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DIREITO CONSTITUCIONAL P/ OAB - 12 FASE XXV EXAME DE ORDEM SUMARIO 1 - Controle de Constitucionalidade 2 = Espécies de Inconstitucionalidade 4-9 3 = Sistema de Controle de Constitucionalidade 9 4 = Momentos do Controle 9-12 5 = Modelos de Controle de Constitucionalidade 11-12 6 = Vias de Controle 12-13 7 = Interpretagao conforme a Constituigao.... 13-14 8 = Controle Difuso 14-38 9 — Controle Abstrato 39 = Ac&o Direta de Inconstitucionalidade (ADT) 39-62 = Acdo Direta de Inconstitucionalidade por omissdo (ADO) 63-67 = Acdo Direita de Constitucionalidade (ADC) 67-75 = Arguigéo de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)| 75-87 10 - Estado de coisas inconstitucional 87-88 11 = Aco Direta de Inconstitucionalidade Interventiva 88-92 12 = Histérico do Controle de Constitucionalidade no Brasil 92-93 13 = Questées de prova 95-103 14 = Gabarito 104 Old, alunos do Estratégia OAB! Estamos chegando ao fim do curso. A caminhada foi longa, percorremos diversos temas do Direito Constitucional, uns mais faceis, outros mais dificeis, mas demos passos largos rumo & aprovacdo no XXWigxameldelOrdem. © Fizemos uma preparacao focada na resolug&o de muitos exercicios e nos pontos fundamentais que podem ser abordados em sua prova. Para fecharmos com jitucionalidade. “chave de ouro”, a aula de hoje é sobre Controle de Con: Desejamos a todos muito estudo, disciplina e tranquilidade nessa reta final, além de uma excelente prova! Profs. Diego e Ricardo 1. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 1. Nogées Basicas sobre o Controle de Constitucionalidade 1.1, Conceito Na concepgSo de Hans Kelsen, 0 ordenamento juridico é composto de normas que estado escalonadas em diferentes niveis hierarquicos, sendo que as normas inferiores retiram seu fundamento de validade das normas superiores. No dpice do ordenamento juridico, esta a Constituiggo, que é a norma- fundamento de todas as outras, que nela devem se apoiar. Nesse sentido, surge o principio da supremacia da Constituigao, que se baseia na nocéo de que todas as normas do sistema juridico devem ser verticalmente compativeis com o texto constitucional. A validade de uma norma estd, assim, diretamente relacionada & sua conformidade com a Constituigao. © controle de constitucionalidade consiste justamente na afericéio da validade das normas face a Constitui¢do. A partir desse controle, as normas s&o consideradas inconstitucionais / invalidas (quando em desacordo com a Carta Magna) ou constitucionais / vdlidas (quando compativeis com a Constitui¢o). Assim, 6 por meio desse controle que se busca fiscalizar a compatibilidade vertical das normas com a Constituigéo e, dessa forma, garantir a forca normativa e a efetividade do texto constitucional. No Brasil, por influéncia do direito norte-americano, a doutrina majoritaria adotou a “teoria da nulidade” ao tratar dos efeitos das leis ou atos normativos declarados inconstitucionais. Segundo essa teoria, a declaragao de inconstitucionalidade de uma lei afeta o plano da validade, o que significa que a |ei declarada inconstitucional é nula desde o seu nascimento (ela jé “nasceu morta”). Por ter nascido morta, a lei inconstitucional nunca chegou a produzir efeitos, pois no se tornou eficaz. E por isso que, em regra, a declaracdo de inconstitucionalidade opera efeitos retroativos (“ex tunc”). Entretanto, com o passar dos anos a jurisprudéncia e 0 proprio arcabouco normativo evoluiram para mitigar (flexibilizar) o principio da nulidade. Hoje, existe a possibilidade de o STF, ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei, modular os efeitos da decisdo por razdes de seguranca juridica ou de excepcional interesse publico. Essa técnica permite que a declaragao de inconstitucional tenha eficdcia apenas a partir do seu transito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado; em outras palavras, passa a ser possivel que a declaragdo de inconstitucionalidade opere efeitos “ex nunc” (efeitos prospectivos). Mais & frente, estudaremos isso tudo em detalhes! Por enquanto, é importante que vocé saiba apenas que a “teoria da nulidade” foi flexibilizada no direito brasileiro. 1.2. Pressupostos Segundo a doutrina, so pressupostos do controle de constitucionalidade: i) existéncia de uma Constituic3o escrita e rigida e; ii) existencia de um mecanismo de fiscalizacéo das leis, com previsio de, pelo menos, um érgao com competéncia para o exercicio da atividade de controle. As constituigées rigidas séo aquelas que somente podem ser alteradas por procedimento mais dificultoso do que o de elaboracdo das leis ordindrias. Da rigidez, decorre o principio da supremacia formal da Constituic&o, eis que 0 legislador ordinario n&o poderé alterd-la por simples ato infraconstitucional. Para que essa relac&o fique mais clara, basta pensarmos em um Estado que adote uma constituicao flexivel. Ora, nesse Estado, qualquer lei que for editada tera potencial para modificar a Constituigéo; néo hé, portanto, que se falar na existéncia de controle de constitucionalidade em um sistema de constituigo flexivel. A rigidea constitucional é assim, um pressupesto para a existéncia do controle de constitucionalidad Logo, nos paises de Constituic&o escrita e rigida, por vigorar o principio da supremacia formal da Constituic&o, todas as demais espécies normativas devem ser compativeis com as normas elaboradas pelo Poder Constituinte, tanto do ponto de vista formal (procedimental), quanto material (contetido). Isso porque, como consequéncia da rigidez constitucional, as normas constitucionais séo hierarquicamente superiores as demais. De nada adiantaria, todavia, reconhecer-se a supremacia formal da Constituigdo sem que existisse um mecanismo de fiscalizacdo da compatibilidade vertical das normas. Segundo o Prof. Gilmar Mendes, a Constituigéo que nao possuir uma garantia para anulac&o de atos inconstitucionais deixaria mesmo de ser obrigatéria.! Sua forca normativa restaria completamente prejudicada e ela ndo passaria de mera declarac&o de vontade do Poder Constituinte. Nesse sentido, a existéncia de um mecanismo de fiscalizagdo da constitucionalidade das leis garante a supremacia da Constituigao. © Poder Constituinte Origindrio deve definir quais serdo os érgéios competentes para decidir acerca da ocorréncia ou nao de ofensa a Constituigo e o processo pelo qual tal decisdo serd formalizada. O érgdo competente para exercer 0 controle de constitucionalidade pode exercer tanto funcdo jurisdicional quanto 2 MENDES, ilmar Ferrera; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inoctncia Mérures. Curso de Direlte Constitucional, * edic3o, ‘S30 Paulo: Saraiva, 2010, pp. 1057. fung&o politica. No primeiro caso, integraré a estrutura do Poder Judicidrio; no segundo, integraré a estrutura de outro Poder. No Brasil, compete ao Judiciario exercer o controle de constitucionalidade das leis, embora haja a possibilidade de os demais Poderes, em situagdes excepcionais, também realizarem esse controle. Veremos isso logo mais! © 1.3. Origem do Controle de Constitucionalidade © marco histérico inicial do controle de constitucionalidade foi o caso Marbury vs Madison, julgado em 1803 nos Estados Unidos pelo Chief of Justice John Marshall. Na ocasiao, o juiz John Marshall afastou a aplicacéo de uma lei por considera-la incompativel com a Constituic&o, realizando o controle difuso de constitucionalidade. A decisdo é célebre, pois ndo havia previséo, na Constituicéo norte-americana, para a realizado do controle de constitucionalidade. Mesmo assim, o juiz John Marshall o fez, consolidando a supremacia da Constituicdo em relagao as demais normas juridicas, bem como o poder-dever dos juizes de negar a aplicacdo as leis contrarias ao texto constitucional. Outro marco histérico importante foi o surgimento do controle concentrado de constitucionalidade, que apareceu, pela primeira vez, na Constituigdo da Austria promulgada em 1920. A constituig&o austriaca, inspirada nas propostas de Hans Kelsen, criou um Tribunal Constitucional, érgao encarregado de exercer © controle abstrato da constitucionalidade das leis. Ao contrario do sistema americano (no qual qualquer juiz poderia decidir sobre a constitucionalidade das leis), o sistema instituido pela Constituig&o austriaca outorgava tal competéncia exclusivamente a um érg&o jurisdicional especial. Esse érg&io no julgaria nenhuma pretensdo concreta, mas apenas o problema abstrato de compatibilidade légica entre a lei e a Constituic&o. 2. ESPECIES DE INCONSTITUCIONALIDADE O controle de constitucional tem como objetivo final avaliar se uma lei ou ato normativo do Poder PUblico € ou nao inconstitucional. Havendo desconformidade com a Constituigéo, a norma sera considerada inconstitucional e, portanto, invdlida. A doutrina busca classificar, segundo diferentes critérios, as variadas formas de manifestag’o de inconstitucionalidade. Assim, temos: a) Inconstitucionalidade por aco e inconstitucionalidade por omisséo Na inconstitucionalidade por a¢ao, 0 desrespeito 4 CRFB/88 resulta de uma conduta positiva de um rgao estatal. Ex: edicéo de uma lei contraria a CF/88. Na inconstitucionalidade por omissSo, por sua vez, verifica-se a inércia do legislador frente a um dispositivo constitucional carente de regulamentagao por lei. Ocorre quando o legislador permanece omisso diante de uma norma constitucional de eficdcia limitada, obstando 0 exercicio de direito. Exemplo: 0 art. 37, VII, CF/88 exige que seja editada lei dispondo sobre o direito de greve dos servidores publicos. Como até hoje essa lei nao foi elaborada, estamos diante de uma inconstitucionalidade por omissao. b) Inconstitucionalidade material x Inconstitucionalidade formal x Vicio de decoro A inconstitucionalidade material (ou nomoestatica?) ocorre quando o contetido da lei contraria a Constituicdo (sera considerada invalida mesmo que tenha obedecido fielmente ao processo legislativo preconizado pela Carta Magna). Ex: uma lei que estabeleca que a autoridade policial podera, mediante ordem judicial, ingressar na casa de uma pessoa durante o periodo noturno. Ora, sabemos que a CF/88 prevé que, mesmo com ordem judicial, 0 ingresso na casa de uma pessoa deve ocorrer durante o dia. A inconstitucionalidade formal (ou nomodinamica®), por sua vez, caracteriza- se pelo desrespeito ao processo de elaboracao da norma, preconizado pela Constituigéo. Como exemplo, citamos a edicéo de lei proposta por Deputado Federal, mas cuja iniciativa era privativa do Presidente da Reptiblica. A inconstitucionalidade formal poder ser de trés tipos: + Iiconstitucionalidade!formallorganica: decorre da inobservancia da competéncia legislativa para a elaboracao do ato. Exemplo: lei municipal que trata de direito penal sera inconstitucional, por ser essa matéria de competéncia privativa da Unido (art. 22, I, CF/88). 4 Inconstitucionalidade [SEMSINBFOBMEMERESMGIEA: decorre da inobservancia nas fases do processo legislativo. Se o vicio ocorrer na fase de iniciativa, ter-se-4 0 chamado vicio formal subjetivo. E 0 caso, por exemplo, de iniciativa parlamentar de projeto que modifique os efetivos das Forcas Armadas. Essa competéncia é exclusiva (reservada) do Presidente da Republica, sendo este o tinico que pode iniciar processo legislativo sobre a materia. Por outro lado, caso esse vicio se dé nas demais fases do processo legislativo, ter-se-a 0 vicio formal objetivo. E © caso, por exemplo, de nao obediéncia ao quorum de votacao de 2 A denominaco nomoestitica se dé em funglo de o vido mater se refen & substancia da norma, tendo caréterestétco. "'k.denominacsa pemedinamica se d4 em fungSo de 0 vco formal decorrer da violacaa a0 proceaso legate, que tra, cansiga, uma dela de dinamisma, movimento. emenda constitucional (trés quintos, em dois turnos, em cada Casa Legislativa). + Inconstitucionalidade [27iET) do ato normativo: decorre da pressupostos essenciais para a edicdo de atos legislativos. Por exemplo, as medidas provisérias, para serem editadas, deverdo atender aos requisitos de urgéncia e relevancia (art. 62, caput, CF). Caso esses requisitos nao sejam atendidos, haverd inconstitucionalidade formal por violag&o a pressupostos objetivos do ato normativo. Nas ligées do Prof. Pedro Lenza teriamos, ainda, a tese da inconstitucionalidade de uma norma em razéo de vicio de decoroparlamentar, Nado se trata de uma inconstitucionalidade formal ou material, mas sim de uma inconstitucionalidade por vicio na formacéo da vontade do parlamentar, que votou em determinado sentido em troca do recebimento de propina. Essa tese foi desenvolvida em razéo do esquema de compra de votos apurado pelo STF na AGSOIPefial H® 470 (*Mensalo”) m fundamento no art. 55, § 1°, CF/88, que dispde que “é incompativel com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, 0 abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepcao de vantagens indevidas”.. c) Inconstitucionalidade Total e Parcial A inconstitucionalidade total fica caracterizada quando 0 ato normative for considerado, em sua totalidade, incompativel com a Constituicéio, Nesse caso, todo 0 contetido da norma padecerd de vicio, A inconstitucionalidade parcial, ocorreré quando apenas parte do ato normativo for considerada invalida. Em regra, meus amigos, um vicio formal gera a inconstitucionalidade total do ato normativo. Ora, se houve o desrespeito ao processo legislative ou mesmo & reparticgo de competéncia, o ato normativo restara inteiramente prejudicado. A doutrina considera, todavia, que existe a possibilidade (excepcional) de um vicio formal acarretar a inconstitucionalidade parcial de um ato normativo Suponha, por exemplo, que seja editada uma lei ordindria tratando de matéria tipica de lei ordindria, mas que, em um de seus artigos, trata de materia reservada a lei complementar. Apesar de possuir vicio formal, essa lei padeceré de inconstitucionalidade parcial. No Brasil, o Poder Judiciario pode declarar a inconstitucionalidade parcial de fragdo de artigo, paragrafo, inciso, alinea ou até mesmo sobre uma DIREITO CONSTITUCIONAL 1+ EASE XXV EXAME OAB — AULA 10 Gnica palavra ou expressdéo do ato normativo. Trata-se do chamado principio da parcelaridade. Muito cuidado! A declaracao de inconstitucionalidade parcial & diferente do veto parcial do Presidente a projeto de Ici. O veto parcial deveré abranger texto integral de artigo, pardgrafo, inciso ou linea. Por sua vez, a declaragdo de inconstitucionalidade parcial pode abranger apenas parte de artigo, paragrafo, inciso, alinea ou até mesmo uma tnica palavra ‘ou expressdo. Agora, cabe destacar, todavia, que a declaracéo de inconstitucionalidade parcial ndo podera modificar o sentido e 0 alcance da lei, sob pena de ofensa a separacao dos Poderes, principio que impede o Poder Judicidrio de atuar como legislador positive. Em outras palavras, a declaragéo de inconstitucionalidade parcial pode recair até mesmo sobre palavra ou expressdo isoladas, mas isso néo poderd subverter por completo o sentido da norma.* d) Inconstitucionalidade Direta e Indireta Quando um ato normativo primario (LO, LC’s, Medidas Provisérias, decretos legislativos...) violar a Constituicéo, estaremos diante de uma inconstitucionalidade direta. Nesse caso, ha uma frontal incompatibilidade da norma com o texto da Constituigdo. A afericéo de validade da norma é realizada comparando-a diretamente com o texto constitucional. Por outro lado, quando um ato normativo secundario (atos infralegais) violar a Constituicgo, estaremos diante de uma inconstitucionalidade indireta (reflexa), j4 que eles no retiram seu fundamento de validade diretamente da Constituicao. Detalhe, pessoal! Na viséo do STF s6 existe a inconstitucionalidade direta, ou seja, a desconformidade de norma primria com a Constituicdo. A chamada inconstitucionalidade indireta é considerada pelo Pretorio Excelso mera ilegalidade. Isso porque a norma secundaria tem sua validade aferida a partir da norma primaria, e nao da Constituiga0, sendo a ofensa a esta apenas indireta. Um outro ponto importante de se mencionar é a existéncia da chamada inconstitucionalidade “por arrastamento” (derivada, consequencial ou “por atragSo”). Ocorreré quando houver uma relag3o de dependéncia entre, pelo menos, duas normas: uma delas é a principal; as outras, acessdrias. Se em um determinado processo, a norma principal for declarada inconstitucional, todas_as_normas dela _dependentes também deverdo ser “MASSON, Natalia, Manual de Direlto Constitucional, E4. uspodium, Salvador: 2013, pp.979. consideradas _inconstitucionais. Veja: as normas acessérias sofreram consequéncias da declarac&o de inconstitucionalidade da norma principal. Elas padecerdio “por arrastamento” ou “por reverberacéo normativa”. O STF ja teve a oportunidade de se manifestar intimeras vezes no sentido de declarar a inconstitucionalidade “por arrastamento” de certas normas. Para a Corte, a técnica se justifica pelo fato de algumas normas guardarem intima relacdo entre si, formando uma verdadeira unidade juridica. Com isso, torna- se impossivel a declaragao de constitucionalidade de algumas e a manutengao das demais no ordenamento juridico. Em uma Aco Direta de Inconstitucionalidade, aplica-se o “principio do pedido”, ou seja, o STF deverd, em regra, examinar a constitucionalidade apenas dos dispositivos que forem objeto de impugnago na exordial (peticdo inicial). A inconstitucionalidade “por arrastamento” é uma excecao a esse principio. O STF podera declarar a inconstitucionalidade de dispositivos e de atos normativos que nao tenham sido objeto de impugnacao pelo autor, desde que exista uma relacéo de dependéncia entre eles e a norma atacada. A inconstitucionalidade por atrag&o pode ser usada tanto na andlise de processos distintos quanto no Ambito de um mesmo processo. Esse segundo caso é o mais comum: na deciséo, além de declarar a inconstitucionalidade da norma principal, o STF jé enumera quais as outras normas foram por ela “contaminadas”, reconhecendo a invalidade destas “por arrastamento”.> e) Inconstitucionalidade Originai inte e Superve! Essa é uma classificagdéo que depende da relacéo temporal entre a norma- parametro (norma constitucional que é violada) e a norma objeto da impugnago (norma que viola a Constituigéo). Vamos entender melhor! Quando a norma-pardmetro for anterior 4 norma objeto da impugnacdo, estaremos diante de uma inconstitucionalidade originaria. Exemplo: hoje, é publicada uma lei que viola o texto original da CF/88. Por outro lado, quando a norma-parémetro for posterior & norma objeto da impugnac&o, seré caso de inconstitucionalidade superveniente. Suponha que, hoje, seja promulgada uma emenda constitucional, que é contraria ao texto de uma lei editada em 2005. Essa lei padeceré de inconstitucionalidade superveniente. LENZA, Pedro, Direito Constituctonal Esquematizado, 1S edko. Edtora Saraiva, S4o Paulo, 2011. pp. 283-204, O STF entende que, no Bras! ‘Assim, em nosso ordenamento juridico, nao ha a possibilidade de uma lei se tornar inconstitucional; ao contrério, a inconstitucionalidade é congénita, acompanhando a lei desde o seu nascimento. A promulgagéo de uma nova Constituigéo ou de uma nova emenda constitucional ira revogar as leis que com elas forem incompativeis. Por outro lado, as leis compativeis serdo recepcionadas pela nova Constituicéo ou emenda constitucional. 3. SISTEMA DE CONTROLE Cada Estado é livre para definir os érgaos responsdveis pela realizacio do controle de constitucionalidade. O sistema de controle diz respeito, justamente, aos érgos aos quais o Poder Constituinte atribuiu competéncia para controlar a constitucionalidade das leis. Hé 3 (trés) tipos de sistemas de controle: 4 Controle) judicial (ou jurisdicional): £ o Poder Judiciério que detém a competéncia para declarar a inconstitucionalidade das leis. Esse modelo nasceu nos Estados Unidos. 4 G@ntrolelipolities: Fica caracterizado quando o controle de constitucionalidade € realizado por érgao politico, desprovido de natureza jurisdicional. Esse modelo é adotado pela Franca, no qual © controle de constitucionalidade é realizado por um Conselho Constitucional. 4 GEMM: Nesse sistema, a fiscalizagio da constitucionalidade de algumas normas cabe ao Poder Judiciario; outras normas, por sua vez, tém sua constitucionalidade aferida por érgao politico. No Brasil, o sistema de controle é preponderantemente judicial. E do Poder Judiciério a competéncia para controlar a constitucionalidade de leis e atos normativos, mas hé também alguns controles politicos. 4. MOMENTOS DO CONTROLE 4.1. Controle preventivo DIREITO CONSTITUCIONAL ‘LL EASE XXV EXAME OAB — AULA 10 O controle preventivo (ou “a priori”) fica caracterizado quando a fiscalizagéo de constitucionalidade incide sobre a norma em fase de elaboracdo, ou seja, incide sobre projeto de lei e de emenda constitucional. Aplica-se no curso do processo legislativo. No Brasil, o controle preventivo pode ser de 2 (dois) tipos: ¥ Controle politico-preventivo: £ realizado pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo, incidindo sobre a norma em fase de elaboracao. © controle preventivo feito pelo Poder Legislativo diz respeito ao trabalho das Comissées de Constituicgéo e Justiga, que analisam as proposicgdes legislativas quanto a sua constitucionalidade. Ja o controle preventive do Poder Executivo se manifesta através da possibilidade de veto presidencial a um projeto de lei em razio de sua inconstitucionalidade. E 0 veto juridico. v b) Controle judicial-preventivo: Trata-se da possibilidade excepcional de que o STF analise se o direito dos parlamentares ao devido processo legislativo esta sendo respeitado. Explico. O processo de elaboracdo das normas (emendas constitucionais, leis ordinarias, leis complementares, etc.) deve respeitar uma série de regras previstas na Constituigéio (quérum de presenca, quorum de deliberacdo, impossibilidade de violagio a cldusulas pétreas). Se as regras do processo legislativo forem desrespeitadas, abre-se a possibilidade para que o parlamentar impetre mandado de seguranca junto ao STF. Nessa situacdo, os parlamentares estarao tentando garantir o respeito ao seu direito liquido e certo ao devido processo legislativo. E importante observar que apenas os parlamentares é que terdo legitimidade para impetrar mandado de seguranca para garantir 0 cumprimento das regras do processo legislative constitucional Suponha, por exemplo, que esteja tramitando na Camara dos Deputados uma proposta de emenda constitucional (PEC) que viole uma cldusula pétrea. Um Deputado poderd, entéo, impetrar mandado de seguranca junto ao STF, a fim de que seja sustada a tramitagéo da PEC. Um cidad&o jamais teré tal prerrogativa; a legitimidade é exclusiva dos parlamentares. *Observacao: o mandado de seguranga devera ser impetrado por parlamentar integrante da Casa Legislativa na qual a proposta de “EC” ou “PL” estiver tramitando. A perda da condic&o de parlamentar restaré por prejudicar 0 mandado de seguranga, extinguindo-o, por perda de legitimidade ad causam para propor a referida agéo. O mandado de seguranca também ficaré prejudicado, por perda de objeto, caso o processo legislativo termine antes da apreciacao do mérito pelo STF. 4.2. Controle repressivo O controle repressivo (ou “a posteriori"), por sua vez, caracteriza-se pela fiscalizagdo de constitucionalidade incidente sobre norma pronta, que jé integra o ordenamento juridico. Também se aplica a realidade brasileira o controle repressivo, que pode ser de 2 (dois) tipos: a) Controle politico-repressivo: Em regra, 0 controle repressivo é realizado pelo Poder Judiciério, que analisa a constitucionalidade de normas ja prontas. No entanto, existe a possibilidade excepcional de que o Poder Legislativo realize © controle repressivo de constitucionalidade. Isso aconteceré em 2 (duas) situacdes diferentes: © art. 49, V, CF/88, estabelece que ¢ competéncia exclusiva do Congreso Nacional “sustar 0s atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegagéo legislativa”. Esse controle se dé por meio de decreto legislativo expedido pelo Congreso Nacional, que ird sustar uma lei delegada ou um decreto presidencial. O art. 62, CF/88 prevé que as medidas provisérias serdo submetidas & apreciagio do Congresso Nacional. Se a medida proviséria for rejeitada pelo Congresso com ;— _ fundamento em inconstitucionalidade, estaremos diante de um controle politico: |= repressivo. Destaca-se ainda que o TCU, ao exercer suas atividades, poderé, de modo incidental (em um caso concreto) deixar de aplicar lei que considere inconstitucional. Nesse sentido, dispde a Sdmula 347/STF que “o Tribunal de Contas, no exercicio de suas atribuicées, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Ptiblico”. Note que a Corte de Contas nao tem competéncia para declarar a inconstitucionalidade das leis ou atos normativos em abstrato. b) Controle judicial-repressivo: Caberé aos juizes e Tribunais do Poder Judicidrio efetuar o controle de constitucionalidade das normas prontas, ja integrantes do ordenamento juridico. Por meio desse, fiscaliza-se a validade das leis e atos normativos do Poder Puiblico, avaliando sua conformidade CF/88. 5. MODELOS DE CONTROLE No que diz respeito ao ntimero de érgéios do Poder Judicidrio com competéncia para fiscalizar a constitucionalidade das leis, hd 3 (trés) modelos de controle distintos: 0 difuso, 0 concentrado e o misto. No controle difuso (ou aberto), a competéncia para exercer o controle de constitucionalidade das leis € atribuida a todos os érgdos do Poder Judiciario. Esse modelo de controle também é chamado de modelo americano, pois surgiu nos Estados Unidos, com o caso “Marbury versus Madison", no qual se firmou 0 entendimento de que o Judicidrio poderia deixar de aplicar uma lei aos casos concretos quando a considerasse inconstitucional. No controle concentrado (ou reservado), 0 controle de constitucionalidade é de competéncia de um Gnico 6rgao jurisdicional, ou de um numero bastante limitado de érgaos. Assim, a competéncia para controlar a constitucionalidade das leis estaré “concentrada” nas mos de um (ou poucos) érgdos, normalmente 0 6rgao de cUpula do Poder Judiciario. Esse modelo de controle é também chamado de modelo europeu (ou austriaco), pois teve sua origem na Austria, por influéncia de Hans Kelsen. Com base nas ideias desse jurista, a Constituicg&0 austriaca de 1920 atribuiu a competéncia para fiscalizar a constitucionalidade das leis a um Tribunal Constitucional. Importante dizer que, no Brasil, 0 controle se caracteriza tanto pelo fato de o Poder Judicidrio atuar de forma concentrada (por meio do STF) quanto de forma difusa (por qualquer juiz ou tribunal do pais). 6. VIAS DE CONTROLE As vias de agao so os modos pelos quais uma lei pode ser impugnada perante © Judiciério. Sao elas a via incidental (de defesa ou de excecéo) e a via principal (abstrata ou de acdo direta). No controle incidental, a afericgéo de constitucionalidade se dé diante de uma lide, um caso concreto em que uma das partes requer a declarac3o de inconstitucionalidade de uma lei. A aferig&o da constitucionalidade nao é o objeto principal do pedido, mas apenas um incidente do processo, um meio para se resolver a lide. Por isso, o controle é chamado de “incidenter tantum”. Imagine que Jorge ingresse com agao junto ao Judicidrio com o objetivo de nao cumprir uma obrigacao prevista na Lei "X", alegando que esta é inconstitucional. Nesse caso, a discussaéo sobre a constitucionalidade da norma € apenas um antecedente |6gico_para_a_solucdo do caso concreto; em outras palavras, € apenas uma questéo prejudicial da acéo. Primeiro, o Poder Judiciario avaliara a constitucionalidade da norma; so depois é que podera analisar 0 objeto principal do pedido: se Marcos deveré ou nao cumprir a obrigacao prevista na Lei “X”. No controle pela via principal (abstrata ou de ac&o direta), a afericao da constitucionalidade é o pedido principal do autor, € a razéo do processo. O autor requer, nesse caso, que determinada lei tenha sua constitucionalidade aferida a fim de resguardar o ordenamento juridico. Um exemplo de controle pela via principal seria quando um Governador de Estado ingressa com Acao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao STF, pleiteando que seja declarada a inconstitucionalidade de uma determinada lei estadual. v No S@nEFeIe"eSneFeES, a constitucionalidade de uma norma é aferida no curso de um processo judicial. Pode-se afirmar, nesse sentido, que o controle concreto é realizado pela via incidental. vy 34a no (BRERBIBUNNBEEEES, 4 afericdo da constitucionalidade da norma é o objeto principal da aca. Seré feita uma comparacao da lei “em tese” (em abstrato) com a Constituic&o. O controle abstrato é realizado pela via principal. 7. INTERPRETAGAO CONFORME A CONSTITUICAO X DECLARAGAO PARCIAL DE NULIDADE A interpretag&o conforme a Constituiggo é uma técnica aplicavel para a interpretagao de normas infraconstitucionais polissémicas (plurissignificativas), isto 6, normas que tenham mais de um sentido possivel. O intérprete, ao analisar uma norma, deverd dar-Ihe o sentido que a compatibilize como texto constitucional. Diante de duas ou mais interpretacées possiveis, seré preferida aquela que for compativel com a Constituigéo. O STF ja utiliza a “interpretag&o conforme a Constituic&o” ha bastante tempo. Segundo a doutrina, a interpretacéo conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redugao do texto. 4 Interpretacao conforme com redugao do texto: nesse caso, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo sua eficdcia suspensa. Como exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, 0 STF suspendeu liminarmente a expresso “ou desacato”, presente no art. 70,§ 70, do Estatuto da OAB. 4 Interpretacéo conforme sem redugao do texto: Exclui-se ou se atribui 4 norma um sentido, de modo a torné-la compativel com a Constituig&o. Pode ser concessiva (quando se concede & norma uma interpretag&o que Ihe preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando se exclui uma interpretacéo que poderia tornd-la inconstitucional). Essa visio que apresentamos considera que a declarac&o parcial de nulidade sem redugdo de texto seria espécie do género “interpretacdo conforme a Constituigdo”. Estariamos, de certo modo, equiparando a interpretagdo conforme a Constituigéo e a declaracao parcial de nulidade sem redugdo de texto. No entanto, é possivel apontar que ha uma diferenca entre as duas, a depender do realce que se quer dar na decisdo judicial. Na interpretacao conforme a Constituigéo, é dada énfase a declaracdo de constitucionalidade de determinado sentido da norma. J na declaracao parcial de nulidade sem reduco de texto, a énfase é na declaraco de inconstitucionalidade de determinadas aplicagées da lei. 8. CONTROLE DIFUSO 8.1. Nogdes Gerais O controle difuso é aquele realizado por qualquer juiz ou Tribunal do pais. E também chamado controle pela via de excecao ou, ainda, controle aberto. Ocorre diante de um caso concreto, em que a declaragéo de inconstitucionalidade se dé de forma incidental, como antecedente légico ao exame do mérito. No controle difuso, 0 objeto da ag&o (a questdo principal) nao é a declaragao de constitucionalidade de uma norma. Essa é apenas uma questdo prejudicial, que deverd ser resolvida pelo Poder Judicidrio previamente ao exame de mérito. A finalidade principal das partes, nessa modalidade de controle, nao é a defesa da ordem, mas sim a protec&o a direitos subjetivos cujo exercicio esta sendo obstaculizado pela norma que (supostamente) viola a Constituigao. 8.2. Legitimacao Ativa 0 controle incidental de constitucionalidade se dé no curso de qualquer ago submetida a andlise do Poder Judicidrio em que haja um interesse concreto em discussdo. Assim, so legitimados ativos todas as partes do processo e eventuais terceiros intervenientes no processo, bem como o Ministério Publico, que atua como fiscal da lei (“custos legis”). Além disso, 0 Poder Judiciério pode, sem provocacao, declarar de ofici a inconstitucionalidade da lei, afastando sua aplicac&o ao caso concreto. Di se, entéo, que o juiz ou tribunal também séo legitimados ativos no controle difuso, quando declaram, de oficio, a inconstitucionalidade do ato normativo. 8.3. Objeto e Parametro de Controle No ordenamento juridico brasileiro, qualquer lei ou ato normativo (federal, estadual, distrital ou municipal) poderé ser objeto do controle de constitucionalidade. Assim, n&o importa em qual nivel federativo teve origem o ato normative: todos eles est&o sujeitos ao controle difuso de constitucionalidade. Por sua vez, qualquer norma constitucional serviré como parametro para que se realize o controle de constitucionalidade, mesmo que esta ja tenha sido revogada. Todavia, um pré-requisito essencial para que uma norma constitucional seja pardmetro para o controle de constitucionalidade é 0 de que ela estivesse em vigor no momento da edic&o do ato normative questionado. Assim, é plenamente possivel que se questione a constitucionalidade de uma lei editada em 1979 tendo como parametro a Constituicao de 1969 (que era a Constituigo em vigor a época). Dessa forma, temos: 4 Lei editada em 1979: pode ser avaliada, quanto a sua recepcao ou revogacio, perante Constituicdo de 1988 4 Lei editada em 1979 pode ser avaliada, quanto a sua constitucionalidade, perante a Constituigdo de 1969 (que estava em vigor a época de sua edic&o) 4 Lei editada apés 1988 pode ser avaliada, quanto a sua constitucionalidade, perante a Constituigdo de 1988. 8.4. Controle Difuso nos Tribunais O controle difuso sera, em regra, realizado pelo juiz monocratico, em primeira instancia. Todavia, por meio do recurso de apelacSo, é possivel que a parte sucumbente (parte vencida) recorra a um Tribunal. Observa-se, entao, que no Ambito do controle difuso qualquer juiz ou tribunal do Pais seré competente para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, afastando sua aplicagéio ao caso concreto. Quando o controle difuso ocorre em primeira insténcia, a constitucionalidade da norma sera decidida pelo juiz monocratico; ou seja, depende apenas da vontade dele. No entanto, quando o controle difuso é feito pelos Tribunais, é necessério que seja obedecida a “clausula de reserva de plendrio”, nos termos do art. 97, CF/88: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo 6rgao especial poderéo os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Publico. A clausula de reserva de plendrio visa garantir que uma lei seja declarada inconstitucional somente quando houver vicio manifesto, reconhecido por um grande numero de julgadores experientes.° Nesse sentido, para que a declaracéo de inconstitucionalidade por tribunal seja valida, é necessdrio voto favoravel da maioria absoluta dos membros do tribunal ou da maioria absoluta dos membros do érgio especial. A existéncia de érgao especial nos tribunais esta prevista no art. 93, CF/88, Trata-se de érgio composto por 11 a 25 juizes, que exerce as atribuigdes administrativas e jurisdicionais que Ihes forem delegadas pelo Tribunal Pleno. XI- nos tribunais com numero superior a vinte e cinco julgadores, poderd ser constituido érgéo especial, som o minimo de onze e o maximo de vinte e cinco para. o exercicio das atribuigées administrativas e jurisdicionais delegadas da competéncia do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por elei¢ao pelo tribunal pleno. A observancia da cléusula de reserva de plendrio é, assim, condigéo de eficacia juridica da declaracao de inconstitucionalidade. Apenas o Plenario do Tribunal ou 0 6rgao especial poder3o, por maioria absoluta, declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Cabe destacar que a clausula de reserva de plenério deveré ser observada tanto no controle difuso quanto no controle concentrado (controle em abstrato). Em razéio da cldusula de reserva de plenario, pode-se dizer que os 6rgaos fracionarios (turmas, camaras e segées) dos tribunais nao podem declarar a inconstitucionalidade das leis. Na falta de érg&o especial, a inconstitucionalidade sé poder ser declarada pelo Plenério do tribunal. Hd que se destacar, todavia, que os drgdos fracionérios podem reconhecer a constitucionalidade de uma norma; o que eles ndo podem 6 declarar a inconstitucionalidade. “Diego, nao entendi muito bem...”. Suponha que uma determinada acfo judicial seja levada a um Tribunal e seja distribuida a um de seus érgdios fracionarios (Turmas, Camaras, etc). Nessa aco, discute-se, incidentalmente, a constitucionalidade de uma norma. 0 6rgao fracionrio ira discuti-la internamente: caso considere que a norma é constitucional, ele mesmo ira prolatar a deciséo (em respeito & presungo de constitucionalidade das leis) RE 190.725-8/ PR. Rel. Min. Celso de Mello, Por outro lado, caso entenda que a lei é inconstitucional, devera remeter o processo ao plenario ou ao orgao especial. Isso é 0 que se depreende a partir dos art. 948 e 949, do Novo Cédigo de Cédigo de Processo Civil NCPC2015. Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder publico, o relator, apés ouvir o Ministério Publico e as partes, submeter4 a questao 4 turma ou a@_cémara 4 qual competir o conhecimento do processo. Art. 949, Se a arguicéo for: I - rejeitada, prosseguird o julgamento; II - acolhida, a questao seré submetida ao plendrio do tribunal ou 20 seu 6rado especial, onde houver. Pardgrafo unico. Os érgaos fraciondrios dos tribunais nao submeterdo ao plendrio ou ao 6raao especial a arguicéo de inconstitucionalidade quando Supremo Tribunal Federal sobre a questdo. Perceba que, uma vez arguida a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, a questdo sera submetida a apreciagao de um érgao fracionario. Se este rejeitar a inconstitucionalidade (ou seja, declarar_ a constitucionalidade), o julgamento ira prosseguir; por outro lado, se a inconstitucionalidade for acolhida, a questo serd submetida ao plenario ou ao érgao especial (em razao da “cldusula de reserva de plenario”, sdo esses os Unicos que podem decidir pela inconstitucionalidade de uma norma). Ha, ainda, a possibilidade de mitigag&o da “cldusula de reserva de plendrio” (art. 949, pardgrafo Unico). A aplicag&o dessa clausula somente é necessdria quando © Tribunal se depara, pela primeira vez, com determinada controvérsia constitucional Nesse sentido, se 0 6rado especial, o Plendrio do Tribunal ou o Plenario do STF ja tiverem se pronunciade sobre a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, nao havera necessidade de se observar a reserva de plenario. Em outras palavras, meus amigos, 0 $rgdo fracionario podera, ele proprio, declarar_a inconstitucionalidade da norma, desde que assim ia tenham gat Ae TAT Serer am Muito cuidado com isso! © Pergunta relevante: e se houver divergéncia de entendimento entre o Plenério do Tribunal ou érgo especial e 0 Plendrio do STF? Nesse caso (divergéncia de entendimento entre o Tribunal e o Plendrio do STF), deveré prevalecer o entendimento do Plenario do STF. Portanto, os érgaos fracionarios dos Tribunais deverdo aplicar 0 entendimento do Plendrio do STF, decidindo pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma. Outra duvida. Serd que a cldusula de reserva de plendrio também deve ser aplicada para analisar a recepcéo ou revogacéio, pela nova Constituic&o, do direito pré-constitucional? Hum....a resposta é negativa. A reserva de plendrio apenas se aplica a declaragéo de inconstitucionalidade de leis e atos normativos do Poder Publico. Ela no se aplica a resolucéo de problemas de direito intertemporal, como é 0 caso da andlise de recepgao ou revogacao do direito pré-constitucional. Assim, lies asso ieee ligetenal observar a cldusula de reserva de plendrio. A cldusula de reserva de plendrio também néo se aplica quando é utilizada a técnica de “interpretacao conforme a Constituic&o”. A interpretac&o conforme a Constituicio é técnica de —_interpretagio de —normas infraconstitucionais polissémicas (que possuem mais de um sentido possivel). Essa técnica visa preservar a validade das normas. Ao invés do Tribunal declarar a inconstitucionalidade de uma norma, ird dar-Ihe o sentido que a compatibilize com a Constituigéo. Ainda sobre a cldusula de reserva de plenério, hé que se mencionar a Samula Vinculante n° 10 STF: Viola a cldusula de reserva de plendrio (CF, artigo 97) a deciséo de 6rgao fraciondrio de tribunal que, embora nao declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder publico, afasta sua incidéncia, no todo ou em parte. Veja sé que interessante! Pode ser que o érgao fracionério de um tribunal, ao invés de declarar expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, simplesmente afaste a sua incidéncia, no todo ou em parte, do caso em concreto. Segundo a simula, mesmo nesse caso sera necesséria a observancia da cléusula de reserva de plenério. Do contrario, poderia ficar configurada verdadeira burla a essa regra constitucional: 0 érgao fracionario deixaria de aplicar a lei, mas no diria que o estava fazendo porque a considerava inconstitucional. Meus amigos, atencéio mais que redobrada ao que comentamos agora a pouco. Inclusive foi questéo de prova no XXI Exame de Ordem! 11 FASE XXV EXAME OAB — AULA 10 E, por fim para fecharmos uma novidade! O STF recentemente’ entendeu que lue "deciséo de dado fracionério que afasta a incidéncia de ato plenério”, 8.5. Efeitos da Deciséo 0 objetivo do controle difuso nao é, em si, proteger a ordem constitucional, mas sim proteger direitos subjetivos das partes. Com base nessa ldgica, a decisao no controle de constitucionalidade incidental sé alcanca as partes do processo, ou seja, tem eficacia “inter partes”. Além disso, no vincula os demais éra&os do Judiciério e a Administracdo; por isso, diz que as decisées no controle de constitucionalidade difuso sdo nao vinculantes, Apenas as partes processuais envolvidas no caso concreto é que sofrerdo os efeitos da declaracéio de inconstitucionalidade. Quanto ao aspecto temporal, os efeitos da deciséio seréo, em regra, retroativos (“ex tunc”), atingindo a relago juridica motivadora da deciséo desde sua origem. Isso se deve ao fato de que uma norma declarada inconstitucional sera considerada nula e, por consequéncia, todos os efeitos por ela produzidos também sero nulos. As relacées juridicas por ela estabelecidas serdo, da mesma maneira, consideradas invalidas devendo ser desconstituidas. Existe a possibilidade, todavia, de que o Supremo Tribunal Federal (STF) realize a MOdUIAGgaOM@OSEFEIEDE de ums decisdo tomada em sede de controle difuso de constitucionalidade. Isso significa que o STF podera, por deciséo de 2/3 dos seus membros, tendo em vista razées de seguranca juridica ou relevante interesse nacional, dar efeitos prospectivos ("ex nunc”) a decisdo, ou fixar outro momento para que sua eficdcia tenha inicio. A técnica de modulagao de efeitos esta prevista no art. 27, da Lei n° 9.868/99, que trata da Ago Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e da Ago Declaratéria de Constitucionalidade. Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista raz6es de sequranca iuridica ou de excepcional interesse social, poderd o ‘Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois tercos de_seus membros, restringir os efeitos daquela phe cee ib etek ih th momento que venha a ser fixado. 7 Rcl 18165 AgR/RR, Rel. Min. Teor! Zavasckl, 18.10.2016. *Em que pese a Lei n° 9.868/99 tratar do controle concentrado de constitucionalidade, a 0 STF e a doutrina reconhecem a possibilidade de modulago de efeitos também no ambito do controle difuso. 8.6. Atuacdo do Senado Federal A doutrina tradicional entende que no Ambito do controle difuso, as decisdes possuem eficacia “inter partes” e efeitos nao sao vinculantes. Entretanto, existe a possibilidade excepcional de ser atribuida eficacia geral (“erga omnes”) a uma deciséo tomada no ambito do controle difuso, ampliando sentido e alcance. Estamos diante de cléssica atuagéo do Senado Federal, no exercicio da competéncia prevista no art. 52, X, CF/88, segundo o qual compete privativamente ao Senado “suspender a execugao, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por deciséo definitiva do Supremo Tribunal Federal.” Nessa seara, a atuacio do Senado, por disposicéio constitucional, é pela faculdade de suspender, por meio de resolucao, lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso de constitucionalidade, conferindo eficdcia geral (“erga omnes”) & decis&o da Corte Tecnicamente, a suspens&o de lei pelo Senado seria um ato de natureza politica e discriciondrio. Logo, o Senado Federal nao estaria obrigado a suspender uma lei declarada inconstitucional pelo STF. Importante destacar que o Senado nao podera ampliar, restringir ou interpretar a decisdo do STF; ao contrario, devera seguir exatamente o que prevé a decisdo da Corte Suprema. Assim, se houver declaragdo de inconstitucionalidade de apenas um artigo da Constituig&o, o Senado ficaré impedido de suspender a execugo da lei como um todo. Acerca dos efeitos da resolugdo do Senado que suspende a execugao de lei declarada inconstitucional pelo STF, a doutrina majoritaria (e que deve ser seguida para fins de prova!) é a de que a resolucéo do Senado tera efeitos prospectivos (“ex nunc”). Destaque-se, todavia, que o Decreto n° 2.346/97 estabelece que, no ambito da Administracdo Publica federal, a deciséo do Senado Federal tera efeitos retroativos (“ex tunc” Por fim, a doutrina considera que a resolucdo do Senado Federal podera ser objeto de controle de constitucionalidade, Ex: resolugéo do Senado que amplia ou restringe a deciséo do STF. Meus amigos, aqui temos uma novidade Muito cuidado!! Em recente deciséio, o STF ® firmou um entendimento que, mesmo ao se declarar incidentalmente a inconstitucionalidade de uma lei, essa deciséo assim como acontece no controle abstrato, também produz eficacia erga omnes e efeito vinculante. A eficacia vinculante, inclusive, j4 resulta da prépria decis&o. A Corte promoveu, em verdade, a chamada mutaggo constitucional do art. 52, X, da CRFB/88, de modo a admitir que o papel do Senado no controle de constitucionalidade é simplesmente de, mediante publicac&o, divulgar a decisdo do STF. (dar publicidade daquilo que foi decidido) Entende-se, nesse sentido, que 0 Supremo passou a acolher a teoria da “abstrativizacao do controle difuso”, p is tendo o Plenario do STF decidido pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa deciséo teré os mesmos efeitos do controle concentrado. Ah prof... e 0 que adotar na hora da prova da OAB? Entdo...como o tema € novo importante termos ateng&o maior na hora da prova. Se a cobranga vier pela literalidade do art. 52, X, da Constituigio segue de acordo com entendimente tradicional que abordamos. Por outro lado, se a banca for cobrar essa nova posic&io, ela dard dicas no enunciado, trazendo uma questéo mais interpretativa ou jurisprudencial, mencionando nesse sentido o tema da mutagao constitucional ou abstrati do controle difuso em relag&o ao artigo 52, X, da CRFB/88. 8.7. Sdmula Vinculante No controle incidental de constitucionalidade, as decisdes (inclusive do STF) possuem apenas efeitos “inter partes”. Uma consequéncia disso ¢ a proliferacdo de acées judiciais no STF acerca do mesmo objeto. Ademais, pelo fato de as decisées do STF no controle incidental nao terem efeito vinculante, os tribunais inferiores e os juizes poderdio continuar julgando de forma diferente. Gera-se com isso certa inseguranca juridica. Foi em razao desse problema que a Emenda Constitucional n° 45/2004 criou o instituto da Simula Vinculante, que pode ser editada pelo Supremo Tribunal Federal (art. 103-A, CF/88): 8 ADIs 3406/R) ¢ 3470/8, Rel Min, Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (aformativo 886) Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal podera, de oficio ou por provocacéo, mediante decisdo de dois tercos dos seus membros, apés reiteradas decisées sobre matéria constitucional, aprovar simula que, a partir de sua publicacdo na imprensa oficial, tera efeito vinculante em relacdo aos demais érgos do Poder Judiciario e a administracéo publica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder a sua reviséo ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 1° A stimula tera por objetivo a validade, a interpretacao e a eficdcia de normas determinadas, acerca das quais haja con rovérsia atual entre érgaos judiciarios ou entre esses e a administracao publica que acarrete grave inseguranca juridica e relevante multiplicacdo de processos sobre questao idéntica. S8o 3 (trés) os pressupostos constitucionais para que seja editada Sumula Vinculante: 4 Existéncia de Feiteradas decisdes sobre matéria constitucional. O STF deve ter tido a oportunidade de apreciar a matéria por diversas vezes, 0 que permite maior grau de amadurecimento sobre o assunto objeto da controvérsia. 4 Existéncia de SOMEROVEESI@IaEUAl entre drgdos judiciérios ou entre esses e a Administracéo Publica. Ora, se ha controvérsia, é nitido que o tema no é pacifico, o que pode gerar grave inseguranca juridica e multiplicacéo de processos sobre questo idéntica. Ha, ent&o, necessidade de se harmonizar o entendimento entre os érgos do Poder Judiciario ¢ entre estes e a Administragao Publica. + Aprovacao BA /3 (dois tercos) dos membros do STF Como o STF possui 11 Ministros, esse quérum sera obtido pelo voto de 8 dos seus membros. As stimulas vinculantes terao por objetivo a validade, a interpretacao e a eficacia de normas determinadas. Elas teréo validade a partir de sua publicacéo na imprensa oficial e iro vincular todos os demais érgdos do Poder Judicidrio e a administragao publica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Eeasumulas Vinculantes néo vinculam. ¥ 0 Supremo Tribunal Federal (elas vinculam todos os demais érgaos do Poder Judiciario). V0 Poder Legislativo, no exercicio de sua funcao tipica de legislar (quando o Poder Legislative exerce funcéo administrativa, deveré observar as Sumulas Vinculantes). Y 0 Poder Executivo, no exercicio de sua fungao atipica de legislar (quando o Presidente edita uma medida proviséria, ele n&o precisa observar as Stimulas Vinculantes). A néo-vinculagéo da atividade legislativa as Sumulas Vinculantes existe para evitar o que o STF chama de “fossilizacdo constitucional”.° A iniciativa para aprovagSo, reviséo ou cancelamento da stimula vinculante pode se dar por iniciativa do préprio STF (de oficio) ou pela iniciativa dos legitimados arrolados na Lei 11.417/2006: Art. 3° Sdo legitimados a propor a edi¢do, a revisdo ou o cancelamento de enunciado de simula vinculanti I - 0 Presidente da Republica; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Camara dos Deputado: IV - 0 Procurador-Geral da Republica; V - 0 Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - 0 Defensor Pablico-Geral da Unido; VII - partido politico com representacio no Congresso Nacional; VIII - confederaco sindical ou entidade de classe de ambito nacional; IX - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Camara Legislativa do Distrito Federal; X - 0 Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justica de Estados ou do Distrito Federal e Territérios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais El i Tribunais Militares. E interessante notar que podem propor a edic&o, a revisdio ou o cancelamento de enunciado de stimula vinculante os mesmos legitimados para impetrar Acao Direta de Inconstitucionalidade (art. 103, CF/88). Além deles, também poderdo fazé-lo: a) © Supreme Tribunal Federal (STF); b) 0 Defensor Puiblico-Geral da Unido; * 0 terme “fossizagso consttuconal” fol concebido pelo Ministro do STF Cezar Peluso, €) Os Tribunais do Poder Judiciario e; d) Os Municipios. Observacao: so legitimados a propor, incidentalmente, no curso de um processo em que sejam parte, a edic&o, a reviséo ou 0 cancelamento de enunciado de Sumula Vinculante. A aprovacao, revisdo ou cancelamento de sumula vinculante exige decisdo de 2/3 dos membros do STF (cito Ministros), em sesso plendria. Em geral, a eficdcia da sumula vinculante ¢ imediata. Entretanto, tendo em vista razées de seguranga juridica ou de excepcional interesse publico, o STF podera, por deciséo de 2/3 dos seus membros, restringir seus efeitos ou decidir que a stimula s6 tenha eficacia a partir de outro momento. Pessoal, atencSo extra aqui, pois inclusive caiu agora no Ordem. Caso seja praticado ato administrativo ou proferida deciséo _ judicial que contrarie os termos da sumula, a parte prejudicada podera intentar reclamag’o diretamente perante o STF. Salienta-se, contudo, que 0 uso da reclamac&o s6 seré admitido apés 0 esgotamento das vias administrativas. 8.8. Meios de Acesso ao Controle Difuso - Recurso Extraordinario © Supremo Tribunal, assim como qualquer outro Tribunal do Pais, pode realizar © controle difuso de constitucionalidade. Ha duas situacées possiveis: a) 0 controle difuso pode ser efetivado pelo STF quando for necessdrio avaliar a constitucionalidade de uma norma no ambito de um processo de sua competéncia originaria. E o caso, por exemplo, de habeas corpus que tenha como paciente um detentor de foro especial. Também pode-se apontar o caso de mandado de seguranca contra ato do Presidente da Republica e, ainda, agdes penais contra Deputados e Senadores. b) Também seré possivel que o STF realize o controle difuso em sede de recurso extraordinario, que é cabivel nas hipdteses do art. 102, III, CF/88: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituicao, cabendo-Ihe: Gon) III - julgar, mediante recurso extraordindrio, as causas decididas em unica ou ultima instancia, quando a deciséo recorrida: a)g ivo desta Constituicso; 5) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou leifederal; oi i i julgar valida lei ou ate de governo local contestado em _4) julaar valida lei local contestada em face de Jei federal, O recurso extraordindrio é usado para recorrer de deciséo sobre matéria constitucional. Em todos os casos do art. 102, III, percebe-se exatamente isso: na decisao recorrida, ha uma controvérsia constitucional”. Ao utilizar o recurso extraordinario, o interessado estara provocando o STF a decidir sobre a constitucionalidade de alguma(s) norma(s), em sede de controle incidental. Mas, ent&o, quais sdo os pressupostos? 4 ofensa direta ao texto constitucional. 4 prequestionamento. 4 repercussdo geral da matéria. A repercussao geral foi inserida pela EC n° 45/2004 como requisito de admissibilidade do recurso extraordinario. Consiste em verificar se determinada questdo é relevante do ponto de vista politico, econémico, social ou juridico. Cabe destacar que 0 requerente é que devera demonstrar a repercuss&o geral das questées discutidas no caso. Obviamente, o STF poder considerar que a questo nao apresenta repercusso geral e, em consequéncia, recusar o recurso extraordindrio. Entretanto, a recusa do recurso extraordindrio dependeré do voto de 2/3 dos membros do STF. (art.102, § 3°, CF/88) Por ultimo, vale destacar que, segundo o STF, a decisio no sentido de inexisténcia de repercuss&o geral em recurso extraordinario é irrecorrivel. 1. (FGV / XXI Exame de Ordem - 2016) A 3? Camara Civel do Tribunal de Justica do Estado Alfa, ao analisar a apelacdo interposta, reconhece que assiste razio a recorrente, mais especificamente no que se refere a inconstitucionalidade do referido ato normativo X. Ciente da existéncia de clausula de reserva de plendrio, a referida Turma da provimento ao recurso sem declarar expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo X, embora tenha afastado a sua incidéncia no caso concreto. De acordo com © sistema juridico-constitucional brasileiro, 0 acérdao proferido pela 34 Turma Civel \Walguém até podensa dizer que no caso do art 102, 1 leis. Tedavia, mesmo nessa stuacao,o problema envolve, sim, matéria cnstitcional. Como as les Tederats,estaduals e muneipats tm a mesma hierarqua, 0 que determina qual delas prevalece sobre as outras ¢ a repaticlo consttuconal de Competéncas. 14” nBo se trata de controvérsia constituconal, mas sim de controvérsia entre a) estd juridicamente perfeito, posto que, nestas circunsténcias, a solugdo constitucionalmente expressa é 0 afastamento da incidéncia, no caso concreto, do ato normativo inconstitucional. b) n&o segue os pardmetros constitucionais, pois deveria ter declarado, expressamente, a inconstitucionalidade do ato normativo que fundamentou a sentenga proferida pelo juizo a quo. c) esta correto, posto que a 38 Turma Civel, como érgao especial que é, pode arrogar para si a competéncia do Orgao Pleno do Tribunal de Justica do Estado Alfa. 4d) esta incorreto, posto que violou a cldusula de reserva de plendrio, ainda que ndo tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade do ato normative. Comentarios: Esto lembrados da observagao que fiz com vocés sobre o tema da cldusula de reserva de plenério? Atencao mais que redobrada aqui. Despenca em prova (rs). Vamos ld. No caso em questao, 0 acérdao proferido pela 3° Turma Civel, embora no tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade da norma, violou a cléusula de reserva de plendrio. Vejamos o teor da Sumula Vinculante n° 10: Simula Vinculante n° 10: Viola a cléusula de reserva de plendrio (CF, artigo 97) a deciso de érgao fracionério de tribunal que, embora ndo declare expressamente 2 inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Publico, afasta sua incidéncia, no todo ou em parte. O gabarito é a letra D. 2. (FGV / XX Exame de Ordem Unificado — 2016 - Reaplicacgao de Prova = Salvador/BA). Inconformado com a decisdo proferida em sede de primeiro grau da Justica Estadual, que reconheceu a licitude da exigéncia de prévio depésito de dinheiro como condi¢ao para a admissibilidade de recurso administrativo, em clara afronta a Simula Vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal, Jodo busca orientacao juridica com conceituado advogado. Assinale a opco que apresenta a medida ju que deve ser apresentada para que, em —consonancia com 0 sistema jurfdico- constitucional brasileiro, Joao, como legitimado, possa buscar a cassacao da supramencionada de A) Ingressar com reclamac&o perante o Supremo Tribunal Federal, por _contrariar Sumula Vinculante por ele aprovada. B) Interpor recurso extraordinério perante o Supremo Tribunal Federal, pelo fato de a decisao ofender a interpretagao constitucional sumulada pelo Tribunal. C) Propor ago direta de inconstitucionalidade, perante o Tribunal de Justica ou 0 Supremo Tribunal Federal, por a referida decis’o conter explicit inconstitucionalidade. D) Arguir o descumprimento de preceito fundamental, ja que a decisdo estd baseada em ato administrativo contrdario a inteligéncia da CRFB/88. Comentarios: Mais uma questao fresquinha de 2016, essa do XX Exame de Ordem. Alguma dificuldade? Acabamos de estudar que diante de um ato administrativo ou proferida decisao judicial que contrarie os termos da stimula, a parte prejudicada poder intentar reclamacao diretamente perante o STF. Lembrando que como requisite de admissibilidade deve haver o esgotamento das vias administrativas. Gabarito Letra A. 3. (FGV / XVIII Exame de Ordem Unificado - 2015) Muitos Estados ocidentais, a partir do processo revolucionario franco-americano do final do século XVIII, atribuiram aos juizes a funcdo de interpretar a Constituicéo, dai surgindo a denominada jurisdicso constitucional. A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de estrutura organica, assinale a afirmativa correta. a) A supremacia da Constituicao e a hierarquia das fontes normativas destacam-se entre os pressupostos do controle de constitucionalidade. b) A denominada mutag&o constitucional € uma modalidade de controle de constitucionalidade realizado pela jurisdic&o constitucional. c) © controle concentrado de constitucionalidade consiste na andlise da compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a Constituico. d) © controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve ser realizado pela via difusa. Comentarios: Letra A: correta. Opa! De cara temos 0 gabarito. @ Como abordamos em aula so pressupostos para o controle de constitucionalidade a supremacia da Constituicéo e a hierarquia das normas. Esses principios, afinal, colocam a Constituicéo no topo do ordenamento juridico. Letra B: errada. A mutacao constitucional 0 processo informal de mudanca da Constituicéo, nao possuindo qualquer relagao com o controle de constitucionalidade. Letra C: errada. Nao é essa a definicéo de controle concentrado de constitucionalidade. Controle concentrado de constitucionalidade é aquele que é realizado por um ou alguns poucos érgaos do Poder Judicidrio. Letra D: errada. Apenas os atos normativos primérios é que podem ser objeto de controle de constitucionalidade. Nao é qualquer decreto regulamentar que pode ser objeto de controle de constitucionalidade na via difusa. 4. _ (FGV / XVI Exame de Ordem Unificado - 2015) Determinado Tribunal de Justica vem tendo dificuldades para harmonizar os procedimentos de suas Camaras, érgdos fracionarios, em relacdo a andlise, em carater incidental, da inconstitucionalidade de certas normas como pressuposto para o enfrentamento do mérito propriamente dito. A Presidéncia do referido Tribunal manifestou preocupacdo com o fato de o procedimento adotado por trés dos érgaos fracionarios estar conflitando com aquele tido como correto pela ordem constitucional brasileira. Apenas uma das Camaras adotou procedimento referendado pelo sistema juridico- constitucional brasileiro. Assinale a op¢do que o apresenta. a) a 18 Camara, ao reformar a deciséo de 1° grau em sede recursal, reconheceu, incidentalmente, a inconstitucionalidade da norma que dava suporte ao direito pleiteado, entendendo que, se o sistema juridico reconhece essa possibilidade ao juizo monocratico, por razées légicas, deve estendé-la aos érgaos recursais. b) a 28 Camara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu, incidentalmente, a inconstitucionalidade da norma que concedia suporte ao direito pleiteado, fundamentando-se em cristalizada jurisprudéncia do Superior Tribunal de Justica sobre o tema. c) a 34 Camara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu, incidentalmente, a inconstitucionalidade da norma que concedia suporte ao direito pleiteado, fundamentando-se em pronunciamentos anteriores do érgéo especial do préprio tribunal. ) a 48 Cémara, embora nao tenha declarado a inconstitucionalidade da norma que conferia suporte ao direito pleiteado, solucionou a questao de mérito afastando a aplicagao da referida norma, apesar de estarem presentes os seus pressupostos de incidéncia. Comentarios: Letra A: errada. Pela cldusula de reserva de plendrio, os 6rgaos fraciondrios de tribunais néo podem, como regra, declarar a inconstitucionalidade de uma norma. Segundo o art. 97, CF/88, “somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo érgo especial poderao os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Publico. Letra B: errada. A existéncia de sdlida jurisprudéncia no ST) nao é fundamento para que seja afastada a cldusula de reserva de plendrio. Letra C: correta. O drgo fraciondrio poderd, ele proprio, declarar a inconstitucionalidade da norma, desde que assim jé tenham decidido 0 drgéo especial, o Plenério do Tribunal ou o Plendrio do STF. Assim, 0 fato de o érgaéo especial do tribunal ja ter declarado a inconstitucionalidade da norma faz com que a 3° Camara possa afastar a cldusula de reserva de plendrio. Letra D: errada. Segundo a Suimula Vinculante n° 10, "viola a cldusula de reserva de plendrio a deciséo de érgao fracionario de tribunal que, embora nao declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder puiblico, afasta sua incidéncia, no todo ou em parte”. 5. (FGV / XIX Exame de Ordem - 2016) O instituto da simula vinculante aos poucos vai tendo suas caracteristicas cristalizadas a partir da interpretacdo dos seus contornos constitucionais pela jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal. Considerando a importancia assumida pelo instituto, determinada associacao de classe procura seu advogado e solicita esclarecimentos a respeito dos legitimados a requerer a edicdo da samula vinculante, dos seus efeitos e do érgdo que pode edita-la. Com base no fragmento acima, assinale a opcdo que se apresenta em consonancia com os delineamentos desse instituto. a) Pode ser editada pelos tribunais superiores quando houver reiteradas decisées, proferidas na sua esfera de competéncia, que recomendem a uniformizagao de entendimento junto aos érgaos jurisdicionais inferiores. b) Esto legitimados a propor a sua edico, exclusivamente, os legitimados para o ajuizamento da acao direta de inconstitucionalidade e da agéo declaratoria de constitucionalidade, estabelecidos no Art. 103 da Constituigaéo Federal. c) Pode dizer respeito a qualquer situag&o juridica constituida sob a égide das normas brasileiras, de natureza constitucional ou infraconstitucional, e ser especificamente direcionada & resolucéo de um caso concreto, nele exaurindo a sua eficdcia. d) A vinculagéo sumular incide sobre a administrac&o pliblica direta e indireta e os demais 6rgaos do Poder Judiciério, ndo podendo, porém, atingir o Poder Legislativo. Comentarios: Meus amigos, essa foi uma das questées do XIX Exame de Ordem. Vale uma atencao especial aos comentarios! © Letra A: errada. A Suimula Vinculante sé pode ser editada pelo STF, e nao por todos os Tribunais Superiores. Letra B: errada. Como vimos em aula, o rol de legitimados a propor a edicdo de Sumula Vinculante é mais amplo do que o art. 103, CF/88. A previsao dos legitimados esté no art. 3°, da Lei n° 11.417/2006: Art. 3° Sao legitimados a propor a edicéo, a reviséo ou o cancelamento de enunciado de simula vinculante: () VI - 0 Defensor Publico-Geral da Unio; (.) XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justica de Estados ou do Distrito Federal e Territ6rios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. Letra C: errada. Opa, cuidado! A Stimula Vinculante sera editada pelo STF apés reiteradas decisées sobre matéria constitucional. Assim, ela nao pode dizer respeito a matéria que tenha natureza infraconstitucional. Ha outro erro na questo ao dizer que a Stimula Vinculante somente se aplica a um caso concreto, nele exaurindo sua eficécia. Nao é isso. A Sumula Vinculante é editada a partir da existéncia de controvérsia entre érgaos judiciatios ou entre esses e a Administragao Publica. Ela surge para dar seguranga juridica e evitar a multiplicacao de processos, incidindo em todos os casos concretos futuros que envolverem a controvérsia de que ela trata. Letra D: foi considerada correta, mas confesso que gerou muita discussdo a época. Segundo o art. 103-A, CF/88, a Sumula Vinculante “terd efeito vinculante em relagao aos demais érgaos do Poder Judiciario e a administracao publica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal”. Ao dispor que a Suimula Vinculante tera efeito vinculante sobre toda a administracéo publica, ha que se entender que ela incide sobre a atividade administrativa de quaisquer dos Poderes da Republica, inclusive do Poder Legislative. De fato, o Poder Legislative, no exercicio de sua funcao tipica de legislar, ndo esté vinculado & Sumula Vinculante (a ideia do examinador era nesse sentido). Entretanto, quando exerce sua funcao atipica administrativa, 0 Poder Legislativo deverd, sim, observar as Sumulas Vinculantes. Nesse sentido, citamos 0 Prof. Lenio Luiz Streck:14 “O carater vinculante nao abrange o Poder Legislativo. Entretanto, embora obviamente nao haja vinculacéo no exercicio de suas atividades tipicas de legislar, pas demais func6es administrativas essa vinculacdo ocorrera (Resolugées, Atos da Mesa, Julgamentos Administrativos, etc).” 0 problema é que, ao néo especificar que é somente a atividade legislativa que fica fora da incidéncia de Sumula Vinculante, a letra D acabou ficando errada. A questo deveria ter sido anulada. :( 6. (FGV / XV Exame de Ordem Unificado - 2014) O Supremo Tribunal Federal editou samula com efeito vinculante. Pedro, advogado, deseja pleitear o cancelamento da referida stimula. Nos termos da Constituicdo Federal, considerando a legitimacdo para propor aprovac3o ou cancelamento de simula junto ao Supremo Tribunal Federal, Pedro podera provocar o seguinte legitimado: a) 0 interessado que tenha tido a repercussao geral de seu recurso extraordindrio reconhecida pelo STF. b) a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil de qualquer estado da Federacao. c) a Mesa de Camara dos Vereadores de municipio que tenha interesse direto na simula. d) 0 Partido Politico com representagao no Congresso Nacional. ¥ (In: CANOTILHO, 3. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz. Comentérios 4 Constituicdo do Brasil. Ed. Saraiva, S80 Paulo: 2013, p. 1432. Comentarios: A iniciativa para aprovacao, reviséo ou cancelamento da stimula vinculante pode se dar por iniciativa do préprio STF (de oficio) ou pela iniciativa dos legitimados arrolados no art. 3°, da Lei 11.417/2006. Dentre eles, estd o partido politico com representac&o no Congresso Nacional. O gabarito letra D. 7. (FGV / XI Exame de Ordem Unificado - 2013) Apés reiteradas decisées sobre determinada matéria, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou enunciado de Stmula Vinculante determinando que “é inconstitucional lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre temas de consércios e sorteios, inclusive bingos e loterias”. O Estado X, contudo, ndo concordando com a posigéo do Supremo Tribunal Federal (STF), edita lei dispondo exatamente sobre os sistemas de consércios e sorteios em seu territério. A partir da situacdo apresentada, assinale a afirmativa correta. a) © Supremo Tribunal Federal (STF) poderé, de oficio, declarar a inconstitucionalidade da norma estadual produzida em desconformidade com a simula. b) Qualquer cidadao poderé propor a revisio ou o cancelamento de simula vinculante que, nesse caso, seré declarada mediante a decisdo de dois tercos dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF). c) E cabivel reclamacao perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a validade da lei do Estado X que dispde sobre os sistemas de consércios e sorteios em seu territério. d) A simula possui efeitos vinculantes em relaco aos érgdos do Poder Judicidrio e @ Administragao Publica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, mas néo vincula o Poder Legislativo na sua atividade legiferante. Comentarios: Letra A: errada. O STF n&o pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei por sua prépria iniciativa (de oficio). Letra B: errada. Os legitimados para propor a reviséo ou 0 cancelamento de Stmula Vinculante est&o relacionados no art. 3°, da Lei n° 11.417/2006. O cidadao nao é legitimado a fazé-lo. Letra C: errada. Para questionar a validade da lei estadual, seré cabivel o ajuizamento de Acao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) perante o STF. Letra D: correta. Pessoal, 0 mesmo gabarito da prova do XIX Exame de Ordem (2016). Vejam como as questées se repetem! Como vimos a pouco, as Sumulas Vinculantes nao vinculam o Poder Legislativo em sua funcao tipica de legislar. 0 gabarito é a letra D. 8. (FGV / IX Exame de Ordem Unificado - 2012) Jodo ingressa com aco individual buscando a repeticdo de indébito tributario, tendo como causa de pedir a inconstitucionalidade da Lei Federal “x”, que criou o tributo. Sobre a demanda, assinale a afirmativa correta. a) Jodo nao possui legitimidade para ingressar com a demanda, questionando a constitucionalidade da Lei Federal “X", atribuida exclusivamente as pessoas e entidades previstas no art. 103 da Constituicao. b) Caso a questo seja levada ao Supremo Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinario, e este declarar a inconstitucionalidade da Lei Federal “X” pela maioria absoluta dos seus membros, a decisdo terd eficdcia contra todos e efeitos vinculantes. ) © 6rgao colegiado, em sede de apelacéo, nao pode declarar a inconstitucionalidade da norma, devendo submeter a questo ao Pleno do Tribunal ou ao érgao especial (quando houver), salvo se jé houver prévio pronunciamento deste ou do plendrio do STF sobre a sua inconstitucionalidade. d) © juiz de primeiro grau n&o detém competéncia para a declaragdo de inconstitucionalidade de lei ou ato normative, mas somente o Tribunal de segundo grau e desde que haja prévio pronunciamento do plenario do Supremo Tribunal Federal sobre a questo. Comentarios: Letra A: errada. Jodo pode, sim, ingressar com a demanda. A declaragéo de inconstitucionalidade é apenas a causa de pedir, e nao 0 pedido. Assim, ser feito © controle de constitucionalidade incidental. Letra B: errada. A decisdo do STF em sede de recurso extraordindrio somente se aplica ao caso concreto. Apenas as decisdes do STF no ambito do controle abstrato de constitucionalidade é que terdo efeito vinculante e eficdcia “erga omnes”. Letra C: correta. Mais uma vez para mostrar como as questdes se repetem. (rs) Havendo prévio pronunciamento do érgao especial, do Plendrio do tribunal ou do Plendrio do STF, a cléusula de reserva de plenario poderd ser afastada. Letra D: errada. O juiz de primeiro grau poderd, sim, declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Por outro lado, nos tribunais, a declaracao de inconstitucionalidade pelos tribunais depende do voto da maioria absoluta dos seus membros ou do érgao especial. 9. _(FGV / VIII Exame de Ordem Unificado - 2012) Pode o Presidente da Reptblica editar medida proviséria contraria 4 simula vinculante editada pelo STF? a) Nao, pois o STF é 0 guardido da Constituicao. b) No, pois a stimula vincula todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciério).

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