microscópio de luz, mostrando o pericôndrio (camada de localiza-se o disco epifisário, estrutura constituída de um
tecido conjuntivo) e diversos condrócitos mergulhados na matriz extracelular
(aumento de 1 200 vezes; colorido artificialmente). tipo de cartilagem, cujas células estão em constante divisão,
por isso o disco epifisário é o responsável pelo crescimento
Saiba mais do osso em comprimento. O avanço da ossificação deter-
mina o desaparecimento do disco epifisário, resultando na
parada do crescimento longitudinal do osso.

k.com; Puwadol Jaturawutthichai/Shutterstock.com

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Ale

Representação da estrutura de um osso. No detalhe, radiografia da perna


de uma criança. Note que é possível observar linhas antes das epífises dos
ossos, onde estão localizados os discos epifisários.

226 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


A observação a olho nu da estrutura interna de um osso em corte permite a identificação de duas regiões: o osso
compacto e o osso esponjoso. A região que corresponde ao osso compacto é desprovida de cavidades, enquanto a
porção correspondente ao osso esponjoso apresenta cavidades intercomunicantes ocupadas pela medula óssea. Nos
recém-nascidos, toda a medula óssea é vermelha, rica em tecido conjuntivo hematopoiético, sendo a responsável pela
produção de elementos sanguíneos. Com o avanço da idade, a medula óssea vai sendo preenchida por tecido adiposo;
dessa forma, adquire aspecto amarelado e deixa de produzir elementos do sangue. No adulto, a medula óssea vermelha
está restrita ao interior de certos ossos, como vértebras, esterno, costelas e ossos do crânio.
No osso compacto, há lacunas microscópicas nas quais osteócitos ficam alojados de maneira concêntrica em relação
a um canal de Havers; ao redor desse canal, organizam-se lamelas concêntricas formadas por matriz óssea. Cada con-
junto de lamelas constitui um sistema de Havers. Há ainda os canais de Volkmann, que são transversais ou oblíquos em
relação aos canais de Havers. Por esse conjunto de canais passam vasos sanguíneos e os nervos.
A B

ELEMENTOS
Alexander_P/Shutterstock.com; Amadeu Blasco/Shuttrestock.com

FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

Representações de um osso longo em corte (A) e da estrutura interna do osso (B), indicando o sistema de Havers e a organização dos canais de Havers e de
Volkmann na região de osso compacto.

Tecidos musculares
Os tecidos musculares, principais componentes dos músculos, são constituídos de células especializadas em contrair
e distender. Esses tecidos estão ligados a uma série de funções, como a execução de movimentos e a sustentação do
corpo. São encontrados em estruturas como o coração e os vasos sanguíneos, contribuindo para o impulsionamento
do sangue pelo corpo, e no tubo digestório, possibilitando os movimentos peristálticos. Os tecidos musculares também
armazenam substâncias, como proteínas, cálcio e glicogênio, e sua atividade libera energia sob a forma de calor, por isso
contribuem para o controle da temperatura corporal.
As células dos tecidos musculares, denominadas fibras musculares, ou miócitos, são alongadas e ricas em filamentos
proteicos, que participam da contração muscular. Há filamentos finos, constituídos de actina, e filamentos grossos, forma-
dos por miosina, sendo a contração muscular resultado do deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. A
organização desses filamentos na fibra e o tipo de contração realizado determinam os diferentes tipos de tecido muscular.

Tecido muscular estriado esquelético


Esse tipo de tecido está presente nos músculos ligados aos ossos. Suas fibras musculares são dotadas de muitos
núcleos (multinucleadas) periféricos, ou seja, próximos da membrana plasmática. A membrana de uma célula muscular é
denominada sarcolema. Devido à organização dos filamentos proteicos nas fibras musculares, essa musculatura apresenta
estrias transversais.
FRENTE 3

CORES ELEMENTOS
Núcleos FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
k.com

Fibra muscular

Estrias
Representação esquemática de fibras musculares esqueléticas mostrando seus núcleos e as estrias transversais.

227
Na maioria das situações, a musculatura esquelética apresenta contração voluntária, isto é, o estímulo à sua ocorrência é
desencadeado de forma consciente pelo indivíduo, e seus grupos musculares têm ação antagônica, ou seja, executam simul-
taneamente ações contrárias. A flexão e a distensão do braço configura-se como um exemplo desse antagonismo: quando o
braço dobra (flexão), o bíceps contrai e o tríceps relaxa; quando o braço estica (extensão), o bíceps relaxa e o tríceps contrai.

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

R .

Organização da musculatura estriada esquelética


A musculatura estriada esquelética é constituída por feixes de fibras musculares (células) dispostos paralelamente
ao longo do músculo. O interior da cada fibra muscular apresenta as miofibrilas, que são sequências de sarcômeros
(miômeros), as unidades contráteis básicas da musculatura. Um sarcômero é delimitado por estruturas proteicas denomi-
nadas linhas Z e possui filamentos proteicos de actina e miosina. Na contração muscular, o deslizamento dos filamentos
de actina sobre os de miosina resulta no encurtamento do sarcômero; no relaxamento da musculatura, o deslizamento
ocorre no sentido oposto, distendendo o sarcômero.
Um sarcômero pode ser dividido em diferentes regiões. Na região chamada banda H são observados somente
filamentos de miosina; na banda A está toda a miosina do sarcômero, havendo sobreposição entre filamentos grossos
e finos nas extremidades; e a porção denominada banda I, que é compartilhada por sarcômeros vizinhos, compreende
apenas filamentos de actina.

CORES ELEMENTOS
Músculo FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Feixe de
fibras musculares
Fibra muscular

Membrana
plasmática

Núcleos

Miofibrila

Linha Z Sarcômero Linha Z

Representação mostrando a hierarquia das unidades que compõem a musculatura estriada esquelética.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Emre Terim/Shutterstock.com

Representação esquemática da contração e do relaxamento do sarcômero, movimentos realizados a partir do deslizamento das fibras de actina sobre as fibras
de miosina. Os sarcômeros de miofibrilas adjacentes encontram-se alinhados, formando um padrão de bandas claras (filamentos finos de actina) e escuras
(filamentos finos de actina sobrepostos aos filamentos grossos de miosina), visível no microscópio, que caracteriza essa musculatura estriada.

228 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


Tipos de fibras musculares esqueléticas
As fibras tipo I são designadas também como fibras vermelhas devido à grande quantidade de mioglobina que
possuem. A mioglobina é um pigmento proteico avermelhado, com alta afinidade pelo O2 e que atua no armazenamento
desse gás no músculo, garantindo seu suprimento às células. Além de grande quantidade de mioglobina, essas fibras
também possuem muitas mitocôndrias e intensa vascularização sanguínea. Essas características denotam que o metabo-
lismo aeróbico, por meio da realização da respiração celular aeróbica, é predominante nas fibras tipo I, tornando-as menos
suscetíveis à fadiga muscular. A fadiga muscular ocorre quando há redução da capacidade de o músculo responder a
estímulos e gerar e manter força. Em comparação com as fibras tipo II, que serão descritas a seguir, as fibras tipo I têm
contração lenta, porém mais duradoura.
As características das fibras vermelhas mostram que elas são especializadas na realização de exercícios mais dura-
douros, de intensidade moderada, e que exigem maior resistência da pessoa que os executa. Dessa forma, espera-se que
a musculatura de um atleta que compete em maratonas, por exemplo, tenha elevada proporção de fibras tipo I.
Já as fibras tipo II são designadas também como fibras brancas porque apresentam pouca mioglobina. Além disso,
possuem poucas mitocôndrias. Essas características mostram que o metabolismo anaeróbico, com a ocorrência da
fermentação lática, predomina nessas fibras, tornando-as mais suscetíveis à fadiga muscular. Em comparação com as
fibras vermelhas, as fibras brancas têm contração rápida, mas de menor duração.
Esses aspectos indicam que as fibras brancas são mais eficientes na realização de exercícios intensos, porém curtos.
Assim, a expectativa é que a musculatura de um atleta que compete em provas de 100 metros rasos, por exemplo, tenha
grande proporção de fibras do tipo II.

Saiba mais

Junção neuromuscular e o estímulo à contração


A junção neuromuscular corresponde à sinapse existente entre as terminações axônicas de um neurônio motor e o
sarcolema. O impulso nervoso conduzido pelo neurônio motor promove a liberação de um neurotransmissor, neste caso a
acetilcolina, na fenda sináptica. O estímulo desencadeado na fibra muscular pela recepção da acetilcolina faz com que o
retículo endoplasmático não granuloso, nestas células denominado retículo sarcoplasmático, libere íons cálcio (Ca2+) no
citosol. Esses íons permitem a ligação dos filamentos de miosina aos filamentos de actina e o deslizamento desses filamen-
tos uns sobre os outros, promovendo a contração muscular mediante consumo de ATP. Os íons cálcio são continuamente
bombeados de volta para o interior do retículo sarcoplasmático, onde ficam armazenados até que um novo estímulo à
contração ocorra. A redução da concentração de íons cálcio no citosol da fibra muscular faz com que a contração cesse,
causando relaxamento do músculo.

CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Fenda sináptica

Sarcolema
FRENTE 3

Receptor de acetilcolina

Liberação de acetilcolina

Representação da interação entre neurônios motores e fibras musculares, detalhando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular que
desencadeia a contração.

As células musculares não são capazes de controlar a intensidade da contração. Por isso, estão sujeitas à lei do tudo
ou nada, isto é, ou a contração ocorre em intensidade máxima ou ela não ocorre. Assim, o controle da força de contração
depende de certos fatores, como a quantidade de fibras musculares que é estimulada. Em linhas gerais, quanto maior o
número de fibras que se contraem em um músculo, maior é a força gerada pelo movimento.

229
Saiba mais Tecido muscular estriado cardíaco
Também designado como miocárdio, esse tipo de te-
cido muscular é encontrado apenas no coração. Suas fibras
apresentam estrias transversais, à semelhança da muscu-
latura esquelética, mas não são multinucleadas, possuindo
apenas um ou dois núcleos. Sua contração é involuntária
e o ritmo dessas contrações, como foi analisado no livro 3
desta coleção, é determinado pelo próprio coração, sob a
influência do sistema nervoso autônomo.
As células musculares cardíacas adjacentes estão li-
gadas por meio de especializações denominadas discos
intercalares. Essas estruturas apresentam desmossomos,
especializações da membrana plasmática que aumentam a
adesão entre as células musculares cardíacas, e junções co-
municantes, que permitem a rápida propagação dos impulsos
para a contração, fazendo com que todo o coração contraia.

Núcleo CORES ELEMENTOS


Fontes de energia para a contração FANTASIA FORA DE

BlueRingMedia/Shutterstock.com
PROPORÇÃO
A contração muscular é uma atividade de alto custo Discos
energético, isto é, o consumo de moléculas de ATP durante intercalares
a contração é bastante elevado. Entre as fontes de energia
disponíveis para as células musculares, a primeira a ser
usada é uma pequena reserva de ATP, capaz de fornecer
energia à manutenção de atividades musculares mais in-
tensas por, no máximo, dois segundos. A continuação da Representação esquemática da musculatura cardíaca, mostrando suas fibras
estriadas, ramificadas e unidas pelos discos intercalares
atividade muscular mobiliza a reserva de fosfocreatina,
substância altamente energética que fornece fosfato à sín-
tese do ATP que será aplicado na contração muscular. A Tecido muscular liso
fosfocreatina é sintetizada quando o músculo se encontra Possui células com um núcleo central e extremida-
em repouso, e sua concentração pode ser até dez vezes des afiladas (células fusiformes), sem estrias transversais;
maior que a concentração de ATP. Somadas, as reservas por isso, esse tecido muscular é denominado liso, ou não
de ATP e de fosfocreatina podem manter uma atividade estriado. A ausência de estrias decorre do fato de os fila-
muscular intensa por cerca de oito segundos. mentos de actina e miosina não terem organização regular
Para a manutenção do trabalho muscular em ativi- ao longo da célula.
dades mais prolongadas, é necessária a utilização da
CORES ELEMENTOS
reserva de glicogênio, armazenado no sarcoplasma (ci-
terstock.com

FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
toplasma da célula muscular). O glicogênio é degradado
em moléculas de glicose, que podem ser usadas em dois
processos: respiração celular aeróbica (ocorre quando há
suprimento suficiente de O2) e fermentação lática (proces-
so anaeróbico que ocorre quando o suprimento de O2 é
baixo). Por meio da respiração celular aeróbica, a glicose
é degradada, resultando em saldo energético positivo Representação esquemática das células que compõem a musculatura lisa.
de 30 ATPs ou 32 ATPs por molécula de glicose, e per-
mitindo a manutenção da atividade muscular por horas. Atenção
A degradação da glicose por meio da fermentação lática
resulta em um saldo energético de 2 ATPs por molécula de
glicose, capaz de manter a atividade muscular por cerca
de 1 a 2 minutos. A fermentação lática também gera ácido
lático, substância que passa para o sangue e é levada
para o fígado, onde é convertida em glicose. A glicose Trata-se de um tecido muscular com contração invo-
usada como fonte de energia para a contração muscular luntária, controlada pelo sistema nervoso, que participa de
também pode ser fornecida, ao longo das atividades, pela movimentos realizados por órgãos internos. Esse tipo de mus-
circulação sanguínea. culatura é encontrado, por exemplo, em paredes de veias e
Em atividades prolongadas, as células musculares po- artérias; órgãos do sistema digestório, como esôfago, estôma-
dem liberar energia para a síntese de ATP por meio da go e intestinos, nos quais ocorrem movimentos peristálticos;
degradação aeróbica dos ácidos graxos, que são prove- brônquios; útero; ureteres; músculos intrínsecos dos olhos,
nientes das gorduras armazenadas no tecido adiposo. entre outros.

230 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


Revisando
1. Caracterize o tecido epitelial e mencione as funções que ele pode desempenhar.

2. Diferencie os três tipos de glândulas com relação ao local de liberação da secreção.

3. Caracterize o tecido conjuntivo e mencione as funções desempenhadas pelas seguintes células: fibroblastos, macró-
fagos e mesenquimais.

4. Apresente as funções desempenhadas pelos tecidos adiposo e cartilaginoso.

5. Mencione as funções realizadas pelo tecido ósseo e descreva os papéis das seguintes células: osteoblastos, osteó-
citos e osteoclastos.

6. Liste os papéis desempenhados pelos tecidos musculares.

7. Compare os tipos de tecidos musculares quanto à presença ou à ausência de estrias transversais e ao tipo de con-
tração (voluntária ou involuntária).
FRENTE 3

8. Por meio da elaboração de um esquema, descreva a estrutura de um sarcômero e explique em que consiste a con-
tração muscular na musculatura estriada esquelética.

231
9. Diferencie as fibras musculares esqueléticas de tipo I (vermelhas) das de tipo II (brancas).

10. Explique como ocorre o estímulo à contração muscular esquelética por meio da junção neuromuscular.

Exercícios propostos
1. Udesc 2015 Tecidos epiteliais, também denominados III. O epitélio estratificado pavimentoso ocorre reves-
de epitélios, desempenham diversas funções no nos- tindo a cavidade nasal, a traqueia e os brônquios.
so organismo. IV. O tipo de epitélio da epiderme é o estratificado
Em relação a estes tecidos, analise as proposições. pavimentoso.
I. Tecidos epiteliais são pluriestratificados em fun- V. O epitélio estratificado de transição ocorre reves-
ção de seu papel de proteção. tindo a bexiga urinária.
II. Alguns epitélios possuem especializações que Estão corretas apenas as afirmativas
aumentam a sua capacidade de absorção. a) I, II e III. c) I, IV e V.
III. Especializações epiteliais do tipo desmossomos b) I, II e IV. d) II, III e V.
e junções adesivas aumentam sua capacidade de
absorção. 4. UEPB 2013 Observe atentamente a representação
IV. A pele é um exemplo de tecido epitelial de reves- esquemática dos tecidos e em seguida, relacione a
timento. imagem com a descrição e o local de ocorrência de
V. As glândulas mamárias, assim como as sudorípa- cada um.
ras, são exemplos de tecido epitelial de secreção.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.

2. IFSul-RS 2015 O tecido epitelial está dividido em


tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial
glandular. O tecido epitelial de revestimento, além de
revestir o corpo, forra as cavidades internas como a
traqueia e os brônquios. Observando sua aparência,
nessas cavidades internas, tem-se a impressão de
que existe mais de uma camada de células, pois, os
núcleos, dispõem-se em diferentes alturas.
Essa disposição celular caracteriza o epitélio
a) uniestratificado.
b) pluriestratificado.
c) pseudoestratificado.
d) de transição.

3. Uern 2015 Analise as afirmativas. A. Epitélio pseudoestratificado.


I. O tecido de revestimento dos rins é constituído B. Epitélio estratificado pavimentoso.
por células cúbicas simples. C. Epitélio simples pavimentoso.
II. Os alvéolos pulmonares apresentam um epitélio D. Epitélio simples cúbico.
pseudoestratificado pavimentoso. E. Epitélio simples prismático.

232 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


α - Ocorre na pele e nas mucosas bucal e vaginal. b) Na derme, camada localizada imediatamente sob
β - Ocorre na cavidade nasal, na traqueia e nos brôn- a epiderme, estão os melanócitos, células que
quios. produzem melanina, pigmento que determina a
δ - Ocorre nos túbulos renais. coloração da pele.
γ - Ocorre nos alvéolos pulmonares e revestindo os c) A epiderme e a derme são formadas por células
vasos sanguíneos. que estão em constante processo de renovação
Ω - Ocorre revestindo o estômago e os intestinos. e que podem apresentar formas achatadas, cúbi-
cas ou cilíndricas, organizando-se de maneira
Assinale a alternativa que apresenta a relação correta
justaposta em uma ou mais camadas.
entre imagem-descrição- função
d) Na camada externa da pele, denominada epider-
a) I - E - α; II - B - δ; III - D - α; IV - C - Ω; V - A - β. me, encontram-se células que fabricam queratina
b) I - A - δ; II - D - β; III - C - γ; IV - B - α; V - E - Ω. e a acumulam internamente. Quando repletas
c) I - D - Ω; II - A - γ; III - B - β; IV - E - δ; V - C - α. de queratina, essas células morrem e passam a
d) I - B - β; II - C - Ω; III - A - δ; IV - D - γ; V - E - α. constituir um revestimento resistente ao atrito e
e) I - C - γ; II - B - α; III - E - Ω; IV - A - β; V - D - δ. altamente impermeável à água.
e) Tanto na epiderme quanto na derme são encon-
5. CPS-SP 2017 Durante o verão, devido às férias, fica- trados numerosos fibroblastos, responsáveis pela
produção de fibras colágenas que conferem elas-
mos mais tempo ao ar livre e expostos à radiação solar,
ticidade e tonicidade à pele.
aumentando o risco de queimaduras. Nesta época, os
raios ultravioletas apresentam maior intensidade e,
por isso, todos os cuidados com a pele devem ser to- 7. UCS-RS 2018 “A pele é considerada o maior órgão
mados para evitar os efeitos prejudiciais. do corpo humano”, sobre o qual é correto afirmar que
A pele é o maior órgão do corpo humano. Reveste, a) tem origem ectodérmica, formando a epiderme e
atua na defesa e colabora com outros órgãos para o a derme.
bom funcionamento do organismo como, por exem- b) tem origem ectodérmica, mesodérmica e endo-
plo, agindo no controle da temperatura corporal e na dérmica, formando, respectivamente, a epiderme,
elaboração de metabólitos. Possui algumas estrutu- a derme e a hipoderme.
ras especializadas, chamadas anexos da pele: pelos, c) tem origem ectodérmica e mesodérmica, geran-
unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas. É cons- do a epiderme e a derme, respectivamente.
tituída de epiderme e derme, tecidos intimamente d) é considerada um órgão, pois tem como principais
unidos, que atuam de forma harmônica e cooperativa. funções a proteção, o controle de temperatura, a
Sob a derme, a gordura se concentra no tecido adi- locomoção e a sustentação.
poso, que funciona como isolante térmico e contribui e) é um conjunto de células idênticas que ocupa uma
para a manutenção de uma temperatura constante. certa região e realiza uma determinada função.
Com relação a esse órgão, assinale a alternativa correta.
a) A derme atua na absorção total da luz, garantindo 8. PUC-PR 2019 Uma nova pele não consegue se regene-
que o organismo adquira resistência a esse tipo rar se uma lesão destruiu uma grande área da camada
de radiação. basal e suas células-tronco. Feridas dessa magnitude re-
querem enxertos de pele para cicatrizar. Um enxerto de
b) As glândulas sebáceas produzem lipídios (o cha-
pele é a transferência de um pedaço de pele saudável
mado sebo), que aumenta o ressecamento da
retirada de um local doador para a cobertura de uma feri-
pele e dos pelos.
da. Um enxerto de pele é realizado para proteger contra
c) A presença de uma camada de gordura sob a perda de líquido e infecção, para promover a cura te-
derme é importante na produção de sangue e na cidual, para reduzir a formação de cicatriz, para evitar
pigmentação da pele. a perda de função e por motivos estéticos. Para evitar a
d) A epiderme constitui a camada mais externa de rejeição tecidual, a pele transportada em geral é retira-
defesa do corpo, protegendo o organismo contra da do mesmo indivíduo (autoenxerto) ou de um gêmeo
a penetração de agentes externos. idêntico (isoenxerto).
FRENTE 3

e) As glândulas sudoríparas são responsáveis por Gerard J. Tortora; Bryan Derrickson. Princípios de Anatomia e Fisiologia,
eliminar o suor, solução salina diluída que, ao eva- 14ªedição, p.149, 2016.

porar, aumenta a temperatura do corpo. Baseando-se no texto acima, na possibilidade de


ocorrência de lesões profundas na pele humana, e
6. UPF-RS 2015 A pele é um órgão bastante complexo de nos conhecimentos sobre histologia, assinale a alter-
nosso organismo e é responsável por diversas funções nativa CORRETA.
essenciais à vida. Assinale a alternativa que apresenta a) As células-tronco localizadas na base são deriva-
somente informações corretas sobre a pele. das da endoderme do embrião.
a) Na epiderme, camada externa da pele, encon- b) O tecido cicatricial é um tipo de tecido epitelial,
tram-se numerosas fibras colágenas e elásticas cuja substância extracelular é abundante, rica em
que conferem tonicidade e elasticidade à pele. fibras colágenas e com muito líquido intersticial.

233
c) A resposta inflamatória na área lesionada envolve . Células de reserva lipídica da medula óssea.
vasoconstrição e diminuição da permeabilidade . Células jovens com muitos prolongamentos e in-
dos vasos sanguíneos. tensa atividade metabólica na síntese da parte
d) A lesão na pele que necessita do enxerto destruiu orgânica da matriz óssea.
exclusivamente o tecido epitelial de revestimento, . Células aprisionadas nas lacunas da matriz óssea e
o qual é conhecido como epiderme. com metabolismo mais reduzido.
e) A pele apresenta pelos, glândulas sebáceas e su- Osteoblasto
doríparas, unhas e receptores sensitivos. Osteoclasto
Osteócito
9. Enem 2019 A poluição radioativa compreende mais de
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
200 nuclídeos, sendo que, do ponto de vista de impacto
ses, de cima para baixo, é
ambiental, destacam-se o césio-137 e o estrôncio-90. A
a) 1 – 2 – 4. d) 3 – 1 – 4.
maior contribuição de radionuclídeos antropogênicos no
b) 2 – 1 – 3. e) 4 – 2 – 1.
meio marinho ocorreu durante as décadas de 1950 e 1960,
c) 4 – 3 – 2.
como resultado dos testes nucleares realizados na atmosfe-
ra. O estrôncio-90 pode se acumular nos organismos vivos
e em cadeias alimentares e, em razão de sua semelhança 12. IFPE 2018 A hérnia de disco é uma lesão que ocor-
química, pode participar no equilíbrio com carbonato e re com mais frequência na região lombar, sendo mais
substituir cálcio em diversos processos biológicos. atingidos os discos que ficam entre a quarta e a quinta
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A contaminação dos oceanos por vértebra lombar (L/L5) e entre a quinta vértebra e o
radionuclídeos antropogênicos. Química Nova, n. 21, 1998 (adaptado). sacro (L5/S). Dentre os sintomas dessa doença estão
Ao entrar numa cadeia alimentar da qual o homem faz dores nas costas e alterações de sensibilidade para
parte, em qual tecido do organismo humano o estrôn- coxa, perna e pé. O disco intervertebral é formado por
cio- será acumulado predominantemente? dois componentes: o anel fibroso e, no seu interior,
a) Cartilaginoso. o . Este último é constituído por fibras
b) Sanguíneo. soltas que ficam suspensas num líquido viçoso rico
c) Muscular. em ácido hialurônico e com um pouco de colágeno.
d) Nervoso. Já o anel fibroso é constituído por
e) Ósseo. a) tecido cartilaginoso fibroso (fibrocartilagem) e te-
cido ósseo.
b) tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo.
10. Unioeste-PR 2019 Analise as afirmações abaixo:
c) tecido adiposo e tecido reticular (hematopoiético).
I. os epitélios têm como função revestir cavidades e
d) tecido conjuntivo denso modelado e tecido carti-
a superfície corporal e são constituídos por célu-
laginoso fibroso (fibrocartilagem).
las denominadas fibroblastos.
e) tecido ósseo e tecido conjuntivo frouxo.
II. o tecido conjuntivo denso é um dos tipos de
tecido conjuntivo especial, caracterizado pela
escassez de matriz extracelular e abundante 13. IFSP 2016 Ao examinar cinco tipos de tecidos animais
quantidade de células. expostos um aluno relacionou três características de
III. o tecido ósseo é caracterizado por possuir uma um deles.
matriz extracelular altamente hidratada, o que fa- I. Possuem várias unidades microscópicas formadas
cilita a difusão de nutrientes. por camadas de minerais depositados ao redor de
IV. A substância cinzenta do tecido nervoso é ca- canais contendo vasos sanguíneos e nervos.
racterizada por corpos celulares de neurônios e II. Suas células ficam em uma matriz rica em fibras
células da glia. colágenas e fosfato de cálcio, dentre outros mi-
E escolha: nerais.
a) se I e III são corretas. III. Células localizadas um pouco distantes umas das
b) se II é correta. outras, por secretarem a matriz extracelular.
c) se apenas IV é correta. Assinale a alternativa que identica corretamente
d) se todas são corretas. esse tecido.
e) se todas são incorretas. a) Ósseo.
b) Cartilaginoso.
11. UFRGS 2019 No bloco superior a seguir, estão carac- c) Conjuntivo propriamente dito.
terizadas células do tecido ósseo; no inferior, tipos de d) Muscular.
células desse tecido. e) Nervoso.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
. Macrófagos multinucleados da matriz óssea, res- 14. Uece 2016 Relacione os tipos de células do tecido
ponsáveis pela disponibilização dos minerais ósseo com suas respectivas funções, numerando a
armazenados no osso. Coluna II de acordo com a Coluna I.

234 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


Coluna I 18. UFU-MG 2020 O quadro abaixo apresenta os prin-
. Osteócitos. cipais tipos de células dos tecidos conjuntivos, bem
. Osteoblastos. como suas características e origem celular.
. Osteoclastos.
Coluna II Tipos de Características
Produção da região orgânica da matriz óssea. Origem celular
células principais
Reabsorção óssea.
Manutenção da matriz óssea.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) 3, 1, 2. c) 1, 2, 3.
b) 2, 3, 1. d) 1, 3, 2.

15. UFRGS 2015 O tecido ósseo é o principal constituin-


te dos ossos. Em relação a esse tecido, é correto
afirmar que
a) os compostos minerais do tecido ósseo são res-
ponsáveis por sua flexibilidade.
b) o disco epifisário é a estrutura a partir da qual
ocorre o crescimento dos ossos longos.
c) o osso não apresenta sensibilidade devido à au-
sência de fibras nervosas.
d) os osteoblastos são estimulados por um hormô- Assinale a alternativa que completa corretamente o
nio das glândulas paratireoides para a remoção quadro.
de cálcio do sangue. a) 1 – Macrófagos; 2 – Produzem imunoglobulinas
e) os osteoclastos formam osso novo para preen- que combatem agentes invasores; 3 – Diferencia-
cher o espaço deixado pelos osteoblastos. ção de células-tronco; 4 – Osteoblastos.
b) 1 – Plasmócitos; 2 – Produzem as fibras e a
16. Unisc-RS 2015 Os aparelhos ortodônticos exercem substância amorfa da matriz do tecido adiposo;
forças diferentes daquelas a que os dentes estão 3 – Diferenciação de linfócitos; 4 – Osteócitos.
naturalmente submetidos. Nos pontos em que há
c) 1 – Osteoblastos; 2 – Armazenam substâncias
pressão ocorre reabsorção óssea, enquanto no
energéticas; 3 – Diferenciação de células mesen-
lado oposto há deposição. Desse modo, o dente é
quimatosas; 4 - Condroblastos.
deslocado na arcada dentária, à medida que o osso
d) 1 – Mastócitos; 2 – Armazenam substâncias
alveolar é remodelado. Este é um exemplo da plasti-
energéticas; 3 – Diferenciação de células mesen-
cidade do tecido ósseo, apesar das características de
quimatosas; 4 – Osteoclastos.
rigidez deste tecido.
O processo de reabsorção acima descrito ocorre
através da atividade dos 19. PUC-RS 2020 Complete as afirmativas abaixo com as
a) fibroblastos. d) osteócitos. células do tecido conjuntivo.
b) condroblastos. e) osteoclastos. I. Os __________ possuem forma estrelada e pro-
c) osteoblastos. duzem fibras e substância extracelular amorfa.
II. __________ são células ovoides com grânulos
17. UFJF/Pism-MG 2015 Mamíferos aquáticos, como os citoplasmáticos de heparina e histamina que par-
cetáceos, possuem um revestimento de tecido adiposo ticipam de reações alérgicas.
que serve, principalmente, para evitar a perda de calor. III. Presentes nas cartilagens, os __________ são
Em humanos, o corpo é mais ou menos envolvido por responsáveis pela produção de fibras e da subs-
uma camada de gordura que se localiza abaixo da pele. tância da matriz amorfa cartilaginosa.
Marque a afirmativa CORRETA, a qual mostra o nome IV. Os __________ promovem a reciclagem da ma-
FRENTE 3

das células desse tecido em I, a(s) substância(s) que ar- triz óssea.
mazena(m) em II e um exemplo de suas funções em III. Completam corretamente as lacunas das armativas
a) I – adiposas; II – hemoglobina; III – isolante térmico. as palavras contidas em
b) I – condroblastos; II – triglicerídeos; III – evita cho-
ques mecânicos. I II III IV
c) I – fibroblastos; II – colágeno; III – preenchimento
a)
de espaços.
d) I – adiposas; II – gorduras ou lipídeos; III – reserva b)
de energia. c)
e) I – osteoblastos; II – minerais; III – formação dos
ossos. d)

235
20. Udesc 2017 Após assistir a diferentes modalidades acumula ao redor das vísceras e debaixo da pele,
desportivas na Olimpíada do Rio 2016, um jovem re- podendo causar obesidade e desencadear complica-
solve abandonar sua vida sedentária e se propõe ções metabólicas, como o diabetes tipo 2. A outra é
iniciar a prática de exercícios físicos intensos e re- o tecido adiposo marrom, que regula a produção de
gulares. calor e, consequentemente, a temperatura corporal.
Analise as proposições em relação às células muscu-
Assinale a alternativa correta.
lares esqueléticas deste jovem.
a) O tecido adiposo branco produz mais energia
I. O número de mitocôndrias nestas células deve
que o tecido adiposo marrom.
aumentar com o passar do tempo.
b) O tecido adiposo marrom não produz ATP, mas
II. O número de mitocôndrias aumentará indefinida-
mente à medida que os exercícios físicos forem produz calor.
aumentando gradativamente. c) O tecido adiposo branco não produz ATP, mas
III. O nível do consumo de oxigênio nestas células produz calor.
deve aumentar com o passar do tempo. d) O tecido adiposo branco produz ATP e calor.
IV. O número de mitocôndrias não se alterará nestas
células. 24. Enem PPL 2015 A toxina botulínica (produzida pelo
V. O único aumento notável nestas células será a bacilo Clostridium botulinum) pode ser encontrada em
produção de ATP. alimentos mal-conservados, causando até a morte de
consumidores. No entanto, essa toxina modificada em
Assinale a alternativa correta:
laboratório está sendo usada cada vez mais para me-
a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
lhorar a qualidade de vida das pessoas com problemas
b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
físicos e/ou estéticos, atenuando problemas como o
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
blefaroespasmo, que provoca contrações involuntárias
d) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
das pálpebras.
e) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.
BACHUR, T. P. R. et al. Toxina botulínica: de veneno a tratamento.
Revista Eletrônica Pesquisa Médica, n. 1, jan.-mar. 2009 (adaptado).
21. Unioeste-PR 2017 Durante uma prova de Biologia,
Joana recebeu uma lâmina histológica para analisar O alívio dos sintomas do blefaroespasmo é conse-
em microscópio. As seguintes características foram quência da ação da toxina modicada sobre o tecido
observadas e anotadas por Joana: presença de célu- a) glandular, uma vez que ela impede a produção de
las cilíndricas, ramificadas, com 1 ou 2 núcleos centrais, secreção de substâncias na pele.
com estriações transversais e presença de discos in- b) muscular, uma vez que ela provoca a paralisia das
tercalares. A partir destas observações, pode-se dizer fibras que formam esse tecido.
que o tecido presente na lâmina está c) epitelial, uma vez que ela leva ao aumento da ca-
a) no fígado. mada de queratina que protege a pele.
b) no bíceps. d) conjuntivo, uma vez que ela aumenta a quantida-
c) no coração. de de substância intercelular no tecido.
d) no intestino. e) adiposo, uma vez que ela reduz a espessura da
e) no estômago. camada de células de gordura do tecido.

22. UFRGS 2017 O maratonista brasileiro Vanderlei 25. Unesp 2014 Alguns chefs de cozinha sugerem que o
Cordeiro de Lima foi o responsável por acender a peru não deve ser preparado inteiro, pois a carne do
pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos do peito e a da coxa têm características diferentes, que
Rio-2016. exigem preparos diferentes. A carne do peito é bran-
Sobre o tecido muscular dos atletas maratonistas, é ca e macia, e pode ressecar dependendo do modo
correto armar que como é preparada. A carne da coxa, mais escura, é
a) é constituído por igual quantidade de fibras de mais densa e suculenta e deve ser preparada sepa-
contração rápida e de contração lenta. radamente.
b) apresenta baixa quantidade de mioglobina. Embora os perus comercializados em supermerca-
c) contém predominância de fibras de contração dos venham de criações em connamento, o que
lenta com alta irrigação sanguínea. pode alterar o desenvolvimento da musculatura, eles
d) contém predominância de fibras de contração rá- ainda mantêm as características das populações sel-
pida com grande quantidade de mitocôndrias. vagens, nas quais a textura e a coloração da carne
e) é constituído por células uninucleadas. do peito e da coxa decorrem da composição de suas
bras musculares e da adequação dessas muscu-
23. Unicamp-SP 2017 O corpo humano é composto por laturas às funções que exercem. Considerando as
pelo menos dois tipos de gordura. A mais comum é funções desses músculos nessas aves, é correto
o tecido adiposo branco, um tipo perigoso que se armar que a carne

236 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


a) do peito é formada por fibras musculares de 28. FMJ-SP 2017 A figura é uma representação esque-
contração lenta, pobres em mitocôndrias e em mática do corte de uma fibra muscular esquelética.
mioglobina, e eficientes na realização de esforço
moderado e prolongado.
b) do peito é rica em fibras musculares de contração
rápida, ricas em mitocôndrias e em mioglobina,
e eficientes na realização de esforço intenso de
curta duração.
c) da coxa é formada por fibras musculares de
contração lenta, ricas em mitocôndrias e em mio-
globina, e eficientes na realização de esforço
moderado e prolongado.
d) da coxa é formada por fibras musculares de (www.memrise.com. Adaptado.)

contração rápida, pobres em mitocôndrias e em A estrutura celular indicada pela seta e que envolve
mioglobina, e eficientes na realização de esforço as miobrilas é
intenso de curta duração. a) o complexo golgiense.
e) do peito é rica em fibras musculares de contração b) uma rede de microtúbulos.
lenta, ricas em mitocôndrias e em mioglobina, e c) uma rede de filamentos de actina e miosina.
eficientes na realização de esforço moderado e d) o retículo endoplasmático agranular.
prolongado. e) o retículo endoplasmático granular.

26. FCMSCSP 2018 A figura mostra uma via de sinali- 29. PUC-PR 2018 Considere o texto a seguir.
zação química pela qual o organismo humano envia
informações às células e comanda uma resposta Esporte e Ciência
específica. Resultados obtidos estão intimamente associados a
condições ambientais
As ciências estão presentes em praticamente todas as
atividades humanas e, como não poderia deixar de ser,
também nas esportivas. Assim, tanto o entendimento de
um resultado como a melhora do desempenho podem
depender de muitos estudos e pesquisas. Os surpreenden-
tes desempenhos do jamaicano Usain Bolt nas corridas
rápidas, por exemplo, têm motivado muitos trabalhos
científicos em várias áreas, procurando-se entender que
características explicam seu desempenho e como seria
(https://betournay.wikispaces.com. Adaptado.)
possível incorporar essas características em outros atletas
e usá-las em outras modalidades esportivas. Mas vamos
deixar Bolt de lado e ver uma aparente curiosidade que
Essa via de sinalização comanda a
ocorreu nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em
a) manutenção do metabolismo celular.
1968. Usualmente, um recorde olímpico é superado uma
b) liberação do óvulo pelo ovário. ou duas olimpíadas depois ou, no máximo, na terceira.
c) concentração de açúcar no sangue. Entretanto, alguns casos notáveis ocorreram na Cidade
d) contração da musculatura esquelética. do México. A corrida de 100 metros rasos foi completada
e) reabsorção de água nos rins. em 9,95-s pelo americano Jim Hines, tempo só superado
na quinta olimpíada depois daquela, em Seul, em 1988.
27. FMJ-SP 2016 As contrações dos vasos sanguíneos O melhor tempo na corrida de 200 metros na mesma
periféricos ocorrem devido a um tecido que apresen- olimpíada foi de 19,83s, do também americano Tommie
ta células Smith, só melhorado em 1984, quatro olimpíadas depois.
FRENTE 3

a) mononucleadas, sem estrias transversais e de A medalha de ouro na corrida masculina de 400m, em


1968, foi conquistada por Lee Evans, que a completou
controle involuntário.
em 43,85s, resultado olímpico só superado em 1992, em
b) binucleadas, com estrias transversais e de contro-
Barcelona, seis olimpíadas depois. Outro exemplo: em
le involuntário.
1968, o salto em distância do atleta Bob Beamon, com
c) binucleadas, com estrias transversais e de contro- 8,90metros, é, ainda hoje, o melhor desempenho em todas
le voluntário. as olimpíadas (o recorde mundial foi batido em 1991,
d) multinucleadas, com estrias transversais e de con- em Tóquio, durante o Campeonato Mundial de Atletismo,
trole involuntário. portanto não em uma olimpíada, por Mike Powell). Há,
e) multinucleadas, sem estrias transversais e de con- ainda, fatos atípicos em algumas corridas longas, mas, nes-
trole voluntário. ses casos, maus resultados. O atleta etíope Mamo Wolde

237
venceu a maratona na Cidade do México com um tempo d) em cidade com grandes altitudes como a Ci-
de 2h20, atipicamente grande em relação ao que espe- dade do México, os maratonistas apresentam
raríamos considerando resultados anteriores, já abaixo maiores problemas de desempenho, uma vez
desse valor desde 1960. A corrida masculina de 5 mil m que a menor oxigenação aliada à maior pressão
também teve um tempo atipicamente alto, o pior resultado atmosférica reduz a resistência do ar e favorece o
olímpico desde 1956. metabolismo de fibras musculares aeróbicas tipo I,
Será que há alguma coisa na Cidade do México que mais abundantes nos velocistas.
possa explicar tantos resultados atípicos?
e) maratonistas apresentam resultados menos ex-
Helene. O. Esporte e Ciência Resultados obtidos estão intimamente
associados a condições ambientais. Disponível em: http://www2.uol.com.
pressivos em cidades com altitudes elevadas
br/sciam/artigos/esporte_e_ciencia.html. Acesso em: 17 jun. 2017. como a Cidade do México, pois suas fibras mus-
culares aeróbicas, ricas em mitocôndrias e de
A melhor explicação para rendimentos tão expressivos
coloração vermelha, com o excesso de oxigênio,
de corredores velocistas em relação aos maratonistas
passam a fazer metabolismo aeróbico, que é me-
na Cidade do México é que
nos energético que o anaeróbico.
a) embora estejam em um mesmo ambiente ( m
de altitude), com as mesmas condições de oxige-
nação, maratonistas levam desvantagem, uma vez 30. PUC-PR 2019 Um músculo é um motor capaz de con-
verter energia química em energia mecânica. É uma
que apresentam um reduzido número de mitocôn-
estrutura de natureza singular, pois nenhum motor ar-
drias e passam a realizar respiração anaeróbica. A
tificial foi projetado com a incrível versatilidade de um
resistência do ar afeta da mesma maneira marato-
músculo vivo.
nistas e velocistas.
Ralph W. Stacy e John A. Santolucito, em Modern College Physiology, 1966.
b) a Cidade do México está localizada a mais de
 m de altitude. Nesse ambiente, a densi- Sobre a constituição muscular no homem e suas
dade do ar é menor que a densidade do ar ao características anatômicas e funcionais, marque a al-
nível do mar e maior é a pressão atmosférica, ternativa CORRETA.
favorecendo os velocistas. Também é menor a a) A fosfocreatina é uma molécula de reserva ener-
proporção de oxigênio no ar para a respiração. gética dos músculos, a qual, durante o exercício,
O pouco oxigênio presente afeta os maratonistas fornece grupamentos fosfato de alta energia para
que apresentam fibras com metabolismo aeróbi- o ADP ser convertido em ATP.
co e não influencia os velocistas que apresentam b) Os músculos esqueléticos constituem a maior
fibras anaeróbicas. parte da musculatura corporal, inclusive estão
c) a Cidade do México está localizada a mais de presentes nas paredes dos vasos sanguíneos
 m de altitude. Nesse ambiente, a densidade contraindo ou relaxando veias e artérias.
do ar é menor que a densidade do ar ao nível do c) Os músculos lisos apresentam no interior de suas
mar e menor à resistência do ar, favorecendo os células estruturas contráteis que se repetem, os
velocistas. Também é menor a disponibilidade de sarcômeros, os quais compõem as miofibrilas.
oxigênio para a respiração. O pouco oxigênio pre- d) As células musculares cardíacas maduras têm
sente afeta os maratonistas que apresentam mais grande capacidade mitótica para promover a re-
fibras com metabolismo aeróbico e não influencia generação das áreas lesionadas do miocárdio.
significativamente os velocistas que apresentam e) A inervação no músculo liso pode ser voluntária
mais fibras anaeróbicas. ou involuntária.

Texto complementar
Ocitocina pode prevenir surgimento de de Fisiologia Endócrina e Envelhecimento do Departamento de
Ciências Básicas da Unesp em Araçatuba.
osteoporose
[...]
A ocitocina, produzida pelo hipotálamo – também conhecida Dornelles ressalta que existem dois marcos hormonais im-
como “hormônio do amor” porque liberada em presença de parceiros –,
portantes na vida da mulher: a puberdade e a perimenopausa
pode ser também uma forte aliada no controle e na prevenção da
(transição para a menopausa, que pode durar vários anos). Esses
osteoporose. Estudo realizado em ratas no fim do período fértil, na
Universidade Estadual Paulista (Unesp), mostrou que o hormônio re- eventos marcam, respectivamente, o início e o término do período
verteu fatores que antecedem a osteoporose, como a diminuição de fertilidade. “Estuda-se muito a pós-menopausa, quando a mu-
da densidade e da resistência óssea e também de substâncias que lher deixa de menstruar. No entanto, as oscilações hormonais que
favorecem a formação do osso. ocorrem antes, na perimenopausa, já são bastante fortes e estão
relacionadas com a diminuição gradual da densidade óssea. É
“Nosso estudo tem como enfoque a prevenção da osteoporose
preciso haver estudos visando a prevenção da osteoporose nessa
primária; por isso investigamos mecanismos fisiológicos que ocorrem
no período pré-menopausa. Nessa etapa da vida da mulher, medidas fase, pois o período após a menopausa representa cerca de um
de prevenção podem evitar que os ossos se tornem frágeis e que terço da vida e deve ser vivido com qualidade” diz.
ocorram fraturas, o que poderia reduzir a qualidade e a expectativa No estudo, os pesquisadores aplicaram apenas duas doses
de vida”, diz Rita Menegati Dornelles, coordenadora do Laboratório do hormônio ocitocina – com 12 horas de diferença entre uma

238 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


injeção e outra – em um grupo de 10 ratas Wistar. Os animais tinham concentrações mais baixas de ocitocina no plasma sanguíneo”,
18 meses de vida, algo incomum para estudos de laboratório, pois as diz Dornelles.
pesquisas geralmente são realizadas com animais jovens submetidas O grupo de pesquisadores da Unesp trabalha há 10 anos em
a ovariectomia. Em média, ratos de laboratório vivem cerca de três estudos sobre o envolvimento da ocitocina no metabolismo ósseo.
anos. As fêmeas do estudo estavam no período da periestropausa, “Nesse tempo conseguimos caracterizar modelos animais que
equivalente à perimenopausa humana, e em processo natural do simulam o período da perimenopausa na mulher”, diz.
envelhecimento.
Aumento de fraturas
Após 35 dias de tratamento com ocitocina, foram analisadas
amostras de sangue e do colo do fêmur dos animais. Houve também De acordo com projeções realizadas pela Organização
comparação desses dados com os de outras 10 ratas, também com Mundial de Saúde, haverá um aumento de 630% das fraturas de
18 meses de vida, que não receberam o hormônio. quadril (associadas à osteoporose) no Brasil, enquanto nos países
desenvolvidos o aumento esperado será de 50%. “O aumento
Na comparação, os animais que receberam as doses de ocito- está relacionado ao envelhecimento da população, que tem taxas
cina apresentaram estrutura óssea sem sinais de osteopenia (perda crescentes em função da qualidade de vida, nutrição e realização
de densidade óssea). O quadro foi diferente no grupo controle. “A de atividade física, por exemplo, meios importantes de prevenção
ocitocina ajuda a modular o ciclo de remodelação óssea das ratas de doenças”, diz o pesquisador.
senescentes. Os animais que receberam o hormônio tiveram aumento
dos marcadores bioquímicos associados à renovação do osso, como a No estudo, os pesquisadores analisaram especificamente a
expressão de proteínas que favorecem a formação e a mineralização região do colo do fêmur, pois as fraturas de quadril têm ocorrência
óssea”, diz Dornelles. três vezes maior no organismo feminino. “As consequências dessas
fraturas são muito drásticas, como dificuldade ou impossibilidade
Na análise das amostras de sangue, foi possível observar maior de locomoção e comorbidades”, diz.
presença de biomarcadores ósseos sistêmicos importantes, como
a atividade da fosfatase alcalina. “Produzida por células osteogê- Dornelles ressalta que fraturas de quadril estão associadas a
nicas, a substância está associada ao processo de mineralização. altas taxas de mortalidade relatadas. Até 24% das pacientes mor-
Observamos também redução de outra enzima (TRAP) associada à rem no primeiro ano após a fratura de quadril e o risco aumentado
reabsorção óssea”, diz. de morte pode persistir por pelo menos cinco anos. “A perda de
função e de independência entre os sobreviventes é profunda. Em
As ratas que receberam ocitocina apresentaram ossos mais torno de 40% ficam incapazes de andar de forma independente,
densos. “Verificamos que a região do colo do fêmur estava mais deste total, 60% necessitam de assistência um ano depois. Menos
resistente, com menor porosidade, melhor resposta biomecânica de da metade daqueles que sobrevivem à fratura de quadril recupera
compressão, além de apresentar propriedades físico-químicas que seu nível anterior de função”, diz.
garantiam maior densidade”, diz.
Os pesquisadores pretendem realizar, no futuro, estudos
Secretada no osso clínicos sobre o efeito da ocitocina na prevenção de osteoporose
A ocitocina é um hormônio produzido no hipotálamo cerebral em humanos. “O hormônio é produzido naturalmente no nosso
e foi caracterizada no início do século passado tendo sua liberação organismo e já foi sintetizado em laboratório. Mesmo assim será
associada, sobretudo, ao parto e à amamentação. necessário um longo estudo para avaliar a eficácia, a segurança
Estudos mais recentes mostraram que um número grande de e também para saber a dosagem mais indicada do hormônio”,
células (além das hipotalâmicas) também secretam o hormônio. “A diz Dornelles.
ocitocina é secretada por células ósseas e nossos estudos estão [...]
evidenciando sua associação com o metabolismo ósseo de fêmeas ZIEGLER, M. F. Ocitocina pode prevenir surgimento de osteoporose. Agência
durante o processo de envelhecimento. Geralmente, mulheres no pe- FAPESP, 11 jun. 2020. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/ocitocina-
ríodo pós-menopausa, com maior índice de osteoporose, apresentam pode-prevenir-surgimento-de-osteoporose/33371/. Acesso em: 7 mar. 2022.

Resumindo
Introdução y Classificação quanto ao número de camadas:
y A Histologia é a área da biologia responsável pelo estudo – simples: uma camada de células.
dos tecidos – estratificado: apresenta duas ou mais camadas.
– pseudoestratificado: apresenta uma camada de células
y Tecidos são conjuntos de células que desempenham de- cujos núcleos variam em tamanho e posição.
terminadas funções.
y Classificação quanto ao formato das células:
– cúbico: células em forma de cubo.
Tecidos epiteliais
– colunar (prismático): células alongadas.
y Células justapostas. – pavimentoso (escamoso): células achatadas.
Pouca matriz extracelular. – transição: forma e tamanho das células variam de acor-
FRENTE 3

y
do com o grau de distensão do órgão em que ele está
y Avasculares.
presente.
y Apoiados sobre uma camada de tecido conjuntivo subja-
cente. Epitélios de secreção (ou glandulares)
y São derivados de diferenciações que ocorrem em epitélios
Epitélios de revestimento
de revestimento, originando as glândulas.
y Revestem órgãos, superfícies e cavidades. y Glândulas: estruturas especializadas em produzir e liberar
y Atuam na proteção e, em algumas situações, na absorção substâncias, como hormônios.
de substâncias. y Classificação quanto ao número de células
y Apresentam especializações de membrana, como desmos- – unicelulares: formadas por apenas uma célula.
somos, interdigitações e microvilosidades. – multicelulares: compostas por agrupamentos de células.

239
y Classificação quanto ao local onde é lançada a secreção: y Principais funções:
– glândulas exócrinas: liberam suas secreções na superfície – reserva energética nos animais.
do corpo ou em uma cavidade. – isolamento térmico.
– glândulas endócrinas: lançam suas secreções no sangue. – proteção mecânica.
– glândulas mistas: possuem uma porção endócrina e uma
porção exócrina. Tecido cartilaginoso
y Rígido e avascular.
Estrutura da pele humana
y Funções:
y A pele é um órgão constituído pela epiderme (tecido
– sustentação.
epitelial) e pela derme (tecido conjuntivo). Sob a pele é
– revestimento das articulações.
encontrado o tecido subcutâneo (hipoderme) rico em adipó-
– crescimento dos ossos longos.
citos, células especializadas no armazenamento de gordura.
y Matriz extracelular com colágeno; também pode apresentar
y A camada córnea (camada mais externa da epiderme) apre-
elastina, proteína que confere elasticidade.
senta células mortas com queratina.
y Tipos celulares:
y Apresenta anexos epidérmicos, como:
– condroblastos: células jovens, com intensa atividade
– pelos.
secretora, que atuam na produção da substância funda-
– glândulas sebáceas.
mental e das fibras proteicas.
– glândulas sudoríferas.
– condrócitos: correspondem a condroblastos que diminuí-
ram sua atividade. São encontrados em regiões de maior
Tecidos conjuntivos
rigidez das cartilagens.
y Células dispersas em grande quantidade de matriz extra- – condroclastos: células que degradam os componentes
celular. do tecido cartilaginoso. Atuam na remodelação das car-
y A matriz extracelular é formada por: tilagens.
– substância fundamental;
– fibras proteicas: Tecido ósseo
• colágenas: resistentes, porém, flexíveis.
y Principal componente dos ossos.
• reticulares: formam redes de apoio para outras estru-
turas. y Matriz óssea (matriz extracelular) com:
• elásticas: conferem elasticidade aos tecidos. – parte orgânica constituída principalmente por colágeno,
que confere certa flexibilidade aos ossos.
y Células do tecido conjuntivo – porção mineral rica em fosfato e cálcio, resultando em
– fibroblastos: responsáveis pela produção das fibras protei-
alta resistência.
cas e da substância fundamental. Quando os fibroblastos
diminuem sua atividade de síntese, passam a ser chama- y Funções:
dos de fibrócitos. – sustentação.
– plasmócitos: células de defesa responsáveis pela produ- – proteção de estruturas internas.
ção de anticorpos. – apoio aos músculos esqueléticos.
– macrófagos: atuam na defesa do organismo por meio da – reserva de cálcio e fosfato.
fagocitose de substâncias estranhas e microrganismos y Tipos celulares:
invasores. – osteoblastos: atuam na produção parte orgânica da matriz
– mastócitos: células ligadas a processos alérgicos e res- óssea e na mineralização da matriz óssea.
postas inflamatórias. – osteócitos: correspondem osteoblastos que diminuíram
– mesenquimais: correspondem a células-tronco multipoten- sua atividade. São células fundamentais à manutenção
tes; dessa forma, podem se diferenciar em outras células da matriz óssea.
do tecido conjuntivo. – osteoclastos: células que realizam a reabsorção da matriz
óssea. São importantes nos processos de remodelação
Tecido conjuntivo propriamente dito dos ossos, por exemplo, em casos de fratura.
y Frouxo y Estrutura de um osso longo
– Atua no suporte e no preenchimento de espaços entre – epífises: extremidades do osso.
células e tecidos. – diáfise: porção alongada e cilíndrica.
y Denso y Estrutura interna de um osso
– Tecido com predominância de fibras colágenas. – osso compacto: desprovido de cavidades.
– Confere maior resistência à tração e oferece proteção – osso esponjoso: apresenta cavidades intercomunicantes
aos demais tecidos. ocupadas pela medula óssea.
– Medula óssea:
Tecidos conjuntivos de propriedades especiais • vermelha: rica em tecido hematopoiético, sendo a res-
Tecido adiposo ponsável pela produção de elementos sanguíneos. Nos
recém-nascidos, toda a medula óssea é vermelha; nos
y Com predominância de adipócitos, células especializadas
adultos, está restrita ao interior de certos ossos, como
no armazenamento de gordura.
vértebras, esterno, costelas e ossos do crânio.
y Apresenta pequena quantidade de matriz extracelular. • amarela: com tecido adiposo, não produz elementos do
y Encontrado principalmente sob a pele, formando o tecido sangue. Está presente no interior da maioria dos ossos
subcutâneo, e ao redor de órgãos. esponjosos de adultos.

240 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


Tecidos musculares Junção neuromuscular e o estímulo à contração
y Funções: y Junção neuromuscular: sinapse entre as terminações axô-
– execução de movimentos; nicas de um neurônio motor e a membrana plasmática da
– sustentação do corpo; fibra muscular.
– impulsionamento do sangue pelo sistema cardiovascular; y Na fenda sináptica, há liberação do neurotransmissor ace-
– condução do alimento pelo tubo digestório; tilcolina.
– armazenamento substâncias, como proteínas, cálcio e
glicogênio;
y O estímulo desencadeado pela acetilcolina leva à liberação
de íons cálcio (Ca2+) pelo retículo sarcoplasmático (retículo
– controle da temperatura corporal.
endoplasmático não granuloso) no citosol.
y Células (miócitos, ou fibras musculares) alongadas, ricas em
y Os íons Ca2+ permitem a ligação dos filamentos de miosina
filamentos de actina e miosina.
aos filamentos de actina e o deslizamento desses filamentos
y Contração muscular: resultado do deslizamento dos fila- uns sobre os outros, promovendo a contração muscular
mentos de actina sobre os de miosina. mediante gasto de ATP.

Tecido muscular estriado esquelético


Fontes de energia para a contração
y Musculatura ligada aos ossos.
y Reserva de ATP.
y Fibras alongadas, multinucleadas e com estrias transversais.
y Reserva de fosfocreatina (fornece fosfato à síntese de ATP).
y Contração, em geral, voluntária.
y Reserva de glicogênio (degradado glicose, que pode ser
y Grupos musculares com ação antagônica. usada na respiração celular aeróbica e na fermentação
y Organizado em feixes de fibras musculares paralelas. lática).
y Cada fibra muscular apresenta as miofibrilas, que são se- y A glicose também pode ser fornecida às células musculares
quências de sarcômeros (miômeros). pela circulação sanguínea.
y Os sarcômeros correspondem às unidades contráteis bá-
sicas da musculatura. Tecido muscular estriado cardíaco (miocárdio)
y Na contração muscular, o deslizamento dos filamentos de y Encontrado apenas no coração.
actina sobre os filamentos de miosina causam o encurta- y Fibras com estrias transversais dotadas de um ou dois
mento do sarcômero. núcleos.
Tipos de fibras musculares esqueléticas y Contração involuntária. O ritmo das contrações é deter-
y Fibras tipo I (fibras vermelhas) minado pelo próprio coração sob a influência do sistema
– Possuem grande quantidade de mioglobina. nervoso autônomo.
– Apresentam metabolismo aeróbico predominante, o que y Discos intercalares: aumentam a adesão entre as células
torna essas fibras menos suscetíveis à fadiga muscular. vizinhas e permitem a rápida propagação dos impulsos
– Exibem contração lenta, porém mais duradoura. entre elas.
– Ligadas à realização exercícios mais duradouros, de in-
tensidade moderada e que exigem maior resistência, a Tecido muscular liso
exemplo de uma maratona.
y Células fusiformes (extremidades afiladas), dotadas de um
y Fibras tipo II (fibras brancas) núcleo central e desprovidas de estrias transversais.
– Possuem pouca mioglobina e poucas mitocôndrias.
y Contração involuntária, controlada pelo sistema nervoso.
– Apresentam metabolismo anaeróbico predominante, tor-
nando essas fibras mais suscetíveis à fadiga muscular. y Participa de movimentos realizados por órgãos internos.
– Têm contração rápida e passageira. y Encontrado em paredes de veias e artérias, órgãos do
– Eficientes na realização de exercícios intensos, porém sistema digestório, brônquios, útero, ureteres, músculos
curtos, a exemplo de uma corrida de  metros rasos. intrínsecos dos olhos etc.

Quer saber mais?

Sites
https://www.bbc.com/portuguese/geral-4099099
FRENTE 3

(Acesso em:  mar. )


O artigo apresenta o revolucionário método criado no Brasil para tratar queimaduras graves utilizando pele de tilápia.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C%BArbios-do-tecido-conjuntivo-em-crian%C%A7as/
s%C%ADndrome-de-ehlers-danlos
(Acesso em:  mar. )
Conheça a síndrome de Ehlers-Danlos, também chamada de síndrome do homem-elástico, caracterizada pela hipermobilidade
das articulações.
https://portaldaurologia.org.br/publico/sbu-jovem/sbu-jovem-artigos/quais-as-consequencias-do-uso-de-anabolizantes-na-
adolescencia/
(Acesso em:  mar. )
O artigo apresenta algumas das consequências fisiológicas do uso de anabolizantes na adolescência.

241
Exercícios complementares
1. Unicamp-SP 2021 Muitas células do corpo humano interagem entre si e com os componentes da matriz extracelular
para estabelecerem uma organização tridimensional (3D). O processo de agregação celular permite a realização de
experimentos em um modelo 3D de esferoides. A figura I representa, em plano 2D, a agregação celular 3D no esferoi-
de. Conforme crescem, os esferoides exibem geometria esférica com organização concêntrica de células nas zonas
de proliferação, de transição, e de células mortas. As concentrações de gases e outras moléculas diferem entre essas
zonas, como representado na figura II em plano 2D.

I II
Agregação celular CO2 , resíduos Legenda:
O2 , nutrientes, fatores

quantidade
de crescimento

Zona de proliferação
Zona de transição concentração

Células em Esferoide Zona de células mortas


suspensão

(Adaptado de R-Z. Lin e H-Y. Chang. Biotechnology Journal, Weinheim, v. 3, p. 1172-84, out. 2008.)

a) Explique a razão da organização dos esferoides com células proliferativas na região externa e células mortas na
região interna, como mostra a figura II. Como o corpo humano, em situações fisiológicas, evita o surgimento de
zona de células mortas representadas na figura II?
b) Os enteroides são esferoides originados das células de revestimento do intestino humano e apresentam si-
milaridade com as células epiteliais que os originaram. Cite duas características morfológicas das células de
revestimento interno do intestino humano e suas respectivas funções.

2. UFPR 2017 O tecido epitelial do esôfago de animais é, geralmente, estratificado (possui várias camadas de células).
Em alguns casos, ele pode ser queratinizado. Que diferença existe entre os hábitos alimentares de animais com e
sem epitélio do esôfago queratinizado?

3. UEPG/PSS-PR 2019 Os tecidos epiteliais desempenham diversas funções no organismo, dependendo do órgão
onde se localizam. Assinale o que for correto sobre os epitélios e suas características.
 As microvilosidades são projeções móveis da membrana celular do epitélio do sistema respiratório. Possuem
função de lubrificar os tecidos e aumentar a capacidade de absorção de nutrientes do epitélio.
 As glândulas sebáceas são pequenas bolsas constituídas por células epiteliais glandulares. Sua função é lubrifi-
car a pele e os pelos, evitando seu ressecamento.
 Visto a ausência de glândulas, terminações nervosas, vasos sanguíneos e receptores, o tecido epitelial possui
como característica exclusiva a proteção, funcionando como uma barreira protetora contra agentes externos.
 Nos tecidos epiteliais, não há vasos sanguíneos. Os epitélios estão sempre associados a tecidos conjuntivos, nos
quais há vasos sanguíneos que nutrem e oxigenam as células epiteliais próximas.
Soma:

4. UEPG-PR 2014 Na figura abaixo são mostrados quatro tipos diferentes de epitélios. Associe o tipo de epitélio à sua
estrutura e localização em humanos. Assinale o que for correto.

Adaptado de: Lopes, S; Rosso, S. Bio. Volume 2. 2ª ed. Editora Saraiva: São Paulo, 2010.

242 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


 Em I tem-se o epitélio simples cúbico. Esse epitélio  Alguns epitélios são responsáveis pela produção
é formado por uma só camada de células cúbicas. de secreções como a adrenalina, a tiroxina e o leite.
Entre outros locais, ocorre nos túbulos renais, tendo  Os tecidos epiteliais têm como principal caracte-
a função básica de absorção de substâncias úteis rística o fato de serem uniestratificados.
presentes na urina, devolvendo-as para o sangue.  As microvilosidades são especializações presen-
 Na imagem II tem-se o epitélio simples pavimentoso. tes no epitélio dos alvéolos e têm como principal
Formado por células achatadas e dispostas em uma função aumentar a capacidade de trocas gasosas
única camada. É um epitélio que permite passagem (hematose).
de substâncias, sendo encontrado nos alvéolos pul-  A pele é o melhor exemplo de tecido epitelial de
monares, revestindo vasos sanguíneos e linfáticos. revestimento.
 Em III é mostrado o epitélio pseudoestratificado.  O epitélio de revestimento das folhas é o principal
Esse epitélio é formado por mais de uma camada de responsável pela fotossíntese.
células, com núcleos de tamanhos diferentes. Ocor-  Os epitélios dos animais caracterizam-se por pos-
re na cavidade nasal, na traqueia e nos brônquios, suírem muita substância intercelular e ausência
onde possui cílios e glândulas mucosas. Auxilia na de junções celulares.
remoção de partículas estranhas das vias aéreas.  Todos os tecidos epiteliais são originados a partir
 Na imagem IV é mostrado o epitélio simples pris- da mesoderme na embriogênese.
mático. É formado por uma camada de células
Soma:
altas, prismáticas. Ocorre revestindo o estômago
e os intestinos.
7. UEM-PR Sobre os tecidos epiteliais, é correto afir-
Soma:
mar que
 o tecido epitelial glandular é formado por agrupa-
5. UEPG-PR 2014 Os tecidos epiteliais, especialmente os mento de células especializadas na produção de
de revestimento, são altamente resistentes à tração e secreção.
suas células dificilmente se separam umas das outras.  o tecido epitelial de revestimento é classificado
Nesses, existem estruturas especializadas que parti- de acordo com o número de camadas e com a
cipam do processo de adesão. Com relação a essas morfologia de suas células.
estruturas e suas funções, assinale o que for correto.
 os tecidos epiteliais são vascularizados na epider-
 A zônula de oclusão é a região onde há junção da
me e no intestino.
membrana plasmática de células adjacentes nas
 o tecido epitelial se origina, embriologicamente,
áreas mais próximas do polo apical, estabelecen-
da ectoderme.
do uma barreira à entrada de macromoléculas no
 no intestino é encontrado o tecido epitelial do
espaço entre células vizinhas.
tipo pseudoestratificado ciliado.
 As células epiteliais, além de unidas entre si,
aderem à lâmina basal por meio de hemidesmos- Soma:
somos, cuja morfologia é semelhante à de meio
desmossomo. 8. UFJF/Pism-MG 2017 A pele é o maior órgão do corpo
 Nas junções comunicantes tipo gap, as membra- humano e desempenha diversas funções, tais como
nas plasmáticas de células adjacentes apresentam proteção contra agressões externas, perda de água
grupos de proteínas específicas, que se dispõem do corpo, regulação térmica, além de ser responsável
formando canais que atravessam a bicamada de pelo sentido do tato.
fosfolipídios das membranas. a) Cite os dois principais tipos de tecidos presentes
 A zônula de adesão corresponde a discos de ade- na pele humana e diferencie-os considerando a
são entre as células com fusão das membranas quantidade de matriz extracelular.
plasmáticas das células vizinhas. São formadas por b) Descreva dois mecanismos que permitem a regu-
duas partes que se unem, sendo uma delas locali- lação térmica através da pele.
zada em uma célula, e a outra, na célula vizinha. c) Por que a pele é considerada um órgão?
FRENTE 3

 Nos desmossomos, as células vizinhas estão fir-


memente unidas por uma substância intercelular 9. UEG-GO 2012 A pele é um órgão importante na ma-
adesiva, mas suas membranas plasmáticas não
nutenção do metabolismo basal nos mamíferos e
chegam a se tocar.
apresenta uma complexidade em células especializa-
Soma: das e de diferentes tipos de tecidos. A respeito do
assunto, responda ao que se pede:
6. UFSC 2013 Os tecidos epiteliais são encontrados em a) Quais os tecidos constituintes desse órgão?
uma variedade de organismos animais ou vegetais de- b) Relacione a função das glândulas presentes na
sempenhando diferentes funções. Com relação a este pele enquanto característica adaptativa dos ma-
tecido, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). míferos ao ambiente terrestre.

243
10. USF-SP 2018 Essa técnica permite o rompimento das membranas
A pele é o maior órgão do nosso corpo e serve de das células de gordura.
barreira contra a invasão de micro-organismos do exterior. Em relação ao contexto acima, cite:
Pacientes com queimaduras moderadas ou graves devem a) duas funções do tecido adiposo em nosso corpo;
receber tratamento imediato, pois há risco de complica- b) dois tipos de lipídios contidos no organismo
ções e até mesmo desenvolvimento de sepse. humano.
As queimaduras são classificadas de acordo com a sua
profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas
13. UEPG-PR 2018 Os tecidos conjuntivos unem e sus-
pelo percentual da superfície corporal acometida. Classi-
tentam outros tecidos. Suas células podem ser de
camente, as queimaduras são denominadas de 1º, 2º e 3º
vários tipos e estão geralmente separadas umas
graus, de acordo com a camada acometida, sendo a de
das outras pela matriz intercelular. Quanto às ca-
3º grau a que atinge tecidos subcutâneos da pele.
Disponível em: https://www.mdsaude.com/2010/11/queimaduras-grau.
racterísticas deste tecido e suas células, assinale o
html. Acesso em: 11 out. 2017 (Adapt.). que for correto.
 O tecido conjuntivo denso modelado (ou tecido
Com base no texto e nos seus conhecimentos de bio-
conjuntivo denso tendinoso) possui fibras grossas
logia, resolva o que se pede.
orientadas paralelamente, tornando-o bastante
a) Considerando que um indivíduo teve seus mem-
resistente e pouco elástico. Esse tecido constitui
bros superiores com queimadura de º grau e
os tendões e ligamentos.
seus membros inferiores com queimadura de
 Os fibroblastos são as células mais abundan-
º grau, mencione quais os tecidos da pele que
tes nos tecidos conjuntivos. Possuem forma
foram atingidos em cada caso, a origem embrio-
estrelada e núcleo grande, além de retículo en-
nária desses tecidos e a classificação geral deles.
b) A pele exerce a ação de primeira linha de defesa doplasmático granuloso e complexo golgiense
no organismo, como menciona o texto. Descreva bem desenvolvidos, indicando intensa atividade
outras duas funções desse órgão. na produção de proteínas.
 Os plasmócitos são células globosas do tecido
11. Udesc 2019 A pele é o maior órgão do corpo humano, conjuntivo denso, responsáveis pela atividade fa-
sendo responsável por diferentes funções de grande gocitária. São particularmente bem desenvolvidos
importância para a manutenção da vida. em alguns tecidos, como o endométrio.
Analise as proposições em relação à pele, e assinale  O tecido adiposo é um tipo de tecido conjun-
(V) para verdadeira e (F) para falsa. tivo denso, o qual possui células alongadas
com grande núcleo central e que armazenam
A camada mais externa da pele é chamada de epi-
gotículas de gordura, localizadas na periferia
derme. Esse tecido é constituído por células mortas
da membrana. Tem como função principal a
e queratinizadas nos diferentes níveis da sua estra-
proteção mecânica de órgãos vitais, tais como
ticação.
coração, pulmões e intestino.
Os melanócitos são responsáveis pela formação
da melanina, a qual é capaz de absorver a radia-  O tecido cartilaginoso apresenta matriz extrace-
ção ultravioleta, também neutraliza radicais livres lular rígida. A alta vascularização desse tecido
formados pela ação da radiação. permite que o mesmo promova a nutrição dos te-
Em dias quentes, os vasos sanguíneos da pele se cidos adjacentes.
dilatam, facilitando a irradiação de calor do corpo Soma:
para o meio.
O produto das glândulas sebáceas é lançado nos fo- 14. UEPG-PR 2016 Com relação aos tipos de células dos
lículos pilosos ou diretamente na superfície da pele. tecidos conjuntivos, suas características principais e
O produto das glândulas sudoríparas é constituído origem celular, assinale o que for correto.
de água, sódio, potássio, cloretos, ureia, amônia e  Os osteoblastos presentes nos ossos são gran-
ácido úrico. des e multinucleados. Degradam a matriz óssea,
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, promovendo a reciclagem do tecido.
de cima para baixo.  As células mesenquimatosas surgem diretamente
a) V – V – V – V – F d) F – V – V – V – V de células mesenquimatosas embrionárias. Es-
b) V – F – V – V – V e) V – V – V – F – F tão presentes nos tecidos frouxos e nas cápsulas
c) V – F – V – V – F envoltórias de cartilagens, ossos e órgãos hemo-
citopoéticos. São capazes de originar diversas
12. Udesc A gordura em excesso é um fator de alerta células do tecido conjuntivo.
em relação às condições de saúde dos indivíduos.  Os condroblastos estão presentes nos tecidos
Profissionais que atuam na área de Fisioterapia Der- frouxos, têm forma estrelada e núcleo periféri-
mato-funcional têm demonstrado a eficácia no co. Produzem as fibras e a substância amorfa da
tratamento de gordura localizada pela aplicação de matriz extracelular. Surgem de células mesenqui-
ultrassom em células adiposas do tecido subcutâneo. matosas embrionárias.

244 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


 Os adipócitos presentes no tecido adiposo têm, 17. Unesp 2021 Para mimetizar um tecido e obter uma
quando adultos, forma arredondada e armazenam estrutura para enxertos em humanos, um grupo de pes-
substâncias energéticas para momentos de neces- quisadores utilizou a espongina, composta por colágeno,
sidade. Estas células surgem pela diferenciação de e a biossílica das espículas provenientes de um inver-
células mesenquimatosas indiferenciadas. tebrado. A associação da parte orgânica com a parte
 Os osteoclastos presentes nas cartilagens e os- inorgânica resultou em um compósito com propriedades
sos têm núcleo central e longos prolongamentos muito similares às do tecido humano.
citoplasmáticos. Produzem as fibras e a substân- (Karina Ninni. https://agencia.fapesp.br, 10.09.2020. Adaptado.)

cia amorfa da matriz óssea. O lo a que pertence o invertebrado mencionado e


Soma: um órgão humano que poderá receber o enxerto são
a) porífera e fêmur.
15. UEPG-PR 2014 Os tecidos conjuntivos formam-se b) cnidária e dente.
do mesênquima, um tecido embrionário originado da c) porífera e disco intervertebral.
mesoderme. Com relação às características desse te- d) cnidária e pele.
cido, assinale o que for correto. e) cnidária e bíceps.
 Esses tipos de tecidos apresentam grande quanti-
dade de substância intercelular (matriz extracelular) 18. UFJF/Pism-MG 2017 Em relação ao tecido conjuntivo,
formada por proteínas fibrosas (fibras), que ficam leia as afirmativas a seguir:
imersas na substância fundamental, também cha- I. É o mais diversificado de todos, com ampla distri-
mada de substância fundamental amorfa. buição pelo corpo dos animais; apresenta-se com
 Os tecidos conjuntivos são divididos em: propria- diversos aspectos e funções.
mente dito frouxo e denso; adiposo; cartilaginoso; II. Sendo uma estrutura complexa, pode ser forma-
ósseo e hematopoiético. do por vários tipos de fibras como colágenas,
 O tecido conjuntivo propriamente dito frou- elásticas e reticulares.
xo possui poucas fibras; é delicado e flexível e III. A doença escorbuto ocasiona uma degeneração
está espalhado por todo o corpo, preenchendo dos tecidos conjuntivos.
espaços e servindo de apoio aos epitélios, sus- IV. O sangue é considerado um tecido conjuntivo
tentando os órgãos. cujas células estão imersas no plasma sanguíneo.
 O tecido conjuntivo cartilaginoso possui glicídios V. O tecido conjuntivo que resiste a forças da tração
e glicoproteínas, além de fibras colágenas e elás- é o tipo de tecido denso não modelado.
ticas, que lhe dão consistência firme e flexível, Assinale a alternativa com as armativas CORRETAS:
tornando-o capaz de sustentar diversas partes do a) I, II, III, IV e V.
corpo e permitindo flexibilidade de movimento. b) somente I, II e IV.
 O excesso de tecido adiposo, principalmente no c) somente I, III e IV.
abdome, com a obesidade, predispõe a um risco d) somente I, II, III e IV.
maior de doenças cardiovasculares e diabete tipo . e) somente I, III, IV e V.
Soma:
19. UEPG-PR 2016 Analise os itens abaixo e correlacio-
16. UEM-PR 2012 Sobre os tecidos conjuntivos que ne as funções/tipos celulares aos respectivos tecidos
atuam unindo outros tecidos e conferindo-lhes sus- (listados nas alternativas) e assinale o que for correto.
tentação e nutrição, é correto afirmar que I. Apresenta como funções a proteção, absorção e
 a histamina, liberada pelos mastócitos, é o secreção de substâncias e a percepção de sen-
principal agente nos processos alérgicos e infla- sações.Os fibroblastos e os condroblastos são
matórios dos tecidos. exemplos de células presentes neste tecido.
 as fibras elásticas e colágenas, presentes no te- II. Contém células especializadas no armazenamen-
cido conjuntivo dérmico, são responsáveis pela to de gordura (os adipócitos), as quais reservam
elasticidade e pela resistência da pele humana. energia.
FRENTE 3

 os condroblastos são células do tecido ósseo III. Permite a movimentação dos órgãos internos,
responsáveis pela regeneração das superfícies como batimentos cardíacos, pulsação das arté-
ósseas lesadas ou envelhecidas. rias, eliminação das secreções e excreções pelas
 os macrófagos originam-se dos monócitos e glândulas, entre outros.
apresentam intensa atividade fagocitária, atuando  I – Tecido epitelial.
no mecanismo de defesa dos tecidos.  II e III – Tecido conjuntivo.
 o tecido cartilaginoso não apresenta vasos san-  IV – Tecido muscular.
guíneos, sua nutrição é realizada através do  I e II – Tecido nervoso.
pericôndrio.  II e IV – Tecido hematopoiético.
Soma: Soma:

245
20. Unesp 2016 As Olimpíadas de 2016 no Brasil contarão  Entre as funções do tecido muscular liso estão:
com 42 esportes diferentes. Dentre as modalidades empurrar o alimento ao longo do tubo digestório e
de atletismo, teremos a corrida dos 100 metros rasos regular o fluxo de sangue por meio do controle do di-
e a maratona, com percurso de pouco mais de 42 km. âmetro dos vasos, contraindo-se involuntariamente.
A musculatura esquelética dos atletas que competirão  As miofibrilas dos músculos estriados são consti-
nessas duas modalidades apresenta uma composição tuídas pelas proteínas miosina e actina, as quais
distinta de fibras. As fibras musculares do tipo I são organizam-se em filamentos. A contração ocorre
de contração lenta, possuem muita irrigação sanguí- quando os filamentos de actina deslizam sobre os
nea e muitas mitocôndrias. Ao contrário, as fibras do filamentos de miosina, diminuindo, assim, o com-
tipo II são de contração rápida, pouco irrigadas e com primento do miômero (ou sarcômero).
poucas mitocôndrias. As fibras do tipo I têm muita mio-  O processo de contração de um tecido muscular
globina, uma proteína transportadora de moléculas de estriado esquelético é voluntário (por exemplo,
gás oxigênio que confere a estas fibras coloração ver- movimento das pernas ao caminhar), processo,
melha escura, ao passo que as do tipo II têm pouca então, que não depende do sistema nervoso.
mioglobina, sendo mais claras. A imagem ilustra a dis- Soma:
posição das fibras musculares de cortes histológicos
transversais, vistas ao microscópio, da musculatura 22. UEPG-PR 2016 A contração muscular é um processo
dos atletas Carlos e João. Cada atleta compete em fisiológico de alto custo energético. Com relação aos
uma dessas duas modalidades. processos que fornecem energia para a contração
muscular, assinale o que for correto.
 As fibras musculares possuem moléculas de fos-
fato de creatina, ou fosfocreatina, uma substância
altamente energética presente nas fibras muscu-
lares em uma concentração cerca de  vezes
maior que o ATP.
 Durante um exercício, à medida que o estoque de
ATP vai sendo utilizado, a célula muscular transfere
fosfatos energéticos das moléculas de fosfocreati-
na para moléculas ADP, gerando mais ATP.
 As células musculares armazenam grande quanti-
dade de glicogênio, um polissacarídeo formado por
centenas de moléculas de glicose unidas entre si.
 O ácido lático produzido nos músculos é transpor-
tado pelo sangue até os rins, onde é totalmente
excretado com a urina.
 A fermentação lática ocorre nas fibras muscula-
res durante um exercício muscular muito intenso.
Nesse caso, após esgotarem-se as reservas
de gás oxigênio ligado à mioglobina, as fibras
musculares passam a produzir ATP por meio da
fermentação lática.
Soma:
(www.victoris.ugent.be)

Por que é possível armar que Carlos é o atleta que 23. UEM/PAS-PR 2014 (Adapt.) Os animais são formados
compete na maratona? Que metabolismo energético por conjuntos de células que transmitem sinais, tro-
predomina em suas bras musculares? cam substâncias entre si e exercem funções definidas,
Determine o metabolismo energético que predomina formando os tecidos. Sobre os tecidos que compõem
nas bras musculares de João e explique por que ele os animais, assinale o que for correto.
é mais suscetível à fadiga muscular quando submeti-  Os tecidos conjuntivos, como o tecido adiposo e
do ao exercício físico intenso e prolongado. os tecidos cartilaginoso e ósseo, são compostos
de células não aderidas imersas em uma substân-
21. UEPG-PR 2016 Existem três tipos de tecido muscular, cia extracelular.
os quais diferem entre si pelas características de suas  Os fibroblastos, células mais abundantes do teci-
células e pela localização no organismo. Consideran- do conjuntivo, produzem as substâncias da matriz
do o tecido muscular, assinale o que for correto. fundamental e são importantes na cicatrização.
 O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado  O sangue dos mamíferos é um tipo de tecido
apenas no coração. Suas células são longas, ra- conjuntivo constituído pelos eritrócitos e pelos
mificadas, com estrias transversais e contraem-se leucócitos, células nucleadas que contêm grande
de forma involuntária e ritmada. quantidade de mitocôndrias.

246 BIOLOGIA Capítulo 13 Histologia animal


 A musculatura presente no estômago, nos intestinos hipertensão arterial, isquemia miocárdica, hipertrofia e
e nos pulmões apresenta a mesma estrutura dos te- distúrbio de ritmo, estão ligadas a alterações no trans-
cidos musculares cardíaco e esquelético. porte de cálcio.
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/1999/03/01/dentro-do-
coracao/. Acesso em: 11 out. 2017 (Adapt.).
24. UEM-PR 2013 Na multicelularidade, as células se asso-
ciam para formar conjuntos altamente especializados. Com base nos conhecimentos sobre o íon cálcio no
Sobre esse assunto, assinale o que for correto. organismo, é correto armar que
 Nos organismos multicelulares, as diversas célu- a) ele é responsável pela contração do músculo
las sofrem diferenciação, originando grupos de cardíaco porque promove os deslizamentos dos
células com forma e com função semelhantes, miofilamentos delgados de miosina sobre os mio-
sendo chamados de órgãos. filamentos espessos de actina.
 Glândulas exócrinas são conjuntos de células mus- b) a ocorrência do relaxamento da célula muscular
culares especializadas em secretar hormônios cardíaca depende do gasto energético para a
diretamente no sangue. remoção do cálcio e devolução ao interior do retí-
 O tecido ósseo denso possui osteoblastos que culo endoplasmático rugoso.
geram material intercelular composto de quitina c) ele atua na contração dos miócitos, na coagulação
mineralizada. sanguínea e na transmissão do impulso nervoso.
 A reposição periódica de hemácias do tecido d) se houver uma redução da concentração de pa-
sanguíneo de mamíferos deve-se a células indife- ratormônio, também ocorrerá um aumento na
renciadas presentes na medula óssea. concentração do cálcio na circulação sanguínea,
 O tecido muscular liso apresenta células fusifor- e doenças que levam à insuficiência cardíaca tor-
mes, com um núcleo central, de contração lenta e nam-se menos prováveis.
involuntária. e) o transporte dele em miócitos ventriculares de
ratos, durante o desenvolvimento pós-natal, en-
Soma: volve a sua passagem pelo tonoplasto.

25. UEPG-PR 2012 Por ocasião das Olimpíadas sempre 27. FMJ-SP 2021 Os músculos estriados esqueléticos
vem à tona a importância da prática de exercícios físi- estão relacionados ao andar dos seres humanos e
cos. Assim, assinale o que for correto com relação aos de outros animais terrestres, bem como ao nadar dos
tecidos musculares e processos de contração muscular. peixes e ao voar das aves e morcegos. Por causa dos
 As células musculares são chamadas de fibras movimentos do coração, o músculo estriado cardíaco
musculares (ou miócitos) e seus constituintes bombeia o sangue, que atinge várias regiões do corpo.
recebem denominações especiais. O seu cito- Outro grupo principal de músculos é o dos lisos, pre-
plasma recebe o nome de sarcoplasma, o retículo sentes nos intestinos, no útero, nos vasos sanguíneos
endoplasmático é chamado de retículo sarcoplas- e nos olhos, onde desempenham diferentes funções.
mático e a membrana plasmática é o sarcolema. a) Cite duas funções dos músculos intrínsecos (inter-
 Quando se move contrai-se um tipo de músculo nos), presentes nos olhos, que possibilitam a visão.
que se prende aos nossos ossos: músculo es- b) Os músculos estriados possuem fibras muscu-
triado esquelético – formado por longas células lares com muitas moléculas de mioglobina e
cilíndricas e plurinucleadas. com retículo sarcoplasmático desenvolvido (ou
 O processo de contração muscular deve-se ao en- retículo endoplasmático agranular). Explique a im-
curtamento de miofibrilas compostas de dois tipos portância dessas características encontradas no
de açúcares: miosina e actina. O deslizamento des- sarcoplasma das fibras musculares.
sas estruturas, umas sobre as outras, libera energia
suficiente para o processo de contração. 28. Cusc-SP 2017 Existe um tipo de músculo que atua prin-
 O tecido muscular estriado cardíaco possui células cipalmente no movimento e na sustentação do corpo
longas e mononucleadas, que se contraem volun- humano, outro tipo que auxilia no transporte de sangue
tariamente e de maneira lenta, fazendo com que o e um terceiro tipo de músculo, de controle involuntário,
FRENTE 3

coração bata de uma maneira constante e ritmada. que participa, por exemplo, do peristaltismo.
Soma: a) Cite o tipo de músculo que participa do peristaltis-
mo. Cite uma característica morfológica da célula
26. USF-SP 2018 que forma esse músculo.
O estudo do transporte e regulação do íon cálcio no b) O coração é formado por um tipo de músculo
coração tem-se estendido e o projeto “Transporte de cálcio que, ao contrair-se, permite impulsionar o sangue
em miócitos ventriculares de ratos durante o desenvolvi- para o corpo. Quando corremos ou andamos, ou-
mento pós-natal” é um exemplo disso. tros músculos também auxiliam no deslocamento
Sendo um íon responsável pela contração do múscu- sanguíneo. Explique como o movimento dos mús-
lo cardíaco, há fortes indicações de que muitas doenças culos da perna sobre as veias auxilia no retorno
que levam a insuficiências nas funções do coração, como do sangue ao coração.

247
BNCC em foco

EM13CNT306 EM13CNT302

1. A perda de massa muscular é comum com a 3.


idade, porém, é na faixa dos 60 anos que ela se torna cli-
nicamente perceptível e suas consequências começam a
incomodar no dia a dia, quando simples atos de subir es- Pesquisa: uma em cada cinco crianças
cadas ou ir à padaria se tomam sacrifícios. Esse processo consome vegetais diariamente
tem nome: sarcopenia. Essa condição ocasiona a perda Um novo estudo, conduzido pela Vouchercloud.
da força e qualidade dos músculos e tem um impacto com, concluiu que apenas uma em cada cinco crianças
significante na saúde. consome vegetais todos os dias, e a maioria estaria subs-
tituindo alimentos saudáveis por comidas processadas.
A pesquisa contou com 1912 pais de crianças com 10
anos ou menos e também descobriu que uma criança
come, em média, apenas cinco diferentes tipos de refei-
ções por semana no Reino Unido. [...] Ainda, mais de
61% dos pais consideraram a dieta das crianças limita-
a) da, enquanto apenas 23% disseram ter tentado ampliar
b) as preferências dos filhos em relação à alimentação. “É
c) surpreendente a pequena quantidade de refeições que a
d) criança média consome no Reino Unido. Mas com tão
e) poucos pais tentando aumentar as opções nas dietas dos
filhos, entendemos o porquê”, disse Matthew Wood, da
EM13CNT104 Vochercloud.com. Estas descobertas alarmantes aconte-
2. cem após a revelação de que um terço das crianças do
ensino fundamental está com sobrepeso ou até mesmo
obesas. No ano passado, foi descoberto também que
adolescentes de apenas 14 anos estão se submetendo a
cirurgias para perda de peso, sendo que 45 já fizeram a
operação na Inglaterra, desde 2007.

a)

a) b)

b) c)

d)
c)

d)

e)
e)

BIOLOGIA Capítulo 13
Gabarito
Região vf cruzamentos, a relação é de dominân-
Frente 1 cia incompleta, ou seja, no par de alelos
 AGC  AGA
e que condiciona essa característica não
Capítulo 16  Segunda lei de  TCG   TCT  há alelo dominante nem recessivo.
Mendel 3. C b) Genótipo do animal puro (homozigoto)
sem chifres e pelos vermelhos: CCVV.
4. a) 50% aB e 50% Ab.
Revisando Genótipo do animal puro (homozigoto)
b) Devido ao fenômeno da segrega- com chifres e pelos brancos: ccBB.
1. A segunda lei de Mendel, também chama- ção independente, serão formados
da de lei da segregação independente, c) A descendência seria de 100% de ani-
espermatozoides com os seguintes
relaciona-se com o fato de que dois ou mais CcVB, isto é, sem chifres e com
genótipos:
mais pares de alelos situados em pares pelos mesclados.
AB – 25%, Ab – 25%, aB – 25% e ab
diferentes de cromossomos homólogos – 25%. d) Em F2, são produzidas seis classes fe-
separam-se independentemente na forma- notípicas: bois sem chifres e vermelhos
ção dos gametas. 5. Soma: 02 + 04 + 08 = 14
(3 C_VV); sem chifres e malhados
2. Considerando pares de alelos que estão 6. Soma: 02 + 04 + 08 + 16 = 30 (6 C_VB); sem chifres e brancos (3 C_BB);
em pares de cromossomos homólogos 7. a) Alelos: A (longo), a (curto) com chifres e vermelhos (1 ccVV); com
diferentes, os gametas são formados sem B (redondo), b (oval) chifres e malhados (2 ccVB); e com chi-
vinculação obrigatória de alelos domi- Cruzando as linhagens homozigotas, fres e brancos (1 ccBB).
nantes ou de alelos recessivos de genes obtém-se a F1, que, intercruzada, pro-
diferentes. Genes que conferem carac- duzirá, na F2, plantas com caule curto CV CB cV cB
terísticas distintas separam-se de modo e frutos ovais: CV
totalmente independente. Cruzamentos: CB
3. A determinação de gametas de di-híbridos é P: AAbb × aaBB
| cV
possível com o emprego de dicotomias ou
bifurcações em pares de alelos da célula pa- F1: AaBb × AaBb cB
rental que estiverem em heterozigose. |
F2: 9 A_B_ : 3 A_bb : 3 aaB_ : 1 aabb 3. C
4. Considerando a fórmula 2n, onde n é o nú-
mero de pares de alelos em heterozigose b) A proporção esperada de plantas com
no genótipo, o indivíduo AABbccDd pode 1
caule curto e frutos ovais (aabb) é de .
formar 22 = 4 tipos diferentes de gametas. 16 Capítulo 17  Interações
8. B 9. A 10. D
5. A fórmula que pode ser utilizada na de-
1 gênicas
terminação do número de encontros 11. ã 3%
32
gaméticos (N) é N = no de tipos de game- Revisando
12. a) Quando se obtêm descendentes fér-
tas masculinos 3 no de tipos de gametas
teis de um cruzamento, considera-se 1. Nos casos de interação gênica, a herança
femininos.
que são da mesma espécie. acontece com vários genes interagindo
6. a) Na F1, espera-se 100% de indivíduos entre si, influenciando determinada ca-
b) A primeira geração de espigas foi
heterozigotos e com as características racterística em pares de alelos que estão
produtiva e uniforme por terem as se-
dominantes, ou seja, com sementes situados em pares de cromossomos homó-
mentes homozigotas de linhagem pura.
amarelas e lisas. logos diferentes.
A geração seguinte é heterozigota e,
b) Na F2, espera-se a propor- portanto, os fenótipos e os genótipos 2. Na formação dos gametas com genes que
ção genotípica 9 V_R_ : 3 V_rr : são variados. interagem entre si também ocorre a segre-
3 vvR_ : 1 vvrr. Já a proporção fenotípica gação independente dos diferentes genes
13. E
9 – assim como na segunda lei de Mendel.
esperada é de sementes amarelas e
16 BNCC em foco
3 3. Na herança em que ocorre interação gênica
lisas, sementes amarelas e rugosas,
16 1. a) Sim. Como a surdez, nesse exemplo, simples, são observados dois pares de ale-
3 1
sementes verdes e lisas e semen- pode resultar da presença de dois alelos, los condicionando uma única característica;
16 16
localizados em dois genes diferentes, D sendo que cada par de alelos situa-se em
tes verdes e rugosas.
e E, trata-se de um caso de segregação um par de cromossomos homólogos. São
independente de fatores hereditários (se- observados, nesse caso, quatro fenótipos
Exercícios propostos
gunda lei de Mendel). diferentes, de acordo com as diferentes
1. B 5. C 9. B 13. E combinações entre os alelos, pois cada par
b) Sim, mas apenas se o homem for he-
2. D 6. B 10. E 14. C apresenta um alelo que atua como domi-
terozigoto para o gene E (ddEe), se a
nante (A ou B) em relação ao outro.
3. E 7. E 11. C 15. A mulher for heterozigota para o gene D
(Ddee), ou se ambos forem heterozigo- 4. Com o cruzamento de um casal de duplos-
4. B 8. C 12. D 16. D
tos para os respectivos genes. -heterozigotos (AaBb) com interação gênica
Exercícios complementares simples, a proporção genotípica dos des-
c) O genótipo do filho do casal com audi-
cendentes será: 9 A_B_ : 3 A_bb : 3 aaB_
ção normal só pode ser: DdEe.
1. C : 1 aabb.
2. a) No caso da característica presença
2. As plantas A e B são homozigóticas para 5. Epistasia é um tipo de interação gênica em
ou ausência de chifres, como se ob-
as regiões vc e vf; logo, cada uma delas que um par de alelos de um gene exerce
serva pelos bezerros nascidos dos
produzirá apenas um tipo de gameta em efeito inibidor sobre outro.
cruzamentos, trata-se de uma relação
relação a essas regiões. A planta resultan-
de dominância completa, ou seja, dos 6. A epistasia dominante é um tipo de epista-
te do cruzamento será necessariamente
dois alelos que as condicionam, um sia em que o alelo que inibe a expressão
heterozigótica.
é dominante (sem chifres) e o outro é de outro gene é dominante. O cruzamento
Região vc
recessivo (com chifres). No caso da cor entre duplos-heterozigotos (IiAa) na epista-
 GAA   TAA  da pelagem, conforme se observa pe- sia dominante terá uma descendência com
e las cores dos bezerros nascidos dos proporção observada de 12 : 3 : 1.
 CTT   ATT 

249
7. A epistasia recessiva é um tipo de epistasia d) Anfíbios. 9. a) Galo: RrEe; galinha: Rree.
em que o alelo inibidor é recessivo. O cru- e) Comportamento sexual e aviso de b) Os genes obedecem à segunda lei de
zamento entre duplos-heterozigotos (IiAa) perigo. Mendel em função das proporções ob-
na epistasia recessiva terá uma descendên- servadas na descendência.
13. a) aaBB e AAbb.
cia com proporção observada de 9 : 3 : 4.
b) 1/9 ou 11,11%. 10. A partir do enunciado, os genótipos pos-
8. A herança poligênica envolve vários ge- síveis são: A_bb (borboletas coloridas); ou
nes que resultam em um efeito cumulativo, c)
aabb, aaB_ e A_B_ (borboletas brancas). A
cada um contribuindo para a expressão de
fêmea tem genótipo aabb, o macho I tem
uma característica. O fenótipo é determina-
genótipo AAbb e o macho II, genótipo Aabb.
do pela quantidade de genes expressivos
O cruzamento entre heterozigotos
(aditivos) que o indivíduo possui. A frequên-
para os dois genes (AaBb 3 AaBb)
cia dos fenótipos na herança quantitativa
vai gerar a proporção típica da se-
apresenta um padrão de variação contínua. 3
14. A 15. C gunda lei de Mendel; portanto, dos
9. Algumas fórmulas lidam com o número de 16
16. a) O macho dourado é eeBb.
classes fenotípicas e com o número de descendentes terão asas coloridas
genes envolvidos na herança quantitativa; b) 50% eB; 50% eb. 3
(A_bb). Logo, 112 ⋅ = 21 descendentes de
entre elas: c) A fêmea preta é EeBb. 6
asas coloridas.
• Número de genes = número de classes d) A fêmea marrom é Eebb.
fenotípicas – 1 11. C 12. E
• Número de classes fenotípicas = 2 (núme- 17. E 18. D 13. a) AAbb (preto) 3 aaBB (albino) → AaBb
ro par de genes) + 1 19. a) Epistasia dominante. (aguti)
10. O cruzamento entre indivíduos de b) As plantas I e II apresentam, respectiva- b) Albinos: aaBB, aaBb e aabb. Explica-
fenótipos extremos produz apenas des- mente, os genótipos aaBb e AaBb. ção: epistasia recessiva.
cendentes de fenótipos intermediários, na 20. Soma: 08 + 16 = 24 1
proporção de 1 : 4 : 6 : 4 : 1. c) , ou 25%.
21. A proporção deverá ser de 3 de cor púrpura 4
para 1 de cor vermelha. 14. a) Os genótipos e fenótipos são: aabb, aaB_
Exercícios propostos branca, A_bb róseas e A _ B_ roxas.
22. B 23. D
1. C Genótipos das flores róseas: A_bb ou
Exercícios complementares Aabb.
2. A
b) As proporções genotípicas do cruza-
3. Soma: 02 + 08 = 10 1. E 2. B 3. B mento AaBb 3 aabb:
4. A 4. Os genótipos e fenótipos são: M_B_ pre- 25% AaBb (roxas); 25% Aabb (róseas);
5. E to, mmB_ marrom e _ _bb branco. 25% aaBb (brancas) e 25%aabb (bran-
6. a) Um gene pleiotrópico vai influenciar a) Cruzamento entre MMbb 3 mmBb: cas). E fenotípicas: 25% róseas e 50%
mais de uma característica de um MmBb = 50% filhotes de pelagem preta brancas.
fenótipo. Mmbb = 50% filhotes de pelagem bran- c) O cruzamento AaBb 3 AbBb vai gerar
ca 9
b) Esse padrão refere-se à herança quan- descendentes com fenótipos: (ro-
b) Cruzamento mmbb (fêmea) 3 MmBb 3 4 16
titativa em que ocorrem as frequências xas) : (róseas) : (brancas).
maiores nos fenótipos intermediários e (macho): 16 16
as menores nos fenótipos extremos. BNCC em foco
MB Mb mB mb
c) O cruzamento AaCc 3 AaCc resultará
mb 1. a) Trata-se de um caso de epistasia
em:
recessiva, já que o alelo e, em homo-
9 3 4 Com base no quadro, as chances são
aguti, preto e albino. zigose, impede a manifestação do par
16 16 16 de 25% mmBb (filhote marrom). de alelos B/b.
7. B 8. C 9. C
5. Trata-se de um caso de interação gênica do b) Uma vez que os pais são pretos e tive-
10. a) Pais: RrEe 3 RrEe
tipo epistasia recessiva. Assim, temos dois ram um filhote marrom (bbE_), pode-se
9 3 3 1 concluir que ambos são heterozigo-
Filhos: R_E_ : R_ee : rrE_ : pares de genes com segregação indepen-
16 16 16 16 tos para o par de alelos B/b. E, como
rree dente agindo da seguinte forma:
A – determina a produção de pigmento tiveram um filhote dourado (ou seja, ho-
3
P(R_ee) = preto. mozigoto para o alelo e), ambos devem
16
a – não determina a produção de pigmento. ser heterozigotos para o par de alelos
b) Pais: RRee 3 RrEe I – permite a expressão do gene A. E/e. Assim, a probabilidade de o filhote
Filhos: i – em homozigose inibe a expressão do dourado ser bbee (duplo-homozigoto
gene A. 1
recessivo) é de .
RE Re rE re O cruzamento seria indicado por: 4
Pais : AAii (albino) 3 aaII (albino) 2. a) Como a proporção foi de 9 : 3 : 3 : 1, po-
Re
F1: 100% AaIi (pretas) de-se afirmar que trata-se de pares de
Proporção genotípica: 1 : 1 : 1 : 1. alelos localizados em diferentes pares
6. V; V; V; V
Proporção fenotípica: 1 noz : 1 rosa. de cromossomos homólogos, ou seja,
7. B é uma herança que segue a segunda
11. A
8. a) 25% vermelho (AaBb) lei de Mendel.
12. a) D_C_: audição normal.
25% rosa (Aabb) b) A proporção obtida entre os descen-
D_cc, ddC_, ddcc: surdez profunda. 50% brancos (aaBb e aabb) dentes nos permite concluir que os pais
Sim, se os pais forem DDcc 3 ddCC. b) Indivíduos vermelhos serão: AABB ou eram duplo-heterozigotos.
b) DdCC 3 DdCC AaBB ou AABb ou AaBb. c) Nesse caso, trata-se de uma interação
9
DDCC? c) vermelhos (A_B_) gênica simples, já que dois pares de
16
1 1 1 alelos interagem na determinação de
3 5 3
4 4 16 rosa (A_bb) uma característica. A proporção feno-
16
c) Baixa variabilidade genética provocada, típica obtida entre os descendentes
provavelmente, por uma pequena popu- 4 3 1 permite eliminar a hipótese de ser um
brancos 16 aaBb e 16 aabb
lação e casamentos consanguíneos. 16 caso de epistasia.

250 BIOLOGIA Gabarito


3. a) Trata-se de um caso de herança quan- taxa de gametas recombinantes: c) Recombinação gênica (permutação gê-
titativa, ou poligênica. % de células que sofrem crossing-over nica ou crossing-over).
TR =
b) Pode-se usar a fórmula para obter o 2
d) B e G.
número de classes fenotípicas: Considerando que o máximo de células e) BG/BG MM
N = (2 ? 3) + 1 que pode sofrer permutação é 100%, a
maior taxa de gametas recombinantes 11. A 12. D
N=7
c) Planta de tamanho mínimo de cau- pode ser 50%.
Exercícios complementares
le: aabbcc; planta triplo heterozigota: 8. Mapas genéticos determinam a posição e a
AaBbCc. O maior caule possível obtido distância dos genes em um cromossomo. 1. C 2. B
desse cruzamento seria aquele com Eles permitem inferir sobre a probabilidade 3. a) A redução da ploidia na formação de
três alelos aditivos, isto é, originado do de um gene participar de um processo de gametas é importante para manter a
gameta ABC. Calculando-se o efeito de permutação: genes com maior distância entre constância do número de cromosso-
cada alelo aditivo: si apresentam mais pontos sujeitos à quebra, mos nas demais gerações. A redução
140 – 50 apresentando maior chance de ocorrência de da ploidia ocorrerá na anáfase I da
Calelo =
6 crossing-over. meiose.
Calelo = 15 cm 9. A convenção que relaciona a taxa de re- b) Os gametas formados com ligação gê-
Assim, uma planta com três alelos aditi- combinação e a distância entre os genes nica do tipo cis (AB/ab) são 50% para
vos terá 45 cm a mais do que o mínimo é a que considera que a distância entre AB e 50% ab. Já no caso de os genes
possível, ou seja, 95 cm. genes, medida em centimorgans, é igual estarem em diferentes pares de cro-
à taxa de recombinação: % de recombina- mossomos homólogos (segregação
ção = unidade de distância. independente), os gametas resultantes
serão AB, Ab, aB e ab, com proporção
Capítulo 18  Linkage e Exercícios propostos de 25% cada.
mapas gênicos 1. a) Os gametas recombinantes apresentam 4. B 6. A 8. B 10. B
crossing-over, por isso os gametas que 5. C 7. E 9. B
Revisando essa planta vai produzir são Ab e aB.
11. a) Ligação fatorial incompleta, com fre-
1. Genes em linkage estão ligados, juntos em b) A porcentagem de gametas recombi- quência de permutação igual a 10%.
um mesmo cromossomo. A herança com nantes produzidos por essa planta é
15%, proporcional à distância relativa b) AB/ab = 45%
ligação fatorial analisa dois ou mais pares
de alelos, situados em um mesmo par de entre os genes ligados. O cruzamento c) Ab/ab = 5%
cromossomos homólogos. dessa planta com uma planta duplo-ho- 12. a) A sequência, a partir do gene A, é
mozigótica vai gerar 75 descendentes ACBD ou DBCA.
2. Os gametas formados com genes que
de 1 000 com genótipos Ab/ab para fru-
estão em linkage terão o mesmo par de b) A frequência de permutação indica a
tos vermelhos com flores brancas.
genes separado com os cromossomos. Os distância dos genes no cromossomo:
genes que estavam em um dos homólogos 2. O caso 2, que ocorre quando os dois quanto maior a distância entre os genes
irão para uma célula, e seus outros ale- locus estão no mesmo cromossomo, com maior a frequência de permutação. O fato
los irão, no outro homólogo, para a outra. permuta gênica entre eles. A proporção de não ter ocorrido permutação entre os
Como exemplo pode ser citada a formação fenotípica 9 : 3 : 3 : 1 (caso 1) só ocorre genes A e C indica que eles devem estar
de gametas de um heterozigoto para A e quando os dois locus estão em cromosso- muito próximos.
homozigoto recessivo para B, que formará mos diferentes.
13. a) Durante a fase de paquíteno (em pró-
gametas de dois tipos: Ab e ab, sendo A 3. A fase I), ocorre o crossing-over. Na fase
e b ligados. observada por Lowell Fitz Randolph,
4. a) As frequências observadas nos des-
3. Duplos-heterozigotos com herança fa- cendentes das situações A e B ocor- o fenômeno de crossing-over já ocor-
torial podem gerar diferentes tipos de rem devido à permutação entre os reu, pois a metáfase I é posterior à
gameta, dependendo se são cis ou trans. cromossomos. fase de prófase I. O crossing-over é
Heterozigoto cis forma gametas AB e ab, e um importante mecanismo de aumento
b) A taxa de permuta é de 36,5% e a po-
heterozigoto trans gera gametas Ab e aB. de variabilidade genética em células
sição é trans.
4. Crossing-over, também chamado de permu- gaméticas, pois permite a troca de ale-
tação ou recombinação, é um processo que c) Os gametas parentais são PL = 45,2% los entre cromossomos homólogos.
pode ocorrer durante a meiose, no qual há e pl = 45,1%. Os gametas recombinan-
b) A frequência de células recombinantes
troca de alelos de determinados genes en- tes são Pl = 4,8% e pL = 4,9%.
da geração F1 é igual à distância entre
tre dois cromossomos homólogos. 5. A os genes. Analisando os dados da ta-
5. O crossing-over gera novas possibili- 6. Soma: 01 + 02 = 03 bela, observa-se que ocorre menor taxa
dades de conformação dos gametas, o de recombinação entre os genes F e G
7. A 8. C
que garante maior variabilidade genética (2,5% +2,5% = 5%), o que significa que
da prole e, em consequência, da espé- 9. a) 25 UR esses genes estão a uma distância de 5
cie. Maior variabilidade pode resultar em M N O UR. Já entre os genes G e H há uma taxa
maior probabilidade de sobrevivência da de recombinação de 15% (7,5% + 7,5%), o
população diante de mudanças nas con- 15 UR 10 UR que indica que eles estão a uma distân-
dições ambientais. b) O gene P não permutou com M por- cia de 15 UR. Pela segunda lei e Mendel,
que, provavelmente, localiza-se muito a separação de genes localizados em
6. O crossing-over envolve o tracionamento
próximo a ele, à sua direita ou à sua es- cromossomos diferentes, que ocorre
dos cromossomos homólogos por filamen-
querda. Quanto maior a distância entre durante a meiose, ocorre de maneira
tos proteicos, quebras nas cromátides em
dois genes, maior será a probabilidade independente, e as frequências fenotípi-
pontos correspondentes e troca de pe-
de ocorrer permuta entre eles. Entre cas esperadas para a geração F1 seriam
daços entre cromátides homólogas. Esse
genes muito próximos, a probabilidade de 12,5% para cada fenótipo.
processo normalmente ocorre na prófase I
da meiose. de ocorrer permuta é menor. 14. Soma: 02 + 04 = 06
7. A porcentagem de gametas recombinan- 10. a) Pais: BG/BG MM × bg/bg mm
F1: Bg/Bg Mm BNCC em foco
tes pode ser calculada de acordo com a
quantidade de células que sofrem permu- b) Pais: Bb/Gg Mm × bg/bg mm 1. Quando se considera que os genes estão
tação, a partir da fórmula que fornece a P(filho Mm) = 50% em cromossomos diferentes, espera-se a

251
produção de quatro tipos de gameta: PV, 8. Soma: 02 + 04 + 08 = 14 forma de um pequeno grânulo ade-
Pv, pV, pv. Se estiverem no mesmo cromos- 9. Soma: 01 + 02 = 03 rido ao envoltório nuclear durante a
somo, espera-se a produção de dois tipos fase G1 interfase, quando é mais fácil
10. A cromatina sexual corresponde a um cro- visualizá-la.
de gameta apenas: PV e pv (sem conside-
rar a ocorrência de crossing-over). mossomo X que se condensa durante a
interfase e fica inativo, o que só ocorre em b) A quantidade de proteínas seria se-
2. Há muito mais genes do que pares de cro- indivíduos que possuem pelo menos dois melhante nas células dos homens e
mossomos, e não seria possível que todos cromossomos X (caso da mulher na espécie das mulheres devido à inativação de
os genes da mosca estivessem em cro- humana). Em um organismo, a distribuição um dos cromossomos sexuais X na
mossomos diferentes. Assim, faz sentido das células com X materno ativado (X1) ou mulher, igualando a quantidade de
pensar que um único cromossomo aloje genes nos dois sexos. Assim, homens
com X paterno ativado (X2) apresenta a
muitos genes. E isso é válido também para e mulheres apresentam apenas um
forma de um mosaico, resultando na mani-
outras espécies de seres vivos, incluindo cromossomo X ativo.
festação de dois fenótipos em um mesmo
os seres humanos. indivíduo. 14. E 16. A 18. D
3. a) Os resultados estão de acordo com a 15. B 17. D 19. B
hipótese de que os genes que condicio- Exercícios propostos
20. a) Os processos que levam à síntese
nam as duas características estão em dois
1. C 2. D da proteína GFP a partir do gene da
loci de um mesmo cromossomo, como in-
3. Soma: 02 medusa são a transcrição (produção
dicam as porcentagens de moscas com
de RNAm com base na sequência de
fenótipos parentais (41% de moscas de 4. A 5. B bases nitrogenadas do gene presente
corpo cinza e asas normais e 41% de mos-
6. a) O consultante não transmitirá a doença na fita ativa do DNA) e a tradução (pro-
cas de corpo preto e asas vestigiais). Os
a seus filhos e filhas. dução de proteínas a partir da junção
fenótipos não parentais (9% de moscas
b) Filhas – 100% dos aminoácidos correspondentes às
de corpo preto e asas normais e 9% de
Filhos – 0% trincas de bases do RNAm).
moscas de corpo cinza e asas vestigiais)
indicam a ocorrência de permutação 7. C b) Sim, porque o gene da proteína GFP
(crossing-over) entre os cromossomos está presente em todas as células dos
8. V; F; V; F; V
homólogos na formação dos gametas. gatos transgênicos, já que foi introdu-
9. C zido nos ovócitos que deram origem a
b) A taxa de recombinação é de 18%
10. a) A mulher é portadora do gene, mas não esses animais. Dessa forma, a caracte-
(9% + 9%); portanto, a distância entre
apresenta a condição, ou seja, seu ge- rística é transmitida para as gerações
os genes é de 18 centimorgans.
nótipo é XDXd. O homem tem genótipo seguintes a partir da formação de
c) Se a taxa de recombinação entre R e XDY, pois tem visão normal e é portador novos gametas nesses indivíduos
P é de 6%, então a distância entre eles do gene, herdado de sua mãe. As chan- modificados.
é de 6 centimorgans. Sabendo que a ces desse casal de ter uma criança com 21. B
distância entre V e P é igual a 18 centi- a doença são de 25%, de acordo com o
morgans, a posição ocupada pelos três cruzamento abaixo: BNCC em foco
genes no cromossomo II só pode ser:
XD
Y 1. a) A febre é caracterizada pela ele-
Cromossomo II
vação excessiva da temperatura
XD corporal. Nessas pessoas, as febres,
P 6 R 12 V Xd que ocorrem sem motivo aparente, são
consequência do menor número de
b) A síndrome de Klinefelter é uma con- glândulas sudoríferas na pele. A prin-
18 centimorgans
dição resultante da presença de três cipal função das glândulas sudoríferas
cromossomos sexuais, dois X e um Y. é a regulação da temperatura corporal
Durante a produção dos gametas femi- por meio do suor, que, ao ser elimina-
Capítulo 19  Genoma ninos (genótipo da mãe XDXd), pode ter do, retira parte do calor corporal gerado
ocorrido a não disjunção das cromáti- pelo metabolismo.
humano e cromossomos des-irmãs do cromossomo Xd durante
b) Observa-se no heredograma que as
sexuais a anáfase II, levando o óvulo a apre- mulheres são apenas portadoras do ale-
sentar dois cromossomos Xd. Com a lo recessivo e que os homens, quando
Revisando fecundação desse óvulo, a criança com filhos de mães portadoras, são obri-
genótipo XdXdY apresentaria síndrome gatoriamente afetados. Já os filhos de
1. Os cromossomos sexuais são denomina- de Klinefelter e deuteranomalia. homens afetados não são afetados, mas
dos alossomos e são os cromossomos X e
11. D 13. B 15. C as filhas desses homens são sempre
Y. Os cromossomos não sexuais são deno-
12. C 14. C 16. D portadoras do alelo recessivo. Ou seja,
minados autossômicos.
trata-se de herança recessiva ligada ao
2. A fórmula cromossômica da mulher é 17. Soma: 02 + 16 = 18
cromossomo X, que se caracteriza pela
46 = 44A + XX; o gameta feminino tem fór- ausência de transmissão de pai afetado
mula 23 = 22A + X. Exercícios complementares
para filhos (descendente do sexo mas-
3. A fórmula cromossômica do homem é 1. D 3. A 5. D culino, que recebe apenas o Y do pai),
46 = 44A + XY; os gametas masculinos po- 2. E 4. D mas transmissão obrigatória para filhas
dem ser 23 = 22A + X ou 23 = 22A + Y. (descendentes do sexo feminino, que
6. Soma: 02 + 04 + 08 + 16 = 30 sempre recebem o cromossomo X com
4. O sexo homogamético é o feminino, pois ele
produz um único tipo de gameta: 23 = 22A + X. 7. B 8. A o alelo recessivo).
O sexo heterogamético é o masculino, 9. a) Porque a doença é causada por genes 2. a) A hemofilia do tipo A corresponde
pois gera dois tipos de gametas: 23 = localizados no cromossomo X, que o à incapacidade genética de produ-
= 22A + X ou 23 = 22A + Y. filho (homem) herda da mãe. zir o fator VIII, necessário à síntese
5. O macho é haploide e a fêmea é diploide. b) Se fosse dominante, a mãe seria porta- de protrombina; isso impossibilita a
dora da doença. Portanto, é recessivo. produção da rede de filamentos de
6. B fibrina e a formação do coágulo. Os
7. É a herança determinada por genes situados 10. D 11. B 12. A coágulos são importantes porque, em
em cromossomos autossômicos e que se ex- 13. a) Essa cromatina corresponde ao cro- situações de rompimentos de vasos
pressam em apenas um dos sexos. mossomo X. Ela se apresenta na sanguíneos, formam uma espécie de

252 BIOLOGIA Gabarito


tampão local, que impede a perda ex- em um processo conhecido como especia- em uma cadeia polipeptídica menor e
cessiva de sangue. ção simpátrica, que ocorre sem isolamento interferindo na estrutura e função da
b) A hemofilia é uma doença genética geográfico. proteína.
ligada ao sexo, causada por um alelo 7. Porque essas substâncias impedem a for- 12. A
recessivo localizado no cromossomos mação do fuso meiótico. 13. Soma: 01 + 08 + 16 = 25
sexual X (Xh); o alelo que condiciona a 8. Aneuploidias são alterações relacionadas
coagulação normal do sangue é domi- 14. D 15. E
ao acréscimo ou à diminuição do número
nante (XH). Para que o homem, que só de cromossomos. Sua principal causa é a 16. a) Figura A – Anáfase I de meiose, em
tem um cromossomo X, seja hemofílico, formação de gametas gerados a partir de que se observa a disjunção dos cro-
basta a presença de um alelo recessivo meiose em que não ocorre disjunção de mossomos homólogos.
(genótipo XhY, caso de hemizigose). A cromátides. Figura B – Anáfase II, com disjunção de
ausência do alelo dominante impede a cromátides.
9. Monossomias são aneuploidias em que
produção do fator de coagulação. b) Na figura B, não ocorreu a separação
ocorre a falta de um cromossomo (2n – 1).
c) Para que um menino nasça com É o caso da síndrome de Turner, cujas das cromátides-irmãs em um dos cro-
hemofilia, deve receber o alelo re- pessoas portadoras têm fórmula cromos- mossomos indicados. Esse fato leva à
cessivo da mãe (que, em geral, é sômica 45 = 44 + X0. formação de aneuploidias, ou seja, cé-
heterozigota – XHXh), já que recebeu lulas haploides com um cromossomo
10. Trissomias são aneuploidias em que há um
do pai o cromossomo Y. Assim, mesmo a mais (n + 1) e com um cromossomo a
cromossomo adicional (2n + 1). Os princi-
que o pai seja hemofílico, a condição menos (n – 1).
pais exemplos são:
do filho do sexo masculino sempre será c) Síndrome de Down (2A, XX + 21 ou 2A,
herdada da mãe. • Triplo X: 47 = 44A + XXX.
XY + 21) e síndrome de Turner (2A, X0).
3. O heredograma 3 representa corretamente • Duplo Y: 47 = 44A + XYY.
17. C
o tipo de herança do daltonismo clássico, • Síndrome de Klinefelter: 47 = 44A + XXY.
um caso de herança recessiva ligada ao 18. Depois de algumas divisões do zigoto, ape-
• Síndrome de Down: é a trissomia do nas um cromossomo X continua ativo; os
cromossomo X, que se caracteriza pela
cromossomo 21. demais são inativados, formando a cromatina
ausência de transmissão de pai para filhos
(descendente do sexo masculino, que re- sexual, ou corpúsculo de Barr. Assim, mesmo
Exercícios propostos que uma mulher possua três cromossomos
cebe apenas o Y do pai), mas transmissão
obrigatória para filhas (descendentes do 1. B 2. C 3. E 4. A X (trissomia do X), apenas um continua ativo,
sexo feminino, que sempre recebem o cro- impedindo a manifestação de características
5. a) As duas mutações cromossômicas que
mossomo X com o alelo recessivo). negativas.
resultam nesse diagnóstico são: numé-
rica, do tipo aneuploidia (trissomia do BNCC em foco
21), e estrutural, do tipo translocação.
Capítulo 20  Mutações b) Durante a produção de gametas, os 1. a) O texto fala de uma mutação gênica
do tipo deleção, pois o alelo mutante
gênicas e cromossômicas cromossomos não se separam de for-
perdeu parte das bases nitrogenadas
ma adequada, ou seja, ocorre a não
Revisando disjunção de cromossomos. (deleção de 32 pares de bases). Em
geral, genes são responsáveis pela co-
1. As mutações são modificações que ocor- 6. D 7. E
dificação de proteínas, e a alteração em
rem no material genético. Ocorrem em 8. 48 cromossomos. um alelo impede a síntese da proteína
determinado gene (mutação gênica) ou cro- 9. A 11. B 13. A correta.
mossomo (mutações cromossômicas).
10. A 12. C 14. C b) Uma mutação pode ser prejudicial por-
2. Mutação gênica consiste na alteração da que, em geral, impede ou prejudica a
sequência de bases nitrogenadas do DNA Exercícios complementares produção de proteínas fundamentais
de um gene. Os tipos de mutações gênicas para o funcionamento do organismo. Em
são: deleção (retirada de um nucleotídeo 1. B 4. B 7. E 10. E
alguns casos, porém, podem ser bené-
da cadeia do DNA), inserção (acréscimo de 2. B 5. B 8. A ficas, como a mutação citada no texto.
um nucleotídeo à cadeia de DNA) e subs- 3. C 6. B 9. C Pessoas cujo DNA apresenta mutação
tituição (transformação química de uma no gene responsável pela codificação
11. a) A insuficiência na atividade do pâncreas
base nitrogenada em outra base ou erro da proteína CCR5 produzem uma pro-
pode levar ao desequilíbrio da glicemia
na inclusão de uma base durante a repli- teína que não é reconhecida pelo HIV;
(concentração de glicose sanguínea)
cação do DNA). por isso, são menos suscetíveis à infec-
devido à menor produção e liberação
3. Uma mutação ocorrida na pele de uma ção pelo vírus.
dos hormônios insulina e glucagon.
pessoa não será transmitida aos seus des- c) Antes do transplante de medula ós-
b) Pelo heredograma apresentado, é pro-
cendentes. Mutações transmissíveis são sea, o indivíduo passa pela eliminação
vável que a hemocromatose juvenil
aquelas que acontecem nas células pro- de todas as suas células sanguíneas.
tenha herança autossômica recessiva,
dutoras de gametas; um gameta com gene Ao receber a medula nova, começa a
já que indivíduos com fenótipo normal
mutante pode participar da fecundação, produzir novas células sanguíneas com
(casal III.2 e III.3) apresentam uma filha
gerando um zigoto, que se desenvolve em base no genótipo do doador. Assim, é
afetada (IV.2).
um indivíduo com todas as células portado- esperado que os linfócitos T do recep-
ras do gene mutante. c) Substituição por: tor também apresentem a mutação no
1) Valina: substituição da segunda alelo correspondente à síntese da pro-
4. Mutações podem elevar a variabilidade
base guanina do códon 320 por teína CCR5.
genética, aumentando a probabilidade de so-
uracila.
brevivência do indivíduo em que ocorre. 2. a) Seria o cromossomo 21. Resposta pes-
2) Alanina: substituição da segunda
5. As mutações cromossômicas podem ser base guanina do códon 320 por soal.
estruturais (alteram segmentos de cromos- citosina. b) A síndrome de Down é caracterizada
somos) ou numéricas (alteram a quantidade 3) Códon de parada: substituição da como uma mutação genética do tipo
de cromossomos). primeira base guanina do códon aneuploidia – alteração que ocorre
6. Os tipos de poliploidia são a triploidia (3n), 320 por uracila. pelo acréscimo ou redução do núme-
a tetraploidia (4n) e a hexaploidia (6n). A im- Um códon de parada prematuro no ro padrão de cromossomos de uma
portância evolutiva da poliploidia reside no RNAm interrompe o processo de sín- espécie. Neste caso, trata-se do acrés-
fato de que ela pode gerar novas espécies, tese proteica (tradução), resultando cimo de um cromossomo no par de

253
autossomos 21, resultando na trissomia 3. a) Nas duas populações, a frequência Exercícios complementares
do cromossomo 21. As aneuploidias se dos alelos é igual, sendo 55% para A
originam mais comumente pela não e 45% para a. 1. B 2. D 3. C 4. A
disjunção das cromátides na meiose II, 5. f(A) = 40%
b) A população 1 apresenta 160 ho-
levando à formação de gametas com f(a) = 60%
mozigotos, e a população 2
um cromossomo a mais (n + 1) ou um 6. D 8. C 10. C
apresenta 70 homozigotos. O cál-
cromossomo a menos (n – 1). Quando
culo que determina esses valores é: 7. B 9. D 11. D
um gameta n + 1 fecunda um gameta n,
População 1: 90 (AA) + 70 (aa) = 160 ho- 12. Europeus do norte:
o embrião formado será 2n + 1, ou seja,
mozigotos
portador de trissomia.
População 2: 45 (AA) + 25 (aa) = 70 ho- 0,48
3. a) As três síndromes citadas são mutações M = 0,16 + = 0,40
mozigotos 2
do tipo aneuploidia por acréscimo de um
cromossomo. A síndrome de Down cor- 4. B Europeus do sul:
responde à trissomia do cromossomo 5. O gráfico mostra que a frequência do 0,48
21; a síndrome de Edwards correspon- gene A é p = 0,60. Como p + q = 1, temos M = 0,36 + = 0,60
2
de à trissomia do cromossomo 18; e a que a frequência do gene a é q = 0,40.
síndrome de Patau corresponde à tris- A população da Europa, como um todo,
Portanto, de acordo com o teorema de
somia do cromossomo 13. não está em equilíbrio de Hardy-Weinberg.
Hardy-Weinberg, a frequência de AA é
Se os casamentos fossem ao acaso, a fre-
b) De acordo com o gráfico, com o aumento p 2 = 0,36, a frequência de Aa é 2pq =
quência dos genes seria igual em todas as
da idade materna, há também aumento 0,48, e a frequência de aa éq 2 = 0,16.
populações.
na frequência de fetos e de crianças com 6. D
síndrome de Down. Ou seja, os dados 13. Para cada 100 indivíduos, havia 200 alelos,
7. No total de alelos na população = 12 258
indicam que quanto maior a idade da dos quais 120 (2 × 50 + 20) eram o recessivo
(cada pessoa tem dois alelos) 120
gestante, maior a probabilidade de ser a. Assim, f(a) = = 0,6 ou 60%.
N° de alelos M = 6 613 200
gerada uma criança com essa trissomia.
N° de alelos N = 5 645 Na ilha menor ocorreu o nascimento de
6 613
a) Frequência do alelo M = = 0,54 mais animais com pelagem clara devido ao
12 258
Capítulo 21  Genética 5 645
cruzamento dos heterozigotos. Com o pas-
Frequência do alelo N = = 0,46 sar do tempo, a seleção natural agiu sobre
de populações 12 258 os roedores da ilha menor, levando ao iso-
Revisando b) A população está em equilíbrio porque lamento reprodutivo destes em relação aos
as frequências se aproximam da distri- roedores da ilha maior.
1. C buição binomial (p + q)2 = 1, sendo p a
14. E 15. D 16. C 17. B
2. Pool gênico corresponde ao total de alelos frequência do alelo M e q a frequência
de uma população. do alelo N. 18. Soma: 01 + 02 + 16 = 19
3. Para o equilíbrio de Hardy-Weinberg ocor- 8. Condições para que haja equilíbrio ge- BNCC em foco
rer, há algumas condições: a população nético:
deve ser grande e não devem ocorrer 1. C
• Cruzamentos ao acaso.
mutações, migração, seleção natural e se- 2. a) As condições para que exista equilíbrio
leção sexual. • Frequências gênica e genotípica constantes. de Hardy-Weinberg em uma popula-
4. A • Ausência de mutações. ção são: número relativamente grande
de integrantes, ausência de mutações,
5. População pan-mítica é aquela em que não • Ausência de seleção natural.
ausência de seleção natural, ausên-
há seleção sexual; correspondente a uma • Ausência de migrações. cia de seleção sexual e ausência de
população que apresenta cruzamentos migrações. No caso de populações
9. E 10. B 11. D 12. C
que ocorrem ao acaso. humanas, certamente essas condições
6. A seleção natural permite que os mais 13. a) A frequência de alelos da população é:
não são obedecidas.
adaptados sobrevivam e deixem mais des- 30 indivíduos com flores vermelhas
(AA) = 30 + 30 + 50 = 110 b) O aconselhamento genético é impor-
cendentes. Com o tempo, certos alelos
50 indivíduos com flores rosa tante nas situações citadas porque
passam a predominar na população ao lon-
(Aa) = 50 + 20 + 20 = 90 fornece informações acerca da possi-
go das gerações.
20 indivíduos com flores brancas bilidade de o casal ter descendentes
7. Evolução é a alteração do equilíbrio ge- com as doenças. Isso permite que os
(aa) = 20 + 20 = 110 + 90 = 200
nético de uma população ocasionada por casais possam optar por ter ou não ter
110
mecanismos como a seleção natural. f(A) = = 0,55 filhos e auxilia no planejamento familiar.
200
8. Deriva genética é a alteração do equilíbrio 90 3. D
genético de uma população ocasionada f(a) = = 0,45
200
pelo acaso. f(A) + f(a) = 1 Frente 2
9. E 10. C
b) Com base nos estudos de Hardy-Wein-
berg, as frequências alélicas se manterão Capítulo 18  Transporte e
Exercícios propostos
estáveis nas gerações seguintes se não
1. Soma: 02 + 04 + 16 + 32 = 54 houver seleção natural, deriva genética, sustentação em plantas
2. f(bb) = 16% mutação ou fluxo gênico. Revisando
q2 = 0,16, logo q = 0,16 = 0,4 ou 40%
c) A seleção natural age quando os alelos 1. As plantas possuem dois tipos de seiva, a
f(BB) = p = 1 – 0,4 = 0,6 ou 60%
de uma população tornam os espé- seiva inorgânica (ou bruta) e a seiva orgâni-
f(Bb) = 2pq = 0,48 ou 48%
cimes mais adaptados, alterando o ca (ou elaborada). Os tecidos responsáveis
O número de camundongos Bb é dado por:
equilíbrio genético de uma população. pela sua condução são o xilema e o floe-
0,48 x 200 = 96.
Caso o alelo diminua a sobrevivência ma, respectivamente.
Para uma população permanecer em
dos indivíduos de determinada popula-
equilíbrio, ela precisa apresentar ausên- 2. A seiva inorgânica é composta de água e
cia de mutações, de seleção natural, de ção, a frequência alélica vai diminuir. Já de sais minerais, e a seiva orgânica é com-
seleção sexual e de migrações e precisa em uma situação contrária, ela tenderá posta principalmente de água e sacarose,
ainda apresentar um grande número de a aumentar. com quantidades menores de vitaminas,
indivíduos. 14. C aminoácidos e sais minerais.

254 BIOLOGIA Gabarito


3. Os tipos de célula que compõem os vasos de promover o deslocamento da água do tecido responsável pelo transporte da
lenhosos são os traqueídes e os elemen- xilema para as folhas. seiva inorgânica das raízes até as fo-
tos dos vasos lenhosos. 12. É uma condição em que a planta dispõe de lhas. Na situação apresentada em C,
4. Há dois tipos de células: os elementos do água no ambiente, mas não consegue utili- após algum tempo, a planta morrerá
tubo crivado, células vivas anucleadas res- zá-la. Isso ocorre quando a água circundante uma vez que a retirada de um anel da
ponsáveis pela condução da seiva em seu está em temperatura muito baixa ou o solo casca promove a remoção do floema,
interior, e as células companheiras, que tem grande salinidade ou excesso de água e interrompendo, assim, a passagem da
são nucleadas e realizam a produção de pouco oxigênio disponível. seiva elaborada para as raízes.
substâncias essenciais ao metabolismo do 13. A seiva orgânica é geralmente oriunda dos b) De acordo com a hipótese de Münch, a
elemento do tubo crivado, mantendo-o vivo. parênquimas clorofilianos e flui através do diferença de concentração entre as célu-
5. Esses tecidos são o xilema, o esclerênqui- floema, sendo distribuída para outras partes las do parênquima clorofiliano das folhas
do vegetal. O mecanismo de condução des- (local de produção) e as células da raiz
ma e o colênquima.
sa seiva é explicado pela teoria do fluxo sob (órgão de consumo e armazenamento)
6. A seiva inorgânica de uma planta é transpor- promove a absorção de água do xilema
pressão, que considera que a movimenta-
tada no sentido da raiz para as folhas. A seiva nas folhas por osmose; parte da água flui
ção de açúcares para o floema é causada
orgânica é transportada no sentido das folhas para o floema e junto arrasta moléculas
pela diferença de concentração entre as cé-
para a raiz, distribuindo nutrientes orgânicos de açúcar até a raiz.
lulas do parênquima clorofiliano das folhas
por toda a planta.
e das células da raiz. A maior concentração 7. E 8. E
7. A água e os nutrientes minerais são absor- de açúcares nas folhas promove a absor- 9. a) I – Vasos condutores
vidos do solo pela raiz. Nessa estrutura, a ção de água do xilema por osmose e parte II – Sementes
seiva passa através dos pelos absorventes, dessa água flui para o floema, arrastando III – Flores e frutos
do córtex, da endoderme, do periciclo e do moléculas de açúcar até a raiz. Os vasos condutores representados
xilema. Ela é então conduzida por esses va-
14. Pode-se citar a observação de pulgões se em I correspondem ao xilema e ao
sos até as folhas.
alimentando e o modelo do experimento floema. O xilema transporta a seiva
8. Os nutrientes minerais passam do solo aos de Münch. inorgânica enquanto o floema transpor-
vasos de xilema da raiz por dois processos: ta a seiva orgânica.
difusão e transporte ativo; já a água é ab- Exercícios propostos b) Dos dois núcleos espermáticos produ-
sorvida pela osmose.
1. D 2. B 3. B 4. E zidos pelo tubo polínico, um se funde
9. A subida de seiva inorgânica pelo xilema ao núcleo da oosfera, formando o zi-
5. a) Os pêssegos ficarão maiores e mais
depende de fatores como a capilaridade, goto que dará origem ao embrião. O
doces.
que envolve as forças de tensão super- outro núcleo espermático funde-se aos
ficial da água e o seu rompimento com a b) A retirada do floema interrompe a pas- dois núcleos polares da célula central
introdução de tubos capilares; a pressão po- sagem de seiva elaborada produzida do saco embrionário, originando uma
sitiva da raiz, pressão osmótica resultante da no ramo para as outras partes do vege- célula triploide que, após sucessivas
elevação da concentração salina do xilema tal. Consequentemente, o açúcar ficará mitoses, originará o endosperma que
da raiz, responsável pela absorção da água acumulado nos frutos localizados acima nutrirá o embrião.
presente no solo por osmose e pela subida do anel.
10. a) Ambos constituem o xilema: 1A corres-
da água pelo xilema em direção às folhas; 6. B 11. B ponde ao xilema não funcional (cerne),
e a sucção da copa, hipótese que conside- 7. A 12. Soma: 08 + 32 = 40 que dá resistência à madeira, enquanto
ra aspectos físico-químicos da água e das 1B corresponde ao xilema funcional (al-
estruturas condutoras de seiva, como a coe- 8. C 13. C
burno), que transporta a seiva inorgânica.
são, a adesão e a tensão. 9. C 14. A
b) O tecido responsável pela condução
10. Exsudação é a perda de água em uma re- 10. F; F; V; V 15. B de seiva orgânica, indicado na figura I
gião da planta que foi cortada. Sudação, 16. Característica 1 – As células xilemáticas pelo número 2, é o floema.
também chamada de gutação, é a perda apresentam parede celular rígida, impreg- c) O fenômeno apontado na seta da figura
de água pelas bordas da folha por meio nada com lignina, o que confere resistência II ocorre porque o anel de Malpighi re-
de hidatódios. Esses processos são resul- mecânica ao tecido, a fim de resistir à va- moveu o floema, assim, a seiva orgânica
tantes da elevação da pressão positiva da riação de pressão necessária ao transporte não pôde descer e, por isso, se acumula
raiz, que faz com que entre água em ex- de água das raízes até o topo de sua copa. na região acima do anel.
cesso no xilema. Característica 2 – O tecido xilemático é
composto de células mortas; assim, a au- d) A planta morrerá porque, com a reti-
11. O processo de coesão admite que o inte-
sência de conteúdo celular permite um fluxo rada do floema pelo anel de Malpighi,
rior dos vasos de xilema seja ocupado por
de água sem resistência. as raízes não poderão receber seiva
uma coluna contínua de água dentro da
orgânica e ficarão sem nutrientes.
planta devido ao fato de as moléculas de 17. E
água interagirem entre elas por ligações 11. B
de hidrogênio. Exercícios complementares
O processo de adesão admite que as
BNCC em foco
1. A 2. A 3. A
moléculas de água interajam com os com- 1. a) O orvalho resulta da condensação do
4. O tecido condutor responsável pela formação vapor atmosférico que ocorre nas bai-
ponentes da parede celular dos vasos
dos anéis de crescimento é o xilema ou lenho. xas temperaturas matinais. As gotas da
lenhosos.
Esse tecido é constituído de células mortas imagem foram produzidas pelo fenôme-
Já o processo de tensão trata da pres-
compostas, entre outras substâncias, pela no da gutação, a eliminação de água na
são no interior do xilema (menor do que
lignina – material responsável pela rigidez do forma líquida pelas folhas.
a pressão atmosférica), que promove o
tecido. Entre as funções do xilema, devem ser
movimento de seiva inorgânica para cima. b) A gutação é um fenômeno ocasional,
citadas: transporte de seiva inorgânica (água
É a chamada sucção da copa, movimento que ocorre quando a pressão positiva
e sais minerais) e sustentação da planta.
propiciado pelo consumo de água pelos da raiz se eleva muito e a planta preci-
ramos e folhas. A perda de água e a ele- 5. A sa eliminar água rapidamente. A água
vação de solutos são fatores que elevam a 6. a) Na figura A, o tecido representado é eliminada na forma líquida por meio
concentração de soluto nas células do pa- por (1) é o floema, que tem a função dos hidatódios, estruturas situadas nas
rênquima em relação à solução presente de conduzir a seiva orgânica das fo- pontas e bordas das folhas. Já a trans-
no xilema das nervuras das folhas; assim, lhas até os demais órgãos da planta. piração é a eliminação de água na
o aumento de pressão osmótica é capaz Em (2), é possível observar o xilema, forma de vapor, por meio dos estômatos

255
(quando abertos) e também da cutí- auxina é produzida por embriões de semen- crescimento das gemas laterais, inibem
cula, que ocorre de forma muito mais tes e pela gema apical ativa – é distribuída o crescimento das raízes e têm pouco
frequente nas plantas. de forma polarizada, pois o AIA produzido efeito sobre as células do caule. Altas
2. A capilaridade é o processo espontâneo na gema apical ativa do caule é transportado concentrações do hormônio estimulam
de subida de um líquido no interior dos em direção ao ápice da raiz. o crescimento caulinar, porém inibem o
vasos lenhosos, que constituem o xilema. 5. A citocinina estimula mitoses, contribuindo crescimento da raiz e das gemas late-
Por capilaridade, a água só é capaz de para o crescimento da planta e para o desen- rais do caule.
subir uns poucos centímetros. A pressão volvimento dos meristemas primários. Com 10. C 11. A 12. D
positiva da raiz está relacionada à absor- isso, há estímulo nas gemas apicais (cres-
ção da água do solo em consequência cimento longitudinal do caule), nas gemas Exercícios complementares
da pressão osmótica. Geralmente, a con- laterais (crescimento dos ramos) e dos meris- 1. a) O ovário da flor.
centração no interior do xilema é maior do temas da raiz, onde o hormônio é produzido.
que a concentração salina do solo. Assim, A conversão de gemas em flores, a de ová- b) À medida que as sementes se desen-
desenvolve-se uma pressão osmótica, cha- rios em frutos e o adiamento do processo de volvem no interior do ovário, produzem
mada de pressão de raiz, responsável pela envelhecimento (senescência) das folhas tam- auxinas e giberelinas, que estimulam o
absorção da água presente no solo. Quan- bém são ocasionados pela ação da citocinina. desenvolvimento e o amadurecimento
do a pressão de raiz se eleva, a água, além do fruto. Por isso, a aplicação desses
6. A giberelina é um hormônio responsá- hormônios em flores não polinizadas leva
de penetrar no xilema, é “empurrada” para
vel pelo crescimento da planta, por meio ao desenvolvimento do ovário, formando
cima, em direção às folhas.
da distensão celular. Está envolvido no frutos sem sementes.
3. a) A sacarose é produzida nas células do crescimento de raízes, de caules e suas
parênquima clorofiliano, nas folhas da ramificações, na germinação de sementes 2. E 3. A 4. D
planta, e é transportada ativamente des- e no desenvolvimento do fruto. 5. a) As gemas apicais produzem auxinas,
sas células (chamadas de fonte) para as que inibem o desenvolvimento das
7. A auxina estimula a distensão celular,
células companheiras; destas, passam gemas laterais, fenômeno chamado de
atuando, portanto, no crescimento do ve-
para os elementos de tubo crivado, dominância apical.
getal. Entre suas ações, podem ser citadas:
elevando a pressão osmótica nessas b) Auxinas.
a dominância apical, a formação de raízes
células. Ao mesmo tempo, as folhas es- 6. a) A poda desencadeia a quebra da dominân-
adventícias, a inibição da abscisão de fo-
tão transpirando, a raiz está absorvendo cia apical, efeito provocado pelas auxinas
lhas e de frutos e a formação de frutos
água e a seiva inorgânica está subindo produzidas na gema apical do caule sobre
partenocárpicos.
continuamente pelos vasos do xilema. as gemas laterais. Como consequência,
Como a pressão osmótica nas células 8. O ápice do caule é menos sensível, as ge-
os meristemas localizados nas laterais
do floema está elevada, parte da água mas laterais têm sensibilidade média e a
do caule (gemas laterais) dão origem a
do xilema flui para elas, por osmose, e extremidade da raiz é muito sensível.
novos ramos.
arrasta as moléculas de sacarose pelo 9. O hormônio que reduz a atividade meta-
floema em direção às células da raiz b) O fitormônio etileno promove a absci-
bólica de uma planta é o ácido abscísico
(chamada de dreno), onde a sacarose é são foliar e atua no amadurecimento
(ABA), produzido em parênquimas foliares,
descarregada e poderá ser consumida dos frutos.
no caule e no ápice da raiz. É um hormô-
ou armazenada como amido. nio importante, pois, em condições de 7. a) O hormônio é aplicado antes da fecun-
b) Para garantir que pelo menos alguns escassez de água, reduz a atividade me- dação, acelerando o desenvolvimento
frutos cresçam bem e fiquem doces o tabólica das células da folha e provoca o do ovário floral, que se transforma em
suficiente. Porque, se todas as flores fechamento dos estômatos, o que impede fruto antes da formação de sementes.
forem fecundadas e se desenvolverem a perda de água pela transpiração. Além b) Ácido abscísico. Inibe o transporte ativo
em frutos, nessa planta haverá muitos disso, o ABA presente nos frutos de algu- de K+, acarretando a diminuição da tur-
drenos, e as fontes serão muito exigi- mas espécies também atua como inibidor gescência das células-guarda e o con-
das, podendo ter sua capacidade de da germinação de sementes, ampliando o sequente fechamento dos estômatos.
produção ultrapassada. Quando o agri- tempo para sua dispersão. 8. B
cultor elimina algumas flores, garante 10. O hormônio de maturação é o etileno. Ele
que haverá menos drenos, que pode- 9. a) Os estômatos estão localizados na epi-
é responsável pelo processo de matura- derme foliar. Entre os fatores abióticos
rão se desenvolver melhor. ção de frutos, o que os torna mais atrativos que podem interferir nos movimen-
para animais dispersores, que promovem tos de abertura ou fechamento dos
diminuição da competição intraespecífica, estômatos, podem ser citados: tempe-
Capítulo 19  Hormônios contribuindo para a manutenção da espé- ratura, luminosidade, disponibilidade
vegetais cie da planta. O etileno também promove de água e a concentração de CO2.
a aceleração do processo de senescência
b) Para garantir a proteção contra agen-
Revisando (envelhecimento) das folhas, facilitando a
tes patógenos, ocorre o fechamento
abcisão foliar. Em algumas espécies, o eti-
1. O desenvolvimento das plantas pode ser estomático com o objetivo de evitar a
leno estimula a floração.
influenciado pela sua carga genética, pe- entrada desses agentes. Desse modo, o
las condições ambientais e também por Exercícios propostos ácido abscísico (ABA), hormônio respon-
hormônios. sável por esta ação, promove a redução
1. C 2. A da concentração de íons K+ no interior
2. O crescimento de uma planta ou de partes
3. Soma: 02 + 08 + 16 = 26 das células-guarda. A saída de K+ e de
dela pode ser verificado durante a germi-
água por osmose faz com que estas
nação da semente e no desenvolvimento 4. A
células fiquem flácidas e ocorra o fecha-
do caule, da raiz, dos ramos e do ovário, 5. Soma: 02 + 04 + 08 = 14 mento do ostíolo.
dando origem ao fruto.
6. D 7. A 8. B 10. A 12. D
3. Hormônios, como a citocina, a giberelina e
a auxina, são responsáveis pelos estímulos 9. a) Dominância apical. 11. V; F; V; V; V 13. B
de crescimento das plantas. b) Ácido indolacético (AIA).
BNCC em foco
4. A citocinina é produzida no meristema da ex- c) Pequenas concentrações de AIA esti-
tremidade da raiz e o hormônio é distribuído mulam o crescimento das raízes, mas 1. a) A mudança na coloração do fruto du-
pela planta por meio do xilema. A giberelina não produzem efeito sobre o cresci- rante o amadurecimento e o sabor
é produzida em gemas ativas e em semen- mento das gemas laterais ou do caule. agradável do fruto maduro o tornam
tes, atuando próximo ao local de produção. A Concentrações médias estimulam o um alimento interessante para diversos

256 BIOLOGIA Gabarito


animais, o que contribui com a disper- movimento irreversível, que envolve o cres- 10. O mecanismo de movimentação realizado
são das sementes e a manutenção das cimento de alguma estrutura e que depende pelas plantas carnívoras é o tigmonastismo,
espécies. de diferentes estímulos. Já o nastismo é movimento estimulado pelo contato com um
b) Os tomates mantidos no recipiente fecha- um movimento reversível que não envolve animal, que possibilita a sua captura.
do devem amadurecer mais rapidamente deslocamento e independe da origem dos 11. Fotoperíodo é a quantidade de horas diá-
do que aqueles que foram deixados ex- estímulos. rias de iluminação ao qual a planta está
postos ao ar. Isso acontece porque o 2. O quimiotactismo é o mecanismo de movi- exposta. De acordo com a sua variação,
etileno é um gás, o gás eteno (C2H4), e, mentação apresentado pelo anterozoide, que pode ser observada nas diferentes
quando produzido por frutos fechados pois seu deslocamento ocorre estimulado estações do ano, a resposta fisiológica dos
em um recipiente, não pode escapar por substâncias químicas liberadas pela organismos é diferente, fator que é chama-
para a atmosfera, assim, sua concen- oosfera. do de fotoperiodismo.
tração no ambiente tende a aumentar, 3. O fototactismo é um tipo de tactismo que 12. Nas diferentes estações são observadas alte-
acelerando a maturação dos frutos. depende de estímulos luminosos para rações nas horas diárias de iluminação, sendo
2. a) A planta de feijão cresceu em direção à acontecer. Como exemplo, pode ser citado que outono e inverno têm fotoperíodos curtos,
fonte de luz, em movimento orientado o deslocamento de certas algas unicelula- com dias curtos e noites longas, e primavera e
pelo estímulo luminoso, denominado res em direção à luz. verão têm fotoperíodos longos, com dias lon-
fototropismo. O principal hormônio ve- gos e noites curtas.
4. Os tipos de tropismo são: quimiotropismo,
getal envolvido nesse processo é a tigmotropismo, geotropismo e fototropismo. 13. O fotoperíodo crítico corresponde ao valor
auxina. Quando um dos lados da planta (em horas de iluminação) a partir do qual
é iluminado, a auxina desloca-se para 5. É um movimento irreversível, que envolve
determinada planta floresce.
o lado oposto, que cresce mais que o o crescimento de uma estrutura e é de-
sencadeado por estímulo químico. Como 14. As plantas podem ser classificadas de
lado iluminado. O crescimento despro-
exemplos, podem ser citados o crescimen- acordo com a resposta que elas têm a
porcional provoca a curvatura do caule,
to das raízes em busca de água e do tubo diferentes fotoperíodos, pois, em muitas
fazendo com que a planta de feijão
polínico até o óvulo. espécies, a floração é estimulada por fo-
cresça em direção à fonte de luz.
toperíodos específicos. A classificação
b) Como as sementes foram coloca- 6. Altas concentrações do hormônio esti-
utilizada nesses casos é:
das em condições ideais de luz, mulam o crescimento do caule e inibem o
crescimento na raiz, por isso a movimenta- • Plantas de dia longo (PDL): floração
temperatura e umidade, devem co-
ção por geotropismo pode ocorrer de duas estimulada na primavera ou no verão,
meçar absorvendo água do solo, o
formas: o geotropismo positivo, observado quando os dias são mais longos.
que estimulará a produção do hor-
mônio giberelina pelo embrião. O nas raízes que crescem no mesmo sentido • Plantas de dia curto (PDC): floração
aumento da concentração de gibere- da gravidade; e o geotropismo negativo, ob- estimulada no outono ou no inverno,
lina na semente aciona as células da servado no caule que tem crescimento em quando os dias são mais curtos.
camada periférica do endosperma, sentido contrário ao da gravidade. O foto- • Plantas indiferentes: produzem flores
denominada aleurona, para que libe- tropismo ocorre de acordo com o estímulo em qualquer época do ano, indepen-
rem α-amilase, enzima que provoca luminoso; a auxina se desloca no sentido dentemente do fotoperíodo.
a hidrólise do amido armazenado no contrário à presença de luz. Há duas formas
15. Fitocromos são pigmentos de natureza pro-
endosperma, disponibilizando carboi- de fototropismo: fototropismo positivo, ob-
teica, com coloração azulada e presentes
dratos mais simples que podem ser servado no caule que cresce em direção
em pequenas quantidades nas plantas. Eles
utilizados pelo embrião como fonte de à luz (a curvatura formada é determinada
são estimulados por luz vermelha e podem
energia para o seu desenvolvimento. pelo crescimento da parte não iluminada,
provocar alterações metabólicas que favore-
O resultado é a germinação da semen- pelo acúmulo de auxina); o fototropismo ne-
cem a formação de flores, de acordo com o
te e o crescimento da planta de feijão. gativo é observado na raiz que cresce na
tipo de planta.
direção oposta à luz (a curvatura formada
3. a) Na primeira fase, as citocininas, hormônios 16. O tempo que a planta fica exposta à es-
é determinada pelo maior crescimento da
responsáveis por estimular as divisões curidão é o estímulo para a sua floração,
parte iluminada).
mitóticas das células, e, em seguida, as o que determinou uma nova classificação
giberelinas e as auxinas, que promovem 7. É um movimento irreversível, que envolve
para as plantas: plantas de dia curto são
a elongação (ou expansão) celular. o crescimento de uma estrutura e é desen-
correspondentes às plantas de noite longa
cadeado por estímulos mecânicos. Como
b) O etileno é um hormônio que estimula (que precisam de longa exposição diária ao
exemplos, podem ser citadas as trepadeiras,
o amadurecimento de frutos em geral. escuro para florescer); já as plantas de dia
que têm seus caules estimulados pelo conta-
Observa-se no gráfico que, quando sua longo correspondem às plantas de noite
to com um suporte no qual se enrolam, e as
concentração se eleva, também sofrem curta (que precisam de curto período de
gavinhas, folhas modificadas que se enrolam
elevação as curvas correspondentes tempo expostas ao escuro para florescer).
em um suporte.
ao amolecimento do fruto e ao aumento 17. A continuidade dos períodos de escu-
da concentração de carotenoides. Ou 8. É um tipo de movimento reversível
ro influencia a indução ao florescimento,
seja, com o aumento da concentração realizado pelas plantas; não envolve des-
sendo que plantas de noite longa (PDC)
de etileno, o fruto torna-se progressi- locamentos e não depende da origem
dependem de longos períodos de escuro
vamente mais mole e cada vez mais do estímulo. O fotonastismo, um tipo de
para florescer. Caso estas plantas sejam
vermelho ( junto com o aumento da nastia, ocorre no processo de abertura e
expostas à iluminação, mesmo que por al-
concentração de carotenoides, ocorre fechamento dos estômatos, que envolve a
guns minutos, a floração será interrompida.
a degradação da clorofila). disponibilidade de água no solo e a pre-
Plantas de noite curta (PDL) não têm a flora-
sença de claridade (independentemente
ção interrompida, mesmo que o período de
do local de fonte). escuro seja interrompido com iluminação.
Capítulo 20  Movimentos 9. Os pulvinos são estruturas com teor variá-
vel de água, localizadas abaixo das folhas Exercícios propostos
vegetais e fotoperiodismo e que são responsáveis pela movimenta- 1. Soma: 01 + 02 = 03
ção destas. Quando suas células da parte
Revisando 2. Soma: 01 + 16 + 32 = 49
inferior ganham água (pela entrada de íons
1. As plantas apresentam como principais K+), ficam túrgidas e provocam a elevação 3. C 4. D 5. B
movimentos o tactismo, o tropismo e o das folhas; ao perder água, desencadeiam 6. a) A planta do experimento I é de dia cur-
nastismo. O tactismo corresponde ao o abaixamento delas. Essas estruturas to e apresenta fotoperíodo crítico de 14
deslocamento do organismo ou de algu- estão relacionadas aos movimentos cha- horas, ou seja, floresce quando recebe
ma de suas estruturas. O tropismo é um mados nictinastismo e tigmonastismo. luz abaixo de 14 horas por dia.

257
b) A interrupção do escuro interferiu na uniforme e a porção do talo que ficou 4. Os horizontes do solo são genericamente
floração. A proteína se chama fitocromo. sem auxina durante o dia pode crescer divididos em O, A, B e C. O horizonte O é a
7. O período de escuro é o que determina a também, provocando novo movimento do camada mais superficial e é formado predomi-
floração, já que sua interrupção determinou talo, que volta à posição inicial. nantemente por matéria orgânica que forma
a produção de flores. Na verdade, plantas 2. a) Trata-se de geotropismo (ou gravitro- o húmus. O horizonte A apresenta minerais
de dia longo necessitam de períodos escu- pismo) negativo do caule, que está e coloração escura por causa da grande
ros curtos (noites curtas), o que caracteriza relacionado ao estímulo da gravidade quantidade de matéria orgânica depositada.
as noites de verão. O horizonte B é uma região intermediária e,
sobre as plantas. Esse movimento é de-
normalmente, de maior extensão. É constituí-
8. B terminado pela presença do hormônio
do por rocha bastante desagregada e com
auxina, que é produzido na gema apical
deposição de materiais provenientes do ho-
Exercícios complementares e transportado em direção à extremidade
rizonte A. O horizonte C apoia-se na rocha
das raízes, em conjunto com a ação da
1. B 2. E matriz e tem grandes fragmentos de rocha,
gravidade. Quando a planta é colocada
que foi pouco desagregada.
3. O movimento vegetal apresentado pela de ponta-cabeça, como nesse caso, é
dama-da-noite é o nastismo, caracteriza- afetada a distribuição da auxina, que se 5. A fotossíntese produz matéria orgânica a
do por ser reversível e não ser orientado concentra na extremidade onde está partir de matéria inorgânica; é realizada
em relação à fonte de estímulo. Na dama- sendo produzida, provocando maior pelo nível trófico dos produtores, que re-
-da-noite, o estímulo responsável pelo crescimento do caule, o que resulta em presentam a base da cadeia alimentar e
processo de abertura das flores é a au- sua curvatura para cima, obedecendo no- dão sustentabilidade à biodiversidade do
sência de luz, sendo, portanto, um caso vamente ao geotropismo negativo. ambiente. Elevada atividade fotossintética
de fotonastismo. Entre as características significa alta produtividade primária bruta e
b) Conforme se observa na imagem, o elevada biomassa.
morfológicas das flores que possibilitam a
caule da planta cresceu normalmente
atração de polinizadores noturnos, podem 6. Em baixas latitudes, há alta insolação e
(reto) durante algum tempo e, em segui-
ser citadas: coloração clara e a presença de elevada temperatura; em latitudes mais ele-
da, apresentou curvaturas, o que indica
glândulas odoríferas bem desenvolvidas. vadas, há um decréscimo da insolação e da
que ela provavelmente foi cultivada du-
4. B rante algum tempo em posição normal, temperatura.
5. a) O movimento de fechamento dos folíolos crescendo de acordo com o esperado, 7. Locais de elevada altitude apresentam de-
das dormideiras é chamado de tigmonas- resultado do geotropismo negativo do clínio de temperatura.
tismo e ocorre quando as plantas sofrem caule, e, posteriormente, foi colocada em 8. Os tipos de biomas encontrados são: deser-
algum estímulo mecânico. posição invertida. to, pradaria, savana e floresta pluvial.
b) Variações na turgescência dos pulvinos 3. a) O estímulo é a variação do fotoperíodo, 9. Os tipos de biomas encontrados são: de-
podem ocorrer quando há a saída de isto é, a quantidade de horas diárias em serto, pradaria e floresta pluvial.
K+ do interior do vacúolo das células que há iluminação. Uma vez que, na re- 10. A vegetação encontrada da base em di-
presentes nestas estruturas, levando à gião onde se passa o filme, o inverno tem reção ao ápice é: floresta tropical, floresta
perda de turgor (células murcham). Por fotoperíodos curtos (dias curtos e noites caducifólia, taiga e tundra; o pico apresen-
outro lado, a entrada de K+ torna o meio longas), pode-se deduzir que a mudança ta neve e gelo.
celular interno hipertônico, as células de cor das brácteas depende de um foto-
ganham água por osmose e, desse período curto. 11. Temperaturas bastante baixas, com verão
modo, mantêm a turgescência. curto e inverno longo. Chuvas são menos
b) Resposta pessoal. A causa do proble- frequentes na tundra do que em desertos.
6. C ma estava no fato de os dias estarem Há a presença de permafrost, camada de
7. a) A planta não florescerá. mais longos do que deveriam estar em gelo impermeável no solo. Ocorre predo-
pleno inverno. A solução, portanto, se- mínio de vegetação herbácea, constituída
b) A planta representada é de dia curto,
ria escurecer as plantações para que as por plantas tenras e de porte muito reduzi-
ou seja, para que possa florescer é ne-
brácteas do bico-de-papagaio fiquem do, como é o caso de gramíneas, musgos
cessário ficar exposta a uma noite longa
vermelhas. e líquens. Pode haver vegetação arbustiva,
contínua. Quando a planta está sob
exposição contínua à escuridão, o fito- mas não há árvores.
cromo ativo (F) é convertido em fitocromo 12. O clima é frio e apresenta invernos rigoro-
inativo (R). Assim, durante a noite e em
Capítulo 21  Plantas sos e longos. A taxa de decomposição é
condições naturais, predominaria o fito- e ambiente baixa e muitos nutrientes presentes no solo
cromo inativo (R), e a planta de dia curto, não se tornam disponíveis para as plantas. A
nas condições citadas, floresceria. No en- Revisando vegetação é formada por poucas espécies,
tanto, na situação 3 a planta foi exposta à predominantemente por gimnospermas
luz no meio da noite, propiciando o acú- 1. Bioma é um conjunto de ecossistemas tí- coníferas e poucas angiospermas. As coní-
mulo de energia pelo fitocromo R. Este picos de determinados padrões climáticos feras possuem folhas acículas, adaptadas à
fenômeno possibilita que se converta que apresentam fauna e, principalmente, neve; assim, não caem no inverno. É comum
novamente em fitocromo F. Na presença flora semelhantes. Um bioma possui com- a ocorrência de seca fisiológica.
desta molécula, ocorre a inibição da flora- ponentes abióticos e uma comunidade
13. O clima é sazonal, com duas estações defini-
ção de uma planta de dia curto. biológica que atingiu o estágio de clímax.
das, com períodos muito quentes e secos e
2. A comunidade dos biomas apresenta a outros muito frios e chuvosos. Nos períodos
BNCC em foco máxima biodiversidade e a maior biomassa secos, é comum a ocorrência de incêndios.
possíveis. A produtividade primária líquida O solo das pradarias é profundo, rico em
1. O hormônio auxina é responsável por
tende a zero, isto é, toda a matéria orgâni- nutrientes e fértil. As queimadas contribuem
essa resposta fisiológica (“esticamentos”)
do talo do girassol, o que possibilita seus ca gerada na fotossíntese é utilizada pelos para a manutenção das gramíneas, plantas
movimentos. À medida que o Sol ilumina membros da comunidade: isso contribui para que apresentam crescimento próximo ao solo
a inflorescência, a auxina desloca-se para a estabilidade da biota. e que suportam a perda das folhas queima-
a face não iluminada do talo, e a diferen- 3. Entre os fatores abióticos, destacam-se das. Podem ocorrer matas de galeria com
ça na concentração do hormônio entre a água, temperatura, luz (insolação), gás estrato arbóreo próximo a cursos-d’água.
porção iluminada e a não iluminada do carbônico, gás oxigênio e nutrientes mine- 14. O clima é temperado e apresenta as qua-
talo provoca seu crescimento assimétri- rais. A decomposição de matéria orgânica tro estações bem definidas, com umidade
co, levando-o a curvar-se na direção da é fundamental para a disponibilização de suficiente para a manutenção de árvores.
luz. Quando chega a noite, na ausência sais minerais e compostos nitrogenados, O solo é profundo e rico em nutrientes,
de luz, o hormônio se distribui de maneira que podem ser empregados pelas plantas. contribuindo para isso o fato de as árvores

258 BIOLOGIA Gabarito


perderem folhas no outono. Na vegetação 23. A vegetação apresenta xeromorfismo, com b) De acordo com o texto, os buritis são pal-
das florestas caducifólias há predomínio adaptações à escassez de água, como meiras muito utilizadas pela população
de árvores angiospermas, mas estão pre- parênquima aquífero desenvolvido, fo- local. No Cerrado, os buritis constituem,
sentes também briófitas, pteridófitas e lhas transformadas em espinhos, cutícula com outras espécies arbóreas, a chama-
gimnospermas. Há adaptações fisiológi- impermeável e estômatos localizados em da mata ciliar (as veredas, de Guimarães
cas, como abscisão de folhas no outono e criptas; há crassuláceas que só abrem es- Rosa), que protegem as nascentes e as
a inversão do fluxo de seiva elaborada da tômatos à noite. margens de cursos-d’água. Por isso, sua
raiz para a parte aérea na primavera. preservação é de extrema importância
15. O clima é quente e com alta pluviosidade;
Exercícios propostos para a preservação de rios e lagos.
as variações de temperatura são muito 1. B 6. D 11. A 16. B 3. a) Espécie endêmica é aquela originária
pequenas durante o ano. O solo dessas flo- de determinada região geográfica e
2. E 7. E 12. B 17. A
restas é pobre, pouco espesso e apresenta que está restrita a essa região.
húmus, proveniente da própria vegetação. 3. B 8. C 13. A
b) Segundo o mapa, o bioma com maior
A decomposição da matéria orgânica é ele- 4. B 9. E 14. C número de espécies ameaçadas e
vada. As florestas pluviais possuem vários também o maior número de espécies
5. D 10. A 15. C
estratos de vegetação: arbóreo, arbustivo, endêmicas ameaçadas é a Mata Atlân-
herbáceo, com a presença de epífitas e Exercícios complementares tica. Parte da explicação para isso está
lianas. Com a vegetação arbórea muito de- no alto índice de endemismo desse
senvolvida, pouca luz atinge o solo. 1. a) A flor é uma característica exclusiva bioma, mas principalmente no fato de,
das angiospermas. Além dessa estru- atualmente, esse ser o bioma mais
16. O clima apresenta períodos chuvosos se-
tura, outro órgão também encontrado afetado pelo desmatamento e pela
guidos de seca intensa. Nestes, é frequente
neste grupo de vegetais é o fruto. degradação ambiental (é atualmente o
a ocorrência de incêndios. O solo pode
apresentar lixiviação de nutrientes. O lençol b) Entre as características morfológicas de bioma brasileiro com menor área em
freático é profundo. A vegetação apresenta uma planta do Cerrado, podem ser cita- relação à área original).
uma extensão quase contínua de gramíneas, das: presença de raízes profundas que
com arbustos e árvores bastante esparsos. possibilitam a captação de água nas ca- Frente 3
As árvores são tortuosas e apresentam gran- madas mais distantes da superfície do
de porte e ramos abundantes. As plantas solo; caules com casca grossa devido
apresentam adaptações ao fogo, com súber à presença de um súber espesso que
Capítulo 11  Sistemas de
mais espesso nas árvores e parte subterrâ- protege a planta contra as altas tem- controle II
nea bastante desenvolvida, o que também peraturas resultantes das queimadas
permite acesso à água. comuns na estação seca. Revisando
17. O clima típico de desertos é caracterizado 2. B 4. A 6. E 8. B 1. O sistema endócrino controla o metabolis-
por altas temperaturas durante o dia com 3. A 5. D 7. E mo por meio de mensageiros químicos, os
queda acentuada de temperatura à noite. hormônios, que chegam nos órgãos-alvo
Há baixa pluviosidade e elevada insolação. BNCC em foco pela corrente sanguínea, desencadeando
O solo é exposto, apresenta pouca ou ne- respostas, como sua estimulação ou inibição.
nhuma matéria orgânica e é extremamente 1. a) Trata-se do bioma Mata Atlântica, que
apresenta diferentes aspectos de rele- 2. O feedback negativo ocorre quando a
seco; a água pode se acumular em fendas
vo e cuja vegetação apresenta grande resposta gerada por um estímulo reduz o
ou sob rochas quando ocorrem as esparsas
heterogeneidade de formações, com estímulo inicial, ou seja, ele é atenuado.
chuvas. A vegetação apresenta poucos e es-
predomínio de floresta tropical nas en- Por exemplo: quando há liberação de um
parsos arbustos e plantas suculentas, sendo
costas das serras costeiras. Nas áreas de hormônio que estimula a produção de uma
tipicamente xeromórficas, isto é, adaptadas
floresta, caracteriza-se pelo clima quente substância, por feedback negativo, o au-
à escassez de água. As plantas possuem
e úmido, com acentuada pluviosidade, e mento da concentração dessa substância
cutícula espessa e impermeável, poucos
pela estratificação vertical, que abran- passa a inibir a secreção do hormônio.
estômatos, folhas convertidas em espinhos
ge desde árvores de grande porte até Já no feedback positivo, o estímulo é re-
e água acumulada no parênquima aquífero.
plantas herbáceas, muitas epífitas (como forçado e gera uma resposta maior, como
18. As plantas com características que pos- ocorre quando um hormônio estimula a
orquídeas e samambaias) e lianas (trepa-
sibilitam a sobrevivência em manguezais secreção de uma substância e essa subs-
deiras), que proliferam em abundância.
apresentam ramos caulinares de escora e tância estimula a secreção do hormônio.
É um bioma de grande biodiversidade,
raízes respiratórias (pneumatóforos). 3. A neuroipófise secreta a vasopressina ou
com muitas espécies endêmicas.
19. O Manguezal é um “berçário” da vida ma- ADH (hormônio antidiurético) e a ocitocina. A
b) A litografia mostra a derrubada de
rinha, pois muitas espécies oceânicas se adenoipófise sintetiza e secreta o FSH (hor-
uma floresta, para ocupação de po-
reproduzem nessa região; os descendentes mônio folículo estimulante), o LH (hormônio
pulações humanas. Essas populações
gerados encontram abrigo e alimento nesse luteinizante), o TSH (hormônio tireotrófico),
crescentes precisavam de espaço para
ambiente durante as fases iniciais de vida. o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico), a
construir suas casas, plantar alimentos,
20. Os estratos presentes são: arbóreo, arbus- prolactina e o GH (hormônio do crescimento).
criar animais e desenvolver atividades
tivo, subarbustivo e herbáceo. econômicas, como o plantio da cana- 4. O hipertireoidismo aumenta o metabolis-
21. Há regiões de terra firme (não alagadas) -de-açúcar. A ocupação do território mo, causando elevação da temperatura
e áreas alagadas, de modo permanente nacional teve início pela costa (ponto corporal e da pressão arterial, perda de
(florestas de igapós) ou periodicamente de chegada das embarcações) e, por peso, exoftalmia (olhos saltados), entre
(florestas de várzeas). esse motivo, contribuiu bastante para a outros. O hipotireoidismo reduz o metabo-
destruição da Mata Atlântica, levando-a lismo, causando ganho de peso, redução
22. A vegetação é constituída por gramíneas,
a sua condição atual, com apenas 7% da da pressão arterial, letargia, intolerância ao
vegetação arbustiva esparsa, pequenas
área de cobertura original. frio, entre outros.
árvores, grandes árvores e até mesmo
matas de galeria (matas ciliares, próximas 2. a) A Mata dos Cocais caracteriza-se pela 5. O iodo compõe os hormônios tri-iodoti-
a corpos de água). Muitas plantas têm cas- grande diversidade de palmeiras – ronina (T3) e tiroxina (T4), produzidos pela
cas grossas, ramos bastante retorcidos; entre elas, o buriti – e é um bioma glândula tideóidea. A falta desse mineral im-
parte subterrânea desenvolvida e folhas de transição, isto é, uma área com possibilita a produção suficiente de T3 e T4,
recobertas com ceras. As raízes longas vegetação e fauna características, levando ao hipotireoidismo.
aproveitam a água que se encontra a pelo localizada entre dois outros biomas 6. O paratormônio (PTH) é liberado quando
menos 2 metros de profundidade. (neste caso, o Cerrado e a Amazônia). a concentração de Ca2+ no sangue está

259
baixa. Esse hormônio atua degradando a 2. a) A queda de temperatura é percebi- a deposição de cálcio nos ossos, redu-
matriz óssea e liberando cálcio no sangue, da pelo hipotálamo, que é ativado e zindo a absorção de cálcio no intestino
aumentando sua reabsorção nos túbulos estimula a ocorrência de contrações e diminuindo a reabsorção de cálcio
renais e estimulando a síntese de vitami- musculares, que causam tremores para nos rins.
na D, que aumenta a absorção de cálcio aumentar a produção de calor, e a vaso-
11. Soma: 04 + 16 = 20
no intestino. Quando os níveis de Ca2+ no constrição, para reduzir a circulação de
sangue estão altos, a calcitonina é estimu- sangue na superfície e manter o calor 12. A
lada; ela inibe a liberação de cálcio dos nos órgãos internos. 13. O hormônio é o cortisol, secretado pelas
ossos e aumenta a excreção desse mine- b) A neuroipófise armazena e libera a va- glândulas suprarrenais. Ele está envolvido
ral pelos rins. sopressina (ADH). Como esse hormônio na regulação do ciclo circadiano e determi-
7. O córtex das glândulas suprarrenais se- aumenta a reabsorção de água nos rins, na o período de atividade de um indivíduo;
creta os mineralocorticoides, como a a inibição de sua produção diminui a por isso, suas concentrações estão eleva-
aldosterona, e os glicocorticoides, como quantidade de água reabsorvida e au- das das 8 às 20 horas. O cortisol também
o cortisol. Já a medula dessas glândulas menta o volume de urina produzido. atua na manutenção dos níveis de glicose
secreta a adrenalina e a noradrenalina (ou 3. a) O ADH está associado ao controle neu- no sangue e em situações de estresse.
epinefrina e norepinefrina). roendócrino (3): é produzido por células Esse hormônio estimula a gliconeogênese,
neurossecretoras do hipotálamo e se- processo no qual há produção de glicose
8. O pâncreas é uma glândula mista porque a partir de proteínas e lipídeos, o que justi-
desempenha função endócrina e exócrina. cretado pela neuroipófise na corrente
sanguínea. A insulina está associada fica a perda de massa muscular.
Ele tem células especiais que secretam os
hormônios insulina e glucagon na corrente ao controle endócrino (1): a alta concen- 14. B 15. A 16. C
sanguínea, atuando como glândula en- tração de glicose no sangue estimula 17. O hormônio A é o glucagon e o B é a insu-
o pâncreas a liberar esse hormônio di-
dócrina, mas também possui células que lina. Ambos são produzidos pelo pâncreas.
retamente na corrente sanguínea. A
produzem e secretam o suco pancreático O glucagon aumenta a taxa de glicose no
acetilcolina está associada ao controle
no intestino delgado, atuando como glân- sangue, enquanto a insulina a diminui. O
nervoso (2): trata-se de um neurotrans-
dula exócrina. hormônio C, que eleva a taxa de glicose
missor liberado por neurônios, que atua
9. O aumento de glicose no sangue estimula a sanguínea, pode ser o cortisol (que promo-
gerando uma resposta nas células-alvo.
liberação da insulina, que facilita a entrada ve a gliconeogênese, isto é, a produção
b) O controle nervoso é o de alta veloci- de glicose a partir de substâncias que não
desse carboidrato nas células, reduzindo a
dade. As células estimuladas geram são carboidratos) ou a adrenalina (que
glicemia. Quando a concentração de glicose
impulsos nervosos que são conduzidos promove o aumento da degradação do
sanguínea fica abaixo dos valores de refe-
até um órgão efetuador de resposta. glicogênio no fígado), ambos produzidos
rência, ocorre a secreção do glucagon, que
Ao atingir as terminações axônicas, há pelas glândulas suprarrenais.
estimula a quebra do glicogênio, liberando liberação de neurotransmissores que
mais glicose para o sangue e aumentando Após a administração do hormônio A, o gli-
se ligam aos receptores de membrana cogênio muscular não se altera. Quando o
a glicemia. da célula receptora do órgão-alvo.
glucagon é secretado, ele estimula a degra-
10. O diabetes melito tipo 1 ocorre quando 4. A 5. E dação do glicogênio do fígado.
o próprio sistema imune destrói as cé-
6. a) O hormônio é o TSH (hormônio tireo- 18. O gráfico III corresponde ao indivíduo com
lulas beta do pâncreas, responsáveis
trófico). O elemento mineral é o iodo, diabetes mellitus, pois apresenta baixa pro-
pela produção de insulina, deixando a
que compõe as moléculas dos hormô- dução de insulina, o que mantém os níveis
concentração de glicose sanguínea ele-
nios T3 e T4. de glicose elevados. A insulina é produzi-
vada – nesse caso, há necessidade de
aplicação de insulina sintética. Já o dia- b) Em dias frios, ocorre o aumento dos hor- da pelo pâncreas, cuja porção exócrina é
betes melito tipo 2 não é dependente da mônios T3 e T4, para aumentar a taxa responsável pela secreção do suco pan-
insulina e ocorre quando as células não metabólica e produzir mais calor, ajudando creático, que contém enzimas digestivas,
reconhecem esse hormônio, o que impede na manutenção da temperatura. no intestino delgado.
a absorção da glicose. 7. a) O hormônio calcitonina, produzido 19. A redução da glicemia ocorre devido à in-
pela glândula tireóidea, é responsável sulina. O indivíduo que apresenta rápida
Exercícios propostos por diminuir a concentração de cálcio absorção intestinal de carboidratos apre-
no sangue. sentou maior liberação desse hormônio,
1. A 8. E 15. D 22. E
b) O pré-pró-hormônio tem 110 aminoáci- pois sua concentração de glicose sanguínea
2. B 9. C 16. A 23. D
dos, e cada aminoácido é codificado por diminuiu de forma mais rápida. Sob a ação
3. D 10. C 17. B 24. C um códon, composto por 3 nucleotídeos. da insulina, as células do corpo são capazes
4. C 11. D 18. A 25. A Além de ter 110 códons codificando os de absorver a glicose que está no sangue. O
110 aminoácidos, há o códon de parada, indivíduo portador da doença hepática terá
5. A 12. A 19. A 26. D
que não adiciona qualquer aminoáci- sua glicogênese afetada, pois a produção e
6. B 13. B 20. A 27. B do à sequência, apenas indica seu fim. o armazenamento de glicogênio a partir da
7. C 14. A 21. A 28. D Dessa forma, o RNA mensageiro tem 111 glicose sanguínea serão prejudicados.
códons no total. Se cada códon é com- 20. B
Exercícios complementares posto por 3 nucleotídeos, o RNAm tem
333 nucleotídeos. 21. a) A digestão dos carboidratos se inicia na
1. a) Com o aumento na produção de hemá- boca e termina no intestino delgado.
cias, há mais células disponíveis para 8. Na tireoidite de Hashimoto, os anticorpos
destroem a enzima TPO, responsável pela b) Ele poderia desenvolver diabetes me-
transportar oxigênio para os músculos.
produção dos hormônios T3 e T4; dessa lito tipo 2. Nesse tipo de diabetes, a
Com isso, a produção de ATP pela res-
forma, seus níveis estarão baixos em porta- insulina continua sendo produzida, no
piração celular é maior, aumentando
dores não medicados. Nesses indivíduos, entanto, as células passam a ter dificul-
sua eficiência e o desempenho físico
a hipófise não será inibida pelo T4, então dades para absorver a glicose devido
dos atletas.
se mantém produzindo o TSH, cujos níveis a alterações nos seus receptores. Na
b) O hormônio do crescimento (GH) é pro- estarão elevados. diabetes tipo 1, ocorre a destruição das
duzido pela adenoipófise. A falta desse células beta do pâncreas, reduzindo a
9. C
hormônio na infância pode causar na- produção de insulina.
nismo. Já o excesso de GH durante a 10. a) X corresponde à glândula tireóidea e Y
corresponde ao paratormônio (PTH). 22. Soma: 04 + 08 + 16 = 28
fase de crescimento causa gigantis-
mo, e em adultos causa a acromegalia b) A calcitonina atua reduzindo a concen- 23. Soma: 01 + 02 = 03
(crescimento das extremidades). tração de cálcio no sangue, promovendo 24. Soma: 02 + 04 + 08 = 14

260 BIOLOGIA Gabarito


25. a) O fármaco bloqueia a ação das pro- adenoipófise. A ejeção do leite é estimulada 9. Os métodos contraceptivos evitam uma
teínas transportadores de glicose, não pela ocitocina, produzida pelo hipotálamo. gravidez indesejada, pois impedem a li-
há reabsorção de glicose do filtrado Ambas as glândulas estão presentes nas beração dos gametas, a fecundação ou
glomerular para o sangue, contribuin- mulheres transgêneros, pois são comuns a nidação do embrião no útero. Os úni-
do para que os níveis de glicemia se aos dois sexos biológicos. cos métodos contraceptivos que também
mantenham normais. são eficientes na prevenção de infecções
b) Os hormônios que atuam no controle sexualmente transmissíveis são os preser-
da glicemia são a insulina e o glucagon, vativos masculino e feminino.
Capítulo 12  Reprodução
produzidos no pâncreas. A insulina faci- 10. I. DIU: o dispositivo intrauterino é intro-
lita a absorção de glicose pelas células, humana duzido no útero e atua dificultando a
reduzindo a glicemia; nas células mus- chegada dos espermatozoides até as
culares e hepáticas, a insulina promove Revisando tubas uterinas, impedindo a fecunda-
a glicogênese, isto é, a formação de 1. Os espermatozoides são produzidos nos ção ou a nidação.
glicogênio a partir da união das molé- túbulos seminíferos nos testículos e vão II. Pílula anticoncepcional: é composta por
culas de glicose. O glucagon tem efeito para os epidídimos, onde ocorre sua matu- hormônios que inibem a secreção de FSH
antagônico ao da insulina, promovendo ração e seu armazenamento. Por meio dos e LH e, portanto, inibe a ovulação.
a glicemia, principalmente pela estimu- ductos deferentes, os espermatozoides III. Vasectomia: consiste na secção dos
lação à transformação de glicogênio são transportados até o ducto ejaculatório, ductos deferentes, impedindo que os es-
em glicose no fígado. que desemboca na uretra, e são elimina- permatozoides cheguem à uretra.
26. a) Células-tronco são células com capaci- dos pelo pênis na ejaculação, junto das IV. Laqueadura tubária: consiste na sec-
dade de autorrenovação e que podem secreções liberadas pela vesícula seminal ção e cauterização das tubas uterinas,
se diferenciar em células que desem- e pela próstata. impedindo o encontro dos gametas
penham funções específicas. masculino e feminino.
2. O LH estimula a produção da testosterona,
b) A glândula atacada pelas defesas do que promove a produção de espermato- Exercícios propostos
organismo no diabetes tipo 1 é o pân- zoides através da espermatogênese. O
creas. O hormônio cuja produção é FSH estimula a formação dos espermato- 1. C 16. A
afetada é a insulina. zoides. 2. C 17. B
27. a) A pessoa C recebeu o diagnóstico de 3. A próstata produz uma secreção que con- 3. E 18. B
diabetes mellitus, pois sua taxa de glico- tribui com a neutralização do pH vaginal. As
se sanguínea permaneceu mais elevada 4. B 19. D
vesículas seminais produzem uma secreção
que as demais. que compõe a maior parte do sêmen e que 5. B 20. B
b) Em uma pessoa diabética, é o pân- contém compostos usados na nutrição dos 6. D 21. B
creas que deixa de produzir insulina. A espermatozoides. As glândulas bulboure-
7. B 22. B
insulina, por ser uma proteína, quando trais liberam uma secreção que neutraliza
a acidez da uretra e auxilia na lubrificação 8. C 23. D
ingerida in natura, é degradada no estô-
mago pela ação da pepsina presente no desse canal. 9. D 24. D
suco gástrico. 4. A espermatogênese ocorre nos túbulos se- 10. A 25. C
28. a) A doença é a diabetes. Com a destrui- miníferos presentes nos testículos. As células
11. V; V; F; V; F 26. B
ção das células beta, a insulina deixa intersticiais (de Leydig) são responsáveis
pela produção de testosterona, enquanto 12. C 27. C
de ser produzida.
as células de Sertoli apoiam, nutrem e prote- 13. A 28. C
b) A insulina, produzida pelas células beta
gem as espermatogônias. 14. E 29. A
do pâncreas, é responsável pela pro-
dução de glicogênio no fígado, que 5. O sistema genital feminino é composto pela 15. E 30. B
deixará de ser produzido na ausência vagina, pelo útero, pelas tubas uterinas e pe-
dessas células. Os vírus atuam como los ovários, onde são produzidos os gametas. Exercícios complementares
um vetor, pois são responsáveis por 6. O FSH, hormônio hipofisário, estimula o
1. a) As organelas são as mitocôndrias, pois
introduzir nessas células o gene que desenvolvimento do folículo ovariano, e
a execução dos movimentos ciliares
produz a molécula que impede a des- este passa a produzir estrógeno, que, por
necessita de ATP, produzido na respi-
truição das células beta. sua vez, atua sobre o útero, estimulando
ração celular aeróbia.
o desenvolvimento do endométrio. Per-
BNCC em foco to da metade do ciclo menstrual, ocorre b) Os cílios estão presentes no epitélio
aumento da secreção de outro hormônio mucociliar que reveste a traqueia, sen-
1. a) Os hormônios T3 e T4 têm iodo em sua
hipofisário, o LH, que estimula a ovulação do responsáveis pela remoção das
composição e dependem da presença
e a formação do corpo lúteo. O corpo lúteo partículas que são retidas pelo muco,
desse elemento na dieta. De acordo
passa a produzir progesterona, que, com enquanto flagelos são responsáveis
com os gráficos do experimento, houve
o estrógeno, atua mantendo o endométrio pela locomoção dos espermatozoides.
queda da concentração plasmática dos
espesso e vascularizado. Ambas as estruturas são formadas pela
dois hormônios nos indivíduos com dieta
proteína tubulina, constituinte dos micro-
sem iodo (DSI); no entanto, o hormônio 7. O primeiro dia do ciclo menstrual é aquele
túbulos. Um indivíduo que não produz
T4 teve uma queda mais acentuada. no qual ocorre a menstruação. A ovulação
essa proteína pode ter problemas res-
ocorre em torno do 14o dia do ciclo. O pe-
b) Na ausência de iodo, a produção do piratórios e infertilidade, já que as vias
ríodo fértil corresponde a cerca de três
hormônio T4 diminui; em consequência, aéreas não serão devidamente limpas
dias que antecedem e três dias que suce-
a adenoipófise aumenta a secreção de e os espermatozoides não conseguirão
dem a ovulação, em que há maior chance
TSH para continuar estimulando a tireoi- se deslocar até o ovócito II.
de ocorrer fecundação, por causa da viabi-
de a produzir esse hormônio.
lidade dos gametas no interior do sistema 2. a) Com a deleção do gene SRY, a criança
c) A carência de iodo pode diminuir a genital feminino. formará as gônadas femininas, portan-
produção dos hormônios da tireoide e, to seu fenótipo em relação aos órgãos
8. A nidação é a fixação do embrião no endo-
com isso, reduzir a taxa metabólica e genitais é feminino.
métrio. O hormônio hCG é produzido pelo
causar bócio.
embrião e, posteriormente pela placenta, por b) A criança portadora da deleção do SRY
2. A isso é um indicador da ocorrência de gesta- sofreu uma mutação durante seu desen-
3. A produção do leite é estimulada pela ção. Se uma mulher não está grávida, não há volvimento embrionário, já que apenas
prolactina, hormônio produzido pela produção de hCG em seu organismo. parte de suas células foi afetada. Caso a

261
mutação tivesse ocorrido no espermato- 10. a) O hormônio foliculoestimulante (FSH) menstrual. Portanto, M deve estar indi-
zoide ou no núcleo do zigoto, todas as regula o amadurecimento dos folículos cado na figura A após a degeneração
células formadas teriam a deleção do ovarianos e a produção de estrógeno. do corpo lúteo, processo que reduz as
gene SRY. O hormônio luteinizante (LH) estimula a concentrações de progesterona, cau-
3. O hormônio que promove a liberação do liberação do ovócito secundário (ovu- sando a descamação do endométrio.
ovócito secundário é o LH (hormônio lu- lação) e a formação do corpo lúteo, Na figura B, a própria descamação do
teinizante). Para que a divisão meiótica responsável pela produção da proges- endométrio marca a posição em que a
terona. letra M deve ser indicada.
termine e o óvulo se forme, é necessário
que ocorra a fecundação. O gameta femi- b) O estrógeno e a progesterona são b) A ovulação ocorre devido a um au-
nino é uma célula com grande quantidade produzidos pelos ovários, sendo mento na concentração do hormônio
de nutrientes disponíveis, o que garante o que o primeiro é secretado pelos fo- luteinizante, então a letra O deve ser
desenvolvimento do zigoto. lículos ovarianos e o segundo, pelo indicada ligeiramente à direita do pico
corpo lúteo. Como esses hormônios de LH.
4. a) De acordo com as informações do
são responsáveis pela manutenção do c) Durante a gravidez, a alta concen-
enunciado, como o óvulo se mantém
endométrio espesso e vascularizado, tração de estrógeno e progesterona
por 24 horas depois de ser liberado,
uma queda em seus níveis causa a mantém os hormônios hipofisários
ele ainda estará viável no dia seguinte
menstruação, que é a descamação do (FSH e LH) inibidos, por meio de
ao da ovulação (16o dia). Os espermato-
endométrio. feedback negativo.
zoides ficam viáveis por 72 horas, ou 3
dias, no corpo da mulher, então deve- c) O hCG estimula o corpo lúteo a pro- 15. a) O hormônio A corresponde ao estróge-
-se considerar 3 dias antes da ovulação duzir progesterona, o que mantém a no, cuja concentração aumenta antes da
(12o, 13o e 14o dias). espessura do endométrio e, conse- ovulação, já que é produzido pelo folícu-
quentemente, a gestação. lo em desenvolvimento. Já o hormônio
b) Os hormônios que atingem seus níveis
mais altos no período fértil são o FSH e 11. a) O hCG (gonadotrofina coriônica hu- B é a progesterona, cuja concentração
o LH, sendo que o último está em maior mana), que pode ser detectado no aumenta após a ovulação, pois é pro-
concentração, pois é o responsável sangue ou na urina. duzida pelo corpo lúteo. Caso ocorra
pela ovulação. A progesterona atingirá implantação do ovócito no endométrio,
b) Após o parto, há redução nos hormônios
seu nível mais alto depois da ovulação. a concentração desses hormônios se
esteroides, porque a placenta, respon-
mantém elevada, por causa da ação
5. a) Ambas as divisões estão envolvidas. sável por produzir esses hormônios, é
da gonadotrofina coriônica (hCG). O
As espermatogônias se dividem por expulsa. Uma redução brusca e preco-
estrógeno e a progesterona mantêm o
mitose, crescem e originam os es- ce nos níveis desses hormônios pode
endométrio espesso e vascularizado,
permatócitos primários, células que causar a descamação do endométrio,
garantindo a permanência do embrião
passam pela meiose. resultando em um aborto espontâneo.
no útero e o desenvolvimento dele.
b) O hormônio hipofisário inibido pela 12. a) As esruturas presentes nas vias respi-
b) O endométrio é o tecido de revestimen-
elevação dos níveis de testosterona ratórias cujo movimento é prejudicado
to do útero ao qual o embrião se fixa. É
é o FSH (hormônio foliculoestimulan- pela falta de dineína são os cílios, en-
responsável pela nutrição do embrião e
te), que estimula a espermatogênese. quanto nos espermatozoides são os
pela formação da placenta. A musculatu-
Assim, a inibição da secreção de FSH flagelos.
ra lisa do miométrio estimula a contração
resulta na interrupção da produção de b) A movimentação dos cílios presentes uterina durante o parto, auxiliando a saí-
espermatozoides. nas tubas uterinas desloca o embrião da do bebê, e durante a menstruação,
6. A menina se encontra na puberdade, fase em início de desenvolvimento em dire- na a eliminação do endométrio.
ção ao útero, onde ocorre a nidação.
na qual ocorrem mudanças fisiológicas e 16. Soma: 04
Dessa forma, uma mulher afetada pela
comportamentais, comandadas pelo hipo-
síndrome de Kartagener tem maior 17. a) No início do ciclo menstrual, há aumen-
tálamo, que passa a estimular a hipófise a to da concentração de FSH, hormônio
chance de desenvolver uma gravidez
produzir FSH e LH. Esses hormônios atuam responsável por estimular o amadureci-
na tuba uterina (gravidez ectópica).
nos ovários, estimulando a produção de mento do folículo ovariano.
Um homem com essa síndrome deve-
estrógeno e progesterona, responsáveis
rá recorrer a métodos de reprodução b) A placenta produz o hCG, hormônio
pelas mudanças fisiológicas que ocorrem
assistida, como fertilização in vitro, já que atua sobre o corpo lúteo. O cor-
na puberdade, como a modelação do cor-
que seus espermatozoides não são po lúteo é responsável pela produção
po, o aumento das mamas, o surgimento
capazes de chegar naturalmente ao da progesterona e do estrógeno,
de pelos nas axilas e na região genital e
gameta feminino. que mantêm o endométrio espesso e
o início do ciclo menstrual, com a menarca
13. a) A letra A corresponde ao hormônio lu- vascularizado, características funda-
(primeira menstruação).
teinizante (LH), pois tem seu pico em mentais para garantir a gestação.
7. a) O estrógeno estimula a proliferação
torno do 14o dia do ciclo, estimulando a 18. a) A testosterona é produzida pelos tes-
das células do endométrio, espes-
ovulação (letra C). A letra B correspon- tículos. Na puberdade, esse hormônio
sando-o. A utilização do bisfenol
de à progesterona, que é produzida estimula a produção dos espermatozoi-
A poderia causar amadurecimento
pelo corpo lúteo, depois da ovulação. des e o surgimento das características
sexual precoce e aumento do espes-
A letra D corresponde à blástula, um sexuais secundárias masculinas, como
samento do endométrio no início do
dos estágios iniciais do desenvolvi- o aumento do pênis, o surgimento de
ciclo menstrual.
mento do embrião. pelos, o engrossamento da voz e o au-
b) Nas mulheres, a ovogênese (por meio de mento da massa muscular.
b) O aumento da progesterona (B) e a
divisão celular meiótica) se inicia du- existência de um embrião em fase de b) Os níveis de testosterona não são al-
rante o desenvolvimento embrionário, blástula (D) indicam uma gravidez. A terados pela vasectomia, pois esse
isto é, antes do nascimento. A divisão progesterona é responsável por manter procedimento consiste na secção nos
é longa porque a meiose é interrompi- o endométrio espesso e vascularizado, ductos deferentes, impedindo a che-
da e a célula permanece como ovócito permitindo a fixação do embrião no gada dos espermatozoides no ducto
II até que a pessoa chegue à puberda- útero. Além disso, auxilia no desenvol- ejaculatório, o que não afeta a produ-
de, quando os hormônios estimulam a vimento da placenta e na inibição das ção desse hormônio pelos testículos.
ovulação. A divisão só será concluída contrações uterinas. 19. a) “As regras” referem-se à menstruação.
caso ocorra a fecundação.
14. a) A menstruação ocorre após a A queda da progesterona causa a des-
8. Soma: 01 + 02 = 03 ovulação, caso o ovócito não seja fe- camação do endométrio, o que faz com
9. Soma: 02 + 04 + 16 = 22 cundado, e dá início a um novo ciclo que a mulher menstrue.

262 BIOLOGIA Gabarito


b) A ovulação ocorre em torno do 14o dia cortar ou amarrar as tubas uterinas, no organismo inibindo a ação do FSH e
após o início da menstruação. Para impedindo o encontro dos gametas) do LH. Com os hormônios hipofisários
estimar o período fértil, durante o qual e vasectomia (consiste em cortar os inibidos, não ocorre o amadurecimento
deveria se abster de relações sexuais, canais deferentes, impedindo que os do folículo e a ovulação.
Pombinha deveria considerar cerca de espermatozoides cheguem ao ducto 26. As quantidades menores de medroxipro-
três dias antes e três dias depois do ejaculatório e sejam eliminados na eja- gesterona podem deixar a concentração
dia da ovulação. Isso porque o ovóci- culação). Os métodos contraceptivos desse hormônio baixa no sangue, impe-
to pode permanecer viável até o dia temporários que podem ser citados dindo que o FSH e o LH se mantenham
seguinte à ovulação e o espermatozoi- são: preservativo (camisinha) feminino inibidos, o que pode causar a maturação do
de pode permanecer viável no corpo ou masculino (consiste em uma mem- folículo ovariano e a ovulação, trazendo o
da mulher por até 3 dias. Além disso, brana de látex que recobre os órgãos risco de ocorrer uma gravidez.
alterações hormonais podem mudar genitais, armazenando os espermato-
27. Soma: 01 + 02 + 08 = 11
o dia da ovulação, antecipando-a ou zoides e impedindo o contato com as
atrasando-a, o que torna este método secreções durante a relação sexual); 28. Soma: 02 + 16 = 18
pouco confiável. diafragma (dispositivo de borracha que
deve ser introduzido próximo ao colo
BNCC em foco
20. A pílula anticoncepcional feminina é cons-
tituída de hormônios, como estrógeno e do útero, impedindo a passagem dos 1. D 2. C
progesterona. A manutenção do nível des- espermatozoides); DIU (consiste em
3. a) Uma das formas de transmissão da aids
ses hormônios inibe a secreção de FSH e um dispositivo de plástico ou de cobre
ocorre através de relações sexuais sem o
LH e, consequentemente, a ovulação. O gel, que é colocado no útero, tornando-o
uso de preservativo. Houve aumento nas
ao ser aplicado nos canais deferentes nos um ambiente hostil para os esperma-
campanhas de conscientização, indican-
homens, impede a chegada dos esperma- tozoides e impedindo a fecundação
do a importância do uso de preservativo
tozoides até o ducto ejaculatório, então não e a nidação do embrião); tabelinha
nas relações sexuais como principal for-
há gametas liberados na ejaculação. Em (método comportamental que consiste
ma de evitar a transmissão do vírus HIV,
caso de gravidez, os embriões se implan- em evitar relações sexuais durante o
que afetou o comportamento sexual das
tam no endométrio, que é o revestimento período fértil); pílula anticoncepcional pessoas a partir da década de 1980.
interno do útero e que deve estar espesso (consiste em ingerir pílulas com pro-
gesterona e estrógeno, que inibem a b) Sendo 75,5 milhões o total de pessoas
e vascularizado para viabilizar a gestação.
secreção de FSH e LH pela hipófise, infectadas pelo vírus do HIV, a porcen-
21. a) A laqueadura é um procedimento tagem de pessoas que morreram é de
impedindo a ovulação); coito interrom-
cirúrgico, que consiste em cortar e 43,2%.
pido (consiste na retirada do pênis da
cauterizar ou amarrar as tubas uteri- 75,7 100%
vagina antes de ocorrer a ejaculação).
nas. Esse procedimento evita que o 32,7 x
espermatozoide chegue até o ovócito, b) O único método contraceptivo que x = 43,19%
impedindo a fecundação. evita a gravidez e a transmissão de
b) Não, pois a laqueadura não impede o ISTs é o preservativo (tanto masculi-
contato entre os órgãos sexuais e suas no quanto feminino), pois envolve os Capítulo 13  Histologia
secreções durante as relações, então órgãos genitais e armazena os es-
existe o risco de transmissão de infec- permatozoides, impedindo que eles animal
ções sexualmente transmissíveis. cheguem ao útero e que os fluidos
corporais entrem em contato. Revisando
22. a) Os preservativos. Eles armazenam os es-
permatozoides liberados na ejaculação, c) No caso do coito interrompido, pode 1. O tecido epitelial é formado por células
impedindo que eles atravessem o útero e haver espermatozoides no líquido pré- justapostas, com pouca matriz extracelu-
cheguem ao gameta feminino. Além dis- -ejaculatório, e o homem pode não lar entre elas. Esse tecido reveste o corpo
so, impedem o contato direto dos órgãos conseguir retirar o pênis no momento externa e internamente, recobrindo super-
sexuais e dos fluidos corporais durante a certo. No caso da tabelinha, podem fícies e cavidades dos órgãos e conferindo
relação sexual, prevenindo a transmissão ocorrer alterações no ciclo menstrual e proteção a essas estruturas. Também se-
de ISTs. nas datas de ovulação, levando a erro no creta substâncias, formando o tecido
cálculo do período fértil. epitelial glandular.
b) Marta poderia estar usando o DIU de
cobre. O DIU impede o encontro dos 25. a) A partir do primeiro dia do ciclo, que é 2. As glândulas exócrinas liberam suas secre-
gametas, a fecundação e a implantação o 1o dia da menstruação, um aumento ções por meio de ductos para a superfície
do embrião no útero. No entanto, ele na concentração de FSH estimula o do corpo ou para dentro de cavidades,
não protege contra o contato com as amadurecimento do folículo ovariano, enquanto as endócrinas liberam seus hor-
secreções corporais do parceiro, então que passa a produzir estrógeno. O es- mônios diretamente na corrente sanguínea.
não previne a transmissão de ISTs. trógeno atua no útero, estimulando o Já as glândulas mistas têm uma porção exó-
crescimento do endométrio. Em torno crina, que libera a secreção por meio dos
23. a) A pílula do dia seguinte pode inibir ou ductos para a superfície ou para dentro de
do 14º dia, há um aumento na concen-
atrasar a ovulação, dificultar o trans- cavidades, e a porção endócrina, que a li-
tração de LH, causando a ovulação, e
porte do ovócito pela tuba uterina ou bera diretamente para o sangue.
o folículo rompido forma o corpo lúteo.
impedir a nidação.
O corpo lúteo passa a produzir proges- 3. O tecido conjuntivo é formado por células
b) Se não for tomada em até 72 horas terona, que atua no útero mantendo o dispersas na matriz extracelular, bastan-
após a relação sexual, a pílula perde endométrio espesso e vascularizado. O te abundante. Os fibroblastos secretam
sua eficácia, pois não tem como evitar ovócito liberado pode se manter viável as fibras proteicas que compõem a matriz
a fecundação ou a nidação do embrião. nas tubas uterinas por mais de um dia, extracelular. Os macrófagos são células de
c) A dose hormonal da pílula do dia se- assim como os espermatozoides, por defesa, responsáveis pela fagocitose de par-
guinte é muito elevada, o que pode isso o período fértil considera alguns tículas estranhas ao organismo. As células
causar descontrole hormonal, devido dias antes e alguns depois da ovulação. mesenquimais são células-tronco, respon-
ao excesso de progesterona, e outros Caso não haja fecundação, o estrógeno sáveis pela reparação dos tecidos e pela
efeitos colaterais. Além disso, o uso e a progesterona diminuem, causando diferenciação das células que compõem o
recorrente faz com que a pílula do dia a descamação do endométrio, o que tecido conjuntivo.
seguinte perca eficácia. caracteriza a menstruação. 4. O tecido adiposo é responsável pela re-
24. a) Os métodos contraceptivos perma- b) As pílulas anticoncepcionais são com- serva energética, pela proteção mecânica
nentes que podem ser citados são: postas por estrógeno e progesterona, e pelo isolamento térmico. O tecido carti-
laqueadura tubária (consiste em que se mantêm em concentrações altas laginoso tem como funções o suporte às

263
estruturas do corpo, a resistência à tensão, e resíduos, causando a morte delas. 11. D
a redução de atrito entre os ossos e o amor- Para evitar o surgimento de zonas de 12. a) As funções do tecido adiposo que
tecimento de impactos. células mortas, o corpo forma os vasos podem ser citadas são: reserva ener-
5. O tecido ósseo atua na sustentação do sanguíneos, responsáveis por trans- gética, isolamento térmico e proteção
corpo, na proteção dos órgãos vitais e na portar O2 e nutrientes e remover CO2 contra choques mecânicos.
reserva de cálcio. Os osteoblastos secre- e resíduos de todos os tecidos.
b) Alguns tipos de lipídeos encontrados
tam a matriz óssea; os osteócitos realizam b) As células de revestimento interno do no organismo humano que podem ser
a manutenção da matriz óssea; e os os- intestino são justapostas, formando uma citados são: os triglicerídeos, os fos-
teoclastos fazem a reabsorção da matriz barreira física que impede a passagem folipídeos e os hormônios esteroides
óssea, atuando na remodelação dos ossos. de substâncias e partículas através de- derivados do colesterol.
6. Os tecidos musculares são responsáveis las, e apresentam microvilosidades, que
13. Soma: 01 + 02 = 03
pela locomoção, pelos movimentos invo- são especializações que aumentam a
superfície de absorção de nutrientes. 14. Soma: 02 + 08 = 10
luntários e voluntários, pelos batimentos
cardíacos e também atuam no controle 2. A queratinização do tecido epitelial torna 15. Soma: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31
térmico. as células mais resistentes ao atrito. Assim, 16. Soma: 01 + 02 + 08 + 16 = 27
7. O tecido muscular estriado esquelético os animais que apresentam o tecido epi- 17. A
possui estrias transversais e sua contração telial do esôfago queratinizado ingerem
18. D
é voluntária. Já o tecido muscular cardíaco alimentos que são mais ásperos e duros.
também possui estrias e sua contração é Já os animais cujo epitélio esofágico não 19. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
involuntária. O tecido muscular liso é de apresenta queratina têm alimentação ba- 20. De acordo com as imagens, Carlos apresen-
contração involuntária e não possui estrias seada em alimentos macios, como a carne. ta maior quantidade de fibras vermelhas, de
transversais. 3. Soma: 02 + 08 = 10 tipo I, que apresentam maior quantidade de
8. No sarcômero, os filamentos finos são for- mitocôndrias e mioglobina. Assim, é capaz
4. Soma: 01 + 02 + 08 = 11
mados pela proteína actina, enquanto os de fazer atividades intensas de grande dura-
5. Soma: 01 + 02 + 04 = 07 ção, como uma maratona, já que predomina
filamentos espessos são formados pela
miosina. As linhas Z limitam um sarcômero. 6. Soma: 01 o metabolismo aeróbio. Na musculatura de
A contração muscular na musculatura estria- João, há predomínio de fibras do tipo II, com
7. Soma: 01 + 02 = 03
da esquelética consiste no deslizamento dos menos mitocôndrias, menor quantidade de
8. a) A pele humana é composta de tecido mioglobina e de metabolismo predominan-
filamentos de actina sobre os de miosina, en-
epitelial, que tem pouca matriz extra- temente anaeróbio. Como sua produção de
curtando o sarcômero.
celular entre as células, e de tecido ATP é menor, ele é mais suscetível à fadiga
9. As fibras esqueléticas de tipo I são de conjuntivo, com maior quantidade de muscular quando faz exercícios físicos in-
contração lenta e são pouco suscetíveis à matriz extracelular. tensos e prolongados.
fadiga, pois obtêm energia por meio da res-
b) A regulação térmica pela pele pode 21. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
piração celular. São ricas em mitocôndrias
ocorrer por meio da dilatação dos
e em mioglobina, proteína que confere às 22. Soma: 01 + 02 + 04 + 16 = 23
vasos sanguíneos periféricos, aumen-
fibras tipo I a coloração avermelhada. Já 23. Soma: 01 + 02 = 03
tando a perda de calor pela superfície
as fibras do tipo II são de contração rápida
do corpo, processo regulado pelo hi- 24. Soma: 08 + 16 = 24
e fadigam mais facilmente, pois utilizam a
potálamo; ou pela eliminação do suor, 25. Soma: 01 + 02 = 03
glicólise como fonte de ATP. Têm menos
através das glândulas sudoríparas, pro-
mitocôndrias e menor quantidade de mio- 26. C
cesso que ajuda na perda de calor pela
globina, por isso a coloração branca.
evaporação da água. 27. a) As funções dos músculos intrínsecos
10. Quando um neurônio motor é estimulado, oculares são a acomodação do cristalino
c) A pele é formada por diferentes tipos
ele gera um potencial de ação que desen- e o fechamento e a abertura da pupila.
de tecidos, como o epitelial de reves-
cadeia a liberação do neurotransmissor
timento, o epitelial de secreção e o b) A mioglobina é responsável por arma-
acetilcolina na fenda sináptica entre ele e
tecido conjuntivo. Além disso, possui zenar oxigênio nas fibras musculares,
a célula muscular, chamada de junção neu-
terminações nervosas e vasos sanguí- especificamente nas fibras vermelhas,
romuscular. Os neutransmissores liberados
neos em sua estrutura. garantindo aporte desse gás para a pro-
se ligam aos receptores na membrana da
dução de ATP pelas mitocôndrias, por
fibra muscular, estimulando a contração do 9. a) A pele é constituída pelo tecido epi-
meio da respiração celular aeróbica. Já
músculo esquelético. telial, formando a epiderme, e tecido
a presença do retículo sarcoplasmáti-
conjuntivo, que forma a derme.
co desenvolvido é fundamental para o
Exercícios propostos b) As glândulas sudoríparas eliminam o armazenamento e o transporte de íons
1. A 9. E 17. D 25. C suor através da pele. Quando o suor cálcio, imprescindíveis para a ocorrên-
é evaporado, ele absorve calor da cia da contração muscular.
2. C 10. C 18. D 26. D
superfície do corpo, e isso ajuda na
3. C 11. D 19. A 27. A 28. a) O músculo que participa do peristal-
manutenção da temperatura corporal.
tismo é o liso, formado por células
4. E 12. D 20. C 28. D Há também as glândulas sebáceas, que
fusiformes, que possuem apenas um
5. D 13. A 21. C 29. C produzem o sebo, que lubrifica a pele e núcleo, apresentam discos intercalares
os pelos, evitando o ressecamento. e não apresentam estrias.
6. D 14. B 22. C 30. A
10. a) A queimadura de 1o grau atinge a epi- b) Os músculos da perna comprimem as
7. C 15. B 23. D
derme, classificada como um tecido veias, empurrando o sangue, que pas-
8. E 16. E 24. B epitelial estratificado pavimentoso. A sa através de valvas, indo em direção
epiderme é formada a partir da ecto- ao coração. O fechamento das valvas
Exercícios complementares derme. A de 2o grau atinge a derme, um impede o refluxo do sangue e faz com
1. a) Conforme as células se proliferam, tecido conjuntivo propriamente dito. A que ele circule em apenas um sentido.
surgem novas camadas, aumentando derme é originada da mesoderme.
a distância entre as células das cama- b) A pele protege o organismo contra BNCC em foco
das internas e externas. Isso dificulta desidratação e ataques de agentes in-
1. C
a chegada de O2, nutrientes e fatores fecciosos. Atua na regulação térmica do
de crescimento para as células das organismo e contribui para a excreção 2. E
camadas internas e a saída de CO2 por meio da sudorese. 3. E

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