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1

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................... 3

V8 BRASILEIRO: ALTA PERFORMANCE NAS PISTAS...... 5

OS PROBLEMAS ROTINEIROS............................................ 14

OS PROBLEMAS ROTINEIROS DO CUPÊ.......................... 18

OS MOTORES QUE FIZERAM SUCESSO NAS PISTAS....21

HISTÓRIA DA FORD NO BRASIL.........................................34

SUCESSOR DO V8 BRASILEIRO......................................... 53

BIBLIOGRAFIA.......................................................................56

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INTRODUÇÃO
A partir do momento que o Ford Maverick chegou
ao mercado brasileiro, exatamente no ano de 1973,
já tinha um objetivo mais que certo: garantir o mes-
mo sucesso ou até maior que o Chevrolet Opala.

De toda forma, o Opala foi um veículo oferecido ao


público brasileiro a partir do ano de 1969. Pode-se
dizer que o V8 brasileiro foi uma resposta da Ford à
grande escala do Opala.

Embora seja compreensível todo o anseio em trazer


ao mercado um lançamento de sucesso, a verda-
de é que essa pressa não foi um ponto tão positivo
quanto parece. Isso porque o V8 brasileiro chegou
com algumas dificuldades.

Dentre os problemas, o fato que mais teve desta-


que foi a apresentação do motor 3.0 de apenas 6
cilindros em linha. Ou seja, o novo carro não apre-
sentou tanta performance em motorização.

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A questão toda, é que a considerada velha motori-
zação era um projeto desenvolvido e amplamente
utilizado no final dos anos 30, alcançando também
os anos 40. Com isso, tornava-se um pouco inade-
quado ao sucesso do lançamento do V8 Brasileiro.

Isso fez com que o Maverick fosse repensado quan-


to a ser, de fato, a nova opção de preferência dos
consumidores do Opala. Não apenas por essas ra-
zões, o motor 3.0 se caracterizava como uma es-
trutura com capacidades muito frágeis e baixíssi-
mo desempenho.

Outro problema que pode ser listado com a repre-


sentação desse motor, é a desvantagem em relação
ao consumo de combustível. Isso porque o modelo
ultrapassou as expectativas, apontando um gasto
excessivo.

Gasto que será pontuado mais abaixo, mas é fato


que a época não favoreceu a marca e o seu motor
impressionante, pois o século XX foi marcado por
duas grandes guerras e uma crise mundial do pe-
tróleo.

A crise do petróleo afetou todas as montadoras,


resistiram apenas as que eram mesmo fortes no
mercado, tanto em aceitação e adesão do consu-
midor, quanto em preparo administrativo para se
manter firme em meio às adversidades.

Uma vez que esse ponto esteja ressaltado, é im-


portante voltarmos ao modelo em si, que dispensa
grandes apresentações por ser um dos mais conhe-
cidos e lembrados no imaginário dos brasileiros.

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V8 BRASILEIRO:
ALTA PERFORMANCE
NAS PISTAS

Quando falamos de um carro que deveria demons-


trar significativa capacidade nas ruas, sem dúvi-
das, abrimos espaços para o Maverick V8. Mesmo
com motor 3.0 e a composição de 6 cilindros, o V8
se limitava ao aceleramento de 0 a 100 km/h, em
20 segundos.

Para muitos, foi um ponto bastante frustrante.


Afinal, era de se esperar um veículo que acompa-
nhasse a impressão que o modelo passava, não o
contrário. Com isso, esse foi um carro que não de-
morou muito para receber a fama de lento.

Você consegue imaginar um veículo, na época em


que o Maverick foi criado, chegando a 0 a 100 km
por hora, com um inimaginável motor V8 conside-
rado lento? Pois é! Esse era o nível de exigência dos
consumidores naquela época.

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No ano de 1975, para melhorar essa impressão, che-
gou o Maverick com performance de 4 cilindros e
motor 2.3, substituindo completamente a versão
anterior. Contudo, o veículo também apresentava
as mesmas condições no fator de aceleração, indo
de 0 a 100 km/h em tempo de 15 segundos.

Ressaltando sobre as características da nova ver-


são, o motor que apresentou menos cilindros, as-
sim como menor performance cúbica, com re-
presentação de 2.3, esse é um veículo muito
mais econômico. Isso porque o Maverick desen-
volvido em novas diretrizes contava com mo-
tor com qualificações técnicas bem superiores
à versão anterior, que disponibilizava 6 cilindros.

Mesmo com essas inovações, não é bem esse mo-


delo que os apaixonados pelo veículo Maverick
gostam de lembrar. Isso porque, o efeito de motor
que mais marcou foi o de 302 polegadas cúbicas,
chamado de poderoso por seus adeptos.

O 302 foi a opção mais cara, dentre os cupês da


Ford, mas é importante ressaltar que ele também
esteve presente na versão sedan quatro portas,
detestada pela maioria dos consumidores assídu-
os da marca.

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Obviamente, o Opala dominava todas as competi-
ções do meio automotivo no Brasil, afinal, a marca
foi criada visando impressionar os adeptos a res-
peito de sua capacidade de motorização, em uma
combinação inovadora de luxo e esportividade.

Mas isso não é um demérito do Maverick, pois o


Opala foi criado mesmo para causar grandes im-
pressões, com todos os seus modelos de luxo es-
portivos que ganharam o mercado e o coração dos
brasileiros, com modificações pontuais e significa-
tivas.

No entanto, a Ford também era uma marca inteli-


gente e uniu todos os seus recursos e as forças de
mão-de-obra especializada para apresentar uma
versão de seu V8 ainda mais apimentada: o Mave-
rick.

Sendo assim, a Confederação Brasileira de Auto-


mobilismo (CBA) homologou uma versão esportiva
da competição, desta vez, tendo as corridas de tu-
rismo como a aposta do momento.

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Crédito editorial: Alfonso Palmer | Pexels.com
As diferenças entre o V8 original e o novo Ford Ma-
verick eram gritantes, pois enquanto o pioneiro
apresentava 135 cavalos de potência líquida e 198
cavalos de potência bruta, a nova versão, criada
para corridas e para os consumidores mais corajo-
sos, estava acima.

O Maverick apresentava 180 cavalos de potência


líquida, o que deu um salto no seu desempenho,
tanto nas pistas, quanto nas ruas.

E isso é fácil de provar, pois testes foram realizados


na época, pela revista Auto Esporte, um veículo de
comunicação super importante para o mundo au-
tomobilístico até hoje.

Nesses testes, o Ford Maverick chegou de 0 a


100km/h em apenas 7 segundos, atingindo impres-
sionantes 204 km/h em sua velocidade máxima.
Sem dúvidas, o chamado kit milagroso fez toda a
diferença para a aposta número um da marca.

Afinal, o V8 original fazia a mesma aceleração por


volta de 11 segundos, o que já mostra uma singela,
mas existente, diferença de 4 segundos para atin-
gir os 100 km/h. Além disso, sua velocidade máxi-
ma não ultrapassava 180 km/h, um número bem
inferior à versão mais invocada, não?

Essa diferença entre os motores dos carros se deve


ao fato de que o kit esportivo faz toda a diferença
no resultado. E, na época, era muito mais vantajo-
so adquirir uma versão mais potente da Ford, para
concorrer com outros modelos similares.

Ainda assim, mesmo que não se adquirisse um novo


carro de lançamento, era possível comprar as peças
do kit nas concessionárias, e pedir para um mecâ-
nico equipar o V8 mais antigo.

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Conhecendo o kit
esportivo o V8 Brasileiro
Tudo bem, já falamos bastante sobre o quão im-
portante e revolucionário foi, para a Ford, desen-
volver o kit esportivo do Maverick. Mas, afinal, o
que compõe esse kit tão famoso da marca?

Como substituto do carburador Bijet, o novo Ma-


verick ganhou um carburador Quadrijet. O filtro de
ar e o coletor de admissão eram devidamente apro-
priados aos componentes atualizados do carro.

Novas juntas do cabeçote foram adicionadas, sen-


do mais finas e, consequentemente, aumentando a
taxa de compressão de 7,7:1 para 8,5:1. Além disso,
um comando completamente novo de válvulas fez
o trabalho de ampliar a abertura das mesmas para
282 graus.

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Esse novo comando de válvulas serviu para melhorar
o enchimento dos cilindros, especialmente quando o
carro estivesse em rotações mais altas. No entanto,
existe um certo problema sobre o kit: a necessidade
de um combustível com mais octanagem.

A octanagem é a famosa gasolina azul, que na épo-


ca custava bem mais caro que a gasolina tida como
comum.

Fora esse problema, o Maverick só entregava ale-


grias aos seus condutores! Isso porque com o kit
inovador equipado, quando utilizado na rua, o veí-
culo alcançava incríveis 100 metros rasos.

Ou seja, naquele momento, nenhum carro nacio-


nal tinha potencial o suficiente para enfrentar o
impressionante Maverick V8 Quadrijet, quando se
tratava de acelerações, isso empolgava quem pre-
senciava o carro em movimento.

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Lembrando que estamos falando do desempenho
do carro apenas nas ruas, agora, pense como ele
era imbatível nas pistas, inclusive contra o seu ar-
qui-inimigo: o Opala.

É fato que o chassi do Opala, por ter maior desem-


penho nas curvas e nas frenagens, saía na frente
do rival, mas a potência do V8 era ótima nas retas
e compensava muito, o que deixava a desejar du-
rante o trajeto de curvas.

Com esse feito, a Ford conseguiu se consagrar du-


rante um certo período como uma das fabricantes
mais importantes do mercado brasileiro, pois apre-
sentava motores competitivos e altamente funcio-
nais para todos os gostos.

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CONHECENDO
MAIS A FUNDO A
MOTORIZAÇÃO
O motor de 4.1 litros, de 6 cilindros em linha pre-
sente no Opala versus o grande V8 de 5 litros e
um carburador quádruplo não deixava conversa: o
Maverick era muito superior. Mesmo com a fabri-
cação do 250S da Chevrolet Opala, a marca ape-
nas via as fumaças do Maverick nas pistas.

Brincadeiras à parte, o Opala foi uma linha de carro


incrível, que apaixona diversos brasileiros até hoje,
considerada quase tão importante quanto o que-
rido Fusca.

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O Maverick V8 Quadrijet e o Opala 250S ganha-
ram quase todas as competições das quais fize-
ram parte, desde o ano de 1974 até o ano de 1977.
Essa, sem dúvidas, foi a melhor fase da Ford entre
as competições automotivas, o Maverick realmen-
te veio para quebrar padrões.

Isso aconteceu não apenas pela qualidade da peça


que compunha o carro, mas pelo ímpeto da marca
em querer oferecer o que havia de melhor para os
seus consumidores.

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OS PROBLEMAS
ROTINEIROS

Mas nem tudo são flores. Ainda que apresentasse


um desempenho muito acima da média, o Maveri-
ck demonstrava alguns problemas, especialmente
com os seus freios, o que dava uma falta de segu-
rança até mesmo nas ruas.

Veja bem, o carro era pesado, sua carga no eixo da


frente muito alta e esses detalhes exigiam que o mo-
torista demonstrasse maior força para girar o volan-
te. As direções hidráulicas não eram comuns como
hoje, tudo precisava ser na força braçal mesmo.

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Entretanto, pensando em favorecer o consumidor
e resolver um pouco das questões apontadas pe-
los usuários, a Ford optou por disponibilizar uma
caixa de direção com uma desmultiplicação mais
acentuada.

Essa desmultiplicação necessitava que o condu-


tor desse muitas voltas no volante, a fim de ester-
çar menos as rodas. Os pilotos reclamam bastan-
te, pois esse movimento exaustivo, levado para as
pistas, dificultava o trajeto, especialmente em bai-
xa velocidade.

O incômodo era tão real que no Autódromo de In-


terlagos, localizado na Cidade de São Paulo, os pilo-
tos que conduziam o veículo para corridas adapta-
vam um manete aos seus volantes, a fim de girá-los
com mais velocidade.

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Essa ideia foi muito utilizada durante a época em
que os carros não possuíam volantes com design e
tecnologia inteligente, provando mais uma vez como
a criatividade precede as atualizações necessárias
que regem o nosso cotidiano.

Por exemplo, você já parou para pensar como seria


a nossa vida hoje, se as marcas que conhecemos
não tivessem apostado no passado em tentativas e
erros?

Provavelmente estaríamos testando, a passos len-


tos, tecnologias que temos hoje em abundância.
Graças a essas tentativas que funcionaram e não
funcionaram, ao longo das décadas, temos acesso
a facilidades incríveis.

O mundo do automobilismo é importante para a


construção da vida como conhecemos hoje, pois, a
partir dele, tivemos diversas tecnologias descober-
tas e melhoradas, visando um bem-estar maior e
um cotidiano mais facilitado.

Não é fácil pensar em modificações modernas quan-


do os recursos que se conhece são escassos, as mar-
cas pioneiras nesse segmento tiveram o ímpeto de
pessoas altamente qualificadas, para gerar essas
facilidades que temos hoje.

O que seria do Nivus, um modelo altamente tecno-


lógico, com um painel com visores de mais de dez
centímetros e diversas funcionalidades que facilitam
a condução, além de um motor potente e seguro, se
a Ford não tivesse investido no Maverick V8?

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Todos esses carros antigos merecem o seu devido
lugar no hall dos carros clássicos, pois foram pio-
neiros em descobrir as necessidades que os consu-
midores encontram em seu dia a dia, e souberam
resolver, a seu modo, tais questões.

Isso não quer dizer que não existam problemas ou


decisões equivocadas, muito pelo contrário, quer
dizer que a partir desses erros, muitos aprendiza-
dos aconteceram e é isso que estamos mostrando
para você aqui.

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OS PROBLEMAS
ROTINEIROS
DO CUPÊ
Engana-se quem pensa que apenas a versão para
as pistas apresentou problemas de condução, a
versão cupê do Ford Maverick possuía entre eixos
bem apertados, de apenas 2,62 metros, o que não
permitia que existissem espaços para passageiros
no banco traseiro.

Esse detalhe foi alvo de críticas dos consumidores,


embora o mercado brasileiro, à época, tivesse am-
pla preferência por veículos de apenas duas por-
tas, devido a questões sociais mais profundas do
que o assunto que estamos tratando aqui.

Bom, com uma história dessa magnitude, podemos


afirmar que o Ford Maverick, sem dúvidas, foi um
dos carros mais importantes que já passaram pelo
território brasileiro, lembrado com frequência até
hoje, 40 anos após sua introdução ao mercado.

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É ainda mais impressionante o fato do Maverick
estar presente no pensamento dos brasileiros até
hoje, se pensarmos que o carro foi fabricado por
menos de 10 anos, sendo, mais especificamente,
encontrado no mercado durante 6 anos, entre 1973
e 1979.

O brasileiro tem um caso de amor especial com os


seus carros, é verdade, mas poucos modelos nacio-
nais arrancaram tantos suspiros quanto os citados
acima. O Fusca tem sua estrela no topo da pirâmi-
de, é claro, o Opala possui colecionadores assídu-
os, mas o Maverick tem uma questão especial aqui
em terras tupiniquins.

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Sendo um carro altamente veloz, o que não costu-
ma ser considerado um grande diferencial para as
ruas brasileiras, o Ford Maverick conquistou o pú-
blico, que comprou a ideia de ter, em quatro rodas,
o equivalente a uma Harley-Davidson, por exemplo.

O carro demonstra, em suas configurações e tecno-


logias adaptadas à época, que estava muito à fren-
te do seu tempo e que gostaria mesmo de chamar
a atenção por onde passasse, seja em ruas ou em
pistas, e isso é um feito para poucos, por isso a Ford
fez história.

Podemos ressaltar a Chevrolet devido ao seu gran-


de sucesso com os brasileiros com o rival do Maveri-
ck, o Opala. Mas, ainda assim, o lugar que as linhas
ocupam no coração dos brasileiros é bem diferente.

Cada linha soube se perpetuar na memória dos con-


sumidores, ressaltando as suas inúmeras qualida-
des e os seus defeitos que, por muitas vezes, foram
aceitos e corrigidos pelas montadoras, consideran-
do a opinião pública.

Isso demonstra como as marcas estavam preocu-


padas em não apenas vender seus produtos, mas
em entregar o melhor que pudessem nas possibili-
dades tecnológicas que tinham na época.

Agora que você já sabe o escopo geral sobre a gran-


diosidade do Ford Maverick, que tal conhecer um
pouco mais sobre as curiosidades que rondam essa
celebridade do mundo dos carros?

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Crédito Editorial: ermess | shutterstock.com

OS MOTORES
QUE FIZERAM
SUCESSO NAS
PISTAS
Bom, desde os primórdios, sabemos que todos os
motores podem ser usados para carros de corrida.
A própria Chevrolet, durante um bom tempo, usou
o seu motor V8 como propaganda desse fato.

Os Fuscas também são bons exemplos e até mes-


mo o modelo T, DKW e Romi-Isettas da Ford po-
dem ser considerados motores de corrida.

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Com isso, abordemos todos os maiores sucessos
entre os motores criados para competições que al-
cançaram o máximo sucesso nas pistas, encantan-
do os apaixonados por carros de corrida até hoje.

É importante ressaltar que nesta situação, esta-


mos abordando competições profissionais, onde se
exige o máximo desempenho dos veículos concor-
rentes, ou seja, não consideraremos carros poten-
tes, mas amadores.

Crédito Editorial: wtondossantos | shutterstock.com

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Isso porque competições mais sérias exigem moto-
res desenvolvidos especialmente para as catego-
rias concorrentes, obrigando as montadoras a se
especializar em funcionalidades específicas para
se adequar a cada necessidade das etapas.

Dessa forma, a potência será considerada um ponto


principal na categoria levantada. Sendo assim, os
motores abordados abaixo serão avaliados a par-
tir de regras que apontam suas capacidades máxi-
mas, como, por exemplo, o número de cilindradas.

Além disso, as altas rotações, a intratabilidade e


as baixas rotações também serão pontuadas. De
toda forma, não podemos ser levianos ao comparar
veículos que possuem diferenciações muito abran-
gentes.

Por exemplo, um McLaren F1, que possui um dos


motores mais potentes já criados pela humanida-
de, não pode ser comparado com outros modelos
teoricamente inferiores, ainda que alcancem um
bom nível de potência.

O que queremos abordar aqui é uma listagem di-


ferenciada, considerando detalhes que apenas os
melhores podem conseguir, levando em conta o
custo, o valor e as dificuldades que os veículos en-
contram para manter sua técnica.

E isso é muito importante, pois se engana quem


pensa que esses detalhes são meros poréns. Tudo
deve ser considerado quando se propõe a oferecer
um produto de risco para a população em geral.

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Um veículo, ainda mais os criados para demonstrar
alta potência em seu desempenho, é um produto de
risco, que deve ser feito com cautela e esmero, para
evitar que qualquer fatalidade ocorra.

Sendo assim, conheceremos, a seguir, os melhores


carros com os motores mais impressionantes que fi-
zeram, e ainda fazem, sucesso até hoje com os con-
sumidores assíduos desse mundo automobilístico.

Crédito Editorial: Yoshi | pexels.com

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Crédito Editorial: Vlad Prokopenko | Shutterstock.com

Conhecendo os mais
impressionantes
Conforme dito acima, separamos cinco modelos
impressionantes, com motores realmente relevan-
tes e inovadores, para comprovar que carros são
muito mais que acessórios ou utilitários de luxo.

Carros são verdadeiras formas de alcançar as mu-


danças do tempo de uma forma tangível e contí-
nua, como dito acima. Sendo assim, imaginamos
que, a essa altura, você concorde conosco. Com
isso, confira as opções:

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Crédito Editorial: Vlad Prokopenko | Shutterstock.com

Bugatti tipo 43 Grand Sport


Comercializado entre 1928 e 1931, o Bugatti é co-
nhecido como o puro-sangue original. Ele foi cria-
do para impressionar com um motor 35A de Grand
Prix em seu chassi de rua.

Seu motor V8 possuía um comando único no cabe-


çote e três válvulas por cilindro. Como se não bas-
tasse, o motor 2.3 era alimentado com uma com-
pressão sob pressão, do tipo Roots.

Esteticamente falando, o veículo é considerado


uma obra de arte, pois possui o design de um pré-
dio contemporâneo e o acabamento é todo virola-
do em todas as suas facetas.

Mas não para por aí: o carro é completo. Potente,


com um ronco impressionante e imponente, mos-
trando a todos que veio para causar grandes im-
pressões. Sem dúvidas merece o nosso primeiro lu-
gar nessa lista.

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Crédito Editorial: BreizhAtao | Shutterstock.com

Alfa Romeo 8C 2900B


O Alfa Romeo foi projetado para ser o maior mo-
tor de competição da marca, nos anos 90, espe-
cialmente as suas versões 2.3 e 3.5, que marcaram
presença em diversas competições, até o início da
Segunda Guerra Mundial.

Sua importância, de fato, foi no chamado 8C 2900B


do ano de 1936, pois ele possuía um motor impres-
sionante de Grand Prix, com suspensão inovadora
e independente nas quatro rodas.

Além disso, a carroceria de Touring e Pininfarina


criava todo um estilo exótico, moderno e classudo,
algo que não se via há muito tempo em um carro
de grandes marcas.

Esse design, inclusive, foi o impulso que a Ferra-


ri precisava para sair do limbo do pós-guerra, e o
mesmo aconteceu com a Lamborghini. Afinal, o que
impulsiona mais uma empresa do que o sucesso de
uma concorrente no mercado, não é mesmo?

E o que a Ferrari conhece bem são os concorrentes,


já que a Lamborghini se tornou, ao longo do tempo,
sua principal rival no ranking dos carros potentes
de luxo.

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Ferrari 250 GT/GTE/GTO
Criada para competir no campeonato da Fórmula 1,
a Ferrari 250 teve um motor sofisticado V12, criado
por ninguém menos que Gioachinno Colombo.

Seu cabeçote tinha um comando por bancada, as


válvulas eram opostas e a câmara de combustão
hemisférica. Consegue imaginar essa criatividade
desse motor?

No campeonato da Fórmula 1, o veículo tinha sua


versão 1.5 superalimentada, mas também chegava
até versões com 3 litros, onde, finalmente, encon-
trou o seu nicho de mercado.

Sendo assim, a Ferrari 250 GT se tornou o primeiro


carro da marca reconhecido fora das pistas. O nú-
mero 250 significa a cilindrada unitária do motor,
ou seja, que em doze cilindros tem um resultado de
três litros.

Crédito Editorial: Jarlat Maletych | Shutterstock.com

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Dessa forma, a empresa basicamente se formou a
partir do sucesso desse modelo, que não seria nada
sem a peça rara que foi o seu motor, que misturava
grande potência com uma suavidade inimaginável
para quem estava de fora, sem dirigir essa joia.

Como se não bastasse esse detalhe, o carro ainda


tinha um ótimo torque, com giro alto e um ronco
tão agradável que muitas pessoas dizem que de-
veria se tornar um concerto musical.

Pode parecer brincadeira ou, até mesmo exagero,


mas não é. A Ferrari realmente consagrou seu nome
ao investir todas as suas fichas nesse modelo de
motor que impressiona os adeptos do automobi-
lismo até hoje.

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Crédito Editorial: Flavien | Unsplash.com
Crédito Editorial: Sport car hub | Shutterstock.com

Porsche 356A Carrera


Esse lindo modelo de Porsche foi criado para a Fór-
mula 2, em 1954, quando a marca ainda utilizava
motores derivados da Volkswagen em seus mode-
los. No entanto, quando o engenheiro Ernest Fuhr-
mann apareceu, tudo mudou.

Ernest foi o presidente da companhia posterior-


mente, mas fez o seu nome ao criar um dos moto-
res mais impressionantes da Porsche, o primeiro,
utilizado prioritariamente para competições e em
carros esportivos, como a época mandava.

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O motor era do tipo quatro comandos, ou seja, um
547, que era arrefecido por ar e possuía quatro ci-
lindros compostos. Também tinha um comando de
válvulas duplas no cabeçote e uma câmara de com-
bustão hemisférica.

Seu virabrequim era roletado Hirth e o uso de rola-


mentos possuía casquilhos, ao invés dos tradicio-
nais mancais lisos. O carro veio para inovar.

Com potência de 110 cavalos, ele batia 7 mil RPM.


Tudo isso fez com que o motor fosse extremamente
caro, feito para vencer todas as corridas que par-
ticipasse.

No entanto, ele teve uma versão mais singela que


foi colocada à venda para o público geral, chama-
da de Carrera.

Crédito Editorial: Sport car hub | Shutterstock.com

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Plymouth Belvedere 1966
Os anos 60 foram importantíssimos para o auto-
mobilismo, afinal diversas modernidades estavam
fazendo parte da nova jornada desse mundo e to-
das as fabricantes e montadoras queriam sair na
frente para impressionar o consumidor.

Com isso, surgiu o Plymouth, criado para competir


na Nascar. Ele foi o primeiro V8 Chrysler com uma
câmara hemisférica com válvulas opostas movidas
por balancins e com um único comando em V, no
ano de 1951.

Já em 1963, a Stock Car americana, corrida famo-


sa no mundo automobilístico, utilizava carros mo-
dificados para garantir maior dificuldade e garantir
o entretenimento do espectador.

Com isso, os motores da General Motors se des-


tacaram e muito, além da Ford, que dominava di-
versas categorias com os seus veículos potentes,
feitos para se destacar dentre os adversários.

Nesse meio, o Chrysler apresentou uma coisa já es-


quecida por muitos, um Hemi moderno, com sete li-
tros de cilindrada, feito especialmente para abalar as
competições que já pareciam ganhas àquela altura.

32
Crédito Editorial: Ken Morris | Shutterstock.com
Com isso, no ano de 1965, o órgão regulamentador
da categoria, chamado Nascar, optou por deixar o
Hemi de fora de suas competições, por não se en-
caixar nas atribuições que um verdadeiro motor de
rua deveria ter.

A partir disso, a Chrysler decidiu inovar e ofere-


cer também versões de motorização para além das
competições. Com isso, o Hemi 426 se tornou uma
verdadeira lenda tanto nas pistas quanto nas ruas.

E não é para menos, afinal, o motor era pesado e


potente, mas tinha uma leveza importante, algo
que só um verdadeiro campeão consegue carregar
em sua construção.

O motor é reconhecido até hoje e, devido à robus-


tez, é chamado de O Elefante por parte do grande
público.

É claro que existiriam muitos mais motores inte-


ressantes e inovadores nas décadas que se passa-
ram, mas quisemos trazer aqui os mais importantes
e inovadores, que realmente marcaram as épocas
nas propostas que se encaixaram.

Motores de carros foram importantes desde o iní-


cio de sua criação, quando utilizavam vaporização
para locomotivas, em meados de 1800. A evolução
que essas peças tiveram com o tempo, demons-
tram como o ser humano é capaz de se reinventar
a todo instante e isso é, de fato, uma dádiva.

Que tal, agora que já sabemos bastante a respeito


dos motores que marcaram a época das décadas
passadas, saber um pouco mais sobre a história da
grande responsável pelo sucesso do V8 brasileiro?

33
Crédito Editorial: D K Grove | Shutterstock.com

HISTÓRIA
DA FORD NO
BRASIL
Pioneira no Brasil, a Ford foi a marca que inaugurou,
no ano de 1919, a primeira montadora de carros no
nosso território. Com uma operação centenária, a
empresa usou e abusou da criatividade ao lançar
inúmeras linhas e modelos incríveis ao longo dos
anos.

34
Antes de tudo, é importante ressaltar que a histó-
ria da Ford é muito importante, ao abordarmos a
história do V8 brasileiro, pois se não existisse um
ímpeto empreendedor por trás da companhia, pro-
vavelmente não teríamos o Maverick tão fresco na
memória.

Devemos considerar que, no século passado, as


grandes fabricantes brigavam entre si como ”gen-
te grande”, pois o mercado era escasso, as opções
de vendas eram menores que as de hoje e o público
consumidor não era tão assíduo e fiel como hoje.

Por isso, marcas como a Ford, Chevrolet, Harley-


-Davidson e companhia, merecem um prêmio por
conseguirem se manter em alta no mercado, entre-
gando produtos de qualidade e, simultaneamente,
escutando e aprendendo com os seus consumido-
res, sobre como uma marca deve agir ao oferecer
seus produtos.

Não é uma tarefa fácil se destacar e se manter ati-


va por mais de um século, e a centenária Ford tem
muito a ensinar quando se trata de marketing, pro-
dução, histórico, preocupação e zelo com o cliente.

Para saber mais a fundo sobre a história de uma


das montadoras mais importantes do país, disse-
caremos os anos mais importantes da fabricante:

35
O ano de 1904
Produzido por ninguém menos que Henry Ford, o
Model A original foi o primeiro veículo produzido
pelo magnata e começou a ser vendido no Brasil
em 1904. Não foi fabricado aqui, apenas importa-
do, é necessário pontuar.

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O ano de 1908
Seguindo a linha Model, dessa vez com o Model T,
diversos importadores independentes foram res-
ponsáveis pela comercialização do modelo, que, de
tão interessante, atraiu públicos de diversas idades.

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O ano de 1919
Após mais de dez anos de lançamento, Henry Ford
queria iniciar a fabricação de seus carros em solo
brasileiro. Sendo assim, em meados de abril de 1919,
foi aprovada a filial brasileira.

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Os anos de 1920 e 1921
Após alguns anos de fabricação, a montadora pre-
cisava de um lugar maior, dessa forma, foi parar
na Praça da República, no centro da Cidade de São
Paulo. Um tempo depois, foi para o Bom Retiro, na
mesma cidade.

No Bom Retiro, a Ford lançaria sua primeira linha de


montagem de carros em série no Brasil, com uma
capacidade bem atrativa para a época, compor-
tando quase 5 mil automóveis e 400 tratores por
ano.

O ano de 1928
Quase nos anos 30, época de renovação para o mun-
do automobilístico, Henry Ford estava criando a For-
dlândia, uma vila de aproximadamente 10 mil quilô-
metros quadrados no Pará, na selva amazônica.

O local foi escolhido devido à grande incidência de


seringueiras, pois dessa forma, não precisariam de-

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pender de fornecedores de fora para produzir bor-


rachas para os pneus.

Nesse mesmo ano, o Modelo A, que substituiria o


cobiçado Model T, chegou ao Brasil. Infelizmente,
uma epidemia destruiu os seringais e, já no ano de
1933, apenas 5 anos após sua criação, a Fordlân-
dia chegou ao fim.

O ano de 1932
Insistente como era, Ford tentou criar uma nova vila,
parecida com a Fordlândia, na floresta amazônica.
E saiu de suas terras habituais e foi até Belterra,
que ficava a 60 km do local.

Mas o novo local não durou muito tempo, pois com


o início da Segunda Guerra Mundial, a empresa de-
volveu a posse do local para o governo federal, de-
vido aos esforços direcionados à produção de insu-
mos para sustentar a guerra nos Estados Unidos.
O ano de 1938
Competindo com os luxuosos da década, a Ford
lançou o Mercury, um modelo lindo, produzido ape-
nas sob encomenda, para clientes exclusivos.

39
O ano de 1953
Pulando para a década de 50, chega a hora da Ford
inaugurar outra fábrica, a do Ipiranga.

Com 200.000 metros quadrados de instalações,


a produção diária do local ultrapassava os 120 au-
tomóveis, montados passo a passo pelos mais de
2.500 funcionários presentes no gigantesco local.

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O ano de 1953
O primeiro veículo realmente brasileiro da Ford foi
o caminhão F-600, lançado no mercado com um
incrível motor V8, algo que fez os brasileiros se al-
voroçarem.

40
O ano de 1958
Cinco anos à frente, a linha nacional foi completa-
mente ampliada com os modelos F-100, F-350 e
F-600. Nessa mesma época uma fábrica de moto-
res no Ipiranga foi inaugurada, e também a fundi-
ção de Osasco.

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O ano de 1967
Quase 10 anos após as inaugurações, a Ford com-
pra as operações da Willys Overland no Brasil, sen-
do assim, o Galaxie, um nacional famosíssimo de
luxo, foi lançado com um motor V8 e direção hi-
dráulica.

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O ano de 1968
Sabe aquele carro que mora no imaginário do bra-
sileiro? Sim! Ele mesmo! O Corcel. O modelo chegou
para competir em um nicho de mercado que ainda
estava no começo no país.

Seu desenho e seu nome foram inspirados no cupê


da Mustang, e seu motor poderia ser 1.3 ou 1.4, com
câmbio manual de quatro marchas.

Em 1977, o lindo Corcel foi substituído por seu se-


gundo modelo, chamado de Corcel II.

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O ano de 1970
A década de 70 veio para a Ford investir no Corcel e
em sua perua chamada Belina. A fábrica, localiza-
da em São Bernardo do Campo, passou a produzir
o número impressionante de 250 unidades diárias,
elaboradas com equipes divididas em dois turnos
de trabalho.

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O ano de 1973
Finalmente o Maverick chega ao Brasil, com sua
versão cupê e seu motor 3.0 com seis cilindros em
linha e um V8 5.0 que já falamos bastante mais
acima. O modelo teve, ainda, uma versão GT, cuja
produção foi limitada.

O ano de 1974
Percebendo que o mercado brasileiro era realmen-
te uma forma de aumentar significativamente os
seus ganhos, a Ford investiu 400 milhões de dóla-
res nas fábricas daqui.

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Os anos de 1982 e 1983


Com o sucesso do Corcel, a Ford lançou uma pi-
cape derivada chamada Pampa. Em 83, mais pre-
cisamente, nasceu o Escort, o famoso Escortinho
para os íntimos, o primeiro automóvel de platafor-
ma mundial fabricado no nosso país.

O ano de 1987
Em 1987, foi o ano de duas grandes marcas se uni-
rem. A Volkswagen e a Ford criaram juntas a Auto-
latina, uma nova montadora que rendeu diversos
carros para o Brasil.

Infelizmente, o acordo durou pouco, apenas uma


década, sendo finalizado nos anos 90.

45
Os anos de 1993 e 1994
Após o mercado se abrir ainda mais para a mar-
ca já consolidada no país, a fabricante começa a
importar modelos como Ranger, Taurus e Explorer
para o nosso Brasil.

O ano de 1995
Aqui o Fiesta já estava sendo importado da Espa-
nha, fabricado no ano seguinte, na montadora da
cidade de São Bernardo do Campo. Um novo in-
vestimento abalou o mercado brasileiro, dessa vez,
de 2,6 bilhões de dólares.

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O ano de 1997
O Ka nasceu! A primeira geração do modelo foi lan-
çada três anos antes da virada do século. Junto a
ele, a perua Escort e a picape Courier também fo-
ram vendidas no país.

O ano de 1999
O F-250 veio para substituir o F-1000, represen-
tando a Ford no nicho das grandiosas picapes. Nes-
sa mesma época, a fábrica de motores Zetec Rocam
foi inaugurada na cidade de Taubaté, no interior de
São Paulo.

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O ano de 2000
O Focus apareceu para marcar a modernidade dos
anos 2000. No início de um novo século, tudo é
emocionante e excitante, pois revela expectativas
do que está por vir. E disso a Ford entende bem,
afinal, a essa altura, já era quase centenária.

Os anos de 2002 e 2003


Aqui temos os anos do Fiesta e da EcoSport, líder
de vendas no segmento das SUVs no nosso país
por mais de uma década.

O Fiesta, foi o primeiro modelo de um projeto im-


pactante da marca, chamado Amazon.

48
O ano de 2006
O Fusion, importado do México, começou a ser ven-
dido aqui e se tornou o principal representante da
marca no nicho dos grandes sedãs.

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O ano de 2010
Pioneiro no quesito tecnologia híbrida total no
país, o Fusion Hybrid deu as caras na primeira
década dos anos 00. Junto dele, o New Fiesta
Sedan e o Edge encantaram os apaixonados por
carros tecnológicos.

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O ano de 2018
Dando um salto temporal de quase uma década, a
Ford vendeu, oficialmente, o carro Mustang aqui no
Brasil. Em sua sexta geração, o modelo veio com um
lindo motor 5.0 8V de 466 cavalos e 58,1 kgfm de
torque, além de sua transmissão automática com
10 velocidades.

O ano de 2019
Um ano triste para os amantes de caminhões, pois
a Ford anunciava o fim da produção de sua linha,
na clássica fábrica localizada em São Bernardo do
Campo.

50
O ano de 2021
Dois mil e vinte e um marcou o fim de uma era. In-
felizmente, a Ford anunciou que fechou todas as
suas fábricas existentes em território brasileiro.

Com isso, o Ka e a EcoSport deixaram de ser pro-


duzidos aqui, bem como o Troller T4, um modelo
famoso da marca, mas não tão marcante quanto
o restante de seus modelos. Dessa forma, a Ford
deixou de ser uma produtora e voltou a ser uma
importadora de veículos aqui no Brasil.

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51
Muito se especula sobre os motivos que levaram a
Ford a deixar o país, seria a alta taxa de impostos
para empresas? Seriam os efeitos catastróficos da
pandemia para a economia? Não sabemos respon-
der.

De toda forma, é sempre triste quando uma em-


presa deixa o mercado em um país com tanto po-
tencial econômico e comercial quanto o Brasil.

Uma trajetória tão importante quanto a da Ford


no Brasil, não poderia ser contada de outra forma,
senão com uma linha do tempo que respeita passo
a passo das suas escolhas mercadológicas.

Saiba mais, a seguir, sobre o sucessor do V8 brasi-


leiro, o mais amado e mais potente veículo da Ford.

Crédito Editorial: Peter Trones | Unsplash.com

52
SUCESSOR DO
V8 BRASILEIRO
Conforme dito acima, brasileiros tendem a ser mui-
to apaixonados por carros, tão apaixonados que
ficam muito bravos quando algumas exigências
relacionadas aos seus carros do coração não são
supridas.

O saudoso Ford Maverick, que virou alvo de recla-


mações quando a Ford decidiu substituir a memó-
ria do V8 potente de 302 m³ por uma caminhonete
com o mesmo nome.

Especialmente por essa caminhonete ter monoblo-


co e um motor turbinado 2.0 montado transversal-
mente. Mas de toda forma, essa não foi a primeira
vez que o grandioso nome Maverick foi utilizado
em outro veículo que não o original.

53
A graça da situação é que todos os modelos Ma-
verick foram vendidos em uma versão SUV, em pa-
íses onde o original nunca foi ofertado.

Tanto que, nos anos 90, mais precisamente na Aus-


trália, houve um plano para racionalizar a produção
de automóveis no país, a fim de reduzir o já conhe-
cido protecionismo em comercializações do tipo.

Ou seja, o objetivo consistia em vender o mesmo


veículo através de vários fabricantes, criando as-
sim, maior vazão nas montadoras.

Entretanto, o resultado não foi o que a Austrália


queria, já que alguns fabricantes importaram car-
ros japoneses, apenas trocando os emblemas. A
própria Ford fez isso ao vender o SUV Nissan Pa-
trol como se fosse um Maverick entre 1988 e 1994.

Sendo assim, o Ford Maverick da Austrália era um


jipe com opções de pintura, mas sem a oferta de
freios a disco em sua traseira, opção existente em
algumas versões da SUV.

Como não fez sucesso, a Ford Australiana optou


por apostar na importação do grande americano
Explorer.

Já o terceiro veículo a ter o nome atribuído foi o


SUV original da Nissan, mas dessa vez foi um mo-
delo mais compacto, chamado de Terrano II, com
fabricação na Espanha.

O porte do carro foi feito para ser propositalmente


menor, assim se adequaria melhor às ruas estrei-
tas da Europa, e, simultaneamente, poderia com-
petir em um segmento de mercado que a Ford não
estava inserida.

54
Uma curiosidade interessante sobre o Maverick ins-
pirado no Terrano foi lançado entre 93 e 99, mesma
época do lançamento da saga Jurassic Park.

Sendo assim, vários Mavericks foram pintados


como o Explorer do filme, e serviram como condu-
ção oficial dos atores principais do longa no tapete
vermelho da estreia do filme na Inglaterra.

Como a Ford não gostava de ficar para trás, no ano


de 2001 ela relançou seu amado Maverick no mo-
delo Escape, fabricado na Alemanha. Na China, ele
foi fabricado com esse mesmo nome.

O Maverick no modelo Escape ficou em linha até


2008, quando foi ultrapassado pelo Kuga, um SUV
mediano feito na plataforma do Mondeo, no mer-
cado da Europa. O último Maverick regressaria ao
velho continente apenas em sua terceira geração,
unificada com o Kuga.

Pensando de modo geral, a nomenclatura famo-


sa Maverick teve mais tempo de mercado com as
SUVs do que com as versões sedã e cupê, diferen-
te do que o público do Brasil imagina.

Já a nova picape de nome Maverick está mais alia-


da à segunda fase do nome do que com sua origem
lá na década de 1970.

Ufa! Chegamos ao fim da grandiosa história do Ford


Maverick, uma icônica e polêmica linha que marcou
a época com o seu super motor V8 e sua coragem
em entrar em conflito as marcas mais amadas do
território brasileiro.

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BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book
se basearam nos conteúdos abaixo listados:

Introdução
https://www.carrosegaragem.com.br/maverick-v-8-com-ou-sem-quadrijet-uma-fera-nas-ruas-e-nas-pistas/

V8 Brasileiro: alta performance nas pistas


https://www.carrosegaragem.com.br/maverick-v-8-com-ou-sem-quadrijet-uma-fera-nas-ruas-e-nas-pistas/

Conhecendo o kit esportivo do V8 Brasileiro


https://www.carrosegaragem.com.br/maverick-v-8-com-ou-sem-quadrijet-uma-fera-nas-ruas-e-nas-pistas/

Conhecendo mais a fundo a motorização


https://www.carrosegaragem.com.br/maverick-v-8-com-ou-sem-quadrijet-uma-fera-nas-ruas-e-nas-pistas/

Os problemas rotineiros
https://www.carrosegaragem.com.br/maverick-v-8-com-ou-sem-quadrijet-uma-fera-nas-ruas-e-nas-pistas/

Os problemas rotineiros do cupê


https://www.carrosegaragem.com.br/maverick-v-8-com-ou-sem-quadrijet-uma-fera-nas-ruas-e-nas-pistas/

Os motores que fizeram sucesso nas pistas


https://autoentusiastas.com.br/2018/07/10-melhores-motores-de-competicao-em-carros-de-rua/

História da Ford no Brasil


https://www.webmotors.com.br/wm1/noticias/linha-do-tempo-veja-a-historia-da-ford-no-brasil

Sucessor do V8 Brasileiro
https://autopapo.uol.com.br/noticia/os-outros-ford-maverick/

Este e-book, caracterizado como uma obra lite-


rária, produzido pela Retornar e de sua integral
titularidade, contém citação de marcas de tercei-
ros em caráter meramente informativo, na forma
autorizada pelo Artigo 132, IV da Lei 9279/96. A
Retornar salienta que respeita todos os direitos
de terceiros, incluindo direitos de propriedade in-
telectual, como direitos autorais ou marcas regis-
tradas, e que todos os seus conteúdos estão de
acordo com a legislação brasileira.

56
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INSTITUTO
RETORNAR
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cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

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ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
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Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên-

57
cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
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tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
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é movido pelo amor - a força mais transformadora
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