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PRÉ-VESTIBULAR
BIO
BIOLOGIA
4
COLEÇÃO PV
Copyright © Editora Poliedro, 2022.
Todos os direitos de edição reservados à Editora Poliedro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal, Lei 9.610
de 19 de fevereiro de 1998.
ISBN 978-65-5613-301-0
Frente 3
11 Sistemas de controle II ......................................................................................................................................... 171
Introdução, 172 Texto complementar, 185
Regulação dos níveis hormonais, 173 Resumindo, 185
Principais glândulas endócrinas, 173 Quer saber mais?, 186
Revisando, 178 Exercícios complementares, 187
Exercícios propostos, 179 BNCC em foco, 194
12 Reprodução humana ............................................................................................................................................ 195
Sistema genital masculino, 196 Texto complementar, 211
Sistema genital feminino, 197 Resumindo, 212
Métodos contraceptivos, 200 Quer saber mais?, 213
Revisando, 201 Exercícios complementares, 214
Exercícios propostos, 203 BNCC em foco, 220
13 Histologia animal .................................................................................................................................................. 221
Introdução, 222 Texto complementar, 238
Tecido epitelial, 222 Resumindo, 239
Tecido conjuntivo, 224 Quer saber mais?, 241
Tecidos musculares, 227 Exercícios complementares, 242
Revisando, 231 BNCC em foco, 248
Exercícios propostos, 232
Gabarito ........................................................................................................................................................................ 249
FRENTE 1
16
Até agora, estudamos como ocorre a transmissão de características genéticas de
maneira isolada. Porém, qual seria o padrão de herança caso analisássemos duas ca-
racterísticas simultaneamente? Essa foi uma das perguntas que Gregor Mendel tentou
responder por meio de seus estudos com ervilhas e vagens. Neste capítulo, explora-
remos sua descoberta.
Segunda lei de Mendel É importante lembrar que a segunda lei de Mendel só
é válida se os pares de alelos estiverem em diferentes
Até o momento, estudamos a herança de uma única
característica, analisada isoladamente, como o sistema san- pares de cromossomos homólogos.
guíneo Rh, a pigmentação da pele humana, a cor do pelo de A determinação de tipos de gametas é possível com
porquinhos-da-índia etc. Isso se refere ao mono-hibridismo o emprego de dicotomias ou de bifurcações, quando um
tratado no contexto da primeira lei de Mendel. par de alelos apresentar heterozigose, como nos exemplos
No entanto, um indivíduo apresenta diversas caractísti- a seguir.
cas simultaneamente. Neste caso, os caracteres analisados
podem ser determinados por genes situados em diferentes BBL
pares de cromossomos homólogos. Esse é um caso de
1
di-hibridismo, que se encontra no âmbito da segunda lei L BL
2
de Mendel, também conhecida como lei da segregação B
1
independente. B
2
Vamos considerar o caso de duas características pre- ∴ 2 tipos de gametas
sentes em pelos de porquinhos-da-índia.
A cor dos pelos é determinada por dois alelos: b e B; b AaBBL
condiciona pelo branco e B condiciona pelo preto, sendo 1
L ABL
B dominante em relação a b. 4
A B
O aspecto dos pelos é determinado pelos alelos e L; 1
AB
condiciona pelo liso e L condiciona pelo arrepiado, sendo 4
L dominante em relação a . 1
L aBL
Sabendo que os dois pares de alelos, (B e b) e (L e ), a B
4
estão em diferentes pares de cromossomos homólogos, aB
1
4
como serão os gametas de um indivíduo duplo-heterozigoto ∴ 4 tipos de gametas
BbL? Cada gameta deve receber um alelo de cada gene,
sendo produzidos os seguintes tipos de gametas: BL, B, AaBbL
1 1
bL e b, nas mesmas proporções, isto é, de cada tipo. O L ABL 8
4 B 1
alelo dominante B pode estar em um gameta com L ou ; o A
AB 8
alelo recessivo b pode estar em um gameta com L ou com L AbL 1
b 8
. Assim, os gametas formados não possuem apenas ale- Ab 1
8
los dominantes (B e L), ou necessariamente apenas alelos
1
recessivos (b e ); portanto, os genes B e L se separam de L aBL 8
B
modo totalmente independente. aB
1
a 8
L abL 1
BbL 8
b 1
CORES ELEMENTOS ab 8
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO ∴ 8 tipos de gametas
Exemplos de tipos de gametas produzidos em indivíduos com heterozigose.
bbLL bbL
BbLL BbL
Branco Branco
Preto arrepiado Preto arrepiado
arrepiado arrepiado BBL 3 BbLL
BbL Bb bbL bb ô ô
Branco
Preto arrepiado Preto liso Branco liso
arrepiado Gametas: (BL + B) 3 (BL + bL)
Bb × Bb
BBL × BbLL
BB × Bb
Gametas: (B + b) × (B + b)
BB + 2Bb + bb
3 1
FRENTE
3 1 Descendentes: BB + Bb
∴ 4 B_ e 4 bb 100% Preto (B_)
7
L × LL
Esse cruzamento pode ser representado por meio de
binômios:
Gametas: (L + ) × (L) ×
bbL BbL
Descendentes: L + LL
bb × Bb
100% Arrepiado (L_)
bbL 3 BbL L × L
ô ô
Gametas: (bL + b) 3 (BL + B + bL + b)
Gametas: (L + ) × (L + )
BL B bL b
Descendentes: LL + 2L +
3 1
4 Arrepiado 4 Liso
bL
Juntando I e II, temos descendentes:
y Preto e arrepiado (B _ L _)
1
b ? 5
4 8
y Preto e liso (B _ )
1 1 1
? 5
B_L_: preto arrepiado 4 8
8
1 y Branco e arrepiado (bbL _)
B_: preto liso 1
8 ? 5
4 8
bbL_: branco arrepiado
8 y Branco e liso (bb)
1 1 1 1
bb: branco liso ? 5
8 4 8
Revisando
. Explique a segunda lei de Mendel.
. Considerando dois ou mais pares de alelos que estão em pares de cromossomos homólogos diferentes, explique
como ocorre a formação de gametas.
4. Quantos gametas diferentes podem ser formados por um indivíduo de genótipo AABbccDd?
6. Em ervilhas, o gene que determina a cor das sementes e o que determina a forma das sementes localizam-se em pa-
res diferentes de cromossomos homólogos. As características de semente amarela e lisa são dominantes em relação
às características de semente verde e rugosa, respectivamente.
a) Quais são as proporções genotípica e fenotípica que se esperam na F1 de um cruzamento entre plantas duplo-
-homozigotas dominantes e plantas duplo-homozigotas recessivas?
Exercícios propostos
. UFRGS Assinale a alternativa que preenche correta- características situados em pares de cromossomos
mente as lacunas do texto a seguir, na ordem em que homólogos diferentes. Cruzando-se porquinhos com
aparecem. padrão liso e de coloração negra, ambos heterozigo-
A famosa proporção :3:3:, relacionada à Segunda Lei tos para os dois loci, pode-se afirmar, corretamente,
de Mendel, refere-se à proporção es- que a razão fenotípica de porquinhos arrepiados e
perada da de dois indivíduos brancos é de:
heterozigóticos quanto a dois pares de genes (AaBb) a) 9:16 b) :8 c) :16 d) 1:16
localizados em de cromossomos.
a) genotípica – F – diferentes pares . UPF-RS 08 Segundo as Leis de Mendel, nas células
b) fenotípica – F1 – diferentes pares somáticas, os genes encontram-se aos pares, porém,
c) fenotípica – F – um mesmo par durante a formação dos gametas, eles segregam. Com
d) genotípica – F1 – um mesmo par base nessa informação, é possível que indivíduos com
e) fenotípica – F – diferentes pares genótipo
a) DDEe produzam gametas D e Ee.
. Uece Sabe-se que em porquinhos-da-índia o pa- b) VvTT produzam gametas V, v e T.
FRENTE
drão “pelos lisos” domina sobre o padrão “pelos c) RR produzam gametas RR.
arrepiados”, enquanto a cor negra domina sobre a d) CcMM produzam gametas Cc e MM.
cor branca, estando os genes determinantes dessas e) BBAa produzam gametas BA e Ba.
4. Fatec-SP Em determinada planta, flores vermelhas 7. EBMSP-BA 08 O quadro ilustra o resultado encon-
são condicionadas por um gene dominante e flores trado em um importante experimento realizado pelo
brancas por seu alelo recessivo; folhas longas são monge Gregor Mendel a partir de cruzamentos feitos
condicionadas por um gene dominante e folhas cur- com exemplares de ervilhas-de-cheiro.
tas por seu alelo recessivo. Esses dois pares de alelos
localizam-se em cromossomos diferentes. Do cru- Gametas VR Vr vR vr
zamento entre plantas heterozigóticas, para os dois
caracteres, resultaram 32 descendentes. Destes, VR
espera-se que o número de plantas com flores ver-
melhas e folhas curtas seja:
Vr
a) 0 d) 180
b) 60 e) 0
c) 160 vR
F2
c) somente I e III.
d) somente II e III.
e) I, II e III.
4. UEL-PR Numa ave doméstica, o gene C condiciona 5. PUC-RS Uma mulher com sangue do tipo A/Rh+/MM
plumagem branca, e o seu alelo recessivo plumagem é casada com um homem com tipo sanguíneo B/Rh+/
colorida; o gene P determina patas com plumas, e o NN. Qual das alternativas abaixo indica o tipo sanguí-
seu alelo recessivo patas sem plumas. Esses pares neo de uma criança que não poderia ter sido gerada
de genes são autossômicos e segregam-se indepen- por esse casal?
dentemente. Uma ave branca com patas com plumas, a) A/Rh+/NN d) O/Rh+/MN
homozigota para os dois pares de genes, foi cruzada –
b) A/Rh /MN e) O/Rh–/MN
com uma colorida com patas sem plumas. Se os des- –
c) AB/Rh /MN
cendentes obtidos forem cruzados entre si, espera-se
que a proporção de aves homozigotas para os dois 6. Fatec-SP Paula, portadora do aglutinogênio B e Rh
pares de genes seja de: negativo, casou-se com João, portador dos aglutino-
a)
9 gênios A e B e Rh positivo. Sabendo-se que a mãe
16 de Paula não possui aglutinogênios e que João teve
6 um irmão com doença hemolítica do recém-nascido,
b)
16 conclui-se que a probabilidade de o casal ter um filho
4 Rh positivo e sangue tipo A é:
c)
16
9 1 1
a) c) e)
d) 16 4
16
1
1 b) d)
e) 16 8
16
Texto complementar
V_rr: amarela e rugosa vvrr: verde e rugosa Fenótipos, genótipos e proporção fenotípica nos
cruzamentos realizados por Mendel.
Com esses resultados, Mendel confirmou que fatores responsáveis por diferentes caracteres separam-se de modo totalmente independente.
Meiose e a segunda lei de Mendel
A formação dos gametas de animais ocorre por meiose. Destacam-se três processos importantes: a replicação do material genético (na interfase), a
separação de cromossomos homólogos (na meiose I) e a separação das cromátides-irmãs (na meiose II); aqui não é discutida a ocorrência de crossing-over.
No caso de porquinhos-da-índia, o indivíduo duplo-heterozigoto BbL forma quatro tipos de gametas: BL, B , bL e b . A seguir, são detalhados os
passos envolvidos na formação desses tipos degametas.
Tipos de gametas formados:
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
BL
Meiose II
50% Meiose I b
Replicação Meiose II
50%
B
Meiose II
Meiose I bL
Meiose II
Mendel fez conclusões por meio da observação exclusiva de ervilhas. Apesar de as suas ideias terem sido geradas com experimentos realizados
FRENTE
com uma única espécie de planta, todos os princípios levantados nas suas duas leis podem ser aplicados a todos os seres diploides que realizam
reprodução sexuada. Mendel contribuiu enormemente com os estudos de hereditariedade e, por isso, é considerado o pai da Genética.
Texto elaborado para fins didáticos.
Resumindo
Segunda lei de Mendel y Exemplo:
Um indivíduo apresenta simultaneamente caracteres diferen-
tes, sendo possível que tais caracteres sejam determinados
por genes situados em diferentes pares de cromossomos ho-
mólogos. Esse é um caso de di-hibridismo e se encontra no
âmbito da segunda lei de Mendel, também conhecida como
lei da segregação independente.
y Formação de gametas y Cruzamento mendeliano
– Pares de alelos, como (B e b) e (L e ), podem estar em y O cruzamento-teste foi realizado da seguinte maneira:
diferentes pares de cromossomos homólogos. A pro- Geração parental (P) de porquinhos-da-índia:
dução de gametas de um indivíduo duplo-heterozigoto − Fêmea com pelo branco e liso – homozigota recessiva
BbL será da seguinte maneira: BL, B , bL e b ; nas (bb);
mesmas proporções, isto é, 1 de cada tipo. − Macho com pelo preto e arrepiado – homozigoto do-
4
– O alelo dominante B pode estar em um gameta com L minante (BBLL).
ou . y Geração F:
– O alelo recessivo b pode estar em um gameta com L − Todos os descendentes com pelos pretos e arrepia-
ou . dos – heterozigotos (BbL).
y Geração F2:
– Não há vinculação obrigatória de alelos dominantes (B
e L) ou de alelos recessivos (b e ) em um gameta. − Descendentes com proporção fenotípica de 9 : : : 1,
típica do di-hibridismo. Também pode ser representada
– Os genes B e L se separam de modo totalmente inde- por meio de binômios, obtendo-se o seguinte resultado:
pendente. 9
y pelo preto arrepiado (B_L_).
16
Isso representa o conceito da segunda lei de Mendel, válida
y pelo preto liso (B_).
para pares de alelos que estão em pares de cromossomos 16
homólogos diferentes: y pelo branco arrepiado (bbL_).
16
Dois ou mais pares de alelos presentes em pares diferentes
1
de cromossomos homólogos separam-se independentemen- y pelo branco liso (bb).
16
te na formação dos gametas.
y Outros tipos de cruzamentos podem ocorrer além do cru-
y Determinação de gametas zamento entre heterozigotos:
− É possível com o emprego de dicotomias ou de bi- y Exemplo :
furcações, quando o par de alelos da célula parental y Geração parental (P):
apresentar heterozigose; por exemplo: − Fêmea com pelo preto e arrepiado – homozigota domi-
nante para um gene e heterozigota para o outro (BBL).
− Macho com pelo preto e arrepiado – heterozigoto para o
primeiro gene e homozigoto dominante para o segundo
(BbLL).
y Geração F:
− Todos os descendentes com pelos pretos e arrepiados
(B_L_).
y Exemplo :
y Geração parental (P):
− Fêmea com pelo branco e arrepiado – homozigota re-
cessiva para um gene e heterozigota para o outro (bbL).
− Macho com pelo preto e arrepiado – heterozigoto para
os dois genes (BbL).
− O número de tipos de gametas pode ser obtido pela
fórmula n, sendo n o número de heterozigoses. y Geração F: pretos arrepiados (B_L_).
8
− Outra fórmula pode ser utilizada na determinação dos 1
y pretos lisos (B_).
gametas: 8
y Número de encontros gaméticos (N): y brancos arrepiados (bbL_).
8
y N = no de tipos de gametas masculinos ? no de tipos 1
y branco liso (bb).
de gametas femininos. 8
Video
https://www.youtube.com/watch?v=Mehz7tCxjSE
(Acesso em: mar. 2022)
Animação sobre os estudos de Gregor Mendel e sua importância para o conhecimento em Genética.
Exercícios complementares
5
4. UFSCar-SP A figura mostra a segregação de dois
pares de cromossomos homólogos na anáfase da pri-
meira divisão meiótica de uma célula testicular de um
animal heterozigótico quanto a dois genes. As locali-
zações dos alelos desses genes, identificados pelas
letras Aa e Bb, estão indicadas nos cromossomos re-
presentados no desenho.
a A
a A
Soma:
IV. O cruzamento entre AAbbCcDD × aabbccdd não uniformes e explique o porquê das diferenças fe-
produzirá descendentes com pigmentação inco- notípicas e de produtividade da segunda safra em
lor das flores relação à primeira.
7
. UFRGS 08 A mosca Drosophila melanogaster é um organismo modelo para estudos genéticos e apresenta alguns
fenótipos mutantes facilmente detectáveis em laboratório. Duas mutações recessivas, observáveis nessa mosca, são
a das asas vestigiais (v) e a do corpo escuro (e).
Após o cruzamento de uma fêmea com asas vestigiais com um macho de corpo escuro, foi obtido o seguinte:
F – todos os machos e fêmeas com fenótipo selvagem.
F2 – / selvagem; 3/ asas vestigiais; 3/ corpo escuro; / asas vestigiais e corpo escuro.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as armações abaixo, referentes aos resultados obtidos para o cruzamento
descrito.
As proporções fenotípicas obtidas em F2 indicam ausência de dominância, pois houve alteração nas proporções
esperadas.
Os resultados obtidos em F2 indicam um di-hibridismo envolvendo dois genes autossômicos com segregação
independente.
As proporções obtidas em F2 estão de acordo com a segunda Lei de Mendel ou Princípio da segregação inde-
pendente dos caracteres.
Os pares de alelos desses genes estão localizados em cromossomos homólogos.
A sequência correta, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F. b) V – F – V – F. c) V – F – F – V. d) F – F – V – V. e) F – V – V – F.
BNCC em foco
EMCNT07 e EMCNT0
.
c)
a)
b)
d)
c)
EMCNT0 EMCNT0
. .
a
B
c
D b
e D
c
A
e
a)
b) a) c) e)
b) d)
BIOLOGIA
Artem Onoprienko/Shutterstock.com
FRENTE 1
17
Muitas características, ao serem analisadas simultaneamente, seguem o padrão de
herança apresentado pela segunda lei de Mendel. Ou seja, são determinadas por
genes que se segregam independentemente durante a formação de gametas. Porém,
nem todas as características seguem esse padrão. A determinação da pigmentação da
pele em seres humanos é uma delas. Neste capítulo, estudaremos este e outros tipos
de interações gênicas.
Introdução Como seria a descendência de um casal duplo-
-heterozigoto (AaBb)? Não há necessidade de fazer a
No capítulo anterior, analisamos características de pelos
representação passo a passo, empregando uma tabela
de porquinhos-da-índia, com os pares de alelos para cor (B
ou utilizando binômios. No capítulo anterior, vimos que o
e b), e outro par de alelos para o aspecto do pelo (LeL). Um
cruzamento entre duplos-heterozigotos gera uma descen-
duplo-heterozigoto (BbLL) gera quatro tipos de gametas nas
dência com a proporção fenotípica esperada de 9 : 3 : 3 : 1.
1 1 1 1
mesmas proporções: BL , BL , bL e bL . Isso
4 4 4 4
caracteriza a segregação independente dos genes B e L. AaBb × AaBb
Neste capítulo, também trataremos da transmissão (verde) (verde)
simultânea de dois ou mais pares de alelos situados em cro-
mossomos homólogos diferentes. Porém, apresentaremos Descendência A_B_ + A_bb + aaB_ + aabb
novos padrões de herança resultantes de interação gênica. esperada
A diferença em relação à segunda lei de Mendel é que, verde azul amarelo branco
no caso das interações gênicas, vários genes interagem 9 3 3 1
entre si, influenciando uma única característica. 16 16 16 16
Quando consideramos um duplo-heterozigoto AaBb, Descendência esperada do cruzamento entre periquitos duplos-heterozigotos.
conforme a segunda lei de Mendel, os alelos A e a de-
terminam uma característica, enquanto os alelos B e b Outros tipos de cruzamento podem ser resolvidos de
condicionam outra característica. Agora, tratando-se de maneira similar à de um problema de segunda lei de Mendel.
casos particulares da segunda lei de Mendel, A e B deter- Considere o exemplo a seguir, que trata do cruzamento de
minam uma mesma característica. um casal Aabb × AaBb.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO ×
Mesma Aabb AaBb
característica
Gametas
Gametas AB Ab aB ab
Gametas: (b) × (B + b)
Descendentes: bb + Bb
1 1
Fenótipos e genótipos envolvidos na coloração de periquitos-australianos. 2 2
9 3 4
Marrons Pretos Brancos
16 16 16
Descendência esperada do cruzamento entre ratos duplos-heterozigotos.
Herança quantitativa
Fenótipos e genótipos para a coloração da pelagem canina, caso de
epistasia dominante.
O cruzamento entre duplos-heterozigotos (IiAa) terá A herança quantitativa, também conhecida como mul-
FRENTE 1
uma descendência com modificação na proporção fenotípi- tifatorial ou poligênica, envolve dois ou mais genes que
ca esperada de 9 : 3 : 3 : 1, sendo a proporção observada resultam em um efeito cumulativo, cada um contribuindo
de : 3 : . para a expressão de uma característica.
21
Cobaias, um tipo de porquinho-da-índia, podem ter Utilizamos como modelo a pigmentação da pele em
pelo branco ou pelo preto. No cruzamento entre hetero- seres humanos. A melanina é uma substância que confere
zigotos, a proporção fenotípica esperada é de 3 : 1, ou proteção contra os raios solares e também coloração à
seja, que o número de descendentes com pelo preto seja pele; ela é sintetizada em pequena quantidade em indiví-
o triplo do número de indivíduos com pelo branco. duos de pele clara e em maior quantidade em indivíduos
de pele escura; entre os extremos há tonalidades inter-
B Pelo preto mediárias.
b Pelo branco Um modelo clássico considera a herança da cor da
pele determinada por dois pares de alelos: A-a e B-b,
× sendo A e B genes aditivos, e a e b genes não aditivos;
Bb Bb não há alelos dominantes nem recessivos.
Genes aditivos tornam o fenótipo mais intenso; no
Descendência BB + Bb + Bb bb exemplo apresentado, promovem maior síntese de me-
esperada lanina, o que torna a pele mais escura. O indivíduo aabb
3 1
Pretos Branco tem a pele mais clara e o indivíduo que possui genótipo
4 4
AABB apresenta a pele mais escura. A tabela a seguir
O padrão de herança da pelagem de ratos segue a primeira lei de Mendel.
representa alguns dos fenótipos possíveis e seus respec-
tivos genótipos.
Esses valores podem ser representados em um gráfico.
Esse tipo de herança apresenta fenótipos distribuídos
Número de genes
em dois grupos bem distintos (branco e preto) em uma po- Fenótipos Genótipos
aditivos
pulação; considera-se que essa herança tem distribuição
descontínua.
4
Proporção de indivíduos
4
3
4
2
4
1
4
Herança da pigmentação de pele em seres humanos, um caso de herança
quantitativa.
Pelo branco Pelo preto
Fenótipo A partir do exposto, podemos obter algumas fórmulas
Herança com distribuição descontínua. No cruzamento de cobaias heterozigotas úteis na resolução de problemas. Essas fórmulas lidam basi-
para cor da pelagem há apenas duas categorias fenotípicas entre os camente com o número de classes fenotípicas e o número
descendentes: pelo preto e pelo branco.
de genes envolvidos (ou número de pares de genes):
No entanto, há casos em que os fenótipos não estão y Número de classes fenotípicas = número de genes + 1.
separados em apenas duas categorias. É o caso da altura y Número de classes fenotípicas = 2 (número de pares
na espécie humana, que apresenta grande variação, desde de genes) + 1.
indivíduos de baixa estatura até os muito altos; é o que se y Contribuição de cada alelo aditivo =
denomina como variação contínua. (fenótipo máximo – fenótipo mínimo)
número de alelos
Considerando agora uma típica sequência de cruza-
Número de indivíduos
×
Muito Baixos Altura Altos Muito aabb AABB
baixos média altos
Altura Gametas
Herança quantitativa contínua. Em seres humanos, há fenótipos intermediários
entre os indivíduos muito baixos e os muito altos.
Gametas AB Ab aB ab AB Ab aB ab Resolução:
a) Para o cálculo do número de genes que determina
a característica considerada (o peso), podemos uti-
AB Ab aB ab lizar a fórmula que considera o número de classes
fenotípicas.
No de classes fenotípicas = (no de pares de genes) +
AB Assim:
= 2 (n) +1
n = ( – 1)
2
Ab n=3
Assim, há 3 pares de genes responsáveis pela expres-
são da característica.
b) Para o cálculo da contribuição de cada gene na deter-
aB minação da característica, podemos utilizar a fórmula
que considera os fenótipos máximos e mínimos:
Contribuição de cada alelo aditivo
ab (Calelo) = (fenótipo máx. – fenótipo mín.)
no de alelos
Sabendo que o fenótipo máximo é 2 1 gramas e o
mínimo é 1 gramas, temos que:
As proporções do cruzamento são:
Calelo = (2 1 – 1 ) / 2n
1 4 6 4 Calelo = (2 1 – 1 ) / 2 x 3
, , ,
16 16 16 16 Calelo = 6 / 6
1 Calelo = 1
e .
16 O aumento de peso determinado por cada gene aditi-
vo é de 1 gramas.
Outra maneira de obter a proporção esperada em F2
é utilizando o triângulo de Pascal, construído com base 2. No caso do exercício anterior, qual o resultado espe-
em algumas premissas: rado em F dos cruzamentos de indivíduos de 500 g
y O primeiro e último números da linha serão 1. com indivíduos de 700 g, sendo todos homozigotos?
y Em cada linha, os números equidistantes serão iguais. Resolução:
y A soma de dois números consecutivos de uma linha Geração parental:
será igual ao número da linha seguinte, que está abai- Indivíduo com 1 g (aabbcc) × Indivíduo com 1 g
xo da segunda parcela da soma. (AAbbcc)
y O número de linhas representa o número total de ale- F1: Indivíduos com 1 6 g (genótipo Aabbcc)
los, contados a partir do zero: F2: Aabbcc × Aabbcc
1 Gametas: Abc e abc
1 1 Cruzamento:
1 2 1
Abc abc
1 3 3 1
1 4 6 4 1 Abc
, , , 1 2
16 16 16 16 Descendentes F2: com 1 g, com 1 6 g e
1 4 4
1 com 1 g.
e . 4
16
2
Revisando
1. Considerando o conceito de interações gênicas, explique a influência de mais de um gene na expressão de determi-
nada característica.
. Em que consiste a interação gênica simples e como as características fenotípicas são expressas nesse tipo de herança?
. Considerando os conceitos de interação gênica simples, indique as proporções genotípicas esperadas de um cruza-
mento entre heterozigotos.
5. O que é epistasia?
6. Explique como funciona a epistasia dominante. Qual é a proporção fenotípica esperada no cruzamento entre duplos-
-heterozigotos em um caso de epistasia dominante?
8. Explique o que é herança quantitativa, também chamada de poligênica, e como acontece a expressão dos fenótipos.
9. Que fórmulas podem ser utilizadas para avaliação do número de fenótipos segundo a herança quantitativa?
10. Considerando a herança quantitativa, qual será a proporção dos descendentes do cruzamento de fenótipos extre-
mos, ou seja, entre duplos-heterozigotos?
FRENTE 1
25
Exercícios propostos
1. PUC-Campinas As flores de uma determinada plan- . PUC-Minas As pimentas são originárias das Américas
ta podem ser vermelhas ou amarelas. Dois pares de e parece que já eram cultivadas pelos índios entre
genes (Vv e Aa) determinam essa característica: plan- 500 e 00 a.C. Das espécies do gênero Capsicum,
tas V_A_ produzem flores vermelhas e plantas V_aa, a mais difundida é a Capsicum annuum, à qual perten-
vvA_ ou vvaa flores amarelas. Na descendência do ce o pimentão. Quatro variedades de pimentões com
cruzamento VvAa × VvAa espera-se encontrar uma cores diferentes podem ser produzidas de acordo
proporção fenotípica de: com o esquema a seguir. Somente alelos dominantes
a) 1 vermelha : 1 amarela. produzem enzimas funcionais.
b) 9 amarelas : vermelhas.
c) 9 vermelhas : amarelas. Verde Marrom Amarelo Vermelho
d) 1 amarelas : 1 vermelha.
e) 1 vermelhas : 1 amarela.
2. UFJF/Pism-MG 2021 Há vários tipos de interação gê- O cruzamento de uma planta com pimentões amare-
nica, e dentre os exemplos mais conhecidos está o los com uma planta com pimentões marrons gerou
da forma da crista em algumas raças de galinha, dos descendentes que produziam frutos com os quatro
experimentos de Bateson e Punnett. Eles observaram fenótipos.
quatro tipos básicos de crista (noz, ervilha, rosa e sim- Analisando as informações e de acordo com seus co-
ples), e verificaram que o cruzamento entre galos e nhecimentos, é incorreto armar que:
galinhas com crista rosa e com crista ervilha produ- a) espera-se do cruzamento parental que a maioria
ziam outro tipo de crista, que eles chamaram de “noz”. dos descendentes produza frutos vermelhos.
Perceberam assim que não havia dominância entre a 1
b) do cruzamento parental, espera-se que dos
crista rosa e a crista ervilha. Neste exemplo, a intera- 4
descendentes produza frutos amarelos.
ção entre os genes ocorre, mas em nenhum momento c) o cruzamento dos descendentes vermelhos pro-
um gene impede a expressão de outro. 1
duz, em F2, de descendentes verdes.
Com base nessas informações, assinale a alternativa 16
CORRETA que se refere a este tipo de interação gênica. d) o cruzamento de plantas duplo-homozigotas nun-
a) Interação não epistática ca produz diretamente os quatro fenótipos.
b) Epistasia dominante
c) Epistasia recessiva 5. Fuvest-SP Em cães labradores, dois genes, cada um
d) Herança poligênica com dois alelos (B/b e E/e), condicionam as três pe-
e) Pleiotropia lagens típicas da raça: preta, marrom e dourada. A
pelagem dourada é condicionada pela presença do
. UEM-PR 2020 Sobre a determinação da cor da pele alelo recessivo e em homozigose no genótipo. Os
humana, assinale o que for correto. cães portadores de pelo menos um alelo dominante
A expressão gênica para a pigmentação da pele E serão pretos, se tiverem pelo menos um alelo do-
representa um caso de epistasia, em que um gene minante B; ou marrons, se forem homozigóticos bb. O
neutraliza a ação daquele que não é seu alelo. cruzamento de um macho dourado com uma fêmea
A variação da cor da pele humana depende da maior marrom produziu descendentes pretos, marrons e
ou menor quantidade de sol a que uma pessoa se dourados. O genótipo do macho é:
expõe e da quantidade de melanina que apresenta. a) EeBB.
Trata-se de um caso de herança quantitativa. b) EeBb.
4 Por se tratar de uma expressão de dominância e c) eebb.
recessividade, na herança poligênica os genóti- d) eeBB.
pos homozigotos recessivos se comportam como e) eeBb.
genes letais, portanto não se expressam no con-
junto da população. 6. UFJF/Pism-MG 2019 Algumas características feno-
As variações da pigmentação da pele podem ser típicas apresentam padrões de herança complexos,
explicadas pela quantidade de genes que apre- que dependem da interação entre diferentes genes.
sentam efeitos cumulativos. a) O que significa dizer que um gene é pleiotrópico,
Alterações ambientais provocam modificações ou seja, que ocorreu uma pleiotropia?
nos genes responsáveis pela expressão da ca- b) A figura abaixo apresenta uma curva de distribuição
racterística e são responsáveis pelas variações da altura de plantas de girassol em um cultivo. Cite
de pigmentação no conjunto populacional. e caracterize qual é o tipo de herança que está re-
Soma: lacionado a esse padrão de distribuição fenotípica.
c) A capacidade que tem um único par de alelos de pigmentos está bloqueada, independentemente do
produzir diversos efeitos fenotípicos, simultanea- genótipo do segundo gene. No segundo gene, o alelo
mente, no mesmo indivíduo, chama-se pleiotropia. B (preto) é dominante com relação ao alelo b (marrom).
27
Um cruzamento entre animais AaBb irá gerar a se- a) Um geneticista afirmou, após a análise de testes
guinte proporção de prole quanto à cor da pelagem: genéticos específicos, que determinado casal de
a) 9 pretos – 3 marrons – 4 albinos. albinos só poderia ter filhos com capacidade de
b) 9 pretos – 4 marrons – 3 albinos. produzir melanina (filhos não albinos). Qual é o
c) 3 pretos – 1 albino. genótipo desse casal?
d) 1 preto – 2 marrons – 1 albino. b) Sabe-se que um casal não possui a doença
e) 3 pretos – 1 marrom. PKU, assim como nenhum de seus respectivos
pais, contudo ambos apresentam um irmão com
12. UFMG A audição normal está sob o controle de dois a doença. Qual a probabilidade de esse casal
pares de genes – C e D –, que se segregam inde- gerar uma criança com o genótipo da doença
pendentemente. O primeiro determina a presença fenilcetonúria?
do nervo auditivo, enquanto o segundo a presença c) Construa um heredograma de acordo com as nor-
da cóclea. Assim sendo, apenas indivíduos com, pelo mas usuais da Genética indicando os genótipos
menos, um gene dominante em cada lócus terão audi- de todos os indivíduos referidos no item “b”.
ção normal. Os demais genótipos determinam um tipo
de surdez genética conhecida como surdez profunda. 1. PUC-Minas Em cães da raça Labrador Retriever, a cor
a) Considerando essas informações e outros co- da pelagem é determinada por um tipo de interação
nhecimentos sobre o assunto, responda: é gênica epistática de acordo com o esquema a seguir.
possível casais portadores de surdez profunda
terem todos os filhos com audição normal? Justi-
fique sua resposta.
b) Determine qual é a probabilidade de um casal Fenótipos
duplo-heterozigoto ter uma criança normal e ho-
mozigota dominante para os dois lócus. (Deixe Preta Chocolate Amarela
29
Ocorre epistasia quando um gene, ao invés de vermelhas com plantas de flores brancas, obtiveram-
determinar uma característica, impede a manifes- -se plantas de folhas vermelhas para 5 plantas de
tação de outro gene, não alelo. flores brancas na geração F.
Durante o desenvolvimento do organismo, vários Os genótipos das plantas com flores vermelhas e
pares de genes não alelos influem na determina- brancas da geração parental são, respectivamente:
ção de uma característica. a) AABB e AaBb. d) aaBb e Aabb.
Soma: b) AaBb e Aabb. e) aabb e aabb.
c) AABb e aabb.
21. Uerj As reações enzimáticas a seguir indicam a passa-
2. PUC-Minas O esquema adiante representa o cruza-
gem metabólica que sintetiza pigmentos em uma planta.
mento artificial (em P) de duas variedades puras de um
determinado vegetal, que se reproduz por autopolini-
zação (em F1). O caráter em estudo é a cor das flores.
P: × Linhagens puras
Enzima Enzima
A B
F1: di-híbridas
Considere as seguintes condições:
y Para as enzimas A e B, os alelos A e B produzem
enzimas funcionais, enquanto os alelos a e b pro- F 2:
duzem enzimas inativas;
y Uma única cópia funcional da enzima A ou da en-
zima B é suficiente para catalisar normalmente a
sua respectiva reação. Com base nos resultados, é correto armar, exceto:
Determine a proporção esperada entre as cores das a) trata-se de um caráter determinado por interação
plantas descendentes na primeira geração do cruza- gênica.
mento AaBb × AABb. b) os duplos-heterozigotos apresentam flores coloridas.
c) os indivíduos de F produzem quatro tipos de ga-
22. Em determinada espécie vegetal, ocorrem flores metas para o caráter em estudo.
vermelhas somente se a planta possuir os alelos d) a fecundação cruzada das plantas com flores bran-
dominantes A e B. Cruzando-se plantas de flores cas de F2 produzirá sempre o mesmo fenótipo.
Texto complementar
AaBb AaBb
XYXY XYXY
Gametas: (X + Y) × (X + Y) × (X + Y) × (X + Y)
Descendentes: (X + Y)4
Conjunto de alelos envolvidos na coloração dos olhos.
Desenvolvendo o binômio, obtém-se 5 termos, cujos coeficientes
Os fenótipos e os genótipos desse tipo de herança são apresentados são provenientes do triângulo de Pascal.
na tabela a seguir.
Herança da cor dos olhos: fenótipos e genótipos. Texto elaborado para fins didáticos.
Vídeo
FRENTE 1
1
Exercícios complementares
1. Mackenzie-SP Em galinhas, a cor da plumagem é de- b) Em um cruzamento-teste, uma fêmea branca foi
terminada por pares de genes. O gene C condiciona cruzada com um macho preto, gerando descen-
plumagem colorida, enquanto seu alelo c determina plu- dentes de pelagens preta, branca e marrom, sendo
magem branca. O gene I impede a expressão do gene que cada um deles apresentava apenas uma cor.
C, enquanto seu alelo i não interfere nessa expressão. Quais os genótipos dessa fêmea e desse macho?
Com esses dados, conclui-se que se trata de um caso de: Qual a probabilidade de nascer um filhote marrom
a) epistasia recessiva. na descendência gerada desse cruzamento-teste?
b) herança quantitativa.
c) pleiotropia. 5. Unicamp-SP Existe um gene em cobaias que su-
d) codominância. prime o efeito do gene que determina a coloração
e) epistasia dominante. nesses animais. Esse gene está localizado em um
cromossomo diferente daquele em que está o gene
2. PUC-Rio Em genética, o fenômeno da interação gêni- que determina a cor do animal. Cobaias albinas ho-
ca consiste no fato de: mozigotas foram cruzadas e todos os descendentes
a) uma característica provocada pelo ambiente, nasceram pretos. Como isso pode ser explicado, con-
como surdez por infecção, imitar uma característi- siderando-se que não ocorreu mutação? Justifique.
ca genética, como a surdez hereditária.
b) vários pares de genes não alelos influenciarem na 6. UnB-DF As diversas substâncias ingeridas pelo
determinação de uma mesma característica. homem são transformadas em outras, durante os
c) um único gene ter efeito simultâneo sobre várias processos metabólicos. Essas transformações são ca-
características do organismo. talisadas por diferentes enzimas. O esquema a seguir
d) dois pares de genes estarem no mesmo par de representa alguns passos da síntese de melanina.
cromossomos homólogos.
e) dois cromossomos se unirem para formar um
gameta.
Gene A Enzima A
Gametas Ab aB
Gene A Gene B
Utilizando essas informações e seus conhecimentos, Precursor (flores brancas)
Lócus A
faça o que se pede.
a) Do cruzamento entre camundongos preto e albi-
no, obtiveram-se 1% de camundongos aguti. Enzima
Dê os genótipos dos camundongos envolvidos
no cruzamento. Produto I (flores róseas) Lócus B
b) Do cruzamento de dois camundongos aguti, ob-
tiveram-se descendentes na seguinte proporção:
Enzima 2
9 aguti : 3 pretos : 4 albinos. Cite todos os ge-
nótipos possíveis para os camundongos albinos
obtidos e apresente uma explicação para a al- Produto II (flores roxas)
teração da proporção 9 : 3 : 3 : 1 (esperada em
cruzamento de di-híbridos) para 9 : 3 : 4. Apenas a presença de alelos dominantes em cada um
c) Cite a probabilidade de se obterem camundongos dos dois loci determina enzimas ativas capazes de me-
pretos do cruzamento de albinos (duplos-homozi- diar as respectivas etapas de produção dos pigmentos.
gotos) com aguti (duplos-heterozigotos). a) Quais são os possíveis genótipos de uma planta
que apresenta flores róseas?
1. Fuvest-SP 2019 Em uma variedade de petúnia, as b) Quais são as proporções genotípica e fenotípica
flores podem ser brancas, róseas ou roxas. Suponha esperadas entre os descendentes do cruzamento
que essas cores de flores resultem de pigmentos cuja de plantas com genótipos AaBb × aabb?
síntese é determinada por genes com segregação c) Qual é a proporção fenotípica esperada no cru-
independente que participam de uma mesma via me- zamento de indivíduos heterozigóticos para os
tabólica, conforme esquematizado abaixo: dois loci?
BNCC em foco
EM1CNT202 e EM1CNT205
1.
a)
b)
EM1CNT202 e EM1CNT205
2.
a)
b)
c)
EM1CNT205 e EM1CNT01
.
a)
b)
c)
18
Apesar de muito bem elaboradas, a primeira e a segunda lei de Mendel não
são suficientes para explicar todos os padrões de herança que observamos
na natureza. Isso porque elas descrevem a herança de pares de alelos que se
segregam independentemente, isto é, que estão em cromossomos diferentes.
Mas como estudar a herança de dois ou mais pares de alelos situados no mesmo
cromossomo? Veremos agora quais são os mecanismos genéticos desse tipo
de herança.
Ligação fatorial (linkage) ELEMENTOS
FORA DE cis trans
PROPORÇÃO
No estudo da primeira lei de Mendel, analisamos a he-
CORES
rança de características condicionadas por um par de alelos FANTASIA
Replicação
Linkage e a formação de gametas
Os gametas formados por genes que estão ligados te-
rão, em geral, cromossomos com o mesmo par de alelos. No
caso de os genes A e B estarem ligados, os gametas que
o indivíduo produzirá terão o cromossomo com ambos os
genes. Dessa maneira, um indivíduo homozigoto recessivo
(aabb) produzirá apenas gametas ab, e um heterozigoto
para A e homozigoto recessivo para B (Aabb) formará ga- Pareamento dos
cromossomos homólogos
metas de dois tipos: Ab e ab.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
CORES
FANTASIA
Gametas Gametas
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO Parental
CORES
FANTASIA
Cromátides-irmãs
Cromátides homólogas
A a A A a a Gametas
A A a a Recombinantes
formados
B b B B b b B b B b
Parental
Representação esquemática do processo de crossing-over e dos tipos de gametas formados. Gametas parentais têm a disposição original de alelos. Gametas
recombinantes têm alelos em disposição alterada, resultante do crossing-over.
y Se, em 100 células, 80% apresentarem crossing-over, serão 80 células que gerarão 320 gametas com permutação
FRENTE 1
(80 3 4).
y Dessas 100 células, 20 gerarão 80 gametas sem permutação (20 3 4).
y O total será de 400 gametas (320 com permutação + 80 sem permutação).
37
ELEMENTOS 100 células
FORA DE
PROPORÇÃO
CORES
FANTASIA
Meiose
20% não sofreram crossing-over 80% sofreram crossing-over
(20 células) (80 células)
40 40 80 80 80 80
Assim, nos 400 gametas produzidos pelo heterozigoto cis, haverá os seguintes genótipos:
120 30 80 20
y 120 ab → = = 30% ab y 80 Ab → = = 20% Ab
400 100 400 100
120 30 80 20
y 120 AB → = = 30% AB y 80 aB → = = 20% aB
400 100 400 100
Como resultado, haverá 60% de gametas parentais (30% de ab e 30% de AB) e 40% de gametas recombinantes (20% de Ab
e 20% de aB); sendo, portanto, a taxa de recombinação (TR) de 40%. Isso permite fazer algumas generalizações importantes.
. Os gametas parentais são mais abundantes que os recombinantes.
2. A taxa de recombinação (TR) está vinculada à porcentagem de células que sofrem crossing-over (80% no exemplo
hipotético apresentado). Assim, temos:
Se todas as células sofressem crossing-over (100%), a TR teria o valor de 50% (que é o valor teórico máximo da TR).
Mapas genéticos
Mapas genéticos consideram a posição e a distância dos genes em um cromossomo. Levando em conta a estrutura
física de um cromossomo, nota-se que os genes estão em posição linear. Isso permite saber quais as chances de ocorrer
permuta com determinado gene e também quais genes estão mais próximos entre si.
Consideremos um triplo heterozigoto cis FfGgHh hipotético; seus genes estão dispostos ao longo de cada cromos-
somo homólogo, sendo G situado entre F e H, porém mais próximo de F.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
CORES
FANTASIA
Durante a prófase I da meiose, pode ocorrer crossing-over envolvendo os três genes. No entanto, as chances de
ocorrer um crossing-over são maiores entre os genes F e H; isso está relacionado aos seguintes fundamentos:
÷2
Dessa forma, promovendo cruzamentos-testes e deter-
= minando a taxa de permutação que ocorre entre os genes,
x2 pode-se descobrir a distância entre os genes localizados no
mesmo cromossomo e estabelecer a posição de um gene
Há uma relação entre a porcentagem das células que sofrem crossing-over e a
taxa de recombinação, sendo esta a indicadora da distância entre os genes. em relação a outros, montando, assim, o mapa genético de
um cromossomo e até de um indivíduo.
Outro aspecto importante diz respeito à formação de O crossing-over é um processo que gera maior varia-
gametas. Um duplo-heterozigoto cis (AaBb) forma quatro bilidade genética nas populações, por originar gametas
tipos de gametas, e os recombinantes são menos abun- distintos e proles mais diversificadas. Isso é de suma impor-
dantes. Já um duplo-recessivo (aabb) forma um único tância para a manutenção das espécies, pois a variabilidade
tipo de gameta (ab), não importando se ocorre ou não genética favorece a sobrevivência das populações diante
crossing-over. de alterações nas condições ambientais.
Revisando
1. O que são genes em linkage? O que a herança com ligação fatorial considera?
FRENTE 1
39
. Como são formados os gametas a partir de células que apresentam genes ligados? Cite um exemplo.
3. Que tipos de gametas podem ser formados pelos duplos-heterozigotos com ligação fatorial?
4. O que é crossing-over?
7. Como pode ser calculada a porcentagem de gametas recombinantes formados em decorrência de permutação?
8. O que são mapas genéticos? Que tipo de informação eles podem oferecer sobre permutação?
Identique qual dos dois casos tem maior probabilidade c) Na situação A, quais são os tipos de gametas pro-
de representar dois locos no mesmo cromossomo. Jus- duzidos por uma ervilha-de-cheiro duplamente
tique sua resposta. heterozigota para Flor Púrpura/Pólen Alongado?
41
5. UFPel-RS Uma determinada espécie vegetal apresenta variação para cor da flor – roxo e branco –, cor do hipocótilo –
roxo e verde – e pilosidade no cálice da flor – com (piloso) e sem (glabro). A cor roxa da flor e do hipocótilo e a pre-
sença de pilosidade são dominantes. Em todos os cruzamentos realizados entre plantas fenotipicamente diferentes
e após avaliações em várias gerações segregantes, foi observado que em todas as plantas que apresentavam flores
roxas, o hipocótilo era roxo; e, em todas as plantas que apresentavam flores de cor branca, o hipocótilo era verde
(situação ). Entretanto, ao cruzarem um duplo-heterozigoto para os caracteres cor da flor e pilosidade no cálice da
flor com um duplo-recessivo, foi observada na progênie a seguinte proporção (situação ).
Fenótipo Proporção
6. UEPG-PR 00 A Lei da Ligação Gênica foi proposta por Morgan no início do século XX. O esquema a seguir re-
presenta os genes A e B ligados em um par de cromossomos homólogos. A distância entre os genes é de cM
(centimogans ou unidades de mapa). Em relação a Lei de Ligação Gênica e ao que está demonstrado no esquema,
assinale o que for correto.
A B
a b
a
10 cM
No esquema, os alelos dominantes dos dois genes (A e B) estão em um cromossomo enquanto os recessivos
(a e b) estão no outro. Nesse caso, o duplo-heterozigoto (AaBb) está em configuração cis.
2 Nesse exemplo, é esperada a seguinte proporção gamética: 45% AB, 5% Ab, 5% aB e 45% ab. Os gametas AB e
ab são ditos parentais, enquanto os gametas Ab e aB são recombinantes.
Nesse exemplo, é demonstrado que os genes A e B estão ligados a 10 cM e, pela Lei de Ligação Gênica, jamais
poderia haver recombinantes entre eles.
Na Lei de Ligação Gênica, a taxa de recombinação (crossing-over) é inversamente proporcional à distância entre
os genes. Dessa forma, quanto menor a distância entre dois genes, maior é a taxa de recombinação entre eles.
No exemplo, são esperados 80% de gametas parentais e 20% de gametas recombinantes.
Soma:
7. UFRGS O esquema a seguir refere-se a uma célula diploide que, durante a meiose, sofrerá permutação entre os
genes A e B.
Assinale a alternativa que apresenta todos os tipos de gametas normais que podem ser formados por essa célula.
a) AbCe; abCe; aBCe; ABCe. d) AbCe; aBCe.
b) AbC; e; aBC; e. e) AabCe; AaBCe; AbCe; aBCe.
c) AbCe; ABCe.
43
Texto complementar
Os estudos de Thomas Morgan e sua contribuição com as teorias de Mendel
Thomas Hunt Morgan (1866-1945), importante embriologista estadunidense da Universidade de Columbia (Nova York, EUA), realizou, a partir da
década de 1910, aprofundados trabalhos e estudos genéticos com a espécie Drosophila melanogaster. Assim começou o capítulo da vida de Morgan
com essas moscas, que determinaria o início do mapeamento genético na história da ciência.
Morgan se interessou pelas variações observadas na espécie e estabeleceu um grupo de estudos para determinar como os caracteres se alteravam
na população ao longo do tempo. Na chamada “sala das moscas”, ele e seu grupo desenvolveram uma pesquisa genética inovadora. Sua hipótese
inicial era de que o comportamento dos cromossomos não explicaria os “fatores hereditários”, postulados por Mendel, mas, após seus estudos, Morgan
acabou por demonstrar que era nos cromossomos que estavam os tais fatores hereditários. Além disso, os resultados de seus estudos mostraram que
há diversos genes localizados em um mesmo cromossomo.
A pesquisa de Morgan e de seus alunos resultou na ideia da teoria cromossômica da herança, posteriormente estabelecida pelo biólogo alemão
Theodor Boveri (1862-1915) e pelo geneticista estadunidense Walter Sutton (1877-1910). Morgan conseguiu responder uma das grandes dúvidas que
pairavam na época sobre os “fatores hereditários” de Mendel. Em 1933, Morgan recebeu o Prêmio Nobel de Medicina por seu trabalho e o dividiu com
seus filhos e com os seus colegas de longa data.
Toda a aparente simplicidade das moscas estudadas por Morgan permitiu que elas fossem um importante modelo para o estudo da transmissão
de caracteres hereditários. Elas são um excelente material biológico para trabalhos experimentais de genética devido às suas características como
ciclo de vida curto, descendência em número elevado, fácil distinção dos sexos, grande variedade de caracteres de fácil distinção e o cariótipo com
apenas quatro pares de cromossomos (1 sexual e 3 autossômicos).
k.com
Studiotouc
Drosophila melanogaster (mede cerca de 2 mm de comprimento), usada até os dias de hoje como um organismo-modelo
nos estudos em Genética.
Texto elaborado para fins didáticos.
Resumindo
Ligação fatorial (linkage)
A herança com ligação fatorial analisa dois ou mais pares de alelos, situados em um mesmo par de cromossomos homólogos.
Genes nessa condição estão em linkage, isto é, estão ligados.
Crossing-over
Durante a formação dos gametas, podem ocorrer processos que gerarão novas possibilidades de conformação dos gametas,
dentre eles o crossing-over, também chamado de permutação ou recombinação.
Esse fenômeno geralmente ocorre na prófase I da meiose, momento em que:
y cromossomos homólogos são tracionados por filamentos proteicos;
y ocorrem quebras nas cromátides em pontos correspondentes, chamados quiasmas;
y há troca de pedaços entre os cromossomos homólogos – troca corresponde ao crossing-over;
O valor teórico máximo da TR é 50%, caso em que todas as células sofrem crossing-over (100%).
Mapas genéticos
Mapas genéticos consideram a posição e a distância dos genes em um cromossomo. É fato que os genes se encontram
em posição linear, o que permite conhecer as chances de ocorrer permuta com determinado gene e também saber quais
genes estão mais intimamente relacionados.
A probabilidade de um gene participar de um crossing-over está relacionada com os seguintes fundamentos:
y A probabilidade de ocorrência de quebra no cromossomo é a mesma ao longo de todo o cromossomo.
y Genes com maior distância entre si apresentam mais pontos sujeitos a quebra, indicando maior chance de ocorrência de
crossing-over (e maior taxa de recombinação).
y Genes muito próximos têm pequena probabilidade de ocorrência de crossing-over, tendendo a zero.
A convenção que relaciona a taxa de recombinação e a distância entre os genes é:
÷2
=
x2
Sites https://agencia.fapesp.br/desenvolvida-a-primeira-
https://g.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/0/03/ linhagem-de-peixe-sul-americano-resistente-a-patogeno-
mapeamento-genetico-ajuda-entender-cancer-de-sangue.html comum-na-piscicultura/3544/
(Acesso em: 11 mar. 2022) (Acesso em: 11 mar. 2022)
Reportagem explica como um estudo de mapeamento Artigo apresenta o desenvolvimento de uma linhagem
genético ajuda a entender o câncer de sangue. de peixes resistentes a bactérias a partir do mapeamento
genético.
Exercícios complementares
? IA A
a disfunção em uma determinada família, para a qual o 8 9
tipo sanguíneo de cada um dos membros está indicado. IB a
45
1. PUC-Minas Analisando-se o heredograma, é possível Um dos gametas recombinantes mais frequentes en-
afirmar, exceto: tre os grãos de pólen produzidos por essa planta será
a) a alcaptonúria é um caráter determinado por gene a) FGH d) fGh
autossômico recessivo. b) FgH e) fgh
b) o indivíduo 3 pode ter recebido um gameta re- c) fgH
combinante de sua mãe.
c) o indivíduo 6 certamente não recebeu um gameta 6. PUC-Minas O cruzamento de dois indivíduos, um com
recombinante da sua mãe ou do seu pai. genótipo AaBb e outro com genótipo aabb, resultou
d) a chance de o indivíduo ser heterozigoto para o numa F com as seguintes proporções:
caráter alcaptonúria é de 2 . AaBb = %
3 aabb = %
. PUC-Minas A posição ocupada pelos alelos que de- Aabb = %
terminam grupo sanguíneo e alcaptonúria, no par de aaBb = %
cromossomos 9, está representada para o indivíduo 7 Com esses resultados, pode-se concluir que os genes
ao lado do heredograma. A frequência de recombina- a e b:
ção entre os dois lócus gênicos é de %. a) estão em um mesmo braço do cromossomo.
São frequências esperadas de descendentes para o b) seguem as leis do di-hibridismo.
cruzamento 3 7, exceto: c) constituem um caso de interação gênica.
a) 22,5% de AB normais. d) são pleiotrópicos.
b) 45% de A normais. e) são epistáticos.
c) 50% de afetados.
d) 50% B normais ou afetados. 7. UPE 017 Um pesquisador está buscando descobrir
se pares de genes alelos, que atuam em duas carac-
3. USCS-SP 016 Na gametogênese da maioria dos ani- terísticas para cor (colorido - B e incolor - b) e aspecto
mais, verifica-se a redução da ploidia nas células em (liso - R e rugoso - r) do grão do milho, se situam em
formação, assim como a segregação independente pares de cromossomos homólogos ou no mesmo cro-
de genes alelos. Esses dois processos estão relacio- mossomo (Linkage). Ele efetuou o cruzamento de um
nados à diversidade genética das espécies. duplo-heterozigoto com um duplo-recessivo, ou seja,
a) Por que é necessária a redução da ploidia no pro-
cesso de formação dos gametas? Em que etapa da
divisão celular (gametogênese) ocorre tal redução?
b) Considerando o genótipo duplo heterozigoto
AaBb e a ausência de permutação, indique os
possíveis genótipos dos gametas gerados quan-
do: 1) tais alelos estão em ligação gênica do tipo
cis (AB/ab); e 2) quando estão localizados em dife-
rentes pares de cromossomos homólogos.
47
BNCC em foco
Duplo-mutante:
Corpo cinza,
Retrocruzamento corpo preto e
asas normais
asas vestigiais
X
Genótipo PpVv Genótipo: ppvv
EM13CNT01 e EM13CNT301
1.
EM13CNT01 e EM13CNT301
.
EM13CNT01 e EM13CNT301
3.
a)
b)
c)
BIOLOGIA
FRENTE 1
44 autossômicos (A)
2 sexuais: XX ou XY Sistema X0
O sistema X ocorre em percevejos e gafanhotos;
Mulher Homem além dos cromossomos autossômicos, a fêmea tem dois
cromossomos X (XX), enquanto o macho tem apenas
46 = 44A + XX 46 = 44A + XY
um cromossomo X (X).
Gametas Gametas
Sistema ZW
O sistema ZW ocorre, por exemplo, em muitas aves,
100%
50% 50% em borboletas e em mariposas.
23 = 22A + X
23 = 22A + X 23 = 22A + Y Além dos autossômicos, cada indivíduo possui dois
A constituição de cromossomos em seres humanos. cromossomos sexuais: a fêmea é ZW e o macho é ZZ.
Assim, o cromossomo Z é comum ao macho e à fêmea
O sexo dos descendentes depende da combinação (como o cromossomo X nos mamíferos). Já o cromossomo
formada pelo encontro dos gametas. O óvulo tem apenas W é exclusivo da fêmea (nos mamíferos, é o macho que
cromossomos X e os espermatozoides que o homem pro- apresenta um cromossomo exclusivo, o cromossomo Y).
duz podem apresentar cromossomos X ou Y, sendo metade O macho só produz gametas Z, portanto é o sexo
de cada tipo. Dessa maneira, é o gameta do pai que deter- homogamético. A fêmea produz gametas Z e gametas W,
mina o sexo dos descendentes do casal. portanto é o sexo heterogamético.
Geração
Sistema n/2n
×
parental: Abelhas e alguns outros insetos sociais, como formi-
gas e vespas, têm o sistema n/2n de determinação sexual.
Gametas: + Em geral, as fêmeas são diploides (2n) e os machos são
haploides (n).
As fêmeas são provenientes de zigotos (2n) e sua
Descendência fertilidade depende do tipo de alimentação que recebem.
esperada:
50% 50% Se o zigoto for depositado em uma célula com geleia
Determinação do sexo em humanos. real, origina-se uma rainha (fêmea fértil); se o zigoto for
colocado em célula com mel, origina-se uma operária (fê-
O sistema de determinação sexual com base nos cro- mea estéril). Os machos (zangões) são provenientes de
mossomos X e Y (sistema XY) ocorre nos mamíferos e na óvulos não fecundados, o que caracteriza um caso
mosca drosófila. de partenogênese.
Genes exclusivos do X
(relacionados à herança
ligada ao sexo)
Zangão Operária Rainha
Determinação do sexo no sistema n/2n. Genes exclusivos do Y
Região (relacionados à herança
homóloga restrita ao sexo)
Recentemente, foram descobertos mais detalhes acer-
ca da determinação sexual em abelhas, envolvendo um
gene denominado CSD (complementary sex determiner Representação esquemática dos cromossomos sexuais. Os cromossomos
X e Y apresentam áreas homólogas; há regiões presentes apenas no X e
ou determinador complementar do sexo), o qual possui outras regiões exclusivas do Y.
de 11 a 19 alelos diferentes. Um ovo diploide apresenta
dois alelos diferentes do gene CSD (heterozigoto) e as As heranças relacionadas ao sexo podem ser clas-
proteínas que eles codificam desencadeiam o desen- sificadas em função da localização dos genes que as
volvimento de uma fêmea. Um óvulo não fecundado tem determinam.
apenas um alelo CSD (hemizigoto) e, portanto, desenvol-
ve-se em um macho. Já se um ovo diploide receber duas Heranças determinadas por genes
cópias do mesmo alelo CSD (homozigoto), o resultado autossômicos
também será o desenvolvimento de um macho, nesse
caso, diploide. Herança limitada ao sexo
A herança limitada ao sexo é determinada por genes
Os cromossomos sexuais autossômicos que se expressam apenas em um dos
Na espécie humana, o cromossomo Y é bem menor sexos. No gado bovino, por exemplo, os genes que de-
que o cromossomo X. terminam a produção de leite manifestam-se apenas em
fêmeas. Na espécie humana, o gene para hipertricose au-
ricular (pelos abundantes nas orelhas) tem manifestação
Latinstock/Photoresearchers/Photoresearchers
Os cromossomos sexuais X e Y apresentam grande diferença de tamanho. Genótipos e fenótipos relacionados à calvície.
51
Heranças determinadas por genes Vamos analisar alguns exemplos de cruzamentos.
Exemplo :
de cromossomos sexuais
- Cruzamento de drosófilas (fêmea homozigota):
Herança restrita ao sexo
A herança restrita ao sexo (ou herança ligada ao Y), no
sistema XY, é associada a genes presentes na região não Olhos Olhos
vermelhos brancos
homóloga do cromossomo Y (apenas no macho). Por isso, Gametas: ×
é designada herança holândrica (do grego holos = total;
andros = masculino). É o caso do gene SRY, responsável
pela formação de testículos; com a ausência desse gene, +
Olhos Olhos
ocorre a formação de estruturas do sistema genital femini-
vermelhos vermelhos
no, como ovários, tubas uterinas e útero. 50% 50%
Herança ligada ao sexo Uma fêmea de drosófila homozigota para olhos ver-
melhos é cruzada com um macho de olhos brancos. A
É determinada por alelos exclusivos do cromossomo X
descendência é composta de fêmeas de olhos vermelhos
(encontrados na região não homóloga do cromossomo X).
e machos de olhos vermelhos na mesma proporção (5%
Assim, a fêmea tem dois alelos e o macho possui um alelo cada).
apenas (diz-se que é hemizigoto). A seguir, serão analisados Exemplo 2:
alguns exemplos desse tipo de herança.
- Cruzamento de drosófilas (fêmea heterozigota):
Cor dos olhos de drosófilas
Nessas moscas, há dois alelos que condicionam a cor
dos olhos: Olhos Olhos
vermelhos vermelhos
• Xb olhos brancos
Gametas: ×
• XB olhos vermelhos
Assim, os genótipos e os fenótipos possíveis são:
Genótipo Fenótipo
50% 25% 25%
Gametas XB Y
XB
Xb
Genótipos e fenótipos relacionados à cor dos olhos de drosófilas. Cruzamento entre drosófilas XBXb e XBY.
Genótipo Fenótipo
Cromatina sexual
Uma célula somática de um homem apresenta, em in-
Genótipos e fenótipos relacionados ao daltonismo. terfase, uma diferença nítida em relação à de uma mulher.
Para que um homem seja daltônico, basta apresentar Essa diferença reside no núcleo: a célula feminina tem cro-
apenas um alelo Xd; já uma mulher daltônica precisa ter dois matina sexual, anteriormente chamada corpúsculo de Barr,
alelos Xd. Assim, é comum que haja mais homens do que ausente na célula masculina.
mulheres com daltonismo em uma população. Enquanto um dos cromossomos X da mulher encon-
Uma mulher heterozigota (XDXd) pode transmitir o alelo tra-se descondensado, o outro se mantém condensado e
para daltonismo a seus filhos e filhas. inativo, constituindo a cromatina sexual. O homem apre-
Um homem daltônico recebeu o alelo para daltonismo senta um cromossomo X, que se mantém descondensado
de sua mãe e transmitirá obrigatoriamente esse alelo a e não há, portanto, cromatina sexual. O cromossomo des-
suas filhas. condensado tem genes ativos, ou seja, apenas os seus
genes se manifestam na célula.
do pai
X descondensado e ativo
X condensado e inativo
(cromatina sexual)
Cromossomo passado
para o filho
Célula de homem
X descondensado e ativo
53
A hipótese de Lyon (Mary Lyon, de 1961) considera • O alelo XA determina pelo malhado de branco e amarelo.
que a mulher apresenta o cromossomo X em dose dupla • O alelo XP condiciona pelo malhado de branco e preto.
por algumas razões. Uma delas tem base no fato de um Os fenótipos e genótipos possíveis são:
dos cromossomos X sofrer condensação (inativação); a
Genótipo Fenótipo
presença dele seria um mecanismo de “compensação
de dosagem”.
A condensação do cromossomo X nas células femi-
ninas acontece durante o desenvolvimento embrionário.
Determinadas células apresentam condensação do cro-
mossomo X oriundo do pai; outras células do organismo
apresentam condensação no outro cromossomo X,
proveniente da mãe. A distribuição das células com X Genótipos e fenótipos relacionados à coloração da pelagem em gatos.
materno ativado (X1) ou com X paterno ativado (X2) no Dessa maneira, sabe-se que se um gato apresentar
organismo apresenta a forma de um mosaico, resultando as três cores de pelos (amarelos, brancos e pretos) será
na presença dos dois tipos de células, possivelmente em do sexo feminino.
todos osórgãos.
Fquestier/Coleção particular
Organismo
X1 – X materno ativado
X2 – X paterno ativado
Revisando
1. Em relação aos cromossomos humanos, como são denominados os cromossomos sexuais? Quais são eles? Como são
denominados os cromossomos não sexuais?
. Considerando que o ser humano tem cromossomos e que os cromossomos autossômicos são representados por
A, escreva a fórmula cromossômica da mulher e a do gameta feminino.
6. A hemofilia é uma anomalia caracterizada pela dificuldade na coagulação sanguínea, e é determinada por um gene
recessivo presente no cromossomo X. Um casal em que a mulher é normal para a hemofilia, porém filha de pai hemo-
fílico, e o homem é normal para hemofilia, vai ter um filho. Qual a probabilidade de o casal ter um menino hemofílico?
1 1 1 1
a) b) c) d) e) 1
2 4 8 16
8. UFSC 018 Uma espécie de parasita encontrada em cavalos possui n = . Com base nessa informação, é correto
afirmar que:
o número haploide dos gametas será igual a 2.
2 na primeira divisão da meiose, cada célula-filha resultante terá um único cromossomo.
a quantidade de DNA presente nas células-filhas após a primeira divisão da meiose será igual à da célula-mãe.
na célula-mãe, todos os genes estarão em ligação independentemente da distância entre eles, embora alguns se
comportem como se estivessem em cromossomos diferentes.
a determinação do sexo é do tipo ZW, como nas aves, sem considerar os demais cromossomos desses parasitas.
Soma:
9. UFSC Sobre os cromossomos X e Y, responsáveis pela determinação cromossômica do sexo da espécie humana, é
correto afirmar que:
todos os homens normais receberam o cromossomo Y de seu avô paterno, mas nem todos receberam o cromos-
somo X de sua avó materna.
2 todas as mulheres normais receberam um cromossomo X de sua avó paterna, mas nem todas receberam um cro-
mossomo X de sua avó materna.
todos os genes presentes nos cromossomos X e Y são responsáveis pelo desenvolvimento sexual de um indivíduo.
apenas o cromossomo X tem genes responsáveis pelo desenvolvimento sexual, pois o cromossomo Y tem pou-
cos genes.
todos os genes do cromossomo Y são responsáveis pelo desenvolvimento sexual masculino.
2 o sistema XY de determinação cromossômica do sexo está presente apenas na espécie humana.
os cromossomos X e Y são assim denominados porque apresentam a forma de um X e de um Y.
Soma:
55
Exercícios propostos
1. Uece 019 No que diz respeito à hemofilia, escreva 4. Unesp 00 Comportamento do casal pode definir sexo
V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se do bebê, dizem pesquisadores. Muitas pessoas sonham
afirmar nos itens abaixo. não só com o nascimento de um bebê, mas com o sexo
A incapacidade de produzir o fator VIII de coagula- dele. Não é possível escolher se você vai gerar uma meni-
ção sanguínea apresentada pelos hemofílicos pode na ou um menino, mas alguns pesquisadores sugerem que
levar à morte e segue a herança ligada ao sexo. alguns fatores, como fazer sexo exatamente no dia da ovu-
lação, ou a frequência das relações sexuais, aumentariam
Mulheres do genótipo XhXh e homens do genótipo
a chance de ter uma criança de determinado sexo.
XhY são hemofílicos; portanto, a hemolia segue o
(Ivonete Lucirio. https://universa.uol.com.br, 06.08.2012. Adaptado.)
padrão típico de herança ligada ao cromossomo Y.
Os homens hemofílicos não transmitem o alelo mu- A notícia traz hipóteses ainda em discussão entre es-
tante para a prole do sexo masculino. pecialistas, mas o que o conhecimento biológico tem
As lhas de uma mulher hemofílica são hemofílicas, como certo é que, na espécie humana, o sexo da pro-
pois herdam um alelo selvagem da mãe. le é denido no momento da fecundação e depende
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: da constituição cromossômica do
a) V, V, V, F. c) V, F, V, F. a) espermatozoide, que é definida na meiose I da
b) F, V, F, V. d) F, F, F, V. gametogênese do pai e a mãe não tem participa-
ção na determinação do sexo da prole.
b) óvulo, que é definida na meiose II da gameto-
. UEL-PR Acerca da relação entre os cromossomos de
gênese da mãe e o pai não tem participação na
um menino e os de seus avós, fizeram-se as seguintes
determinação do sexo da prole.
afirmações. c) espermatozoide, que é definida na meiose II da
I. Seu cromossomo Y é descendente do Y de seu gametogênese do pai e a mãe não tem participa-
avô paterno. ção na determinação do sexo da prole.
II. Seu cromossomo X é descendente de um X de d) óvulo e do espermatozoide, que são definidas na
sua avó paterna. meiose II da gametogênese de ambos os genito-
III. Entre seus autossomos, há descendentes de au- res e o pai e a mãe participam, conjuntamente, da
tossomos de seus avós. determinação do sexo da prole.
Dessas armações, está(ão) correta(s) apenas: e) óvulo, que é definida na meiose I da gametogê-
a) I. nese da mãe e o pai não tem participação na
b) II. determinação do sexo da prole.
c) III.
d) I e III. 5. UFPR 019 Uma doença genética muito rara tem pa-
e) II e III. drão de herança dominante. Um homem, filho de mãe
afetada e pai normal, é afetado pela doença e é casado
3. UEM/PAS-PR 01 Sobre os cromossomos sexuais e com uma mulher que não é afetada pela doença. A res-
a determinação do sexo nos animais, assinale o que peito dos filhos desse casal, é correto afirmar:
for correto. a) Um filho desse casal tem probabilidade de 75%
A determinação do sexo nos animais é definida de ser afetado pela mesma doença do pai, no
pela constituição cromossômica e genética dos caso de o gene em questão estar localizado num
indivíduos. cromossomo autossômico.
2 Na determinação do sexo, os mamíferos são es- b) Uma filha desse casal tem probabilidade de
pécies dioicas cujas fêmeas possuem um par de 1% de ser afetada pela mesma doença do pai,
cromossomos homólogos (XX) e cujos machos no caso de o gene em questão estar localizado no
possuem somente um cromossomo corres- cromossomo X.
pondente ao das fêmeas (X) e um tipicamente c) Um filho desse casal tem probabilidade de 5% de
ser afetado pela mesma doença do pai, no caso
masculino (Y).
de o gene em questão estar localizado no cromos-
Nas abelhas melíferas a partenogênese de óvu-
somo X.
los fecundados origina fêmeas.
d) Uma filha desse casal tem probabilidade de 25%
Os genes responsáveis pela hemofilia estão
de ser afetada pela mesma doença do pai, no
localizados no cromossomo Y humano, caracteri-
caso de o gene em questão estar localizado num
zando a transmissão dessa doença como herança
cromossomo autossômico.
ligado ao sexo. e) Uma filha desse casal tem % de probabilidade de
Nos mamíferos o gene SRY localiza-se nos autos- ser afetada pela mesma doença do pai, no caso
somos. de o gene em questão estar localizado no cromos-
Soma: somo X.
Normais
10. Famema-SP 0 A deutarenomalia, um tipo de daltonis-
mo, ocorre quando há uma alteração em um tipo de cone,
a) Sabendo que a doença em questão é um caso de
célula da retina responsável pela percepção das cores. A
herança ligada ao sexo, formule a conclusão do ge-
deuteranomalia é uma anomalia genética cuja herança está
neticista quanto à possibilidade de o consultante
ligada à região não homóloga do cromossomo X.
transmitir a doença a seus descendentes diretos. (Adaptado de https://bcc.ime.usp.br/fccs/2014/
b) Calcule os valores correspondentes à probabili- atakata/docs/Daltonismo_v3.pdf)
dade de que o primo doente do consultante, ao
Considere a seguinte situação:
casar com uma mulher normal, gere filhas e filhos
Uma mulher e seu companheiro têm a visão normal em
afetados pela doença.
relação à percepção das cores. No entanto, a mulher é
lha de um homem que apresenta deuteranomalia, e o
7. UFRGS 019 Em agosto de 0, foi divulgada, na re- homem, lho de mãe heterezigota para a deuteranomalia.
vista Nature, a descoberta de um fóssil híbrido entre a) Qual a chance desse casal ter uma criança com
duas espécies humanas já extintas. Trata-se do fóssil deuteranomalia? Demonstre através de um cruza-
de uma garota de anos, de mãe neandertal e pai mento.
denisovano que viveu há 0 mil anos. b) O casal teve uma criança com síndrome de
Sabendo-se que o DNA das duas espécies, bem Klinefelter e daltônica. O médico da família dis-
como o da garota híbrida, foi sequenciado, considere se que, provavelmente, o problema ocorreu na
as armações abaixo. meiose produtora do óvulo que deu origem à
I. A garota pode ser considerada um híbrido, pois criança. Explique como isso poderia ser possível.
apresenta genes típicos de cada uma das espé- Indique em sua explicação o genótipo da criança.
cies na mesma proporção.
II. A mãe era neandertal, conforme evidenciado pe- 11. PUC-Campinas O cientista John Dalton é bastante
las mitocôndrias da garota. conhecido por suas contribuições para a química e
III. O pai era denisovano, conforme evidenciado pelo a física. Além disso, Dalton descreveu uma doença
cromossomo Y do fóssil híbrido. hereditária que o impossibilitava de distinguir a cor
Quais estão corretas? verde da vermelha. Essa doença hereditária, causada
a) Apenas I. d) Apenas II e III. por um alelo recessivo ligado ao cromossomo X, rece-
b) Apenas III. e) I, II e III. beu o nome de daltonismo.
c) Apenas I e II. É correto armar que os lhos:
a) e as filhas de homens daltônicos são sempre
8. Ufal (Adapt.) Julgue as afirmações a seguir relacio- daltônicos.
nadas à determinação cromossômica do sexo na b) e as filhas de mulheres daltônicas são sempre
espécie humana. daltônicos.
c) e as filhas de homens daltônicos são sempre
O sexo heterogamético é o masculino. heterozigotos.
O genitor do sexo feminino determina o sexo dos d) de mulheres daltônicas sempre portam alelo para
FRENTE 1
descendentes. daltonismo.
O corpúsculo de Barr, ou cromatina sexual, corres- e) de homens daltônicos sempre portam alelo para
ponde a um cromossomo X inativo. daltonismo.
57
1. PUC-SP Na tira de quadrinhos, o homem de etnia ama- 15. PUC-SP Duas mulheres disputam a maternidade de
rela apresenta uma característica determinada por um uma menina. Foi realizada a análise de um mesmo tre-
gene recessivo ligado ao sexo. cho do DNA, obtido de um dos cromossomos X de cada
mulher e da menina. As sequências de bases do referi-
P I G M E N T O S do trecho gênico estão esquematizadas adiante.
Você é E você
E você, amarelo, Mulher 1 Mulher 2
um branco um negro
não fala nada, não?! Sou
safado! folgado! C A C T A A G C A T T C A G G A
daltônico!
G T G A T T C G T A A G T C C T
Menina
Folha de S.Paulo, maio 00. (Adapt.). C A C C C A C A
59
1o Extrai-se de uma célula humana a sequência de DNA que cor- ELEMENTOS
FORA DE
responde ao gene responsável pela síntese de insulina. Esse PROPORÇÃO
procedimento envolve o uso de enzimas de restrição (ER). CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO Multiplicação celular
CORES
FANTASIA
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Resumindo
Determinação do sexo no ser humano y As fêmeas são n (diploides).
Seres humanos apresentam 46 cromossomos nas células so- y Os machos são n (haploides): provenientes de óvulos não
máticas (diploides), que compreendem: fecundados (partenogênese).
y cromossomos autossômicos (A).
y dois cromossomos sexuais (alossomos): X e Y. Os cromossomos sexuais
– O homem apresenta a fórmula cromossômica: 46 = 44A + Na espécie humana, o cromossomo Y é bem menor que o
+ XY, com dois tipos de gametas 23 = 22A + X ou 23 = cromossomo X.
= 22A + Y: sexo heterogamético. Os cromossomos X e Y de um homem apresentam três
– A mulher apresenta a fórmula: 46 = 44A + XX, com um áreas distintas:
único tipo de gameta 23 = 22A + X: sexo homogamético.
y Genes presentes nos dois cromossomos.
y O sistema de determinação sexual com base nos cro-
mossomos X e Y (sistema XY) ocorre nos mamíferos e na y Genes exclusivos do X (relacionados à herança ligada ao
mosca-das-frutas (drosófila). sexo).
y Genes exclusivos do Y (relacionados à herança restrita ao
Outros sistemas de determinação sexual sexo – herança holândrica).
Sistema X A herança influenciada pelo sexo é condicionada por alelos
y O sistema X0 ocorre em percevejos e gafanhotos. Além situados em cromossomos autossômicos.
dos autossômicos, os indivíduos possuem: Tipos de herança que podem ser observadas:
y dois cromossomos X (XX) no caso da fêmea. y Herança limitada ao sexo: determinada por genes au-
y apenas um cromossomo X (X) no caso do macho. tossômicos que se expressam apenas em um dos sexos.
Exemplo: produção de leite no gado, características da ex-
Sistema ZW pressão de genes que se manifestam apenas em fêmeas;
y O sistema ZW ocorre em muitas aves, em borboletas e em e hipertricose auricular (pelos nas orelhas) humana, que
mariposas. Além dos autossômicos, cada indivíduo possui tem manifestação apenas nos homens.
dois cromossomos sexuais: y Herança influenciada pelo sexo: determinada por gene
y A fêmea é ZW: produz gametas Z e gametas W; é o sexo autossômico, que, dependendo do sexo do indivíduo, com-
heterogamético. porta-se como dominante ou como recessivo. Exemplo:
calvície humana, herança que envolve dois alelos:
y O macho é ZZ: produz só gametas Z; é o sexo homo-
gamético. – C: condiciona calvície.
FRENTE 1
61
São possíveis os seguintes genótipos e fenótipos: Os genótipos e fenótipos possíveis são:
Genótipo Fenótipo
Fenótipo no homem Genótipo Fenótipo na mulher
y Herança ligada ao sexo: determinada por alelos exclusivos y Cromatina sexual (ou corpúsculos de Barr): presente em
do cromossomo X. A fêmea tem dois alelos e o macho pos- célula somática em intérfase de uma mulher. É ausente
sui um alelo apenas (diz-se que é hemizigoto). Exemplos: em célula masculina, que possui apenas um cromossomo X.
daltonismo e hemofilia A. – Consiste em um dos cromossomos X, que se mantém con-
– Daltonismo: é a incapacidade de distinguir cores; é de- densado (inativo) – a condensação acontece durante o
terminado por um alelo recessivo (Xd). A visão normal é desenvolvimento embrionário.
condicionada pelo alelo dominante (XD). – O outro cromossomo X encontra-se descondensado.
Os genótipos e fenótipos possíveis são: – Determinados tecidos apresentam condensação do cro-
mossomo X oriundo do pai. Outras células do organismo
apresentam condensação no cromossomo X proveniente
Genótipo Fenótipo
da mãe.
– Exemplo: pelagem de gatos malhados, nos quais apenas a
fêmea apresenta as três cores de pelos (amarelos, brancos
e pretos):
y Alelo XA determina pelo malhado de branco e amarelo.
y Alelo XP condiciona pelo malhado de branco e preto.
Os genótipos e fenótipos possíveis são:
Genótipo Fenótipo
Livro
RIDLEY, Matt. Genoma.
O livro traz 23 capítulos, correspondentes aos pares de cromossomos humanos. Em cada capítulo, o autor conta a história de
como um gene foi descoberto. Assim, é feita uma discussão calorosa com o leitor, que pode abranger história, destino, estresse,
sexo ou livre-arbítrio.
Vídeos
Are GMOs good or bad? Genetic Engeneering & Our Food
Animação sobre transgênicos e seu desenvolvimento. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7TmcXYp8xu4. Em
inglês, com legendas em português disponíveis.
Sex Determination: more complicated than you thought
Animação sobre a determinação do sexo biológio em animais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kMWxuF9YW38.
Em inglês, com legendas em português disponíveis.
(Acessos em: 5 abr. 222)
Sites
www.ornl.gov/sci/techresources/Human_Genome/home.shtml
Informações sobre o Projeto Genoma Humano: aspectos éticos, legais e sociais, contribuições para a medicina, materiais edu-
cacionais, arquivos para pesquisa etc.
www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC758576/
Artigo científico sobre a determinação do sexo em abelhas: dois mecanismos distintos que induzem e mantêm o caminho feminino.
(Acessos em: 7 abr. 222)
63
7. Unioeste-PR 019 Sabe-se que, na espécie humana, a) 12,5%, % e 25%.
o formato do lóbulo da orelha é uma característica he- b) %, 12,5% e 25%.
reditária determinada por um par de alelos, do qual c) 12,5%, 12,5% e 5%.
o alelo recessivo é responsável pelo lóbulo preso d) 25%, % e 5%.
ou aderente. A hemofilia é um distúrbio da coagula- e) 12,5%, 5% e 75%.
ção sanguínea, o qual é condicionado por um alelo
recessivo localizado no cromossomo X. Analise o he- 9. UFSCar-SP Um funcionário trabalhou vários anos em
redograma abaixo e responda qual é a probabilidade uma indústria química. Durante esse período, teve dois
do segundo filho homem do casal x 0 nascer com o filhos: um menino que apresenta uma grave doença
lóbulo da orelha preso e ser hemofílico. causada por um gene situado no cromossomo X e
uma menina que não apresenta a doença. O funcio-
nário quis processar a indústria por responsabilidades
na doença de seu filho, mas o médico da empresa
afirmou que a acusação não era pertinente.
a) Por que o médico afirmou que a acusação não era
pertinente?
b) O alelo causador da doença é dominante ou re-
cessivo? Justifique.
Família I Família II
- Hemofílicos - Hipofosfatêmicos
- Normais - Normais
Considerando a genealogia apresentada e consi- Com base na análise dos heredogramas e em seus co-
derando que o indivíduo II- é heterozigoto para nhecimentos sobre o assunto, é correto armar, exceto:
daltonismo, a probabilidade de os indivíduos III-, III- a) para os dois caracteres estudados, não há trans-
e III- serem daltônicos e terem lobo da orelha solto, missão do alelo determinante das anomalias de
respectivamente, é pai para filhos do sexo masculino.
7 8 9 10 11 12
Considere as armações:
I. Os indivíduos 1, 6 e 9 são, certamente, portado-
res do gene mutado.
II. Os indivíduos 9 e 1 têm a mesma probabilidade
de ter herdado o gene mutado.
III. Os casais 3-4 e 5-6 têm a mesma probabilidade Foi levantada a hipótese de que a doença possui pa-
de ter criança afetada pela doença. drão de herança dominante ligada ao cromossomo X.
O que levou a tal conclusão foi a
Está correto apenas o que se arma em: a) incidência da doença em mulheres e homens.
a) I c) III e) II e III b) transmissão do alelo mutante apenas às filhas de
b) II d) I e II um homem afetado.
c) presença de pessoas afetadas em todas as gera-
13. Famerp-SP 00 Ao se analisar o núcleo de uma cé- ções.
lula de uma mulher com pares de cromossomos, d) transmissão do alelo mutante às filhas e aos filhos
nota-se a presença de uma cromatina sexual aderida de uma mulher afetada.
ao envoltório nuclear durante a intérfase. e) presença de pelo menos um dos genitores afe-
a) Qual cromossomo sexual corresponde a essa tados.
cromatina? Cite a fase da intérfase em que é mais
provável visualizar a cromatina sexual. 16. UEL-PR Em algumas modalidades esportivas, as
b) A formação da cromatina sexual pode igualar a equipes devem ser formadas apenas por atletas do
quantidade de proteínas existentes nas células mesmo sexo.
de um homem e de uma mulher. Baseando-se Sobre as características que determinam ou diferen-
na atividade dos genes, explique por que, com ciam o sexo, é correto armar:
a formação da cromatina sexual nas mulheres, a a) o sexo masculino depende de um gene determi-
quantidade de proteínas seria semelhante nas cé- nador do sexo localizado no cromossomo Y.
lulas dos homens e das mulheres. b) a progesterona atua no desenvolvimento de ór-
gãos genitais típicos do sexo masculino.
14. UEL-PR A hemofilia é uma doença hereditária reces- c) os núcleos das células feminina e masculina apre-
siva ligada ao cromossomo sexual X, presente em sentam um mesmo conjunto cromossômico.
FRENTE 1
todos os grupos étnicos e em todas as regiões geo- d) a testosterona é o principal hormônio sexual femi-
gráficas do mundo. Caracteriza-se por um defeito na nino produzido nas trompas.
coagulação sanguínea, manifestando-se através de e) as células masculinas apresentam cromatina sexual.
65
17. PUC-Minas A Displasia Ectodérmica Anidrótica (DEA) d) se desenvolverá em um indivíduo cromossomica-
apresenta prevalência na população de : 00 000 mente do sexo masculino (XY), mas com fenótipo
nascimentos, sendo uma síndrome hereditária re- feminino.
cessiva ligada ao cromossomo X. O fenótipo mais e) se desenvolverá em um indivíduo cromossômico
marcante dessa síndrome é a ausência de glândulas (XX) e fenotipicamente do sexo feminino.
sudoríparas na pele.
19. Enem 00 Instituições acadêmicas e de pesquisa no
mundo estão inserindo genes em genomas de plantas que
possam codificar produtos de interesse farmacológico.
No Brasil, está sendo desenvolvida uma variedade de soja
com um viricida ou microbicida capaz de prevenir a con-
taminação pelo vírus causador da aids. Essa leguminosa
está sendo induzida a produzir a enzima cianovirina-N,
que tem eficiência comprovada contra o vírus.
OLIVEIRA, M. Remédio na planta. Pesquisa Fapesp, n. 206, abr. 2013.
a)
b)
a)
b)
c)
EM13CNT0, EM13CNT05 e EM13CNT301
3.
BIOLOGIA Capítulo 19
FRENTE 1
20
A heterocromia (variação de cores nos olhos) pode ser causada por uma mutação no
gene EYCL3, localizado no cromossomo 15, no caso de seres humanos. Mutações são
altamente relacionadas a processos evolutivos. Elas ocorrem de forma espontânea ou
devido a agentes do ambiente, como radioatividade e substâncias químicas. As muta-
ções podem resultar em vantagens ou desvantagens ou passar despercebidas (sem
acarretar alterações perceptíveis no organismo).
Mutações Como exemplo, vamos considerar o segmento de
DNA TCAAG, componente de um gene. Uma alteração
As mutações são modificações que ocorrem no
na sequência de bases nitrogenadas pode interferir na
material genético, podendo ser vantajosas, neutras ou
sequência dos aminoácidos da proteína codificada pelo
prejudiciais para o indivíduo. Elas afetam determinado
gene. No entanto, uma alteração na sequência de bases
gene, cromossomo ou região não codificante do material
genético. Quando há alteração de um gene, a mutação nitrogenadas nem sempre resulta na mudança da proteína
é denominada mutação gênica; quando há alteração em sintetizada, pois o código genético é degenerado: trios
cromossomos, têm-se as mutações cromossômicas. diferentes de bases nitrogenadas podem corresponder a
O surgimento de um alelo que condiciona o albinis- um mesmo aminoácido.
mo é um exemplo de mutação gênica. Já a síndrome As mutações, quando afetam a expressão final da
de Down é uma condição presente em humanos com característica, aumentam a variabilidade genética da es-
47 cromossomos; trata-se, portanto, de um exemplo de pécie, podendo ser benéficas, prejudiciais ou neutras. Caso
mutação cromossômica. mutações sejam prejudiciais ao indivíduo ou reduzam sua
capacidade reprodutiva, elas tendem a desaparecer na
© Cliff Parnell/iStockphoto
© Tomasz Markowski|Dreamstime.com
população submetida à seleção natural. Existem também
mutações que não afetam a expressão de características
ou propriedades metabólicas, sendo consideradas neutras.
Alguns agentes físicos (como determinados tipos de
radiação) e certas substâncias químicas aumentam a pro-
babilidade de ocorrência de mutações, sendo considerados
agentes mutagênicos.
Mutações cromossômicas
São aquelas que alteram segmentos de cromossomos
(mutações estruturais) ou modificam a quantidade de cro-
mossomos (mutações numéricas).
O albinismo (à esquerda) é determinado por uma mutação gênica. A síndrome Mutações estruturais
de Down (à direita) é determinada por uma mutação cromossômica.
As mutações estruturais podem ser de quatro tipos prin-
cipais: deleção, inversão, duplicação e translocação.
Mutações gênicas
As mutações gênicas alteram a sequência de bases Deleção Inversão Duplicação
nitrogenadas do DNA de determinado gene. A mudança
das bases de um segmento de DNA pode ser resultado
de inserção, deleção ou substituição. A inserção corres-
ponde ao acréscimo de um nucleotídeo à cadeia de DNA,
e a deleção corresponde à retirada de um nucleotídeo da
A A
cadeia; a substituição pode ocorrer pela transformação
A A A A B B
química de uma base nitrogenada em outra base ou por um
B B B
erro na inclusão de uma base durante a replicação do DNA.
CORES ELEMENTOS
C C
FANTASIA FORA DE C C C D D D
PROPORÇÃO
D C C
Inserção Deleção Substituição
D
T C A A G T C A A G T C A A G
Translocação
T T C A A G T A A G T C A T G
Euploidias
Modificam valores inteiros de n, alterando a ploidia
da célula. Assim, se a carga cromossômica da espécie for
2n (diploide), os portadores de euploidias podem ser 3n
(triploides), 4n (tetraploides) e n (hexaploides). Os valo-
res superiores a 2n são genericamente designados como Aneuploidias
poliploidias.
As euploidias são comuns em plantas e constituem uma
forma de especiação simpátrica, ou seja, sem a ocorrência
de isolamento geográfico. A poliploidia pode ocorrer natu-
ralmente, mas também pode ser induzida com a aplicação
de substâncias como a vimblastina e a colchicina, que im-
pedem a formação do fuso meiótico. Dessa maneira, os
gametas recebem toda a carga genética da célula diploide,
e não apenas a metade. Quando esse gameta formar um
Trissomia Monossomia Nulissomia
novo zigoto, sua carga cromossômica será aumentada. (2n + 1) (2n – 1) (2n – 2)
CORES
FANTASIA
Há um trio de Há um representante Não há um
cromossomos de um par de par de
homólogos homólogos homólogos
Mutações cromossômicas numéricas: aneuploidias. Nas aneuploidias, um
dos pares de homólogos apresenta excesso ou falta de cromossomo.
A monossomia, no ser humano, resulta em um indivíduo é reduzida devido ao pequeno desenvolvimento dos
cujas células possuem 45 cromossomos. Já a trissomia testículos; os indivíduos são estéreis e podem desen-
forma indivíduos cujas células possuem 4 cromossomos. volver características sexuais secundárias femininas.
71
y Síndrome de Down: é a mutação cromossômica mais comum, ocorrendo, aproximadamente, um caso a cada 700 nas-
cimentos. Trata-se de uma trissomia do cromossomo 2, não havendo alteração nos cromossomos sexuais. Assim, a
síndrome de Down pode ocorrer em indivíduos tanto do sexo biológico masculino quanto do sexo biológico feminino;
apenas este último apresenta cromatina sexual. Os portadores podem apresentar comprometimento cognitivo variável,
e é comum a ocorrência de alterações cardiovasculares. A frequência de incidência dessa síndrome está relacionada
à idade da mãe: quanto mais tarde a mulher engravidar, maiores as chances de nascimento de bebês com síndrome
de Down.
Veja a tabela a seguir.
As aneuploidias têm como causa a formação de gametas com mutações, devido a erros na meiose. A alteração mais
comum reside na não disjunção (não separação) de cromátides na meiose II. Dessa forma, podem ser formados gametas
com um cromossomo a mais (n + 1) ou com um cromossomo a menos (n – 1). Caso o gameta com um cromossomo a mais
(n + 1) seja fecundado por um gameta sem alterações (n), será gerado um descendente portador de uma trissomia (2n + 1). No
caso de ocorrer a união entre um gameta com um cromossomo a menos (n – 1) e um gameta sem alteração (n), será gerado
um descendente com monossomia (2n – 1).
CORES ELEMENTOS n n
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
+ Sem alteração
(2n)
n n
Par de
homólogos
Sem alteração
+
(2n)
Meiose
I Meiose
II n+1 n
Trissomia
+ (2n + 1)
n–2 n
Monossomia
+
(2n – 1)
Saiba mais
[…] A SD [síndrome de Down] também pode ser devida a translocação […]. Nesse caso há um erro na divisão de uma
célula formadora de gameta – ou uma não disjunção mitótica nas primeiras divisões do zigoto – e parte de um cromossomo
21 junta-se a outro, nesse caso, o cromossomo 14. Assim, o gameta passa a apresentar 23 cromossomos e o zigoto formado
terá 46 cromossomos, com dois cromossomos 21 completos e um cromossomo 14 estará unido pelo centrômero à banda q
do 21. Corresponde a 2,5% dos portadores. […]
1. O que são mutações? Especifique as partes do mate- 6. Qual é a importância evolutiva da poliploidia?
rial genético em que podem ocorrer.
. Cite e explique os tipos de mutações gênicas. 7. Por que substâncias como a vimblastina podem gerar
células poliploides?
. Qual é a importância das mutações para os seres vivos? 9. O que são monossomias? Exemplifique e indique a
fórmula cromossômica correspondente.
. Quais são os dois tipos de mutações cromossômicas? 10. O que são trissomias? Exemplifique e indique a fórmu-
Explique-os. la cromossômica correspondente.
FRENTE 1
7
Exercícios propostos
1. PUC-RS Observe o esquema a seguir. . UFJF/Pism-MG 00 (Adapt.) Vivem hoje no Brasil
300 mil portadores da síndrome de Down, caracterizada
A B C D E F G H
pelo porte de três cromossomos de número 21. Estudos
brasileiros indicam que existe aproximadamente um caso
para cada 700 nascimentos e que a cada ano são desco-
bertos cerca de 8 mil novos casos.
A B C D E F G H
Fonte: http://www.danonebaby.com.br/saude/
sindrome-de-down-saiba/; Acessado em 09/07/2019
As aberrações cromossômicas dos cariótipos II e III 1. Fuvest-SP 0 O esquema a seguir representa o
são, respectivamente, do tipo: aparecimento de bactérias mutantes em uma colônia
a) monossomia e trissomia. e o resultado de sua exposição a quatro diferentes
b) monossomia e poliploidia. condições de cultura:
c) nulissomia e trissomia.
d) nulissomia e poliploidia.
e) nulissomia e monossomia.
Mutação X
4 6
Mutação Y
8 9
No heredograma acima, são obrigatoriamente hetero- Disponível em https://edepot.wur.nl/3656/. Adaptado.
zigotos os indivíduos:
a) 4, 7 e Assinale a alternativa com a relação correta entre as
b) 1, 2, e mutações e as condições de cultura.
c) , e a) A mutação X inativa os transportadores de glico-
d) 1, 2, e se, e a condição I tem esse açucar como fonte
e) 1 e 2 exclusiva de carbono.
b) A mutação X promove melhor eficiência do equilí-
1. UEMG 018 Na espécie humana, as mutações de- brio osmótico, e a condição III tem alta salinidade
nominadas cromossômicas, como a aneuploidia, são c) A mutação Y confere resistência ao antibiótico
consequências de não disjunções na meiose e po- penicilina, e o meio de cultura da condição II con-
dem originar a tém esse antibiótico.
a) distrofia muscular de Duchenne. d) As mutações X e Y conferem vantagem adaptati-
FRENTE 1
7
Textos complementares
Anemia falciforme, ou siclemia
A molécula de hemoglobina é responsável pelo transporte de gás oxigênio dos pulmões até os tecidos. Cada molécula é constituída por duas
cadeias alfa e duas cadeias beta, cada qual com aproximadamente 150 aminoácidos, em um total de cerca de 600 aminoácidos.
Alguns seres humanos são portadores de uma mutação autossômica que determina uma única mudança de base nitrogenada e repercute na
troca do aminoácido ácido glutâmico pelo aminoácido valina. Com essa modificação, a molécula de hemoglobina apresenta capacidade reduzida de
transporte de gás oxigênio. Quando uma hemácia dotada de hemoglobina alterada se encontra em baixa concentração de O2, ela sofre deformação e
fica com o aspecto de foice, daí o termo da alteração causada pela mutação da proteína: anemia falciforme (em forma de foice). Essas hemácias têm
tendência de se aglomerar em vasos sanguíneos delgados e acabam causando sua obstrução, o que impede a passagem de sangue, comprometen-
do a nutrição dos tecidos para os quais o sangue é conduzido. Os portadores dessa enfermidade têm transtornos circulatórios e dores; geralmente,
morrem na infância.
A produção de hemoglobina normal é condicionada pelo alelo dominante S, e a síntese de hemoglobina com siclemia (causadora da anemia falcifor-
me) é determinada pelo alelo recessivo. Como os homozigotos recessivos (ss) morrem precocemente, não deixam descendentes. No entanto, indivíduos
heterozigotos (Ss) apresentam maior resistência a doenças, como a malária. Em regiões nas quais a malária é endêmica, como em alguns países africanos,
os indivíduos heterozigotos para o gene causador da anemia falciforme acabam predominando na população. A resistência dessas pessoas à malária
acontece em função do ciclo de vida do protozoário causador da doença, Plasmodium sp., que depende das hemácias sanguíneas para se reproduzir. As
hemácias em forma de foice não são adequadas para sua reprodução, por isso, nos indivíduos portadores da anemia, os sintomas da malária são atenuados.
Hemácias normais são arredondadas e bicôncavas Hemácias com hemoglobina alterada adquirem o
e possuem diâmetro médio de 7, μm. aspecto de foice.
O caso da anemia falciforme ilustra muito bem o conceito e a importância das mutações, ressaltando os seguintes aspectos:
y envolvem a alteração de uma base nitrogenada, produzindo a troca de um aminoácido da proteína codificada;
y ocorrem de modo espontâneo;
y seu efeito pode ser prejudicial, pois os indivíduos homozigotos (ss) morrem precocemente; no entanto, o efeito pode ser benéfico, pois heterozi-
gotos (Ss) são mais resistentes à malária, o que é altamente adaptativo em regiões onde essa enfermidade é endêmica.
Texto elaborado para fins didáticos.
Gene da infertilidade
Mutações no gene NR5A1, também conhecido como SF1, podem responder por cerca de 4% dos problemas de infertilidade masculina por
defeitos na produção de espermatozoides. A conclusão é de um estudo publicado no American Journal of Human Genetics.
O estudo foi coordenado por Anu Bashamboo, do Instituto Pasteur, na França, que teve a colaboração de outras instituições. “O índice
de 4% parece pequeno, mas, em termos populacionais, tem um peso muito importante”, disse o único brasileiro que participou da pesquisa, o
doutorando Bruno Ferraz de Souza, à Agência Fapesp.
Ferraz de Souza, que assina o artigo publicado como segundo autor, está na University College London (Reino Unido), instituição que parti-
cipou do trabalho na fase de conferência dos dados delaboratório.
O Instituto Pasteur analisou 315 homens que apresentavam problemas na produção de espermatozoides e sequenciou o gene NR5A1 de
todos eles, comparando os resultados com os de outro grupo formado por 2 mil homens que não tinham esse tipo de problema.
Foram encontradas mutações no NR5A1 dos voluntários que apresentavam alterações mais graves, como azoospermia (ausência completa
de espermatozoides) e oligozoospermia (baixa concentração).
O gene NR5A1 codifica uma proteína fundamental que regula, entre outros fatores, o desenvolvimento sexual adulto. A primeira relação entre
o gene e as alterações nas gônadas (ovários e testículos) e nas glândulas adrenais foi descoberta por John Achermann, pesquisador do Institute
of Child Health, de Londres, atual orientador de Ferraz de Souza.
Posteriormente, a equipe da Professora Berenice Bilharinho de Mendonça, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP),
descobriu que o NR5A1 também estava associado a casos menos graves, em que não havia alterações adrenais.
“Esse foi um passo importante para associar o gene a casos de menor gravidade, porém mais prevalentes”, disse Ferraz de Souza.
O estudo ainda permitiu levantar a hipótese de que a mutação no NR5A1 pode provocar uma alteração progressiva na qualidade do líquido
seminal, ou seja, a redução gradual do número de espermatozoides ao longo do tempo.
“Por enquanto, essa é apenas uma especulação baseada nas observações do estudo e que ainda precisa ser comprovada”, ressaltou Souza,
que conta com bolsa de Doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
REYNOL, F. Gene da infertilidade. Agência FAPESP, 3 out. . Disponível em: http://agencia.fapesp.br/896. Acesso em: 8 abr. .
Site Vídeos
http://klinefeltersyndrome.org/ Mutações
(Acesso em: abr. ) Animação com conteúdo sobre mutações, de forma
Informações e apoio aos portadores da síndrome de resumida. Disponível em: https://www.youtube.com/
Klinefelter (site em inglês). watch?v=vlVlf2thvI (acesso em: abr. 2022).
O que é epigenética?
Animação sobre o conceito de epigenética. Disponível
FRENTE 1
em: https://www.youtube.com/watch?v=_aAhcNjmvhc
(acesso em: abr. 2022).
77
Exercícios complementares
1. Mackenzie-SP 019 Considere a não separação das d) 2% dos descendentes cromossomicamente nor-
cromátides-irmãs do cromossomo sexual X durante mais e 7% cromossomicamente anormais.
a espermatogênese humana, mais precisamente na e) 7% dos descendentes cromossomicamente nor-
anáfase II da meiose. Nesse caso, a partir de um único mais e 2% cromossomicamente anormais.
espermatócito I (espermatócito primário), a proporção
de espermatozoides anômalos produzidos capazes . PUC-RS Responder à questão com base no cariótipo
de gerar uma criança com síndrome de Turner (ca- (conjunto de cromossomas) humano representado
riótipo 5, X), caso um deles venha a fecundar um abaixo.
ovócito normal, será de
a) 1/ d) 1/2.
b) 1/4. e) /4.
c) /.
1 2 3 4 5
. UCS-RS 0 O desenvolvimento de novas variantes
do vírus SARS-CoV- é um dos principais problemas
6 7 8 9 10 11 12
enfrentados pela comunidade científica na tentativa
de conter o avanço da COVID-9. A cada nova variante
descoberta surge o receio de que seja mais transmis-
sível ou mesmo mais letal, ou ainda que as vacinas 13 14 15 16 17 18
possam não ser eficientes nesses casos, visto que
foram desenvolvidas a partir de um vírus com informa-
ção genética um pouco diferente. As novas variantes 19 20 21 22 X/Y
surgem devido a um processo chamado de mutação
genética ou mutação gênica. Em relação à mutação gê- O cariótipo é de um indivíduo do sexo
nica e ao contexto acima, é correto afirmar que com Síndrome de .
a) o aumento da transmissão do vírus corresponde a a) feminino – Klinefelter.
mais pessoas contaminadas, representando uma b) masculino – Klinefelter.
maior multiplicação do vírus, o que leva a uma es- c) masculino – Down.
tabilização da informação genética viral. d) feminino – Turner.
b) a mutação genética é um processo natural, em que e) masculino – Turner.
ocorrem alterações do código de bases nitrogena-
das e, se a mutação conferir vantagem ao portador, . Acafe-SC 00 Genética é uma área da Biologia que
ela pode ser preservada pela seleção natural. estuda os mecanismos da hereditariedade, ou seja,
c) as mutações não ocorrem espontaneamente, como ocorre a transmissão de características de um
sendo apenas induzidas por agentes externos, indivíduo aos seus descendentes.
chamados mutagênicos, como radiações não io- Em relação aos conceitos básicos de genética, rela-
nizantes, como os raios X e raios gamas. cione as colunas.
d) mesmo o genoma humano possuindo bilhões de . Gene alelo.
pares de bases, a taxa de mutações é muito bai- . Epistasia.
xa, devido aos mecanismos de reparo de RNA, 3. Euploidia.
que ocorrem durante o processo de transcrição. . Aneuploidia.
e) a variabilidade genética da população humana 5. Polialelia.
diminui devido aos processos de mutação e re-
combinação gênica, tornando o código genético Alteração cromossômica numérica em que todo o
humano cada vez mais uniforme. conjunto cromossômico é alterado.
Condição em que um alelo de um gene bloqueia a
. PUC-SP Uma mulher triplo X é fértil e produz óvulos expressão dos alelos de outro gene.
normais e óvulos com dois cromossomos X. Sendo Alteração cromossômica numérica que afeta, na
casada com um homem cromossomicamente normal, maioria das vezes, um único par de cromossomos.
essa mulher terá chance de apresentar: Forma alternativa de um mesmo gene que ocupa o
a) apenas descendentes cromossomicamente mesmo locos em cromossomos homólogos.
normais. Três ou mais formas alélicas diferentes para um
b) apenas descendentes cromossomicamente mesmo locos.
anormais. A sequência correta, de cima para baixo, é:
c) 0% dos descendentes cromossomicamente nor- a) – 4 – 1 – – 2. c) – – 2 – 1 – 4.
mais e 0% cromossomicamente anormais. b) – 2 – 4 – 1 – . d) 4 – 2 – – 1 – .
a) a b c d f g
b) a b c e d f g
c) a b c d e p o g
Com base nos dados apresentados, é correto ar-
d) a b c d e f l m mar que
a) a cepa mutante 2 apresenta mutação no gene
e) que codifica a enzima, a qual converte citrulina
a b c d e e f g
em arginina.
b) o experimento indica que há quatro genes envol-
7. UFJF-MG 00 Um filme argentino lançado no ano de vidos na produção de uma enzima que permite a
conta a história de Alex, um menino que, devido conversão direta de um precursor inicial em arginina.
a uma alteração genética, apresenta características fí- c) a cepa mutante apresenta mutação no gene
sicas femininas. Qual é a aneuploidia observada em que codifica a enzima, a qual converte o precur-
Alex e o nome desta síndrome? sor em ornitina.
a) XY0 e Síndrome de Down. d) o crescimento da colônia na cepa mutante 1, apenas
b) XXXY e Síndrome do triplo X. com a adição de arginina no meio, indica que ela con-
c) X0 e Síndrome de Turner. segue converter a citrulina e a ornitina em arginina.
d) XYY e Síndrome do XYY. e) a cepa selvagem apresenta mutações em todos
e) XXY e Síndrome de Klinefelter. os genes que codificam as enzimas.
8. Fatec-SP 019 Atualmente existem exames pré-na- 10. FGV-SP O médico confirmou que tratava-se de gêmeos
tais não invasivos capazes de detectar anomalias monozigóticos, contudo, um deles era menino e o outro
cromossômicas nos embriões humanos a partir da dé- menina. A análise cromossômica dos gêmeos indicou
cima semana de gestação apenas com a análise de que o menino era normal, porém, a menina era porta-
uma amostra de sangue materno, do qual é recolhido dora da Síndrome de Turner.
DNA fetal diluído. Suponha que uma mulher tenha se Tal fato deve-se à perda de:
submetido a um desses exames durante a gravidez, e a) um cromossomo X na gametogênese da mãe das
que o resultado do laboratório tenha indicado que o crianças.
feto tem exatamente um par de cromossomos 3, exa- b) um cromossomo Y na gametogênese do pai das
tamente um par de cromossomos 8, exatamente um crianças.
par de cromossomos , apenas um cromossomo X e c) um cromossomo sexual, X ou Y, na gametogêne-
nenhum cromossomo Y. Contando apenas com esses se do pai ou da mãe das crianças.
dados, o laudo do exame deve ser o de que o bebê, d) um cromossomo X quando da divisão mitótica do
quando nascer, apresentará sexo biológico zigoto.
a) feminino e síndrome de Turner. e) um cromossomo Y quando da divisão mitótica do
b) feminino e síndrome de Klinefelter. zigoto.
c) masculino e síndrome de Edwards.
d) masculino e síndrome de Down. 11. Fuvest-SP 01 A hemocromatose juvenil é uma
e) masculino e síndrome de Patau. doença rara que pode ser causada por uma mutação
no gene HIV, a qual resulta em proteína hemojuvelina
9. UFRGS 00 George W. Beadle e Edward L. Tatum, na com função comprometida. Nessa condição, o indiví-
década de 9, realizaram experimentos com o mofo duo acumula muito ferro proveniente da alimentação
do pão, Neurospora crassa, observando uma rota me- em seu organismo, o que pode levar à falência de
tabólica para a síntese de arginina. Esse fungo tem o órgãos como o fígado, pâncreas e o coração. Diver-
genoma haploide na maior parte do seu ciclo de vida. sas mutações já foram associadas a esta forma de
Para realizar a investigação, os cientistas provocaram hemocromatose juvenil, dentre elas a substituição do
mutações na cepa do tipo selvagem, por meio de raios aminoácido glicina na posição 3 pelos aminoácidos
FRENTE 1
X, e colocaram diferentes tipos de mutantes em meios valina ou alanina (G3V ou G3A) e a formação de
de cultivo mínimo, com nutrientes básicos originais, e em códon de parada prematuro. O heredograma a seguir
meios com diferentes suplementos. O quadro abaixo representa uma família na qual há uma pessoa afetada.
79
Segunda base
U C A G
Terceira base
CUA (LEU) CCA (PRO) CAA Glutamina CGA (ARG) A
CUG CCG CAG (GLN) CGG G
I. 2
Legenda:
II. 2 4
Homem não afetado
a) Cite uma complicação para a saúde humana decorrente de insuficiência de atividade do pâncreas.
b) Pela análise do heredrograma, qual é o padrão mais provável de herança genética da hemacromatose juvenil?
Justifique sua resposta.
c) Considere a sequência parcial do RNAm da hemojuvelina selvagem (os números acima das trincas de nucleotí-
deos indicam a correspondência dos aminoácidos):
38 39 3 3 3
RNAm – 5’... GUU-GGG-GGA-UGC-UUC ... 3’
Considerando apenas um evento de mutação em cada caso, que alteração na trinca 3 do RNAm leva à substi-
tuição do aminoácido glicina por: ) valina ) alanina 3) códon de parada? O que ocorre com a estrutura primária da
proteína no caso de haver um códon de parada prematuro no RNAm?
1. Uece 019 As anomalias cromossômicas podem ser de dois tipos: anomalias numéricas e anomalias estruturais.
Considerando essas anomalias, assinale a afirmação verdadeira.
a) A síndrome de Down, causada principalmente pela trissomia do cromossomo 21, é um exemplo de alteração
cromossômica numérica do tipo aneuploidia.
b) As anomalias estruturais que envolvem alteração na estrutura de um conjunto extra de cromossomo são deno-
minadas de aneuploidias.
c) As anomalias numéricas caracterizadas pela ausência ou adição de um cromossomo são denominadas de poliploidias.
d) As anomalias estruturais do tipo poliploidias identificadas na espécie humana são espontaneamente abortadas
ou têm viabilidade restrita ao nascer.
1. UFSC As anomalias cromossômicas são bastante frequentes na população humana; um exemplo disso é que aproxima-
damente uma a cada 6 crianças no mundo nasce com Síndrome de Down. Na grande maioria dos casos, isso se deve
à presença de um cromossomo extranumerário. Quando bem assistidas, pessoas com Síndrome de Down alcançam
importantes marcos no desenvolvimento e podem estudar, trabalhar e ter uma vida semelhante à dos demais cidadãos.
81
BNCC em foco
EM1CNT0, EM1CNT07 e EM1CNT01
1. a)
O HIV, vírus que causa a aids, infecta principalmente os
linfócitos T, células do sistema imunológico humano que
apresentam em sua superfície uma molécula chamada CD4, b)
a qual funciona como uma espécie de receptor do vírus.
Porém, em 1996, pesquisadores observaram que al-
guns indivíduos não eram infectados pelo HIV do tipo 1, EM1CNT0, EM1CNT0, EM1CNT07, EM1CNT01, EM1CNT0 e EM1CNT0
b)
c) a)
b)
21
Antes da descoberta da penicilina e de outros antibióticos, apenas indivíduos
resistentes à ação de determinadas bactérias conseguiam sobreviver após uma
séria infecção. Esse processo possibilitou a seleção e a manutenção de genes
que determinavam a condição de resistência.
A genética populacional é influenciada por muitos fatores, alguns dos quais es-
tudaremos neste capítulo, investigando mecanismos que levam à alteração na
frequência de determinados genes em uma população.
Genética de populações Ausência de seleção sexual
A genética de populações é responsável pelo estudo A seleção sexual beneficia indivíduos da espécie que
da distribuição e da frequência dos alelos determinantes apresentam certas características que lhes conferem maior
de características em uma população. Como vimos anterior- probabilidade de se acasalar; esses indivíduos deixam mais
mente, um indivíduo pode ter apenas duas formas alélicas descendentes e, consequentemente, seus alelos tendem
para cada gene, mas, na população da qual ele faz parte, a ser mais abundantes na população.
outros tipos alélicos podem ser observados.
Mesmo com os critérios de dominância entre alelos, as
Equilíbrio de Hardy-Weinberg
Ao longo deste capítulo, discorreremos sobre o com-
portamento dos genes em uma população. A totalidade de
alelos de uma população corresponde ao seu pool gênico.
O equilíbrio de Hardy-Weinberg consiste em um teorema
que delibera que, de acordo com determinadas condições,
as frequências de cada alelo, independentemente de sua
raridade ou recessividade, permanecem constantes com o
passar das gerações em uma população. Esse teorema foi
desenvolvido pelos cientistas G. H. Hardy e W. Weinberg,
em 1908 – eles produziram trabalhos isolados, que foram,
posteriormente, consolidados na atual teoria.
A seleção sexual (como ocorre entre indivíduos da espécie Ptiloris victoriae,
Para exemplificar, vamos considerar o caso dos alelos
conhecida como ave-do-paraíso-de-vitória) é um processo que inviabiliza a
para pigmentação da pele na população humana: A con- ocorrência do equilíbrio de Hardy-Weinberg.
diciona produção de pigmentos e a determina albinismo,
sendo A dominante em relação a a. Como há um alelo A ausência de seleção sexual significa que todos os
dominante, acreditava-se que, ao longo do tempo, o alelo indivíduos da população têm a mesma chance de se aca-
recessivo acabaria desaparecendo. Mas, de acordo com a salar, independentemente do seu fenótipo e da sua carga
teoria de que as frequências (porcentagens) de alelos de genética. Uma população com esse perfil é denominada
uma população não se alteram ao longo do tempo, o alelo pan-mítica; nessas condições, considera-se que os cruza-
recessivo não seria eliminado no exemplo citado, e os dois mentos ocorram ao acaso.
alelos (A e a) seriam mantidos na população. Ausência de migrações
Para que uma população permaneça em equilíbrio
As migrações determinam a entrada ou a saída de in-
genético, são necessárias as seguintes condições.
divíduos em uma população. Por exemplo, a entrada de
Ausência de mutações indivíduos com albinismo em uma população eleva a por-
Mutações são alterações no material genético; podem centagem do alelo recessivo a nessa população. Logo, a
saída de indivíduos com albinismo de uma população reduz
gerar novas variedades de alelos, causando mudança na
a porcentagem do alelo.
porcentagem dos genes presentes na população. Como
exemplo, pode ser citada uma população de insetos em A população deve ser grande
que todos os indivíduos só apresentam o alelo para sensi-
Populações com grande número de indivíduos têm
bilidade ao inseticida DDT (frequência de 100% do alelo).
maior estabilidade quando comparadas a populações pe-
Caso ocorra mutação que gere um alelo que condiciona
quenas. Por exemplo, o falecimento de um indivíduo com
resistência ao produto, haverá modificação da porcenta-
acondroplasia na população brasileira não afeta a porcen-
gem dos genes, sendo possível que, ao longo de algumas tagem do alelo para essa característica. No entanto, se
gerações, o alelo para resistência se torne mais abundante. estivéssemos considerando a população de uma pequena
Ausência de seleção natural ilha, constituída por 20 indivíduos, com 2 indivíduos com
acondroplasia, a morte de um deles alteraria significativa-
A seleção natural permite a sobrevivência e a reprodu-
mente a porcentagem dos genes nessa população.
ção dos organismos mais aptos; isso altera o equilíbrio da
população. Em um ambiente em que é pulverizado DDT,
por exemplo, o produto atua como agente de seleção, e os
Alterações do equilíbrio genético da
indivíduos resistentes passam a predominar. Isso significa população
que o alelo que condiciona resistência se tornaria mais Conforme citado anteriormente, o equilíbrio genético
abundante do que o alelo que determina a sensibilidade de uma população pode ser alterado por diversos fatores,
ao produto. como a seleção natural e a deriva genética.
a Heterozigotos (Aa):
q = 0, f(Aa) = pq = × ,7 × ,3 = ,4 ou 4% (4 indivíduos)
85
Revisando
1. Uece 015 Em , G. H. Hardy, um matemático britânico e um médico alemão, W. Weinberg, independentemente
desenvolveram um conceito matemático relativamente simples, hoje denominado de princípio de Hardy-Weinberg,
para descrever um tipo de equilíbrio genético (BURNS; BOTTINO, ).
O princípio citado é fundamento da genética de
a) redução alélica.
b) determinantes heterozigóticos.
c) populações.
d) determinantes homozigóticos.
3. Quais são as condições para que uma população permaneça em equilíbrio de Hardy-Weinberg?
4. Udesc 016 Considere que em uma determinada população em equilíbrio de Hardy-Weinberg existe um gene com
dois alelos com relação de dominância entre si. Sabendo-se que a frequência do alelo recessivo nesta população é
de ,3, a frequência esperada de indivíduos com a característica dominante é de:
a) 91% d) 5%
b) 50% e) 12,5%
c) 25%
9. Unirio-RJ Os grupos sanguíneos de uma população foram estudados no que se refere ao sistema MN dos seus in-
divíduos. Verificou-se que existiam, numa porcentagem de %, portadores de sangue do tipo N. Assim, a frequência
dos indivíduos do grupo MN dessa população é de:
a) 9% d) 9%
b) 61% e) 2%
c) 50%
10. Mackenzie-SP Sabendo-se que uma população está em equilíbrio genético e que a frequência de indivíduos ho-
mozigotos para um caráter autossômico e dominante (AA) é de %, concluímos que a frequência de indivíduos
homozigotos recessivos (aa) é de:
a) 6,25% d) 50%
b) 12,5% e) 5%
c) 25%
Exercícios propostos
1. UEM-PR Uma população de roedor está sendo es- O gene B é dominante e determina a pelagem marrom;
tudada quanto ao equilíbrio de Hardy-Weinberg para o gene b é recessivo e determina a pelagem branca.
uma característica determinada por um locus autossô- A frequência de indivíduos com o genótipo recessivo
mico. O alelo dominante A condiciona o fenótipo D e bb é de % nessa população. Sabe-se, ainda, que p
ocorre com a frequência p. O alelo recessivo a é res- representa a frequência do gene B e q a frequência
ponsável pelo fenótipo R e tem frequência q. Então, do gene b. Em relação a essa população de camun-
para essa característica, assinale o que for correto. dongos, determine os valores de p e q e, também, o
A população está em equilíbrio se estiver ocorren- número de indivíduos heterozigotos.
do seleção natural há, pelo menos, uma geração. Em seguida, aponte uma condição necessária para
2 No equilíbrio, os genótipos AA, Aa e aa são en- que uma população seja considerada em equilíbrio
contrados com as frequências p2, 2pq e q2, de Hardy-Weinberg.
respectivamente.
Em uma amostra de 1 000 indivíduos de uma po- 3. Unesp Considere duas populações diferentes, e ,
pulação em equilíbrio, com p = 0,6, são esperados cada uma com indivíduos diploides, portanto, com
160 indivíduos com o fenótipo R. 4 alelos. A população apresenta indivíduos com
Com informações sobre os valores das frequên- genótipo AA, 4 indivíduos com genótipo Aa e 7 indi-
cias gênicas, p e q, e das frequências fenotípicas, víduos com genótipo aa. A população apresenta 4
é possível determinar se a população está ou não indivíduos com genótipo AA, 3 indivíduos com genó-
em equilíbrio. tipo Aa e indivíduos com genótipo aa.
O conhecimento das frequências genotípicas é a) Qual a frequência dos alelos A e a em cada uma
suficiente para se determinar a condição da po- das populações?
pulação quanto ao equilíbrio. b) Qual delas tem a maioria dos indivíduos homozi-
gotos? Explique.
2 Quando todas as frequências genotípicas são
iguais, a população não está em equilíbrio.
A população está em equilíbrio apenas quando 4. UEL-PR Em uma população composta de mil in-
5% dos indivíduos apresentam o fenótipo D e divíduos, 4 mil apresentam o genótipo AA e 3 mil
25% apresentam o fenótipo R. apresentam o genótipo aa. Com base nesses dados,
é correto afirmar que a frequência dos alelos A e a
Soma: será, respectivamente:
a) 0,9 e 0,51
. Uerj 019 Considere uma população de camun- b) 0, e 0,56
FRENTE 1
87
5. UFRJ O gráfico a seguir mostra as frequências dos 9. Enem 00 Uma população encontra-se em equilí-
genótipos de um locos que pode ser ocupado por brio genético quanto ao sistema ABO, em que %
dois alelos A e a. No gráfico, p representa a frequência dos indivíduos pertencem ao grupo O e % ao grupo
do alelo A. A homozigotos. Considerando que: p = frequência de
IA; q = frequência de IB; e r = frequência de i, espera-se
1,0 encontrar:
0,8 Grupo Genótipos Frequências
0,6
0,4
0,2
0,0
p 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 A porcentagem de doadores compatíveis para al-
AA aa Aa guém do grupo B nessa população deve ser de
a) 11%
b) 19%
Calcule a frequência dos genótipos AA, Aa e aa nos
c) 26%
pontos determinados pela linha pontilhada. Justique
d) 6%
sua resposta.
e) 60%
13. UFJF-MG 019 Uma determinada espécie vegetal é composta de flores de três cores: vermelhas, rosas e brancas.
Uma população desta espécie é composta de 3 indivíduos com flores vermelhas (com genótipo AA), indivíduos
com flores rosa (genótipo Aa) e indivíduos com flores brancas (genótipo aa).
a) Quais as frequências dos alelos A e a nesta população?
b) Se esta população se acasalar ao acaso, qual a frequência na descendência de indivíduos com o genótipo Aa?
c) Explique como a seleção natural atuaria sobre as frequências alélicas desta população.
14. PUC-Campinas A hemofilia é causada por um gene recessivo (h) localizado no cromossomo X. Se, em uma determi-
nada população, um homem em . é hemofílico, a frequência do gene h nessa população é:
1 1 1 1 1
a) b) c) d) e)
500 12.500 25.000 50.000 100.000
Texto complementar
Banco genômico brasileiro permitirá aprimorar o diagnóstico de
doenças genéticas no país
Um banco de dados genômicos de idosos de São Paulo, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e de
Células-Tronco (CEGH-CEL), do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), permitirá identificar mutações responsáveis por
doenças genéticas na população brasileira ou que são determinantes para o envelhecimento saudável.
[...]
O banco é resultado de um estudo pioneiro de sequenciamento de 1.171 genomas completos de idosos brasileiros, representando a maior
coorte de genomas de idosos da América Latina.
A pesquisa, denominada inicialmente “Projeto 80mais”, foi iniciada em 2008 com o objetivo de caracterizar o genoma de idosos saudáveis
dos pontos de vista físico e cognitivo, com o intuito de dar origem a um banco de referência genômica da população brasileira e contribuir para
desvendar os fatores envolvidos com o envelhecimento saudável.
[...]
Os idosos foram escolhidos como população-alvo para sequenciamento do genoma por já terem passado da idade de início de manifestação
de uma série de doenças que surgem na velhice, como o Alzheimer e Parkinson, entre outras.
O fato de morarem em São Paulo, a maior metrópole do país, também permitiu que representem a diversidade genética da população
brasileira, que é altamente miscigenada, afirma [Mayana Zatz, pesquisadora do CEGH-CEL].
“São Paulo é a cidade mais miscigenada do Brasil, porque reúne descendentes de imigrantes de diferentes continentes, como Europa, Ásia
e África, além de pessoas nascidas em vários outros Estados e países”, avalia a pesquisadora.
Essa alta diversidade genética dos idosos paulistas participantes do estudo permitirá preencher a lacuna da baixa representatividade de
populações altamente miscigenadas nos bancos genômicos internacionais, baseados preponderantemente na população europeia, apontam os
autores do estudo.
Os pesquisadores identificaram, por exemplo, cerca de 2 milhões de variantes genéticas nos idosos paulistas até então não descritas em
bancos de dados genômicos internacionais.
“Isso está relacionado com o fato de os bancos genômicos internacionais retratarem mais o genoma de referência europeu. É possível que
esse número de 2 milhões de novas variantes genéticas que encontramos diminua à medida que esses repositórios incluam populações pouco
representadas, como a brasileira”, estima Michel Naslavsky, professor do IB-USP e primeiro autor do estudo.
O aumento da diversidade nos bancos genômicos internacionais também permitirá aprimorar a acurácia de testes genéticos para populações
altamente miscigenadas, como a brasileira e de outros países da América Latina, em geral, avaliam os pesquisadores.
Análises feitas nos genomas dos idosos que integram o banco genômico brasileiro revelaram que eles carregam, por exemplo, variantes gené-
ticas classificadas nos bancos genômicos europeus como patogênicas, mas que eles não manifestam as doenças relacionadas a essas mutações.
“Uma das hipóteses que estamos levantando para isso é a de que variantes genéticas até então classificadas como patogênicas podem se
expressar de modo diferente de acordo com o background genético do indivíduo, como o europeu ou o miscigenado”, diz Naslavsky.
FRENTE 1
Os pesquisadores também constataram que os idosos brasileiros são portadores de variantes associadas a doenças recessivas comuns tanto
em europeus como em africanos, como a fibrose cística. A frequência de pessoas heterozigotas – portadoras de uma variante recessiva – permite
estimar a incidência dessas doenças na população.
89
“No caso da população brasileira, estimamos que a incidência de fibrose cística é de um caso a cada 10 mil nascimentos. Essa informação
é muito importante para programas públicos de aconselhamento genético a casais em idade reprodutiva em relação aos riscos de terem filhos
com doenças genéticas graves”, avalia Zatz.
Por meio da análise dos dados genômicos dos idosos também foi possível identificar novas variantes de genes do sistema imunológico (HLA),
que codificam proteínas importantes na resposta imune ao permitir o reconhecimento de patógenos.
De acordo com os pesquisadores, esses genes são conhecidos por serem os mais variáveis e diversos da espécie humana, o que os tornam
difíceis de serem analisados.
Por meio da aplicação de uma técnica especializada para descrever esses genes foram encontradas mais de 140 combinações nunca
descritas. Esses achados são importantes para estudos sobre suscetibilidade ou resistência a infecções por diversos patógenos, incluindo o
SARS-CoV-2, sublinham.
ALISSON, E. Banco genômico brasileiro permitirá aprimorar o diagnóstico de doenças genéticas no país. Agência Fapesp, 7 mar. . Disponível em:
https://agencia.fapesp.br/banco-genomico-brasileiro-permitira-aprimorar-o-diagnostico-de-doencas-geneticas-no-pais/3/. Acesso em: 7 abr. .
Resumindo
Genética de populações y Ausência de migrações: as migrações determinam a entra-
É estudada pela análise da distribuição e da frequência dos da ou a saída de indivíduos em uma população e, assim, a
alelos determinantes de características em uma população. A alteração das porcentagens de alelos.
totalidade de alelos de uma população corresponde ao seu y A população deve ser grande: populações com grande
pool gênico. número de indivíduos têm maior estabilidade quando com-
paradas a populações pequenas.
Equilíbrio de Hardy-Weinberg
Consiste em um teorema que delibera que, de acordo com Alterações do equilíbrio genético da população
determinadas condições, as frequências de cada alelo, inde- O equilíbrio genético de uma população pode ser alterado por:
pendente da sua raridade ou recessividade, permanecerão y Seleção natural: altera o equilíbrio genético de uma popu-
constantes em uma população com o passar das gerações. lação por meio de pressões seletivas.
Uma população tende a permanecer em equilíbrio genético y Deriva genética (ou oscilação genética): é a alteração do
de acordo com as seguintes condições: equilíbrio genético de uma população ocasionada pelo acaso.
y Ausência de mutações: mutações são alterações de ma-
Teorema de Hardy-Weinberg
terial genético; podem gerar novas variedades de alelos,
Demonstra matematicamente, considerando populações que
causando alteração da porcentagem dos genes presentes
se enquadrem nas premissas citadas, a existência de equilíbrio
na população.
na frequência de alelos. Alguns pontos devem ser observados:
y Ausência de seleção natural: a seleção natural permite a
f(A) = p e f(a) = q
sobrevivência e a reprodução dos mais aptos; isso altera o
equilíbrio da população. Frequência de alelos
y Ausência de seleção sexual: a seleção sexual beneficia f(A) + f(a) = 1
indivíduos da espécie que apresentam características que p+q=1
lhes conferem maior probabilidade de se acasalar (deixam
mais descendentes e seus alelos tendem a ser mais abun- Frequência de genótipos
dantes). Uma população com ausência de seleção sexual (p + q)2 = 1
é denominada pan-mítica; nessas condições, é como se p2 + 2pq + q2 = 1
os cruzamentos ocorressem ao acaso. f(AA) + f(Aa) + f(aa) = 1
Sites
Uma doce batalha entre os sexos
https://cienciahoje.org.br/coluna/uma-doce-batalha-entre-os-sexos/
Acesso em: mar. .
Reportagem com estudo que demonstra a relação da seleção sexual e a competição para a escolha de parceiros entre machos
e fêmeas.
Genética pode salvar Diabo da Tasmânia da extinção
https://veja.abril.com.br/ciencia/genetica-pode-salvar-diabo-da-tasmania-da-extincao/
Acesso em: mar. .
Reportagem traz estudo sobre as causas do desaparecimento do diabo-da-tasmânia.
Filmes
A grande árvore genealógica
EUA, NatGeo. 90 min.
Evolução genética
EUA, Green Umbrella Limit – Pbs. min.
91
8. Unesp 01 Em raças de gado existem três genótipos 13. Unesp 017 Em uma ilha isolada, havia uma popula-
possíveis para ß-caseína A. O genótipo A1A1 determi- ção de roedores cuja cor da pelagem era determinada
na que o animal produza apenas a ß-caseína A1. Vacas pelos alelos A e a. O alelo dominante determinava pe-
com genótipo A2A2 produzem somente a ß-caseína A2, lagem escura e o alelo recessivo determinava pelagem
e vacas com genótipo A1A2 produzem os dois tipos de clara. A proporção genotípica para cada indivíduos
ß-caseína. Alguns levantamentos mostram que a fre- era de homozigotos recessivos, 3 homozigotos
quência do alelo A2 na população de animais da raça dominantes e heterozigotos. Um terremoto local
holandês varia de 24% a 62%. separou a ilha em duas porções de terra, uma maior
(www.revistaleiteintegral.com.br. Adaptado) e outra menor, e cada uma ficou com a metade da
Considere que em um rebanho da raça holandês es- população inicial de roedores, sem que houvesse
ses alelos estejam distribuídos em conformidade com fluxo de animais entre as porções. Casualmente, na
o equilíbrio de Hardy-Weinberg. Admitindo que a fre- porção menor, não havia roedores de pelagem clara
quência do alelo A nesse rebanho seja igual a 3%, e as condições ambientais mudaram drasticamente.
a frequência de animais heterozigóticos será igual a Uma geração depois, nasceram inúmeros roedores
a) 0,21 c) 0,2 e) 0,18 de pelagem clara nessa ilha. Após décadas, biólogos
b) 0,09 d) 0,9 constataram que a população da ilha menor constituía
uma nova espécie.
Qual a frequência do alelo recessivo na população da
9. Mackenzie-SP Sabendo-se que a frequência do gene
ilha antes do terremoto? Por que, uma geração depois,
autossômico A é igual a ,, em uma população cons-
nasceram inúmeros roedores de pelagem clara na ilha
tituída de . indivíduos, indique a alternativa que
menor? Explique como a seleção natural contribuiu para
mostra o número de indivíduos para cada genótipo,
a formação da nova espécie de roedores na ilha menor.
se essa população estiver em equilíbrio genético.
a) AA – 6.00; Aa – 1.0; aa – 160
b) AA – 6.00; Aa – 1.280; aa – 20 14. Unesp No estudo da genética de populações, utili-
c) AA – 5.120; Aa – 1.280; aa – 1.600 za-se a fórmula p + pq + q = , na qual p indica a
d) AA – 6.560; Aa – 1.280; aa – 160 frequência do alelo dominante e q indica a frequência
e) AA – 5.120; Aa – 2.560; aa – 20 do alelo recessivo. Em uma população em equilíbrio
de Hardy-Weinberg, espera-se que:
a) o genótipo homozigoto dominante tenha frequência
10. UFPI Em uma certa população de africanos, % nas-
p2 = 0,25, o genótipo heterozigoto tenha frequên-
cem com anemia falciforme. Qual o percentual da
cia 2pq = 0,5 e o genótipo homozigoto recessivo
população que possui a vantagem heterozigótica?
tenha frequência q2 = 0,25.
a) 9% c) 2% e) 91%
b) haja manutenção do tamanho da população ao
b) 19% d) 81%
longo das gerações.
c) os alelos que expressam fenótipos mais adaptati-
11. Ufal Na espécie humana, o albinismo é determinado vos sejam favorecidos por seleção natural.
por um alelo autossômico recessivo. Se em uma dada d) a somatória da frequência dos diferentes alelos,
população em equilíbrio de Hardy-Weinberg, % dos ou dos diferentes genótipos, seja igual a 1.
indivíduos são albinos, a frequência esperada de he- e) ocorra manutenção das mesmas frequências ge-
terozigotos normais é de: notípicas ao longo das gerações.
a) 91% c) 9% e) 21%
b) 5% d) 2%
15. PUC-Minas No heredograma adiante, os indivíduos 3
e são afetados por uma anomalia genética recessiva.
1. UFRJ O grupo sanguíneo MN é determinado por dois
alelos codominantes. A frequência dos genótipos
desse grupo sanguíneo foi amostrada em duas popu-
lações humanas, e os resultados são apresentados na 1 2
tabela a seguir.
População MM MN NN Total
3 4 5 6 7
8
Calcule a frequência do alelo M nas duas popula-
ções e determine se a população da Europa, como Considerando-se que a família acima representada
um todo, é uma população pan-mítica, isto é, uma po- faz parte de uma população em equilíbrio de Hardy-
pulação em que os casamentos ocorrem ao acaso. -Weinberg, na qual a frequência de indivíduos afeta-
Justique sua resposta. dos é de %, é correto armar, exceto:
16. UEL-PR Supondo populações africanas com incidência endêmica de malária, onde a anemia falciforme não sofra
influência de outros fatores e onde novas mutações não estejam ocorrendo, a frequência do gene:
a) S permanece constante. d) s permanece constante.
b) S tende a diminuir. e) s tende a aumentar.
c) S tende a aumentar.
17. UEL-PR Verificou-se que em populações de regiões onde a malária é endêmica, os heterozigotos (Ss) são mais resis-
tentes à malária do que os normais (SS). Nesse caso, são verdadeiras as afirmações a seguir, exceto:
a) A malária atua como agente seletivo.
b) O indivíduo ss leva vantagem em relação ao SS.
c) O indivíduo Ss leva vantagem em relação ao SS.
d) Quando a malária for erradicada, ser heterozigoto deixará de ser vantagem.
e) Quando a malária for erradicada, haverá mudança na frequência gênica da população.
18. UFSC 016 Considere a via bioquímica de produção do pigmento amarelo em abóboras representada abaixo.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Bio. . ed. São Paulo: Saraiva, 3, p. . v.. (Adaptado.)
Suponha as seguintes frequências alélicas em determinada população em equilíbrio de plantas que produzem
abóboras:
• % W e % w
• 4% Y e % y
Sobre genética e evolução e com base no que foi apresentado, é CORRETO armar que:
nesta população, há menos plantas produtoras de abóboras verdes do que de amarelas.
2 o alelo W é epistático em relação aos alelos Y e y.
espera-se, nesta população, uma distribuição de 50% de plantas que produzam abóboras brancas e 50% de
plantas que produzam abóboras coloridas.
uma população está em equilíbrio, com as frequências alélicas e genotípicas constantes ao longo das gerações,
FRENTE 1
93
BNCC em foco
EM13CNT201
1. Podemos esperar que, evoluindo de ancestrais que disputavam os mesmos recursos, as espécies tenham de-
senvolvido características que asseguram menor ou nenhuma competição com membros de outras espécies. Espécies em
coexistência, com um potencial aparente para competir, exibirão diferenças em comportamento, fisiologia ou morfologia.
a) c) e)
b) d)
a)
b)
[…] Ele trata de explicar aos interessados a natureza do problema que trazem. Isso permite à família decidir, com
liberdade e autonomia, a conduta a adotar. […] pode ser útil para pessoas que têm algum distúrbio genético na família.
Também é de interesse nas seguintes situações: a) casais consanguíneos; b) cônjuges de idade relativamente elevada;
c) casais com incompatibilidade de grupos sanguíneos; d) abortos espontâneos repetidos. […]
EM13CNT202 e EM13CNT303
3.
O gene chamado Taqpep regula os padrões de cor no corpo de feli-
nos e se manifesta – com (guepardo real – tt) ou sem mutação (guepardo
pintado – TT) – quando o animal ainda está no útero. Posteriormente, o
gene Edn3 controla a cor do pelo e induz à produção de pigmento escuro
(manchas, pintas e listras) nas áreas preestabelecidas pelo Taqpep, impor-
tante para camuflagem no ambiente, podendo favorecer ou desfavorecer
a adaptação dessa espécie. Em uma população de 100 guepardos, os
genótipos estão distribuídos da seguinte forma: 36 são TT, 16 são tt e 48
são heterozigotos Tt.
a)
b)
c)
d)
e)
BIOLOGIA
FRENTE 2 P.Burghardt/shutterstock.com
18
A árvore viva com maior biomassa de que se tem registro no planeta fica no
Parque Nacional das Sequoias, no estado da Califórnia, EUA. Trata-se de uma
sequoia, batizada de General Sherman. Estima-se que sua idade esteja entre
2 300 e 2 400 anos. Ela tem cerca de 11 metros de diâmetro e por volta de 1 486
metros cúbicos. Embora não seja a sequoia mais alta do parque, a árvore tem
pouco mais de 83 metros de altura, o que equivale a um prédio de 23 andares.
Um organismo pode atingir essas dimensões devido à presença de tecidos de
sustentação e tecidos de transporte, que distribuem a seiva orgânica e a inorgâ-
nica, para todas as partes da planta.
Os tecidos de condução Floema (ou líber)
Este capítulo trata dos tecidos de condução e de É responsável pelo transporte de seiva orgânica (ou
sustentação. Além desses temas, são trabalhados os me- elaborada). É constituído por vasos liberianos que estão
canismos de transporte de seiva nas plantas. Os tecidos associados a um parênquima e a fibras de esclerênquima.
de condução são o floema e o xilema, que têm importante Os vasos liberianos são formados por células vivas,
papel também na sustentação do vegetal. conhecidas como elementos do tubo crivado; nas angios-
permas, essas células são anucleadas e desprovidas de
Xilema (ou lenho) vacúolo. Junto a cada elemento do tubo crivado, há uma
É o tecido encarregado de transportar seiva inorgâni- célula companheira dotada de núcleo. Tanto o elemento
ca (ou bruta) das raízes até as folhas. O xilema é formado do tubo crivado quanto a célula companheira são proce-
por vasos lenhosos e aparece cercado pelo parênquima dentes da mesma célula-mãe, que originou esses dois
lenhoso e por fibras de esclerênquima, que são tecidos tipos de célula por mitose, e cada uma diferenciou-se de
de sustentação. maneira peculiar. A célula companheira produz substâncias
Os vasos lenhosos são constituídos por células mor- essenciais ao metabolismo do elemento do tubo crivado,
tas, isto é, células que apresentam apenas parede celular mantendo-o vivo.
e não têm membrana plasmática, citoplasma e núcleo. ELEMENTOS
A parede celular apresenta, além de celulose, lignina, um FORA DE
PROPORÇÃO
material de grande rigidez que impede que as paredes do CORES
vaso se deformem e interrompam o fluxo de seiva. FANTASIA
Os tecidos de sustentação
As plantas apresentam três tipos de tecido de susten-
tação: xilema, esclerênquima e colênquima. O xilema tem
Pontuações como função primordial a condução de seiva inorgânica,
mas suas células possuem parede com lignina, bastante
rígida, fazendo com que o tecido colabore também na sus-
tentação do vegetal. Colênquima ou esclerênquima podem
estar nas nervuras de folhas, envolvendo os vasos condu-
tores que as compõem.
Esclerênquima
É constituído por células mortas, com paredes espessa-
Perfuração das e dotadas de reforços de lignina. Há duas modalidades
Representação de células condutoras do xilema. de células esclerenquimáticas: as fibras e as esclereídes.
As bras são formadas por células bastante alongadas,
O parênquima lenhoso é formado por células vivas, que podem ter vários centímetros de comprimento. Muitas
que têm como função a reserva de nutrientes. vezes, estão junto ao xilema e ao floema.
CORES
Pontuações FANTASIA
Epiderme
Fibra de
esclerênquima Parede primária Córtex
Parede secundária
Vasos
condutores
Luz solar Folha
H2O
Vapor de
água
CO2
O2
Xilema
Caule
Representação das células do colênquima em corte transversal.
Caminho da
A condução da seiva inorgânica
FRENTE 2
seiva inorgânica
Xilema
A seiva inorgânica (ou bruta) passa por tecidos da Raiz
raiz até atingir os vasos lenhosos, sendo posteriormente
conduzida, pelo caule, até chegar às folhas. A seguir, são
apresentados os aspectos fisiológicos relacionados à seiva
inorgânica, como seu trajeto e utilização, bem como os A seiva inorgânica atravessa os pelos absorventes da raiz e chega ao xilema,
mecanismos envolvidos em seu transporte. pelo qual é transportada até as folhas.
97
O mecanismo de condução
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Capilaridade
Um tubo capilar apresenta diâmetro interno bastante Representação de experimento que mostra o efeito da capilaridade no
reduzido. Quando um tubo capilar é colocado verticalmente deslocamento do líquido no interior de tubos de diferentes diâmetros.
na água, ocorre a subida de líquido em seu interior, por
alguns centímetros, mesmo que não se retire ar do tubo. Pressão positiva da raiz
Esse processo espontâneo é denominado capilaridade e Os nutrientes minerais passam do solo aos vasos de
envolve as forças de tensão superficial, relacionadas com xilema da raiz por meio de dois processos: difusão e trans-
a formação de uma espécie de película sobre a superfície porte ativo. Quando a concentração de minerais é maior no
da água. Na película formada, as moléculas de água estão solo do que no interior do xilema, ocorre a difusão; caso a
unidas por meio de ligações de hidrogênio. Isso é visível concentração dos vasos lenhosos seja maior, os materiais
quando um inseto ou uma aranha caminham sobre a água do solo são transportados ao xilema por transporte ativo,
sem afundar. ou seja, com gasto de energia (ATP).
Tensão
(transpiração)
Adesão
Xilema
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
Xilema
CORES Coesão e
FANTASIA adesão Coesão por
ligações de
hidrogênio
Água
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE Solo
PROPORÇÃO
Água Raiz
Absorção de
FRENTE 2
água na raiz
Representação da hipótese de Dixon, envolvendo a manutenção da coluna
de água no interior do xilema e a sua movimentação proporcionada pela
Vaso de xilema sucção da copa.
Células responsáveis
pela gutação A água é utilizada nas células do parênquima clorofilia-
no foliar para a realização de fotossíntese e uma grande
Gutação em folha e detalhe representativo da estrutura do hidatódio. parte também é perdida na transpiração. Esses fatores
99
elevam a concentração de solutos nas células do parênqui- • Há excesso de sais no solo, o que pode ser conse-
ma em relação à solução presente no xilema das nervuras quência da utilização de fertilizantes químicos em
das folhas. A alteração de concentração acontece em fun- quantidade muito elevada. O solo fica hipertônico em
ção de a fotossíntese produzir carboidratos (sacarose) e de relação à raiz, que não absorve água por osmose.
a transpiração retirar água das células, ou seja, há acrés- • Há excesso de água no solo, promovendo a retirada
cimo de soluto e retirada de solvente. Dessa maneira, há do ar que fica entre suas partículas; o solo fica pobre
aumento de pressão osmótica das células do parênquima em gás oxigênio. Assim, a respiração celular das raí-
clorofiliano, o que promove a entrada de água presente zes é prejudicada, e o transporte ativo de sais para o
no xilema das nervuras da folha. O estudo de osmose em xilema deixa de ocorrer. Com isso, a planta não con-
célula vegetal utiliza a seguinte equação: segue absorver água por osmose.
CORES
ELEMENTOS
FANTASIA
FORA DE
PROPORÇÃO
Fluxo em massa de água e sacarose
CORES
FANTASIA Árvore
morre
Acúmulo
Remoção de seiva
de anel elaborada
da casca
Frasco A Frasco B
Representação do experimento de Münch, um modelo para explicar o Remoção de
transporte de seiva orgânica. anel da casca
alimenta, a seiva orgânica flui para seu sistema digestório Frutos mais adocicados podem ser obtidos com a remoção de um anel da
sem que ele precise sugar o líquido. casca do ramo; nesse caso, não há comprometimento do restante da planta.
Revisando
1. Quais são os tipos de seiva presentes nas plantas e 2. De que são compostos os tipos de seiva das plantas?
quais são os tecidos responsáveis pela condução des-
sas seivas?
FRENTE 2
101
3. Cite os diferentes tipos de células que compõem os 9. Quais mecanismos de condução de seiva inorgânica
vasos condutores de seiva inorgânica e suas princi- são responsáveis pela subida de água em plantas?
pais características.
4. Cite os diferentes tipos de células componentes do 10. O que é exsudação e sudação? Por que elas ocorrem?
floema e suas principais características.
5. Quais são os tecidos envolvidos na sustentação das 11. Que princípios estão envolvidos nos processos de
plantas? coesão, adesão e tensão?
1. Unesp São exemplos de tecidos de sustentação, con- Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
dução e proteção, respectivamente: tivamente, as lacunas do texto.
a) súber – traqueídeos – esclerênquima. a) seiva bruta … transporte ativo … capilaridade
b) epiderme – esclerênquima – súber. b) íons minerais … transporte passivo … pressão os-
c) súber – colênquima – fibras. mótica
d) esclerênquima – traqueídeos – súber. c) seiva elaborada … difusão facilitada … gutação
e) colênquima – xilema – traqueídeos. d) moléculas orgânicas … difusão simples … abertura
estomática
2. Uece 2019 São classificados como condutores vege- e) água … osmose … transpiração foliar
tais os seguintes tecidos:
a) xilema e súber. c) felogênio e floema. 5. UFSCar-SP O desenvolvimento de um fruto depende
b) xilema e floema. d) súber e felogênio. das substâncias produzidas na fotossíntese, que che-
gam até ele transportadas pelo floema. De um ramo
3. UPE 2017 Para combater determinadas doenças em de pessegueiro, retirou-se um anel da casca (anel de
plantas, os agricultores recorrem aos herbicidas, uma Malpighi), conforme mostra o esquema.
vez que determinadas doenças virais só são possí-
veis de serem eliminadas, se o produto penetrar nos
tecidos e nas células vegetais. Assim, focam seus es-
tudos em substâncias que possam ser transportadas
a longa distância, tanto pela associação com o floema
como pelo intercâmbio entre domínios simplásticos. Anel
Quando a planta se encontra sob estresse, e as taxas
de transporte via xilema e floema são mais reduzidas,
os(as) ______________ podem ser mais efetivos(as)
no transporte das moléculas de herbicidas sistêmicos, Responda.
a longa distância. a) O que deve acontecer com os pêssegos situados
Assinale a alternativa cujo termo preenche CORRETA- no galho, acima do anel de Malpighi, em relação
MENTE a lacuna. ao tamanho das frutas e ao teor de açúcar?
a) vacúolos. d) lamelas médias. b) Justifique sua resposta.
b) plasmodesmos. e) tonoplastos.
c) estômatos. 6. UFC-CE As letras na figura abaixo representam o
caminho percorrido pela água desde o solo até a at-
4. FGV-SP 2017 A fotografia mostra o corte transversal mosfera, passando pelo interior da planta. Considere
de uma raiz. as seguintes afirmativas.
FRENTE 2
(www.ebah.com.br. Adaptado)
103
II. Dado um solo em condições ótimas de armaze- 9. PUC-PR A figura ilustra o sistema de que se valem os
namento de água e dada uma atmosfera em boas vegetais para realizar certas funções, tais como:
condições de radiação solar, vento e umidade re-
lativa, a água move-se, geralmente, na seguinte
direção: A → B → C → D.
III. Em determinadas horas do dia, a transpiração
das plantas torna-se tão intensa que a velocidade
de movimentação da água do ponto A para o B
é menor que a velocidade do ponto C para o D,
ocasionando o fechamento dos estômatos.
IV. O movimento da água, de C para D, dá-se na
forma de vapor, e é favorecido por condições at-
mosféricas brandas, como baixa radiação solar,
baixas temperaturas, ausência de vento e alta
umidade relativa do ar. a) conduzir a seiva bruta, composta de água e de
Assinale a alternativa que contém todas as armativas sais minerais.
verdadeiras. b) realizar a transpiração.
a) I, III e IV. c) conduzir seiva orgânica, das folhas à raiz.
b) II e III. d) conduzir o dióxido de carbono, CO2, durante a
c) I, II e III. fotossíntese.
d) I e II. e) realizar a gutação, processo pelo qual a planta
e) II e IV. perde água pelos hidatódios.
105
III. Enquanto fechada, a torneira equivale, na planta, Esse tecido é complexo, com vários tipos celulares
ao método de anelamento do caule. adaptados para o transporte de água a curta e/ou
longa distância. Considere o transporte de água das
É verdadeiro o que se arma em
raízes até as folhas do pinheiro-do-paraná (Araucaria
a) I e II, apenas. d) II apenas.
angustifolia), que pode atingir até metros de altura.
b) II e III, apenas. e) I, II e III.
Identifique e explique duas características que as célu-
c) I apenas.
las xilemáticas apresentam para manter a eficiência do
transporte a longa distância (das raízes até as folhas).
15. UFRGS 2018 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)
as afirmações abaixo, sobre os mecanismos através dos Texto para a questão 17.
quais água e solutos são transportados dentro da planta. A questão a seguir se refere ao texto que trata dos rela-
A água e os sais minerais podem passar entre as tos de Arsene lsabelle, naturalista francês, por ocasião
paredes celulares ou podem atravessar o citoplas- de sua viagem ao Rio Grande do Sul, -4.
ma, nas células do córtex da raiz. As plantas parasitas pendiam de todas as partes das
O movimento ascendente da seiva pelo floema árvores vigorosas destes matos que começam a perder
ocorre devido à pressão positiva na raiz. sua virgindade.
O transporte de água para dentro do xilema ocorre Observei, passando pela orla de um mato, uma grande
por osmose, já os sais minerais são transportados quantidade de folhas de campainhas inteiramente dessecadas
por processo ativo, no cilindro central. pelas formigas, que tinham devorado o parênquima; deixa-
A tensão provocada pela transpiração é responsá- vam ver perfeitamente as nervuras e as fibras dos tecidos.
vel pelo transporte de sacarose. Admirei também cipós monstros envolvendo em espi-
A sequência correta de preenchimento dos parên- ral árvores muito direitas e ornadas de liquens tricolores;
teses, de cima para baixo, é árvores reunidas em feixes na sua infância formavam atu-
a) V – V – F – F. almente troncos grossos e elevados, tendo a aparência de
b) V – F – V – F. colunas estriadas.
c) F – F – F – V.
d) V – V – F – V. 17. UFSM No segundo parágrafo, os termos “nervuras” e
e) F – V – V – F. “fibras” correspondem, respectivamente, a tecidos de:
a) proteção e sustentação.
16. UFPR Uma das características que se desenvolveu b) sustentação e proteção.
nas plantas vasculares e que possibilitou a ocupação c) armazenamento e sustentação.
do ambiente terrestre foi o surgimento de um tecido d) armazenamento e condução.
eficiente no transporte de água, denominado xilema. e) condução e sustentação.
Textos complementares
Especializações da endoderme da raiz Epiderme com pelos
absorventes
A raiz retira água e sais minerais do solo através de seus pelos Células da endoderme
absorventes. Quando tais materiais atingem a endoderme, passam de monocotiledôneas
necessariamente pelo caminho intracelular, uma vez que as paredes
Célula de ELEMENTOS
dessas células são reforçadas com materiais impermeáveis (impedem passagem FORA DE
a via apoplasto). A passagem obrigatória pelo citoplasma das células Células da PROPORÇÃO
Córtex Líber endoderme
da endoderme (via simplasto) contribui para a seleção de nutrientes CORES
FANTASIA
que têm acesso ao xilema da raiz e também evita o retorno da água do
Detalhe da
xilema para o córtex. endoderme
Monocotiledôneas possuem na endoderme células com reforços em Lenho Reforço em U
todas as paredes, exceto aquela voltada para o lado em que se encontra o
Endoderme
córtex (parte externa da célula), fazendo com que as paredes das células,
Células da endoderme
em corte, tenham a forma que lembra a letra “U”. A água e outros materiais de eudicotiledôneas
entram nas células, mas não passam através delas para o interior da raiz; Câmbio estrelado
no entanto, há entre elas as chamadas células de passagem, que não Lenho
(interno) Células da
possuem reforços e que são permeáveis à água, tendo, contudo, o poder endoderme
de seletividade daquilo que vai ou não chegar ao xilema.
Líber
Eudicotiledôneas têm células com reforços conhecidos como estrias (externo)
de Caspary, presentes nas paredes superiores, inferiores e laterais, mas Periciclo
ausentes nas paredes voltadas para o córtex e para o cilindro central. Estrias ou pontuações de Caspary
Com a impermeabilização dos espaços intercelulares, a água é forçada a Representação das especializações da endoderme de raiz de
penetrar pelo interior das células da endoderme, que asseguram a seleção monocotiledôneas e eudicotiledôneas.
dos materiais que chegam ao xilema. Texto elaborado para fins didáticos.
Crescimento secundário
Gimnospermas e angiospermas eudicotiledôneas podem apresentar mais antigos. O xilema mais antigo e mais central é denominado
crescimento em espessura (circunferência), determinado pela atividade cerne e tem os vasos obstruídos; assim, não conduz seiva, mas
de meristemas secundários: o câmbio vascular e o felogênio. Esses conserva a importante função de sustentação da planta. O xilema
meristemas são produzidos no caule e na raiz, alterando significativamente mais jovem e mais externo é o alburno, apresentando atividade
a estrutura do órgão com relação a outros grupos de planta. condutora funcional.
No caule, as células do felogênio sofrem divisões mitóticas, gerando Plantas de clima temperado podem formar um anel de xilema a
novas células para o lado externo e outras para o lado interno; as cé- cada ano; cada anel é gerado na primavera (lenho primaveril) e no
lulas externas diferenciam-se em súber, enquanto as células geradas verão (lenho estival, ou tardio). Os anéis gerados na primavera são do-
para o lado interno do felogênio geram a feloderme, que é um tipo de tados de células xilemáticas de maior diâmetro, e isso permite detectar
parênquima. O conjunto constituído por súber, felogênio e feloderme faixas diferenciadas de um ano para outro.
constitui a periderme.
Xilema
Periderme
Casca
externa
Casca
interna
Casca
Xilema
Representação de corte de caule com crescimento secundário.
disso, a formação dessas camadas propicia o aumento de volume do Anéis de xilema são úteis na estimativa da idade do vegetal.
órgão e permite o crescimento em circunferência. Progressivamente,
a planta vai gerando novos anéis de floema e de xilema; os anéis mais O cerne de uma planta consiste na madeira, material amplamente
velhos de floema são eliminados junto com o súber. O xilema, contu- utilizado pelo ser humano. Em função da grande diversidade das espé-
do, permanece na planta e contribui efetivamente para o crescimento cies vegetais que produzem madeira, há também diversidade de tipos
secundário. do material, que podem apresentar características distintas de cor, de
Os anéis de xilema ativo localizam-se junto ao câmbio, pois fo- mecânica, de densidade, de resistência ao apodrecimento e ao fogo,
ram recentemente formados por ele; os anéis mais internos são os de cheiro, entre outras.
107
O mercado madeireiro de exploração florestal ou de produção de madeira ocupa vastas áreas da Terra. A exploração de madeira em florestas
naturais sem manejo continua a ser uma das principais causas de desmatamento e de perda de hábitat para espécies da flora e fauna. Esse tipo de
impacto ameaça a manutenção dos ecossistemas e, assim, a biodiversidade do planeta.
MPF/Coleção particular
Diferentes espécies produzem diferentes tipos de madeira, recurso amplamente
explorado pelo ser humano.
Texto elaborado para fins didáticos.
Resumindo
Há tecidos responsáveis pelo transporte de substâncias or- A comunicação entre os elementos dos tubos crivados vizinhos
gânicas e inorgânicas pelo corpo das plantas. Alguns desses acontece através de plasmodesmos. A deposição de calose
tecidos de condução têm também a função de sustentação (carboidrato) nesses orifícios da parede celular provoca a obs-
da planta. trução dos vasos liberianos, que são substituídos por vasos
novos, produzidos pelo câmbio.
Tecidos condutores de seiva
Xilema (ou lenho): tecido encarregado de transportar seiva Tecidos de sustentação
inorgânica, também chamada bruta, das raízes até as folhas. Esclerênquima: constituído por células mortas, com paredes
É formado por diferentes tipos de células: espessadas e dotadas de reforços de lignina. Há duas moda-
y Vasos lenhosos: constituídos por células mortas (sem lidades de células esclerenquimáticas:
membrana plasmática, citoplasma e núcleo), cujas paredes y Fibras do esclerênquima: formadas por células bastante
possuem celulose e lignina, material de grande rigidez e alongadas, que podem ter vários centímetros de compri-
com função de manter o formato e a capacidade de condu- mento. Muitas vezes, estão junto ao xilema e ao floema.
ção das células. Os vasos lenhosos apresentam orifícios que y Esclereídes: células com paredes espessadas e lignifica-
permitem a passagem de seiva de uma célula para outras, das, com muitas pontuações. Têm formato mais irregular
localizadas em suas extremidades superior e inferior e em e podem ser encontradas dispersas nos tecidos do pa-
suas laterais, favorecendo o fluxo da raiz para a folha e tam- rênquima (como na polpa do pseudofruto da pera) ou em
bém para as laterais (útil quando há obstrução nos vasos). agrupamentos, formando estruturas extremamente rígidas
Há dois tipos de células componentes dos vasos lenhosos: (como no caroço do pêssego).
– Traqueídes: tipo de vaso presente em pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas. Têm pontuações (pe- Colênquima: é formado por células vivas, alongadas e
quenos orifícios) tanto nas paredes laterais quanto em reunidas em feixes, cujas paredes apresentam reforços de
suas extremidades. celulose. Tem força e flexibilidade, ajudando a suportar órgãos
– Elementos dos vasos lenhosos: tipo de vaso de xilema em crescimento. É encontrado nas extremidades de caules e
presente apenas em angiospermas. Apresentam grandes nos pecíolos de folhas.
orifícios nas extremidades superior e inferior denomina-
dos perfuração. Nas paredes laterais são observadas Processos de condução de seiva
pontuações. Seiva inorgânica: é constituída de água e de nutrientes mi-
Associado ao xilema, há também o parênquima lenhoso, for- nerais, que são absorvidos do solo. A seiva adentra a raiz e
mado por células vivas com função de reserva de nutrientes; passa através dos pelos absorventes, córtex, endoderme,
e as fibras de esclerênquima, um tecido de sustentação. periciclo e xilema. Ela é, então, conduzida até as folhas, onde
é empregada nos processos de fotossíntese, formação da sei-
Floema (ou líber): responsável pelo transporte de seiva or- va orgânica, formação de estruturas celulares e transpiração.
gânica, também chamada elaborada, das folhas até as raízes, Os nutrientes minerais passam do solo aos vasos de xilema
passando por todo o corpo da planta. É constituído por dife- da raiz por dois processos: difusão e transporte ativo; a água
rentes tipos de vasos: é absorvida por osmose.
y Vasos liberianos: formados por células vivas, conhecidas Mecanismo de condução de seiva inorgânica: a subida de
como elementos do tubo crivado, que são anucleadas. seiva inorgânica pelo xilema depende da ação de vários fatores
Junto a cada elemento do tubo crivado, há uma célula com- que atuam de maneira conjunta, sendo eles:
panheira nucleada, que produz substâncias essenciais ao y Capilaridade: envolve as forças de tensão superficial da
metabolismo do elemento do tubo crivado, mantendo-o água, relacionadas com a formação de uma película sobre
vivo. Os dois tipos de célula são provenientes da mesma a sua superfície. Nessa película, as moléculas de água estão
célula-mãe. unidas por ligações de hidrogênio. A introdução de tubos
109
Exercícios complementares
1. UFC-CE A teoria de Dixon é uma das hipóteses que c) elementos do parênquima, dentro dos quais as
tenta explicar o transporte de água da raiz até as moléculas de água se mantêm unidas por pres-
folhas de árvores com mais de metros de altura, são osmótica e forças de coesão.
como a castanheira-do-pará. Assinale a alternativa d) elementos do parênquima e floema, dentro dos
que contém aspectos nos quais se baseia essa teoria. quais as moléculas de água se mantêm unidas
a) Coesão entre as moléculas de água, adesão entre por forças de coesão.
essas moléculas e as paredes do xilema, tensão ge- e) elementos do xilema e do floema, dentro dos
rada no interior dos vasos pela transpiração foliar. quais as moléculas de água se mantêm unidas
b) Aumento da concentração osmótica no interior por pressão osmótica.
dos vasos xilemáticos da raiz, entrada de água
por osmose, impulsão da seiva para cima. 4. Uerj 2019 (Adapt.) A contagem e a análise dos anéis
c) Semelhança dos vasos do xilema a tubos de di- de crescimento presentes nos troncos de árvores
âmetro microscópico, propriedades de adesão e e arbustos possibilitam estimar a idade da planta e
coesão das moléculas de água, ocorrência do fe- investigar as condições climáticas de épocas pree-
nômeno da capilaridade. xistentes. Sabe-se que a grande disponibilidade de
d) Permeabilidade seletiva das células do córtex da água, durante os períodos úmidos, favorece o cresci-
raiz, presença da endoderme com as estrias de mento de células com grande calibre, formando anéis
claros. Já em períodos mais secos, as células ficam
Caspary, transporte ascendente da seiva bruta.
mais compactadas, formando anéis escuros. Observe
e) Produção de carboidratos nas folhas, aumento da
a ilustração de um corte transversal do tronco de uma
concentração osmótica nesses órgãos, ascensão
árvore, com anéis de crescimento claros e escuros:
da seiva bruta por osmose e capilaridade nos va-
sos do xilema.
Adaptado de revistas.ufpr.br.
Indique o tipo de tecido condutor responsável pela
formação dos anéis de crescimento. Indique, também,
dentre as substâncias químicas presentes nesse tecido,
aquela que confere mais rigidez às paredes das células.
Aponte, ainda, as duas principais funções desse teci-
do para os vegetais.
Legenda: (-) ausente, (+) presente em pequena quantidade, (++) presente em
média quantidade, (+++) presente em grande quantidade.
5. Fatec-SP 2020 Os cientistas que realizam pesquisas
Qual espécie corresponde ao objetivo proposto? históricas com base nos anéis de crescimento das árvores
a) 1 c) 3 e) 5 organizam amostras de madeiras de plantas vivas e mortas
b) 2 d) para determinar as condições climáticas do passado em re-
giões específicas. Isso é possível porque, em certas espécies,
3. UFSCar-SP Nas angiospermas, a condução da sei- principalmente em regiões de clima temperado, o número
va bruta (água e sais minerais) ocorre das raízes até de anéis de crescimento corresponde exatamente ao núme-
as folhas, as quais podem estar situadas dezenas de ro de anos de existência da árvore, sendo que, durante cada
metros acima do nível do solo. Nesse transporte, es- inverno, a atividade do câmbio é interrompida e, posterior-
tãoenvolvidos: mente, retomada na primavera. Além disso, a espessura do
a) elementos do xilema, no interior dos quais as caule varia de acordo com diversos fatores ambientais, tais
como luminosidade, temperatura, regime de chuvas, água
moléculas de água se mantêm unidas por forças
disponível no solo e duração do período de crescimento.
decoesão.
Quando as condições são favoráveis, os anéis são largos;
b) elementos do floema, no interior dos quais as mo-
em condições desfavoráveis, eles são mais estreitos.
léculas de água se mantêm unidas por pressão (Amabis, José Mariano; Martho, Gilberto Rodrigues. Biologia dos
osmótica. Organismos. – 3ª. ed. – São Paulo: Moderna, 2009. Adaptado.)
de reserva alimentar (folhas primordiais modicadas) c) justifique o fenômeno apontado pela seta na figu-
sugados por outros pulgões. A análise do líquido co- ra II que ocorre após o destacamento de um anel
letado dos aparelhos bucais desses pulgões também completo da casca do tronco da planta (anel de
revelou a presença de nutrientes orgânicos. Malpighi).
Os resultados dessas análises indicam que os pulgões d) informe o que acontecerá com a planta após um
que sugaram o feijoeiro adulto e os que sugaram as período prolongado sem esse anel. Explique.
111
11. Udesc Os tecidos vegetais fundamentais são aqueles O parênquima aquífero está presente em plantas
encarregados de uma série de funções, como preen- aquáticas, auxiliando na flutuabilidade desses ve-
chimento e sustentação. A respeito desses tecidos, getais.
analise cada proposição e assinale (V) para verdadeira O esclerênquima é formado por células mortas,
ou (F) para falsa. impregnadas de lignina, e é responsável pela sus-
tentação de caules em crescimento.
O parênquima de reserva está presente em se-
mentes, frutos, raízes e rizomas e tem como função Assinale a alternativa que contém a sequência corre-
o armazenamento de substâncias nutritivas. ta, de cima para baixo.
O parênquima cloroliano é o principal tecido de a) V – F – F – V – V
preenchimento de folhas, tendo por função a reali- b) V – V – V – F – F
zação da fotossíntese. c) V – V – F – F – V
O colênquima é formado por células vivas e é res- d) F – F – V – V – F
ponsável pela sustentação de folhas, frutos e caules. e) F – F – V – F – V
BNCC em foco
EM13CNT202 e EM13CNT301
1.
EM13CNT202 e EM13CNT301
3.
a) Xilema Floema
Célula
H2O companheira
Célula fotossintetizante
(fonte)
b)
Movimento da água
Movimento da sacarose
BIOLOGIA Capítulo
FRENTE 2
19
Diversos fatores podem influenciar o desenvolvimento das plantas. Entre eles,
está a ação dos hormônios vegetais, substâncias relacionadas a vários proces-
sos fisiológicos, como a germinação de sementes, o crescimento, a curvatura do
caule em direção à luz e a produção de flores e frutos.
As respostas fisiológicas a estímulos externos, como a redução de atividade me-
tabólica no inverno, a queda de folhas no outono e o florescimento na primavera
são eventos mediados por hormônios.
Essas substâncias também podem ser produzidas de modo sintético e aplicadas
em diferentes técnicas agrícolas, possibilitando o aumento da produtividade.
Hormônios e desenvolvimento Giberelina
O desenvolvimento das plantas é determinado por É um hormônio produzido em gemas ativas e em
fatores como a carga genética e as condições ambientais, sementes. Sua ação é promover a distensão celular,
entre elas, temperatura, luz, pH do solo e disponibilidade de estimulando o crescimento de caules e suas ramificações.
água e nutrientes minerais. Além disso, as plantas produzem Também estimula a floração e participa do desenvolvimento
hormônios, substâncias que controlam inúmeros processos do fruto originado do ovário.
internos e respostas fisiológicas a estímulos externos, como Há casos de atuação mais específica: quando a gibe-
a curvatura do caule em direção à luz. relina é acrescentada a plantas geneticamente anãs ou
A seguir, vamos analisar alguns hormônios relacionados em partes delas, induz o crescimento normal. Há plantas
a três papéis fisiológicos principais: crescimento, redução normais que, recebendo quantidades extras de giberelina,
de atividade metabólica e processos de maturação. tornam-se gigantes.
O crescimento é determinado por três tipos de CORES ELEMENTOS
hormônio: auxinas, giberelinas e citocininas. A redução de FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
atividade metabólica é determinada pelo ácido abscísico.
Os processos de maturação são estimulados pelo etileno;
ocorrem, por exemplo, quando frutos verdes amadurecem
e folhas jovens se tornam envelhecidas (senescentes).
Hormônios de crescimento
O crescimento é determinado por mitoses e pelo
aumento do volume das células (processo de distensão ou
elongação). As citocininas são responsáveis pelo estímulo
das mitoses, enquanto a distensão celular é estimulada
por giberelinas e auxinas.
A germinação da semente envolve crescimento,
uma vez que o embrião emerge e origina uma
planta jovem. A planta jovem, por sua vez, apresenta
crescimento de caule e raiz e produz ramos, tornando-se
uma planta adulta. No caso do caule, os ramos e as flores são
produzidos pelo crescimento de gemas. As flores originam
frutos pelo crescimento do ovário.
Citocinina
É produzida no meristema presente na extremidade
da raiz, sendo distribuída por toda a planta por meio do
xilema. Esse hormônio estimula a ocorrência de mitoses, Planta gigante
Planta normal (tratada com giberelina)
o que contribui para o desenvolvimento dos meristemas
primários. Dessa maneira, há estímulo para o crescimento
longitudinal do caule (hormônio agindo na gema apical),
dos ramos (hormônio agindo nas gemas laterais) e das A giberelina estimula a distensão celular. Em algumas plantas, o excesso
desse hormônio leva ao gigantismo.
próprias raízes. Há outros efeitos desencadeados pela
citocinina, como a conversão de gemas em flores e de
Giberelinas podem também ser aplicadas em ge-
ovários em frutos. A presença de citocinina em folhas
mas ou sementes que se encontram em dormência, ou
retarda seu processo de senescência (envelhecimento).
seja, em estado de atividade metabólica muito reduzida,
induzindo o seu desenvolvimento. Assim, as gemas ori-
CORES ELEMENTOS ginam ramos ou flores, enquanto as sementes entram
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO em germinação.
Gema Como exemplo da atuação desse fitormônio, pode ser
apical
citada a germinação. Uma semente de gramínea colocada em
solo úmido absorve água, estimulando seu embrião a produzir
Gemas giberelina. Esse hormônio estimula uma camada de células
laterais localizadas na periferia do endosperma (camada de aleurona)
a produzir amilase, enzima que hidrolisa o amido acumulado
na semente. Esse processo disponibiliza carboidratos para
o embrião, que os empregará na respiração celular, a qual
Produção de citocinina fornecerá a energia necessária para a germinação. Para
A produção das citocininas ocorre na extremidade das raízes, atuando como que isso ocorra, é também necessária a presença de gás
estimuladoras de mitoses. oxigênio e temperatura adequada.
Promoção
FANTASIA Ca
s
ma
Endosperma Ge
es
Crescimento
amiláceo íz
Ra
Inibição
Giberelina
Coleóptilo
Embrião e outras partes
aéreas 10–11 10–9 10–7 10–5 10–3 10–1 M
Concentração de AIA
Sensibilidade de partes da planta à auxina. A concentração ótima
para o crescimento do caule promove inibição de gemas laterais e
Tegumento Radícula de raízes.
da semente
115
Efeito herbicida Abscisão de folhas e frutos
O 2,4D é o principal componente de um herbicida Quando uma folha entra em senescência, forma-se no
muito empregado na agricultura. Quando aplicado em alta pecíolo um tecido meristemático cujas células não estão
concentração sobre uma erva invasora (tradicionalmente firmemente unidas. Com isso, a folha se separa do ramo
denominada “erva daninha”), provoca sua morte. O her- ao qual estava ligada. É o que se chama de abscisão, que
bicida é utilizado no controle seletivo de ervas daninhas, é seguida da queda das folhas. Esse processo é causado
pois as plantas sensíveis à sua ação pertencem ao grupo por uma redução na concentração de auxinas na folha se-
das dicotiledôneas. Em geral, as monocotiledôneas são nescente em relação à concentração de auxina no caule.
geneticamente resistentes a esse produto. Tais herbicidas Se for aplicada uma quantidade adequada de auxina na
atuam como mimetizadores de auxinas. folha, ela ficará unida ao caule por mais tempo. Esse mesmo
processo de abscisão ocorre quando o fruto fica maduro.
Formação de raízes adventícias
Raízes adventícias são originadas de pecíolos de folhas ELEMENTOS
FORA DE
ou de ramos cortados. Essas estruturas, quando colocadas Gema lateral PROPORÇÃO
© Budda | Dreamstime.com
Controle
Revisando
2. Em que momentos da vida de uma planta pode ser observado o processo de crescimento?
3. Que substâncias estão envolvidas no processo de crescimento das plantas? Cite exemplos.
4. Onde são produzidos os hormônios de crescimento e como eles são distribuídos na planta?
FRENTE 2
117
5. Qual é a ação da citocinina no desenvolvimento de uma planta?
8. Quais são os níveis de sensibilidade ao hormônio auxina observados em diferentes partes da planta?
9. Qual é o hormônio responsável pela redução da atividade metabólica de uma planta? Onde ele é produzido e qual é
sua importância na sobrevivência da planta em situações de escassez de água?
Exercícios propostos
1. UFF-RJ Dividiu-se um cacho de bananas verdes em de gás provocava a queda de folhas de árvores próxi-
duas partes: a primeira foi colocada em um saco pou- mas. O gás responsável por esse fato era o gás etileno.
co arejado e a segunda foi exposta ao ar. Após alguns Além da abscisão foliar, outra função desse fitormônio é
dias, verificou-se que as frutas colocadas no saco a) promover o amadurecimento de muitos tipos de
amadureceram mais rapidamente. Isso se deu em con- frutos.
sequência: b) estimular o crescimento do tubo polínico durante a
a) da diminuição da pressão parcial de O2, que esti- dupla fecundação.
mula a liberação de auxinas. c) inibir a formação da raiz e de pelos absorventes.
b) do aumento da pressão parcial de CO2, que esti- d) retardar o envelhecimento da folha por inibição da
mula a liberação de giberelinas. degradação de proteínas.
c) da liberação de um hormônio de natureza gasosa. e) atuar no fototropismo e no geotropismo.
d) da liberação de ácido abscísico, hormônio de na-
tureza proteica. 5. UEPG/PSS-PR 2022 Entre os hormônios vegetais, ou
e) da diminuição da ação das auxinas, que são ati- fitormônios, as auxinas são responsáveis por inúme-
vadas pela luz. ras funções. Entre as funções das auxinas, assinale o
que for correto.
2. Uerj A senescência e queda das folhas de árvores são Induzir a quebra da dormência e a germinação
fenômenos observados com grande intensidade no outo-
das sementes. Promover o desenvolvimento das
no, em regiões de clima temperado, quando as noites se
gemas laterais.
tornam progressivamente mais frias e os dias mais curtos.
Promover a dominância apical, inibindo a ativi-
A diminuição da temperatura e a menor iluminação
dade das gemas laterais mais próximas do ápice
acarretam as seguintes alterações de níveis hormo-
caulinar.
nais nas folhas:
Estimular o ovário a formar frutos, após a fecun-
a) diminuição de auxina e aumento de etileno.
b) aumento de auxina e diminuição de etileno. dação.
c) aumento de giberelina e aumento de auxina. Produzir raízes adventícias, por fazer com que
d) diminuição de giberelina e aumento de auxina. grupos de células voltem a exercer atividade me-
ristemática.
3. UEPG-PR Sobre o crescimento e o desenvolvimento Soma:
das plantas:
a giberelina inibe o crescimento do caule e das 6. UEL-PR Muitas pessoas cortam folhas de violeta-afri-
folhas. cana e as enterram parcialmente para que enraízem
a auxina estimula o crescimento de raízes e caules. e formem novos indivíduos. Em relação a este fato, é
o ácido abscísico estimula o crescimento da plan- correto afirmar:
ta como um todo. a) só as gemas na planta adulta produzem auxinas
a citocinina estimula a divisão e o crescimento ce- para o enraizamento.
FRENTE 2
119
7. UFU-MG Considere as afirmativas a seguir e assinale 10. UFU-MG 2021 O quadro abaixo apresenta alguns hor-
a alternativa correta. mônios vegetais e algumas funções desempenhadas
I. O AIA (ácido indolilacético) nem sempre estimula por esses hormônios. Relacione a coluna da direita
o crescimento vegetal, podendo também inibi-lo, com a da esquerda no que se refere aos hormônios
dependendo de sua concentração e do órgão vegetais e suas funções.
onde atua.
Hormônios Funções
II. Citocinina é um nome geralmente dado a certas
substâncias naturais ou sintéticas que, nos vege-
tais, estimulam divisões celulares.
III. Os efeitos mais marcantes da ação do etileno nos
vegetais referem-se à quebra de dormência de
sementes e à formação de frutos partenocárpicos.
a) I e II estão corretas.
b) Apenas I está correta.
c) II e III estão corretas.
d) I e III estão corretas.
Textos complementares
CORES
FANTASIA
.
no coleóptilo cortado
Charles Darwin já havia trabalhado com coleóptilos de aveia em Representação do experimento desenvolvido por Went.
meados de 1880 e escreveu um livro sobre movimentos vegetais (The
Power of Movement in Plants –, O poder do movimento em plantas, em Para determinar a maneira pela qual o ápice provocava o cresci-
português). Darwin compreendeu que o ápice do coleóptilo era sensível mento, Went cortou vários coleóptilos e deixou seus ápices sobre um
à luz e, quando exposto à luz lateral, determinava a curvatura da planta bloco de ágar. Depois, colocou um pedaço desse ágar na extremidade
na sua direção. No entanto, Darwin não tinha concluído a natureza exata de um coleóptilo secionado; o bloco foi deslocado para uma das laterais,
dessa sensibilidade do ápice do coleóptilo à luz. CORES ELEMENTOS
e o resultado foi o crescimento acentuado dessa parte da planta, que se
FANTASIA FORA DE
Início
PROPORÇÃO encurvou para o lado oposto àquele onde estava o bloco de ágar. Com
isso, Went concluiu que o ápice produz uma substância indutora de
Luz crescimento (um hormônio), que se difundiu para o ágar e, deste, para o
lateral coleóptilo, provocando seu crescimento. Essa substância foi denominada
auxina, que em grego significa “crescer”.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Resultados
Luz
FRENTE 2
121
O trabalho de Kurosawa
Outra descoberta importante ocorreu no início do século passado, quando muitos agricultores japoneses enfrentavam um problema em plantações
de arroz. Algumas das plantas apresentavam crescimento exagerado e ficavam mais frágeis, dobrando e quebrando-se com o vento: acabavam mor-
rendo. O cientista japonês Eiichi Kurosawa investigou o problema e descobriu que as plantas com crescimento anormal estavam sendo atacadas pelo
fungo Fusarium fujikuroi. Para comprovar, Kurosawa cultivou esse fungo em laboratório e depois transferiu o meio de cultura para pés de arroz normais,
observando que essas plantas realmente passaram a crescer exageradamente. Com isso, o cientista concluiu que o fungo liberava uma substância
química indutora de crescimento. Era um hormônio de crescimento, que recebeu a denominação de giberelina. Posteriormente, outros cientistas
descobriram que as plantas produzem giberelinas (ácido giberélico) naturalmente e que esse hormônio tem importante papel no desenvolvimento vegetal.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Gotas do meio, quando
aplicadas a uma planta de arroz,
induzem alongamento
De plantas de arroz com alongamento O fungo pode também ser A substância que
exagerado, foi obtido um fungo (Fusarium sp.). cultivado em um frasco sobre induz o crescimento
meio nutritivo sintético. é a giberelina.
Representação do experimento de Kurosawa com giberelina.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
CORES
FANTASIA
Alporquia. Mergulhia.
A enxertia consiste em juntar duas plantas diferentes em uma só, e pode ser utilizada para gerar mudas de espécies de difícil reprodução ou para
aproveitar características das duas espécies. Nesse processo, uma planta é denominada “cavalo”, e a outra corresponde ao “cavaleiro”.
Um caso famoso é o que se emprega o limão-bravo como cavalo e a laranja-da-baía como cavaleiro. Aproveitam-se as raízes e o caule do cavalo,
sendo enxertadas partes do cavaleiro, como ramos ou gemas. Um dos ramos do cavaleiro pode ser cortado e inserido no caule do cavalo, que foi
previamente cortado de maneira adequada para ocorrer um ajuste entre as duas plantas. O conjunto é amarrado e, com o tempo, estabelece-se o
fluxo de seiva entre os vasos condutores das duas plantas.
Gema
Casca
Cavaleiros
Cavalos
Compensação indesejada
Mais um efeito danoso do aumento da poluição acaba de ser destacado em um novo estudo. A pesquisa indica que, à medida que aumentam
os níveis de dióxido de carbono, as plantas se tornam mais vulneráveis ao ataque de insetos.
Segundo pesquisa desenvolvida por cientistas argentinos e norte-americanos, a elevação do dióxido de carbono afeta um componente
importante no sistema de defesa das plantas. [...]
Os autores ressaltam que a combinação entre deflorestamento e queima de combustíveis fósseis promoveu grande aumento nos níveis de
dióxido de carbono desde a segunda metade do século 18.
"Atualmente, o CO2 na atmosfera está em cerca de 380 partes por milhão. No início da Revolução Industrial, era de 280 partes por mi-
lhão e havia permanecido ali por pelo menos 600 mil anos, provavelmente muitos milhões de anos", disse [...] [o] chefe do Departamento de
Biologia de Plantas da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e um dos autores do estudo. [...]
[O autor] lembra que as atuais previsões são de que os níveis de CO2 chegarão a 550 partes por milhão até 2050 – ou até antes, dependendo
da aceleração da industrialização de países em desenvolvimento, como China e Índia.
O estudo usou as instalações do Soybean Free Air Concentration Enrichment, em Illinois, espécie de laboratório ao ar livre que permite expor
plantas a diferentes níveis de dióxido de carbono ou ozônio sem ter que isolá-las de outras influências ambientais, como chuva, luz solar ou insetos.
Sabe-se que níveis atmosféricos elevados de CO2 contribuem para acelerar a taxa de fotossíntese e aumentar a proporção de carboidratos
relacionados ao nitrogênio nas folhas. Ou seja, em teoria, estimulariam um maior crescimento nas plantas.
O problema é que a alteração da proporção normal entre carbono e nitrogênio faz com que os insetos comam mais folhas. No estudo, feito em
soja, as plantas na área de teste exibiram mais sinais de danos causados por diversas espécies de insetos em suas folhas do que em outras áreas.
Os pesquisadores verificaram ainda que insetos que parasitavam plantas de soja submetidas a maiores níveis de dióxido de carbono viveram
mais e, como consequência, se reproduziram mais. O mesmo não ocorreu com insetos submetidos à dieta com mais açúcar, usados pelos autores
como comparação.
O grupo responsável pelo estudo voltou a atenção para os caminhos de sinalização hormonal das plantas, especialmente para os compo-
nentes químicos específicos que elas produzem para evitar o ataque de insetos.
Quando insetos comem folhas, algumas plantas como a soja produzem ácido jasmônico, um hormônio que inicia uma cadeia de reações
químicas nas folhas que aumenta a sua capacidade de defesa. Normalmente, essa sequência de efeitos leva à produção de altos níveis de um
composto chamado de inibidor de protease, uma enzima que, ao ser ingerida por um inseto, inibe a sua capacidade de digerir folhas.
FRENTE 2
“Descobrimos que as folhas que crescem sob altos níveis de CO2 perdem a capacidade de produzir ácido jasmônico. O caminho de seu
sistema defensivo se desliga e as folhas não conseguem mais se defender adequadamente”, disse [o autor].
“Os resultados indicam que eventuais aumentos na produtividade da soja devido à elevação dos níveis de CO2 podem ser reduzidos pelo
aumento à suscetibilidade a pragas”, destacaram os autores no artigo.
[...]
COMPENSAÇÃO indesejada. Agência Fapesp, 5 mar. 008. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/compensacao-indesejada/860/.
Acesso em: 6 fev. 0.
123
Resumindo
O desenvolvimento dos vegetais é determinado por fatores como – Gemas laterais: têm sensibilidade média (estimuladas
a carga genética e as condições ambientais, bem como por por concentrações intermediárias).
hormônios, substâncias essas que controlam inúmeros proces- – Extremidade da raiz: é muito sensível (estimulada por
sos do desenvolvimento e respostas fisiológicas das plantas. pequenas concentrações).
Hormônios de crescimento – As auxinas têm grande importância prática, destacando-se
O crescimento é verificado em diversos momentos da vida de os seguintes aspectos:
uma planta: na germinação da semente, no crescimento do – Dominância apical: a concentração de auxina elevada
caule, da raiz e dos ramos e no do ovário. O crescimento é na gema apical causa inibição das gemas laterais.
determinado por mitoses e pelo aumento do volume das células – Efeito herbicida: 2,4D é um componente de um herbi-
(processo de distensão ou elongação). Alguns hormônios estão cida que, quando aplicado em alta concentração sobre
envolvidos no processo de crescimento das plantas, entre eles: uma erva invasora, provoca sua morte. É utilizado no
controle seletivo de ervas daninhas (dicotiledôneas).
y Citocinina: sua produção ocorre no meristema da ex- Em geral, as monocotiledôneas são geneticamente
tremidade da raiz e sua distribuição se dá pelo xilema. É resistentes a esse produto. Os herbicidas atuam como
responsável pelo estímulo das mitoses, o que contribui com mimetizadores de auxinas.
o desenvolvimento dos meristemas primários. Assim, há es- – Formação de raízes adventícias: estimula a formação
tímulo para o crescimento longitudinal do caule (agindo na de maior quantidade de raízes adventícias.
gema apical), dos ramos (agindo nas gemas laterais) e das – Formação de frutos sem sementes (partenocárpi-
próprias raízes. É também responsável pela conversão de cos): a auxina estimula o desenvolvimento do ovário;
gemas em flores e de ovários em frutos e pela inibição do caso não ocorra fecundação, forma-se um fruto sem
processo de envelhecimento (senescência) das folhas. sementes.
y Giberelina: produzida em gemas ativas e em sementes. – Abscisão de folhas e frutos: redução na concentração
Promove a distensão celular (estimulando o crescimen- de auxinas na folha senescente em relação à concen-
to de raízes, caules e suas ramificações), a germinação tração de auxina no caule ocasiona queda foliar, ou
de sementes e o desenvolvimento do fruto originado do abscisão. Esse processo acontece com a formação de
ovário. Durante a germinação, o embrião produz giberelina, um tecido meristemático no pecíolo, cujas células não
que estimula a camada de aleurona (camada de células da estão firmemente unidas. O mesmo processo de abs-
periferia do endosperma) a produzir amilase; essa enzima cisão ocorre com o fruto maduro.
hidrolisa o amido acumulado na semente. Dessa maneira, Hormônio de redução da atividade metabólica
há fornecimento de carboidratos e, consequentemente, y Ácido abscísico: também chamado de ABA, é produzido
energia para o embrião, necessários para a germinação. em alguns parênquimas (como no caule e no ápice da raiz).
y Auxina: é produzida por embriões de sementes e pela Tem como função promover redução de atividade meta-
gema apical ativa. Estimula a distensão celular. bólica; nos frutos, impede a germinação das sementes. A
– Na sua forma natural, é também chamada de ácido indo- lavagem das sementes retira o hormônio da sua superfície,
lacético (AIA) e é produzida após a fecundação. Com o permitindo o seu desenvolvimento. Nas folhas, a produção
desenvolvimento da semente, cessa a produção de AIA, de ABA acontece em condições de escassez de água, o
que passa a ser produzido novamente no início da ger- que reduz a atividade metabólica das células da folha e
minação. Diz-se que o transporte de auxina é polarizado, provoca o fechamento dos estômatos.
pois o AIA produzido na gema apical ativa do caule é Hormônio de maturação
transportado em direção ao ápice da raiz, com diminuição y Etileno: corresponde ao gás eteno (C2H4) e é formado no
da concentração ao longo do percurso. Assim, as gemas fruto anteriormente ao amadurecimento, atuando nesse
laterais mais próximas ao ápice do caule recebem auxina processo. O etileno estimula a degradação de clorofila (e
em maior concentração do que as gemas situadas mais síntese de outros pigmentos) e a degradação de amido (e
distantes do ápice. E a raiz recebe uma contração menor formação de glicose e frutose), até o amadurecimento com-
do que todos os outros órgãos. pleto, o que confere ao fruto colorações diferenciadas e sabor
– Na sua forma sintética, são encontrados vários tipos, cha- mais adocicado, tornando-o mais atrativo e saboroso para
mados de reguladores de crescimento. Como exemplos muitos animais que realizam a dispersão de sementes. O
podem ser citados o 2,4D (ácido 2,4 dicloro fenoxiacético), gás eteno é liberado no ar pelo fruto, podendo estimular o
e o ANA (ácido naftaleno acético). amadurecimento de outros frutos.
– As diferentes partes da planta têm níveis distintos de sen- Esse hormônio provoca também a aceleração no processo de
sibilidade à auxina: senescência de folhas, que diminui a produção de AIA; isso
– Ápice do caule: é pouco sensível (estimulado por ele- desencadeia a abscisão da folha. Há plantas cuja floração é
vadas concentrações de hormônio). estimulada pela presença de etileno.
Site
https://cienciahoje.org.br/coluna/cancer-em-plantas/
(Acesso em: 26 fev. 2022)
Colunista mostra como surgem os tecidos tumorais em vegetais, também chamados de galhas.
1. UFRJ As flores não polinizadas que são pulverizadas com os hormônios auxinas e giberelinas podem produzir frutos
sem sementes (partenocárpicos), como, por exemplo, as uvas sem sementes.
a) Identifique a estrutura da flor sobre a qual esses hormônios atuam.
b) Explique por que a pulverização com auxinas e giberelinas pode levar à formação de frutos sem sementes.
2. UFJF-MG 2016 Hormônios vegetais atuam em concentrações muito reduzidas sobre grupos de células específicas.
Sobre os hormônios vegetais são feitas as seguintes afirmativas:
I. Auxina é importante na dominância apical e no desenvolvimento de frutos.
II. Giberelinas estimulam o alongamento do caule.
III. Citocininas estimulam divisões celulares e o desenvolvimento de gemas.
IV. Ácido abscísico promove a dormência de gemas e o fechamento de estômatos.
V. Etileno estimula o amadurecimento de frutos.
São CORRETAS:
a) I, II e V. b) I, IV e V. c) I, III e IV. d) II, III, IV e V. e) I, II, III, IV e V.
3. Unesp 2017 Uma gimnosperma conhecida como cedrinho (Cupressus lusitanica) é uma opção de cerca-viva para
quem deseja delimitar o espaço de uma propriedade. Para isso, mudas dessa espécie são plantadas a intervalos re-
gulares. Podas periódicas garantem que o espaço entre as mudas seja preenchido, resultando em uma cerca como
a ilustrada na imagem.
(www.mariplantas.com.br)
Para se obter uma cerca-viva de altura controlada, que crie uma barreira física e visual, deve-se
a) estimular a produção de auxinas pelas gemas laterais das plantas, podando periodicamente a gema apical.
b) estimular a produção de auxinas pela gema apical das plantas, podando periodicamente as gemas laterais.
c) inibir a produção de auxinas pela gema apical e pelas gemas laterais das plantas, podando periodicamente as
gemas laterais e a gema apical.
d) inibir a produção de auxinas pela gema apical das plantas, podando periodicamente as gemas laterais.
e) inibir a produção de auxinas pelas gemas laterais das plantas, podando periodicamente a gema apical.
4. Fatec-SP 2017
Hormônio do crescimento de plantas é alvo de pesquisa chinesa
Um grupo de pesquisadores tem como principal objetivo desvendar o funcionamento dos hormônios nas plantas.
“Um desses fitormônios é o etileno, molécula de gás que regula uma ampla gama de processos, incluindo o amadure-
cimento de frutos, o envelhecimento de folhas e de flores, a tolerância ao estresse e a defesa contra patógenos”, explicou o
pesquisador Hongwei Guo, professor da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Pequim.
“Temos estudado fatores que medeiam a regulação de respostas de plantas ao etileno, como a interação com outros
fitormônios. Essas interações indicam a existência de complexas redes de sinalização na ação do etileno nas plantas”. Entre
esses outros hormônios, o pesquisador mencionou a citocinina, a auxina e a giberelina.
“Identificamos que os fatores de transcrição conhecidos como EIN3 e EIL1 representam uma integração fundamental nas
ações entre o etileno e outros fitormônios”, disse Guo.
FRENTE 2
Na caatinga brasileira, plantas como os mulungus (Erythrina spp.) são classicadas como caducifólias porque apre-
sentam a perda sazonal das folhas.
O hormônio e a adaptação diretamente relacionados a esse mecanismo siológico são, respectivamente,
a) ácido abcísico e aumento da transpiração. d) etileno e diminuição da transpiração.
b) auxina e diminuição da fotossíntese. e) giberelina e aumento da fotossíntese.
c) citocinina e aumento da transpiração.
125
5. UEG-GO Os hormônios vegetais controlam o cresci- c) auxina, que promove a multiplicação das células
mento e o desenvolvimento das plantas ao interferir dispostas na face iluminada do caule.
na divisão, no alongamento e na diferenciação das d) giberilina, que promove o alongamento das célu-
células. A remoção da gema apical de uma planta pro- las dispostas na face iluminada do caule.
move o desenvolvimento das gemas laterais. e) giberilina, que inibe a multiplicação das células
Sobre esse assunto, faça o que se pede. dispostas na face não iluminada do caule.
a) Qual o fenômeno responsável pela inibição do
desenvolvimento das gemas laterais causada 9. Unifesp 2017 Os estômatos constituem uma das prin-
pela presença da gema apical? cipais rotas de entrada de patógenos em plantas. O
b) Qual o hormônio vegetal envolvido nessa inibição? hormônio vegetal ácido abscísico (ABA) regula muitos
processos envolvidos no desenvolvimento da planta e na
6. UEL-PR 2016 Hormônios são substâncias produzidas sua adaptação a estresses bióticos e abióticos. Recente-
por um determinado grupo de células ou tecidos e mente, vários estudos têm demonstrado que o ABA tem
estimularão, inibirão ou modificarão a resposta fisio- importante função na resposta do vegetal ao ataque de
lógica e o desenvolvimento de outras regiões do vários agentes patogênicos que entram pelos estômatos,
próprio organismo. Nas plantas, eles também são tais como bactérias, fungos e vírus. Na fase pré-invasiva,
ocorre aumento na concentração do ABA nas folhas que
chamados de fitormônios e participam de diferentes
resulta em resistência contra o ataque depatógenos.
fases do desenvolvimento vegetal. Sobre os fitormô-
(Chae Woo Lim et al. International Journal of Molecular Sciences.
nios, responda aos itens a seguir. Julho de 2015. Adaptado.)
a) Muitas espécies de plantas ornamentais e frutíferas
são podadas entre as estações reprodutivas. Que a) Em que tecido foliar os estômatos são encon-
tipo de resposta fitormonal essa poda costuma de- trados? Cite um fator abiótico que interfere nos
sencadear e qual a sua consequência? movimentos estomáticos.
b) Quais são os efeitos do fitormônio etileno? b) Quando os estômatos são invadidos por patóge-
nos, qual o efeito do ABA sobre a concentração
7. Uerj Fitormônios são substâncias que desempenham de íons potássio (K+) e sobre o volume de água no
importantes funções na regulação do metabolis- interior das células estomáticas?
mo vegetal. Os frutos sem sementes, denominados
partenocárpicos, por exemplo, são produzidos ar- 10. UFMG Analise os esquemas I e II, em que estão repre-
tificialmente por meio da aplicação dos fitormônios sentadas diferentes situações de crescimento de uma
denominados auxinas. mesma espécie vegetal.
a) Descreva a atuação das auxinas na produção arti-
ficial de frutos sem sementes.
b) Cite um fitormônio que influencie o mecanismo
iônico de abertura e fechamento dos estômatos
foliares e explique sua atuação nesse mecanismo.
BNCC em foco
EM13CNT202 e EM13CNT301
1.
a)
b)
EM13CNT202 e EM13CNT301
2.
a)
b)
EM13CNT202 e EM13CNT301
3.
TM DV VM
a)
b)
BIOLOGIA Capítulo 19
FRENTE 2
Tactismo Tigmotropismo
Tactismo corresponde ao deslocamento do orga- É determinado por estímulos mecânicos, como o
nismo (ou de alguma estrutura), de maneira irreversível, que ocorre em uma trepadeira, estimulada pelo contato
causado ou orientado por estímulos externos. É o caso do com um suporte no qual enrola seu caule. Algumas plan-
anterozoide, que nada orientado por substâncias químicas tas têm também gavinhas, como o maracujazeiro, a videira
desprendidas pela oosfera; é o que se denomina quimio- e o chuchuzeiro; essas estruturas provenientes de folhas
tactismo. Já quando uma alga unicelular nada em direção modificadas enrolam-se em um suporte, o que permite a
à luz, ocorre o chamado fototactismo. sustentação da planta nele.
Anterozoide
ELEMENTOS
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Arquegônio
Oosfera
Luz
B
Núcleo
Tigmotropismo: trepadeiras (A) e gavinhas (B) se enroscando em suportes.
Geotropismo
Esse movimento também é conhecido como gravitro-
Flagelo
pismo e se relaciona com o estímulo da gravidade sobre
Representação de quimiotactismo (A), com anterozoide deslocando-se em
as plantas. Uma planta jovem, colocada horizontalmente
direção à oosfera, e de fototactismo (B), com alga deslocando-se em direção
à luz. em um ambiente escuro, apresentará curvatura da raiz para
baixo e do caule para cima. A raiz tem geotropismo positi-
Tropismo vo, isto é, cresce no mesmo sentido da gravidade; o caule
Tropismo é um movimento irreversível que depende apresenta geotropismo negativo, tendo crescimento em
da origem do estímulo e que envolve o crescimento de sentido contrário ao da gravidade.
uma estrutura, sem o deslocamento do vegetal. Há quatro O geotropismo é determinado pela distribuição de
tipos principais de tropismos, classificados em função do auxina, transportada do ápice do caule em direção ao ápice
estímulo que desencadeia sua ocorrência. da raiz. No entanto, quando a planta é mantida em posição
horizontal, ocorre acúmulo de auxina em sua face inferior.
Quimiotropismo No caule, a elevada concentração de auxina estimula o
É desencadeado por estímulo químico, como o que crescimento, fazendo com que o caule apresente curvatura
ocorre quando raízes crescem em busca de água ou de para cima. Na raiz, a concentração alta de auxina provoca
nutrientes minerais no solo. Também ocorre quando o tubo inibição do crescimento; assim, é a face oposta (superior)
polínico alonga-se em direção ao óvulo, estimulado por que apresenta maior crescimento, fazendo com que a raiz
substâncias químicas, sem sofrer retração posteriormente. curve-se para baixo.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
CORES
FANTASIA
Representação do geotropismo ou gravitropismo. Uma planta na posição horizontal tem auxina acumulada em sua face inferior; o caule volta-se para cima
(geotropismo negativo) e a raiz volta-se para baixo (geotropismo positivo).
Crescimento Ostíolo
Lado não iluminado
inibido Epiderme
(acúmulo de auxina)
Representação do fototropismo. Em uma planta iluminada em uma das faces, Estômato fechado
a luz promove deslocamento de auxina para o lado não iluminado. O caule
inclina-se na direção da luz (fototropismo positivo), e a raiz afasta-se da luz Representação do fotonastismo em estômatos: a luz favorece a abertura do
(fototropismo negativo). estômato, e a falta de luz promove seu fechamento.
131
Outro caso de nastismo ocorre com a planta conhecida O tigmonastismo também ocorre na planta carnívo-
como onze-horas (Portulaca grandiflora), que abre suas ra Dionaea sp., cujas folhas têm capacidade de abertura
flores nas horas mais iluminadas do dia e as fecha quando e de fechamento, possibilitando a captura de pequenos
a luz se torna mais fraca. animais. Esse movimento é estimulado pelo contato do
Muitas leguminosas também apresentam nastismo. As animal com pequenos pelos sensitivos presentes no in-
folhas de um pé de feijão, por exemplo, ficam levantadas terior dessas folhas.
durante o dia e abaixadas durante a noite. Na base de
Moniphoto | Dreamstime.com
seus pecíolos estão localizados os pulvinos, estruturas que
contêm células com teor variável de água. Quando a parte
inferior do pulvino ganha água (fica túrgida), as folhas se
elevam; quando perde água, desencadeia o abaixamento
da folha. O ganho de água é determinado pela entrada de
íons K+ por transporte ativo, elevando a pressão osmótica
das células do pulvino. Os ciclos de repetição, envolvendo
dia e noite, são responsáveis por esse tipo de movimento,
conhecido como nictinastismo.
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
CORES
FANTASIA
Dias longos
Noites curtas
Dias curtos
Tigmonastismo em dormideira. Um estímulo aplicado em uma parte da Noites longas
planta (como no ápice da folha) provoca efeito em um ponto distante (como
na base da folha). Variação do fotoperíodo nas estações.
toperíodos específicos. Há plantas que são estimuladas Plantas de dia curto (fotoperíodo crítico = 14 horas)
a florescer na primavera ou no verão, quando os dias
são mais longos; são denominadas plantas de dia longo
(PDL), como o espinafre e o cravo. Outras plantas têm
floração estimulada no outono ou no inverno, estações
que apresentam dias mais curtos; são plantas de dia
curto (PDC), como o morango e o café. Outras plantas
produzem flores em qualquer época do ano, de maneira 10 horas 12 horas 14 horas 16 horas 18 horas 20 horas
independente do fotoperíodo, são as plantas indiferen- Plantas que receberam luz Plantas que receberam luz acima
tes, como o tomateiro, o milho e o arroz. abaixo do valor crítico do valor crítico permanecem
florescem no estado vegetativo
Outono e inverno
Primavera e verão
Qualquer estação
O estímulo para a floração em PDC e PDL consiste Plantas que receberam luz Plantas que receberam luz
abaixo do valor crítico acima do valor crítico
no encurtamento ou no prolongamento dos dias, res- não florescem florescem
pectivamente. As folhas são sensíveis ao fotoperíodo,
Experimentos de determinação do tipo de planta quanto ao fotoperíodo.
e sua sensibilidade é determinada pelos fitocromos,
pigmentos azulados, de natureza proteica e presentes
em pequenas quantidades nas plantas. Esse pigmento O resultado será que um grupo floresce, e o outro, não.
é estimulado pela luz vermelha, comprimento de onda O fotoperíodo crítico corresponde ao valor mínimo (em
horas de iluminação) a partir do qual as plantas florescem.
altamente absorvido pelo pigmento azulado. O fitocro-
Há duas situações: com PDC, nas quais ocorre floração
mo pode provocar alterações metabólicas que induzem
no fotoperíodo crítico ou abaixo dele (em fotoperíodos
a formação de flores; ele também pode desencadear a
menores); e com PDL, nas quais a floração ocorre no foto-
germinação de sementes. Algumas plantas, como as pai-
período crítico e em fotoperíodos de maior duração.
neiras, florescem quando estão sem folhas; nesses casos,
a indução à floração ocorreu antes da abscisão foliar e
PDC
as folhas caíram posteriormente.
Um experimento clássico mostra a natureza química Com floração Sem floração
do processo de floração. Utilizam-se alguns vasos, cada
Fotoperíodos
qual contendo uma planta. São feitos cortes superficiais
1 2 3 11 12 13 14 15 21 22 23 24 (horas diárias
em alguns ramos de cada planta e os ramos de plantas de iluminação)
diferentes são ligados. Todas as plantas são encobertas e Fotoperíodo
apenas uma delas é exposta a um fotoperíodo indutor de crítico
floração. O resultado é que todas as plantas florescem; isso
significa que substâncias químicas indutoras de floração
passaram da primeira planta para as demais. PDL
133
O fotoperíodo crítico só pode ser obtido experimen- não deixam de ser estimuladas caso haja interrupção do
talmente, e o seu valor isolado não permite identificar o período em que elas ficam no escuro, com algum tempo
tipo de planta (PDC ou PDL). de iluminação. Já a interrupção de períodos claros, com
momentos de exposição ao escuro, não ocasiona quebra
A escuridão como indutor de floração do estímulo de floração em nenhum dos tipos de planta
Os cientistas descobriram posteriormente que o estí- (PDC e PDL).
mulo para a floração é o tempo que a planta fica exposta CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
à escuridão, e não à claridade. Assim, foram renomeadas Planta de noite PROPORÇÃO
Não floresce
PDL ↔ Planta de noite curta
Equivalência entre plantas de noite longa (PDC) e plantas de noite curta (PDL).
Floresce
No que diz respeito à continuidade dos períodos de
iluminação, nas plantas de noite longa (PDC), a floração
deixa de ser estimulada se o tempo em que elas ficam no
Escuro como indutor de floração. A interrupção do período de escuridão
escuro for interrompido com iluminação, mesmo que por impede a floração em plantas de noite longa (PDC). Isso não ocorre com
alguns minutos. Por outro lado, plantas de noite curta (PDL) plantas de noite curta (PDL).
Revisando
1. Que tipos principais de movimento uma planta pode 4. Cite os tipos existentes de tropismo.
apresentar? Como eles funcionam?
135
Exercícios propostos
1. UFSC 2016 O experimento representado abaixo foi Sobre os resultados dessas interações, assinale o que
realizado para observar a germinação e o comporta- for correto.
mento geotrópico em raízes e caules. Quatro grãos O fototropismo é uma reação de crescimento das
de milho com as pontas voltadas para o centro foram plantas em direção à luz, relacionada com a pro-
colocados em uma caixa de acrílico sobre algodão dução e a distribuição das auxinas.
umedecido em quantidade suficiente para garantir a Geotropismo é uma resposta da planta à ação da
fixação das sementes. A caixa foi recoberta com papel gravidade, regulada pelas auxinas, pelas gibereli-
alumínio, para evitar a interferência da luz, e mantida nas e pelo ácido abscísico.
na posição vertical por quatro dias. Em seguida, a cai- Na maioria das plantas, os estômatos normalmen-
xa passou por um giro de 90°, conforme a ilustração te estão abertos durante o dia e fechados durante
abaixo, e foi mantida na posição horizontal por mais a noite. Entretanto, não ocorre influência da ener-
quatro dias. O desenvolvimento, a direção e o sentido gia luminosa em processos celulares envolvidos
das raízes e dos caules foram acompanhados durante
nos mecanismos de abertura e de fechamento do
a realização do experimento.
poro estomático.
Transpiração, fotossíntese e respiração são pro-
cessos fisiológicos controlados por hormônios,
cuja produção sofre influência da luz.
O efeito da temperatura sobre a atividade de
enzimas específicas afeta reações relacionadas
com a fotossíntese, a respiração e a absorção
de minerais.
O ácido abscísico produzido em células parenqui-
máticas das folhas supera o estímulo de abertura
dos estômatos provocado pela luz, garantindo o
fechamento estomático quando as plantas se en-
contram na iminência de desidratação.
Soma:
Tempo (horas)
uniforme na região apical do caule. Curto período de luz
b) A concentração do AIA é maior no lado I. Escuro
c) A região II foi a que mais cresceu.
Luz
d) Na raiz, a distribuição na concentração de AIA é a
0
mesma observada no caule.
e) O AIA é sintetizado por todo o vegetal e não apre-
senta dominância apical.
6
8
10
12
14 Planta de dia curto Planta de dia longo
Planta de Planta de
Pode-se dizer que as plantas de dia curto oresceram:
a) no regime A e as de dia longo no regime C, apenas.
FRENTE 2
C, apenas.
c) nos regimes B e C e as de dia longo no regime
A, apenas.
d) nos regimes B e C e as de dia longo no regime
B, apenas.
e) no regime C e as de dia longo no regime C, apenas.
137
Texto complementar
A atuação do fitocromo
Veggiegretz/Morguefile
Boyhidingintree/Morguefile
A B
Há duas formas de fitocromo: ativo e inativo. Quando o fitocromo
inativo é exposto à luz vermelha (presente durante o dia) converte-se em
fitocromo ativo, predominando durante o dia.
O fitocromo ativo pode ser novamente convertido em fitocromo
inativo, com exposição prolongada à escuridão ou a uma faixa de luz
vermelha com maior comprimento de onda (o chamado vermelho lon-
go). Assim, durante a noite, acaba predominando o fitocromo inativo. O
fitocromo ativo é denominado fitocromo F (de far red, termo da língua
inglesa empregado para designar vermelho com comprimento de onda
mais longo) e o fitocromo inativo é também conhecido como fitocromo R
(do inglês red, que significa vermelho).
Quantidade de
fitocromo ativo
Estação Tipo de planta Floração Clímax dinâmico
(atuante
Clímax
durante o dia)
Secundárias
Representação das etapas da sucessão ecológica.
iluminada (onde a auxina acumula). em flores) é estimulada por fotoperíodos específicos, sendo
y Fototropismo negativo: observado na raiz, que cres- observados tipos de plantas diferentes em cada caso:
ce na direção oposta à luz, sendo que a curvatura y Plantas de dia longo (PDL): são estimuladas a florescer na
formada é determinada pelo maior crescimento da primavera ou no verão, quando os dias são mais longos.
parte iluminada. Exemplos: espinafre e cravo.
139
y Plantas de dia curto (PDC): são estimuladas a florescer Podem provocar alterações metabólicas que favorecem a for-
no outono ou no inverno, estações com dias mais curtos. mação de flores de acordo com o tipo de planta.
Exemplos: morango e café.
Quantidade de
y Plantas indiferentes: produzem flores em qualquer época fitocromo ativo Tipo de
do ano, independentemente do fotoperíodo. Exemplos: to- Estação Floração
(atuante durante planta
mateiro, milho e arroz. o dia)
Determinação do tipo de planta em relação à floração
Para determinar o tipo de planta em relação à floração (PDC
ou PDL), é realizado o seguinte experimento:
y plantas de uma mesma espécie são expostas a fotope-
ríodos diferentes (cada uma ficará exposta à luminosidade
por um número de horas distinto, de 1 a ). Fotoperíodos
mais prolongados podem ser obtidos com iluminação arti- Atuação da escuridão como indutora de floração
ficial em condições experimentais. O estímulo para a floração é o tempo que a planta fica exposta
y Um grupo vai florescer, e o outro, não. à escuridão. Assim, as plantas podem ser:
y O valor do fotoperíodo crítico corresponde ao valor inicial
(em horas de iluminação) a partir do qual as plantas flo-
rescem. Seu valor só pode ser obtido experimentalmente;
isoladamente, não permite identificar o tipo de planta.
y A floração nas plantas do experimento acontecerá em situa-
ções distintas, permitindo a determinação do tipo de planta:
– floração ocorre no fotoperíodo crítico ou em fotoperíodos
menores = PDC;
– floração ocorre no fotoperíodo crítico e em fotoperíodos
de maior duração = PDL. A interrupção de períodos claros com momentos de ex-
posição ao escuro não ocasiona a quebra do estímulo de
Atuação de fitocromos na floração
floração nas plantas, mas a continuidade dos períodos
y Fitocromos: de escuro influencia a indução ao florescimento, dependendo
São pigmentos azulados (de natureza proteica) presentes em do tipo de planta:
pequenas quantidades nas plantas.
São estimulados pela luz vermelha, presente durante o dia. y Plantas de noite longa (PDC): floração depende de longos
períodos de escuro que não sejam interrompidos com cla-
Condição do fitocromo Período do dia ridade, mesmo que por alguns minutos.
y Plantas de noite curta (PDL): floração acontece mesmo
que o período de escuro seja interrompido com iluminação.
Exercícios complementares
1. UPF-RS 2016 (Adapt.) As plantas são capazes de reagir a estímulos ambientais, produzindo movimentos. Entre os
tipos de movimento, destacam-se os tropismos e os nastismos ou nastias. Considere as afirmativas abaixo sobre es-
ses tipos de movimento vegetal, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas.
Tropismos resultam do crescimento de uma planta, ou parte dela, em resposta a um estímulo externo e dependem
da posição do estímulo.
Nastismos ocorrem em resposta a um estímulo externo, mas o movimento independe da posição do fator estimulante.
As gavinhas das plantas que se enrolam em diversos tipos de suporte apresentam um tipo de tropismo denomi-
nado gravitropismo.
Como exemplo de nastismo, pode-se citar as folhas de Mimosa pudica (sensitiva ou dorme-dorme), que se fecham
quando são tocadas.
O crescimento diferencial de uma planta observado durante o fototropismo positivo resulta da ação do tormônio
giberelina sobre o alongamento celular.
Raiz
Luz
141
7. UFPR 2017 Foi realizado um experimento para veri-
ficar a influência do fotoperíodo na floração de uma
espécie de planta. O grupo 1 foi submetido a um fo-
toperíodo em que o tempo de escuro era menor que Escuro Escuro
o período crítico para floração; o grupo , a um tempo
Escuro
de escuro maior que o crítico para floração; o grupo
3 foi submetido ao mesmo período de escuro que
o grupo , mas com uma breve exposição à luz no
meio do período escuro. Na figura estão representa-
dos os grupos e o resultado obtido nos grupos 1 e .
Com base nessas informações, responda:
a) Na situação , a planta floresce ou não?
b) Justifique sua resposta, considerando a ação dos
dois principais fitocromos reguladores do fotope-
ríodo nas plantas.
BNCC em foco
EM13CNT202, EM13CNT301 e EM13CNT303
1. a)
O girassol tem esse nome por acompanhar o movi-
mento do sol, mas o motivo por trás disso sempre intrigou b)
os cientistas. Um estudo publicado na revista Science por
uma equipe da Davis University of California revela alguns
dos segredos do movimento do girassol. E tem tudo a ver
com ritmo circadiano. Os girassóis começam o dia virados
de frente para o sol, no leste. Conforme as horas vão pas-
sando, a flor o acompanha até oeste. De noite elas giram EM13CNT202, EM13CNT301 e EM13CNT303
de volta para o leste, recomeçando o ciclo. O movimento 3.
tem um propósito bem específico [...]
EM13CNT202 e EM13CNT301
2.
a)
b)
BIOLOGIA
FRENTE 2 Luciano Queiroz/Shutterstock.com
21
As condições físicas e químicas nas diferentes regiões do planeta interferem
na biodiversidade de cada ambiente. Por isso, é possível constatar a ocorrência
de comunidades com populações de espécies vegetais ou animais restritas ou
comuns a determinadas regiões geográficas. Os ecossistemas inseridos em
padrões climáticos típicos e que exibem flora e fauna semelhantes são classificados
como biomas. Além da caracterização dos biomas, vale lembrar que, entre
diferentes ecossistemas, podem ser identificadas zonas de transição, que abrigam
comunidades semelhantes existentes nos ecossistemas adjacentes ou mesmo
espécies endêmicas. Essas regiões são classificadas como ecótonos.
Introdução seja, para as condições daquele ambiente naquele determi-
nado período evolutivo, a comunidade apresenta a máxima
Conceito de bioma biodiversidade e também a maior biomassa possíveis. No
estágio de clímax, a produtividade líquida tende a zero,
Classificar e separar coisas por tipos são atividades
isto é, toda a matéria orgânica gerada na fotossíntese é
intrínsecas do ser humano. Nesta frente, pudemos ver que
utilizada pelos membros da comunidade e isso contribui
os seres vivos, sempre que possível, foram classificados
para sua estabilidade.
em reinos, filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espé-
cies, de acordo com as características de sua morfologia,
Classificação de biomas e fatores abióticos
anatomia e genética. Isso ocorre com animais, plantas,
microrganismos e até vírus. De um ponto de vista mais Os biomas apresentam fatores abióticos que interagem
amplo, as espécies em conjunto são classificadas como com a comunidade do local e que atuam como agentes de
populações; e as populações de espécies distintas, como seleção natural, podendo permitir ou não a sobrevivência
comunidades. As comunidades, juntamente com os fatores e a reprodução de organismos de acordo com as condi-
abióticos do meio, constituem os ecossistemas. Assim, é ções físicas e químicas do meio. Entre os fatores abióticos
possível observar que determinadas comunidades podem destacam-se água, temperatura, luz (insolação), gás car-
bônico, gás oxigênio e nutrientes minerais. No solo, a
ocorrer em ambientes físicos particulares ou em regiões
decomposição de matéria orgânica é fundamental para a
geográficas típicas. Esses ambientes particulares corres-
disponibilização de sais minerais e compostos nitrogenados
pondem a biomas, os quais apresentam uma fitofisionomia
que podem ser empregados pelas plantas.
característica, ou seja, a composição da flora é restrita àque-
Os solos são formados sobre uma rocha matriz e cons-
le tipo de ambiente, intimamente relacionada aos padrões
tituídos por camadas horizontais (ou horizontes). Cada tipo
climáticos observados em determinadas regiões.
de solo tem um padrão de disposição dessas camadas,
A classificação dos grandes biomas terrestres partiu do
correspondendo ao chamado perfil do solo.
pressuposto de que os biomas seriam um conjunto de ecos-
sistemas similares, que se localizam em regiões geográficas CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
distintas, mas que apresentam padrões climáticos, fauna PROPORÇÃO
CORES ELEMENTOS
Pico coberto FANTASIA FORA DE
de neve PROPORÇÃO
Taiga Tundra
Altitude
Floresta
temperada
FRENTE 2
decídua
Floresta tropical
Gelo
polar
Equador Latitude Polo
Variação da cobertura vegetal de acordo com a latitude e a altitude. Há correspondência dos tipos de cobertura vegetal ao comparar o aumento de altitude e o
aumento de latitude.
145
Biomas do mundo
No geral, algumas formas principais de vegetação são consideradas: desertos, savanas, pradarias, matas e florestas.
Considerando esses tipos de vegetação, podem ser observados diferentes biomas, que são classificados de acordo com
a combinação dos inúmeros fatores bióticos e abióticos.
As classificações dos biomas são bastante diversificadas. Os principais tipos de biomas do planeta são: tundra, taiga (floresta
de coníferas, ou floresta boreal), pradarias, floresta pluvial (latifoliada), floresta caducifólia (ou decídua); savanas e desertos.
Biomas do mundo
0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Trópico de Câncer
OCEANO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
PACÍFICO
Equador
0º
OCEANO
ÍNDICO
Meridiano de Greenwich
Trópico de Capricórnio
0 3 800 km
Tundra
A tundra tem como condições ambientais características
Calamityjohn | Dreamstime.com
as temperaturas bastante baixas, que se mantêm abaixo dos
níveis de congelamento durante quase todo o ano. Nas re-
giões em que esse bioma está presente, o verão é curto e
o inverno é longo. Durante o inverno, as noites são bastante
longas, com poucas horas de luminosidade diária.
Chuvas são menos frequentes na tundra do que em
desertos, mas o solo, extremamente pobre em nutrientes,
é altamente saturado de água, em função dos baixos níveis
de evaporação. Há a presença de permafrost, camada de
gelo impermeável no solo, que tem profundidade de quase
1 metro abaixo da superfície. Com raro degelo, formam-se
lagoas rasas, que servem como fonte de água.
Em condições ambientais estressantes, há predomínio
de vegetação herbácea, constituída por plantas tenras e de
porte muito reduzido, como é o caso de gramíneas, musgos
e liquens. Também pode haver vegetação arbustiva, formada
por plantas de pequeno porte, mas não há árvores.
Esse bioma está presente nas regiões Antártica, Ártica
e Alpina, situando-se entre as florestas boreais (taiga) e as Tundra: a vegetação de pequeno porte é uma das características do bioma.
calotas polares, onde somente se encontra gelo.
A fauna presente nesse ambiente aparentemente inóspito é predominantemente de animais nômades, que se alimentam
da vegetação no curto período do verão, quando a produtividade é um pouco maior; mamíferos, como lemingues, renas,
lebres-do-ártico, raposas-do-ártico, lobos, e aves, como a coruja-das-neves, entre outros animais, conseguem habitar e
sobreviver nesses ambientes realizando complexas interações com a vegetação.
© mbr555 | Dreamstime.com
que apenas espécies vegetais capazes de sobreviver a
essas condições permaneçam e culminem em uma pro-
dutividade bruta baixa.
A vegetação é formada por poucas espécies, pre-
dominantemente por gimnospermas coníferas, bastante
robustas e resistentes, e poucas angiospermas. As coní-
feras possuem folhas acículas, adaptadas à neve por não
armazenarem gelo em sua superfície. As folhas não caem
no inverno, mas, por causa das baixas temperaturas, é co-
mum a ocorrência de seca fisiológica.
Kristaga/Coleção Particular
Florestas
Florestas são compostas de vegetação arbórea com
cobertura contínua. Outros tipos de plantas podem estar
associados, como arbustos, trepadeiras, epífitas etc. Em
Taiga: predomínio de gimnospermas. termos de biodiversidade, florestas de clima mais temperado,
como a taiga, são mais pobres, e florestas pluviais são mais
Esse tipo de bioma é encontrado amplamente na Amé- ricas; a floresta caducifólia (o típico bosque europeu) tem
rica do Norte, na Europa, na Ásia em regiões de latitudes biodiversidade intermediária.
menores que as da Tundra, e também pode ser observado
em latitudes menores, quando em altitudes elevadas, onde Floresta caducifólia (decídua)
o clima também é frio. As florestas decíduas são biomas de latitudes com
clima temperado, o qual apresenta as quatro estações
Pradaria bem definidas e umidade suficiente para a manutenção
FRENTE 2
147
diversificadas; muitas plantas têm folhas largas (latifolia-
© toriru | Dreamstime.com
149
Biomas do Brasil O solo dessa floresta é extremamente pobre em
nutrientes, já carreados pela intensa pluviosidade que
O Brasil abrange grande parte da América do Sul,
a região apresenta. A manutenção da mata se deve ao
apresentando grande variação de latitude; sua geo-
acúmulo de espessa camada de matéria orgânica gerada
grafia dispõe de cadeias de montanhas e planícies em
pela própria floresta.
locais estratégicos; é um país de extensão continental, Na Floresta Amazônica são encontrados vários estra-
com grandes variações climáticas e geomorfológicas. tos, como o arbóreo, o arbustivo, o subarbustivo, as lianas
Da região mais ao norte, no estado de Roraima, até o e as epífitas. As árvores atingem dezenas de metros de
estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul, as varia- altura, e a densidade das copas do estrato superior mantém
ções de temperatura e pluviosidade são muito elevadas. microclimas únicos mais abaixo, protegendo o interior da
Tal heterogeneidade climática possibilita a presença de floresta do sol quente, típico da região equatorial.
tipos vegetacionais distintos e, entre eles, algumas zonas de
LecomteB/Coleção particular
transição. Em Biologia, consideramos que o Brasil apresenta
seis principais biomas terrestres: Floresta Amazônica, Mata
Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Pampas. Os Man-
guezais e as Matas dos Cocais podem ser considerados
áreas de transição – ecótonos – entre os biomas adjacentes
e, atualmente, a Mata de Araucárias é considerada um sub-
tipo vegetacional existente no bioma Mata Atlântica.
Biomas do Brasil
50º O
Equador
0º
Abrivio/Coleção particular
ocupação humana, sendo que sua distribuição original in-
cluía áreas do Rio Grande do Sul até o sul de Minas Gerais,
e hoje elas restringem-se praticamente a poucas manchas
no Sul e no Sudeste do país.
Cerrado
O Cerrado corresponde a uma modalidade de savana,
chamada de savana brasileira. O clima é típico intertropical,
com verão chuvoso e inverno bastante seco, o que favore-
ce a ocorrência de incêndios frequentes.
Os incêndios acabam expondo a superfície do solo,
e a estação chuvosa, que vem logo em seguida, atua no
processo de lixiviação. A água da chuva infiltra-se no solo,
que é predominantemente arenoso, abastecendo o lençol
freático e carregando partículas.
O solo é pobre, com pequenas taxas de matéria orgâ-
nica dificilmente decomposta nos períodos extremamente
Mata Atlântica: vegetação disposta em estratos, entre os quais há lianas secos. Além disso, é ácido, em decorrência de grande
eepífitas. quantidade de ferro e alumínio. A correção da acidez do
solo do Cerrado para o aproveitamento agrícola é feita com
Em decorrência de queimadas e da ocupação hu-
o emprego de calcário (processo denominado calagem) e
mana, restaram cerca de 7% da cobertura original desse
adubos orgânicos ou fertilizantes químicos.
ecossistema no país. Com sua destruição, muitas espécies,
O Cerrado pode apresentar diversos tipos de estrutura
endêmicas ou não, foram extintas.
de vegetação, desde afloramentos rochosos, predomínio
de gramíneas, vegetação arbustiva esparsa, pequenas e
Mata de Araucárias
grandes árvores e até mesmo matas de galeria (matas ci-
Com clima mais frio, típico do Sul do país, as matas de liares, próximas a corpos d’água). A grande diferença das
araucárias são consideradas um subtipo vegetacional árvores do Cerrado em relação às de outras florestas é que
do bioma Mata Atlântica. Trata-se de florestas com menor muitas delas têm cascas grossas, ramos bastante retorcidos,
biodiversidade do que as típicas florestas pluviais. Recebem parte subterrânea desenvolvida (uma adaptação ao lençol
chuvas durante todo o ano, mas a temperatura é bastante bastante profundo), folhas com revestimento espesso (são
variável, com estações bem marcadas anualmente. coriáceas) e gemas recobertas por pelos.
Esse tipo de mata apresenta como composição vegeta-
cional várias espécies, mas sua espécie mais emblemática
Pedro Moraes/iStockphoto.com
é o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).
Claudio Kayatt/Shutterstock.com
151
A savana brasileira apresenta grande diversidade de Os solos da Caatinga são pouco lixiviados, pedregosos
espécies, muitas delas endêmicas e adaptadas às con- e relativamente ricos em nutrientes, mas, em função da
dições climáticas particulares desse bioma. No Cerrado, escassez de água, são pouco aproveitados.
são observadas espécies ameaçadas de extinção, como O bioma pode ser dividido em duas macrorregiões com
o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e o lobo-guará. clima e vegetação relativamente diferentes: o agreste e o
Impactos causados pela expansão urbana e princi- sertão. O agreste está localizado mais próximo ao litoral
palmente pelo desmatamento para agricultura, pecuária e e com maior umidade; assemelha-se a uma floresta, mas
mineração (para a extração de ferro) nas regiões de Cerra- com menor exuberância do que a da Mata Atlântica, por
do são causas de destruição dos hábitats dessas espécies exemplo. O sertão é mais interno no continente e tem como
e de desequilíbrio desse ecossistema tão biodiverso. característica o clima extremamente seco e a vegetação
esparsa e xeromórfica. Próximo às serras, onde há maior
Pampa umidade em decorrência do acúmulo de nuvens de chuva,
Os Pampas gaúchos estão contidos na região Sul há ainda regiões alagadiças, chamadas de brejos ou brejos
do país, principalmente no Rio Grande do Sul, e podem de altitude; são ilhas de umidade que, em função do solo
ser considerados um exemplo de pradaria. O clima é fértil, apresentam maior produtividade.
temperado, as chuvas são distribuídas regularmente ao A vegetação da Caatinga, portanto, apresenta estratos
longo do ano e as baixas temperaturas reduzem os níveis arbóreo, arbustivo e herbáceo. Há xeromorfismo, ou seja,
de evaporação. as plantas apresentam adaptações ao clima seco, com
As condições climáticas não favorecem o crescimento escassez de água. Muitas plantas armazenam água
de árvores; assim, os pampas têm predomínio de vegetação em parênquimas aquíferos desenvolvidos; as folhas têm
herbácea, apresentando também locais com matas de gale- forma de espinhos ou, em alguns casos, são inexistentes;
ria próximas a corpos d’água. O relevo predominantemente a cutícula é impermeável, e os estômatos, localizados em
plano determina a presença de gramíneas com arbustos criptas; há crassuláceas que só abrem estômatos à noite.
espalhados nas áreas mais planas, enquanto nas áreas de Outras plantas apresentam raízes superficiais ao solo, o que
encosta a vegetação é mais diversificada. as permite absorver o máximo das chuvas.
JeffersonCapuxu/Coleção particular
alex rodrigo brondani/Shutterstock.com
153
Um fator importante que limita o desenvolvimento da
Revisando
2. Caracterize a comunidade dos biomas em relação à biodiversidade, à biomassa e à produtividade primária líquida.
8. Considerando baixas latitudes, indique os tipos de biomas encontrados com o gradual aumento de disponibilidade de água.
9. Considerando latitudes médias, indique os tipos de biomas encontrados com o gradual aumento de disponibilidade
de água.
FRENTE 2
155
10. Cite os tipos de vegetação encontrados em uma montanha quando se desloca da base para o ápice.
Para as questões de 11 a 17, considere os biomas: tundra, taiga (oresta de coníferas, ou oresta boreal), pradaria,
oresta caducifólia (ou decídua), oresta pluvial (latifoliada), savana e deserto. Caracterize os biomas citados em
relação aos aspectos principais de clima, solo e vegetação.
11. Tundra:
12. Taiga:
13. Pradaria:
16. Savana:
17. Deserto:
Exercícios propostos
1. UFRGS O bioma caracterizado como campos cer- O fogo, que ocorre naturalmente nesse tipo de bio-
rados ocupa, aproximadamente, 25% do território ma, provoca inibição das orações.
nacional e vem sendo estudado por muitos pesqui- Alguns representantes característicos da fauna do
sadores brasileiros. Assinale com V (verdadeiro) ou cerrado são a ema, a anta, o lobo-guará, o tucano e
F (falso) as afirmações que seguem, referentes a o veado-campeiro.
esse bioma.
FRENTE 2
O aspecto xeromórco apresentado pelas plantas A sequência correta de preenchimento, de cima para
é causado pela escassez de água. baixo, é:
A vegetação é composta de árvores e arbustos de a) F – F – V – V – F
pequeno porte, que apresentam caules retorcidos b) F – V – V – F – V
e com casca grossa. c) V – F – F – V – V
Os solos são ácidos, pobres em nutrientes minerais d) V – F – V – F – F
e ricos em alumínio. e) F – V – F – V – V
157
2. UPF-RS 2019 Ecótonos são áreas de transição am- b) Um terço do total da área desmatada corres-
biental, onde comunidades ecológicas diferentes ponde ao bioma característico de savana, com
entram em contato. Nessas áreas, geralmente, floresta estacional e campo, e elevado potencial
a) há pequena biodiversidade, devido à competição aquífero que favorece a biodiversidade.
entre as espécies das diferentes comunidades c) O bioma com maior área de desmatamento é ex-
ecológicas em contato. clusivamente brasileiro, sendo o mais fragilizado
b) ocorre hibridação entre espécies das diferentes em razão de sua grande biodiversidade, que in-
comunidades ecológicas em contato, levando ao clui vegetação típica de floresta tropical.
surgimento de espécies novas. d) Dois terços da área desmatada representam o
c) são encontradas somente espécies endêmicas, bioma com grande reserva de madeira tropical,
especificamente adaptadas às condições de tran- vegetação rica em espécies de plantas suculen-
sição ambiental. tas e com espinhos, e fonte de riqueza natural.
d) não ocorre o processo de sucessão ecológica,
pois todas as espécies estão em declínio. 4. Fuvest-SP Qual das alternativas indica corretamente o
e) há grande biodiversidade, podendo ser encon- tipo de bioma que prevalece nas regiões assinaladas?
trados organismos pertencentes às diferentes
comunidades ecológicas em contato.
,
São Paulo, v. 292, p. 73-75, jun. 2020.)
b) I-Floresta Amazônica; II-Pampas; III-Mata Atlântica; A coluna da esquerda, abaixo, lista dois biomas que
IV-Cerrado. ocorrem nessas regiões scalizadas; a da direita,
c) I-Mata Atlântica; II-Cerrado; III-Floresta Amazônica; características que os distinguem. Associe adequada-
IV-Caatinga. mente a coluna da direita à da esquerda.
d) I-Mata Atlântica; II-Pampas; III-Floresta Amazônica;
IV-Cerrado. 1. Amazônia Vegetação arbórea esparsa
e) I-Pampas; II-Mata Atlântica; III-Cerrado; IV-Floresta 2. Cerrado com raízes profundas.
Amazônica. Árvores e arbustos com cascas
grossas.
7. UFRGS A figura a seguir representa gráficos climá- Vegetação arbórea densa dis-
ticos que relacionam a temperatura média anual e a posta em diferentes estratos.
precipitação média anual dos principais biomas ter- Predomínio de gramíneas reco-
restres, numerados de 1 a 6. brindo o solo.
Árvores altas com raízes tabu-
Temperatura média anual (°C)
+32
lares.
A sequência correta, de cima para baixo, é
+16 a) – – – – . d) – – – – .
b) – – – – . e) – – – – .
0 c) – – – – .
159
d) grandes com estômatos igualmente distribuídos em Considerando as informações fornecidas e seu co-
ambas as partes, ausência de tricomas, ausência de nhecimento sobre os biomas, é correto armar que
cera sobre a epiderme foliar e parênquima aerífero. a) a pluviosidade sobre os rios da bacia do rio Paraguai
e) pequenas com estômatos concentrados na parte é determinante para as inundações do Pantanal, um
superior, muitos tricomas claros, cera sobre a epi- bioma com misto de vegetações de floresta, cer-
derme foliar e parênquima aerífero. rado e campo. A produtividade primária do bioma,
devido à conversão de luz solar em energia e bio-
12. Unesp Observe o mapa, onde estão delimitadas as massa, dá suporte para os demais níveis tróficos.
áreas de distribuição de três importantes ecossiste- b) a pluviosidade sobre os rios da bacia do rio
mas brasileiros I, II e III. Cuiabá é determinante para as inundações do
Pantanal, um bioma com misto de vegetações de
floresta, cerrado e caatinga. A produtividade pri-
mária do bioma, devido à conversão de luz solar
em energia e matéria orgânica, dá suporte aos
animais endêmicos.
c) as chuvas sobre os rios da bacia do rio Paraguai
são importantes para o ciclo de alagamento do
Pantanal, um bioma com misto de vegetações de
II
floresta, cerrado e caatinga. A produtividade se-
cundária do bioma, com a conversão de luz solar
em energia e biomassa, dá suporte para os de-
mais níveis tróficos.
Leia os três textos seguintes, 1, 2 e 3, que descrevem d) as chuvas sobre os rios da bacia do rio Cuiabá
características de ecossistemas diferentes. são importantes para o ciclo de alagamento do
1. Vegetação composta de árvores de pequeno porte Pantanal, um bioma com misto de vegetações de
e arbustos esparsos, tortuosos e de casca grossa, floresta, cerrado e campo. A produtividade secun-
e de plantas herbáceas, com predominância de dária do bioma, com a conversão de luz solar em
gramíneas. Fauna representada por alguns animais, energia e matéria orgânica, dá suporte aos ani-
como o lobo-guará, a ema, o tatu-canastra e o ta- mais endêmicos.
manduá-bandeira.
2. Vegetação densa, predominantemente compos- 14. UPE 2016 Os manguezais são florestas inundadas
diariamente pelas marés, com árvores adaptadas às
ta de árvores de grande porte, medindo até 20 m
variações de salinidade ao longo do dia. Essa incrível
de altura, com presença marcante de pteridótas
adaptação aconteceu há 50 milhões de anos, quan-
no sub-bosque. Fauna representada por alguns
do as angiospermas evoluíram a fim de conquistar
animais, como o mono-carvoeiro, a jaguatirica, os
o ambiente estuarino. Entretanto, outras adaptações
micos-leões-dourados e da-cara-preta, e a jacutinga.
foram necessárias à conquista definitiva do ambiente
3. Vegetação composta de árvores baixas e esparsa-
do entremarés. Quanto à reprodução e à dispersão
mente distribuídas, arbustos tortuosos com muitos
das espécies típicas de mangues, é CORRETO afir-
espinhos e presença marcante de cactáceas. Fauna mar que produzem
representada por pequenos roedores, como o preá a) frutos carnosos que são dispersos por zoocoria.
e o mocó, e aves, como as avoantes. b) sementes aladas que são dispersas por anemo-
A alternativa que relaciona corretamente o nome dos coria.
ecossistemas representados no mapa pelos algaris- c) propágulos que são dispersos por hidrocoria.
mos I, II e III, respectivamente, com as características d) frutos pequenos que são dispersos por ictiocoria.
apresentadas em 1, 2 e 3 é: e) diásporos flutuantes que são dispersos pelas marés.
a) cerrados, ; manguezais, ; caatinga, .
b) cerrados, ; Mata Atlântica, ; caatinga, . 15. Fatec-SP Apresenta vegetação arbórea esparsa, com
c) caatinga, ; Mata Atlântica, ; cerrados, . arbustos e pequenas árvores, que têm, em geral, casca
grossa e troncos retorcidos. O solo, na estação chuvosa,
d) caatinga, ; manguezais, ; cerrados, .
é relativamente quente, com média anual por volta de
e) Pantanal, ; Mata Atlântica, ; caatinga, .
26ºC e índices pluviométricos entre 1 100 e 2 000 mm
por ano. Entre as espécies mais comuns, estão o ipê, a
13. Unicamp-SP 2022 A estiagem prolongada no Pantanal, peroba-de-campos e a caviúna.
devido às fracas temporadas de chuvas em 2019 e 2020,
criou condições para a manutenção e propagação do O texto descreve a seguinte formação togeográca
fogo, e para o menor nível de inundação do Pantanal dos brasileira:
últimos 50 anos. a) Mata de Araucárias. d) Caatinga.
(Adaptado de Marcos Pivetta, Pesquisa Fapesp, São Paulo, v. 297, b) Mata Atlântica. e) Pantanal.
nov. 2020, p. 31-35.) c) Cerrado.
17. UFMG Plantas xerófitas ocorrem, geralmente, em regiões desérticas, assim como em Caatinga e Cerrado. Essas plan-
tas estão intimamente relacionadas com fatores externos importantes ao seu desenvolvimento e que correspondem
essencialmente a:
a) baixo teor de água e condições atmosféricas que ocasionam rápida perda de água.
b) alto teor de água que evapora pelo alto grau de insolação térmica.
c) baixo teor de nutrientes inorgânicos no solo, ocasionado pela deficiência de chuvas.
d) solo superficialmente bastante arenoso, com embasamento de rochas impermeáveis.
e) alto teor de água em grandes profundidades em solos deficientes de nutrientes orgânicos.
Texto complementar
Estudo aponta diretrizes para barrar a degradação acelerada de campos e savanas
Pesquisadores de vários países trabalharam cinco anos para produzir um quadro abrangente da situação atual das chamadas grasslands –
termo em inglês que designa os biomas formados por campos e savanas, quase todos seriamente ameaçados pela degradação ambiental. [...]
“As grasslands estão ameaçadas em todo o planeta, mas os processos de degradação diferem de região para região. O maior problema é
a conversão desses biomas em áreas agriculturáveis. Um exemplo é o Cerrado brasileiro, no qual a vegetação original, extremamente rica em
biodiversidade, vem sendo suprimida para dar lugar a grandes plantações de soja, cana, eucalipto etc.”, diz [...] a brasileira Giselda Durigan, que
participou da iniciativa.
[...]
“Outra forma de degradação é a exploração à exaustão dos campos e savanas. É o que vem ocorrendo em boa parte do continente africano. Devido
à superexploração, o bioma original perde sua capacidade de produzir, sua biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos”, acrescenta a pesquisadora.
O agravante, segundo Durigan, é que pouca gente se importa com a degradação ou a perda desses biomas. Pode-se dizer que são “invisíveis”
para a maioria das pessoas, que associam a ideia de ecossistemas naturais à presença de árvores.
“O desconhecimento é tanto que, no Brasil, nem sequer temos uma boa tradução para o termo grassland. Se colocarmos a palavra no
Google Tradutor ou em outros dicionários inglês-português impressos ou disponíveis na internet, obteremos como resultado o termo ‘pastagem’.
Faz até algum sentido, porque, grosseiramente, são enquadrados como grasslands todos os ecossistemas do planeta onde existem capins que
os animais pastadores possam comer. Mas a palavra resultante é muito vaga”, comenta a pesquisadora.
No Brasil, estão entre as grasslands o Pampa, os campos de altitude no alto das serras, boa parte do Pantanal e praticamente todo o
Cerrado – exceto o chamado “Cerradão”, que, na verdade, é um tipo de floresta empobrecida. Em síntese, estão entre as grasslands todos os
campos e savanas naturais que dominam alguns de nossos principais biomas (Pampa, Cerrado e Pantanal). Mas elas podem ocorrer, também,
como “ilhas” em meio às vegetações da Amazônia, da Caatinga e da Mata Atlântica.
[...]
Soluções
As diretrizes apontadas pelo artigo, para que tudo isso resulte em políticas públicas realmente eficazes, são, em primeiro lugar, definir
indicadores adequados, que possibilitem avaliar o nível de degradação e que possam ser bem compreendidos e adotados globalmente.
Feito isso, desenvolver e disseminar técnicas de restauração ecologicamente efetivas e economicamente viáveis que atendam os diferentes
interesses da sociedade. Finalmente, encontrar alternativas de exploração sustentáveis, que possibilitem utilizar economicamente esses
ecossistemas sem degradá-los.
“Os campos e savanas são essenciais não só pelos serviços ecossistêmicos de proteção à água, aos solos e à biodiversidade, mas também
pela provisão de alimentos e outros produtos essenciais para a vida das pessoas em diferentes regiões do mundo. O caminho para a conservação
das grasslands não é a exclusão das pessoas. Existem povos cuja existência e cultura são totalmente dependentes desses ecossistemas. E as
necessidades e visões desses grupos precisam ser contempladas”, pondera Durigan.
FRENTE 2
A questão, segundo a pesquisadora, é definir diferentes “níveis” de restauração, que possam ser aceitos, desenvolvidos e postos em
prática pelos vários atores envolvidos no tema. Isso vai desde a simples recuperação da produtividade de pastagens naturais degradadas pela
superexploração até a completa restauração de ecossistemas complexos. Cada coisa no seu lugar. As iniciativas bem-sucedidas, que são muito
raras, precisam ser amplamente compartilhadas para que possam ser replicadas.
Esse conjunto de providências é especialmente urgente no Brasil, onde a degradação e a devastação vêm ocorrendo em ritmo acelerado.
Grandes porções dos Pampas estão se convertendo em plantações de eucalipto para a produção de celulose. O ressecamento do Pantanal, em
função da crise climática, tende a fazer com que vastas áreas, antes alagáveis, sejam convertidas em lavouras de soja. E o Cerrado, que constitui
a savana mais biodiversa do planeta, já perdeu metade de seu território para a agricultura em larga escala.
161
“Há perdas irreversíveis no Cerrado. Uma coisa é recuperar um bioma degradado pelo sobrepastoreio. Outra é restaurar uma área que
foi alterada pela agricultura a ponto de perder todas as suas características originais. Quando o capim nativo foi substituído pela braquiária,
de origem africana, isso constituiu um grande impacto. Mas, ainda assim, muita diversidade se manteve, em flora e fauna. Porém, o pecuarista
tradicional vem cedendo lugar ao grande agricultor. Com máquinas que cortam as raízes em profundidade e herbicidas poderosos que deixam o
solo completamente limpo, não sobra nada do Cerrado que existia antes”, enfatiza Durigan.
[...] Além da perda de biodiversidade e da destruição da paisagem, um eventual colapso do Cerrado pode ocasionar um impacto hídrico de
consequências incalculáveis. Pois alguns dos mais importantes rios do Brasil – o Xingu, o Tocantins, o Araguaia, o São Francisco, o Parnaíba, o
Gurupi, o Jequitinhonha, o Paraná, o Paraguai, entre outros – nascem nesse bioma.
“Preservar e utilizar de forma criteriosa o que resta e restaurar ao menos parcialmente o que se perdeu, ainda que isso possa constituir um
enorme desafio científico, tecnológico e político, é fundamental para a sobrevivência desses rios, não apenas como manancial de água doce,
mas também potencial hidrelétrico”, conclui a pesquisadora.
ARANTES, J. T. Estudo aponta diretrizes para barrar a degradação acelerada de campos e savanas. Agência FAPESP, 19 out. 2021.
Disponível em: https://agencia.fapesp.br/estudo-aponta-diretrizes-para-barrar-a-degradacao-acelerada-de-campos-e-savanas/37089/.
Acesso em: 16 mar. 2022.
Resumindo
Biomas
É possível observar que determinadas comunidades de espécies podem ocorrer em ambientes físicos particulares ou regiões
geográficas típicas. Esses ambientes particulares correspondem a biomas, os quais apresentam uma fitofisionomia característica.
y Biomas são um conjunto de ecossistemas similares que se localizam em regiões geográficas distintas, mas que apresentam
padrões climáticos, fauna e flora semelhantes (o que não garante que as espécies sejam as mesmas).
y Um bioma possui uma comunidade biológica que atingiu o estágio de clímax:
– a comunidade apresenta a máxima biodiversidade;
– maior biomassa possível;
– a produtividade líquida tende a zero.
y Biomas estão em equilíbrio dinâmico.
Biomas do mundo
Considerando a combinação dos inúmeros fatores bióticos e abióticos, podem ser observados diferentes biomas, sendo os prin-
cipais tipos de biomas do planeta: tundra, taiga (floresta de coníferas, ou floresta boreal), pradaria, floresta pluvial (latifoliada),
floresta caducifólia (ou decídua); savana e deserto.
Tundra
y Apresenta temperaturas bastante baixas durante quase todo o ano: o verão é curto e o inverno é longo.
y O solo é extremamente pobre em nutrientes e altamente saturado de água (há baixos níveis de evaporação).
– Há a presença de permafrost (camada de gelo impermeável no solo, que tem profundidade de quase metro abaixo da
superfície).
Savana
y Clima levemente variável (localizadas em latitudes intertropicais) com característica típica de períodos chuvosos seguidos de
seca intensa, com ocorrência de incêndios.
y Solo novo, contendo nutrientes ainda não carreados pela água das chuvas, com lençol freático profundo: pode ocorrer lixi-
viação de nutrientes.
y Vegetação apresenta extensão quase contínua de gramíneas, com arbustos e árvores bastante esparsos.
– Árvores tortuosas, de grande porte e ramos abundantes;
163
– Plantas com adaptações ao fogo: súber mais espesso e parte subterrânea bastante desenvolvida.
y Bioma presente na África Central e na América do Sul (Cerrado brasileiro).
Deserto
y Clima típico de altas temperaturas durante o dia com queda acentuada à noite, chuvas reduzidas e imprevisíveis, e elevada
insolação (alta evaporação).
y Solo desértico exposto, seco e com pouca ou nenhuma matéria orgânica.
y Vegetação tipicamente xeromórfica, com poucos e esparsos arbustos e plantas suculentas.
– Plantas possuem cutícula espessa e impermeável, poucos estômatos, folhas convertidas em espinhos, água acumulada no
parênquima aquífero e distribuição de estômatos em criptas.
y Bioma típico dos desertos do Saara e do Kalahari na África, do Atacama no Chile, do sudoeste dos Estados Unidos, do norte
do México, e do Deserto australiano no Hemisfério Sul.
Biomas do Brasil
O Brasil abrange grande parte da América do Sul, possuindo terras com grande variação de latitude e grandes variações cli-
máticas. A heterogeneidade climática possibilita a presença de biomas diferentes. Os principais biomas brasileiros são: a Mata
Atlântica, a Floresta Amazônica, a Mata de Araucárias, o Cerrado, a Caatinga, os Pampas e o Pantanal. Além dos biomas, há
as chamadas zonas de transição, adjacentes a dois ou mais ecossistemas, como o Manguezal e a Mata dos Cocais.
Floresta Amazônica
y Presente em local com clima quente e úmido.
y Possui a maior bacia hidrográfica do mundo: rio Amazonas.
y Pulsos de inundação sazonais favorecem alterações drásticas no ambiente.
y Solo extremamente pobre em nutrientes (lixiviado), mas com acúmulo de espessa camada de matéria orgânica gerada pela
própria floresta.
y Vegetação com vários estratos e árvores com porte elevado:
– formação de microclimas únicos em cada estrato;
– apresenta grande heterogeneidade de ambientes:
– florestas de terra firme: regiões não alagadas;
– florestas de igapó: áreas alagadas de modo permanente;
– florestas de várzea: áreas alagadas periodicamente.
y Bioma contido em grande parte no Brasil, nos estados do Acre, do Amapá, do Amazonas, do Mato Grosso, do Pará, de
Rondônia, de Roraima, de Tocantins e de uma porção do Maranhão.
y Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia e Guiana Francesa também apresentam, em seu território, esse bioma.
Mata Atlântica
y Apresenta diferentes características climáticas – possui grande diversidade de espécies (muitas delas endêmicas).
y Abrange várias bacias hidrográficas brasileiras: dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
y Vegetação é conjunto de formações florestais com grande estratificação vertical:
– Apresenta regiões de transição com mangues, áreas de Cerrado, Mata de Araucárias, entre outros biomas brasileiros.
y Bioma que tinha como área original boa parte do litoral brasileiro (com faixa de largura variável) e vastas áreas interioranas:
do Rio Grande do Sul até o Piauí; hoje restam cerca de 7% da cobertura original desse bioma no país.
Mata de Araucárias
y Clima mais frio, típico do Sul do país. Chuvas durante todo o ano, com temperatura bastante variável: estações bem marcadas
anualmente.
y Floresta com menor biodiversidade do que florestas pluviais.
– Composta de várias espécies, com maior abundância do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).
y Faz parte do complexo de tipos de florestas da Mata Atlântica com distribuição original do Rio Grande do Sul até o sul de
Minas Gerais.
– Hoje restringe-se a poucas manchas no Sul e no Sudeste do país.
Cerrado
y Clima típico intertropical: verão chuvoso e inverno bastante seco, com ocorrência de incêndios frequentes.
y Solo bastante lixiviado, pobre, com pequenas taxas de matéria orgânica (não decomposta nos períodos de seca extrema) e
ácido (grande quantidade de ferro e alumínio).
Caatinga
y Clima semiárido caracterizado por temperaturas elevadas: verão mais seco e inverno chuvoso.
– Pode apresentar períodos secos muito prolongados;
– As chuvas são torrenciais.
y Solos pouco lixiviados, pedregosos e ricos em nutrientes.
y Pode ser dividida em duas macrorregiões, com clima e vegetação diferentes:
– agreste: localizado mais próximo ao litoral e com maior umidade, assemelha-se a uma floresta;
– sertão: mais interno no continente, tem como característica o clima extremamente seco e vegetação esparsa e xeromórfica;
y Próximo às serras, onde há maior umidade, há regiões alagadiças, chamadas de brejos, com produtividade maior.
y Vegetação xeromórfica, com estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo.
– Plantas adaptadas ao clima seco:
y armazenam água, com parênquimas aquíferos desenvolvidos, folhas transformadas em espinhos (finas ou inexistentes),
cutícula impermeável, estômatos em criptas e raízes superficiais ao solo (possibilitam maior absorção de água da chuva).
y Bioma que abrange os estados do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Sergipe, de Alagoas, da
Bahia, além do sul e do leste do Piauí e do norte de Minas Gerais.
Pantanal
y Clima quente e úmido com pequena queda de temperatura no inverno.
– Umidade mantida constante por causa da água acumulada no solo.
y Solo arenoso, com nutrientes depositados com o ciclo de inundação.
y Cheias periódicas resultam no equilíbrio dinâmico e nos processos ecológicos; são determinadas pelos eventos que ocorrem
nas partes altas da bacia hidrográfica do rio Paraguai.
– Grande planície inundável:
y ocorre transbordamento dos rios no período chuvoso: alagam cerca de dois terços do bioma;
y são mantidas lagoas na seca.
– Há heterogeneidade espacial e temporal de vegetação:
y áreas de transição com o Cerrado, com a Caatinga, com a Floresta Amazônica e campos;
y vegetação é caracterizada de acordo com a altitude;
y extensas áreas de campos com gramíneas são salpicados com capões (ilhas de vegetação florestal com características
de Cerrado) e matas de galeria, que se mantêm em locais mais altos e secos;
y a vegetação aquática é muito importante; apresenta adaptações que suportam o alagamento periódico.
y Bioma situado no sul do estado do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul.
FRENTE 2
Manguezal
y Manguezais são ambientes costeiros que encontram-se nas terras próximas dos estuários (desembocadura de rios no mar).
y Considerados como ecossistemas de transição entre os ambientes terrestre e marinho.
y Solo mole, rico em matéria orgânica (depositada com os pulsos diários de inundação), pobre em oxigênio (consumido por
bactérias decompositoras) e relativamente ácido.
– Plantas adaptadas às condições de solo mole e pobre em oxigênio: possuem ramos de escora e raízes respiratórias (pneu-
matóforos).
165
y Raízes de árvores formam complexos emaranhados. Tem- y Presente nos estados do Maranhão, do Piauí, do Pará e no norte
peratura limita o desenvolvimento da vegetação: do Tocantins.
– região Norte: temperatura alta favorece crescimento –
árvores mais altas;
– região Sul: temperatura mais baixa reduz o desenvolvi- Biomas e aspectos ecológicos
mento das plantas – árvores com menor porte. Grande complexidade e elevada biodiversidade dos biomas
permitem observar relações inter e intraespecíficas – essenciais
y Presente em todo o litoral brasileiro. para manutenção da integridade e da funcionalidade do bioma.
Mata dos Cocais y Quebra das relações pode acarretar desequilíbrio eco-
lógico: desestabilização e quebra das teias alimentares,
y Clima relativamente mais úmido do que na Caatinga, com
e subsequente ruptura dos fluxos de energia e biomassa.
maior umidade à medida que avança em direção à Floresta
Amazônica. y Notado quando bioma sofre impactos:
y Solo rico em minérios e com boa reserva de nutrientes. – espécies nativas extintas;
– espécies exóticas introduzidas;
y Região de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga: – meio físico afetado por poluição ou erosão;
– estrato arbóreo contínuo: vegetação mais exuberante
– área de vida das espécies reduzida etc.
é observada à medida que se aproxima da Floresta
Amazônica; y Intervenções humanas devem ser feitas com planejamento
– apresenta grande diversidade de palmeiras: buriti, car- e consciência de que todos os seres vivos estão interliga-
naúba, açaí e babaçu. dos e dependem uns dos outros, incluindo o ser humano.
Sites
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/543//Nosso-Pampa-Desconhecido-.pdf
O livro O que é o Pampa? mostra as características dos Pampas, seu local de ocorrência e apresenta belas fotos das paisagens
deste bioma.
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/84/o/Cerrado_Parte.pdf
Esforço conjunto de 4 pesquisadores, o livro Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação traz informações importantes
sobre o bioma Cerrado e a importância de conservá-lo.
https://www.acaatinga.org.br/wp-content/uploads/Conhe%C3%A7a_e_Conserve_a_Caatinga_-_Volume___O_Bioma_Caatinga.pdf
Com o intuito de informar as pessoas sobre a beleza e a diversidade presente na Caatinga, o livro Conheça e preserve a Caatinga
lista os animais invertebrados, as aves, os mamíferos e muitos outros animais que podem ser encontrados na Caatinga. Além
disso apresenta cadeias alimentares e fatores que podem causar desequilíbrios no bioma.
https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/manguezais/atlas_dos_manguezais_do_brasil.pdf
O Atlas dos manguezais do Brasil contem desde aspectos históricos do nome "mangue" até a legislação feita para conservar
este ecossistema.
(Acessos em: 5 mar. 0.)
Exercícios complementares
1. Unifesp 2019 Leia o trecho da letra da canção “Flor b) Supondo que essa flor tenha sido colhida de uma
do Cerrado”, de Caetano Veloso. árvore típica do Cerrado, cite uma característica
morfológica adaptativa dessa planta e justifique
Todo fim de mundo é fim de nada é madrugada e
[ninguém
por que essa característica é importante para a
tem mesmo nada a perder sobrevivência da planta nas condições ambien-
Eu quero ver tais do Cerrado.
Olho pra você
Tudo vai nascer 2. Fuvest-SP Analise as afirmativas a seguir.
Mas da próxima vez que eu for a Brasília eu trago I. As florestas tropicais possuem maior diversidade
[uma flor biológica que as temperadas.
do Cerrado pra você II. As florestas tropicais possuem maior diversidade
(www.vagalume.com.br) vegetal e menor diversidade animal que as savanas.
a) A que grupo vegetal pertence a planta da qual III. As florestas temperadas possuem maior biomas-
pretende-se colher a flor referida na música? sa que a tundra.
Além da flor, que outro órgão é exclusivo desse IV. As savanas possuem maior biomassa que as flo-
restas tropicais.
grupo vegetal?
3. UFRGS 2019 (Adapt.) O bioma Pampa tem importância local e mundial, pois abriga uma grande biodiversidade e
apresenta, inclusive, algumas espécies endêmicas tais como o tuco-tuco (Ctenomys flamarioni), o beija-flor-de-barba-
-azul (Heliomaster furcifer) e o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus atroluteus).
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as armações abaixo, referentes ao bioma Pampa.
A ocupação de áreas com grandes monoculturas e a introdução de pastagens compostas por espécies exóticas
promovem a degradação do Pampa.
As espécies vegetais predominantes no Pampa apresentam sistema radicular fasciculado.
O bioma Pampa é um tipo de savana tropical, semelhante às que ocorrem na África central e ocidental.
O Pampa, na América do Sul, ocupa o norte do Rio Grande do Sul, Paraná e Argentina.
A sequência correta, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F.
b) V – F – V – F.
c) V – F – F – V.
d) F – V – F – V.
e) F – F – V – V.
4. Acafe-SC 2016
Riqueza no sertão
Quem pensa no sertão como uma região pobre em biodiversidade pode se surpreender com o número: ali existem cerca
de três mil espécies vegetais, nativas ou exóticas, que se combinam e formam a flora da Caatinga. Um estudo da Embrapa
Caprinos e Ovinos sinalizou que essa é uma importante fonte de alimento para as criações de gado locais, dispensando a
criação de pastos artificiais e garantindo aos rebanhos alimento ao longo de todo o ano.
Fonte: Ciência Hoje, 12/04/2016. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br.
Em relação às características físicas, biológicas e climáticas dos diferentes biomas brasileiros, correlacione as colunas
a seguir.
1. Cerrado
2. Caatinga
3. Mata Atlântica
. Pantanal
5. Amazônia
Bioma constituído por um conjunto de formações orestais (Florestas: Ombróla Densa, Ombróla Mista, Esta-
cional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombróla Aberta) e ecossistemas associados como as restingas,
manguezais e campos de altitude. A fauna desse bioma é composta por mico-leão-dourado, onça-pintada,
tamanduá-bandeira, arara-azul-pequena, tatu-canastra e o bugio.
Considerado o maior bioma brasileiro e uma das maiores reservas de diversidade biológica. É caracterizado por
elevadas temperaturas e grande índice pluviométrico. Sua ora nativa é composta por andiroba, pupunha, açaí,
seringueira, mogno, cedro, sumaúma, castanha-do-pará e, sua fauna, por anta, preguiça, sagui-de-bigode, ariranha,
suçuarana, arara-vermelha e tucano.
Estende-se por grande parte da região Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do país. É um bioma característico do
clima tropical continental, com duas estações bem denidas – uma úmida (verão) e outra seca (inverno) –, possui
uma vegetação com árvores e arbustos de pequeno porte, troncos retorcidos, casca grossa e, geralmente, ca-
ducifólia (as folhas caem no outono). A fauna da região é bastante rica, constituída por capivaras, lobos-guarás,
tamanduás, antas e seriemas.
Possui grande diversidade e riqueza, tanto de espécies animais quanto vegetais, sendo, inclusive, o bioma que abriga
o maior número de aves em todo o continente. Apresenta áreas inundadas ricas em gramíneas, arbustos e árvores.
A fauna é composta por: peixe-dourado, pacu, arara, capivara, tamanduá, onça e o jacaré-do-papo-amarelo.
Trata-se da região mais seca do país, localizando-se na zona de clima tropical semiárido. Sua vegetação é composta,
FRENTE 2
principalmente, por plantas xerólas como as cactáceas e caducifólias. A fauna desse bioma é composta por uma
grande variedade de répteis, cutia, gambá, preá, veado-catingueiro e tatupeba.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) – – – 4 – .
b) – – – – 4.
c) – 4 – – – .
d) 4 – – – – .
167
5. PUC-Rio Apesar de sua exuberância, as florestas tropicais estão geralmente localizadas sobre solos pobres em nu-
trientes. Destaque a alternativa que esclareça esse aparente paradoxo.
a) Onde o solo é de baixa fertilidade, a biomassa vegetal e o número de espécies são sempre reduzidos.
b) O número de espécies vegetais está relacionado à pobreza do solo e à temperatura.
c) Uma taxa elevada de biodiversidade está ligada a solos ricos em nutrientes.
d) A maioria dos nutrientes da floresta encontra-se estocada na biomassa vegetal e não no solo.
e) As florestas sobre solos pobres sobrevivem por causa da taxa elevada de fotossíntese.
6. Ufes O Manguezal é um ecossistema litorâneo, característico das regiões tropicais, que se localiza ao redor de am-
biente aquático. Sobre esse ecossistema, analise as afirmativas a seguir.
I. O solo lodoso e o mau cheiro que os manguezais muitas vezes exalam transformam-nos em ambientes inúteis, o
que justifica seu aterro para construção de áreas residenciais.
II. Nos manguezais, muitas espécies de animais encontram áreas para reprodução, desova, crescimento e alimen-
tação.
III. O Manguezal, por ser coberto pelas águas na maré alta, é considerado uma área boa para depositar lixo e para
lançar esgoto.
IV. Muitos caranguejos, peixes e moluscos passam toda sua vida no Manguezal.
Assinale:
a) se apenas I e IV estiverem corretas.
b) se apenas II e III estiverem corretas.
c) se apenas I e II estiverem corretas.
d) se apenas I e III estiverem corretas.
e) se apenas II e IV estiverem corretas.
7. UCS-RS 2022 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta 6 biomas:
Amazônia; Caatinga; Cerrado; Mata Atlântica; Pampa e Pantanal (em ordem alfabética), que estão representados alea-
toriamente pelos algarismos romanos na figura abaixo.
BNCC em foco
EM13CNT202, EM13CNT203 e EM13CNT301
1.
a)
b)
EM13CNT202, EM13CNT203 e EM13CNT206
2.
A palmeira buriti (Mauritia flexuosa) é, de longe, o vegetal mais citado em Grande Sertão: veredas, cerca de 60 vezes; tem
como nomes populares: buriti, carandá-guaçu, carandaí-guaçu, miriti, muriti, palmeira-buriti, palmeira-dos-brejos. O buriti
é utilizado para as mais diversas finalidades pelo povo do sertão; dele se obtém abrigo, alimento e até mesmo transporte.
Já no título de Grande sertão: veredas, temos a palavra “veredas”, que é uma formação típica da região do Cerrado.
Ao longo dos brejos ou locais encharcados, forma-se um “caminho” de palmeiras buritis, que só sobrevivem nesse tipo de
terreno e que se destacam na paisagem. [...]
a)
b)
OCEANO
ATLÂNTICO
0º
Amazônia: Caatinga:
180 espécies 125 espécies
ameaçadas ameaçadas
47
124 78
56
Cerrado:
288 espécies
ameaçadas
141
Pampa:
78 espécies
ameaçadas
38
40
50° O
a)
b)
BIOLOGIA Capítulo 21
FRENTE 3
11
Segundo a Federação Internacional de Diabetes, em 2019, 16,8 milhões de bra-
sileiros entre 20 e 79 anos eram portadores de diabetes melito. Esse tipo de
diabetes é caracterizado pela elevação da glicemia (concentração sanguínea de
glicose), cujas complicações inserem a doença na lista das que mais matam no
Brasil e no mundo. Para evitar consequências graves, as pessoas com diabetes
melito devem fazer o acompanhamento rigoroso da glicemia. Em indivíduos sau-
dáveis, o controle dos níveis sanguíneos de glicose envolve a participação de
hormônios, principalmente insulina e glucagon, produzidos pelo pâncreas.
Introdução
Em conjunto com o sistema nervoso, o sistema endócrino participa do controle das atividades básicas ligadas ao
funcionamento do organismo. Por isso, ambos são considerados sistemas de controle.
O sistema endócrino é constituído pelo conjunto de glândulas endócrinas do organismo, e sua atuação ocorre por
meio de moléculas sinalizadoras denominadas hormônios, os quais são secretados no sangue pelas glândulas endócrinas
e distribuídos pelo corpo, alcançando todas as células.
Apesar de entrar em contato com todos os tecidos do corpo, um hormônio age apenas sobre as células que possuem
receptores específicos para ele. Essas células são chamadas de células-alvo, e a recepção do hormônio desencadeia uma
mudança em seu metabolismo. Existem diversos tipos de hormônios. Alguns, por exemplo, aumentam a taxa de síntese
proteica das células-alvo; outros influenciam a taxa de divisões celulares, entre outras respostas.
ELEMENTOS
Célula secretando Receptor específico FORA DE
PROPORÇÃO
certo hormônio na para outro hormônio
CORES
corrente sanguínea FANTASIA
Vaso sanguíneo
Receptor específico
do hormônio
Hormônio nas células-alvo
Nos animais, existem hormônios derivados de aminoácidos, hormônios de natureza peptídica (formados por cadeias
de aminoácidos) e hormônios derivados do colesterol (chamados esteroides, de natureza lipídica).
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Hipófise
Paratireoides Tireoide
Suprarrenais
Pâncreas Ovários
k.com
Testículos
Representação da localização das principais glândulas endócrinas no corpo humano. Detalhes sobre os testículos (gônadas masculinas) e ovários (gônadas
femininas) serão apresentados no próximo capítulo deste livro.
positiva.
Adenoipófise
Medula espinal Hormônios da adenoipófise
A adenoipófise sintetiza e secreta hormônios sob o
Tefi/Shutterstock.com
173
do TSH, do ACTH, do FSH e do LH. O TSH (hormônio Glândula tireoide (ou tireóidea)
tireoestimulante) estimula a produção de hormônios A tireoide é uma glândula endócrina encontrada na
pela glândula tireoide (tireóidea). O ACTH (hormônio porção anterior do pescoço, localizada ventralmente em
adrenocorticotrófico) estimula a produção de hormô- relação à traqueia.
nios pelo córtex das glândulas suprarrenais (adrenais).
O FSH (hormônio foliculoestimulante) e o LH (hormônio ELEMENTOS
FORA DE
luteinizante) correspondem às gonadotrofinas, ou seja, PROPORÇÃO
SvetaZi/Shutterstock.com
Glândula tireoide
promove, por exemplo, a elongação dos ossos e o aumento
da massa muscular.
Na infância, a carência de GH resulta em nanismo hi- Traqueia
pofisário. Pessoas com esse tipo de nanismo geralmente
possuem membros proporcionais e atingem altura média Representação da localização da tireoide.
de 1,2 m. Já o excesso de GH causa o gigantismo, situação
na qual o indivíduo pode chegar a 2,7 m de altura (caso do Um dos hormônios sintetizados e secretados pela glân-
homem mais alto da história). dula tireoide é denominado calcitonina. Ele reduz o nível
Nos humanos, espera-se que a produção de GH dimi- sanguíneo de Ca2+ em situações nas quais a concentra-
nua ao longo da vida, mas há casos nos quais a secreção ção desse íon se eleva. A calcitonina atua aumentando a
de GH pode permanecer elevada em adultos, causando excreção renal de Ca2+, reduzindo sua absorção intestinal
um quadro denominado acromegalia, que é o cresci- e depositando-o no tecido ósseo, o que contribui para a
mento das extremidades do corpo, como mãos, pés e calcificação dos ossos.
ossos da face. Outros hormônios produzidos e liberados pela glân-
dula tireoide são o tri-iodotironina (T, molécula com três
Saiba mais átomos de iodo) e o tetraiodotironina, ou tiroxina (T,
molécula com quatro átomos de iodo). Produzidos a par-
tir do aminoácido tirosina, esses hormônios estimulam o
metabolismo – promovem o aumento do consumo de O2
e da produção de calor. Eles contribuem também para a
manutenção da pressão arterial e dos batimentos cardíacos,
entre outros.
Quando os níveis sanguíneos de T3 e T4 ficam abaixo
CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
dos valores de referência, o hipotálamo é estimulado a
PROPORÇÃO
liberar o TRH (hormônio liberador de TSH), que estimula a
Hipotálamo
Neurossecreção
adenoipófise a secretar TSH na corrente sanguínea. O TSH,
por sua vez, estimula a glândula tireoide a secretar T3 e T4
no sangue, restabelecendo os níveis desses hormônios.
Contudo, conforme as concentrações sanguíneas de T3
Adenoipófise ADH Rim
(anterior) e T4 aumentam, a estimulação da glândula tireoide cessa,
Neuroipófise inibindo essa secreção hormonal e impedindo o aumento
(posterior)
exagerado da taxa metabólica. Esse controle é um exemplo
Ocitocina Glândulas de feedback negativo.
mamárias
TRH TSH
ilusmedical/Shutterstock.com
da pressão arterial, emagrecimento, irritação, insônia,
bócio (crescimento da tireoide) e exoftalmia (olhos sal- ELEMENTOS
tados em decorrência do acúmulo de líquido atrás do FORA DE
PROPORÇÃO
globo ocular). CORES
y Hipotireoidismo: caracterizado pela baixa secre- FANTASIA
ção de T3 e T4, o que resulta em redução da taxa Representação da localização das glândulas paratireoides na parte posterior
metabólica e causa sintomas como ganho de peso, da glândula tireoide.
diminuição da frequência cardíaca (bradicardia) e da
pressão arterial, letargia, sonolência, intolerância ao
frio e bócio. Quando o hipotireoidismo ocorre ainda Secreção
CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
na infância, suas consequências podem ser graves, PROPORÇÃO
Secreção
Córtex
FRENTE 3
175
Hormônios da medula das suprarrenais Pâncreas
A medula das suprarrenais, em resposta a estímulos Glândulas endócrinas são aquelas que liberam os
nervosos, secreta dois hormônios produzidos a partir do hormônios diretamente na corrente sanguínea, enquanto
aminoácido tirosina: adrenalina (epinefrina) e noradrena- glândulas exócrinas, como mamárias, lacrimais e sudo-
lina (norepinefrina). Esses hormônios são liberados em ríferas, liberam seus produtos na superfície corporal ou
situações de perigo e estresse, atuando principalmente em cavidades. Há, ainda, glândulas mistas ou anfícrinas,
no aumento da quantidade de energia disponibilizada ao como o pâncreas, que possuem uma porção exócrina e
organismo, permitindo que respostas apropriadas sejam uma endócrina.
dadas frente à situação enfrentada. Alguns dos principais A porção exócrina do pâncreas, formada pelos áci-
efeitos da liberação de adrenalina e noradrenalina são: nos pancreáticos, produz o suco pancreático, secreção
y aumento da glicogenólise (degradação do glicogênio) digestiva conduzida pelo ducto pancreático em direção ao
no fígado, resultando em liberação de glicose no san- duodeno. Já a porção endócrina do pâncreas, constituída
gue e, consequentemente, elevação da glicemia; por conjuntos de células secretoras chamados ilhotas pan-
y aumento da pressão arterial; creáticas (ou ilhotas de Langerhans), sintetiza e secreta os
y aumento das frequências respiratória e cardíaca; principais hormônios que atuam no controle da glicemia:
y aumento do fluxo sanguíneo aos músculos esqueléti-
insulina (produzida pelas células beta) e glucagon (produ-
cos, ao coração e ao cérebro;
zido pelas células alfa).
y aumento da atenção;
y redução das atividades digestiva, excretora e re- CORES ELEMENTOS
produtora. FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Ilhota pancreática
Atenção
Estômago
Capilar
Hormônios do córtex das suprarrenais
Estimulado pelo ACTH (produzido e secretado pela
adenoipófise), o córtex das suprarrenais sintetiza e libera
no sangue hormônios esteroides (derivados do colesterol). Pâncreas
Os principais tipos de esteroides do córtex das suprarrenais
são os mineralocorticoides e os glicocorticoides.
EreborMountain/Shutterstock.com
Os mineralocorticoides participam da manutenção do
equilíbrio da água e dos sais no organismo. A aldosterona,
por exemplo, é um mineralocorticoide que atua nos rins,
Ducto pancreático
aumentando a reabsorção de sódio (Na+) e a secreção de
potássio (K+). Essa ação aumenta a osmolaridade do sangue
Duodeno
e, consequentemente, a reabsorção de água, o que resulta
em elevação da pressão arterial.
Os glicocorticoides participam do metabolismo da Ácino pancreático
glicose. O cortisol é um glicocorticoide que promove a Representação das estruturas do pâncreas, com destaque para suas porções
gliconeogênese, isto é, a produção de glicose a partir de endócrina e exócrina.
Aumento da
Células-beta absorção de glicose
pelas células
Formação de
glicogênio
no fígado
Aumento da glicemia
Redução da glicemia
(p. ex.: ingestão
de carboidratos)
Glicemia normal
Redução da glicemia
Aumento da glicemia (p. ex.: jejum)
Degradação do
glicogênio estocado Glucagon
no fígado Células-alfa
Representação da atuação da insulina e do glucagon na homeostase da glicose.
A ação antagônica da insulina e do glucagon atua na homeostase da glicose, mantendo os valores da glicemia compa-
tíveis com as exigências energéticas do organismo. Contudo, existem distúrbios que afetam essa regulação, como ocorre
no diabetes melito. Esse quadro é caracterizado por hiperglicemia crônica – a concentração de glicose no sangue tende a
permanecer mais alta do que os valores de referência porque as células não são capazes de absorver a glicose sanguínea
de maneira suficiente. Nessa situação, a gordura se torna o principal substrato energético degradado na respiração celular.
Existem dois tipos principais de diabetes melito. Em ambos é observada a manutenção de altos níveis sanguíneos de
glicose, porém por causas distintas.
O diabetes melito tipo é caracterizado pela deficiência na síntese e na secreção de insulina. A causa desse tipo
de diabetes melito é geralmente autoimune: o sistema imunitário, por meio da ação de anticorpos, destrói as células
pancreáticas produtoras de insulina. Assim, a regulação da glicemia acontece mediante a administração de insulina,
por exemplo, por meio de injeções. Por esse motivo, essa condição também é conhecida como diabetes dependente
de insulina. O diabetes melito tipo 1 pode ser designado como diabetes juvenil, uma vez que geralmente se manifesta
na infância.
O diabetes melito tipo , também conhecido como diabetes não dependente da insulina, é causado pela redução
da capacidade das células-alvo em responder à presença da insulina, caracterizando um quadro de resistência insulínica.
Nessa situação, apesar de a insulina ser produzida, as células-alvo não são sensibilizadas e a glicose não é absorvida
FRENTE 3
eficientemente, permanecendo no sangue. Trata-se de um quadro que, em geral, inicia-se na idade adulta, sobretudo a
partir dos 60 anos, e corresponde a cerca de 90% dos casos de diabetes melito. Fatores hereditários, sedentarismo e
obesidade influenciam o desenvolvimento do diabetes melito tipo 2. O controle é feito com a prática regular de atividades
físicas, uma dieta saudável e, dependendo a situação, o auxílio de medicamentos.
Ambos os tipos de diabetes melito apresentam sintomas e sinais bastante característicos, como a presença de gli-
cose na urina (glicosúria). Quando a glicemia está elevada, muita glicose passa do sangue para o filtrado glomerular no
interior dos néfrons, excedendo a capacidade de reabsorção da glicose de volta para o sangue. Em decorrência disso,
maior quantidade de água é eliminada, resultando em aumento do volume urinário (poliúria) e, consequentemente, sede
intensa. Também pode ser observado aumento do apetite, mas, mesmo assim, é comum a pessoa exibir perda de peso.
O diabetes melito pode causar uma série de complicações, como problemas circulatórios, renais e visuais (podendo levar
à cegueira), além da dificuldade para cicatrização de lesões.
177
Revisando
1. Explique como o sistema endócrino atua no controle das atividades básicas ligadas ao funcionamento do organismo.
3. Cite os hormônios secretados pela neuroipófise e os que são sintetizados e liberados pela adenoipófise.
6. Explique como os hormônios PTH e calcitonina atuam na regulação do nível sanguíneo de cálcio.
7. Indique os hormônios secretados pelo córtex e pela medula das glândulas suprarrenais.
179
9. PUC-SP 2017 Um experimento foi conduzido para ve- Promove a conversão de aminoácidos e lipídeos
rificar a influência de um hormônio da tireoide sobre o em glicose pelo fígado.
metabolismo celular. Para isso, foram obtidas células Estimula a liberação de leite e a contração do útero.
hepáticas (hepatócitos) de ratos cujos níveis sanguí- Controla a concentração de cálcio no sangue.
neos do hormônio foram previamente classificados Diminui a liberação de cálcio no sangue.
como baixos, normais ou elevados. Sob condições Estimula o crescimento corporal, a síntese proteica
controladas, foi medida a taxa de consumo de oxi- e é hiperglicemiante.
gênio de cada um dos três grupos de células, e o Assinale a alternativa que contém a sequência corre-
resultado está representado no gráfico a seguir. ta, de cima para baixo.
10 a) 4 – 1 – 2 – 5 – 3
Consumo celular de O2 (nmol/min/mg)
9 b) 3 – 2 – 4 – 1 – 5
8 c) 1 – 5 – 4 – 2 – 3
7 d) 3 – 5 – 1 – 4 – 2
6 e) 1 – 4 – 5 – 3 – 2
5
4
12. Uece 2018 Hormônios são substâncias produzidas
3
e liberadas por determinadas células para atuarem
2
sobre células-alvo modificando seu funcionamento.
1 Relacione corretamente os hormônios às descrições
0
Baixo Normal Elevado apresentadas a seguir, numerando a coluna II de acor-
Níveis do hormônio da tireoide
do com a coluna I.
Coluna I
Os resultados desse experimento permitem concluir . Insulina
que, nos hepatócitos dos ratos estudados, . Adrenalina
a) o hipertireoidismo eleva o consumo de oxigênio . Prolactina
na etapa citoplasmática da respiração celular. . Glicocorticoide
b) o hipotireoidismo acelera a produção de ATP. Coluna II
c) o hipertireoidismo estimula a fosforilação oxidativa. Aumenta a taxa cardíaca, a pressão sanguínea e
d) o hipotireoidismo torna a cadeia respiratória um desvia o uxo sanguíneo do intestino para os mús-
processo anaeróbio. culos esqueléticos.
Estimula a síntese de proteínas e o armazenamento
10. Unesp 2016 Um hormônio foi injetado na circulação de glicose pelas células, reduzindo a concentração
sanguínea de uma pessoa. O gráfico mostra como a de glicose no sangue.
concentração de cálcio no sangue variou ao longo do Inuencia a concentração de glicose no sangue e
tempo após a injeção. outros aspectos do metabolismo de gorduras, pro-
injeção do teínas e carboidratos.
hormônio
Estimula o desenvolvimento das mamas e a produ-
Cálcio (nmol/L)
2.40
2.35 ção e secreção de leite nas fêmeas de mamíferos.
2.30 A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) 2, 1, 4, 3.
b) 4, 3, 2, 1.
c) 1, 4, 2, 3.
0 1 2 3 4 5 6 d) 3, 2, 1, 4.
Tempo (horas)
(John Hall. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology, . Adaptado.) 13. FPP-PR 2016 Leia ambos os textos para responder à
É correto armar que o hormônio injetado na circula- questão.
ção sanguínea dessa pessoa foi
Assistir a shows ao vivo pode reduzir níveis
a) o glucagon. d) a calcitonina.
b) a tiroxina. e) a aldosterona. de estresse, sugere estudo
c) o paratormônio. Um estudo realizado por pesquisadores britânicos
com 117 voluntários sugere que assistir a shows de músi-
11. Udesc 2012 Os hormônios agem como mensagei- ca ao vivo reduz os níveis de estresse das pessoas. Estudos
ros químicos e atuam em receptores específicos nas prévios já mostraram que ouvir música pode ajudar tanto
membranas celulares. Associe as colunas a seguir: para o relaxamento quanto para a concentração. Mas essa
. Paratormônio . Calcitonina nova pesquisa publicada no periódico Public Health foca
. Somatrotóco . Ocitocina especialmente nas apresentações ao vivo e os efeitos que
. Cortisol – glicocorticoide os eventos podem ter nas pessoas.
181
18. Fatec-SP 2017 Em populações humanas com menos acesso a nutrientes e isoladas geneticamente, a fome atua na
seleção evolutiva dos genes poupadores, que estimulam vias metabólicas e fisiológicas responsáveis pela formação
de reservas energéticas no corpo.
Indivíduos dessas populações, quando emigram, frequentemente têm acesso a dietas mais calóricas e tendem a
apresentar doenças como a
a) diabetes melito tipo II, que é caracterizada pelo desenvolvimento de resistência à insulina.
b) diabetes melito tipo I, que é caracterizada pela deficiência no metabolismo de álcoois.
c) artrite reumatoide, que é oriunda da falta de vitamina A na gravidez.
d) artrite séptica, doença alergênica agravada com o consumo insuficiente de água mineral.
e) artrite gotosa, doença cujos sintomas advêm do consumo excessivo de gorduras insaturadas.
19. UFU-MG O hormônio chamado controla o teor de açúcar no corpo dos mamíferos. Ele é produzido
pelo e sua deficiência pode provocar uma doença chamada . O hormônio responsá-
vel por estimular e manter os processos metabólicos recebe o nome de ; é produzido pela glândula
, e o aumento do volume dessa glândula por carência de iodo na dieta é chamado de .
A alternativa que completa corretamente as lacunas é:
a) Insulina; pâncreas; diabetes; tiroxina; tireoide; bócio
b) Tiroxina; fígado; bócio; insulina; tireoide; diabetes
c) Insulina; fígado; diabetes; tiroxina; hipófise; bócio
d) Tiroxina; pâncreas; bócio; insulina; hipófise; diabetes
21. Uepa 2012 Ele surge do nada. Tem os músculos enrijecidos e uma arma na mão. Está tão assustado quanto você, mas a voz
sai forte: “É um assalto!”. Diante dessa situação de perigo ou assim considerada pelo organismo, a medula é estimulada pelo
sistema nervoso simpático e libera substâncias que aumentam a capacidade do organismo de enfrentar a situação de alarme.
(Adaptado de Linhares e Gewandsznajder: Biologia – volume único, 2008).
Substâncias Ação
As corretas são:
a) I, II, III e V d) III, IV, V e VI
b) I, III, IV e V e) I, II, III, IV e VI
c) II, IV, V e VI
22. UEL-PR 2017 Garfield, um dos personagens da charge, construiu sua fama devido ao fato de apresentar algumas
características, como, por exemplo, a deposição excessiva de gordura corporal. Essa condição, na qual se incluem os
humanos, pode ser explicada pela ingestão de alimentos em quantidades maiores do que aquelas que podem ser
utilizadas pelo organismo para a obtenção de energia.
Com base nos conhecimentos sobre metabolismo, assinale a alternativa correta.
a) A função do metabolismo é transformar moléculas grandes e complexas em pequenas, simples e solúveis, assim,
o amido é convertido em ácidos graxos, as proteínas, em aminoácidos, e os lipídios, em moléculas de glicose.
b) As substâncias reguladoras, por possuírem a função de suprir as necessidades energéticas, garantem um meta-
bolismo normal e devem ser ingeridas em todas as refeições.
c) O catabolismo é a etapa na qual os nutrientes são assimilados e utilizados para formar novas substâncias indis-
pensáveis ao crescimento, à manutenção e à regeneração do organismo.
d) O anabolismo é a etapa na qual ocorre a quebra de moléculas complexas em outras mais simples, com liberação
de energia e eliminação de substâncias de excreção.
e) O pâncreas produz o glucagon, que age no fígado e estimula a glicogenólise, reação que transforma o glicogênio
em glicose, e a insulina, que tem por função reduzir a concentração de glicose no sangue.
Leia o texto para responder à questão 23.
Um dispositivo portátil mostrou-se eficaz em controlar o diabetes tipo 1 em adultos e jovens com a doença. Segundo
os pesquisadores que desenvolveram a tecnologia, a técnica é mais prática e segura do que as disponíveis atualmente para
tratar o problema. O equipamento é formado por um pequeno sensor inserido sob a pele de um lado do abdome do paciente.
Esse sensor mede os níveis de glicose no sangue e envia essa informação a um smartphone adaptado. O smartphone, a partir
desses dados, calcula a quantidade de insulina e glucagon que deve ser secretada. Os hormônios são administrados por duas
pequenas bombas ligadas a tubos finos que são inseridos sob a pele do outro lado do abdome do paciente.
(http://tinyurl.com/veja-cientistas Acesso em: 28.08.14. Adaptado)
23. Fatec-SP 2015 O conjunto de equipamentos descrito no texto reproduz o mecanismo fisiológico do organismo para
controlar a glicemia (concentração de glicose no sangue). Em um indivíduo saudável, esse controle ocorre pela via
ilustrada na figura apresentada.
Alimentos Absorção
Secreção de glicose
de insulina
Pâncreas Fígado
Redução da taxa de
Aumento da taxa de glicose no sangue
glicose no sangue
Liberação
FRENTE 3
de glicose Secreção
de glucagon
Atividade física
Jejum prolongado
Fígado Pâncreas
Com base nas informações contidas no texto e na gura, é possível dizer que o novo equipamento auxilia o tratamen-
to do diabetes tipo 1, ao cumprir as funções do
a) fígado e do pâncreas, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
b) fígado, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
c) fígado, liberando insulina para aumentar a glicemia e glucagon para diminuí-la.
d) pâncreas, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
e) pâncreas, liberando insulina para aumentar a glicemia e glucagon para diminuí-la.
183
24. UEL-PR 2014 Nas grandes cidades, encontramos B D
nível elevado
indivíduos submetidos a jornadas de trabalho com
longos períodos em jejum, como também indivíduos
que se alimentam excessivamente de carboidratos nível normal
em refeições rápidas.
Com base nessas considerações e nos conhecimen- nível baixo
A C
tos sobre as ações dos hormônios insulina e glucagon,
assinale a alternativa correta. Após sua análise, é possível armar que, nos momen-
a) Com a redução da taxa de glicose no sangue, as tos indicados por
células do fígado liberam insulina que age no pân- a) A e C, há aumento da secreção de insulina.
creas, quebrando o glicogênio em glicose. b) B e D, há aumento da secreção de insulina.
b) Com a redução da taxa de glicose no sangue, as c) A e C, há diminuição da secreção de glucagon.
células do pâncreas liberam glicogênio na forma d) B e D, há diminuição da secreção de insulina e de
de insulina que estimula o fígado a armazenar glu- glucagon.
cagon na forma de glicogênio.
28. PUC-PR 2016 O pâncreas é uma glândula mista que
c) Com a redução da taxa de glicose no sangue, as
apresenta regiões de função endócrina denominadas
células do pâncreas liberam glucagon que age no
de ilhotas de Langerhans; nessas ilhotas existem célu-
fígado, quebrando o glicogênio em glicose.
las alfa produtoras de glucagon, células beta produtoras
d) Com o aumento da taxa de glicose no sangue, as
de insulina, células delta que produzem somatostatina e
células do fígado liberam glucagon que estimula o
células PP, que produzem um polipeptídeo pancreático.
pâncreas a armazenar glicose na forma de insulina.
É conhecido que a insulina e o glucagon atuam regulan-
e) Com o aumento da taxa de glicose no sangue,
do a glicemia (taxa de glicose no sangue). Os hormônios
as células do pâncreas liberam glucagon que es-
agem através de receptores específicos de alta afinida-
timula o fígado a armazenar insulina na forma de
de. Um dos distúrbios típicos de glicemia é a diabetes
glicogênio. mellitus, tipo I (diabetes mellitus insulinodependente) e
tipo II (as células são resistentes à ação da insulina). O
25. PUC-PR 2021 Pesquisas científicas indicam que é
controle da glicemia ocorre da seguinte maneira:
possível tumores produzirem hormônios. O sistema
endócrino apresenta hormônios que são substân- Célula
beta Ins
cias químicas de caráter regulador. Juntamente com la uli
u
n
im
Pâncreas
a
o sistema nervoso, o sistema endócrino controla, de
Est
Alimento
be Célula
forma direta e indireta, todas as funções do organis- Ini alfa
Alta taxa
mo humano. de glicose
Fígado absorve a
Imagine que um desses tumores passe a produzir e li- Fígado quebra o
glicogênio e libera glicose e armazena na
forma de glicogênio
berar, na corrente sanguínea, uma grande quantidade glicose
uc
ag
c) hiperglicemia. on
Célula E s ti m u
la
alfa
d) redução da glicogênese.
e) aumento da glicogenólise. Disponível em: <http://iebvm.g12.br/images/2014/componentes_
curriculares/1A_EM/biologia/bioquimica_%20a_quimica_da_vida.pdf>.
26. PUC-SP 2017 A pancreatite crônica é uma doença Suponha que uma pessoa seja diabética tipo I e não
que leva à destruição gradativa do pâncreas, o que esteja fazendo o controle da doença. Ela ingeriu car-
pode fazer com que ele perca suas funções exócri- boidratos como amido, sacarose e lactose. Após a
na e endócrina. No caso de insuficiência exócrina, a digestão e absorção dos carboidratos, espera-se que:
pessoa recebe por via oral as enzimas que ela não a) ocorra o bloqueio das células alfa e a estimulação
produz, como A e B. Havendo comprometimento da das células beta, provocando a glicogenólise e a
função endócrina, é necessário receber injeção de C hipoglicemia.
após as refeições. b) seja liberado glucagon na corrente sanguínea,
O texto acima ca correto se as letras A, B e C forem ocorrendo a glicogenólise e a hipoglicemia.
substituídas, respectivamente, por c) aconteça a ligação entre insulina e os receptores
a) pepsina, tripsina e insulina. específicos de membrana que facilitam a entrada
b) maltase, quimotripsina e glucagon. de glicogênio nos hepatócitos do fígado.
c) insulina, glucagon e lipase. d) não ocorra a liberação de insulina (pelas células
d) amilase, lipase e insulina. beta do pâncreas), promovendo hiperglicemia e
gliconeogênese.
27. FMABC-SP 2016 O gráfico mostra diferentes níveis e) aconteça uma redução da sensibilidade dos teci-
de glicose no sangue de uma pessoa sadia: dos à insulina, promovendo a hipoglicemia.
Resumindo
Introdução
y O sistema endócrino é constituído pelo conjunto de glândulas endócrinas do organismo.
y O controle endócrino é feito por meio da ação dos hormônios sobre suas células-alvo.
Regulação dos níveis hormonais
y Feedback (retroalimentação) negativo: a resposta das células-alvo inibe a produção do hormônio que a desencadeou,
evitando que os hormônios sejam liberados em quantidades excessivas.
y Feedback (retroalimentação) positivo: o aumento da intensidade da resposta das células-alvo resulta em aumento da libe-
ração do hormônio que as estimula.
Principais glândulas endócrinas
y Hipófise (ou pituitária)
– Localizada na base do encéfalo, intimamente associada ao hipotálamo.
– Dividida em duas regiões:
• neuroipófise (porção posterior): não produz hormônios; armazena e libera no sangue hormônios sintetizados pelo
hipotálamo.
• adenoipófise (porção anterior): sintetiza e secreta hormônios sob o controle do hipotálamo.
Regiões da hipófise Hormônios Ações e características
FRENTE 3
185
y Glândula tireoide (ou tireóidea)
– Localizada na porção anterior do pescoço.
Regiões das
Hormônios Ações e características
suprarrenais
Degradação do
Representação da atuação da insulina e do glicogênio estocado Glucagon
Células-alfa
glucagon na homeostase da glicose. no fígado
Site
https://revistapesquisa.fapesp.br/a-descoberta-da-insulina/
(Acesso em: 23 mar. 2022)
Reportagem sobre a descoberta da insulina.
187
3. CUSC-SP 2019 A figura ilustra três tipos de controle desenvolvimento dos órgãos sexuais até a incidência de
que ocorrem no corpo humano: o controle endócri- doenças como câncer e diabetes.
no, o controle nervoso e o controle neuroendócrino. BEER.R. Disponível em:<http://revistagalileu.globo.com/Revista/
noticia/2017/06/voce-deveria-saber-o-que-sao-os-desreguladores-
endocrinos.html>. Acesso: 19 de jun. 2017.
5. PUC-PR 2018 (Adapt.) Considere o texto a seguir. 7. FMP-RJ 2016 Grande parte dos pacientes com hiper-
Você deveria saber o que são os paratiroidismo brando exibe poucos sinais de doença
óssea e raras anormalidades inespecíficas, em conse-
desreguladores endócrinos
quência da elevação do nível do cálcio, mas apresenta
Compostos químicos sintéticos, os desregulado- tendência extrema à formação de cálculos renais. Isso
res seespalham pelo meio ambiente e são causadores se deve ao fato de que o excesso de cálcio e fos-
dedoenças. fato absorvidos pelos intestinos ou mobilizados dos
Apesar de serem ilustres desconhecidos da maior
ossos no hiperparatiroidismo será finalmente excre-
parte da população, eles estão por todos os lados: no ar,
tado pelos rins, ocasionando aumento proporcional
na água, nos cosméticos, nas garrafas de plástico... Com-
nas concentrações dessas substâncias na urina. Em
postos químicos sintéticos, os desreguladores endócrinos
decorrência disso, os cristais de oxalato tendem a se
se espalham pelo meio ambiente e afetam o funcionamen-
to dos hormônios de humanos e animais, alterando ou
precipitar nos rins, dando origem a cálculos com essa
anulando diferentes reações químicas responsáveis pelo composição.
funcionamento do organismo. O contato com os desre- O aumento na concentração plasmática de íons Cálcio
guladores endócrinos acontece de várias maneiras: alguns estimula a produção de um hormônio peptídico que
deles são inalados, como os presentes em pesticidas ou tem efeitos opostos aos do Paratormônio (PTH).
emitidos na combustão do diesel; outros são absorvidos a) Nomeie o hormônio que diminui a concentração
pela pele, caso daqueles que fazem parte da composi- de Cálcio no sangue e indique a glândula endó-
ção de cosméticos; e há ainda aqueles que são ingeridos crina responsável pela sua produção.
junto com água ou com alimentos contaminados. A con- b) O PTH é inicialmente sintetizado nos ribossomos,
sequência são problemas de saúde que vão desde o mal sob a forma de pré-pró-hormônio, uma cadeia
Glândula X Paratireoide
Produz Inibe
Hipotálamo
TRH
Estimula
Hormônio Calcitonina Y
Produz
Hipófise
Inibe
TSH
Estimula
Tireoide
TPO
Produz Tendo em vista o exposto, responda:
a) Como são denominados a glândula X e o hormô-
T4 T3
nio Y, respectivamente?
Sistema endócrino
Atua
b) Explique duas funções da calcitonina no organis-
mo humano.
Células-alvo
Disponível em: <https://corticoides7unb.wordpress.com/2013/06/2/ 11. UEM-PR 2015 Os hormônios são compostos orgâni-
sintese-de-hormonios-da-tireoide>. Acesso em: 10 ago. 201. Adaptado.
cos produzidos por células isoladas ou por glândulas
endócrinas e, quando liberados no sangue, são ca-
Considerando a gura acima, como estão os níveis
pazes de estimular ou inibir o funcionamento de um
dos hormônios T3, T4 e TSH, em portadores de Ti-
órgão. Sobre este assunto, assinale a(s) alternativa(s)
reoidite de Hashimoto não medicados? Explique.
correta(s).
As paratireoides localizam-se na base do encé-
9. FCMSCSP 2020 No corpo humano, os mecanismos
falo, armazenam e liberam hormônios produzidos
de feedback ou de retroalimentação são aqueles
no hipotálamo e produzem os hormônios gona-
em que a produção de alguns hormônios por uma
dotrópicos.
glândula interfere na produção hormonal de outra. O
O hormônio antidiurético (ou vasopressina), produ-
esquema ilustra um caso de feedback envolvendo a
zido nas glândulas suprarrenais, atua sobre os rins
hipófise e a tireoidea.
promovendo a formação de grande quantidade
de urina.
FRENTE 3
189
12. UCS-RS 2018 As glândulas paratireoides sintetizam o A reabsorção de sódio nos rins é controlada pelos
paratormônio, cuja função é aumentar a concentração hormônios aldosterona e angiotensina.
de íons-cálcio no sangue. Sobre as glândulas parati- O hormônio antidiurético (ADH) é liberado
reoides, assinale a alternativa correta. pelas glândulas suprarrenais e aumenta a permea-
a) O paratormônio também participa da ativação da bilidade à água da membrana das células dos
vitamina D produzida na pele pela exposição aos glomérulos.
raios U.V. A sequência correta, de cima para baixo, é
b) O excesso de paratormônio gera um aumento na a) V – V – F – V.
quantidade de cálcio no sangue deixando os os- b) V – F – V – F.
sos mais fortes. c) F – F – V – F.
c) Os cálculos de cálcio nos rins são características d) F – V – V – F.
de casos de hipoparatireoidismo, isso é, falta de e) F – V – F – V.
cálcio no sangue.
d) O hiperparatireoidismo provoca a proliferação 15. UPF-RS 2017 Em relação ao sistema endócrino, são
das células C da glândula paratireoide, acarretan- feitas as afirmações abaixo. Assinale a alternativa
do a formação do bócio. correta.
e) A paratireoide também produz hormônios cor- a) As suprarrenais são constituídas por duas ca-
ticosteroides que podem gerar acúmulo de madas: a medula e o córtex. A medula secreta a
gordura no rosto e no corpo. adrenalina e a noradrenalina, principalmente em
situações de estresse.
13. Uerj 2016 O ciclo de atividade que ocorre no organis- b) A hipófise é uma região do sistema nervoso
mo dos seres vivos ao longo de um dia é denominado localizada na base do encéfalo, que secreta
ritmo circadiano. Nos vertebrados, o ritmo circadiano hormônios que controlam o funcionamento do
é controlado, principalmente, por dois hormônios, que hipotálamo.
determinam os períodos de sono e de fome. c) O hipotálamo se divide em dois lobos (anterior e
No gráco, estão indicados os níveis de um desses hor- posterior) e é responsável pela secreção de hor-
mônios, produzido por uma pessoa durante 24 horas. mônios que controlam a atividade da tireoide.
d) A tireoide localiza-se no pescoço e é responsável
concentração do hormônio (µg/100 ml)
Concentração (mg/dL)
Concentração (mg/dL)
400 400 e
glicos
deslocamento hídrico nos túbulos renais.
300 300
De acordo com essas informações, assinale a alterna-
ose
tiva que indica, correta e respectivamente, o tipo da 200 glic 200
ação representada pelos números 1, 2 e 3 e o resultado ulina
ins
do deslocamento hídrico. 100 100
insulina
a) (1); (2); (1); aumento da reabsorção de água. 0 0
1 2 3 4 1 2 3 4
b) (2); (2); (2); aumento da reabsorção de água.
Tempo (horas) Tempo (horas)
c) (1); (1); (1); aumento da reabsorção de água.
d) (2); (1); (2); redução da reabsorção de água. Identique o gráco que corresponde ao indivíduo
com diabetes mellitus, justicando sua resposta com
17. Uerj Com o objetivo de estudar a influência de hormô- base nas taxas de glicose e insulina.
nios sobre o metabolismo da glicose, foram utilizados Em seguida, nomeie o órgão responsável pela pro-
os seguintes procedimentos experimentais: dução da insulina e aponte a função exercida por sua
– manter inicialmente em jejum um animal adequado porção exócrina.
ao estudo;
– injetar nesse animal, por via subcutânea, e em dife- 19. Unesp 2017 O teste de tolerância à glicose (GTT)
rentes intervalos de tempo, os hormônios A, B e C, consiste em jejum de 12 horas, ao final do qual o
que atuam no metabolismo dos carboidratos. paciente ingere uma carga excessiva de glicose em
O gráco abaixo apresenta as alterações da taxa de dose proporcional ao peso corpóreo. Ao mesmo
glicose no sangue do animal em função da inoculação tempo, obtém-se uma amostra de sangue para a de-
de cada um desses hormônios. terminação da glicemia inicial. A seguir, são coletadas
amostras sucessivas, a cada 30 minutos, para a de-
taxa de glicose
pelo fígado.
inoculação de B
normal
rápida absorção
150 intestinal de carboidratos
125 doença hepática
100
Nomeie os hormônios A e B, produzidos pelo pâncreas, 75
e identique o órgão que produz o hormônio C. 50
Indique, ainda, o que ocorre com o glicogênio muscu- 25
lar após a administração do hormônio A. 0
1 2 3 4
Tempo (h)
18. Uerj 2019 O diabetes mellitus é uma síndrome meta- (Rui Curi e Joaquim P. de Araújo Filho. Fisiologia básica, 200. Adaptado.)
bólica que interfere na produção do hormônio insulina, Qual é o hormônio responsável pela redução da
alterando os níveis de glicose no sangue. Admita que glicemia durante o GTT e qual dos três indivíduos
os gráficos a seguir apresentam as taxas de glicose apresentou maior liberação desse hormônio durante o
e de insulina presentes no sangue de três indivíduos.
FRENTE 3
400
redução da glicose sanguínea ao longo do tempo?
300 in
su
lin
a
200 20. Uerj 2015 Para a realização de um exame, os indiví-
glic
ose duos A e B ingeriram uma solução contendo glicose.
100 Após a ingestão, foram registradas as alterações da
0 concentração plasmática da glicose e dos hormônios
1 2 3 4
X e Y em ambos os indivíduos. Observe os resultados
Tempo (horas)
das medições nos grácos:
191
concentração plasmática Glicose Hormônio X Hormônio Y
concentração plasmática
concentração plasmática
A
A
B
B
B
A
−60 0 60 120 180 240 300 −60 0 60 120 180 240 300 −60 0 60 120 180 240 300
tempo (minutos) tempo (minutos) tempo (minutos)
ingestão ingestão ingestão
de glicose de glicose de glicose
Com base na análise dos grácos, é possível identicar que um dos indivíduos apresenta diabetes tipo II e que um
dos hormônios testados é o glucagon.
O indivíduo diabético e o hormônio glucagon estão representados, respectivamente, pelas seguintes letras:
a) A − X b) A − Y c) B − X d) B − Y
22. UEM-PR 2016 A insulina, produzida e secretada pelo pâncreas, estimula a absorção de glicose pelas células muscu-
lares esqueléticas, pelos hepatócitos e pelas células do tecido adiposo.
Considerando o exposto e assuntos correlatos, assinale o que for correto.
O glucagon tem efeito contrário à insulina, estimulando a liberação de glicose nas células musculares esqueléti-
cas, nos hepatócitos e nas células do tecido adiposo.
A glicose absorvida após o estímulo gerado pela insulina será igualmente utilizada pelas células musculares es-
queléticas, pelos hepatócitos e pelas células do tecido adiposo.
O pâncreas é uma glândula endócrina e exócrina.
As células citadas no comando da questão são estimuladas pela insulina por possuírem receptores de membrana
para insulina, proteínas integrais de membrana sintetizadas pelo retículo endoplasmático rugoso.
A insulina é sintetizada pelo retículo endoplasmático rugoso, transportada em vesículas ao complexo golgiense
e à membrana plasmática, sendo secretada por exocitose.
Soma:
23. UEPG-PR 2014 O metabolismo da glicose está intimamente relacionado com os hormônios produzidos pelas ilhotas
de Langerhans do pâncreas. Com relação às atividades dos hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans e aos
quadros de saúde humana correspondentes ao metabolismo da glicose, assinale o que for correto.
Os dois principais hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans são a insulina e o glucagon. A insulina re-
duz o nível de glicose no sangue enquanto o glucagon aumenta.
A deficiência na produção de insulina provoca o aumento da taxa de açúcar no sangue, o que é uma das causas
da diabetes melito tipo I.
24. UEPG-PR 2014 O sistema endócrino humano é com- 27. CUSC-SP 2017 Três pessoas adultas, A, B e C, rece-
plexo e com uma grande quantidade de glândulas. beram uma injeção de glicose intravenosa e a taxa
Elas produzem hormônios que influenciam em prati- dessa substância no sangue (glicemia) foi analisada
camente todas as funções do organismo, interagindo por quatro horas, como indica o gráfico.
com o sistema nervoso. Com relação ao sistema en- 160
dócrino, assinale o que for correto.
O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino
(mg/100 mL de sangue)
informações sobre o meio externo. Entretanto, o 140
Taxa de glicose
C
sistema endócrino não pode regular a resposta a
essas informações.
120
A glândula pineal (ou epífise) produz o hormônio B
melatonina a partir da serotonina. A melatoni-
na inibe o desenvolvimento das gônadas e está 100 A
envolvida em modificações comportamentais li-
gadas aos ciclos de claro e escuro.
80
O pâncreas é uma glândula mista composta de 1 2 3 4
uma região exócrina, cujas secreções formam o Tempo (horas)
suco pancreático; e de uma região endócrina re-
presentada pelas ilhas pancreáticas ou ilhotas de a) Qual das três pessoas recebeu o diagnóstico de
Langerhans, que produzem os hormônios relacio- diabetes mellitus? Justifique sua resposta com
nados com o metabolismo da glicose (insulina e base no gráfico.
glucagon). b) Qual órgão deixa de produzir insulina numa pes-
Os hormônios trópicos estimulam a secreção de soa diabética? A insulina é uma proteína que
outras glândulas endócrinas. Um exemplo desse muitas pessoas diabéticas aplicam sob a pele,
caso é o hormônio tireoideotrópico (TSH) da ade- pois sua ingestão in natura não é eficaz quando
nohipófise, que atua sobre a glândula tireóidea. comparada à versão aplicada. Por que a insulina
Soma: ingerida in natura não traz o mesmo benefício
que a administrada por via subcutânea?
25. Famema-SP 2022 Na membrana das células do túbulo
renal, existem proteínas – chamadas SGLT2 – cuja fun- 28. FCMSCSP 2018 Pesquisadores italianos desenvolve-
ção é transportar a glicose do interior do túbulo para o ram um mecanismo capaz de bloquear a destruição de
interior das células durante a etapa de reabsorção. células beta do pâncreas pelo sistema imunológico. O
a) Um fármaco que bloqueia a ação das proteínas tratamento consiste no uso da terapia gênica em que há
SGLT2 vem sendo usado para o tratamento de injeção de vírus modificados geneticamente em células
diabetes mellitus tipo . De que forma esse blo- do fígado. Estas células passam a produzir uma molécu-
queio contribui para que o indivíduo atinja os la que impede que as células beta sejam destruídas por
níveis normais de glicose no sangue? linfócitos T do sistema imune. Com isso, a tolerância do
FRENTE 3
b) Em indivíduos sadios, o controle da glicemia (con- sistema imunológico é restaurada. Esse mecanismo inter-
centração de glicose no sangue) é realizado por rompe a progressão da doença e restabelece a glicose do
sangue a níveis normais.
dois hormônios antagônicos. Cite o local da pro-
(www.cienciahoje.org.br, 01.06.2015. Adaptado.)
dução desses hormônios e explique como eles
atuam sobre o metabolismo da glicose. a) Cite o nome da doença que uma pessoa de-
senvolve ao ter as células beta destruídas pelo
26. Uma possibilidade inovadora de tratamento para o sistema imunológico. Que molécula não é mais
diabetes tipo 1 é a realização de um transplante de produzida quando as células beta são destruídas?
células-tronco hematopoiéticas. Como essa doen- b) Que molécula as células do fígado deixarão de
ça geralmente tem origem autoimune, a estratégia produzir na ausência das células beta? Qual a fun-
proposta é reduzir temporariamente a atividade do ção dos vírus na técnica de terapia gênica?
193
BNCC em foco
EM13CNT302 EM13CNT302
1. 2.
Insulina Plasmática
II
20
III
V VI
40
DSI + KI T3 Plasmático
ng/100 ml
60 DSI
80
0 2 4 6 8 10 12 16 18 20 22 24
0
DSI + KI Horas
4
µg/100 ml T4 Plasmático
2 DSI
2000
DS
I a)
ng/ml TSH Plasmático b)
1000
c)
DSI + KI
d)
0
0 10 20 30 e)
Tempo de dieta (dias)
Figura I EM13CNT305
3.
b)
c)
BIOLOGIA Capítulo 11
KieferPix/Shutterstock.com
FRENTE 3
12
Nos seres humanos, o nascimento de um bebê é o resultado de uma série de proces-
sos fisiológicos que ocorrem no corpo de seus genitores. A formação dos gametas
masculino e feminino, que se fundem na fecundação e dão origem ao zigoto, a im-
plantação do embrião no útero, a manutenção da gestação e o parto são eventos
complexos e regulados, principalmente, por uma variedade de hormônios. Mesmo
após o parto, a complexidade da reprodução humana ainda é observada, por exemplo,
na amamentação, processo fundamental para nutrição do novo indivíduo, e no intenso
cuidado parental.
Sistema genital masculino
O sistema genital masculino é dividido em órgãos externos e internos. Os órgãos externos são o pênis e a bolsa
escrotal, enquanto os internos são os testículos, as glândulas acessórias e os ductos.
ELEMENTOS
A B FORA DE
PROPORÇÃO
Bexiga
Bexiga CORES
FANTASIA
Reto
Canal
deferente
BlueRingMedia/Shutterstock.com
Vesícula
seminal
BlueRingMedia/Shutterstock.com
Pênis Próstata
Canal
deferente
Epidídimo
Testículo Testículo
Bolsa escrotal Uretra Pênis
Representação da anatomia do sistema genital masculino em vista lateral (A) e em vista frontal (B). Embora estejam presentes na representação, a bexiga
urinária, o reto e o ânus não fazem parte do sistema genital.
Os testículos correspondem às gônadas masculinas e são as estruturas responsáveis pela espermatogênese (pro-
dução de espermatozoides) e pela síntese de testosterona, o hormônio sexual masculino. Os testículos ficam abrigados
na bolsa escrotal, que confere proteção e garante a manutenção da temperatura testicular em torno de 2 °C abaixo da
temperatura corporal, condição importante para a ocorrência da espermatogênese. Durante o desenvolvimento fetal, a
testosterona é importante na formação das estruturas genitais masculinas. Na puberdade, esse hormônio é o principal
responsável pelo desenvolvimento das características sexuais masculinas secundárias, como o engrossamento da voz e
o aumento da quantidade de pelos e da massa muscular.
Atenção
Saiba mais
BlueRingMedia/Shutterstock.com
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
FRENTE 3
197
A B
Ovários
Tuba uterina
Tuba uterina
Ovário
Útero
Bexiga
urinária
BlueRingMedia/Shutterstock.com
Útero Miométrio
k.com
Reto
Uretra Colo do útero
Endométrio
Clitóris
Lábios Vagina
menores
O útero é um órgão muscular com até 9 cm de com- término do fluxo menstrual, o ciclo continua e, no 14o dia,
primento e apresenta cavidade interna revestida pelo geralmente ocorre a ovulação, evento que consiste na libera-
endométrio, tecido rico em vasos sanguíneos. A parede ção de um ovócito II (secundário) em uma das tubas uterinas.
uterina é constituída pelo miométrio, músculo de contração O óvulo é formado apenas caso ocorra a fecundação.
involuntária que atua na eliminação do endométrio descamado Diversos fatores podem influenciar na ovulação. Dessa
na menstruação e na expulsão do feto durante o parto natural. forma, a liberação do ovócito II pode não ocorrer precisa-
As tubas uterinas estendem-se do útero até uma aber- mente no 14o dia do ciclo, podendo ocorrer alguns dias antes
tura próxima aos ovários. Na extremidade dessa abertura ou alguns dias depois. Por isso, em cada ciclo menstrual, é
existem prolongamentos, denominados fímbrias, que en- determinado um período, chamado período fértil, no qual há
volvem os ovários. A parede das tubas uterinas é revestida maiores chances de haver fecundação. Para se determinar o
internamente por um epitélio dotado de células ciliadas; período fértil, é colocada uma margem de três dias antes e
o batimento dos cílios contribui com o deslocamento do três dias depois a partir do dia esperado da ovulação. Assim,
ovócito II, liberado pelo ovário na ovulação, em direção o período fértil vai do 11o dia até o 17o dia do ciclo menstrual.
ao útero. Geralmente, a fecundação ocorre no interior de Caso não ocorra fecundação, o ciclo prossegue até a mens-
uma das tubas uterinas; nesse caso, o batimento dos cílios truação, evento que marca o início do próximo ciclo.
promove o deslocamento do embrião em direção ao útero,
órgão no qual deve ocorrer a implantação do embrião. Controle hormonal do ciclo menstrual
Os dois ovários correspondem às gônadas femininas. No início do ciclo menstrual, o FSH (hormônio foliculo-
Neles, ocorre a maior parte da ovogênese (formação do estimulante) é liberado no sangue pela adenoipófise; esse
óvulo), além da produção e da liberação dos principais hor- hormônio age sobre os ovários, estimulando o crescimento
mônios sexuais femininos, o estradiol (um tipo de estrógeno) e o amadurecimento dos folículos ovarianos (folículos de
e a progesterona. Os estrógenos estão ligados ao desenvol- Graaf). Geralmente, apenas um folículo completa o desen-
vimento das características sexuais secundárias femininas, a volvimento e libera o ovócito II. Certas células do folículo em
exemplo do desenvolvimento das mamas. crescimento começam a secretar estradiol (estrógeno), hor-
mônio que atua sobre o útero, estimulando a proliferação
Ciclo menstrual das células do endométrio. O aumento da concentração
O ciclo menstrual, cuja duração média é de 28 dias, de estrógeno resulta na inibição da secreção de FSH por
prepara o sistema genital feminino para uma possível gra- feedback negativo. Em seguida, a adenoipófise retoma a
videz. Durante sua ocorrência, eventos marcantes são secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) e, entre um e dois
observados nos ovários (ciclo ovariano) e no útero (ciclo dias antes da ovulação, é observado um pico de secreção
uterino). O ciclo menstrual ocorre periodicamente desde a de LH (hormônio luteinizante). Esse aumento abrupto da
puberdade, a partir da menarca (primeira menstruação), até concentração de LH causa o rompimento do folículo ovaria-
a menopausa (última menstruação), por volta dos 50 anos no cujo desenvolvimento avançou, resultando na liberação
de idade. Entre a primeira menstruação e a menopausa do ovócito II em uma das tubas uterinas. O ovócito II liberado
estima-se que ocorram cerca de 500 ciclos. permanece viável por cerca de 24 horas.
O primeiro dia do ciclo menstrual corresponde ao início Após a liberação do ovócito II (ovulação), as células do
da menstruação, que consiste na descamação e na elimi- folículo remanescentes no ovário formam o corpo lúteo
nação do endométrio e de sangue pela abertura vaginal. A (corpo amarelo). O LH estimula o corpo lúteo a secretar
duração média da menstruação varia de 3 a 7 dias. Após o estrógeno e progesterona – a progesterona age sobre
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Hormônio
foliculoestimulante (FSH)
Progesterona
Estradiol
Hormônios
ovarianos
199
Métodos contraceptivos Diafragma
Os seres humanos desenvolveram métodos de contra- O diafragma é uma peça, geralmente feita de látex, que
cepção, isto é, que previnem a gravidez indesejada. Esses deve ser inserida pelo canal vaginal até o colo do útero,
métodos variam com relação à sua eficiência e podem ser antes do ato sexual.
comportamentais, de barreira, fisiológicos ou cirúrgicos. Tam-
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bém podem variar com relação à sua reversibilidade, isto é, se
são métodos que podem ser desfeitos ou se são irreversíveis.
Abstinência sexual
Esse método corresponde à não realização da prática
sexual; dessa forma, impede-se o encontro dos gametas
e não há fecundação.
Coito interrompido
O coito interrompido consiste na retirada do pênis
de dentro da vagina antes da ejaculação. Trata-se de um
método pouco confiável e com altas taxas de falha, pois
espermatozoides podem ser transferidos por meio do lí-
quido pré-ejaculatório.
Diafragma, um método contraceptivo de barreira.
Tabelinha
A tabelinha baseia-se na abstinência sexual apenas
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durante o período fértil do ciclo menstrual. É um método
que requer atenção a alterações fisiológicas relacionadas
à ovulação, como aumento da temperatura corporal e al-
T
terações no muco cervical, que se torna mais espesso.
A tabelinha corresponde a um método contraceptivo com
grandes taxas de falha (cerca de 20%), pois diversos fato-
res podem atrasar ou adiantar a ocorrência da ovulação.
Além disso, deve-se considerar que a viabilidade do gameta
feminino na tuba uterina é de cerca de 24 horas, e a dos
espermatozoides, de cerca de 72 horas.
CORES ELEMENTOS
Preservativos masculino e feminino FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Popularmente conhecidos como camisinha, esses mé-
Representação esquemática da posição do diafragma ao ser inserido
todos impedem o encontro entre os gametas masculino e
corretamente.
feminino e a fecundação. O preservativo masculino envol-
ve o pênis e o sêmen eliminado na ejaculação fica retido Esse método de barreira impede que os espermatozoi-
em um reservatório em sua extremidade. O preservativo des cheguem ao útero. É recomendado que o diafragma
feminino é introduzido no canal vaginal e impede que os es- seja usado em associação com géis espermicidas. Se utili-
permatozoides cheguem ao útero. Usados adequadamente, zado corretamente, a eficácia contraceptiva do diafragma
os preservativos apresentam mais de 95% de eficácia na é alta, chegando a cerca de 95%. O diafragma não previne
contracepção. Além disso, são o único método eficiente a transmissão de ISTs.
na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis
(ISTs), devendo ser utilizados em todas as relações sexuais. DIU (dispositivo intrauterino)
O DIU é uma estrutura em forma de T que é instalada no
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terstoc
disfunção erétil e não prejudica a produção de testosterona.
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CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
medicalstoc
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Contracepção hormonal R
As pílulas anticoncepcionais contêm hormônios sin-
téticos similares aos estrógenos e/ou à progesterona. A A cirúr-
utilização das pílulas mantém elevada a concentração desses gico que consiste em cortar e amarrar ou cauterizar as tubas
hormônios, que simulam o efeito dos hormônios ovarianos no uterinas, a fim de impedir que o ovócito II e os espermatozoi-
sangue, inibindo, por feedback negativo, a secreção dos hor- des se encontrem. A realização da laqueadura não acarreta
mônios hipofisários FSH e LH. Por conta disso, não ocorrem em irregularidades na dinâmica hormonal do ciclo menstrual.
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maturação dos folículos ovarianos e ovulação. O uso correto CORES
FANTASIA
da pílula anticoncepcional apresenta eficácia de 99%. Esses
ELEMENTOS
hormônios também podem ser administrados por meio de FORA DE
PROPORÇÃO
adesivos, injeções e implantes subcutâneos. A fim de evitar
efeitos adversos, o uso de qualquer método hormonal deve
ser feito mediante orientação médica.
A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo
hormonal que deve ser utilizado apenas em situações de
emergência, por exemplo, quando o preservativo se rompe.
Essa pílula apresenta altas concentrações de progesterona
sintética que atua no deslocamento dos gametas e inibe
a fecundação ou a nidação; também pode inibir ou atrasar a
ovulação. A pílula do dia seguinte deve ser ingerida até 72
horas após a relação sexual desprotegida. O uso desse mé-
todo hormonal pode resultar em reações adversas, como
alterações no padrão do ciclo menstrual, sangramentos,
dor abdominal, tontura, cefaleia etc. à esquerda, foi representada a estrutura íntegra para fins de comparação.
Revisando
FRENTE 3
1. A partir dos testículos, descreva o caminho realizado pelos espermatozoides até que sejam eliminados na ejaculação.
2. Indique a importância da ação dos hormônios LH e FSH no funcionamento do sistema genital masculino.
201
3. Próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais são glândulas acessórias do sistema genital masculino. Expli-
que a função de cada uma delas.
4. Indique o local de ocorrência da espermatogênese nos testículos e descreva as funções desempenhadas pelas
células intersticiais (células de Leydig) e pelas células de Sertoli.
6. Explique a atuação dos hormônios ovarianos e dos hormônios gonadotróficos hipofisários no ciclo menstrual.
7. Considerando um ciclo menstrual regular de dias, indique o evento que marca o seu início e qual é o provável dia
da ovulação. Explique em que consiste o período fértil.
8. Explique em que consiste a nidação e o porquê de o exame de hCG (gonadotrofina coriônica humana) ser capaz de indicar
que uma gestação encontra-se em curso.
9. Explique o que são métodos contraceptivos e indique aqueles que previnem infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Exercícios propostos
1. Uepa 2014 O aparecimento de características sexuais próstata afetarminha família, meu conhecimento era bem
secundárias no menino, a partir da puberdade, resulta pequeno.” A sociedade Americana Contra o Câncer estima
da ação da testosterona sobre o organismo em de- que, nos Estados Unidos, em 2016, foram diagnosticados
senvolvimento. No sistema reprodutor, a estrutura que cerca de 181 mil casos novos de câncer de próstata e fo-
abriga as células responsáveis pela síntese do referi- ram registrados mais de 26 mil mortos por essa causa. No
do hormônio é denominada: Brasil, os dados mais recentes do Inca (Instituto Nacional
a) uretra. do Câncer) apontam que são registrados mais de 61 mil
b) próstata. novos casos da doença por ano, com mais 13,7 mil mortes.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/
c) testículo. 2016/05/01/o-que-e-e-para-que-serve-a-prostata-principalfoco-
d) vesícula seminal. de-cancer-masculino.htm. Acesso: em 04 maio 2016.
e) glândula bulbouretral.
2. UAM-SP 2017
203
4. UFJF/Pism-MG 2019 O atendimento ambulatorial para 6. UEMG 2017 Analise a representação gráfica do ciclo
transgêneros no Ministério da Saúde, regulamentado pela ovariano regular de dias, mostrado a seguir.
Portaria nº 2803, de 19 de novembro de 2013, teve um
aumento de 32% entre 2015 e 2016. Em 2016 foram fei-
tas 4.467 consultas, em comparação a 3.388 em 2015. A
terapia hormonal no processo transexualizador cresceu
187% no período. Em 2015, foram 52 procedimentos.
Em 2016, 149. A expansão, de acordo com o Ministério
da Saúde, é resultado do maior número de centros habi-
litados para fazer esse atendimento.
(Texto adaptado. O Estado de São Paulo. Terapia hormonal
para mudança de sexo quase triplica no país, 25 jan. 2017.)
concentração hormonal
os hormônios sexuais se torna baixa no sangue
da mulher.
II. Durante o período da menstruação, a hipófise rei-
nicia a produção de FSH.
III. A presença do FSH no sangue induz o desen-
volvimento dos folículos ovarianos que passam a
produzir progesterona.
0 ovulação 28 dias
IV. O LH induz as células do folículo ovariano rompi-
do a se transformarem no corpo lúteo, que produz
estrógeno e progesterona.
V. A produção de hormônios sexuais femininos di- Y
minui progressivamente a partir dos 50 anos até
concentração hormonal
cessarem a produção.
A alternativa que contém todas as armativas corretas é:
a) I, II e III
b) II, III e V
c) I, II, IV e V
d) II, III, IV e V
e) I, III, IV e V
0 ovulação 28 dias
9. Enem 2014 Em média, a cada dias ocorrem
mudanças no corpo da mulher devido ao seu ciclo re-
produtivo. Em cada ciclo, observam-se modificações Z
morfológicas nas glândulas mamárias, ovários e útero,
em função da liberação de inúmeros hormônios. No
concentração hormonal
205
O LH atua na formação do folículo ovariano que se a) com a queda na concentração de gonadotrofina
rompe e passa a ser o corpo lácteo ou corpo-ama- coriônica, o corpo lúteo regride e a produção de
relo que ocasiona a descamação do endométrio. progesterona e estrógeno é mantida pela placenta.
Os ovários produzem o estrógeno, responsável b) pouco antes da vigésima quarta semana os três
pelas características sexuais secundárias, como o hormônios encontram-se na mesma concentra-
desenvolvimento das mamas e o arredondamento ção, momento em que se inicia a produção do
das formas da mulher. leite materno.
A progesterona, produzida na hipóse, é o princi- c) a partir da vigésima quarta semana, a concentra-
pal hormônio da gravidez, mantendo o endométrio ção de gonadotrofina coriônica é mantida estável
preparado para a recepção do embrião. devido à sua produção pelos ovários e pelo en-
dométrio.
12. UFRGS 2019 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) d) o crescente aumento na concentração de proges-
as afirmações abaixo, sobre características dos ciclos terona e estrógeno durante 3 semanas é devido
ovariano e uterino nos seres humanos. ao estímulo da gonadotrofina coriônica sobre o
O primeiro dia da menstruação corresponde ao iní- endométrio.
cio de um novo ciclo reprodutivo e está associado e) após cerca de nove semanas de gravidez, a con-
à queda nos níveis de estrógeno e progesterona centração de gonadotrofina coriônica diminui
no sangue. devido à crescente produção de estrógeno e pro-
gesterona.
A cada novo ciclo, nas mulheres em idade reprodu-
tiva, várias ovogônias são hormonalmente induzidas
a iniciarem seu ciclo meiótico. 14. Unesp 2018 Marina não menstruou na data previs-
O corpo lúteo ou corpo amarelo que se forma no ta e então comprou um teste para gravidez. A figura
ovário, após a ovulação, secreta progesterona que ilustra a realização do teste, que indicou que Marina
estimula o endométrio a entrar em sua fase secretória. estaria grávida.
A queda denitiva dos hormônios no sangue, na
menopausa, induz ao término do ciclo menstrual, e
os ovócitos residuais permanecem em metáfase II.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
ses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F.
b) F – F – F – V.
c) V – F – V – F.
d) V – V – F – V.
e) F – V – V – F.
16. PUC-PR 2017 A duração de um ciclo menstrual é, em média, de dias. Convencionou-se designar o primeiro dia da
menstruação como o primeiro dia do ciclo. A regulação do ciclo depende de hormônios gonadotróficos (FSH e LH) e
de hormônios esteroides (estrógeno e progesterona). É possível identificar nos gráficos a seguir dois ciclos femininos
integrados: o ovariano e o uterino.
FRENTE 3
Considerando que os grácos representados referem-se a uma mulher adulta com ciclo menstrual regular de dias,
infere-se que
a) ela não está grávida, pois houve uma queda de progesterona e estrógeno no final do ciclo.
b) ela está grávida, pois, na fase lútea, há um aumento dos hormônios gonadotróficos.
c) ela está utilizando regularmente pílula contraceptiva composta por derivados de estrógeno e progesterona.
d) não está grávida, pois, na fase folicular, há diminuição de hormônios gonadotróficos.
e) na fase folicular, por ação da progesterona, houve uma retração do endométrio sugerindo gravidez.
207
17. FGV-SP 2021 O gráfico mostra a variação da concen- I. A vasectomia é caracterizada pela retirada do ór-
tração dos hormônios HCG (gonadotrofina coriônica gão representado por .
humana), estrógeno e progesterona no sangue de II. O diafragma é um dispositivo de borracha que
mulheres gestantes. deve ser introduzido na região indicada por .
III. O dispositivo intrauterino (DIU) atua no órgão in-
dicado em .
HCG
Concentração do hormônio
19. Ufla/PAS-MG 2017 Observe as figuras e analise as O local de aplicação e o mecanismo de ação do Va-
afirmativas referentes a métodos anticoncepcionais: salgel são semelhantes à(ao)
a) utilização da camisinha.
b) realização da vasectomia.
c) colocação do implante hormonal.
d) introdução do dispositivo intrauterino.
ser utilizado com uma pomada ou gel espermicida. a) evitando o contato do esperma com o canal vaginal.
d) o método da tabelinha é eficaz, se forem evitadas b) impedindo a entrada dos espermatozoides no útero.
relações sexuais somente no dia da ovulação. c) impedindo a união entre os gametas masculino e
e) a pílula, método hormonal feminino, impede a feminino.
ovulação. d) evitando que o embrião formado se implante no
útero.
25. UFG-GO 2014 Leia o texto a seguir.
A anticoncepção de emergência, ou “pílula do dia 28. Uerj 2013 A pílula anticoncepcional contém os hor-
seguinte”, é um método que pode evitar a gravidez. O mônios estrogênio e progesterona, que agem sobre a
Sistema Único de Saúde disponibiliza dois métodos ao hipófise alterando os níveis de liberação dos seguintes
usuário, sendo um deles o medicamento que possui hormônios: folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH).
209
No gráco abaixo, são mostradas as variações das semelhantes aos hormônios produzidos pelo orga-
concentrações de FSH e de LH durante um ciclo nismo feminino, o estrogênio (E) e a progesterona
menstrual de 28 dias de uma mulher que não usa an- (P). Em um experimento médico, foi analisado o san-
ticoncepcionais. gue de uma mulher que ingeriu ininterruptamente
um comprimido desse medicamento por dia durante
Ovulação seis meses.
FSH Qual gráco representa a concentração sanguínea
concentração hormonal
Concentração sanguínea
1 14 dias do ciclo E
P
Concentração sanguínea
o ciclo menstrual dessa mulher, estão apresentados em:
Ovulação
concentração hormonal
a) P
FSH
LH
E
Tempo
1 14 dias do ciclo
c)
Concentração sanguínea
b) Ovulação
concentração hormonal
FSH
LH
E
P
1 14 dias do ciclo
Tempo
c) Ovulação
concentração hormonal
FSH E
LH d) P
Concentração sanguínea
1 14 dias do ciclo
d) Ovulação
concentração hormonal
FSH
Tempo
LH
e)
Concentração sanguínea
E
P
1 14 dias do ciclo
O trecho acima alerta para o grande número de gestações não desejadas em adolescentes até 15 anos de idade.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta de maneira gratuita nove métodos contraceptivos que ajudam no
planejamento familiar, sendo todos disponíveis a adolescentes.
Com base nessas informações, assinale a alternativa CORRETA que se refere exclusivamente aos métodos anticon-
cepcionais hormonais:
a) Anticoncepcional injetável, diafragma e pílula combinada.
b) Anticoncepcional injetável, Dispositivo Intrauterino (DIU) e minipílula.
c) Dispositivo Intrauterino (DIU), pílula combinada e preservativo feminino.
d) Diafragma, minipílula e preservativo masculino.
Texto complementar
Endometriose pode afetar 10% das Ainda segundo ela, há alguns ginecologistas que também
subestimam as queixas das pacientes e, assim, deixam de encami-
mulheres brasileiras nhá-las para realizar exames mais detalhados, como indica o caso
Após sofrer por cerca de 34 anos com cólicas e outras dores de Andrea, que desde os 12 anos vêm passando por diferentes espe-
que se intensificaram ao longo do tempo, a jornalista Andrea Mello cialistas. A ressonância magnética pélvica e o ultrassom transvaginal
Diniz, 46 anos, está prestes a passar por uma cirurgia para retirada com preparo intestinal são os dois principais meios de identificar
do útero, colo do útero, ovários e tubas uterinas comprometidos pela a endometriose.
endometriose. Somente em 2019, 11.790 brasileiras precisaram de Além da cólica intensa que, em muitos casos, se torna de-
internação por causa da doença. bilitante, a doença costuma estar associada a outros sintomas,
A endometriose afeta cerca de 10% da população feminina como uma dor profunda na vagina ou na pelve, durante a relação
brasileira, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An- sexual, ou a uma dor pélvica contínua, mesmo que não relacionada
visa), sendo mais frequente entre mulheres de 25 a 35 anos de à menstruação. Outros sintomas comuns são a prisão de ventre ou
idade. A doença é causada por uma infecção ou lesão decorrente a diarreia durante o período menstrual e a dor ao evacuar ou urinar.
do acúmulo, em outras partes do corpo, das células que recobrem Contudo, a maioria dos casos é diagnosticada quando a pa-
a parte interna do útero (o endométrio) e que são eliminadas com ciente procura um especialista devido à dificuldade de engravidar
a menstruação. – o que pode ser uma das consequências da endometriose.
Como as chamadas células endometriais são regularmente “A infertilidade, assim como a doença, pode ser revertida, mas
expelidas junto com o fluxo menstrual, seguem se acumulando fora isso vai depender da situação. Qualquer que seja o caso, é preciso
da cavidade uterina, principalmente nas regiões da bexiga, ovários, analisá-lo individualmente, pois a eficácia do tratamento depende
tubas uterinas e intestino. Nos casos mais graves, como o de Andrea, do local afetado, do grau de comprometimento e do histórico da
podem formar nódulos que, se não forem tratados a tempo, tendem paciente”, explicou Helizabet.
a afetar o funcionamento de outros órgãos.
Cólicas podem ser sinal de alerta
“A endometriose bloqueou minha tuba uterina direita e meu
ovário direito, o que me causava dores horríveis. A doença também A vice-presidente da SBE alerta que muitas mulheres que têm
atingiu outros pontos e, de acordo com os médicos, poderia ter endometriose não apresentam qualquer outro sintoma que não uma
bloqueado meu intestino”, contou a jornalista que deve se submeter, cólica menstrual moderada. O que reforça a importância de que
em breve, a uma histerectomia total. todas consultem um ginecologista ao menos uma vez por ano e
“É a cirurgia para retirada de todo o aparelho reprodutivo que jamais naturalizem a dor.
feminino. Um procedimento extremo que, segundo outra médica es- “A mulher ouve que é normal ter cólica, que basta tomar um
pecialista em endometriose com quem conversei, é a melhor coisa remédio, e deixa o tempo passar. De fato, é normal a mulher ter
a fazer neste ponto a que cheguei. Segundo a médica, se a doença cólicas nos primeiros dias da menstruação, mas não que estas dores,
quando fortes, não passem nem tomando medicamentos. Não é na-
FRENTE 3
tivesse sido diagnosticada antes, isto talvez não tivesse sido neces-
sário”, acrescentou Andrea, em entrevista à Agência Brasil. tural que as dores atrapalhem atividades, o trabalho. Que impeçam
Segundo a vice-presidente da Associação Brasileira de En- a mulher de praticar atividades físicas. Aí, é o caso de procurar um
dometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), Helizabet especialista”, frisou Helizabet.
Salomão Ayrosa Ribeiro, a demora do diagnóstico da doença é [...] Desde julho de 2016, as secretarias de Saúde dos estados,
comum, mas costuma estar associada ao fato de muitas mulheres, municípios e do Distrito Federal devem oferecer os tratamentos
mesmo sofrendo, protelarem a ida ao médico, por acreditarem que médicos estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
as cólicas menstruais são naturais. – Endometriose, publicado pelo ministério, com os critérios de diag-
“Infelizmente, casos assim são frequentes. No mundo todo, nóstico e de tratamento, bem como os mecanismos de regulação,
a endometriose demora, em média, de sete a dez anos para ser controle e avaliação da doença em todo o país.
diagnosticada. Principalmente devido à tendência das pessoas natu- A pasta também acrescentou que há, disponíveis no Sistema
ralizarem a cólica menstrual, o principal sintoma e a principal queixa Único de Saúde (SUS), dois tipos de tratamento. O tratamento clí-
das pacientes”, afirmou a médica. nico visa neutralizar o estímulo hormonal estrogênico nos focos de
211
endometriose, proporcionando melhora nos sintomas da doença, “Nestes casos, a escolha do tratamento deve ser feita pelo
associado a medicamentos para o controle da dor. Em pacientes que médico e compartilhada com a usuária, avaliando sempre a gravi-
não desejam engravidar, contraceptivos hormonais são utilizados. dade dos sintomas, a extensão e a localização da doença, a idade
Já o tratamento cirúrgico é indicado quando os sintomas são da mulher e, principalmente, o desejo de engravidar”, esclarece
graves, incapacitantes, quando não houver melhora com tratamento o ministério.
empírico com contraceptivos orais ou progestágenos, em alguns RODRIGUES, A. Endometriose pode afetar 10% das mulheres brasileiras.
casos de endometriomas, de distorção da anatomia das estruturas Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/
pélvicas, de aderências, de obstrução do trato intestinal ou urinário, saude/noticia/2021-03/endometriose-pode-afetar-10-das-mulheres.
e para pacientes com infertilidade associada à endometriose. Acesso em: 25 fev. 2022.
Resumindo
Sistema genital masculino y Útero: órgão muscular.
y Testículos: correspondem às gônadas masculinas. – Apresenta cavidade interna revestida pelo endométrio.
– São protegidos pela bolsa escrotal. – Parede constituída pelo miométrio, músculo de contração
– Estruturas internas: involuntária que atua na eliminação do endométrio duran-
– Túbulos seminíferos: local de produção dos esper- te a menstruação e na expulsão do feto no parto natural.
matozoides (espermatogênese). y Tubas uterinas
– Células intersticiais (células de Leydig): responsáveis – Estendem-se do útero até uma abertura próxima aos ovários.
pela síntese de testosterona, hormônio sexual impor- – São internamente revestidas por epitélio ciliado.
tante à formação das estruturas genitais masculinas e, – Geralmente, a fecundação ocorre no interior de uma das
na puberdade, ao desenvolvimento das características tubas uterinas.
sexuais secundárias masculinas. y Ovários: correspondem às gônadas femininas.
– Células de Sertoli: fornecem apoio, proteção e nu-
– Local de ocorrência da maior parte da formação do óvulo
trição às espermatogônias, células que originarão os
(ovogênese).
espermatozoides.
– Local de produção e liberação dos principais hormônios
– Efeito dos hormônios gonadotróficos hipofisários:
sexuais femininos, o estradiol (um tipo de estrógeno) e
– LH: estimula a síntese e a secreção de testosterona.
a progesterona.
– FSH: estimula a produção de espermatozoides.
– Na puberdade, os estrógenos estão ligados ao desenvol-
y Epidídimos: ductos enovelados ligados aos testículos. vimento das características sexuais secundárias femininas.
– Local onde os espermatozoides completam sua matura-
ção e ficam temporariamente armazenados. Ciclo menstrual
y Canais deferentes: vasos ligados aos epidídimos.
y Prepara o sistema genital feminino para uma possível gravidez.
– Por meio dos canais deferentes, durante a ejaculação, os
espermatozoides são conduzidos em direção à uretra. y Dura, em média, 28 dias.
y Uretra: canal que percorre longitudinalmente o pênis. – 1o dia: início do fluxo menstrual, que consiste na desca-
– Estrutura comum aos sistemas urinário e genital, pois mação e na eliminação de endométrio e sangue.
realiza a condução de urina durante a micção e de sê- – 1o dia: ovulação (liberação de um ovócito II em uma das
men durante a ejaculação. tubas uterinas).
– O sêmen é constituído de espermatozoides e secreções y Caso não ocorra fecundação, o ciclo prossegue até a pró-
produzidas pelas vesículas seminais e próstata. xima menstruação.
y Vesículas seminais: secretam um fluido importante, princi- y Período fé il: período do ciclo menstrual no qual há maiores
palmente, à nutrição dos espermatozoides. chances de ocorrer fecundação. Determina-se o provável dia
y Próstata: libera uma secreção que contribui com a neutra- da ovulação e, em relação a ele, é adicionada uma margem de
lização da acidez vaginal, permitindo a sobrevivência dos três dias para mais e três dias para menos. Dessa forma, o pe-
espermatozoides. ríodo fértil vai do 11o dia até o 17o dia, em um ciclo de 28 dias.
y Glândulas bulbouretrais: liberam o líquido pré-ejaculatório,
que lubrifica a uretra e neutraliza resíduos ácidos presentes Controle hormonal do ciclo menstrual
nesse canal. y No início do ciclo menstrual, há liberação de FSH (hormônio
y Pênis: órgão copulador masculino. foliculoestimulante) pela hipófise; este hormônio age sobre
– Apresenta tecido erétil: dois corpos cavernosos e um os ovários, estimulando o crescimento e o amadurecimento
corpo esponjoso. dos folículos ovarianos. Certas células do folículo em cres-
– Durante a excitação sexual, o tecido erétil enche-se com cimento começam a secretar estradiol (estrógeno).
sangue, resultando na ereção. y O estrógeno atua sobre o útero, estimulando a proliferação
– Glande: extremidade anterior do pênis recoberta pelo das células do endométrio.
prepúcio. y O aumento da concentração de estrógeno resulta na inibi-
ção da secreção de FSH por feedback negativo.
Sistema genital feminino
y Um ou dois dias antes da ovulação, é observado um pico de
y Vulva (clitóris, lábios maiores e menores e abertura da va- secreção de LH (hormônio luteinizante); este hormônio pro-
gina): corresponde à estrutura externa. move a ovulação e a formação do corpo-lúteo no ovário. O LH
y Vagina: canal que recebe o pênis durante a relação sexual. estimula o corpo-lúteo a secretar estrógeno e progesterona.
Métodos contraceptivos
Método Ação
Site
https://sbra.com.br/noticias/brasil-e-protagonista-em-tratamentos-de-reproducao-assistida-aponta-relatorio-da-anvisa/
(Acesso em: mar. 0)
Relatório da Anvisa aponta que o Brasil é protagonista em tratamentos de reprodução assistida.
Vídeos
Um jeito divertido de entender a fecundação
Animação que ilustra como ocorre a liberação dos espermatozoides e seu encontro com o ovócito II no sistema genital feminino.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mhmcTP_rzM (acesso em: mar. ).
A gravidez por dentro – o parto normal
Animação mostrando as diferentes fases do parto natural. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Oj_dwLpeRw
(acesso em: abr. ).
213
Exercícios complementares
1. Famerp-SP 2020 A imagem ilustra um corte transversal da membrana plasmática de uma célula da traqueia humana,
na qual se observam cílios com estruturas circulares agrupadas duas a duas em seu interior.
a) Quais organelas celulares são importantes para que as estruturas observadas realizem os movimentos ciliares?
Justifique sua resposta.
b) Justifique por que um homem que não forme as proteínas que integram essas estruturas pode apresentar proble-
mas respiratórios e também infertilidade.
2. Famema-SP 2020 Em 1990, pesquisadores ingleses identificaram um gene no cromossomo Y necessário para o desen-
volvimento dos testículos. Eles denominaram o gene de SRY (do inglês, sex-determining region of Y), região determinadora
de sexo do Y. As características bioquímicas, fisiológicas e anatômicas que distinguem machos e fêmeas são complexas, e
vários genes estão envolvidos no seu desenvolvimento. Na verdade, o SRY codifica uma proteína que regula outros genes
de diversos cromossomos.
(Neil Campbell et al. Biologia, 2010. Adaptado.)
a) Quais gônadas formará uma criança portadora da deleção do gene SRY? Qual será o fenótipo dessa criança em
relação aos órgãos genitais?
b) Uma criança XY é portadora da deleção do SRY apenas em parte de suas células somáticas. Para que isso seja
possível, a mutação deve ter ocorrido no espermatozoide produzido pelo pai, no núcleo do zigoto ou durante o
desenvolvimento embrionário? Justifique sua resposta.
3. Uerj 2018 Ao contrário da espermatogênese, a ovogênese humana é interrompida após a primeira divisão da meio-
se, resultando em um ovócito secundário.
Nomeie o hormônio que promove a liberação do ovócito secundário do ovário para a tuba uterina e aponte o evento
biológico que permite a continuidade da divisão meiótica para formação do óvulo.
Em seguida, indique a característica do gameta feminino que contribui para o desenvolvimento inicial do zigoto.
Ovulação
b) considerando as taxas dos hormônios luteinizante (LH), folículoestimulante (FSH) e progesterona no sangue, indi-
que aquele(s) hormônio(s) que atinge(m) seu nível mais alto no período fértil da mulher.
Mandacaru, quando fulora na seca, 8. UEPG-PR 2015 Com relação aos sistemas genitais
É o sinal que a chuva chega no sertão, dos humanos, sua gametogênese e fecundação, as-
Toda menina que enjoa da boneca sinale o que for correto.
É sinal que o amor No sistema genital masculino, os dois testícu-
Já chegou no coração los produzem os espermatozoides e também o
Meia comprida, não quer mais sapato baixo, hormônio sexual masculino testosterona. Os testí-
Vestido bem cintado
culos ficam alojados na bolsa escrotal.
Não quer mais vestir timão
O gameta feminino é liberado do ovário antes do
Ela só quer, só pensa em namorar
término da meiose II, penetra na tuba uterina e
Ela só quer, só pensa em namorar
é deslocado em direção ao útero por ação dos
De manhã cedo, já tá pintada,
cílios da parede interna desse órgão.
Só vive suspirando
Após a fecundação, no interior do óvulo, o es-
Sonhando acordada,
O pai leva ao doutô
permatozoide tem redução do seu número de
A filha adoentada, cromossomos para n = , fenômeno denominado
Não come nem estuda anfimixia.
Não dorme, não quer nada Os ovários femininos são responsáveis pela
Ela só quer, só pensa em namorar formação dos ovócitos, mas não produzem
Ela só quer, só pensa em namorar hormônios sexuais femininos. Os hormônios femi-
Mas o doutô nem examina ninos estrógeno e progesterona são sintetizados
Chamando o pai do lado no útero.
Lhe diz logo em surdina Soma:
Que o mal é da idade
Que pra tal menina 9. UEM-PR 2012 Sobre os aparelhos reprodutores mas-
Não tem um só remédio culino e feminino e sobre o controle hormonal nos
Em toda medicina homens e nas mulheres, é correto afirmar que
Ela só quer, só pensa em namorar os tubos seminíferos, localizados nos testículos,
Ela só quer, só pensa em namorar são responsáveis pela produção dos hormônios
Um dos versos da canção diz que não há remédio masculinos.
para o mal da menina, pois é um mal da idade. A que a testosterona estimula a formação de esper-
mal o verso se refere, ou seja, considerando a siolo- matozoides, sendo também responsável pelos
gia da reprodução, como é conhecida a fase na qual caracteres sexuais secundários, como pelos e
a menina se encontra? Que alterações hormonais dão modificação na voz.
FRENTE 3
início a essa fase, promovendo a transformação ana- os ovários, conhecidos como gônadas femininas,
tomosiológica implícita na letra da canção? produzem os gametas femininos e também os
hormônios estrogênio e progesterona.
os espermatozoides, durante o processo de eja-
7. Unicamp-SP 2012 A maior parte dos copinhos de
culação, passam pelas glândulas seminais, pela
café, copos de água e mamadeiras é feita de poli-
próstata, pelo canal deferente e pela uretra.
carbonato com bisfenol A, substância que é liberada
a atividade ovariana é regulada pelos hormônios
quando algum líquido quente é colocado nesses re-
gonadotróficos FSH e LH, secretados pela ade-
cipientes. O bisfenol A é um composto químico cuja
noipófise.
estrutura molecular é muito semelhante à do hormô-
nio estrógeno. A ingestão do bisfenol A pode resultar Soma:
215
10. UFJF/Pism-MG 2016 Existem dois ciclos reprodutivos nas mulheres: o ciclo menstrual e o ciclo ovariano. É essencial
que ambos funcionem de maneira sincronizada e coordenada para que ocorra a reprodução. Tal sincronismo fica a
cargo do sistema endócrino que liga os dois ciclos através de hormônios.
a) Cite os dois hormônios produzidos pela adeno-hipófise que atuam no ciclo ovariano e descreva suas respectivas
funções nesse ciclo.
b) Onde são produzidos os hormônios estrógeno e progesterona? O que ocorre quando o nível desses hormônios diminui?
c) Quando os exames de gravidez detectam no sangue e/ou urina uma elevação do hormônio gonadotrófico coriôni-
co humano (hCG), sabe-se que a mulher está grávida. Qual a ação desse hormônio para manutenção da gravidez?
11. Famema-SP 2019 O gráfico ilustra a variação dos níveis de três hormônios durante uma gravidez. As setas verticais
mais largas representam maior quantidade relativa do hormônio liberado.
a) Qual desses hormônios é detectado no exame de gravidez? Qual líquido biológico normalmente é utilizado para
se detectar esse hormônio?
b) Por que os hormônios esteroides não se mantêm elevados após o parto? Por que a redução brusca e precoce
desses hormônios pode causar um aborto espontâneo?
12. Unifesp 2021 A síndrome de Kartagener é um distúrbio genético que impede a síntese da proteína dineína, neces-
sária à função dos microtúbulos. Sem a dineína, algumas estruturas celulares não se movimentam, como aquelas
presentes nas vias respiratórias, nas paredes da tuba uterina e nos espermatozoides, causando prejuízos à elimina-
ção de muco pelos brônquios e à fertilidade masculina e feminina.
a) Cite as duas estruturas celulares, uma presente nas vias respiratórias e outra nos espermatozoides, que têm o
movimento prejudicado pela falta da dineína.
b) Por que uma mulher portadora da síndrome de Kartagener tem maior chance de desenvolver uma gravidez na
tuba uterina? Explique como a medicina reprodutiva pode fazer com que um homem com essa síndrome seja pai.
13. UEL-PR 2013 O esquema e o gráfico, a seguir, ilustram algumas das inúmeras atividades fisiológicas da espécie humana.
700 A
à localização do clitóris, que possui a maior exten-
600 B
são situada internamente ao sistema urogenital,
500 diferentemente do pênis.
400 o clitóris é densamente vascularizado e possui
300 muitos receptores sensoriais.
200 o hormônio gonadotrofina coriônica é responsá-
100 vel por estimular a ereção do clitóris.
0 assim como o clitóris, a abertura externa da uretra
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 27 26 28 se localiza no interior da vagina.
Dias do Ciclo Soma:
217
17. FMJ-SP 2019 O ciclo menstrual é regulado pelos 20. Uerj 2017 Novos métodos contraceptivos vêm sendo
hormônios LH, estrógeno, FSH e progesterona, não testados a fim de reduzir os problemas associados ao
necessariamente nessa ordem. uso contínuo de hormônios pelas mulheres. Um deles
a) Qual hormônio tem sua taxa aumentada durante o consiste na aplicação de um gel nos vasos deferentes,
início do ciclo menstrual? Por que esse hormônio provocando uma obstrução reversível, sem necessida-
é importante? de de uso diário. Entretanto, a utilização inadequada
b) No início da gravidez, a placenta produz um hor- desses contraceptivos pode resultar em gravidez. Indi-
mônio que atua sobre uma estrutura ovariana. que de que maneira a pílula anticoncepcional feminina
Que estrutura é essa e qual a sua importância e o gel citado impedem a gravidez. Em seguida, indi-
para garantir uma gravidez? que o local ideal no qual os embriões se implantam
no caso de gravidez, apresentando uma característica
18. Uninove-SP 2016 O sistema genital masculino é desse órgão que justifique sua resposta.
formado por glândulas (próstata, vesiculares e bulbou-
retrais), testículos no interior do escroto, epidídimos, 21. USCS-SP 2016
ductos deferentes, pênis e uretra.
Em um ano, foram realizadas mais de 60 mil
a) Qual destes órgãos produz a testosterona? Qual
é o papel da testosterona na puberdade?
laqueaduras pelo SUS
b) A vasectomia é um método contraceptivo cirúrgi- Segundo o Ministério da Saúde, o procedimento é in-
co, não reversível naturalmente. Como fica o nível dicado para mulheres acima de 25 anos ou para mulheres
de testosterona em um homem submetido à va- que tenham mais de dois filhos.
(www.blog.saude.gov.br, 09.12.2014. Adaptado.)
sectomia? Justifique sua resposta.
a) Em que consiste a laqueadura? Por que tal proce-
19. Unifesp 2013 Leia os trechos extraídos do romance dimento promove a contracepção?
O cortiço, de Aluísio Azevedo (1857-1913). b) Além de ser um método contraceptivo, a la-
Trecho queadura também protege a mulher contra a
A filha era a flor do cortiço. Chamavam-lhe Pombinha. transmissão de doenças sexualmente transmissí-
[...] Tinha o seu noivo, o João da Costa, [...] mas Dona veis? Justifique sua resposta.
Isabel não queria que o casamento se fizesse já. É que
Pombinha, orçando aliás pelos dezoito anos, não tinha 22. Fasm-SP 2016 Marta, de 20 anos e com vida sexual
ainda pago à natureza o cruento tributo da puberdade ativa, aconselhou-se com seu médico sobre o uso de
[...], por coisa nenhuma desta vida consentiria que a sua contraceptivos. O dispositivo do qual fazia uso até então
pequena casasse antes de “ser mulher”, como dizia ela. não interferia em seu ciclo menstrual, mas também não a
[...] entendia que não era decente, nem tinha jeito, dar ho- protegia de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
mem a uma moça que ainda não fora visitada pelas regras! a) Que método contraceptivo previne, ao mesmo
tempo, a gravidez e a transmissão de DSTs? Ex-
Trecho plique como esse método previne a gravidez e a
— Veio?! perguntou a velha com um grito arrancado transmissão de DSTs.
do fundo da alma. b) Cite um método contraceptivo que Marta poderia
A rapariga meneou a cabeça afirmativamente, sorrin- estar fazendo uso até então. Explique como esse
do feliz e enrubescida. método previne a gravidez, mas não DSTs.
[...]
— Milha filha é mulher! Minha filha é mulher!
23. UFJF/Pism-MG 2015 O governo sancionou, no dia
O fato abalou o coração do cortiço, as duas recebe-
2/8/13, a lei que determina o atendimento obrigatório
ram parabéns e felicitações.
e imediato no Sistema Único de Saúde (SUS) a vítimas
a) Considerando a fisiologia da reprodução humana, de violência sexual. Segundo a lei, todos os hospitais
o que vem a ser “as regras”, as quais o autor se re- da rede pública serão obrigados a oferecer, de forma
fere? Qual alteração hormonal finaliza o processo imediata, entre outros serviços, a “profilaxia da gravi-
que resulta na “vinda das regras”, como explicita- dez”, termo que, de acordo com o Ministério da Saúde,
do no trecho ? refere-se ao uso da chamada “pílula do dia seguinte”,
b) Suponha que Pombinha, já casada, e com “re- também conhecida como método de anticoncepção
gras” regulares, quisesse evitar filhos, e para isso oral de emergência. Essa pílula é composta dos mes-
adotasse o método contraceptivo conhecido por mos hormônios da pílula anticoncepcional comum, só
“tabelinha”. Como Pombinha poderia determinar que em doses mais altas.
o período no qual deveria se abster de relações a) Por que a pílula do dia seguinte evita a gravidez?
sexuais? Explique por que essa abstenção sexual b) Quando essa pílula não é eficaz?
deve se dar ao longo de um período de dias, e c) Por que não se deve fazer uso indiscriminado em
não apenas em um dia. ocasiões recorrentes dessa pílula?
Considerando o assunto e analisando o calendário 28. UEM-PR 2015 Sobre reprodução humana e doenças
proposto, faça o que se pede: sexualmente transmissíveis, assinale a(s) alternativa(s)
a) Com base na ação hormonal no ciclo menstrual, correta(s).
explique o calendário apresentado pelo médico O hormônio folículo estimulante (FSH) é produzi-
e aponte o dia mais provável para que ocorra a do no ovário e induz a atividade das gônadas e o
ovulação. desenvolvimento do endométrio.
b) De que forma a pílula anticoncepcional atua no
O impulso sexual e o desenvolvimento das carac-
ciclo menstrual como método contraceptivo?
terísticas sexuais secundárias são promovidos,
na mulher, pelo estrógeno e, no homem, pela
26. Unesp
testosterona.
Vigilância sanitária de SP interdita lotes de A pílula anticoncepcional contém certos hormô-
anticoncepcional injetável. nios hipofisários que inibem a produção normal
O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde de hormônios ovarianos.
FRENTE 3
de São Paulo decidiu proibir a comercialização e o uso de A utilização da camisa de vênus não pode ser
três lotes de determinado anticoncepcional injetável, à
considerada como método anticoncepcional, e
base de medroxiprogesterona, um hormônio sintético que,
sim como preventivo contra doenças sexualmen-
se administrado na dose recomendada, inibe a secreção
dos hormônios FSH e LH pelo organismo feminino. te transmissíveis.
Análises feitas pelo Instituto Adolfo Lutz apontaram Tricomoníase é uma doença sexualmente trans-
que ampolas do produto contêm menor quantidade hor- missível que não é causada por vírus e nem por
monal do que o previsto. Na prática, isso coloca em risco bactérias.
a eficácia do medicamento na prevenção da gravidez.
(Folha de S. Paulo, 08.11.2007.) Soma:
219
BNCC em foco
EM13CNT302
1.
GRÁFICO 1
nível hormonal no sangue
c)
d)
e)
d)
e)
a)
EM13CNT302
2.
b)
FRENTE 3
13
A prática da musculação é realizada para diferentes fins, como tonificação da
musculatura, recuperação após acidentes e aumento da massa muscular. Nessa
prática, um dos tipos de tecido muscular presentes no corpo humano é dire-
tamente acionado. Porém, para que uma pessoa realize essa e qualquer outra
atividade cotidiana, diversos outros tipos de tecidos devem desempenhar suas
respectivas funções. Os tecidos são agrupamentos de células que desempe-
nham funções específicas. Neste capítulo, conheceremos os tecidos animais.
Introdução Os epitélios de revestimento que atuam na absorção de
substâncias apresentam microvilosidades, isto é, proje-
A Histologia (do grego histos, tecido e logos, estudo)
ções da membrana plasmática que aumentam a área de
é a área da Biologia responsável pelo estudo dos tecidos
contato com o meio, resultando em maior superfície
(conjuntos de células que desempenham funções espe-
de absorção de substâncias. Entre as especializações
cíficas). Nos animais, os quatro principais tipos de tecido
da membrana plasmática, existem as zônulas de oclusão
são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Detalhes
e de adesão. A zônula de oclusão corresponde a uma
da constituição e do funcionamento do tecido nervoso
faixa que circunda completamente a célula em sua região
foram apresentados no livro 3 desta coleção, por isso,
apical, resultando em vedação do espaço intercelular. A
a seguir, detalharemos os tecidos epiteliais, conjuntivos
zônula de adesão, localizada abaixo da zônula de oclu-
e musculares.
são, circunda toda a célula, contribuindo para a aderência
entre células vizinhas.
Tecido epitelial
Os tecidos epiteliais, ou epitélios, possuem células
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Epítélio
Membrana basal
Tecido conjuntivo
Eletromicrografia de duas células epiteliais, evidenciando a presença de
microvilosidades, do desmossomo, de interdigitações e das zônulas de
oclusão e de adesão. (Ampliação de 18 150 vezes; colorido artificialmente).
Capilares sanguíneos
Representação das características gerais dos epitélios. De acordo com o número de camadas celulares, os
tecidos epiteliais de revestimento podem ser classificados
em diferentes tipos. O epitélio simples é aquele formado
Os tecidos epiteliais podem ser classificados em dois por apenas uma camada de células, enquanto o epitélio
tipos básicos: epitélios de revestimento e epitélios secre- estratificado apresenta duas ou mais camadas. Há ainda
tores (glandulares). o epitélio pseudoestratificado, tecido com apenas uma
camada de células, mas que, devido à variação do tamanho
Epitélios de revestimento e da posição dos núcleos, aparenta ser formado por mais
Os epitélios de revestimento, como o nome suge- de uma camada celular.
re, revestem órgãos, superfícies e cavidades, atuando Também é possível diferenciar os epitélios em função
na proteção e, em algumas situações, na absorção de do formato de suas células. O epitélio cúbico é dotado de
substâncias. As células epiteliais de revestimento podem células em forma de cubo, o epitélio colunar (prismático)
apresentar certas especializações em sua membrana possui células alongadas, e o epitélio pavimentoso (es-
plasmática, como os desmossomos e as interdigitações, camoso) é constituído de células achatadas. Por fim, há o
estruturas que aumentam a adesão entre as células. epitélio de transição, cuja forma e o tamanho das células
Existem situações nas quais são observados os he- variam de acordo com o grau de distensão do órgão em
midesmossomos (“meio desmossomo”), que prendem que ele está presente.
as células epiteliais à lâmina proteica existente entre É comum os epitélios serem designados por meio da
o epitélio e o tecido conjuntivo que o apoia. As inter- utilização de ambos os critérios apresentados. Por exemplo,
digitações também aumentam a área de contato entre quando há apenas uma camada celular e essas células
células vizinhas, potencializando as trocas de nutrien- são cúbicas, o epitélio em questão é denominado simples
tes, moléculas sinalizadoras e vesículas entre elas. cúbico.
Tecido
conjuntivo
Porção
FRENTE 3
secretora
Ducto
Quadro comparativo dos tipos de epitélio e de alguns exemplos de onde são Representação esquemática da formação das glândulas exócrinas e
encontrados no corpo humano. endócrinas a partir de um epitélio de revestimento.
223
Saiba mais
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo é constituído por um conjunto de células dispersas em grande quantidade de matriz extracelular.
A matriz extracelular é formada por fibras proteicas mergulhadas na substância fundamental constituída, basica-
mente, de água e compostos orgânicos, como glicoproteínas. As fibras proteicas encontradas no tecido conjuntivo são
de três tipos básicos: as fibras colágenas, resistentes, porém flexíveis; as fibras reticulares, que formam redes de apoio
para outras estruturas e unem o tecido conjuntivo a tecidos adjacentes; e as fibras elásticas, constituídas pela proteína
elastina, conferem elasticidade aos tecidos. As fibras colágenas e as reticulares são formadas por colágeno, que é o tipo
mais abundante de proteína do organismo.
Diversos tipos celulares podem ser encontrados nos diferentes tecidos conjuntivos do corpo:
y Fibroblastos: células relativamente grandes e dotadas de prolongamentos que lhes conferem aspecto estrelado.
Apresentam núcleo grande e seu citoplasma é rico em retículo endoplasmático granuloso e complexo golgiense. Cor-
respondem às células mais comuns do tecido conjuntivo, sendo responsáveis pela produção das fibras proteicas e da
substância fundamental. Quando os fibroblastos diminuem sua atividade de síntese, passam a ser chamados de fibrócitos.
y Plasmócitos: células de defesa responsáveis pela produção de anticorpos. Os plasmócitos são formados a partir da
diferenciação de linfócitos B.
y Macrófagos: provenientes de células sanguíneas denominadas monócitos. Atuam na defesa do organismo por meio
da fagocitose de substâncias estranhas e microrganismos invasores, a exemplo de bactérias.
y Mastócitos: células ligadas a processos alérgicos e respostas inflamatórias. Apresentam grânulos citoplasmáticos
contendo heparina e histamina.
y Células mesenquimais: formadas a partir da mesoderme embrionária, correspondem a células-tronco multipotentes;
dessa forma, podem se diferenciar em outras células do tecido conjuntivo.
Mastócito Fibra reticular CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Tecido adiposo
FRENTE 3
225
Os nervos, os vasos linfáticos e os vasos sanguíneos que Tecido ósseo
nutrem e oxigenam as células da maioria dos tecidos car- O tecido conjuntivo ósseo é o principal componente
tilaginosos estão em uma camada de tecido conjuntivo dos ossos do esqueleto da maioria dos vertebrados, inclu-
denominada pericôndrio, que envolve as cartilagens. sive a espécie humana. A matriz desse tecido, denominada
As cartilagens exercem a função de sustentação de matriz óssea, tem uma parte orgânica, constituída principal-
outros tecidos, atuam no revestimento das articulações e mente por colágeno, e uma porção mineral, rica em fosfato
participam do crescimento dos ossos longos. e cálcio. A presença de colágeno confere certa flexibilidade
A matriz extracelular do tecido cartilaginoso contém aos ossos, enquanto o fosfato e o cálcio fornecem grande
colágeno, proteína flexível e resistente, e também pode resistência. Esse tecido atua na sustentação do corpo, na
apresentar elastina, proteína que confere elasticidade. No proteção de estruturas internas, no apoio aos músculos
tecido cartilaginoso há três tipos celulares: condroblastos, esqueléticos e na reserva de cálcio e fosfato.
condrócitos e condroclastos. Os condroblastos são célu- No tecido ósseo são observados três tipos de células:
las jovens, com intensa atividade secretora, que atuam na osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Os osteoblastos
produção da substância fundamental e das fibras protei- são células jovens que produzem a parte orgânica da ma-
cas encontradas na matriz extracelular. Condroblastos que triz óssea; além disso, são capazes de concentrar fosfato
diminuem sua atividade formam os condrócitos, células de cálcio, contribuindo para a mineralização da matriz. Os
maduras encontradas em regiões do tecido cartilaginoso osteoblastos são aprisionados pela matriz recém-sinteti-
com maior rigidez. Os condroclastos são células que de- zada e diminuem sua atividade de síntese, passando a ser
gradam os componentes do tecido cartilaginoso, sendo chamados de osteócitos. Apesar da baixa da atividade, os
importantes à modelação das cartilagens. osteócitos são fundamentais à manutenção da matriz óssea.
Os osteoclastos são células grandes, móveis, multinuclea-
JOSE CALVO SCIENCE PHOTO LIBRARY/Fotoarena
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Ale
ELEMENTOS
Alexander_P/Shutterstock.com; Amadeu Blasco/Shuttrestock.com
FORA DE
PROPORÇÃO
CORES
FANTASIA
Representações de um osso longo em corte (A) e da estrutura interna do osso (B), indicando o sistema de Havers e a organização dos canais de Havers e de
Volkmann na região de osso compacto.
Tecidos musculares
Os tecidos musculares, principais componentes dos músculos, são constituídos de células especializadas em contrair
e distender. Esses tecidos estão ligados a uma série de funções, como a execução de movimentos e a sustentação do
corpo. São encontrados em estruturas como o coração e os vasos sanguíneos, contribuindo para o impulsionamento
do sangue pelo corpo, e no tubo digestório, possibilitando os movimentos peristálticos. Os tecidos musculares também
armazenam substâncias, como proteínas, cálcio e glicogênio, e sua atividade libera energia sob a forma de calor, por isso
contribuem para o controle da temperatura corporal.
As células dos tecidos musculares, denominadas fibras musculares, ou miócitos, são alongadas e ricas em filamentos
proteicos, que participam da contração muscular. Há filamentos finos, constituídos de actina, e filamentos grossos, forma-
dos por miosina, sendo a contração muscular resultado do deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. A
organização desses filamentos na fibra e o tipo de contração realizado determinam os diferentes tipos de tecido muscular.
CORES ELEMENTOS
Núcleos FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
k.com
Fibra muscular
Estrias
Representação esquemática de fibras musculares esqueléticas mostrando seus núcleos e as estrias transversais.
227
Na maioria das situações, a musculatura esquelética apresenta contração voluntária, isto é, o estímulo à sua ocorrência é
desencadeado de forma consciente pelo indivíduo, e seus grupos musculares têm ação antagônica, ou seja, executam simul-
taneamente ações contrárias. A flexão e a distensão do braço configura-se como um exemplo desse antagonismo: quando o
braço dobra (flexão), o bíceps contrai e o tríceps relaxa; quando o braço estica (extensão), o bíceps relaxa e o tríceps contrai.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
R .
CORES ELEMENTOS
Músculo FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Feixe de
fibras musculares
Fibra muscular
Membrana
plasmática
Núcleos
Miofibrila
Representação mostrando a hierarquia das unidades que compõem a musculatura estriada esquelética.
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Emre Terim/Shutterstock.com
Representação esquemática da contração e do relaxamento do sarcômero, movimentos realizados a partir do deslizamento das fibras de actina sobre as fibras
de miosina. Os sarcômeros de miofibrilas adjacentes encontram-se alinhados, formando um padrão de bandas claras (filamentos finos de actina) e escuras
(filamentos finos de actina sobrepostos aos filamentos grossos de miosina), visível no microscópio, que caracteriza essa musculatura estriada.
Saiba mais
CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
Fenda sináptica
Sarcolema
FRENTE 3
Receptor de acetilcolina
Liberação de acetilcolina
Representação da interação entre neurônios motores e fibras musculares, detalhando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular que
desencadeia a contração.
As células musculares não são capazes de controlar a intensidade da contração. Por isso, estão sujeitas à lei do tudo
ou nada, isto é, ou a contração ocorre em intensidade máxima ou ela não ocorre. Assim, o controle da força de contração
depende de certos fatores, como a quantidade de fibras musculares que é estimulada. Em linhas gerais, quanto maior o
número de fibras que se contraem em um músculo, maior é a força gerada pelo movimento.
229
Saiba mais Tecido muscular estriado cardíaco
Também designado como miocárdio, esse tipo de te-
cido muscular é encontrado apenas no coração. Suas fibras
apresentam estrias transversais, à semelhança da muscu-
latura esquelética, mas não são multinucleadas, possuindo
apenas um ou dois núcleos. Sua contração é involuntária
e o ritmo dessas contrações, como foi analisado no livro 3
desta coleção, é determinado pelo próprio coração, sob a
influência do sistema nervoso autônomo.
As células musculares cardíacas adjacentes estão li-
gadas por meio de especializações denominadas discos
intercalares. Essas estruturas apresentam desmossomos,
especializações da membrana plasmática que aumentam a
adesão entre as células musculares cardíacas, e junções co-
municantes, que permitem a rápida propagação dos impulsos
para a contração, fazendo com que todo o coração contraia.
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PROPORÇÃO
A contração muscular é uma atividade de alto custo Discos
energético, isto é, o consumo de moléculas de ATP durante intercalares
a contração é bastante elevado. Entre as fontes de energia
disponíveis para as células musculares, a primeira a ser
usada é uma pequena reserva de ATP, capaz de fornecer
energia à manutenção de atividades musculares mais in-
tensas por, no máximo, dois segundos. A continuação da Representação esquemática da musculatura cardíaca, mostrando suas fibras
estriadas, ramificadas e unidas pelos discos intercalares
atividade muscular mobiliza a reserva de fosfocreatina,
substância altamente energética que fornece fosfato à sín-
tese do ATP que será aplicado na contração muscular. A Tecido muscular liso
fosfocreatina é sintetizada quando o músculo se encontra Possui células com um núcleo central e extremida-
em repouso, e sua concentração pode ser até dez vezes des afiladas (células fusiformes), sem estrias transversais;
maior que a concentração de ATP. Somadas, as reservas por isso, esse tecido muscular é denominado liso, ou não
de ATP e de fosfocreatina podem manter uma atividade estriado. A ausência de estrias decorre do fato de os fila-
muscular intensa por cerca de oito segundos. mentos de actina e miosina não terem organização regular
Para a manutenção do trabalho muscular em ativi- ao longo da célula.
dades mais prolongadas, é necessária a utilização da
CORES ELEMENTOS
reserva de glicogênio, armazenado no sarcoplasma (ci-
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FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
toplasma da célula muscular). O glicogênio é degradado
em moléculas de glicose, que podem ser usadas em dois
processos: respiração celular aeróbica (ocorre quando há
suprimento suficiente de O2) e fermentação lática (proces-
so anaeróbico que ocorre quando o suprimento de O2 é
baixo). Por meio da respiração celular aeróbica, a glicose
é degradada, resultando em saldo energético positivo Representação esquemática das células que compõem a musculatura lisa.
de 30 ATPs ou 32 ATPs por molécula de glicose, e per-
mitindo a manutenção da atividade muscular por horas. Atenção
A degradação da glicose por meio da fermentação lática
resulta em um saldo energético de 2 ATPs por molécula de
glicose, capaz de manter a atividade muscular por cerca
de 1 a 2 minutos. A fermentação lática também gera ácido
lático, substância que passa para o sangue e é levada
para o fígado, onde é convertida em glicose. A glicose Trata-se de um tecido muscular com contração invo-
usada como fonte de energia para a contração muscular luntária, controlada pelo sistema nervoso, que participa de
também pode ser fornecida, ao longo das atividades, pela movimentos realizados por órgãos internos. Esse tipo de mus-
circulação sanguínea. culatura é encontrado, por exemplo, em paredes de veias e
Em atividades prolongadas, as células musculares po- artérias; órgãos do sistema digestório, como esôfago, estôma-
dem liberar energia para a síntese de ATP por meio da go e intestinos, nos quais ocorrem movimentos peristálticos;
degradação aeróbica dos ácidos graxos, que são prove- brônquios; útero; ureteres; músculos intrínsecos dos olhos,
nientes das gorduras armazenadas no tecido adiposo. entre outros.
3. Caracterize o tecido conjuntivo e mencione as funções desempenhadas pelas seguintes células: fibroblastos, macró-
fagos e mesenquimais.
5. Mencione as funções realizadas pelo tecido ósseo e descreva os papéis das seguintes células: osteoblastos, osteó-
citos e osteoclastos.
7. Compare os tipos de tecidos musculares quanto à presença ou à ausência de estrias transversais e ao tipo de con-
tração (voluntária ou involuntária).
FRENTE 3
8. Por meio da elaboração de um esquema, descreva a estrutura de um sarcômero e explique em que consiste a con-
tração muscular na musculatura estriada esquelética.
231
9. Diferencie as fibras musculares esqueléticas de tipo I (vermelhas) das de tipo II (brancas).
10. Explique como ocorre o estímulo à contração muscular esquelética por meio da junção neuromuscular.
Exercícios propostos
1. Udesc 2015 Tecidos epiteliais, também denominados III. O epitélio estratificado pavimentoso ocorre reves-
de epitélios, desempenham diversas funções no nos- tindo a cavidade nasal, a traqueia e os brônquios.
so organismo. IV. O tipo de epitélio da epiderme é o estratificado
Em relação a estes tecidos, analise as proposições. pavimentoso.
I. Tecidos epiteliais são pluriestratificados em fun- V. O epitélio estratificado de transição ocorre reves-
ção de seu papel de proteção. tindo a bexiga urinária.
II. Alguns epitélios possuem especializações que Estão corretas apenas as afirmativas
aumentam a sua capacidade de absorção. a) I, II e III. c) I, IV e V.
III. Especializações epiteliais do tipo desmossomos b) I, II e IV. d) II, III e V.
e junções adesivas aumentam sua capacidade de
absorção. 4. UEPB 2013 Observe atentamente a representação
IV. A pele é um exemplo de tecido epitelial de reves- esquemática dos tecidos e em seguida, relacione a
timento. imagem com a descrição e o local de ocorrência de
V. As glândulas mamárias, assim como as sudorípa- cada um.
ras, são exemplos de tecido epitelial de secreção.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
e) As glândulas sudoríparas são responsáveis por Gerard J. Tortora; Bryan Derrickson. Princípios de Anatomia e Fisiologia,
eliminar o suor, solução salina diluída que, ao eva- 14ªedição, p.149, 2016.
233
c) A resposta inflamatória na área lesionada envolve . Células de reserva lipídica da medula óssea.
vasoconstrição e diminuição da permeabilidade . Células jovens com muitos prolongamentos e in-
dos vasos sanguíneos. tensa atividade metabólica na síntese da parte
d) A lesão na pele que necessita do enxerto destruiu orgânica da matriz óssea.
exclusivamente o tecido epitelial de revestimento, . Células aprisionadas nas lacunas da matriz óssea e
o qual é conhecido como epiderme. com metabolismo mais reduzido.
e) A pele apresenta pelos, glândulas sebáceas e su- Osteoblasto
doríparas, unhas e receptores sensitivos. Osteoclasto
Osteócito
9. Enem 2019 A poluição radioativa compreende mais de
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
200 nuclídeos, sendo que, do ponto de vista de impacto
ses, de cima para baixo, é
ambiental, destacam-se o césio-137 e o estrôncio-90. A
a) 1 – 2 – 4. d) 3 – 1 – 4.
maior contribuição de radionuclídeos antropogênicos no
b) 2 – 1 – 3. e) 4 – 2 – 1.
meio marinho ocorreu durante as décadas de 1950 e 1960,
c) 4 – 3 – 2.
como resultado dos testes nucleares realizados na atmosfe-
ra. O estrôncio-90 pode se acumular nos organismos vivos
e em cadeias alimentares e, em razão de sua semelhança 12. IFPE 2018 A hérnia de disco é uma lesão que ocor-
química, pode participar no equilíbrio com carbonato e re com mais frequência na região lombar, sendo mais
substituir cálcio em diversos processos biológicos. atingidos os discos que ficam entre a quarta e a quinta
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A contaminação dos oceanos por vértebra lombar (L/L5) e entre a quinta vértebra e o
radionuclídeos antropogênicos. Química Nova, n. 21, 1998 (adaptado). sacro (L5/S). Dentre os sintomas dessa doença estão
Ao entrar numa cadeia alimentar da qual o homem faz dores nas costas e alterações de sensibilidade para
parte, em qual tecido do organismo humano o estrôn- coxa, perna e pé. O disco intervertebral é formado por
cio- será acumulado predominantemente? dois componentes: o anel fibroso e, no seu interior,
a) Cartilaginoso. o . Este último é constituído por fibras
b) Sanguíneo. soltas que ficam suspensas num líquido viçoso rico
c) Muscular. em ácido hialurônico e com um pouco de colágeno.
d) Nervoso. Já o anel fibroso é constituído por
e) Ósseo. a) tecido cartilaginoso fibroso (fibrocartilagem) e te-
cido ósseo.
b) tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo.
10. Unioeste-PR 2019 Analise as afirmações abaixo:
c) tecido adiposo e tecido reticular (hematopoiético).
I. os epitélios têm como função revestir cavidades e
d) tecido conjuntivo denso modelado e tecido carti-
a superfície corporal e são constituídos por célu-
laginoso fibroso (fibrocartilagem).
las denominadas fibroblastos.
e) tecido ósseo e tecido conjuntivo frouxo.
II. o tecido conjuntivo denso é um dos tipos de
tecido conjuntivo especial, caracterizado pela
escassez de matriz extracelular e abundante 13. IFSP 2016 Ao examinar cinco tipos de tecidos animais
quantidade de células. expostos um aluno relacionou três características de
III. o tecido ósseo é caracterizado por possuir uma um deles.
matriz extracelular altamente hidratada, o que fa- I. Possuem várias unidades microscópicas formadas
cilita a difusão de nutrientes. por camadas de minerais depositados ao redor de
IV. A substância cinzenta do tecido nervoso é ca- canais contendo vasos sanguíneos e nervos.
racterizada por corpos celulares de neurônios e II. Suas células ficam em uma matriz rica em fibras
células da glia. colágenas e fosfato de cálcio, dentre outros mi-
E escolha: nerais.
a) se I e III são corretas. III. Células localizadas um pouco distantes umas das
b) se II é correta. outras, por secretarem a matriz extracelular.
c) se apenas IV é correta. Assinale a alternativa que identica corretamente
d) se todas são corretas. esse tecido.
e) se todas são incorretas. a) Ósseo.
b) Cartilaginoso.
11. UFRGS 2019 No bloco superior a seguir, estão carac- c) Conjuntivo propriamente dito.
terizadas células do tecido ósseo; no inferior, tipos de d) Muscular.
células desse tecido. e) Nervoso.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
. Macrófagos multinucleados da matriz óssea, res- 14. Uece 2016 Relacione os tipos de células do tecido
ponsáveis pela disponibilização dos minerais ósseo com suas respectivas funções, numerando a
armazenados no osso. Coluna II de acordo com a Coluna I.
das células desse tecido em I, a(s) substância(s) que ar- triz óssea.
mazena(m) em II e um exemplo de suas funções em III. Completam corretamente as lacunas das armativas
a) I – adiposas; II – hemoglobina; III – isolante térmico. as palavras contidas em
b) I – condroblastos; II – triglicerídeos; III – evita cho-
ques mecânicos. I II III IV
c) I – fibroblastos; II – colágeno; III – preenchimento
a)
de espaços.
d) I – adiposas; II – gorduras ou lipídeos; III – reserva b)
de energia. c)
e) I – osteoblastos; II – minerais; III – formação dos
ossos. d)
235
20. Udesc 2017 Após assistir a diferentes modalidades acumula ao redor das vísceras e debaixo da pele,
desportivas na Olimpíada do Rio 2016, um jovem re- podendo causar obesidade e desencadear complica-
solve abandonar sua vida sedentária e se propõe ções metabólicas, como o diabetes tipo 2. A outra é
iniciar a prática de exercícios físicos intensos e re- o tecido adiposo marrom, que regula a produção de
gulares. calor e, consequentemente, a temperatura corporal.
Analise as proposições em relação às células muscu-
Assinale a alternativa correta.
lares esqueléticas deste jovem.
a) O tecido adiposo branco produz mais energia
I. O número de mitocôndrias nestas células deve
que o tecido adiposo marrom.
aumentar com o passar do tempo.
b) O tecido adiposo marrom não produz ATP, mas
II. O número de mitocôndrias aumentará indefinida-
mente à medida que os exercícios físicos forem produz calor.
aumentando gradativamente. c) O tecido adiposo branco não produz ATP, mas
III. O nível do consumo de oxigênio nestas células produz calor.
deve aumentar com o passar do tempo. d) O tecido adiposo branco produz ATP e calor.
IV. O número de mitocôndrias não se alterará nestas
células. 24. Enem PPL 2015 A toxina botulínica (produzida pelo
V. O único aumento notável nestas células será a bacilo Clostridium botulinum) pode ser encontrada em
produção de ATP. alimentos mal-conservados, causando até a morte de
consumidores. No entanto, essa toxina modificada em
Assinale a alternativa correta:
laboratório está sendo usada cada vez mais para me-
a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
lhorar a qualidade de vida das pessoas com problemas
b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
físicos e/ou estéticos, atenuando problemas como o
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
blefaroespasmo, que provoca contrações involuntárias
d) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
das pálpebras.
e) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.
BACHUR, T. P. R. et al. Toxina botulínica: de veneno a tratamento.
Revista Eletrônica Pesquisa Médica, n. 1, jan.-mar. 2009 (adaptado).
21. Unioeste-PR 2017 Durante uma prova de Biologia,
Joana recebeu uma lâmina histológica para analisar O alívio dos sintomas do blefaroespasmo é conse-
em microscópio. As seguintes características foram quência da ação da toxina modicada sobre o tecido
observadas e anotadas por Joana: presença de célu- a) glandular, uma vez que ela impede a produção de
las cilíndricas, ramificadas, com 1 ou 2 núcleos centrais, secreção de substâncias na pele.
com estriações transversais e presença de discos in- b) muscular, uma vez que ela provoca a paralisia das
tercalares. A partir destas observações, pode-se dizer fibras que formam esse tecido.
que o tecido presente na lâmina está c) epitelial, uma vez que ela leva ao aumento da ca-
a) no fígado. mada de queratina que protege a pele.
b) no bíceps. d) conjuntivo, uma vez que ela aumenta a quantida-
c) no coração. de de substância intercelular no tecido.
d) no intestino. e) adiposo, uma vez que ela reduz a espessura da
e) no estômago. camada de células de gordura do tecido.
22. UFRGS 2017 O maratonista brasileiro Vanderlei 25. Unesp 2014 Alguns chefs de cozinha sugerem que o
Cordeiro de Lima foi o responsável por acender a peru não deve ser preparado inteiro, pois a carne do
pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos do peito e a da coxa têm características diferentes, que
Rio-2016. exigem preparos diferentes. A carne do peito é bran-
Sobre o tecido muscular dos atletas maratonistas, é ca e macia, e pode ressecar dependendo do modo
correto armar que como é preparada. A carne da coxa, mais escura, é
a) é constituído por igual quantidade de fibras de mais densa e suculenta e deve ser preparada sepa-
contração rápida e de contração lenta. radamente.
b) apresenta baixa quantidade de mioglobina. Embora os perus comercializados em supermerca-
c) contém predominância de fibras de contração dos venham de criações em connamento, o que
lenta com alta irrigação sanguínea. pode alterar o desenvolvimento da musculatura, eles
d) contém predominância de fibras de contração rá- ainda mantêm as características das populações sel-
pida com grande quantidade de mitocôndrias. vagens, nas quais a textura e a coloração da carne
e) é constituído por células uninucleadas. do peito e da coxa decorrem da composição de suas
bras musculares e da adequação dessas muscu-
23. Unicamp-SP 2017 O corpo humano é composto por laturas às funções que exercem. Considerando as
pelo menos dois tipos de gordura. A mais comum é funções desses músculos nessas aves, é correto
o tecido adiposo branco, um tipo perigoso que se armar que a carne
contração rápida, pobres em mitocôndrias e em A estrutura celular indicada pela seta e que envolve
mioglobina, e eficientes na realização de esforço as miobrilas é
intenso de curta duração. a) o complexo golgiense.
e) do peito é rica em fibras musculares de contração b) uma rede de microtúbulos.
lenta, ricas em mitocôndrias e em mioglobina, e c) uma rede de filamentos de actina e miosina.
eficientes na realização de esforço moderado e d) o retículo endoplasmático agranular.
prolongado. e) o retículo endoplasmático granular.
26. FCMSCSP 2018 A figura mostra uma via de sinali- 29. PUC-PR 2018 Considere o texto a seguir.
zação química pela qual o organismo humano envia
informações às células e comanda uma resposta Esporte e Ciência
específica. Resultados obtidos estão intimamente associados a
condições ambientais
As ciências estão presentes em praticamente todas as
atividades humanas e, como não poderia deixar de ser,
também nas esportivas. Assim, tanto o entendimento de
um resultado como a melhora do desempenho podem
depender de muitos estudos e pesquisas. Os surpreenden-
tes desempenhos do jamaicano Usain Bolt nas corridas
rápidas, por exemplo, têm motivado muitos trabalhos
científicos em várias áreas, procurando-se entender que
características explicam seu desempenho e como seria
(https://betournay.wikispaces.com. Adaptado.)
possível incorporar essas características em outros atletas
e usá-las em outras modalidades esportivas. Mas vamos
deixar Bolt de lado e ver uma aparente curiosidade que
Essa via de sinalização comanda a
ocorreu nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em
a) manutenção do metabolismo celular.
1968. Usualmente, um recorde olímpico é superado uma
b) liberação do óvulo pelo ovário. ou duas olimpíadas depois ou, no máximo, na terceira.
c) concentração de açúcar no sangue. Entretanto, alguns casos notáveis ocorreram na Cidade
d) contração da musculatura esquelética. do México. A corrida de 100 metros rasos foi completada
e) reabsorção de água nos rins. em 9,95-s pelo americano Jim Hines, tempo só superado
na quinta olimpíada depois daquela, em Seul, em 1988.
27. FMJ-SP 2016 As contrações dos vasos sanguíneos O melhor tempo na corrida de 200 metros na mesma
periféricos ocorrem devido a um tecido que apresen- olimpíada foi de 19,83s, do também americano Tommie
ta células Smith, só melhorado em 1984, quatro olimpíadas depois.
FRENTE 3
237
venceu a maratona na Cidade do México com um tempo d) em cidade com grandes altitudes como a Ci-
de 2h20, atipicamente grande em relação ao que espe- dade do México, os maratonistas apresentam
raríamos considerando resultados anteriores, já abaixo maiores problemas de desempenho, uma vez
desse valor desde 1960. A corrida masculina de 5 mil m que a menor oxigenação aliada à maior pressão
também teve um tempo atipicamente alto, o pior resultado atmosférica reduz a resistência do ar e favorece o
olímpico desde 1956. metabolismo de fibras musculares aeróbicas tipo I,
Será que há alguma coisa na Cidade do México que mais abundantes nos velocistas.
possa explicar tantos resultados atípicos?
e) maratonistas apresentam resultados menos ex-
Helene. O. Esporte e Ciência Resultados obtidos estão intimamente
associados a condições ambientais. Disponível em: http://www2.uol.com.
pressivos em cidades com altitudes elevadas
br/sciam/artigos/esporte_e_ciencia.html. Acesso em: 17 jun. 2017. como a Cidade do México, pois suas fibras mus-
culares aeróbicas, ricas em mitocôndrias e de
A melhor explicação para rendimentos tão expressivos
coloração vermelha, com o excesso de oxigênio,
de corredores velocistas em relação aos maratonistas
passam a fazer metabolismo aeróbico, que é me-
na Cidade do México é que
nos energético que o anaeróbico.
a) embora estejam em um mesmo ambiente ( m
de altitude), com as mesmas condições de oxige-
nação, maratonistas levam desvantagem, uma vez 30. PUC-PR 2019 Um músculo é um motor capaz de con-
verter energia química em energia mecânica. É uma
que apresentam um reduzido número de mitocôn-
estrutura de natureza singular, pois nenhum motor ar-
drias e passam a realizar respiração anaeróbica. A
tificial foi projetado com a incrível versatilidade de um
resistência do ar afeta da mesma maneira marato-
músculo vivo.
nistas e velocistas.
Ralph W. Stacy e John A. Santolucito, em Modern College Physiology, 1966.
b) a Cidade do México está localizada a mais de
m de altitude. Nesse ambiente, a densi- Sobre a constituição muscular no homem e suas
dade do ar é menor que a densidade do ar ao características anatômicas e funcionais, marque a al-
nível do mar e maior é a pressão atmosférica, ternativa CORRETA.
favorecendo os velocistas. Também é menor a a) A fosfocreatina é uma molécula de reserva ener-
proporção de oxigênio no ar para a respiração. gética dos músculos, a qual, durante o exercício,
O pouco oxigênio presente afeta os maratonistas fornece grupamentos fosfato de alta energia para
que apresentam fibras com metabolismo aeróbi- o ADP ser convertido em ATP.
co e não influencia os velocistas que apresentam b) Os músculos esqueléticos constituem a maior
fibras anaeróbicas. parte da musculatura corporal, inclusive estão
c) a Cidade do México está localizada a mais de presentes nas paredes dos vasos sanguíneos
m de altitude. Nesse ambiente, a densidade contraindo ou relaxando veias e artérias.
do ar é menor que a densidade do ar ao nível do c) Os músculos lisos apresentam no interior de suas
mar e menor à resistência do ar, favorecendo os células estruturas contráteis que se repetem, os
velocistas. Também é menor a disponibilidade de sarcômeros, os quais compõem as miofibrilas.
oxigênio para a respiração. O pouco oxigênio pre- d) As células musculares cardíacas maduras têm
sente afeta os maratonistas que apresentam mais grande capacidade mitótica para promover a re-
fibras com metabolismo aeróbico e não influencia generação das áreas lesionadas do miocárdio.
significativamente os velocistas que apresentam e) A inervação no músculo liso pode ser voluntária
mais fibras anaeróbicas. ou involuntária.
Texto complementar
Ocitocina pode prevenir surgimento de de Fisiologia Endócrina e Envelhecimento do Departamento de
Ciências Básicas da Unesp em Araçatuba.
osteoporose
[...]
A ocitocina, produzida pelo hipotálamo – também conhecida Dornelles ressalta que existem dois marcos hormonais im-
como “hormônio do amor” porque liberada em presença de parceiros –,
portantes na vida da mulher: a puberdade e a perimenopausa
pode ser também uma forte aliada no controle e na prevenção da
(transição para a menopausa, que pode durar vários anos). Esses
osteoporose. Estudo realizado em ratas no fim do período fértil, na
Universidade Estadual Paulista (Unesp), mostrou que o hormônio re- eventos marcam, respectivamente, o início e o término do período
verteu fatores que antecedem a osteoporose, como a diminuição de fertilidade. “Estuda-se muito a pós-menopausa, quando a mu-
da densidade e da resistência óssea e também de substâncias que lher deixa de menstruar. No entanto, as oscilações hormonais que
favorecem a formação do osso. ocorrem antes, na perimenopausa, já são bastante fortes e estão
relacionadas com a diminuição gradual da densidade óssea. É
“Nosso estudo tem como enfoque a prevenção da osteoporose
preciso haver estudos visando a prevenção da osteoporose nessa
primária; por isso investigamos mecanismos fisiológicos que ocorrem
no período pré-menopausa. Nessa etapa da vida da mulher, medidas fase, pois o período após a menopausa representa cerca de um
de prevenção podem evitar que os ossos se tornem frágeis e que terço da vida e deve ser vivido com qualidade” diz.
ocorram fraturas, o que poderia reduzir a qualidade e a expectativa No estudo, os pesquisadores aplicaram apenas duas doses
de vida”, diz Rita Menegati Dornelles, coordenadora do Laboratório do hormônio ocitocina – com 12 horas de diferença entre uma
Resumindo
Introdução y Classificação quanto ao número de camadas:
y A Histologia é a área da biologia responsável pelo estudo – simples: uma camada de células.
dos tecidos – estratificado: apresenta duas ou mais camadas.
– pseudoestratificado: apresenta uma camada de células
y Tecidos são conjuntos de células que desempenham de- cujos núcleos variam em tamanho e posição.
terminadas funções.
y Classificação quanto ao formato das células:
– cúbico: células em forma de cubo.
Tecidos epiteliais
– colunar (prismático): células alongadas.
y Células justapostas. – pavimentoso (escamoso): células achatadas.
Pouca matriz extracelular. – transição: forma e tamanho das células variam de acor-
FRENTE 3
y
do com o grau de distensão do órgão em que ele está
y Avasculares.
presente.
y Apoiados sobre uma camada de tecido conjuntivo subja-
cente. Epitélios de secreção (ou glandulares)
y São derivados de diferenciações que ocorrem em epitélios
Epitélios de revestimento
de revestimento, originando as glândulas.
y Revestem órgãos, superfícies e cavidades. y Glândulas: estruturas especializadas em produzir e liberar
y Atuam na proteção e, em algumas situações, na absorção substâncias, como hormônios.
de substâncias. y Classificação quanto ao número de células
y Apresentam especializações de membrana, como desmos- – unicelulares: formadas por apenas uma célula.
somos, interdigitações e microvilosidades. – multicelulares: compostas por agrupamentos de células.
239
y Classificação quanto ao local onde é lançada a secreção: y Principais funções:
– glândulas exócrinas: liberam suas secreções na superfície – reserva energética nos animais.
do corpo ou em uma cavidade. – isolamento térmico.
– glândulas endócrinas: lançam suas secreções no sangue. – proteção mecânica.
– glândulas mistas: possuem uma porção endócrina e uma
porção exócrina. Tecido cartilaginoso
y Rígido e avascular.
Estrutura da pele humana
y Funções:
y A pele é um órgão constituído pela epiderme (tecido
– sustentação.
epitelial) e pela derme (tecido conjuntivo). Sob a pele é
– revestimento das articulações.
encontrado o tecido subcutâneo (hipoderme) rico em adipó-
– crescimento dos ossos longos.
citos, células especializadas no armazenamento de gordura.
y Matriz extracelular com colágeno; também pode apresentar
y A camada córnea (camada mais externa da epiderme) apre-
elastina, proteína que confere elasticidade.
senta células mortas com queratina.
y Tipos celulares:
y Apresenta anexos epidérmicos, como:
– condroblastos: células jovens, com intensa atividade
– pelos.
secretora, que atuam na produção da substância funda-
– glândulas sebáceas.
mental e das fibras proteicas.
– glândulas sudoríferas.
– condrócitos: correspondem a condroblastos que diminuí-
ram sua atividade. São encontrados em regiões de maior
Tecidos conjuntivos
rigidez das cartilagens.
y Células dispersas em grande quantidade de matriz extra- – condroclastos: células que degradam os componentes
celular. do tecido cartilaginoso. Atuam na remodelação das car-
y A matriz extracelular é formada por: tilagens.
– substância fundamental;
– fibras proteicas: Tecido ósseo
• colágenas: resistentes, porém, flexíveis.
y Principal componente dos ossos.
• reticulares: formam redes de apoio para outras estru-
turas. y Matriz óssea (matriz extracelular) com:
• elásticas: conferem elasticidade aos tecidos. – parte orgânica constituída principalmente por colágeno,
que confere certa flexibilidade aos ossos.
y Células do tecido conjuntivo – porção mineral rica em fosfato e cálcio, resultando em
– fibroblastos: responsáveis pela produção das fibras protei-
alta resistência.
cas e da substância fundamental. Quando os fibroblastos
diminuem sua atividade de síntese, passam a ser chama- y Funções:
dos de fibrócitos. – sustentação.
– plasmócitos: células de defesa responsáveis pela produ- – proteção de estruturas internas.
ção de anticorpos. – apoio aos músculos esqueléticos.
– macrófagos: atuam na defesa do organismo por meio da – reserva de cálcio e fosfato.
fagocitose de substâncias estranhas e microrganismos y Tipos celulares:
invasores. – osteoblastos: atuam na produção parte orgânica da matriz
– mastócitos: células ligadas a processos alérgicos e res- óssea e na mineralização da matriz óssea.
postas inflamatórias. – osteócitos: correspondem osteoblastos que diminuíram
– mesenquimais: correspondem a células-tronco multipoten- sua atividade. São células fundamentais à manutenção
tes; dessa forma, podem se diferenciar em outras células da matriz óssea.
do tecido conjuntivo. – osteoclastos: células que realizam a reabsorção da matriz
óssea. São importantes nos processos de remodelação
Tecido conjuntivo propriamente dito dos ossos, por exemplo, em casos de fratura.
y Frouxo y Estrutura de um osso longo
– Atua no suporte e no preenchimento de espaços entre – epífises: extremidades do osso.
células e tecidos. – diáfise: porção alongada e cilíndrica.
y Denso y Estrutura interna de um osso
– Tecido com predominância de fibras colágenas. – osso compacto: desprovido de cavidades.
– Confere maior resistência à tração e oferece proteção – osso esponjoso: apresenta cavidades intercomunicantes
aos demais tecidos. ocupadas pela medula óssea.
– Medula óssea:
Tecidos conjuntivos de propriedades especiais • vermelha: rica em tecido hematopoiético, sendo a res-
Tecido adiposo ponsável pela produção de elementos sanguíneos. Nos
recém-nascidos, toda a medula óssea é vermelha; nos
y Com predominância de adipócitos, células especializadas
adultos, está restrita ao interior de certos ossos, como
no armazenamento de gordura.
vértebras, esterno, costelas e ossos do crânio.
y Apresenta pequena quantidade de matriz extracelular. • amarela: com tecido adiposo, não produz elementos do
y Encontrado principalmente sob a pele, formando o tecido sangue. Está presente no interior da maioria dos ossos
subcutâneo, e ao redor de órgãos. esponjosos de adultos.
Sites
https://www.bbc.com/portuguese/geral-4099099
FRENTE 3
241
Exercícios complementares
1. Unicamp-SP 2021 Muitas células do corpo humano interagem entre si e com os componentes da matriz extracelular
para estabelecerem uma organização tridimensional (3D). O processo de agregação celular permite a realização de
experimentos em um modelo 3D de esferoides. A figura I representa, em plano 2D, a agregação celular 3D no esferoi-
de. Conforme crescem, os esferoides exibem geometria esférica com organização concêntrica de células nas zonas
de proliferação, de transição, e de células mortas. As concentrações de gases e outras moléculas diferem entre essas
zonas, como representado na figura II em plano 2D.
I II
Agregação celular CO2 , resíduos Legenda:
O2 , nutrientes, fatores
quantidade
de crescimento
Zona de proliferação
Zona de transição concentração
(Adaptado de R-Z. Lin e H-Y. Chang. Biotechnology Journal, Weinheim, v. 3, p. 1172-84, out. 2008.)
a) Explique a razão da organização dos esferoides com células proliferativas na região externa e células mortas na
região interna, como mostra a figura II. Como o corpo humano, em situações fisiológicas, evita o surgimento de
zona de células mortas representadas na figura II?
b) Os enteroides são esferoides originados das células de revestimento do intestino humano e apresentam si-
milaridade com as células epiteliais que os originaram. Cite duas características morfológicas das células de
revestimento interno do intestino humano e suas respectivas funções.
2. UFPR 2017 O tecido epitelial do esôfago de animais é, geralmente, estratificado (possui várias camadas de células).
Em alguns casos, ele pode ser queratinizado. Que diferença existe entre os hábitos alimentares de animais com e
sem epitélio do esôfago queratinizado?
3. UEPG/PSS-PR 2019 Os tecidos epiteliais desempenham diversas funções no organismo, dependendo do órgão
onde se localizam. Assinale o que for correto sobre os epitélios e suas características.
As microvilosidades são projeções móveis da membrana celular do epitélio do sistema respiratório. Possuem
função de lubrificar os tecidos e aumentar a capacidade de absorção de nutrientes do epitélio.
As glândulas sebáceas são pequenas bolsas constituídas por células epiteliais glandulares. Sua função é lubrifi-
car a pele e os pelos, evitando seu ressecamento.
Visto a ausência de glândulas, terminações nervosas, vasos sanguíneos e receptores, o tecido epitelial possui
como característica exclusiva a proteção, funcionando como uma barreira protetora contra agentes externos.
Nos tecidos epiteliais, não há vasos sanguíneos. Os epitélios estão sempre associados a tecidos conjuntivos, nos
quais há vasos sanguíneos que nutrem e oxigenam as células epiteliais próximas.
Soma:
4. UEPG-PR 2014 Na figura abaixo são mostrados quatro tipos diferentes de epitélios. Associe o tipo de epitélio à sua
estrutura e localização em humanos. Assinale o que for correto.
Adaptado de: Lopes, S; Rosso, S. Bio. Volume 2. 2ª ed. Editora Saraiva: São Paulo, 2010.
243
10. USF-SP 2018 Essa técnica permite o rompimento das membranas
A pele é o maior órgão do nosso corpo e serve de das células de gordura.
barreira contra a invasão de micro-organismos do exterior. Em relação ao contexto acima, cite:
Pacientes com queimaduras moderadas ou graves devem a) duas funções do tecido adiposo em nosso corpo;
receber tratamento imediato, pois há risco de complica- b) dois tipos de lipídios contidos no organismo
ções e até mesmo desenvolvimento de sepse. humano.
As queimaduras são classificadas de acordo com a sua
profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas
13. UEPG-PR 2018 Os tecidos conjuntivos unem e sus-
pelo percentual da superfície corporal acometida. Classi-
tentam outros tecidos. Suas células podem ser de
camente, as queimaduras são denominadas de 1º, 2º e 3º
vários tipos e estão geralmente separadas umas
graus, de acordo com a camada acometida, sendo a de
das outras pela matriz intercelular. Quanto às ca-
3º grau a que atinge tecidos subcutâneos da pele.
Disponível em: https://www.mdsaude.com/2010/11/queimaduras-grau.
racterísticas deste tecido e suas células, assinale o
html. Acesso em: 11 out. 2017 (Adapt.). que for correto.
O tecido conjuntivo denso modelado (ou tecido
Com base no texto e nos seus conhecimentos de bio-
conjuntivo denso tendinoso) possui fibras grossas
logia, resolva o que se pede.
orientadas paralelamente, tornando-o bastante
a) Considerando que um indivíduo teve seus mem-
resistente e pouco elástico. Esse tecido constitui
bros superiores com queimadura de º grau e
os tendões e ligamentos.
seus membros inferiores com queimadura de
Os fibroblastos são as células mais abundan-
º grau, mencione quais os tecidos da pele que
tes nos tecidos conjuntivos. Possuem forma
foram atingidos em cada caso, a origem embrio-
estrelada e núcleo grande, além de retículo en-
nária desses tecidos e a classificação geral deles.
b) A pele exerce a ação de primeira linha de defesa doplasmático granuloso e complexo golgiense
no organismo, como menciona o texto. Descreva bem desenvolvidos, indicando intensa atividade
outras duas funções desse órgão. na produção de proteínas.
Os plasmócitos são células globosas do tecido
11. Udesc 2019 A pele é o maior órgão do corpo humano, conjuntivo denso, responsáveis pela atividade fa-
sendo responsável por diferentes funções de grande gocitária. São particularmente bem desenvolvidos
importância para a manutenção da vida. em alguns tecidos, como o endométrio.
Analise as proposições em relação à pele, e assinale O tecido adiposo é um tipo de tecido conjun-
(V) para verdadeira e (F) para falsa. tivo denso, o qual possui células alongadas
com grande núcleo central e que armazenam
A camada mais externa da pele é chamada de epi-
gotículas de gordura, localizadas na periferia
derme. Esse tecido é constituído por células mortas
da membrana. Tem como função principal a
e queratinizadas nos diferentes níveis da sua estra-
proteção mecânica de órgãos vitais, tais como
ticação.
coração, pulmões e intestino.
Os melanócitos são responsáveis pela formação
da melanina, a qual é capaz de absorver a radia- O tecido cartilaginoso apresenta matriz extrace-
ção ultravioleta, também neutraliza radicais livres lular rígida. A alta vascularização desse tecido
formados pela ação da radiação. permite que o mesmo promova a nutrição dos te-
Em dias quentes, os vasos sanguíneos da pele se cidos adjacentes.
dilatam, facilitando a irradiação de calor do corpo Soma:
para o meio.
O produto das glândulas sebáceas é lançado nos fo- 14. UEPG-PR 2016 Com relação aos tipos de células dos
lículos pilosos ou diretamente na superfície da pele. tecidos conjuntivos, suas características principais e
O produto das glândulas sudoríparas é constituído origem celular, assinale o que for correto.
de água, sódio, potássio, cloretos, ureia, amônia e Os osteoblastos presentes nos ossos são gran-
ácido úrico. des e multinucleados. Degradam a matriz óssea,
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, promovendo a reciclagem do tecido.
de cima para baixo. As células mesenquimatosas surgem diretamente
a) V – V – V – V – F d) F – V – V – V – V de células mesenquimatosas embrionárias. Es-
b) V – F – V – V – V e) V – V – V – F – F tão presentes nos tecidos frouxos e nas cápsulas
c) V – F – V – V – F envoltórias de cartilagens, ossos e órgãos hemo-
citopoéticos. São capazes de originar diversas
12. Udesc A gordura em excesso é um fator de alerta células do tecido conjuntivo.
em relação às condições de saúde dos indivíduos. Os condroblastos estão presentes nos tecidos
Profissionais que atuam na área de Fisioterapia Der- frouxos, têm forma estrelada e núcleo periféri-
mato-funcional têm demonstrado a eficácia no co. Produzem as fibras e a substância amorfa da
tratamento de gordura localizada pela aplicação de matriz extracelular. Surgem de células mesenqui-
ultrassom em células adiposas do tecido subcutâneo. matosas embrionárias.
os condroblastos são células do tecido ósseo III. Permite a movimentação dos órgãos internos,
responsáveis pela regeneração das superfícies como batimentos cardíacos, pulsação das arté-
ósseas lesadas ou envelhecidas. rias, eliminação das secreções e excreções pelas
os macrófagos originam-se dos monócitos e glândulas, entre outros.
apresentam intensa atividade fagocitária, atuando I – Tecido epitelial.
no mecanismo de defesa dos tecidos. II e III – Tecido conjuntivo.
o tecido cartilaginoso não apresenta vasos san- IV – Tecido muscular.
guíneos, sua nutrição é realizada através do I e II – Tecido nervoso.
pericôndrio. II e IV – Tecido hematopoiético.
Soma: Soma:
245
20. Unesp 2016 As Olimpíadas de 2016 no Brasil contarão Entre as funções do tecido muscular liso estão:
com 42 esportes diferentes. Dentre as modalidades empurrar o alimento ao longo do tubo digestório e
de atletismo, teremos a corrida dos 100 metros rasos regular o fluxo de sangue por meio do controle do di-
e a maratona, com percurso de pouco mais de 42 km. âmetro dos vasos, contraindo-se involuntariamente.
A musculatura esquelética dos atletas que competirão As miofibrilas dos músculos estriados são consti-
nessas duas modalidades apresenta uma composição tuídas pelas proteínas miosina e actina, as quais
distinta de fibras. As fibras musculares do tipo I são organizam-se em filamentos. A contração ocorre
de contração lenta, possuem muita irrigação sanguí- quando os filamentos de actina deslizam sobre os
nea e muitas mitocôndrias. Ao contrário, as fibras do filamentos de miosina, diminuindo, assim, o com-
tipo II são de contração rápida, pouco irrigadas e com primento do miômero (ou sarcômero).
poucas mitocôndrias. As fibras do tipo I têm muita mio- O processo de contração de um tecido muscular
globina, uma proteína transportadora de moléculas de estriado esquelético é voluntário (por exemplo,
gás oxigênio que confere a estas fibras coloração ver- movimento das pernas ao caminhar), processo,
melha escura, ao passo que as do tipo II têm pouca então, que não depende do sistema nervoso.
mioglobina, sendo mais claras. A imagem ilustra a dis- Soma:
posição das fibras musculares de cortes histológicos
transversais, vistas ao microscópio, da musculatura 22. UEPG-PR 2016 A contração muscular é um processo
dos atletas Carlos e João. Cada atleta compete em fisiológico de alto custo energético. Com relação aos
uma dessas duas modalidades. processos que fornecem energia para a contração
muscular, assinale o que for correto.
As fibras musculares possuem moléculas de fos-
fato de creatina, ou fosfocreatina, uma substância
altamente energética presente nas fibras muscu-
lares em uma concentração cerca de vezes
maior que o ATP.
Durante um exercício, à medida que o estoque de
ATP vai sendo utilizado, a célula muscular transfere
fosfatos energéticos das moléculas de fosfocreati-
na para moléculas ADP, gerando mais ATP.
As células musculares armazenam grande quanti-
dade de glicogênio, um polissacarídeo formado por
centenas de moléculas de glicose unidas entre si.
O ácido lático produzido nos músculos é transpor-
tado pelo sangue até os rins, onde é totalmente
excretado com a urina.
A fermentação lática ocorre nas fibras muscula-
res durante um exercício muscular muito intenso.
Nesse caso, após esgotarem-se as reservas
de gás oxigênio ligado à mioglobina, as fibras
musculares passam a produzir ATP por meio da
fermentação lática.
Soma:
(www.victoris.ugent.be)
Por que é possível armar que Carlos é o atleta que 23. UEM/PAS-PR 2014 (Adapt.) Os animais são formados
compete na maratona? Que metabolismo energético por conjuntos de células que transmitem sinais, tro-
predomina em suas bras musculares? cam substâncias entre si e exercem funções definidas,
Determine o metabolismo energético que predomina formando os tecidos. Sobre os tecidos que compõem
nas bras musculares de João e explique por que ele os animais, assinale o que for correto.
é mais suscetível à fadiga muscular quando submeti- Os tecidos conjuntivos, como o tecido adiposo e
do ao exercício físico intenso e prolongado. os tecidos cartilaginoso e ósseo, são compostos
de células não aderidas imersas em uma substân-
21. UEPG-PR 2016 Existem três tipos de tecido muscular, cia extracelular.
os quais diferem entre si pelas características de suas Os fibroblastos, células mais abundantes do teci-
células e pela localização no organismo. Consideran- do conjuntivo, produzem as substâncias da matriz
do o tecido muscular, assinale o que for correto. fundamental e são importantes na cicatrização.
O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado O sangue dos mamíferos é um tipo de tecido
apenas no coração. Suas células são longas, ra- conjuntivo constituído pelos eritrócitos e pelos
mificadas, com estrias transversais e contraem-se leucócitos, células nucleadas que contêm grande
de forma involuntária e ritmada. quantidade de mitocôndrias.
25. UEPG-PR 2012 Por ocasião das Olimpíadas sempre 27. FMJ-SP 2021 Os músculos estriados esqueléticos
vem à tona a importância da prática de exercícios físi- estão relacionados ao andar dos seres humanos e
cos. Assim, assinale o que for correto com relação aos de outros animais terrestres, bem como ao nadar dos
tecidos musculares e processos de contração muscular. peixes e ao voar das aves e morcegos. Por causa dos
As células musculares são chamadas de fibras movimentos do coração, o músculo estriado cardíaco
musculares (ou miócitos) e seus constituintes bombeia o sangue, que atinge várias regiões do corpo.
recebem denominações especiais. O seu cito- Outro grupo principal de músculos é o dos lisos, pre-
plasma recebe o nome de sarcoplasma, o retículo sentes nos intestinos, no útero, nos vasos sanguíneos
endoplasmático é chamado de retículo sarcoplas- e nos olhos, onde desempenham diferentes funções.
mático e a membrana plasmática é o sarcolema. a) Cite duas funções dos músculos intrínsecos (inter-
Quando se move contrai-se um tipo de músculo nos), presentes nos olhos, que possibilitam a visão.
que se prende aos nossos ossos: músculo es- b) Os músculos estriados possuem fibras muscu-
triado esquelético – formado por longas células lares com muitas moléculas de mioglobina e
cilíndricas e plurinucleadas. com retículo sarcoplasmático desenvolvido (ou
O processo de contração muscular deve-se ao en- retículo endoplasmático agranular). Explique a im-
curtamento de miofibrilas compostas de dois tipos portância dessas características encontradas no
de açúcares: miosina e actina. O deslizamento des- sarcoplasma das fibras musculares.
sas estruturas, umas sobre as outras, libera energia
suficiente para o processo de contração. 28. Cusc-SP 2017 Existe um tipo de músculo que atua prin-
O tecido muscular estriado cardíaco possui células cipalmente no movimento e na sustentação do corpo
longas e mononucleadas, que se contraem volun- humano, outro tipo que auxilia no transporte de sangue
tariamente e de maneira lenta, fazendo com que o e um terceiro tipo de músculo, de controle involuntário,
FRENTE 3
coração bata de uma maneira constante e ritmada. que participa, por exemplo, do peristaltismo.
Soma: a) Cite o tipo de músculo que participa do peristaltis-
mo. Cite uma característica morfológica da célula
26. USF-SP 2018 que forma esse músculo.
O estudo do transporte e regulação do íon cálcio no b) O coração é formado por um tipo de músculo
coração tem-se estendido e o projeto “Transporte de cálcio que, ao contrair-se, permite impulsionar o sangue
em miócitos ventriculares de ratos durante o desenvolvi- para o corpo. Quando corremos ou andamos, ou-
mento pós-natal” é um exemplo disso. tros músculos também auxiliam no deslocamento
Sendo um íon responsável pela contração do múscu- sanguíneo. Explique como o movimento dos mús-
lo cardíaco, há fortes indicações de que muitas doenças culos da perna sobre as veias auxilia no retorno
que levam a insuficiências nas funções do coração, como do sangue ao coração.
247
BNCC em foco
EM13CNT306 EM13CNT302
a)
a) b)
b) c)
d)
c)
d)
e)
e)
BIOLOGIA Capítulo 13
Gabarito
Região vf cruzamentos, a relação é de dominân-
Frente 1 cia incompleta, ou seja, no par de alelos
AGC AGA
e que condiciona essa característica não
Capítulo 16 Segunda lei de TCG TCT há alelo dominante nem recessivo.
Mendel 3. C b) Genótipo do animal puro (homozigoto)
sem chifres e pelos vermelhos: CCVV.
4. a) 50% aB e 50% Ab.
Revisando Genótipo do animal puro (homozigoto)
b) Devido ao fenômeno da segrega- com chifres e pelos brancos: ccBB.
1. A segunda lei de Mendel, também chama- ção independente, serão formados
da de lei da segregação independente, c) A descendência seria de 100% de ani-
espermatozoides com os seguintes
relaciona-se com o fato de que dois ou mais CcVB, isto é, sem chifres e com
genótipos:
mais pares de alelos situados em pares pelos mesclados.
AB – 25%, Ab – 25%, aB – 25% e ab
diferentes de cromossomos homólogos – 25%. d) Em F2, são produzidas seis classes fe-
separam-se independentemente na forma- notípicas: bois sem chifres e vermelhos
ção dos gametas. 5. Soma: 02 + 04 + 08 = 14
(3 C_VV); sem chifres e malhados
2. Considerando pares de alelos que estão 6. Soma: 02 + 04 + 08 + 16 = 30 (6 C_VB); sem chifres e brancos (3 C_BB);
em pares de cromossomos homólogos 7. a) Alelos: A (longo), a (curto) com chifres e vermelhos (1 ccVV); com
diferentes, os gametas são formados sem B (redondo), b (oval) chifres e malhados (2 ccVB); e com chi-
vinculação obrigatória de alelos domi- Cruzando as linhagens homozigotas, fres e brancos (1 ccBB).
nantes ou de alelos recessivos de genes obtém-se a F1, que, intercruzada, pro-
diferentes. Genes que conferem carac- duzirá, na F2, plantas com caule curto CV CB cV cB
terísticas distintas separam-se de modo e frutos ovais: CV
totalmente independente. Cruzamentos: CB
3. A determinação de gametas de di-híbridos é P: AAbb × aaBB
| cV
possível com o emprego de dicotomias ou
bifurcações em pares de alelos da célula pa- F1: AaBb × AaBb cB
rental que estiverem em heterozigose. |
F2: 9 A_B_ : 3 A_bb : 3 aaB_ : 1 aabb 3. C
4. Considerando a fórmula 2n, onde n é o nú-
mero de pares de alelos em heterozigose b) A proporção esperada de plantas com
no genótipo, o indivíduo AABbccDd pode 1
caule curto e frutos ovais (aabb) é de .
formar 22 = 4 tipos diferentes de gametas. 16 Capítulo 17 Interações
8. B 9. A 10. D
5. A fórmula que pode ser utilizada na de-
1 gênicas
terminação do número de encontros 11. ã 3%
32
gaméticos (N) é N = no de tipos de game- Revisando
12. a) Quando se obtêm descendentes fér-
tas masculinos 3 no de tipos de gametas
teis de um cruzamento, considera-se 1. Nos casos de interação gênica, a herança
femininos.
que são da mesma espécie. acontece com vários genes interagindo
6. a) Na F1, espera-se 100% de indivíduos entre si, influenciando determinada ca-
b) A primeira geração de espigas foi
heterozigotos e com as características racterística em pares de alelos que estão
produtiva e uniforme por terem as se-
dominantes, ou seja, com sementes situados em pares de cromossomos homó-
mentes homozigotas de linhagem pura.
amarelas e lisas. logos diferentes.
A geração seguinte é heterozigota e,
b) Na F2, espera-se a propor- portanto, os fenótipos e os genótipos 2. Na formação dos gametas com genes que
ção genotípica 9 V_R_ : 3 V_rr : são variados. interagem entre si também ocorre a segre-
3 vvR_ : 1 vvrr. Já a proporção fenotípica gação independente dos diferentes genes
13. E
9 – assim como na segunda lei de Mendel.
esperada é de sementes amarelas e
16 BNCC em foco
3 3. Na herança em que ocorre interação gênica
lisas, sementes amarelas e rugosas,
16 1. a) Sim. Como a surdez, nesse exemplo, simples, são observados dois pares de ale-
3 1
sementes verdes e lisas e semen- pode resultar da presença de dois alelos, los condicionando uma única característica;
16 16
localizados em dois genes diferentes, D sendo que cada par de alelos situa-se em
tes verdes e rugosas.
e E, trata-se de um caso de segregação um par de cromossomos homólogos. São
independente de fatores hereditários (se- observados, nesse caso, quatro fenótipos
Exercícios propostos
gunda lei de Mendel). diferentes, de acordo com as diferentes
1. B 5. C 9. B 13. E combinações entre os alelos, pois cada par
b) Sim, mas apenas se o homem for he-
2. D 6. B 10. E 14. C apresenta um alelo que atua como domi-
terozigoto para o gene E (ddEe), se a
nante (A ou B) em relação ao outro.
3. E 7. E 11. C 15. A mulher for heterozigota para o gene D
(Ddee), ou se ambos forem heterozigo- 4. Com o cruzamento de um casal de duplos-
4. B 8. C 12. D 16. D
tos para os respectivos genes. -heterozigotos (AaBb) com interação gênica
Exercícios complementares simples, a proporção genotípica dos des-
c) O genótipo do filho do casal com audi-
cendentes será: 9 A_B_ : 3 A_bb : 3 aaB_
ção normal só pode ser: DdEe.
1. C : 1 aabb.
2. a) No caso da característica presença
2. As plantas A e B são homozigóticas para 5. Epistasia é um tipo de interação gênica em
ou ausência de chifres, como se ob-
as regiões vc e vf; logo, cada uma delas que um par de alelos de um gene exerce
serva pelos bezerros nascidos dos
produzirá apenas um tipo de gameta em efeito inibidor sobre outro.
cruzamentos, trata-se de uma relação
relação a essas regiões. A planta resultan-
de dominância completa, ou seja, dos 6. A epistasia dominante é um tipo de epista-
te do cruzamento será necessariamente
dois alelos que as condicionam, um sia em que o alelo que inibe a expressão
heterozigótica.
é dominante (sem chifres) e o outro é de outro gene é dominante. O cruzamento
Região vc
recessivo (com chifres). No caso da cor entre duplos-heterozigotos (IiAa) na epista-
GAA TAA da pelagem, conforme se observa pe- sia dominante terá uma descendência com
e las cores dos bezerros nascidos dos proporção observada de 12 : 3 : 1.
CTT ATT
249
7. A epistasia recessiva é um tipo de epistasia d) Anfíbios. 9. a) Galo: RrEe; galinha: Rree.
em que o alelo inibidor é recessivo. O cru- e) Comportamento sexual e aviso de b) Os genes obedecem à segunda lei de
zamento entre duplos-heterozigotos (IiAa) perigo. Mendel em função das proporções ob-
na epistasia recessiva terá uma descendên- servadas na descendência.
13. a) aaBB e AAbb.
cia com proporção observada de 9 : 3 : 4.
b) 1/9 ou 11,11%. 10. A partir do enunciado, os genótipos pos-
8. A herança poligênica envolve vários ge- síveis são: A_bb (borboletas coloridas); ou
nes que resultam em um efeito cumulativo, c)
aabb, aaB_ e A_B_ (borboletas brancas). A
cada um contribuindo para a expressão de
fêmea tem genótipo aabb, o macho I tem
uma característica. O fenótipo é determina-
genótipo AAbb e o macho II, genótipo Aabb.
do pela quantidade de genes expressivos
O cruzamento entre heterozigotos
(aditivos) que o indivíduo possui. A frequên-
para os dois genes (AaBb 3 AaBb)
cia dos fenótipos na herança quantitativa
vai gerar a proporção típica da se-
apresenta um padrão de variação contínua. 3
14. A 15. C gunda lei de Mendel; portanto, dos
9. Algumas fórmulas lidam com o número de 16
16. a) O macho dourado é eeBb.
classes fenotípicas e com o número de descendentes terão asas coloridas
genes envolvidos na herança quantitativa; b) 50% eB; 50% eb. 3
(A_bb). Logo, 112 ⋅ = 21 descendentes de
entre elas: c) A fêmea preta é EeBb. 6
asas coloridas.
• Número de genes = número de classes d) A fêmea marrom é Eebb.
fenotípicas – 1 11. C 12. E
• Número de classes fenotípicas = 2 (núme- 17. E 18. D 13. a) AAbb (preto) 3 aaBB (albino) → AaBb
ro par de genes) + 1 19. a) Epistasia dominante. (aguti)
10. O cruzamento entre indivíduos de b) As plantas I e II apresentam, respectiva- b) Albinos: aaBB, aaBb e aabb. Explica-
fenótipos extremos produz apenas des- mente, os genótipos aaBb e AaBb. ção: epistasia recessiva.
cendentes de fenótipos intermediários, na 20. Soma: 08 + 16 = 24 1
proporção de 1 : 4 : 6 : 4 : 1. c) , ou 25%.
21. A proporção deverá ser de 3 de cor púrpura 4
para 1 de cor vermelha. 14. a) Os genótipos e fenótipos são: aabb, aaB_
Exercícios propostos branca, A_bb róseas e A _ B_ roxas.
22. B 23. D
1. C Genótipos das flores róseas: A_bb ou
Exercícios complementares Aabb.
2. A
b) As proporções genotípicas do cruza-
3. Soma: 02 + 08 = 10 1. E 2. B 3. B mento AaBb 3 aabb:
4. A 4. Os genótipos e fenótipos são: M_B_ pre- 25% AaBb (roxas); 25% Aabb (róseas);
5. E to, mmB_ marrom e _ _bb branco. 25% aaBb (brancas) e 25%aabb (bran-
6. a) Um gene pleiotrópico vai influenciar a) Cruzamento entre MMbb 3 mmBb: cas). E fenotípicas: 25% róseas e 50%
mais de uma característica de um MmBb = 50% filhotes de pelagem preta brancas.
fenótipo. Mmbb = 50% filhotes de pelagem bran- c) O cruzamento AaBb 3 AbBb vai gerar
ca 9
b) Esse padrão refere-se à herança quan- descendentes com fenótipos: (ro-
b) Cruzamento mmbb (fêmea) 3 MmBb 3 4 16
titativa em que ocorrem as frequências xas) : (róseas) : (brancas).
maiores nos fenótipos intermediários e (macho): 16 16
as menores nos fenótipos extremos. BNCC em foco
MB Mb mB mb
c) O cruzamento AaCc 3 AaCc resultará
mb 1. a) Trata-se de um caso de epistasia
em:
recessiva, já que o alelo e, em homo-
9 3 4 Com base no quadro, as chances são
aguti, preto e albino. zigose, impede a manifestação do par
16 16 16 de 25% mmBb (filhote marrom). de alelos B/b.
7. B 8. C 9. C
5. Trata-se de um caso de interação gênica do b) Uma vez que os pais são pretos e tive-
10. a) Pais: RrEe 3 RrEe
tipo epistasia recessiva. Assim, temos dois ram um filhote marrom (bbE_), pode-se
9 3 3 1 concluir que ambos são heterozigo-
Filhos: R_E_ : R_ee : rrE_ : pares de genes com segregação indepen-
16 16 16 16 tos para o par de alelos B/b. E, como
rree dente agindo da seguinte forma:
A – determina a produção de pigmento tiveram um filhote dourado (ou seja, ho-
3
P(R_ee) = preto. mozigoto para o alelo e), ambos devem
16
a – não determina a produção de pigmento. ser heterozigotos para o par de alelos
b) Pais: RRee 3 RrEe I – permite a expressão do gene A. E/e. Assim, a probabilidade de o filhote
Filhos: i – em homozigose inibe a expressão do dourado ser bbee (duplo-homozigoto
gene A. 1
recessivo) é de .
RE Re rE re O cruzamento seria indicado por: 4
Pais : AAii (albino) 3 aaII (albino) 2. a) Como a proporção foi de 9 : 3 : 3 : 1, po-
Re
F1: 100% AaIi (pretas) de-se afirmar que trata-se de pares de
Proporção genotípica: 1 : 1 : 1 : 1. alelos localizados em diferentes pares
6. V; V; V; V
Proporção fenotípica: 1 noz : 1 rosa. de cromossomos homólogos, ou seja,
7. B é uma herança que segue a segunda
11. A
8. a) 25% vermelho (AaBb) lei de Mendel.
12. a) D_C_: audição normal.
25% rosa (Aabb) b) A proporção obtida entre os descen-
D_cc, ddC_, ddcc: surdez profunda. 50% brancos (aaBb e aabb) dentes nos permite concluir que os pais
Sim, se os pais forem DDcc 3 ddCC. b) Indivíduos vermelhos serão: AABB ou eram duplo-heterozigotos.
b) DdCC 3 DdCC AaBB ou AABb ou AaBb. c) Nesse caso, trata-se de uma interação
9
DDCC? c) vermelhos (A_B_) gênica simples, já que dois pares de
16
1 1 1 alelos interagem na determinação de
3 5 3
4 4 16 rosa (A_bb) uma característica. A proporção feno-
16
c) Baixa variabilidade genética provocada, típica obtida entre os descendentes
provavelmente, por uma pequena popu- 4 3 1 permite eliminar a hipótese de ser um
brancos 16 aaBb e 16 aabb
lação e casamentos consanguíneos. 16 caso de epistasia.
251
produção de quatro tipos de gameta: PV, 8. Soma: 02 + 04 + 08 = 14 forma de um pequeno grânulo ade-
Pv, pV, pv. Se estiverem no mesmo cromos- 9. Soma: 01 + 02 = 03 rido ao envoltório nuclear durante a
somo, espera-se a produção de dois tipos fase G1 interfase, quando é mais fácil
10. A cromatina sexual corresponde a um cro- visualizá-la.
de gameta apenas: PV e pv (sem conside-
rar a ocorrência de crossing-over). mossomo X que se condensa durante a
interfase e fica inativo, o que só ocorre em b) A quantidade de proteínas seria se-
2. Há muito mais genes do que pares de cro- indivíduos que possuem pelo menos dois melhante nas células dos homens e
mossomos, e não seria possível que todos cromossomos X (caso da mulher na espécie das mulheres devido à inativação de
os genes da mosca estivessem em cro- humana). Em um organismo, a distribuição um dos cromossomos sexuais X na
mossomos diferentes. Assim, faz sentido das células com X materno ativado (X1) ou mulher, igualando a quantidade de
pensar que um único cromossomo aloje genes nos dois sexos. Assim, homens
com X paterno ativado (X2) apresenta a
muitos genes. E isso é válido também para e mulheres apresentam apenas um
forma de um mosaico, resultando na mani-
outras espécies de seres vivos, incluindo cromossomo X ativo.
festação de dois fenótipos em um mesmo
os seres humanos. indivíduo. 14. E 16. A 18. D
3. a) Os resultados estão de acordo com a 15. B 17. D 19. B
hipótese de que os genes que condicio- Exercícios propostos
20. a) Os processos que levam à síntese
nam as duas características estão em dois
1. C 2. D da proteína GFP a partir do gene da
loci de um mesmo cromossomo, como in-
3. Soma: 02 medusa são a transcrição (produção
dicam as porcentagens de moscas com
de RNAm com base na sequência de
fenótipos parentais (41% de moscas de 4. A 5. B bases nitrogenadas do gene presente
corpo cinza e asas normais e 41% de mos-
6. a) O consultante não transmitirá a doença na fita ativa do DNA) e a tradução (pro-
cas de corpo preto e asas vestigiais). Os
a seus filhos e filhas. dução de proteínas a partir da junção
fenótipos não parentais (9% de moscas
b) Filhas – 100% dos aminoácidos correspondentes às
de corpo preto e asas normais e 9% de
Filhos – 0% trincas de bases do RNAm).
moscas de corpo cinza e asas vestigiais)
indicam a ocorrência de permutação 7. C b) Sim, porque o gene da proteína GFP
(crossing-over) entre os cromossomos está presente em todas as células dos
8. V; F; V; F; V
homólogos na formação dos gametas. gatos transgênicos, já que foi introdu-
9. C zido nos ovócitos que deram origem a
b) A taxa de recombinação é de 18%
10. a) A mulher é portadora do gene, mas não esses animais. Dessa forma, a caracte-
(9% + 9%); portanto, a distância entre
apresenta a condição, ou seja, seu ge- rística é transmitida para as gerações
os genes é de 18 centimorgans.
nótipo é XDXd. O homem tem genótipo seguintes a partir da formação de
c) Se a taxa de recombinação entre R e XDY, pois tem visão normal e é portador novos gametas nesses indivíduos
P é de 6%, então a distância entre eles do gene, herdado de sua mãe. As chan- modificados.
é de 6 centimorgans. Sabendo que a ces desse casal de ter uma criança com 21. B
distância entre V e P é igual a 18 centi- a doença são de 25%, de acordo com o
morgans, a posição ocupada pelos três cruzamento abaixo: BNCC em foco
genes no cromossomo II só pode ser:
XD
Y 1. a) A febre é caracterizada pela ele-
Cromossomo II
vação excessiva da temperatura
XD corporal. Nessas pessoas, as febres,
P 6 R 12 V Xd que ocorrem sem motivo aparente, são
consequência do menor número de
b) A síndrome de Klinefelter é uma con- glândulas sudoríferas na pele. A prin-
18 centimorgans
dição resultante da presença de três cipal função das glândulas sudoríferas
cromossomos sexuais, dois X e um Y. é a regulação da temperatura corporal
Durante a produção dos gametas femi- por meio do suor, que, ao ser elimina-
Capítulo 19 Genoma ninos (genótipo da mãe XDXd), pode ter do, retira parte do calor corporal gerado
ocorrido a não disjunção das cromáti- pelo metabolismo.
humano e cromossomos des-irmãs do cromossomo Xd durante
b) Observa-se no heredograma que as
sexuais a anáfase II, levando o óvulo a apre- mulheres são apenas portadoras do ale-
sentar dois cromossomos Xd. Com a lo recessivo e que os homens, quando
Revisando fecundação desse óvulo, a criança com filhos de mães portadoras, são obri-
genótipo XdXdY apresentaria síndrome gatoriamente afetados. Já os filhos de
1. Os cromossomos sexuais são denomina- de Klinefelter e deuteranomalia. homens afetados não são afetados, mas
dos alossomos e são os cromossomos X e
11. D 13. B 15. C as filhas desses homens são sempre
Y. Os cromossomos não sexuais são deno-
12. C 14. C 16. D portadoras do alelo recessivo. Ou seja,
minados autossômicos.
trata-se de herança recessiva ligada ao
2. A fórmula cromossômica da mulher é 17. Soma: 02 + 16 = 18
cromossomo X, que se caracteriza pela
46 = 44A + XX; o gameta feminino tem fór- ausência de transmissão de pai afetado
mula 23 = 22A + X. Exercícios complementares
para filhos (descendente do sexo mas-
3. A fórmula cromossômica do homem é 1. D 3. A 5. D culino, que recebe apenas o Y do pai),
46 = 44A + XY; os gametas masculinos po- 2. E 4. D mas transmissão obrigatória para filhas
dem ser 23 = 22A + X ou 23 = 22A + Y. (descendentes do sexo feminino, que
6. Soma: 02 + 04 + 08 + 16 = 30 sempre recebem o cromossomo X com
4. O sexo homogamético é o feminino, pois ele
produz um único tipo de gameta: 23 = 22A + X. 7. B 8. A o alelo recessivo).
O sexo heterogamético é o masculino, 9. a) Porque a doença é causada por genes 2. a) A hemofilia do tipo A corresponde
pois gera dois tipos de gametas: 23 = localizados no cromossomo X, que o à incapacidade genética de produ-
= 22A + X ou 23 = 22A + Y. filho (homem) herda da mãe. zir o fator VIII, necessário à síntese
5. O macho é haploide e a fêmea é diploide. b) Se fosse dominante, a mãe seria porta- de protrombina; isso impossibilita a
dora da doença. Portanto, é recessivo. produção da rede de filamentos de
6. B fibrina e a formação do coágulo. Os
7. É a herança determinada por genes situados 10. D 11. B 12. A coágulos são importantes porque, em
em cromossomos autossômicos e que se ex- 13. a) Essa cromatina corresponde ao cro- situações de rompimentos de vasos
pressam em apenas um dos sexos. mossomo X. Ela se apresenta na sanguíneos, formam uma espécie de
253
autossomos 21, resultando na trissomia 3. a) Nas duas populações, a frequência Exercícios complementares
do cromossomo 21. As aneuploidias se dos alelos é igual, sendo 55% para A
originam mais comumente pela não e 45% para a. 1. B 2. D 3. C 4. A
disjunção das cromátides na meiose II, 5. f(A) = 40%
b) A população 1 apresenta 160 ho-
levando à formação de gametas com f(a) = 60%
mozigotos, e a população 2
um cromossomo a mais (n + 1) ou um 6. D 8. C 10. C
apresenta 70 homozigotos. O cál-
cromossomo a menos (n – 1). Quando
culo que determina esses valores é: 7. B 9. D 11. D
um gameta n + 1 fecunda um gameta n,
População 1: 90 (AA) + 70 (aa) = 160 ho- 12. Europeus do norte:
o embrião formado será 2n + 1, ou seja,
mozigotos
portador de trissomia.
População 2: 45 (AA) + 25 (aa) = 70 ho- 0,48
3. a) As três síndromes citadas são mutações M = 0,16 + = 0,40
mozigotos 2
do tipo aneuploidia por acréscimo de um
cromossomo. A síndrome de Down cor- 4. B Europeus do sul:
responde à trissomia do cromossomo 5. O gráfico mostra que a frequência do 0,48
21; a síndrome de Edwards correspon- gene A é p = 0,60. Como p + q = 1, temos M = 0,36 + = 0,60
2
de à trissomia do cromossomo 18; e a que a frequência do gene a é q = 0,40.
síndrome de Patau corresponde à tris- A população da Europa, como um todo,
Portanto, de acordo com o teorema de
somia do cromossomo 13. não está em equilíbrio de Hardy-Weinberg.
Hardy-Weinberg, a frequência de AA é
Se os casamentos fossem ao acaso, a fre-
b) De acordo com o gráfico, com o aumento p 2 = 0,36, a frequência de Aa é 2pq =
quência dos genes seria igual em todas as
da idade materna, há também aumento 0,48, e a frequência de aa éq 2 = 0,16.
populações.
na frequência de fetos e de crianças com 6. D
síndrome de Down. Ou seja, os dados 13. Para cada 100 indivíduos, havia 200 alelos,
7. No total de alelos na população = 12 258
indicam que quanto maior a idade da dos quais 120 (2 × 50 + 20) eram o recessivo
(cada pessoa tem dois alelos) 120
gestante, maior a probabilidade de ser a. Assim, f(a) = = 0,6 ou 60%.
N° de alelos M = 6 613 200
gerada uma criança com essa trissomia.
N° de alelos N = 5 645 Na ilha menor ocorreu o nascimento de
6 613
a) Frequência do alelo M = = 0,54 mais animais com pelagem clara devido ao
12 258
Capítulo 21 Genética 5 645
cruzamento dos heterozigotos. Com o pas-
Frequência do alelo N = = 0,46 sar do tempo, a seleção natural agiu sobre
de populações 12 258 os roedores da ilha menor, levando ao iso-
Revisando b) A população está em equilíbrio porque lamento reprodutivo destes em relação aos
as frequências se aproximam da distri- roedores da ilha maior.
1. C buição binomial (p + q)2 = 1, sendo p a
14. E 15. D 16. C 17. B
2. Pool gênico corresponde ao total de alelos frequência do alelo M e q a frequência
de uma população. do alelo N. 18. Soma: 01 + 02 + 16 = 19
3. Para o equilíbrio de Hardy-Weinberg ocor- 8. Condições para que haja equilíbrio ge- BNCC em foco
rer, há algumas condições: a população nético:
deve ser grande e não devem ocorrer 1. C
• Cruzamentos ao acaso.
mutações, migração, seleção natural e se- 2. a) As condições para que exista equilíbrio
leção sexual. • Frequências gênica e genotípica constantes. de Hardy-Weinberg em uma popula-
4. A • Ausência de mutações. ção são: número relativamente grande
de integrantes, ausência de mutações,
5. População pan-mítica é aquela em que não • Ausência de seleção natural.
ausência de seleção natural, ausên-
há seleção sexual; correspondente a uma • Ausência de migrações. cia de seleção sexual e ausência de
população que apresenta cruzamentos migrações. No caso de populações
9. E 10. B 11. D 12. C
que ocorrem ao acaso. humanas, certamente essas condições
6. A seleção natural permite que os mais 13. a) A frequência de alelos da população é:
não são obedecidas.
adaptados sobrevivam e deixem mais des- 30 indivíduos com flores vermelhas
(AA) = 30 + 30 + 50 = 110 b) O aconselhamento genético é impor-
cendentes. Com o tempo, certos alelos
50 indivíduos com flores rosa tante nas situações citadas porque
passam a predominar na população ao lon-
(Aa) = 50 + 20 + 20 = 90 fornece informações acerca da possi-
go das gerações.
20 indivíduos com flores brancas bilidade de o casal ter descendentes
7. Evolução é a alteração do equilíbrio ge- com as doenças. Isso permite que os
(aa) = 20 + 20 = 110 + 90 = 200
nético de uma população ocasionada por casais possam optar por ter ou não ter
110
mecanismos como a seleção natural. f(A) = = 0,55 filhos e auxilia no planejamento familiar.
200
8. Deriva genética é a alteração do equilíbrio 90 3. D
genético de uma população ocasionada f(a) = = 0,45
200
pelo acaso. f(A) + f(a) = 1 Frente 2
9. E 10. C
b) Com base nos estudos de Hardy-Wein-
berg, as frequências alélicas se manterão Capítulo 18 Transporte e
Exercícios propostos
estáveis nas gerações seguintes se não
1. Soma: 02 + 04 + 16 + 32 = 54 houver seleção natural, deriva genética, sustentação em plantas
2. f(bb) = 16% mutação ou fluxo gênico. Revisando
q2 = 0,16, logo q = 0,16 = 0,4 ou 40%
c) A seleção natural age quando os alelos 1. As plantas possuem dois tipos de seiva, a
f(BB) = p = 1 – 0,4 = 0,6 ou 60%
de uma população tornam os espé- seiva inorgânica (ou bruta) e a seiva orgâni-
f(Bb) = 2pq = 0,48 ou 48%
cimes mais adaptados, alterando o ca (ou elaborada). Os tecidos responsáveis
O número de camundongos Bb é dado por:
equilíbrio genético de uma população. pela sua condução são o xilema e o floe-
0,48 x 200 = 96.
Caso o alelo diminua a sobrevivência ma, respectivamente.
Para uma população permanecer em
dos indivíduos de determinada popula-
equilíbrio, ela precisa apresentar ausên- 2. A seiva inorgânica é composta de água e
cia de mutações, de seleção natural, de ção, a frequência alélica vai diminuir. Já de sais minerais, e a seiva orgânica é com-
seleção sexual e de migrações e precisa em uma situação contrária, ela tenderá posta principalmente de água e sacarose,
ainda apresentar um grande número de a aumentar. com quantidades menores de vitaminas,
indivíduos. 14. C aminoácidos e sais minerais.
255
(quando abertos) e também da cutí- auxina é produzida por embriões de semen- crescimento das gemas laterais, inibem
cula, que ocorre de forma muito mais tes e pela gema apical ativa – é distribuída o crescimento das raízes e têm pouco
frequente nas plantas. de forma polarizada, pois o AIA produzido efeito sobre as células do caule. Altas
2. A capilaridade é o processo espontâneo na gema apical ativa do caule é transportado concentrações do hormônio estimulam
de subida de um líquido no interior dos em direção ao ápice da raiz. o crescimento caulinar, porém inibem o
vasos lenhosos, que constituem o xilema. 5. A citocinina estimula mitoses, contribuindo crescimento da raiz e das gemas late-
Por capilaridade, a água só é capaz de para o crescimento da planta e para o desen- rais do caule.
subir uns poucos centímetros. A pressão volvimento dos meristemas primários. Com 10. C 11. A 12. D
positiva da raiz está relacionada à absor- isso, há estímulo nas gemas apicais (cres-
ção da água do solo em consequência cimento longitudinal do caule), nas gemas Exercícios complementares
da pressão osmótica. Geralmente, a con- laterais (crescimento dos ramos) e dos meris- 1. a) O ovário da flor.
centração no interior do xilema é maior do temas da raiz, onde o hormônio é produzido.
que a concentração salina do solo. Assim, A conversão de gemas em flores, a de ová- b) À medida que as sementes se desen-
desenvolve-se uma pressão osmótica, cha- rios em frutos e o adiamento do processo de volvem no interior do ovário, produzem
mada de pressão de raiz, responsável pela envelhecimento (senescência) das folhas tam- auxinas e giberelinas, que estimulam o
absorção da água presente no solo. Quan- bém são ocasionados pela ação da citocinina. desenvolvimento e o amadurecimento
do a pressão de raiz se eleva, a água, além do fruto. Por isso, a aplicação desses
6. A giberelina é um hormônio responsá- hormônios em flores não polinizadas leva
de penetrar no xilema, é “empurrada” para
vel pelo crescimento da planta, por meio ao desenvolvimento do ovário, formando
cima, em direção às folhas.
da distensão celular. Está envolvido no frutos sem sementes.
3. a) A sacarose é produzida nas células do crescimento de raízes, de caules e suas
parênquima clorofiliano, nas folhas da ramificações, na germinação de sementes 2. E 3. A 4. D
planta, e é transportada ativamente des- e no desenvolvimento do fruto. 5. a) As gemas apicais produzem auxinas,
sas células (chamadas de fonte) para as que inibem o desenvolvimento das
7. A auxina estimula a distensão celular,
células companheiras; destas, passam gemas laterais, fenômeno chamado de
atuando, portanto, no crescimento do ve-
para os elementos de tubo crivado, dominância apical.
getal. Entre suas ações, podem ser citadas:
elevando a pressão osmótica nessas b) Auxinas.
a dominância apical, a formação de raízes
células. Ao mesmo tempo, as folhas es- 6. a) A poda desencadeia a quebra da dominân-
adventícias, a inibição da abscisão de fo-
tão transpirando, a raiz está absorvendo cia apical, efeito provocado pelas auxinas
lhas e de frutos e a formação de frutos
água e a seiva inorgânica está subindo produzidas na gema apical do caule sobre
partenocárpicos.
continuamente pelos vasos do xilema. as gemas laterais. Como consequência,
Como a pressão osmótica nas células 8. O ápice do caule é menos sensível, as ge-
os meristemas localizados nas laterais
do floema está elevada, parte da água mas laterais têm sensibilidade média e a
do caule (gemas laterais) dão origem a
do xilema flui para elas, por osmose, e extremidade da raiz é muito sensível.
novos ramos.
arrasta as moléculas de sacarose pelo 9. O hormônio que reduz a atividade meta-
floema em direção às células da raiz b) O fitormônio etileno promove a absci-
bólica de uma planta é o ácido abscísico
(chamada de dreno), onde a sacarose é são foliar e atua no amadurecimento
(ABA), produzido em parênquimas foliares,
descarregada e poderá ser consumida dos frutos.
no caule e no ápice da raiz. É um hormô-
ou armazenada como amido. nio importante, pois, em condições de 7. a) O hormônio é aplicado antes da fecun-
b) Para garantir que pelo menos alguns escassez de água, reduz a atividade me- dação, acelerando o desenvolvimento
frutos cresçam bem e fiquem doces o tabólica das células da folha e provoca o do ovário floral, que se transforma em
suficiente. Porque, se todas as flores fechamento dos estômatos, o que impede fruto antes da formação de sementes.
forem fecundadas e se desenvolverem a perda de água pela transpiração. Além b) Ácido abscísico. Inibe o transporte ativo
em frutos, nessa planta haverá muitos disso, o ABA presente nos frutos de algu- de K+, acarretando a diminuição da tur-
drenos, e as fontes serão muito exigi- mas espécies também atua como inibidor gescência das células-guarda e o con-
das, podendo ter sua capacidade de da germinação de sementes, ampliando o sequente fechamento dos estômatos.
produção ultrapassada. Quando o agri- tempo para sua dispersão. 8. B
cultor elimina algumas flores, garante 10. O hormônio de maturação é o etileno. Ele
que haverá menos drenos, que pode- 9. a) Os estômatos estão localizados na epi-
é responsável pelo processo de matura- derme foliar. Entre os fatores abióticos
rão se desenvolver melhor. ção de frutos, o que os torna mais atrativos que podem interferir nos movimen-
para animais dispersores, que promovem tos de abertura ou fechamento dos
diminuição da competição intraespecífica, estômatos, podem ser citados: tempe-
Capítulo 19 Hormônios contribuindo para a manutenção da espé- ratura, luminosidade, disponibilidade
vegetais cie da planta. O etileno também promove de água e a concentração de CO2.
a aceleração do processo de senescência
b) Para garantir a proteção contra agen-
Revisando (envelhecimento) das folhas, facilitando a
tes patógenos, ocorre o fechamento
abcisão foliar. Em algumas espécies, o eti-
1. O desenvolvimento das plantas pode ser estomático com o objetivo de evitar a
leno estimula a floração.
influenciado pela sua carga genética, pe- entrada desses agentes. Desse modo, o
las condições ambientais e também por Exercícios propostos ácido abscísico (ABA), hormônio respon-
hormônios. sável por esta ação, promove a redução
1. C 2. A da concentração de íons K+ no interior
2. O crescimento de uma planta ou de partes
3. Soma: 02 + 08 + 16 = 26 das células-guarda. A saída de K+ e de
dela pode ser verificado durante a germi-
água por osmose faz com que estas
nação da semente e no desenvolvimento 4. A
células fiquem flácidas e ocorra o fecha-
do caule, da raiz, dos ramos e do ovário, 5. Soma: 02 + 04 + 08 = 14 mento do ostíolo.
dando origem ao fruto.
6. D 7. A 8. B 10. A 12. D
3. Hormônios, como a citocina, a giberelina e
a auxina, são responsáveis pelos estímulos 9. a) Dominância apical. 11. V; F; V; V; V 13. B
de crescimento das plantas. b) Ácido indolacético (AIA).
BNCC em foco
4. A citocinina é produzida no meristema da ex- c) Pequenas concentrações de AIA esti-
tremidade da raiz e o hormônio é distribuído mulam o crescimento das raízes, mas 1. a) A mudança na coloração do fruto du-
pela planta por meio do xilema. A giberelina não produzem efeito sobre o cresci- rante o amadurecimento e o sabor
é produzida em gemas ativas e em semen- mento das gemas laterais ou do caule. agradável do fruto maduro o tornam
tes, atuando próximo ao local de produção. A Concentrações médias estimulam o um alimento interessante para diversos
257
b) A interrupção do escuro interferiu na uniforme e a porção do talo que ficou 4. Os horizontes do solo são genericamente
floração. A proteína se chama fitocromo. sem auxina durante o dia pode crescer divididos em O, A, B e C. O horizonte O é a
7. O período de escuro é o que determina a também, provocando novo movimento do camada mais superficial e é formado predomi-
floração, já que sua interrupção determinou talo, que volta à posição inicial. nantemente por matéria orgânica que forma
a produção de flores. Na verdade, plantas 2. a) Trata-se de geotropismo (ou gravitro- o húmus. O horizonte A apresenta minerais
de dia longo necessitam de períodos escu- pismo) negativo do caule, que está e coloração escura por causa da grande
ros curtos (noites curtas), o que caracteriza relacionado ao estímulo da gravidade quantidade de matéria orgânica depositada.
as noites de verão. O horizonte B é uma região intermediária e,
sobre as plantas. Esse movimento é de-
normalmente, de maior extensão. É constituí-
8. B terminado pela presença do hormônio
do por rocha bastante desagregada e com
auxina, que é produzido na gema apical
deposição de materiais provenientes do ho-
Exercícios complementares e transportado em direção à extremidade
rizonte A. O horizonte C apoia-se na rocha
das raízes, em conjunto com a ação da
1. B 2. E matriz e tem grandes fragmentos de rocha,
gravidade. Quando a planta é colocada
que foi pouco desagregada.
3. O movimento vegetal apresentado pela de ponta-cabeça, como nesse caso, é
dama-da-noite é o nastismo, caracteriza- afetada a distribuição da auxina, que se 5. A fotossíntese produz matéria orgânica a
do por ser reversível e não ser orientado concentra na extremidade onde está partir de matéria inorgânica; é realizada
em relação à fonte de estímulo. Na dama- sendo produzida, provocando maior pelo nível trófico dos produtores, que re-
-da-noite, o estímulo responsável pelo crescimento do caule, o que resulta em presentam a base da cadeia alimentar e
processo de abertura das flores é a au- sua curvatura para cima, obedecendo no- dão sustentabilidade à biodiversidade do
sência de luz, sendo, portanto, um caso vamente ao geotropismo negativo. ambiente. Elevada atividade fotossintética
de fotonastismo. Entre as características significa alta produtividade primária bruta e
b) Conforme se observa na imagem, o elevada biomassa.
morfológicas das flores que possibilitam a
caule da planta cresceu normalmente
atração de polinizadores noturnos, podem 6. Em baixas latitudes, há alta insolação e
(reto) durante algum tempo e, em segui-
ser citadas: coloração clara e a presença de elevada temperatura; em latitudes mais ele-
da, apresentou curvaturas, o que indica
glândulas odoríferas bem desenvolvidas. vadas, há um decréscimo da insolação e da
que ela provavelmente foi cultivada du-
4. B rante algum tempo em posição normal, temperatura.
5. a) O movimento de fechamento dos folíolos crescendo de acordo com o esperado, 7. Locais de elevada altitude apresentam de-
das dormideiras é chamado de tigmonas- resultado do geotropismo negativo do clínio de temperatura.
tismo e ocorre quando as plantas sofrem caule, e, posteriormente, foi colocada em 8. Os tipos de biomas encontrados são: deser-
algum estímulo mecânico. posição invertida. to, pradaria, savana e floresta pluvial.
b) Variações na turgescência dos pulvinos 3. a) O estímulo é a variação do fotoperíodo, 9. Os tipos de biomas encontrados são: de-
podem ocorrer quando há a saída de isto é, a quantidade de horas diárias em serto, pradaria e floresta pluvial.
K+ do interior do vacúolo das células que há iluminação. Uma vez que, na re- 10. A vegetação encontrada da base em di-
presentes nestas estruturas, levando à gião onde se passa o filme, o inverno tem reção ao ápice é: floresta tropical, floresta
perda de turgor (células murcham). Por fotoperíodos curtos (dias curtos e noites caducifólia, taiga e tundra; o pico apresen-
outro lado, a entrada de K+ torna o meio longas), pode-se deduzir que a mudança ta neve e gelo.
celular interno hipertônico, as células de cor das brácteas depende de um foto-
ganham água por osmose e, desse período curto. 11. Temperaturas bastante baixas, com verão
modo, mantêm a turgescência. curto e inverno longo. Chuvas são menos
b) Resposta pessoal. A causa do proble- frequentes na tundra do que em desertos.
6. C ma estava no fato de os dias estarem Há a presença de permafrost, camada de
7. a) A planta não florescerá. mais longos do que deveriam estar em gelo impermeável no solo. Ocorre predo-
pleno inverno. A solução, portanto, se- mínio de vegetação herbácea, constituída
b) A planta representada é de dia curto,
ria escurecer as plantações para que as por plantas tenras e de porte muito reduzi-
ou seja, para que possa florescer é ne-
brácteas do bico-de-papagaio fiquem do, como é o caso de gramíneas, musgos
cessário ficar exposta a uma noite longa
vermelhas. e líquens. Pode haver vegetação arbustiva,
contínua. Quando a planta está sob
exposição contínua à escuridão, o fito- mas não há árvores.
cromo ativo (F) é convertido em fitocromo 12. O clima é frio e apresenta invernos rigoro-
inativo (R). Assim, durante a noite e em
Capítulo 21 Plantas sos e longos. A taxa de decomposição é
condições naturais, predominaria o fito- e ambiente baixa e muitos nutrientes presentes no solo
cromo inativo (R), e a planta de dia curto, não se tornam disponíveis para as plantas. A
nas condições citadas, floresceria. No en- Revisando vegetação é formada por poucas espécies,
tanto, na situação 3 a planta foi exposta à predominantemente por gimnospermas
luz no meio da noite, propiciando o acú- 1. Bioma é um conjunto de ecossistemas tí- coníferas e poucas angiospermas. As coní-
mulo de energia pelo fitocromo R. Este picos de determinados padrões climáticos feras possuem folhas acículas, adaptadas à
fenômeno possibilita que se converta que apresentam fauna e, principalmente, neve; assim, não caem no inverno. É comum
novamente em fitocromo F. Na presença flora semelhantes. Um bioma possui com- a ocorrência de seca fisiológica.
desta molécula, ocorre a inibição da flora- ponentes abióticos e uma comunidade
13. O clima é sazonal, com duas estações defini-
ção de uma planta de dia curto. biológica que atingiu o estágio de clímax.
das, com períodos muito quentes e secos e
2. A comunidade dos biomas apresenta a outros muito frios e chuvosos. Nos períodos
BNCC em foco máxima biodiversidade e a maior biomassa secos, é comum a ocorrência de incêndios.
possíveis. A produtividade primária líquida O solo das pradarias é profundo, rico em
1. O hormônio auxina é responsável por
tende a zero, isto é, toda a matéria orgâni- nutrientes e fértil. As queimadas contribuem
essa resposta fisiológica (“esticamentos”)
do talo do girassol, o que possibilita seus ca gerada na fotossíntese é utilizada pelos para a manutenção das gramíneas, plantas
movimentos. À medida que o Sol ilumina membros da comunidade: isso contribui para que apresentam crescimento próximo ao solo
a inflorescência, a auxina desloca-se para a estabilidade da biota. e que suportam a perda das folhas queima-
a face não iluminada do talo, e a diferen- 3. Entre os fatores abióticos, destacam-se das. Podem ocorrer matas de galeria com
ça na concentração do hormônio entre a água, temperatura, luz (insolação), gás estrato arbóreo próximo a cursos-d’água.
porção iluminada e a não iluminada do carbônico, gás oxigênio e nutrientes mine- 14. O clima é temperado e apresenta as qua-
talo provoca seu crescimento assimétri- rais. A decomposição de matéria orgânica tro estações bem definidas, com umidade
co, levando-o a curvar-se na direção da é fundamental para a disponibilização de suficiente para a manutenção de árvores.
luz. Quando chega a noite, na ausência sais minerais e compostos nitrogenados, O solo é profundo e rico em nutrientes,
de luz, o hormônio se distribui de maneira que podem ser empregados pelas plantas. contribuindo para isso o fato de as árvores
259
baixa. Esse hormônio atua degradando a 2. a) A queda de temperatura é percebi- a deposição de cálcio nos ossos, redu-
matriz óssea e liberando cálcio no sangue, da pelo hipotálamo, que é ativado e zindo a absorção de cálcio no intestino
aumentando sua reabsorção nos túbulos estimula a ocorrência de contrações e diminuindo a reabsorção de cálcio
renais e estimulando a síntese de vitami- musculares, que causam tremores para nos rins.
na D, que aumenta a absorção de cálcio aumentar a produção de calor, e a vaso-
11. Soma: 04 + 16 = 20
no intestino. Quando os níveis de Ca2+ no constrição, para reduzir a circulação de
sangue estão altos, a calcitonina é estimu- sangue na superfície e manter o calor 12. A
lada; ela inibe a liberação de cálcio dos nos órgãos internos. 13. O hormônio é o cortisol, secretado pelas
ossos e aumenta a excreção desse mine- b) A neuroipófise armazena e libera a va- glândulas suprarrenais. Ele está envolvido
ral pelos rins. sopressina (ADH). Como esse hormônio na regulação do ciclo circadiano e determi-
7. O córtex das glândulas suprarrenais se- aumenta a reabsorção de água nos rins, na o período de atividade de um indivíduo;
creta os mineralocorticoides, como a a inibição de sua produção diminui a por isso, suas concentrações estão eleva-
aldosterona, e os glicocorticoides, como quantidade de água reabsorvida e au- das das 8 às 20 horas. O cortisol também
o cortisol. Já a medula dessas glândulas menta o volume de urina produzido. atua na manutenção dos níveis de glicose
secreta a adrenalina e a noradrenalina (ou 3. a) O ADH está associado ao controle neu- no sangue e em situações de estresse.
epinefrina e norepinefrina). roendócrino (3): é produzido por células Esse hormônio estimula a gliconeogênese,
neurossecretoras do hipotálamo e se- processo no qual há produção de glicose
8. O pâncreas é uma glândula mista porque a partir de proteínas e lipídeos, o que justi-
desempenha função endócrina e exócrina. cretado pela neuroipófise na corrente
sanguínea. A insulina está associada fica a perda de massa muscular.
Ele tem células especiais que secretam os
hormônios insulina e glucagon na corrente ao controle endócrino (1): a alta concen- 14. B 15. A 16. C
sanguínea, atuando como glândula en- tração de glicose no sangue estimula 17. O hormônio A é o glucagon e o B é a insu-
o pâncreas a liberar esse hormônio di-
dócrina, mas também possui células que lina. Ambos são produzidos pelo pâncreas.
retamente na corrente sanguínea. A
produzem e secretam o suco pancreático O glucagon aumenta a taxa de glicose no
acetilcolina está associada ao controle
no intestino delgado, atuando como glân- sangue, enquanto a insulina a diminui. O
nervoso (2): trata-se de um neurotrans-
dula exócrina. hormônio C, que eleva a taxa de glicose
missor liberado por neurônios, que atua
9. O aumento de glicose no sangue estimula a sanguínea, pode ser o cortisol (que promo-
gerando uma resposta nas células-alvo.
liberação da insulina, que facilita a entrada ve a gliconeogênese, isto é, a produção
b) O controle nervoso é o de alta veloci- de glicose a partir de substâncias que não
desse carboidrato nas células, reduzindo a
dade. As células estimuladas geram são carboidratos) ou a adrenalina (que
glicemia. Quando a concentração de glicose
impulsos nervosos que são conduzidos promove o aumento da degradação do
sanguínea fica abaixo dos valores de refe-
até um órgão efetuador de resposta. glicogênio no fígado), ambos produzidos
rência, ocorre a secreção do glucagon, que
Ao atingir as terminações axônicas, há pelas glândulas suprarrenais.
estimula a quebra do glicogênio, liberando liberação de neurotransmissores que
mais glicose para o sangue e aumentando Após a administração do hormônio A, o gli-
se ligam aos receptores de membrana cogênio muscular não se altera. Quando o
a glicemia. da célula receptora do órgão-alvo.
glucagon é secretado, ele estimula a degra-
10. O diabetes melito tipo 1 ocorre quando 4. A 5. E dação do glicogênio do fígado.
o próprio sistema imune destrói as cé-
6. a) O hormônio é o TSH (hormônio tireo- 18. O gráfico III corresponde ao indivíduo com
lulas beta do pâncreas, responsáveis
trófico). O elemento mineral é o iodo, diabetes mellitus, pois apresenta baixa pro-
pela produção de insulina, deixando a
que compõe as moléculas dos hormô- dução de insulina, o que mantém os níveis
concentração de glicose sanguínea ele-
nios T3 e T4. de glicose elevados. A insulina é produzi-
vada – nesse caso, há necessidade de
aplicação de insulina sintética. Já o dia- b) Em dias frios, ocorre o aumento dos hor- da pelo pâncreas, cuja porção exócrina é
betes melito tipo 2 não é dependente da mônios T3 e T4, para aumentar a taxa responsável pela secreção do suco pan-
insulina e ocorre quando as células não metabólica e produzir mais calor, ajudando creático, que contém enzimas digestivas,
reconhecem esse hormônio, o que impede na manutenção da temperatura. no intestino delgado.
a absorção da glicose. 7. a) O hormônio calcitonina, produzido 19. A redução da glicemia ocorre devido à in-
pela glândula tireóidea, é responsável sulina. O indivíduo que apresenta rápida
Exercícios propostos por diminuir a concentração de cálcio absorção intestinal de carboidratos apre-
no sangue. sentou maior liberação desse hormônio,
1. A 8. E 15. D 22. E
b) O pré-pró-hormônio tem 110 aminoáci- pois sua concentração de glicose sanguínea
2. B 9. C 16. A 23. D
dos, e cada aminoácido é codificado por diminuiu de forma mais rápida. Sob a ação
3. D 10. C 17. B 24. C um códon, composto por 3 nucleotídeos. da insulina, as células do corpo são capazes
4. C 11. D 18. A 25. A Além de ter 110 códons codificando os de absorver a glicose que está no sangue. O
110 aminoácidos, há o códon de parada, indivíduo portador da doença hepática terá
5. A 12. A 19. A 26. D
que não adiciona qualquer aminoáci- sua glicogênese afetada, pois a produção e
6. B 13. B 20. A 27. B do à sequência, apenas indica seu fim. o armazenamento de glicogênio a partir da
7. C 14. A 21. A 28. D Dessa forma, o RNA mensageiro tem 111 glicose sanguínea serão prejudicados.
códons no total. Se cada códon é com- 20. B
Exercícios complementares posto por 3 nucleotídeos, o RNAm tem
333 nucleotídeos. 21. a) A digestão dos carboidratos se inicia na
1. a) Com o aumento na produção de hemá- boca e termina no intestino delgado.
cias, há mais células disponíveis para 8. Na tireoidite de Hashimoto, os anticorpos
destroem a enzima TPO, responsável pela b) Ele poderia desenvolver diabetes me-
transportar oxigênio para os músculos.
produção dos hormônios T3 e T4; dessa lito tipo 2. Nesse tipo de diabetes, a
Com isso, a produção de ATP pela res-
forma, seus níveis estarão baixos em porta- insulina continua sendo produzida, no
piração celular é maior, aumentando
dores não medicados. Nesses indivíduos, entanto, as células passam a ter dificul-
sua eficiência e o desempenho físico
a hipófise não será inibida pelo T4, então dades para absorver a glicose devido
dos atletas.
se mantém produzindo o TSH, cujos níveis a alterações nos seus receptores. Na
b) O hormônio do crescimento (GH) é pro- estarão elevados. diabetes tipo 1, ocorre a destruição das
duzido pela adenoipófise. A falta desse células beta do pâncreas, reduzindo a
9. C
hormônio na infância pode causar na- produção de insulina.
nismo. Já o excesso de GH durante a 10. a) X corresponde à glândula tireóidea e Y
corresponde ao paratormônio (PTH). 22. Soma: 04 + 08 + 16 = 28
fase de crescimento causa gigantis-
mo, e em adultos causa a acromegalia b) A calcitonina atua reduzindo a concen- 23. Soma: 01 + 02 = 03
(crescimento das extremidades). tração de cálcio no sangue, promovendo 24. Soma: 02 + 04 + 08 = 14
261
mutação tivesse ocorrido no espermato- 10. a) O hormônio foliculoestimulante (FSH) menstrual. Portanto, M deve estar indi-
zoide ou no núcleo do zigoto, todas as regula o amadurecimento dos folículos cado na figura A após a degeneração
células formadas teriam a deleção do ovarianos e a produção de estrógeno. do corpo lúteo, processo que reduz as
gene SRY. O hormônio luteinizante (LH) estimula a concentrações de progesterona, cau-
3. O hormônio que promove a liberação do liberação do ovócito secundário (ovu- sando a descamação do endométrio.
ovócito secundário é o LH (hormônio lu- lação) e a formação do corpo lúteo, Na figura B, a própria descamação do
teinizante). Para que a divisão meiótica responsável pela produção da proges- endométrio marca a posição em que a
terona. letra M deve ser indicada.
termine e o óvulo se forme, é necessário
que ocorra a fecundação. O gameta femi- b) O estrógeno e a progesterona são b) A ovulação ocorre devido a um au-
nino é uma célula com grande quantidade produzidos pelos ovários, sendo mento na concentração do hormônio
de nutrientes disponíveis, o que garante o que o primeiro é secretado pelos fo- luteinizante, então a letra O deve ser
desenvolvimento do zigoto. lículos ovarianos e o segundo, pelo indicada ligeiramente à direita do pico
corpo lúteo. Como esses hormônios de LH.
4. a) De acordo com as informações do
são responsáveis pela manutenção do c) Durante a gravidez, a alta concen-
enunciado, como o óvulo se mantém
endométrio espesso e vascularizado, tração de estrógeno e progesterona
por 24 horas depois de ser liberado,
uma queda em seus níveis causa a mantém os hormônios hipofisários
ele ainda estará viável no dia seguinte
menstruação, que é a descamação do (FSH e LH) inibidos, por meio de
ao da ovulação (16o dia). Os espermato-
endométrio. feedback negativo.
zoides ficam viáveis por 72 horas, ou 3
dias, no corpo da mulher, então deve- c) O hCG estimula o corpo lúteo a pro- 15. a) O hormônio A corresponde ao estróge-
-se considerar 3 dias antes da ovulação duzir progesterona, o que mantém a no, cuja concentração aumenta antes da
(12o, 13o e 14o dias). espessura do endométrio e, conse- ovulação, já que é produzido pelo folícu-
quentemente, a gestação. lo em desenvolvimento. Já o hormônio
b) Os hormônios que atingem seus níveis
mais altos no período fértil são o FSH e 11. a) O hCG (gonadotrofina coriônica hu- B é a progesterona, cuja concentração
o LH, sendo que o último está em maior mana), que pode ser detectado no aumenta após a ovulação, pois é pro-
concentração, pois é o responsável sangue ou na urina. duzida pelo corpo lúteo. Caso ocorra
pela ovulação. A progesterona atingirá implantação do ovócito no endométrio,
b) Após o parto, há redução nos hormônios
seu nível mais alto depois da ovulação. a concentração desses hormônios se
esteroides, porque a placenta, respon-
mantém elevada, por causa da ação
5. a) Ambas as divisões estão envolvidas. sável por produzir esses hormônios, é
da gonadotrofina coriônica (hCG). O
As espermatogônias se dividem por expulsa. Uma redução brusca e preco-
estrógeno e a progesterona mantêm o
mitose, crescem e originam os es- ce nos níveis desses hormônios pode
endométrio espesso e vascularizado,
permatócitos primários, células que causar a descamação do endométrio,
garantindo a permanência do embrião
passam pela meiose. resultando em um aborto espontâneo.
no útero e o desenvolvimento dele.
b) O hormônio hipofisário inibido pela 12. a) As esruturas presentes nas vias respi-
b) O endométrio é o tecido de revestimen-
elevação dos níveis de testosterona ratórias cujo movimento é prejudicado
to do útero ao qual o embrião se fixa. É
é o FSH (hormônio foliculoestimulan- pela falta de dineína são os cílios, en-
responsável pela nutrição do embrião e
te), que estimula a espermatogênese. quanto nos espermatozoides são os
pela formação da placenta. A musculatu-
Assim, a inibição da secreção de FSH flagelos.
ra lisa do miométrio estimula a contração
resulta na interrupção da produção de b) A movimentação dos cílios presentes uterina durante o parto, auxiliando a saí-
espermatozoides. nas tubas uterinas desloca o embrião da do bebê, e durante a menstruação,
6. A menina se encontra na puberdade, fase em início de desenvolvimento em dire- na a eliminação do endométrio.
ção ao útero, onde ocorre a nidação.
na qual ocorrem mudanças fisiológicas e 16. Soma: 04
Dessa forma, uma mulher afetada pela
comportamentais, comandadas pelo hipo-
síndrome de Kartagener tem maior 17. a) No início do ciclo menstrual, há aumen-
tálamo, que passa a estimular a hipófise a to da concentração de FSH, hormônio
chance de desenvolver uma gravidez
produzir FSH e LH. Esses hormônios atuam responsável por estimular o amadureci-
na tuba uterina (gravidez ectópica).
nos ovários, estimulando a produção de mento do folículo ovariano.
Um homem com essa síndrome deve-
estrógeno e progesterona, responsáveis
rá recorrer a métodos de reprodução b) A placenta produz o hCG, hormônio
pelas mudanças fisiológicas que ocorrem
assistida, como fertilização in vitro, já que atua sobre o corpo lúteo. O cor-
na puberdade, como a modelação do cor-
que seus espermatozoides não são po lúteo é responsável pela produção
po, o aumento das mamas, o surgimento
capazes de chegar naturalmente ao da progesterona e do estrógeno,
de pelos nas axilas e na região genital e
gameta feminino. que mantêm o endométrio espesso e
o início do ciclo menstrual, com a menarca
13. a) A letra A corresponde ao hormônio lu- vascularizado, características funda-
(primeira menstruação).
teinizante (LH), pois tem seu pico em mentais para garantir a gestação.
7. a) O estrógeno estimula a proliferação
torno do 14o dia do ciclo, estimulando a 18. a) A testosterona é produzida pelos tes-
das células do endométrio, espes-
ovulação (letra C). A letra B correspon- tículos. Na puberdade, esse hormônio
sando-o. A utilização do bisfenol
de à progesterona, que é produzida estimula a produção dos espermatozoi-
A poderia causar amadurecimento
pelo corpo lúteo, depois da ovulação. des e o surgimento das características
sexual precoce e aumento do espes-
A letra D corresponde à blástula, um sexuais secundárias masculinas, como
samento do endométrio no início do
dos estágios iniciais do desenvolvi- o aumento do pênis, o surgimento de
ciclo menstrual.
mento do embrião. pelos, o engrossamento da voz e o au-
b) Nas mulheres, a ovogênese (por meio de mento da massa muscular.
b) O aumento da progesterona (B) e a
divisão celular meiótica) se inicia du- existência de um embrião em fase de b) Os níveis de testosterona não são al-
rante o desenvolvimento embrionário, blástula (D) indicam uma gravidez. A terados pela vasectomia, pois esse
isto é, antes do nascimento. A divisão progesterona é responsável por manter procedimento consiste na secção nos
é longa porque a meiose é interrompi- o endométrio espesso e vascularizado, ductos deferentes, impedindo a che-
da e a célula permanece como ovócito permitindo a fixação do embrião no gada dos espermatozoides no ducto
II até que a pessoa chegue à puberda- útero. Além disso, auxilia no desenvol- ejaculatório, o que não afeta a produ-
de, quando os hormônios estimulam a vimento da placenta e na inibição das ção desse hormônio pelos testículos.
ovulação. A divisão só será concluída contrações uterinas. 19. a) “As regras” referem-se à menstruação.
caso ocorra a fecundação.
14. a) A menstruação ocorre após a A queda da progesterona causa a des-
8. Soma: 01 + 02 = 03 ovulação, caso o ovócito não seja fe- camação do endométrio, o que faz com
9. Soma: 02 + 04 + 16 = 22 cundado, e dá início a um novo ciclo que a mulher menstrue.
263
estruturas do corpo, a resistência à tensão, e resíduos, causando a morte delas. 11. D
a redução de atrito entre os ossos e o amor- Para evitar o surgimento de zonas de 12. a) As funções do tecido adiposo que
tecimento de impactos. células mortas, o corpo forma os vasos podem ser citadas são: reserva ener-
5. O tecido ósseo atua na sustentação do sanguíneos, responsáveis por trans- gética, isolamento térmico e proteção
corpo, na proteção dos órgãos vitais e na portar O2 e nutrientes e remover CO2 contra choques mecânicos.
reserva de cálcio. Os osteoblastos secre- e resíduos de todos os tecidos.
b) Alguns tipos de lipídeos encontrados
tam a matriz óssea; os osteócitos realizam b) As células de revestimento interno do no organismo humano que podem ser
a manutenção da matriz óssea; e os os- intestino são justapostas, formando uma citados são: os triglicerídeos, os fos-
teoclastos fazem a reabsorção da matriz barreira física que impede a passagem folipídeos e os hormônios esteroides
óssea, atuando na remodelação dos ossos. de substâncias e partículas através de- derivados do colesterol.
6. Os tecidos musculares são responsáveis las, e apresentam microvilosidades, que
13. Soma: 01 + 02 = 03
pela locomoção, pelos movimentos invo- são especializações que aumentam a
superfície de absorção de nutrientes. 14. Soma: 02 + 08 = 10
luntários e voluntários, pelos batimentos
cardíacos e também atuam no controle 2. A queratinização do tecido epitelial torna 15. Soma: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31
térmico. as células mais resistentes ao atrito. Assim, 16. Soma: 01 + 02 + 08 + 16 = 27
7. O tecido muscular estriado esquelético os animais que apresentam o tecido epi- 17. A
possui estrias transversais e sua contração telial do esôfago queratinizado ingerem
18. D
é voluntária. Já o tecido muscular cardíaco alimentos que são mais ásperos e duros.
também possui estrias e sua contração é Já os animais cujo epitélio esofágico não 19. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
involuntária. O tecido muscular liso é de apresenta queratina têm alimentação ba- 20. De acordo com as imagens, Carlos apresen-
contração involuntária e não possui estrias seada em alimentos macios, como a carne. ta maior quantidade de fibras vermelhas, de
transversais. 3. Soma: 02 + 08 = 10 tipo I, que apresentam maior quantidade de
8. No sarcômero, os filamentos finos são for- mitocôndrias e mioglobina. Assim, é capaz
4. Soma: 01 + 02 + 08 = 11
mados pela proteína actina, enquanto os de fazer atividades intensas de grande dura-
5. Soma: 01 + 02 + 04 = 07 ção, como uma maratona, já que predomina
filamentos espessos são formados pela
miosina. As linhas Z limitam um sarcômero. 6. Soma: 01 o metabolismo aeróbio. Na musculatura de
A contração muscular na musculatura estria- João, há predomínio de fibras do tipo II, com
7. Soma: 01 + 02 = 03
da esquelética consiste no deslizamento dos menos mitocôndrias, menor quantidade de
8. a) A pele humana é composta de tecido mioglobina e de metabolismo predominan-
filamentos de actina sobre os de miosina, en-
epitelial, que tem pouca matriz extra- temente anaeróbio. Como sua produção de
curtando o sarcômero.
celular entre as células, e de tecido ATP é menor, ele é mais suscetível à fadiga
9. As fibras esqueléticas de tipo I são de conjuntivo, com maior quantidade de muscular quando faz exercícios físicos in-
contração lenta e são pouco suscetíveis à matriz extracelular. tensos e prolongados.
fadiga, pois obtêm energia por meio da res-
b) A regulação térmica pela pele pode 21. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
piração celular. São ricas em mitocôndrias
ocorrer por meio da dilatação dos
e em mioglobina, proteína que confere às 22. Soma: 01 + 02 + 04 + 16 = 23
vasos sanguíneos periféricos, aumen-
fibras tipo I a coloração avermelhada. Já 23. Soma: 01 + 02 = 03
tando a perda de calor pela superfície
as fibras do tipo II são de contração rápida
do corpo, processo regulado pelo hi- 24. Soma: 08 + 16 = 24
e fadigam mais facilmente, pois utilizam a
potálamo; ou pela eliminação do suor, 25. Soma: 01 + 02 = 03
glicólise como fonte de ATP. Têm menos
através das glândulas sudoríparas, pro-
mitocôndrias e menor quantidade de mio- 26. C
cesso que ajuda na perda de calor pela
globina, por isso a coloração branca.
evaporação da água. 27. a) As funções dos músculos intrínsecos
10. Quando um neurônio motor é estimulado, oculares são a acomodação do cristalino
c) A pele é formada por diferentes tipos
ele gera um potencial de ação que desen- e o fechamento e a abertura da pupila.
de tecidos, como o epitelial de reves-
cadeia a liberação do neurotransmissor
timento, o epitelial de secreção e o b) A mioglobina é responsável por arma-
acetilcolina na fenda sináptica entre ele e
tecido conjuntivo. Além disso, possui zenar oxigênio nas fibras musculares,
a célula muscular, chamada de junção neu-
terminações nervosas e vasos sanguí- especificamente nas fibras vermelhas,
romuscular. Os neutransmissores liberados
neos em sua estrutura. garantindo aporte desse gás para a pro-
se ligam aos receptores na membrana da
dução de ATP pelas mitocôndrias, por
fibra muscular, estimulando a contração do 9. a) A pele é constituída pelo tecido epi-
meio da respiração celular aeróbica. Já
músculo esquelético. telial, formando a epiderme, e tecido
a presença do retículo sarcoplasmáti-
conjuntivo, que forma a derme.
co desenvolvido é fundamental para o
Exercícios propostos b) As glândulas sudoríparas eliminam o armazenamento e o transporte de íons
1. A 9. E 17. D 25. C suor através da pele. Quando o suor cálcio, imprescindíveis para a ocorrên-
é evaporado, ele absorve calor da cia da contração muscular.
2. C 10. C 18. D 26. D
superfície do corpo, e isso ajuda na
3. C 11. D 19. A 27. A 28. a) O músculo que participa do peristal-
manutenção da temperatura corporal.
tismo é o liso, formado por células
4. E 12. D 20. C 28. D Há também as glândulas sebáceas, que
fusiformes, que possuem apenas um
5. D 13. A 21. C 29. C produzem o sebo, que lubrifica a pele e núcleo, apresentam discos intercalares
os pelos, evitando o ressecamento. e não apresentam estrias.
6. D 14. B 22. C 30. A
10. a) A queimadura de 1o grau atinge a epi- b) Os músculos da perna comprimem as
7. C 15. B 23. D
derme, classificada como um tecido veias, empurrando o sangue, que pas-
8. E 16. E 24. B epitelial estratificado pavimentoso. A sa através de valvas, indo em direção
epiderme é formada a partir da ecto- ao coração. O fechamento das valvas
Exercícios complementares derme. A de 2o grau atinge a derme, um impede o refluxo do sangue e faz com
1. a) Conforme as células se proliferam, tecido conjuntivo propriamente dito. A que ele circule em apenas um sentido.
surgem novas camadas, aumentando derme é originada da mesoderme.
a distância entre as células das cama- b) A pele protege o organismo contra BNCC em foco
das internas e externas. Isso dificulta desidratação e ataques de agentes in-
1. C
a chegada de O2, nutrientes e fatores fecciosos. Atua na regulação térmica do
de crescimento para as células das organismo e contribui para a excreção 2. E
camadas internas e a saída de CO2 por meio da sudorese. 3. E