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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................. 3
HISTÓRIA DO MAVERICK NO MERCADO.............. 5
MAVERICK E SUA HISTÓRIA NO BRASIL............... 9
VERSÕES DO MAVERICK DISPONÍVEIS...............12
VERSÕES ESPECIAIS DO MAVERICK................... 22
45 ANOS DE HISTÓRIA DO MAVERICK NO BRASIL....24
MAVERICK: MODELO ANTIGO E RARO....................28
SUCESSO NOS ANOS 70...........................................34
POTÊNCIA DE SUCESSO...........................................38
ESPECIFICAÇÕES GERAIS DO MOTOR V8.............. 40
COMO SURGIU O NOME MAVERICK?..................... 44
MAVERICK NAS PISTAS.............................................46
A CRISE DO PETRÓLEO E O MAVERICK.................. 48
O FIM DA PRODUÇÃO DO MAVERICK.......................51
BIBLIOGRAFIA........................................................... 53
CONHEÇA O INSTITUTO RETORNAR....................55

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INTRODUÇÃO
Impossível não notar um Maverick passando nas
ruas e estradas, não é mesmo? O visual desse car-
ro agrada milhares de pessoas até hoje, e seu mo-
tor V8 dá para ser ouvido de longe.

Esse modelo teve uma trajetória não muito longa, e


ainda assim é considerado um grande clássico, len-
da no mercado de automóveis do Brasil e do mun-
do.

Nos Estados Unidos, a Ford apresentou o modelo


do Maverick em 1969. Era um pequeno cupê que ti-
nha um motor dianteiro e tração traseira, que cus-
tava pouco mais de U$1.900,00 e estava disponí-
vel em 15 cores.

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Existiam algumas reclamações sobre esse carro,
sobre os freios a tambor e a direção mais lenta, fa-
zendo com que diversas modificações fossem fei-
tas. Hoje falaremos um pouco mais sobre o tema
para entender porque esse carro foi um dos maio-
res sucessos da história dos automóveis e o sonho
de muitas pessoas nos anos 70.

Se quiser se aprofundar sobre a história do Mave-


rick, como ele veio para o Brasil, a potência de seu
motor, as versões que estavam disponíveis e moti-
vo de seu grande sucesso, acompanhe a seguir!

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HISTÓRIA DO
MAVERICK NO
MERCADO
No primeiro ano de lançamento, o Maverick teve
mais de 570 mil unidades vendidas e foi conside-
rado o anti-fusca, ou seja, o carro que tirou muitos
compradores da Volkswagen.

Um ano depois, em 1970, novas versões do Ma-


verick foram apresentadas, com 4.1 litros e 98 cv,
tendo torque de 25,3 kgfm. Dentre elas, estavam o
modelo LDO, Lluxo e Sprint.

Quando o Maverick chegou ao Brasil, a ideia inicial


era combater outros carros existentes no mercado,
como o Opala, e também substituir alguns mode-
los, como o Aero Willys e o Itamaraty.

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No começo dos anos 1970, a fábrica da Ford fez uma
pesquisa com consumidores do país e apresentou
4 modelos de carros diferentes, todos pintados de
branco e sem nenhum tipo de identificação.

Eram o Maverick americano, Chevrolet Opala, Ford


Taunus alemão e Ford Corcel. Finalizada a pesqui-
sa, o Ford Taunus foi o preferido dos consumidores
e isso trouxe alguns problemas para a Ford do Bra-
sil.

Crédito editorial: Cris_mh / Shutterstock.com

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Crédito editorial: Cris_mh / Shutterstock.com

Sem intenção de desistir, a montadora optou pelo


lançamento do Maverick, pois muitos componen-
tes dele poderiam ser do Aero Willys, como trans-
missão e motor. A apresentação prévia do Maverick
no país aconteceu em 1972, no Salão do Automó-
vel, mas ele chegou aqui apenas em 1973.

A primeira versão a ser apresentada foi a cupê, mas


o espaço do banco de trás não agradou muitas pes-
soas. A carroceria era perfeita para a versão GT,
que tinha câmbio com 4 marchas e alavanca no
assoalho.

Depois da crise do petróleo que aconteceu entre


1973 e 1974, a Ford modificou o motor, que passou
a ter 6 cilindros. Isso fez com que o carro ganhasse
a fama de consumir muito combustível.

A Ford, ouvindo as reclamações dos consumidores,


modificou novamente o motor para um Georgia 2.3
litros OHC, que tinha 4 cilindros em linha, correia
dentada e comando de válvulas no cabeçote.

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Essas mudanças fizeram com que o Maverick tives-
se um desempenho melhor, chegando a 155 km/h,
99 cv de potência e torque de 16.9 kgfm.

A produção desse modelo acabou sendo encerrada


no mês de abril de 1979, com mais de 10 mil unida-
des fabricadas do Maverick GT. 11.900 dos mode-
los tinham 4 portas e mais de 85 mil dos modelos
cupês.

Desde o encerramento, a Ford nunca mais apre-


sentou um modelo de carro esportivo com motor
V8 no mercado de automóveis no Brasil, além do
Mustang importado. Muitos consumidores senti-
ram falta da versão 302 V8 GT.

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MAVERICK
E SUA
HISTÓRIA
NO BRASIL
A grande missão que o Maverick teve nos Estados
Unidos era brigar com o fusca, que estava avan-
çando cada vez mais. Essa tarefa ficou na respon-
sabilidade do Ford Corcel, mas aqui no Brasil o Ma-
verick enfrentava o Opala.

No começo dos anos 1970, a Ford decidiu fazer


aquela pesquisa com os consumidores do país
usando quatro veículos sem identificação e todos
em branco, viu que a grande preferência dos con-
sumidores era pelos carros europeus.

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Depois que o Taunus foi escolhido, a montadora
lidou com algumas questões como o motor, que
só poderia ser produzido depois que a fábrica de
Taubaté, em São Paulo, fosse finalizada.

Além disso, a suspensão traseira desse mode-


lo também fazia com que o valor de sua produção
fosse ainda maior, sendo totalmente inviável pela
Ford. Para não desistir, ela insistiu no Maverick, afi-
nal muitos componentes poderiam ser utilizados
do Aero Willys, como dissemos anteriormente.

Mesmo que esse não fosse de fato o que os con-


sumidores preferiam, a Ford começou a planejar
os detalhes para dar início à fabricação. Uma pré-
-apresentação começou a ser feita no Salão do
Automóvel, trazendo o carro para o Brasil em 1973.

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O Maverick com motor 184 também foi pré-apre-
sentado em 1973, contando com a presença de mais
de 30 jornalistas. Uma pequena alteração foi feita
no logotipo, que ficava no para-lama do carro, fa-
zendo com que ele não tivesse o chifre de boi em
sua letra V, tornando-o diferente do modelo dos
Estados Unidos.

O gerente de marketing da Ford, John Garner, ex-


plicou que o Fusca com teto solar tinha o apelido
de “Cornowagen”, por isso o chifre foi retirado do
Maverick no Brasil.

A primeira versão do Maverick no país foi apresen-


tada com duas portas no modelo cupê, mas como
dissemos, o espaço da parte de trás não foi satis-
fatório para os consumidores. A carroceria, no en-
tanto, agradou logo de imediato.

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Crédito editorial: mekcar / Shutterstock.com

VERSÕES DO
MAVERICK
DISPONÍVEIS
Na década de 70, o Maverick foi um grande suces-
so no Brasil, e esse carro foi objeto de desejo de
muitos consumidores que eram apaixonados por
carros.

Em 1969, foi um modelo inicialmente desenvolvido


nos Estados Unidos. A intenção com o Maverick
era frear a venda de carros japoneses e europeus
no país.

Sua grande inspiração foi o Ford Mustang, fazen-


do com que ele também se tornasse um carro mais
familiar, moderno e esportivo. Inicialmente, as ver-
sões produzidas foram a Super e Super Luxo e, logo
em seguida, produziram a versão GT esportiva, que
contava com o motor V8 de 4.95 litros, direção de
fábrica e pintura metálica.

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Confira a seguir mais especificações sobre os mode-
los e versões que estavam disponíveis do Maverick.

Crédito editorial: Pelow Media / Shutterstock.com

Maverick Super Luxo


O Maverick Super Luxo foi uma das versões mais
requintadas já criadas desse modelo. Ele tinha di-
versos detalhes com acabamentos, que duraram
até 1976. Seu motor era de 6cc e também estava
disponível com motor 4cc e V8.

As diferenças da parte externa e interna eram bem


importantes quando comparadas a outros mode-
los. A grade usada nessa versão era a mesma do
Maverick Super, mas o emblema central era dife-
rente. Ele estava disponível com 3 motores.

O carro tinha diversos frisos cromados, como o fri-


so do capô, nos vãos das rodas, na base do painel,
na caixa de ar; os retrovisores eram cromados, as-
sim como o contorno das portas e tinha frisos con-
tornando o porta-malas.

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Crédito editorial: James Lee / Unsplash.com

Essa versão do Maverick também contava com um


acabamento especial nas tampas das lanternas, e
a escrita do nome da Ford era próximo à lanterna
esquerda. A parte interna dele tinha os bancos re-
vestidos e combinados com outros tipos de curvim.

No teto, a luz acendia quando as portas traseiras


eram abertas. Ele também tinha um cinzeiro no
banco dianteiro, nas versões que tinham o banco
inteiriço.

A parte interna também apresentava um emblema


do Maverick um pouco menor, que era fixado na
tampa do porta-luvas. Na parte externa do carro,
as calotas eram maiores, cobrindo a roda inteira.

A parte lateral do para-lama tinha a gravação Su-


per Luxo, além do emblema do Maverick para iden-
tificação do modelo. Essa era uma versão bem mais
caprichada e realmente luxuosa para o consumi-
dor.

Isso pode ser visto principalmente nos detalhes dos


acabamentos e também nos motores disponíveis.

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Crédito editorial: betto rodrigues / Shutterstock.com

Maverick Super
A versão do Maverick Super foi a inicial da linha, po-
dendo também ser conhecida como modelo Stan-
dard. Essa era uma versão bem simples e básica,
que estava disponível no mercado com 3 tipos de
motores, mas até 1975 era oferecido apenas com
motores de 6 e 8 cilindros.

Depois que o motor 4cc foi fabricado, também foi


uma opção a ser comercializada nessa versão.

O Maverick Super estava disponível na versão cupê


e sedan, que era quase 20 centímetros maior do que
o cupê, trazendo mais espaço interno para que os
passageiros, principalmente os sentados nos ban-
cos de trás, ficassem mais acomodados.

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O teto dele também era um pouco mais alto, mas
não teve tanta aceitação na época, mesmo com
motor e design diferentes. Ainda na versão Super,
o sedan era mais voltado para o consumidor exe-
cutivo e os que tinham famílias maiores e por con-
ta disso, a versão cupê era a preferida.

O Maverick Super foi um modelo que não tinha


muitos frisos cromados, apenas o do capô, que era
padrão em outros modelos também. Os detalhes
de acabamento não eram muitos, mesmo que você
pudesse adquirir esses opcionais.

Ele não tinha friso na base do painel, na caixa do


ar, nas rodas, na calha do teto e também não ti-
nha friso no contorno das portas. No para-lama,
ele contava com o emblema do Maverick como pa-
drão, e tinha um logotipo escrito Super.

Os bancos eram revestidos com curvim na parte


mais baixa, e isso fazia com que eles rasgassem
com uma facilidade maior. O rádio AM e o conso-
le central eram detalhes opcionais, mas os modelos
com o motor 4cc já tinham esses acessórios inclusos.

Não aconteceram muitas mudanças nesse modelo


durante sua fabricação, apenas depois da chegada
do motor 4cc, no ano de 1975. A partir daí ele teve
uma mudança estética com a pintura de dois frisos
na parte lateral, perto do para-lama.

A mudança das lanternas de alumínio pelas maio-


res, de plástico, também foi uma realidade dessa
versão, que aconteceu na fase II. Nessa fase, o ba-
tente dos para-choques eram inteiriços e feitos de
borracha, não eram cromados como anteriormen-
te.

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Maverick LDO (Luxury Decor Op-
tion)
O Maverick LDO (Luxury Decor Option), lançado
no mercado no ano de 1977, na fase II, foi fabricado
com a intenção de substituir a versão Super Luxo.

Crédito editorial: Cris_mh / Shutterstock.com

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Ele passou por diversas mudanças estéticas, ga-
nhou uma grade que foi desenhada novamente,
tendo gomos retangulares que eram maiores que
antes e ficavam na vertical. Seu contorno era pin-
tado de prata.

Os frisos nas laterais foram outros que eram colo-


cados à meia altura. Outros detalhes diferentes na
lateral do Maverick LDO eram um refletor verme-
lho, colocado perto da parte traseira, ficando ain-
da mais parecido com modelos americanos.

Ainda falando das alterações, a parte interna do


carro podia ter detalhes monocromáticos nos ban-
cos, nos forros da porta, no teto, no painel e no vo-
lante, todos eles de uma só cor. As cores mais co-
muns eram azul e marrom.

As calotas também foram alteradas, as mais bo-


nitas até então. O volante ainda era o mesmo uti-
lizado, com 4 raios. Na parte do painel, o friso era
o mesmo do Maverick Super Luxo, e na tampa do
porta-luvas havia um emblema do LDO.

Os botões para comandar os faróis eram quadra-


dos nessa versão e feitos de plástico, e essa mu-
dança não foi muito interessante.

A ideia dessa versão era substituir o Maverick Su-


per Luxo, e todas as modificações e alterações fei-
tas eram para chamar ainda mais a atenção dos
consumidores e voltar os olhos para que as vendas
aumentassem.

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Crédito editorial: Marcelo Leite / Shutterstock.com

Maverick GT
O Maverick GT V8 302 foi um dos maiores sucessos
do modelo desde o momento de seu lançamento,
sendo o sonho de muitos consumidores da época.
Seu bloco era fundido em V, por isso tinha o nome
de V8.

Outro detalhe muito interessante foi que o motor


usado era do Canadá, onde a Ford também tinha
uma fábrica de motores. Eles eram enviados para
os Estados Unidos sem alguns itens, como o alter-
nador, arranque e mangueira, por exemplo.

Nessa versão GT esportiva do Maverick, a ideia era


realizar o lançamento com outros modelos, como
o Super e o Super Luxo, em 1973. As principais di-
ferenças entre eles estavam nas rodas que eram
mais largas, nos detalhes das pinturas e no motor
V8, fazendo com que esse modelo fosse o mais po-
tente de toda a linha do Maverick.

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Na fase I, o Maverick GT ficou conhecido por conta
de sua pintura toda em preto na parte central do
capô e também nas faixas laterais, onde tinha o
302 V8 escrito como uma marca registrada do mo-
delo.

Além disso, durante os testes de velocidade, surgi-


ram boatos de que o capô abria e com isso, alguns
grampos de fixação foram colocados nele, para ser-
virem como travas. Muitos especialistas diziam que
esses grampos eram mais simples de serem manu-
seados, mas no dia a dia eram apenas um detalhe.

Crédito editorial: Cris_mh / Shutterstock.com

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É válido destacar que o Maverick GT V8 é a versão
mais rara de ser encontrada hoje em dia, principal-
mente os que possuem 3 marchas na direção.

Com a chegada da fase II, o Maverick GT sofreu al-


gumas alterações estéticas, como os grampos do
capô que foram retirados, novas grades e novo vo-
lante foram acrescentados. Além disso, o emblema
que ficava na grade foi excluído.

Ele passou a ter um grafismo novo na lateral, entra-


das de ar falsas no capô, calotas e lanternas trasei-
ras novas, que eram maiores e feitas em plástico.
Os frisos do contorno das portas nos anos de 1978
e 1979 também foram removidos, e o contorno foi
pintado de preto.

A grande surpresa dessa versão estava na produ-


ção do modelo Maverick GT4, que tinha um motor
4cc com 2.3 OHC. Essa versão foi o desejo de mui-
tos consumidores.

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Crédito editorial: Sam Warren / Unsplash.com

VERSÕES
ESPECIAIS
DO MAVERICK
Durante todo o tempo de fabricação do Maverick e
até depois do final de sua produção, algumas ver-
sões especiais e alternativas foram produzidas e
apresentadas para os consumidores.

Diversos desses projetos eram criados por conces-


sionárias, como a Pick Up Maverick, Perua Maveri-
ck, Maverick 5000R, Spoiler, Maverick Centauro e
o Mavilac.

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Dentre elas, uma das que mais se destaca é a Pe-
rua Maverick, que teve uma produção bem maior
quando comparada a outros modelos especiais.
Não existem muitos detalhes ou até mesmo regis-
tros em fotos de muitas dessas versões, o que difi-
culta até mesmo detalhes técnicos sobre eles.

A história do Maverick no Brasil ainda não é tão


valorizada como deveria. Muitas dessas ideias fo-
ram criadas a partir de projetos pessoais, e isso fez
com que esses modelos também fizessem parte da
história do carro e muitas pessoas as desconhe-
cem.

É válido lembrar que muitos desses projetos não


tiveram aprovação direta da Ford. Aquelas versões
especiais que podem ser consideradas edições
criadas pela Ford são o Maverick Bicolor, Maverick
Quadrijet e Maverick Séries Especiais Ouro e Pra-
ta.

Algumas das versões especiais do Maverick são:

- Maverick Quadrijet

- Maverick Bicolor

- Perua Maverick

- Maverick Séries Ouro e Prata

- Pick Up Maverick

- Maverick Centauro

- Maverick com Kit Spoiler

- Maverick 500R

- Mavilac

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Crédito editorial: Sam Warren / Unsplash.com

45 ANOS DE
HISTÓRIA DO
MAVERICK NO
BRASIL
O carro que se tornou sonho de consumo de mui-
tas pessoas nos anos 70 teve um tempo de vida
bem curto no mercado nacional de carros, mas até
hoje podemos observar que ele faz grande suces-
so entre os colecionadores e fãs de automóveis no
Brasil.

O Maverick, grande carro dos sonhos de jovens dos


anos 70, fez 45 anos de lançamento no Brasil. Mes-
mo que seu tempo de vida tenha sido curto, muitos
colecionadores e fãs do cupê esportivo, produzido
durante 6 anos no Brasil, ainda continuam alimen-
tando suas paixões.

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Seu modelo, inspirado no Mustang, foi lançado no
ano de 1969 nos Estados Unidos. O objetivo era con-
correr com carros europeus e japoneses da época.
Seu tamanho e valor eram menores quando com-
parados a outros modelos da marca e por isso, seu
sucesso foi imediato.

Logo no primeiro ano, foram mais de 570 mil unida-


des vendidas. No Brasil, a Ford estava procurando
por um modelo de carro para ficar entre o Corcel,
um carro mais popular, e o Galaxie, que era consi-
derado topo de linha da marca.

O Maverick, carro de modelo esportivo, foi escolhi-


do para isso. Ele tinha um motor dianteiro e tração
traseira e foi mostrado para os consumidores bra-
sileiros em 1972, no Salão dos Automóveis, em São
Paulo e sua chegada no território nacional aconte-
ceu no ano seguinte.

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Começou a ser produzido na fábrica da Ford em
São Bernardo do Campo, em São Paulo. No come-
ço de sua produção, o Maverick era oferecido ao
público apenas como um cupê, com duas portas.

As versões disponíveis eram a GT, Super e Super


Luxo, que tinham duas opções de motores até en-
tão, 3.0 com 6 cilindros em linha, 112 cv e o mo-
tor V8 5.0, com 197 cv. Os dois motores poderiam
ter câmbio manual de 4 marchas equipados, assim
como alavanca no assoalho e comando na coluna
de direção.

A versão do Maverick GT, que tinha motorV8 e câm-


bio manual, teve produção limitada e isso trouxe
a esportividade para a Ford. Nesse mesmo ano, a
opção do carro com 4 portas estilo sedã foi lançada.

A participação do Maverick no Raid da Integração


Nacional, fez com que sua imagem ficasse ainda
mais reforçada, afinal era uma aventura com 17 mil
km rodados, do Chuí a Brasília.

Nos 24 dias em que o carro percorreu as capitais


na época, passou por diversas cidades das regiões
Sudeste, Sul, Norte, Centro-Oeste e Nordeste do
Brasil.

A crise do petróleo acabou afetando o mundo in-


teiro e isso mudou o perfil do mercado, fazendo com
que a prioridade fosse a economia de combustível.
No ano de 1975, o motor com 6 cilindros foi subs-
tituído pelo modelo mais moderno e também eco-
nômico, de 2.3 e 4 cilindros.

Esse novo motor tinha o comando de válvulas no


cabeçote e potência de 99 cv. Depois de um tem-

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po, o Maverick GT também ofereceu esse mesmo
motor de 2.3 em série, fazendo com que o motor
V8 ficasse como opcional.

O carro também foi um grande sucesso das pistas,


principalmente por conta de seu porte, do desenho
aerodinâmico e também de suas preparações con-
sideradas especiais. Isso fazia com que a potência
do motor V8 fosse ainda mais ampliada.

Alguns pilotos como o José Carlos Pace, por exem-


plo, comandaram o Maverick esportivo em várias
categorias diferentes, tanto em provas de arran-
cada quanto no Campeonato Brasileiro de Turismo.

Esse carro, que se tornou uma grande lenda do mer-


cado de automóveis, teve mais de 108 mil unidades
vendidas apenas no Brasil até o momento em que
saiu de linha e parou de ser fabricado, em 1979.

Sua história ainda continua até hoje graças aos co-


lecionadores e apaixonados pelo modelo, que tive-
ram a oportunidade de resgatar o sonho de consu-
mo de ter um Maverick desde os anos 70.

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Crédito Editorial: Meritt Thomas | Unsplash.com

MAVERICK:
MODELO
ANTIGO E
RARO
O Maverick foi uma das principais atrações da oi-
tava edição do Salão de Automóveis que acon-
teceu em 1972, em São Paulo. Esse modelo ficou
muito conhecido na época principalmente por ser
um carro fácil de manter, confiável e barato, assim
como o Ford Falcon, seu antecessor.

O principal objetivo da Ford, além de colocá-lo para


preencher o espaço entre o Corcel e o Galaxie, como
dissemos, era colocar esse modelo na mesma faixa
do mercado onde o Chevrolet Opala dominava.

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Por conta de algumas alterações no motor e cilin-
dradas, o lançamento aconteceu em 1973, sendo
um modelo derivado do Aero Willys. Ele nada tinha
a ver com o motor do modelo norte-americano e
seu rendimento ainda estava abaixo do esperado.

Isso porque o carro chegava de 0 a 100 km/h em


20 segundos e conseguia atingir os 150 km/h com
um consumo de 7,7 km/l. Como o motor V8 percor-
ria 7,2 km/l, essa era a melhor opção para os mo-
delos Super e Super Luxo, que eram importados,
com motores de 5 litros e 197 cv.

Esse motor era de série na versão GT esportiva,


indo de 0 a 100 km/h em 11 segundos, chegando a
175 km/h.

Crédito Editorial: Meritt Thomas | Unsplash.com

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Foi com o motor V8 que o Maverick apareceu nas
pistas, sendo vitorioso contra o Chevrolet Opala
no Interlagos de 1973, que tinha duração de 25 ho-
ras. Mas, com o novo motor 250-S, o Opala aca-
bou vencendo o Maverick em 1974, também no In-
terlagos.

Visando superar o Opala novamente, o Luiz Antô-


nio Greco, chefe da equipe, desenvolveu a versão
do Maverick Quadrijet.

O V8 recebeu um carburador da marca Holley, com


corpo quádruplo, comando de válvulas Iskende-
rian, coletor Edelbrock, molas duplas e mais finas
e cabeçotes com tuchos sólidos.

Essas mudanças fizeram com que o Maverick ti-


vesse potência de 257 cv, suficiente para atingir a
aceleração de 0 a 100 km em um período de 7,8
segundos, podendo até alcançar os 200 km/h.

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Quando o Maverick Quadrijet foi avaliado em ju-
nho de 1974, tinha habilidade durante as arranca-
das, para que os pneus não pudessem tracionar.
Sua taxa de compressão mais alta fazia com que o
uso da gasolina azul fosse exigido, onde o consu-
mo era de 2,2 a 6,5 km por litro.

O comportamento dinâmico do Maverick estava


nos padrões da época, tendo suspensão com bra-
ços duplos na dianteira, com eixo rígido e molas
semielípticas na parte de trás. A direção ainda era
lenta, e os freios exigiam um pouco mais de cuida-
do.

Mesmo com um bom domínio nas pistas, o Mave-


rick ainda sofreu impactos com a crise do petróleo
de 1973. Depois de 4 meses em que foi lançado no
mercado, quando o Brasil importava cerca de 80%
do petróleo que era consumido, o carro foi afetado.

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A fábrica da Ford ainda tentou provar que o mo-
tor do Maverick de 6 cilindros era mais econômico.
Em 1975, no mês de julho, lançou o Ford OHC, com
4 cilindros, fluxo cruzado de gases e comando de
válvulas no cabeçote.

Os 2,3 litros no motor tinham capacidade de ofe-


recer 99 cv. Ele foi produzido na fábrica de Taubaté
de motores, e foi o responsável por deixar o Mave-
rick ainda mais veloz e rápido.

Ele fez de 0 a 100 km/h em um tempo de 15,3 se-


gundos, e chegava à máxima de 155 km/h. Seu con-
sumo de combustível era de 9,1 km por litro.

O fato de ter um eixo menos pesado na parte da


frente trouxe mais estabilidade para o carro, mas a
imagem do Maverick já não era a das melhores no
mercado. Isso porque o Opala oferecia um espaço
interno maior, pesando 150 kg a menos, tendo bom
desempenho e consumo.

32
Crédito editorial: Roberval / Shutterstock.com

Em 1977 o Maverick começou na segunda fase e


teve alterações não só estéticas, mas também téc-
nicas. O lançamento do Corcel II em 1978, fez com
que o Maverick fosse deixado um pouco de lado.

O Corcel era mais eficiente e leve, além de trazer li-


nhas retilíneas, deixando o Maverick esteticamen-
te mais antigo. Nessa época a Ford ainda conside-
rou uma reestilização do modelo, mas a economia
do mundo ainda estava incerta, fazendo com que
o final de sua produção fosse em 1979, somando
mais de 108 mil unidades produzidas.

Muitas pessoas acreditam que atualmente, cerca


de 7% dos modelos de Maverick que foram produ-
zidos no Brasil ainda tenham em condições de ro-
dar.

Esse é um dos principais motivos pelo qual os mo-


delos remanescentes ainda são um dos mais va-
lorizados do mercado de automóveis antigos. Um
Maverick GT com motorV8, por exemplo, custa cer-
ca de R$250 mil reais e o Maverick Quadrijet pode
chegar aos R$300 mil reais.

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SUCESSO
NOS ANOS 70
Por que o Maverick fez tanto suces-
so nos anos 70?
A Ford tinha o objetivo de conseguir oferecer uma
resposta à Chevrolet por conta do sucesso que o
Opala fazia na época, mesmo tendo sido lançado
há 6 anos. No ano de 1974, essa resposta finalmen-
te ficou pronta: a Ford iria produzir um Maverick no
Brasil, modelo que até então era feito nos Estados
Unidos.

A Ford imaginou que o lançamento do Maverick cai-


ria na preferência dos brasileiros. Primeiro, o carro
foi lançado na versão cupê com duas portas e os
motores que já conhecemos.

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Crédito editorial: mekcar / Shutterstock.com

Se em sua ergonomia o carro poderia deixar a dese-


jar, por ter duas portas que eram pesadas, tornan-
do o acesso ao banco de trás mais difícil, quando
isso era colocado em prova contra seu motor her-
dado do Aero Willys, o resultado era incrível.

No sentido de ser um carro mais leve, o Opala ainda


era o primeiro, tendo boa performance e um motor
de 4 cilindros. Mas, quando o assunto era um car-
ro esportivo, o Opala não tinha vez com o Maveri-
ck V8 de 5 litros da Ford, que desenvolvia cerca de
145 cv.

Essa briga não era restrita somente nas ruas, mas


também nas pistas de corridas, onde o Maverick
sempre se saía melhor que o Opala.

Nos anos 70, os kits americanos estavam em abun-


dância no mercado. Eles aumentavam a potência
do Maverick GT V8, pois tinham comandos de vál-
vulas melhores, coletores com carburador do qua-
drijet, coletor de escapamento dimensionado, jun-
ta de cabeçotes ainda mais finos e outros detalhes
que aumentavam a potência do V8, fazendo ele
chegar até os 200 cv dos padrões de hoje.

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Se o Maverick GT já tinha fama de ser um carro ve-
loz, com a adição de equipamentos importados, ele
se tornava um modelo ainda mais imbatível quan-
do o assunto era velocidade máxima e aceleração.

Crédito editorial: Gestalt Imagery / Shutterstock.com

Esse modelo foi um dos que mais marcou a época


e o tempo dos jovens que cresceram acompanhan-
do a trajetória do carro e se impressionando com
o motor V8. O Maverick GT foi o grande sonho de
jovens dos anos 70.

Mesmo sendo um grande sucesso a Ford ainda não


se atentou a alguns detalhes, como o lançamento
do Maverick de 4 portas, que não foi muito agra-
dável para os consumidores.

36
Essas versões menos comerciais não invalidaram
que o Maverick foi um grande sucesso no mercado
de automóveis do Brasil. Ele era grande nas ruas e
estradas, admirado por onde passava.

Esse é um dos carros mais referenciais hoje no mer-


cado nacional, não é à toa que um Maverick GT
com motor V8 em bom estado custa mais de R$100
mil. O fato de serem opções raras também faz com
que seu valor seja mais alto, além de mercado, pois
existem poucas unidades disponíveis e muitos con-
sumidores os querendo comprar.

Os consumidores brasileiros ainda gostam, pro-


curam e respeitam o Maverick, pois ele continua
sendo objeto de desejo de muitos apaixonados por
carros.

37
Crédito editorial: Keith Bell / Shutterstock.com

POTÊNCIA
DE SUCESSO
A Potência do Motor V8 Contribuiu
Para seu Sucesso
A potência do motor V8, com certeza, foi um dos
grandes fatores que contribuíram para que o Ma-
verick fosse um grande sucesso nos anos 70. Esse
motor gerou muita polêmica no mercado.

Existem dois tipos de potência de motores: a po-


tência bruta, conhecida também como SAE e a po-
tência líquida, conhecida como ABNT. A potência
SAE é maior que a ABNT, pois é medida sem contar
com os acessórios contidos no motor. A potência
ABNT pode ser medida com os acessórios do mo-
tor, ou também nas rodas.

Quando a potência é medida nas rodas, ela acaba


sendo menor porque alguns elementos possuem
atrito, e quanto maior o atrito, menor a potência.

38
Nos anos 70, as potências dos motores eram me-
didas como SAE, e por isso o Maverick tinha 199 hp
de potência. Mas quando outros elementos como
bombas, câmbio, escapamento e motor são colo-
cados, essa potência diminui.

Nos Estados Unidos é comum dizer que o Mave-


rick brasileiro possui 140 hp nas rodas, mas esse
número não significa muita coisa. O Maverick com
motor V8 não é menos potente que o Opala, que
mesmo sendo mais leve, ainda perdia nas corridas
para o Maverick.

Grandes partes das produtoras de carros não ofe-


recem os números de potência bruta dos carros,
apenas quando esse valor é mais conveniente para
elas.

O motor V8 do Maverick é tão respeitado e admi-


rado até hoje que é considerado um dos melhores
de todo o mundo, fazendo parte do Mustang até o
ano de 1996, rendendo 215 hp.

Em muitos sites, é comum ouvirmos as pessoas fa-


lando mal sobre o motor V8, que é menos potente,
mas isso não é verdade. Quando falamos sobre ta-
manho ele até pode ser considerado menos poten-
te, pois é estrangulado de fábrica.

Mas caso você remova o escapamento do carro, já


são mais 10 hp de potência nas rodas. O motor do
Maverick é um dos melhores e seu curso, por ser
pequeno, possui um giro bom.

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Crédito editorial: Keith Bell / Shutterstock.com

ESPECIFICA-
ÇÕES GERAIS
DO MOTOR V8
Durante todo o tempo de lançamento do Maveri-
ck no Brasil, dos modelos que surgiu no mercado, o
mais cobiçado foi o Maverick V8. Um carro espor-
tivo que tinha acabamentos internos, motor dife-
renciado, acessórios e faixas laterais que chama-
vam atenção.

A Ford tinha o dilema de lançar o Maverick o mais


rápido possível no Brasil para atender as condições
da empresa, afinal a fábrica não tinha como pro-
duzir a linha mecânica de todos os carros.

O Maverick V8 então foi a melhor maneira de con-


seguir exportar o motor da fábrica da Ford do Mé-
xico, Estados Unidos ou Canadá.

40
O motor V8, uma grande lenda do mercado, ti-
nha 302 polegadas cúbicas, correspondendo a
4.948,89cc, rendendo ao Maverick 199 cv de po-
tência. O projeto de criação desse motor é do ano
de 1968, e começou ainda em 1962, com o 221, pas-
sando para 260, e 289 em 1963.

Com isso, quando o Maverick foi lançado oficial-


mente no Brasil em 1973, o consumidor tinha pre-
ferências principalmente sobre as versões que ti-
nham o motorV8 instaladas, como o GT, Super Luxo
e Super.

Esses modelos eram os favoritos por conta de seu


bom desempenho e pela aceleração de 0 a 100
km/h, que era feita em um tempo menor do que 12
segundos, além de chegar aos 190 km/h. O con-
sumo era de 6 km por litro em média, conforme o
fabricante.

Crédito editorial: Marcelo Leite / Shutterstock.com

41
Nenhum consumidor tinha reclamações a fazer so-
bre o motor V8 do Maverick. O grande problema
estava relacionado a todo conjunto de mecânica
do carro, que para esse motor não tinha freios su-
ficientes, suspensão, sistemas de arrefecimento e
outros detalhes.

Esse carro, por ter uma aerodinâmica excelente,


não impedia motoristas ousados de tentarem do-
miná-lo, além de ser melhor que o concorrente do
país e ter uma potência maior de que muitos car-
ros da mesma categoria.

No lançamento do Maverick GT não eram ofereci-


dos tantos adicionais assim como a versão norte-
-americana, e mesmo com a motorização e as fai-
xas pretas, o consumidor poderia optar tanto pela
direção assistida quanto pelas pinturas metálicas.

Ainda assim esse esportivo saía da fábrica com


quase a mesma quantidade de detalhes croma-
dos, como em outras versões. Mas existiam outros
atrativos que o tornavam diferente de outros mo-
delos e o destacava entre eles.

42
Detalhes como interior, volante de 3 raios, bancos
em couro, bancos individuais, faróis auxiliares, con-
ta-giros na coluna de direção e alavanca de câm-
bio eram o que mais chamavam atenção.

Sobre o motor V8, o deslocamento era de 4950 cc,


a taxa de compressão de 7,8:1, potência máxima de
198 cv a 4600 rpm e torque de 39,5 mkgf a 2400
rpm. A rotação da marcha lenta era de 600 rpm.

A marca do carburador era a Motorcraft, e os difu-


sores principais e secundários eram de 27,5 mm e
13,5 mm, respectivamente. O gargulante principal
era de 48, enquanto o de marcha lenta era de 0,85
mm e o de aceleração rápida de 26.

A pressão do óleo na bomba era de 2000 rpm do


motor na temperatura normal. O sistema de arre-
fecimento tinha bomba d’água centrífuga e a pres-
são de abertura das válvulas do radiador era de 2
a 26 lbs.

Esses e outros detalhes que faziam parte do motor


V8, fizeram com que seu sucesso fosse tão grande,
além de todo seu bom desempenho.

Crédito editorial: Will Rodrigues / Shutterstock.com

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Crédito editorial: Keith Bell / Shutterstock.com

COMO SURGIU
O NOME
MAVERICK?
Muitas pessoas, depois que começam a se apro-
fundar e conhecer um pouco mais sobre a incrível
história do Maverick, se perguntam sobre a histó-
ria de seu nome.

Algumas lendas afirmam que o nome surgiu de um


fazendeiro, que se chamava Samuel Maverick. Esse
homem era muito miserável e não cuidava muito
bem de seus animais, fazendo com que eles fos-
sem obrigados a ficar sozinhos.

Além disso, ele também não marcava seus animais


com ferro e todos que eram encontrados sem mar-
ca eram chamados de Maverick.

44
Assim que pesquisamos no dicionário de Oxford, o
nome Maverick possui significado de homem so-
berano, independente e destemido.

O objetivo da Ford foi homenagear o velho fazen-


deiro, não é à toa que o Maverick americano pos-
sui um emblema com um chifre, fazendo menção a
um touro do estado do Texas.

Um detalhe que muitas pessoas desconhecem é


que a Ford não foi a primeira marca a usar o nome
Maverick em algum de seus produtos e carros. A
primeira empresa que usou esse nome foi a Motor
Mountain View, que ficava na Califórnia.

45
MAVERICK
NAS PISTAS
O Maverick e seu Desempenho nas
Pistas
Nas pistas, o Maverick também teve um grande de-
sempenho. Assim que estreou no mercado, o carro
venceu o Interlagos de 25 horas, no ano de 1973.

A Ford, que era representada pela Grego Compe-


tições, tinha uma equipe incrível liderada por Luiz
Antônio Greco. Seu motor V8 recebeu novos cabe-
çotes e também comandos de válvulas novos, mais
resistentes.

Além disso, o modelo também tinha 4 carburado-


res da marca Weber 48 IDA, apresentando aspi-
ração máxima de 2.440 cfm. O grande resultado
disso poderia ser visto em sua potência, sendo de
450 cv a 5800 rpm, fazendo com que o Maverick
chegasse até a 240 km/h.

46
Crédito editorial: Jesse Donoghoe / Unsplash.com

A GM então ofereceu também um novo motor para


o Opala, o 250-S, afinal não queria ficar atrás do
Maverick e acabou sendo mais rápida com essas
mudanças.

O time da Ford logo chegou ao Conselho Técnico


Desportivo Nacional, fazendo com que o Maverick
Quadrijet fosse lançado, tendo admissão Edelbro-
ck e carburador Motorcraft Bijet, com um desem-
penho fora do comum nas pistas.

Outro detalhe é que o comando de válvulas foi


Iskandarian com 270 graus, fazendo com que o
carro tivesse um desempenho excelente, sem dei-
xar de lado a boa dirigibilidade.

A potência do veículo era de 257 cv brutos, aproxi-


madamente, e o torque máximo de 41,6 kgfm. Com
isso, ele venceu as “12 horas de Goiânia”, a prova
que foi a responsável por inaugurar a categoria Tu-
rismo.

A versão do Maverick Quadrijet acabou sendo apo-


sentada no ano de 1976 por conta das normas téc-
nicas internacionais do Turismo, série grupo 1.

47
Crédito editorial: Lissandra Melo / Shutterstock.com

A CRISE DO
PETRÓLEO E
O MAVERICK
A Crise do Petróleo Influenciou a
Produção do Maverick?
Com a chegada da crise do petróleo, que aconte-
ceu entre os anos de 1973 e 1974, o mercado de au-
tomóveis acabou sofrendo as consequências.

Isso porque o valor do combustível nessa época fi-


cou 400% maior, aumentando de 3 para 12 dólares
o preço do barril. Justamente por isso, a Ford de-
cidiu inserir um motor com 6 cilindros no Maverick.

48
Crédito editorial: Marcelo.mg.photos / Shutterstock.com

Essa decisão não foi muito interessante, afinal o


carro passou a ter fama de consumo alto de com-
bustível, pois acelerava de 0 a 100 km/h em 20 se-
gundos e isso pesou muito durante a crise do pe-
tróleo.

Esse carro foi considerado pelos consumidores


como um modelo que andava como um carro de
4 cilindros, mas consumia o combustível como um
de 8 cilindros.

Depois que a fábrica de Taubaté foi finalizada, o


motor do Maverick foi substituído por um propulsor
Georgia 2.3 litros OHC, tendo 4 cilindros em linha,
correia dentada e comando de válvulas no cabe-
çote.

Esses detalhes fizeram com que o Maverick tivesse


um desempenho muito mais eficiente, fazendo com
que a aceleração fosse melhor que a versão com 6
cilindros, chegando a 155 km/h, 99 cv de potência
de torque de 16,9 kgfm.

49
Nos Estados Unidos, o Maverick não era mais fa-
bricado desde o ano de 1977, mas a Ford acabou
apresentando a segunda fase do modelo no Brasil.
O interior ficou esteticamente mais bonito e tam-
bém nas lanternas de trás e a grade dianteira.

O Maverick também ganhou novas mudanças nos


sistemas de freios, no eixo de trás e na suspensão,
que foi revista.

Nesse mesmo ano, a versão do Maverick LDO foi


lançada um pouco mais cara do que a anterior, mas
seu acabamento era mais luxuoso e refinado, como
contamos em detalhes no começo deste e-book.

As outras versões do Maverick continuaram sendo


fabricadas com o motor 2.3 OHC em série. O mode-
lo Maverick GT recebeu modificações mais drásti-
cas, tendo o capô Grabber americano de 1971, não
tinha travas internas, ganhou duas entradas de ar
e passou a ter o motor 2.3 OHC oferecido de fá-
brica, e o motor 302 V8 era opcional para todos os
modelos.

Em 1978, a Ford apresentou o Corcel II, que estava


disponível com um motor 1.6 e câmbio com 5 mar-
chas, que foi um grande sucesso entre os consu-
midores.

50
O FIM DA
PRODUÇÃO
DO MAVERICK
A produção do carro que foi um dos maiores su-
cessos dos anos 70, o Maverick, foi encerrada no
mês de abril, em 1979. Foram mais de 10 mil unida-
des fabricadas e vendidas do Maverick GT, mais de
11 mil unidades do modelo de 4 portas e mais de 85
mil unidades dos modelos cupês.

51
Desde o final de sua produção, a Ford nunca mais
apresentou um modelo de carro esportivo com o
motor V8 no mercado brasileiro, além do Mustang,
que é importado.

Durante todos os anos em que o Maverick estava


presente no mercado, muitos admiradores relatam
sentir saudades sobre o desempenho da versão GT
302 V8.

Se você pesquisar alguns modelos na internet, po-


derá notar como eles são disputados no mercado
de carros antigos e como seus valores são bem al-
tos.

52
BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book se
basearam nos conteúdos abaixo listados:

História do Maverick no mercado


https://www.carrobrasil.com.br/noticia/a-historia-do-maverick Acesso em 19/10/2022.

Maverick e sua história no Brasil

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-maverick/ Acesso em 19/10/2022.

Versões do Maverick que estavam disponíveis

https://www.canaldapeca.com.br/blog/historia-ford-maverick/ Acesso em 19/10/2022.

https://www.maverick73.com.br/modelos/maverick-modelo-super/ Acesso em 19/10/2022.

https://www.maverick73.com.br/modelos/maverick-super-luxo/ Acesso em 19/10/2022.

https://www.maverick73.com.br/modelos/maverick-gt-v8-e-gt4/ Acesso em 19/10/2022.

https://www.maverick73.com.br/modelos/maverick-ldo/ Acesso em 19/10/2022.

Versões especiais do Maverick

https://www.maverick73.com.br/modelos/maverick-modelos-especiais/ Acesso em 19/10/2022.

45 anos de história do Maverick no Brasil

https://www.gazetadopovo.com.br/automoveis/lenda-urbana-ford-maverick-completa-45-anos-no-brasil-a7d7r57tvs-

qpbyci026cmwikz/ Acesso em 19/10/2022.

Maverick: modelo antigo e raro

https://quatrorodas.abril.com.br/carros-classicos/ford-maverick-v8-e-antigo-raro-e-seu-preco-ate-supera-os-

-r-300-000/ Acesso em 19/10/2022.

Por que o Maverick fez tanto sucesso nos anos 70?

https://motorshow.com.br/maverick-gt-v8-um-ford-que-marcou-a-sua-epoca/ Acesso em 19/10/2022.

53
A potência do motor V8 contribuiu para o seu su-
cesso

https://www.maverick73.com.br/historias/a-potencia-do-motor-v8/ Acesso em 19/10/2022.

Especificações gerais do motor V8

http://tuningterremoto.blogspot.com/2011/08/curiosidades-sobre-o-maverick-v8-302-e.html Acesso em 19/10/2022.

Como surgiu o nome Maverick?

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-maverick/ Acesso em 19/10/2022.

O Maverick e seu desempenho nas pistas

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-maverick/ Acesso em 19/10/2022.

A crise do petróleo influenciou a produção do Ma-


verick?

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-maverick/ Acesso em 19/10/2022.

O fim da produção do Maverick

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-maverick/ Acesso em 19/10/2022.

Este e-book, caracterizado como uma obra lite-


rária, produzido pela Retornar e de sua integral
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ros em caráter meramente informativo, na forma
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