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Consolidación Investigación
Consolidación Investigación
http://revistes.uab.es/redes https://doi.org/10.5565/rev/redes.826
RESUMEN
As energias renováveis são parte essencial do actual processo de transição para sistemas energéticos
baseados em energias endógenas e ambientalmente sustentáveis, mas a sua aplicação depende da
sua maturação a nível de custo e ineficiente e da criação de know-how a nível local. No entanto, a
literatura sobre a investigação nesta área é bastante limitada, apesar do destaque que as rubricas de
energia adquiriram nos mecanismos europeus de financiamento de ciência. Este trabalho procura
traçar a formação de uma comunidade de investigação em energias renováveis em Portugal num
momento em que o país investiu fortemente na sua implementação, a partir da análise da produção
científica e de redes de coautoria dos artigos indexados na Scopus com autores em instituições
portuguesas e publicados no período 2001-2015. Os dados mostram a formação e crescimento rápido
de uma comunidade sobretudo na área dos sistemas de energia e energia eólica, que reflete a sua
ênfase no financiamento de ciência e as necessidades da indústria, e que se internacionalizou
diversificando os seus parceiros, mas reforçando a colaboração bilateral com países com os quais
mantém afinidades - Espanha (geográfica), Brasil (linguística), EUA (programa de colaboração na
área).
Palabras clave: Redes Sociais – Colaboração científica – Coautoria.
ABSTRACT
Renewable energies are an essential part of the current process of transition to energy systems based
on endogenous and environmentally sustainable technologies, but their successful implementation
depends on their maturation and the creation of local know-how. However, the literature on research
in this area is rather limited, despite the emphasis that the energy lines have acquired in European
science funding mechanisms. This work seeks to trace the formation of a research community in
renewable energies in Portugal at a time when the country invested heavily in its implementation,
based on the analysis of the scientific production and co-authorship networks of articles indexed in
Scopus with authored in Portuguese institutions and published in the period 2001-2015. The data
shows the formation and rapid growth of a community, particularly in energy systems and wind energy,
which reflects its emphasis on science funding and the industry’s needs. This community has diversified
its international partners, but also strengthening bilateral collaboration with countries with which it
maintains affinities - Spain (geographical), Brazil (linguistic), USA (collaboration program in the area).
1
Contacto con los autores: Luís Junqueira (luis.junqueira@ics.ulisboa.pt).
A análise de redes científicas tem beneficiado muitas das outras situações de colaboração,
largamente da disponibilidade de informação como participação em projetos têm, em geral,
sistematizada sobre publicação científica o objetivo de produção de artigos científicos.
acessível através da web, particularmente a Assim, ainda que parcial, a bibliometria é uma
Web of Science e Scopus. Estas bases aproximação razoável da colaboração, com
permitem aceder a grandes volumes de grandes vantagens em termos de extensão dos
informação sobre publicações, que obrigam ao dados disponíveis e em possibilidades de um
uso de procedimentos metodológicos capazes tratamento sistemático dos mesmos (Molina,
de fazer um tratamento sistemático dos dados 2009; Russell, Madera Jaramillo, & Shirley,
obtidos. A bibliometria é útil na medida em que 2009).
as redes extraídas dos dados permitem
A colaboração é um elemento importante na
desvendar padrões de relações que se
atividade científica e tem vindo a crescer de
traduzem em estruturas sociais com alguma
forma significativa ao longo dos últimos 30
permanência e regularidade (Abbasi, Hossain,
anos (Cronin, 2001; Ovalle-Perandones,
Uddin, & Rasmussen, 2011; Bordons, Aparicio,
Perianes-Rodriguez, & Olmeda-Gomez, 2009;
González-Albo, & Díaz-Faes, 2015; Jansen,
Persson, Glanzel, & Danell, 2004; Ronda-Pupo
Görtz, & Heidler, 2009). Uma rede de
& Sylvan Katz, 2016). Em particular, a
colaboração científica é um espaço social
literatura tem prestado atenção ao crescimento
(Katchanov, Markova, & Shmatko, 2016), com
da colaboração científica internacional (Katz &
mecanismos próprios de produção e
Martin, 1997; Leydesdorff & Wagner, 2008;
reprodução de relações (Moed, De Bruin,
Wagner & Leydesdorff, 2005) e à forma como
Nederhof, & Tijssen, 1991), e uma
a colaboração reproduz e manifesta a
representação da mesma é uma ferramenta
hierarquização da ciência.
importante para o estudo de algumas das
dinâmicas que sustentam a organização social As dinâmicas de centro-periferia a nível
do trabalho científico. europeu derivam em grande parte dos
incentivos dados no quadro da União Europeia
As relações de coautoria ligam autores através
à colaboração entre os seus países membros e
da participação mútua na produção de outputs
tem bastante impacto sobretudo no sistema
e têm-se mostrado úteis na compreensão de
científico dos países mais pequenos. Este
vários fenómenos ligados à organização das
fenómeno é identificado em alguma literatura
comunidades científicas, como os processos de
como continentalização ou europeização
hierarquização na ciência (Gmur, 2003;
(Makkonen & Mitze, 2016; Robert J.W. Tijssen,
Leydesdorff & Rafols, 2009; Rossoni & Guarido
2008), incorre no risco de dependência dos
Filho, 2012) ou a formação de novas áreas
países mais periféricos da UE, como os do Sul,
disciplinares (Ronda Pupo & Guerras Martín,
em particular Portugal e Grécia (Zitt,
2010; Roth & Bourgine, 2005). Assim, análise
Bassecoulard, & Okubo, 2000), ou da Europa
de redes de coautoria, apesar das limitações
de Leste, que vêm os sistemas científicos pouco
associadas, permite aceder a bastante
desenvolvidos crescer a um ritmo acelerado
informação sobre os processos de colaboração
devido ao financiamento disponibilizado
em ciência (2000).
através dos programas quadro da Comissão
Mas até que ponto a coautoria de artigos pode Europeia (Acosta, Coronado, Ferrándiz, & León,
ser vista como uma representação desta 2012; Hoekman, Frenken, & Tijssen, 2010;
colaboração científica? A coautoria de artigos Horta & Veloso, 2007), mas em que esse
não esgota as possibilidades de colaboração - crescimento fica ancorado na colaboração com
a colaboração científica abarca outros tipos de os seus congéneres do centro da Europa em
documentos como a coautoria de patentes, a detrimento das relações com outros países.
coorganização de livros, a apresentação de Esta dinâmica sobrepõe-se a uma tendência
comunicações conjuntas em conferências, para os países periféricos manterem taxas
working papers ou relatórios, que são elevadas de colaboração internacional
geralmente excluidos destas plataformas de (Chimhundu, de Jager, & Douglas, 2015;
indexação de publicações académicas (Bourke McKerlich, Ives, & McGreal, 2013). Em primeiro
& Butler, 1996; R J W Tijssen & Van Leeuwen, lugar, simplesmente porque um sistema
1995), mas também a participação conjunta científico pouco desenvolvido implica que a
em atividades como projetos de investigação, maioria dos potenciais colaboradores se
organização de conferências, atividades de encontrem no exterior do país. Em segundo,
formação e a organização de eventos para porque estes países dependem da colaboração
publico não especializado. É verdade que internacional para aumentar a visibilidade da
análise bibliométrica privilegia um tipo investigação e a atratividade dos outputs
particular de colaboração académica – aquela científicos (Katz & Martin, 1997; Ronda-Pupo &
que se traduz em escrita de artigos científicos Sylvan Katz, 2016). Em suma, no contexto da
indexados -, mas esta não deixa de ser a mais competição internacional, a colaboração ajuda
importante instância de produção científica, e a ‘vender’ a ciência portuguesa que nos 90
tinha das maiores taxas de colaboração período em estudo (2001-2015). Este período
internacional em publicações de artigos da foi escolhido, porque cobre um momento de
Europa (Glanzel, 2001). investimento político e implementação
acelerada de energias renováveis em Portugal
Este artigo procura traçar o desenvolvimento
– marcado pelo lançamento do programa E4
da colaboração científica em Portugal a partir
em 2001 -, mas também de investimento no
da área das energias renováveis ao longo do
sistema científico e tecnológico português –
período 2001-2015. Como se desenvolveu a
iniciado pelo lançamento do programa
comunidade de investigadores em energias
Compromiso com a Ciência em 2006.
renováveis em Portugal? Quais as suas
principais dinâmicas da colaboração nacional e A área das energias renováveis é uma área
internacional? interdisciplinar e que recebe contribuições de
disciplinas diferentes como as engenharias
Na primeira parte do artigo, traça-se o
mecânica, eletrotécnica e química, a ciência
desenvolvimento da colaboração a nível
dos materiais, a química ou a física. Tendo em
nacional, através da análise da progressão da
conta esta diversidade, a escolha das áreas a
rede de coautorias dos investigadores
cobrir nos termos de pesquisa partiu de
radicados em Portugal entre 2001 e 2015,
entrevistas a 5 investigadores em áreas
dividida em períodos de 5 anos. A segunda
diferentes das energias renováveis e a uma
parte, explora as dinâmicas das colaborações
recolha de informação sobre os centros de
internacionais dos investigadores portugueses
investigação a trabalhar nesta área em
através da representação da ego-rede das
Portugal. Tendo em conta a minha intenção de
coautorias internacionais de Portugal ao nível
limpar manualmente a base de dados após a
do país.
pesquisa, esta foi concebida para ser
abrangente.
MÉTODO Embora a base de dados tenha uma secção de
periódicos sobre energia, esta pode não cobrir
Este trabalho recorre a uma base de artigos artigos que sejam publicados em revistas das
indexados para a construção de uma rede de áreas disciplinares de origem dos autores, o
coautoria. A indexação de artigos científicos é que torna difícil construir uma base
dominada por dois serviços, a Web of Science, bibliográfica que reflita a produção portuguesa
criado em 1964 como Science Citation Index e na área. Ainda assim, escolhi limitar a pesquisa
o Scopus, lançado em 2004 pela Elsevier, um à secção de energia, uma vez que uma
dos principais grupos de publicação de pesquisa mais abrangente corre
periódicos científicos. A duas bases tem uma simultaneamente o risco de introduzir outros
cobertura relativamente semelhante com enviesamentos nos dados ou incorporar muita
algumas diferenças na cobertura de periódicos produção científica que não se enquadre no
mais antigos (em que a cobertura da Web of âmbito deste estudo.
Science é mais abrangente) e na cobertura de
periódicos em línguas que não o inglês A versão final da base de dados bibliográfica
(vantagem para a Scopus) (Harzing & usada neste trabalho foi recolhida da Scopus
Alakangas, 2016; Mongeon & Paul-Hus, 2016). em 16-03-2016 através de uma pesquisa
As bases de dados têm ainda algumas segundo os seguintes termos:
diferenças na forma como armazenam dados
● Publicação entre 2001 e 2015
bibliográficos que são relevantes para este
trabalho. A Web of Science armazena os nomes ● Publicação em revista científica ou ata de
dos autores por extenso, ao contrário da conferência
Scopus, em que os autores são identificados
● Periódico classificado como parte da área
por último nome e pelas iniciais dos restantes.
temática de energia
O uso de nomes por extenso facilita bastante
as tarefas de desambiguação, ao reduzir o ● Pelo menos um investigador de uma
número de situações em que autores diferentes instituição portuguesa entre os autores
partilham o mesmo nome. Infelizmente,
embora a Web of Science tenha uma boa ● Pelo menos um dos termos seguintes está
cobertura histórica, a base apenas associa os presente no título, palavras-chave, ou resumo
autores à sua instituição de acolhimento a do artigo: ‘solar’, ‘photovolt*’ ‘wind’, ‘eolic’,
partir de 2008, o que torna impossível ‘biomass’, ‘wave’, ‘hydro*’, ‘geothermal’,
distinguir os autores radicados em instituições ‘sustainable’, ‘renewable’
portuguesas dos radicados em instituições A base bibliográfica resultante (1354 entradas)
estrangeiras. A identificação da comunidade foi sujeita a um proceso de limpeza manual, de
nacional de investigadores em energias forma a retirar entradas cujo tema de
renováveis é essencial para este trabalho e a investigação diz respeito a temática que não
Scopus consegue cobrir este requisito para o encaixam na investigação em energias
1 4
Diário da República, Resolução do Conselho de Ministros Diário da República, Resolução do Conselho de Ministros
n.º 154/2001 n.º 132/2006
2 5
Jornal Oficial da União Europeia, Comissão Europeia Diário da República, Ministério da Economia e Inovação
COM(2010) 2020 Despacho 32276-A/2008
3
Jornal Oficial da União Europeia, Parlamento Europeu
Regulation No 1291/2013
Figura 1. Número de artigos em energias renováveis e em energia em proporção do total de artigos por
investigadores portugueses indexados na Scopus (2001-2015). Fonte: Scopus
6
https://www.fct.pt/apoios/contratacaodoutorados/edital20
08
Figura 2. Rede de coautoria dos investigadores portugueses em energias renováveis (2001-2005). Fonte:
Scopus
Figura 3. Rede de coautoria dos investigadores portugueses em energias renováveis (2005-2010). Fonte:
Scopus
Tabela 2
Grupos de coautores na rede de coautoria dos investigadores portugueses em energias renováveis (2005-2010)
Nome do autor Grupo de Investigação Nº
principal autores
Rodrigues A Centro de Estudo de Energia Eólica e Escoamentos 27
Atmosféricos, FEUP
Lopes JAP Unidade de Sistemas de Energia, INESC-Porto 26
Estanqueiro A Unidade de Análise Energética e Redes, LNEG / 26
Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC), IST
Fonseca N Centro de Engenharia e Tecnologia Marinha 25
(CENTEC), IST
Rangel CM Investigação em Células de Combustível e 18
Hidrogénio, LNEG
Sousa J Departamento de Engenharia de Energia e 17
Automação, ISEL
Vale Z Grupo de Engenharia de Controlo e Apoio à Decisão 17
(GECAD), ISEP
Fortunato E Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT), FCT- 13
UNL
Gulyurtlu I Departamento de Engenharia Energética e Controlo 12
Ambiental, LNEG
Ferrao P Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC) / Instituto 12
de Inovação (IN+), IST
Barbosa FM Departamento de Engenharia Eletrotécnica Coimbra, 11
ISEC
Sousa DM Centro de Inovação em Engenharia Electrótecnica, 10
IST
No período 2005-2010 (Figura 3 e Tabela 2) período anterior perderam parte da sua posição
destaca-se a formação de um componente na rede, não crescendo nesta área ao mesmo
principal de grande dimensão, que engloba ritmo que os grupos já referido. Os grupos de
cerca de 23% dos autores, composto sobretudo investigação em células fotovoltaicas da
por grupos a trabalhar na área dos sistemas de Faculdade de Ciências das Universidade de
energia já existentes em 2001-2005 e que Lisboa (Brito MC) e Nova de Lisboa (Fortunato),
continuam a consolidar a sua posição na área, assim como o grupo de biomassa do LNEG
como grupo do sistemas de energia do (Gulyurtlu I), não acompanham a tendência de
INESCTEC e dos centros de investigação da crescimento das áreas de investigação ligadas
Faculdade de Engenharia da Universidade do às engenharias mecânica e eletrotécnica.
Porto ligados à investigação em engenharia Surgem também alguns grupos novos,
eletrotécnica (CESA, INEGI) (Lopes JAP e sobretudo na área da engenharia, como o
Rodrigues A) assim como o grupo de Análise grupo em energia das ondas do IST (CG
Energética e Redes do LNEG (Estanqueiro A), e Soares), os grupos em sistemas de energia da
ao Departamento de Engenharia de Energia do Universidade da Beira Interior (Catalao JP) e do
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Instituto Politécnico do Porto (Vale Z).
(Sousa J). Alguns dos grupos identificados no
Figura 4. Rede de coautoria dos investigadores portugueses em energias renováveis (2011-2015). Fonte:
Scopus
Tabela 3
Grupos de coautores na rede de coautoria dos investigadores portugueses em energias renováveis (2011-2015)
Nome do autor principal Grupo de Investigação Nº autores
A colaboração internacional na área das et al., 2010; Luukkonen, Persson, & Sivertsen,
energias renováveis cresceu ao longo do 1992) e a um aumento muito significativo da
período 2001-2015 (Figura 5), mas a sua colaboração com os EUA que não só são a
proporção no total de publicações por parte dos principal potência em termos de investigação a
investigadores portugueses não variou de nível internacional - e portanto com muita
forma significativa, mantendo-se nos 40%. capacidade de formar redes de colaboração
Tendo em conta o particular investimento que internacional (Gómez, Fernández, & Sebastián,
a União Europeia tem feito em desenvolver a 1999) - como beneficiaram do programa MIT,
investigação em energia e sustentabilidade na passando de um colaborador marginal em
ERA e o aumento da proporção das publicações 2001-2005 para um dos mais significativos em
em coautoria com investigadores de outros 2010-2015. Verifica-se também uma tendência
países no global da atividade científica de concentração que é importante apontar. Há
nacional, esta observação surge como irregular uma diversificação no número de países
e indicia a presença de outras dinâmicas envolvidos em coautoria com investigadores
sociais. A integração de investigadores portugueses, mas a contribuição dos três
nacionais em redes de investigação principais parceiros (Espanha, EUA e Brasil) no
internacionais, que consequentemente produz total aumentou de 31% para 45%
publicações em coautoria com investigadores
radicados em outros países, é sem dúvida
indicador de internacionalização da Tabela 5
comunidade científica nacional. Mas por outro Colaborações internacionais dos investigadores
lado, é importante ter em conta uma dinâmica portugueses (20 países com maior número de
de autonomização da produção em que a colaborações)
País Frequência Grau Grau
investigação de iniciativa nacional ganha
Ponderado ponderado
dimensão e qualidade suficiente para produzir /
publicações consideradas relevantes em Frequência
termos internacionais que poderá contrariar a Espanha 91 36 0,40
tendência para colaborar internacionalmente. A EUA 44 27 0,61
comunidade científica nesta área tem vindo a Brasil 29 6 0,21
crescer, a organizar-se e a captar o Alemanha 23 41 1,78
financiamento para produzir autonomamente Reino Unido 18 22 1,22
Itália 16 23 1,44
investigação reconhecida a nível internacional.
Croácia 15 2 0,13
Tabela 4 França 14 19 1,36
Países 14 8 0,57
Evolução da coautoria internacional de artigos por Baixos
parte investigadores portugueses em energias Grécia 12 14 1,17
renováveis por período de 5 anos (2001-2015) Suécia 12 29 2,42
2001- 2001- 2006- 2011- Finlândia 9 18 2
2015 2005 2010 2015 Dinamarca 9 23 2,56
Países 46 21 31 35 Áustria 8 16 2
Colaborações 408 36 88 284 Índia 8 4 0,5
% ERA 69% 83% 71% 67% Roménia 8 1 0,125
% 3 princ. 41% 31% 31% 45% China 8 6 0,75
parceiros Suíça 7 15 2,14
Canadá 6 9 1,5
Os investigadores portugueses nesta área Bélgica 6 14 2,33
colaboraram com outros investigadores de 46
países diferentes, mas as frequências de
De entre os parceiros europeus destaca-se a
colaboração são bastante diferentes. A maior
intensa colaboração com Espanha, que se
parte das colaborações é de facto no interior da
manteve o principal parceiro ao longo de todo
ERA (Tabela 4), confirmando algumas das
o período em estudo e é responsável por um
expectativas da literatura sobre a Europeização
terço das colaborações internacionais. A
da investigação nos países cientificamente
colaboração com Espanha beneficia da
mais periféricos da União Europeia como
proximidade geográfica e de laços culturais.
Portugal e Espanha. No entanto, há decréscimo
Além disso, Espanha tem um percurso algo
do peso da colaboração com os países da ERA,
semelhante a Portugal em termos de
que indicia uma maior capacidade por parte dos
implantação de energias renováveis. A
investigadores portugueses em estabelecer
produção de energia elétrica a partir de fontes
parcerias internacionais fora das dinâmicas
eólicas e fotovoltaicas passou de 2,1% em
desta. Principalmente numa relação contínua
2001 para 17,7% em 2015 e de 0% para 2,9%,
com o Brasil, o terceiro parceiro em termos de
respetivamente. Existe também um historial de
número de colaborações (Tabela 5), facilitada
colaboração bilateral relacionado com a
pela evidente afinidade histórica e linguística
investigação em energias renováveis, como o
entre os dois países (Glanzel, 2001; Hoekman
Laboratório Ibérico Internacional de Mas muitos dos parceiros são-no apenas para
Nanotecnologia, que faz trabalho de relações ocasionais, tanto entre alguns países
investigação em materiais para células no interior da ERA, - Europa de Leste (Bulgária,
fotovoltaicas e o Centro Ibérico de Energias Ucrânia, Eslováquia) -, como fora da Europa -
Renováveis, planeado no final da década de no Médio Oriente (Irão, Arábia Saudita, Qatar),
2000, mas que nunca chegou a operar Norte de África (Tunísia, Mauritânia), Ásia
efetivamente, assim como um conjunto de (China, India, Japão, Indonésia) e América do
empresas espanholas da área da energia que Sul hispanófona (Chile, Cuba, México). As
são promotoras de projetos de energia relações com estes países não beneficiam de
renováveis, na área da Energia Eólica e afinidades particulares com o sistema científico
Fotovoltaica. Outros parceiros importantes português, são geográficas ou culturalmente
incluem alguns dos países com peso na distantes ou não têm um papel de relevo na
produção científica na Europa como a investigação a nível internacional que leve à
Alemanha, o Reino Unido e a França e, em procura da formação de contactos. No entanto,
menor grau, outros países Europeus como a algumas destas relações são promovidas no
Itália, a Croácia, os Países Baixos e os países âmbito de mecanismos de financiamento da
escandinavos. Comissão Europeia.
Figura 6. Ego-rede de coautoria internacional de artigos por parte investigadores portugueses em energias
renováveis. Fonte: Scopus
Remitido: 01-05-2019
Corregido: 10-06-2019
Aceptado: 11-06-2019