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Car Culture

Nascidos nas pistas: os carros de rua mais


fodásticos da Cosworth
by Leonardo Contesini  20 maio, 2014

Neste último fim de semana, a Cosworth


divulgou um teaser enigmático que
 
exibia apenas a silhueta dos gêmeos
Toyobaru sob o código do motor boxer
2.0 da Subaru — FA-20, deixando claro
que prepara algo para o cupê BRZ.
Ainda que as marcas não tenham
divulgado detalhes sobre o que há por
vir, a simples junção dos nomes
Cosworth e Subaru na mesma frase foi
suficiente para deixar metade do
universo gearhead com crises de
ansiedade. Por isso, decidimos
aproveitar esse momento que antecede
o nascimento de um desses carros para
relembrar os melhores carros de rua da
preparadora.

A história da Cosworth começa na


Inglaterra em 1958, preparando
motores para competições de
monopostos leves. Em 1963, seus
motores estrearam na Formula 1,
equipando os carros da Stebro com um
quatro-em-linha de 1,5 litro de 110 cv,
um motor pequeno e discreto, mas que
conseguiu levar a obscura equipe
canadense ao sétimo lugar do GP dos
EUA daquele ano.

A partir do surgimento do motor Double


Four Valve (DFV), baseado no bloco V8
da Ford, a Cosworth obteve 176 vitórias
na categoria e tornou-se a segunda
 maior vencedora de GPs da Fórmula 1, 
atrás somente dos motores Ferrari, que
contabilizam 211 GPs vitoriosos (e 16
temporadas a mais).

A trajetória nas pistas seria suficiente


para torná-la uma lenda automotiva,
mas felizmente seu know-how pode ser
visto em algumas raras máquinas
liberadas para as ruas. A Série RS da
Ford talvez seja a maior vitrine civil da
marca. A parceria começou em 1959,
quando a Cosworth preparou o motor
Ford Kent dos sedãs Cortina. Desde
então, cada Ford de rali e suas versões
de rua para homologação foram
movidos por um Cosworth. Os mais
famosos dessa linhagem são o Sierra
RS200 Cosworth, o pequeno RS200 e o
Escort RS Cosworth.

RS200

 Em 1980 a Ford planejava inscrever 


uma versão ultra-radical de tração
traseira do Escort para disputar o Grupo
B, mas uma série de problemas durante
o desenvolvimento fizeram marca
desistir do RS1700T, como ele seria
chamado, em 1983. Para não
desperdiçar os três anos de
desenvolvimento, a marca decidiu
aproveitar o que já estava pronto para
fazer um novo projeto, desta vez com
tração integral para encarar Peugeot
205 e Audi Quattro.

O resultado foi o RS200, um modelo


inédito feito sobre chassi tubular, com
motor 1.8 turbo desenvolvido pela
Cosworth e carroceria de fibra de vidro
produzida pela Reliant (sim, a
fabricante britânica criadora do Robin).
O 1.8 Cosworth tinha 250 cv na versão
de rua e com apenas 1.050 kg ele era
capaz de acelerar de zero a 100 km/h em
 6 segundos, mas a velocidade máxima 
batia em “apenas” 225 km/h.
Em sua versão de competição, chegou a
ter mais de 450 cv e o tempo de
aceleração baixava para incríveis 3,2
segundos. Como vários outros modelos
do Grupo B, o RS200 tornou-se um carro
de rua devido à exigência de uma
produção mínima de 200 unidades feita
pela FIA para homologação.

Group B Worship: Ford RS200 a…


a…

Para 1987, a Ford planejava uma nova


versão do carro com potência entre 550
e 850 cv, conhecida como Evolution, mas
 o fim do Grupo B cancelou os planos de 
evolução do modelo. Contudo, 24 dos
200 RS200 de rua foram transformados
em modelos Evolution, e são capazes de
acelerar de zero a 100 km/h em pouco
mais de 2 segundos.

Sierra RS Cosworth

O Sierra Cosworth foi criado para


homologar o modelo no Grupo A da FIA
a pedido do diretor da Ford Motorsports
Europe, Stuart Turner. Turner havia
 trabalhado na divisão de automobilismo
da marca nos EUA, e foi um dos
principais responsáveis pela criação do
GT40 e do Ford-Cosworth DFV, o famoso
motor da F1.

Para criar o RS Cosworth, a Ford


recorreu à sua parceira Cosworth para
trabalhar o motor do carro. A pedido da
marca ele seria um 2.0 de 180 cv, mas a
Cosworth só aceitaria um contrato para
produzir 15.000 motores, no mínimo, e
eles não teriam menos de 207 cv. A Ford
topou, e em 1985 nasceu o Sierra RS
Cosworth, lançado como modelo 1986.
Na época, seu 2.0 turbo tornou-se o
primeiro motor de um carro produzido
em série a produzir mais de 100 cv por
litro deslocado.

Ainda em 1987 a Ford lançou a versão


RS500, limitada a 500 unidades, em uma
tentativa de tornar o carro imbatível
nas pistas. Eles foram convertidos de RS
 para RS500 pela Aston Martin Tickford, 
um divisão especializada em conversões
de veículos que pertencia à Aston
Martin na época. Os RS500 tinham
turbina e intercooler maiores,
suspensão retrabalhada e um spoiler
adicional sob o famoso aerofólio “whale
tail“. A potência subiu para 226 cv, que
levavam o carro de zero a 100 km/h em
6,2 segundos e à velocidade máxima de
240 km/h.

Escort Cosworth

O Escort RS Cosworth e seu


inconfundível aerofólio traseiro duplo
foram um dos maiores ícones esportivos
do início dos anos 1990. Inicialmente
lançado para mais uma vez homologar o
modelo para o WRC, ele não era
exatamente um Escort, e sim uma
versão do carro de rali (que era baseado
no Sierra) relativamente amansada para
 
as ruas.
“Relativamente” porque ele mantinha o
sistema de tração integral e seu motor
2.0 gerava 227 cv de potência. O RS
Cosworth fazia de zero a 100 km/h em
5,7 segundos e seguia ganhando
velocidade até atingir a máxima de 237
km/h.

Fifth Gear: Ford Escort Coswort…


Coswort…

Entre 1992 e 1996 foram produzidos


apenas 7.145 exemplares, mas apenas os
primeiros 2.500 serviram à
homologação da FIA e usavam turbina
Garrett T3/T04B e não tinham acessórios
de conveniência como teto solar e nem
mesmo isolamento acústico.
 
Os modelos seguintes foram lançados no
fim de 1994, e usavam turbina Garrett
T25, que era menor e gerava menos
turbo lag. A Ford trouxe dois desses
modelos ao Brasil para exibição no
Salão do Automóvel e testes em revistas
especializadas.

Mercedes Benz 2.3-16 e 2.5-16

Na década de 1980 a Mercedes decidiu


preparar um carro de 320 cv para
 
disputar os ralis, no hoje extinto Grupo
B, substituindo seus imensos coupés da
Classe SL. A ideia era usar como base o
novo 190E, com seu motor de quatro
cilindros e 2,3 litros que desenvolvia 140
cv e os alemães acharam que seria uma
boa ideia pedir aos criadores do motor
DFV uma ajuda para desenvolver o
powertrain do seu novo bólido.

Usando o bloco do motor M102 original


dos 190E, o engenheiro Mike Hall criou
um cabeçote de comando duplo de
válvulas com 16 válvulas (as maiores
que couberam na câmara de
combustão), acionadas por tuchos
fabricados em peça única. Os cabeçotes
eram fundidos pelo método Coscast, no
qual a liga metálica derretida não era
derramada sobre o molde, e sim
injetada sob pressão, tornando a liga
mais resistente. Os pistões de cabeça
plana levavam a compressão a uma
razão de 10,5:1 e a medida
sobrequadrada dos cilindros (95,5 mm
de diâmetro e 80,25 mm de curso)
permitiam que o motor girasse a 7.000
rpm.

 
Mas durante o processo a concorrente
Audi lançou o Quattro, com a inovadora
tração integral. Ciente da lavada que se
arriscaria a tomar, a marca desistiu do
190 E de rali, mas resolveu levar adiante
um projeto para competir no DTM, o
campeonato alemão de turismo. Mais
uma vez, para homologar o modelo na
categoria, era preciso lançar o carro no
mercado.

Daí surgiu o 190 2.3-16 Cosworth em


1984, uma versão mais pacífica para as
ruas com 185 cv. Tinha velocidade
máxima de 235 km/h e acelerava de
zero a 100 km/h em 7,5 segundos. Um
dos eventos publiciários do lançamento
do carro foi uma corrida em
Nürburgring com gente como Stirling
Moss, Alain Prost, Niki Lauda e o jovem
Ayrton Senna guiando modelos
idênticos.

 
Em 1988 a Mercedes substituiu o motor
2.3 por um 2.5 que elevou a potência
para 200 cv nas versões de rua
equipadas com catalisador. Há quem
diga que os 2.5 não foram desenvolvidos
pela Cosworth, mas o fato é que a
Mercedes não divulgava o fato de seu
sedã bem sucedido nas pistas usava um
cabeçote produzido por uma companhia
britânica. Além disso, os cabeçotes
fundidos pelo método Coscast tinham a
marca do processo gravada no metal, e
a Cosworth também tem registrado os
códigos desses cabeçotes em seus
arquivos.

Opel Vectra GSi, Astra GTE e Calibra

 
No Brasil há uma lenda sobre os
motores C20XE que equiparam os
Chevrolet Calibra e o Vectra GSi trazidos
da Europa no começo da década de
1990. Uns dizem que eles foram
desenvolvidos pela Cosworth e apenas
fabricados pela Opel, enquanto outros
falam que os cabeçotes desses motores
são Cosworth e o bloco Opel. A segunda
versão é a mais correta, embora não
totalmente.

O motor C20XE foi desenvolvido por um


engenheiro da Opel chamado Fritz
Indra para ser usado pelo departamento
de competições da marca. A Cosworth
foi envolvida para produzir o cabeçote
usando o método Coscast.

Acontece que somente os modelos


produzidos entre 1988 e 1991 usavam o
cabeçote Coscast, identificados pela
marca “Coscast” próximo à terceira
 porta de escape do cabeçote (abaixo). A 
partir de 1992 o cabeçote passou a ser
fabricado pela Opel, estreando no Astra
GSi e mais tarde nos Vectra GSi e
Calibra. Esses cabeçotes tinham
pequenas diferenças de projeto em
relação aos Coscast, além de serem
fundidos pelo método tradicional.

Como o C20XE foi um motor adotado


em carros produzidos em grande
volume, dificilmente algum dos modelos
importados acabou equipado com um
cabeçote Coscast três ou quatro anos
depois do encerramento da parceria
com a Cosworth.

Subaru Impreza STI CS400

 
Em 2010 a Subaru anunciou uma
parceria tão surpreendente quanto
improvável com a Cosworth pra
produzir uma versão especial do já
especial Impreza STI. Apenas 75
unidades do STI receberam
o sobrenome britânico, que deu ao
motor 2.5 turbo um aumento de
potência para 400 cv com turbo maior,
nova admissão e reprogramação da
ECU.

O Impreza “Cossie” também recebeu


 uma série de upgrades na dinâmica que
incluíram novas pinças de freio de
quatro pistões, amortecedores Bilstein e
molas Eibach com mais carga que as
originais. A aceleração era de absurdos
3,7 segundos e a velocidade máxima
limitada eletronicamente a 250 km/h.

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Jambeiro − ⚑
8 years ago

"(...)A parceria começou em 1959, quando a


Cosworth preparou o motor Ford Kent dos sedãs
Cortina"

Uai, mas o Cortina não foi lançado em 1962?


△ ▽ Reply
Thalis Nobre − ⚑
8 years ago

A quem interessar e tiver grana:

http://racinglistings.com/a...

http://racinglistings.com/a...
2△ ▽ Reply
Cristiano − ⚑
8 years ago

Apenas uma correção, o motor Ford Cosworth DFV


não teve origem num V8 Ford, e sim no Ford
Cosworth FVA, que por sua vez era um motor de 4
 cilindros e 1600 cc desenvolvido para a Fórmula 2 
sobre o motor do Ford Cortina. Numa visão bem
simples, unificaram dois motores FVA, reduzindo
um pouco a cilindrada.
△ ▽ Reply
Elton Cesar Malfatti − ⚑
8 years ago

O Escort RS Cosworth está entre meus sonhos


impossíveis!! rsrs

Enquanto isso a gente se contenta com o Escort RS


1.8 16v que tinha o diferencial de ter aerofólio e
grade colmeia. :(
2△ ▽ Reply
Eduardo Fujiwara > Elton Cesar … − ⚑
8 years ago

e pensar que na europa existia o RS2000 4x4,


que era mais simples que o Cosworth mas
também tinha cambio 4x4 e um motor de 150
cavalos.....

enquanto isso, no brasil ficamos apenas com


escorts com motores fracos e suspensões mal
calibradas, dando uma fama que o carro não
merece ter....
1△ ▽ Reply
AstolphoGM6 > Elton Cesar Malfatti − ⚑
8 years ago
E pensar que não custava tanto assim a Ford ter
feito ele com o 2.0 do Focus/Mondeo, e mais
alguns detalhes pra deixa-lo mais esportivo... pq
bonito ele é!!

△ ▽ Reply
ZéhGabilão − ⚑
8 years ago
Que coisa linda aquele monte de RS200 juntos :O

△ ▽ Reply
Marco Tulio Bruning − ⚑
8 years ago

Achei um Sierra Cosworth à venda na Espanha...

Lindo, ano 1986, em um ano e meio pode ser trazido


pra cá!

http://www.coches.net/ford-...

Que tal essa belezura?



View



8△ ▽ Reply
thelucs − ⚑

8 years ago
Sonho da minha vida, ser um engenheiro como
esses citados ai, criadores dessas obras-primas
automotivas...
2△ ▽ Reply
Claudio Siega − ⚑
8 years ago
Fico imaginando como seria a Cosworth
"brincando" com um Ford Ka. Se o Xr já é um
foguetinho, imagina um preparado.
2△ ▽ Reply
Marco Tulio Bruning − ⚑
8 years ago
Ando louco pra trazer um Sierra GL da Argentina!
1△ ▽ Reply
Poomah > Marco Tulio Bruning − ⚑
8 years ago
Pensei na mesmíssima coisa aqui. Há anos atrás
vi um de cor champanhe na graciosa... se não
me equivoco, XR4 - se é que existe isso e...
placas de Curitiba.

△ ▽ Reply
Marco Tulio Bruning > Poom… − ⚑
8 years ago
Sim, tem vários anteriores a 1984, é um carro
que me agrada pelas linhas, pelo motor 2.3 e
pela tração traseira.

Fui procurar no Google e olha o que eu achei:

http://www.coches.net/ford-...
△ ▽ Reply

Felipe Cluk − ⚑
8 years ago
zero a 100 km/h em 5,7 com 227CV. Isso sim é
aproveitar potencia, alguém sabe quanto ele
pesava?
1△ ▽ Reply
VanKindenser − ⚑
8 years ago

Como a Ford européia era forte, principalmente na


Inglaterra. Onde será que se perdeu?!
 △ ▽ Reply 
Leonardo Fournier − ⚑
8 years ago
Escort RS Cosworth belo conjunto da obra...

△ ▽ Reply
Douglas Duarte da Silva > Leon… − ⚑
8 years ago

Diria mais perfeição sobre rodas...


△ ▽ Reply

Guilherme Ribeiro − ⚑
8 years ago
Eu tava pensando esses dias em fazer um projeto
de um escort rs com um escort

brasileiro , importaria as peças de carroceria (body


kit , aerofolio ,

etc) e de acabamento , a parte mecanica pra mim


não importaria porque
não quero originalidade e como o escort é um carro
q usou o motor ap fica facil obter uma potencia alta
, visto que o ap tem diversas peças de

preparação
1△ ▽ Reply
Douglas − ⚑
8 years ago
O Escort RS Cosworth tem um lugar garantido na
minha garagem dos sonhos!
5△ ▽ Reply
Boleta7 − ⚑
8 years ago edited
▶ Escort RS Cosworth — disq.us

Escortinho Cosworth BR BR HUEHUE


2△ ▽ Reply

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