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em 1979 estreou na Rede Globo seriado Carga Pesada no qual os dois protagonistas Pedro e Bino vividos

respectivamente pelos atores Antônio Fagundes Stênio Garcia cruzavam o Brasil a Bordo de um caminhão
Scania LK 141 a série fez tanto sucesso que até ganhou uma continuação em 2003 nessa nova fase os atores
foram mantidos porém os caminhões foram devidamente atualizados e Pedro e Bino agora cruzavam o país
de Norte a Sul na boleia dos modernos e confortáveis Titã e Constellation ambos modelos da fabricante
alemã Volkswagen apesar da mudança E modernização dos caminhões os dois amigos continuavam uti-
lizando um modelo de caminhão muito popular no Brasil o famoso cara chata por outro lado filmes e séries
norte-americanos mostram que nos Estados Unidos os caminhões são muito diferentes a maioria com o mo-
tor na frente da cabine e em vários casos são verdadeiras casa sobre rodas para muitas pessoas talvez para
você também faria mais sentido que os Aventureiros Pedro e Bino utilizassem um daqueles caminhões
americanos já que um dos motoristas Pode descansar confortavelmente Enquanto o outro dirige pode até
fazer sentido porém os caminhões americanos são extremamente raros em nossas rodovias e os bicudos
aqueles com motor na frente da cabine Já não são mais fabricados por aqui mas será que essa diferença é
apenas por gosto dos motoristas ou existem outros motivos para os caminhões brasileiros serem tão difer-
entes dos norte-americanos e será que é proibido rodar com um desses gigantes por aqui [Música] nem
Mercedes nem Volvo e muito menos Scania o primeiro caminhão a ser fabricado no Brasil foi o Ban-
deirante um pequeno caminhão com capacidade para 7 toneladas que foi completamente fabricado no Rio
de Janeiro por um Imigrante português que possuía uma fábrica de equipamentos para beneficiamento de
café considerado um grande feito para a época O Bandeirante virou notícia e chegou até a ser enviado para
a cidade de Sevilha na Espanha para representar o Brasil em uma feira internacional mesmo que tenha rece-
bido o título de primeiro veículo fabricado no Brasil o Bandeirante não entrou em produção e foram
necessárias algumas décadas até que finalmente tivéssemos uma verdadeira fábrica de caminhões em solo
Nacional foi somente em 1942 durante a ditadura de Getúlio Vargas que foi criada a empresa que fabricaria
o primeiro caminhão no Brasil a FNM sigla para fábrica Nacional de motores foi criada inicialmente para
produzir motores para aviões porém como não houve demanda acabou se transformando em 1949 em uma
fábrica de caminhões graças a um acordo com a empresa italiana isota fraschini foram produzidos 200 cam-
inhões modelo d7300 esse primeiro modelo era do tipo convencional com o motor posicionado na frente da
cabine porém a empresa italiana passou por dificuldades e a parceria acabou abrindo espaço para uma nova
colaboração que acabou marcando a história da empresa em parceria com a também italiana Alfa Romeo a
FNM lançou em 1951 o d9500 um caminhão de cabine avançada popularmente conhecido como cara chata
outros modelos foram lançados e os caminhões da marca ficaram conhecidos como fenemê na década de
1950 principalmente a partir da eleição Juscelino Kubitschek para Presidente o Brasil passou por um
grande processo de industrialização e construção de rodovias muitas fabricantes de caminhões enxergaram
o potencial do mercado brasileiro e começaram a produzir seus modelos aqui a primeira marca estrangeira
chegar por aqui foi a Mercedes Benz com a fabricação do modelo l312 Bicudo que ficou conhecido como
torpedo exatamente por essa característica o mercado ficou cada vez maior e atraiu grandes empresas como
as europeias Volvo Scania e Volkswagen além das Americanas como Chevrolet e Ford juntas as montadoras
produziram alguns ícones como Scania 111 e o Mercedes 1111 que durante muito tempo foram a cara das
estradas brasileiras nos Estados Unidos como é de se imaginar a indústria de caminhões se desenvolveu
bem antes por lá os primeiros caminhões surgiram em 1899 fabricados pela empresa autocar que continua
produzindo caminhões até hoje neste mesmo ano surgiu também o primeiro semi-reboque que foi criado
por uma empresa de automóveis para realizar a entrega dos veículos mais o transporte Ferroviário ainda
continuava sendo o principal meio de transporte e os caminhões só ganharam espaço a partir de 1914 com o
início da Primeira Guerra e o aumento do volume de cargas a serem transportadas com os trens congestion-
ados o exército americano investiu em pesquisas para melhorar os caminhões a partir de Então essas
máquinas ganharam cada vez mais espaço e com a construção do sistema interestadual de rodovias na
década de 1950 se tornaram o principal meio de transporte de cargas do país inclusive que você quiser saber
mais sobre a construção dessas rodovias temos um vídeo aqui no canal que aborda esse assunto por possuir
suas próprias fabricantes naturalmente os Estados Unidos desenvolveram modelos de caminhões baseados
nas necessidades locais foi assim que empresas como peterbilt International Fight liner e kenwars criaram
Os Clássicos caminhões americanos que se tornaram praticamente uma marca do país com as inúmeras
fusões e aquisições ocorridas no setor hoje por mais que existam muitas marcas várias delas pertencem aos
mesmos grupos como é o caso da dimer trump o grupo dono das marcas Mercedes Benz friendline
Mitsubishi e várias outras o grupo paca que reúne marcas emblemáticas como peterbilt e darf ou grupo que
pertence a Volkswagen e é dono de marcas como Scania Man e International isso sem falar da Volvo ui pre-
sença forte nos dois mercados mas se atualmente são poucos grupos que controlam as maiores fabricantes
porque os caminhões são tão diferentes entre os Estados Unidos e Brasil não seria mais interessante a
unificação desses modelos Nem é preciso procurar muito para encontrar a principal diferença entre cam-
inhões americanos e brasileiros basta olhar o estilo de cabine predominante em cada país enquanto nos Es-
tados Unidos os caminhões de cabine recuada que são aqueles que levam o motor na parte da frente pre-
dominam por aqui os caras chatas são unanimidade e predominam nas linhas de montagem inclusive o
último modelo de caminhão Bicudo fabricado no Brasil o Mercedes atron 1635 saiu de linha em 2020 o
motivo principal para essa diferença eu sumiço dos bicudos está na legislação no Brasil o tamanho dos
caminhões é regulado pelo Conselho Nacional de Trânsito o contran estabelece 18m e 15 cm como
tamanho máximo para um caminhão articulado composto por cavalo mecânico e carreta semi reboque ou
seja desde o para-choque dianteiro até a extremidade da parte traseira por esse motivo retirar o motor da
frente passar para debaixo da cabine rende mais espaço para cargas e consequentemente mas receita por vi-
agem já nos Estados Unidos os cavalos mecânicos não entram na medição o que permite tanto a colocação
do motor na frente quanto a fabricação de cabines que como veremos daqui a pouco mais se parecem com
casas sobre rodas [Música] respeitar a lei e conseguir melhores margens de lucro ajudam a explicar porque
os caminhões cara chata dominam o mercado brasileiro mas não são os únicos motivos é preciso levar em
conta também as diferenças geográficas de cada país em grande parte do território estadunidense predomi-
nam as planícies que permitem a construção de estradas retas e planas e nessas condições o tamanho do
caminhão não faz muita diferença na condução assim como a potência que pode ser menor já em um ter-
reno mais acidentado com estradas que possuem grandes inclinações e curvas fechadas o caminhão precisa
ter mais potência e o fato de ser mais curto facilita a condução neste aspecto apesar da comparação ser en-
tre caminhões americanos e brasileiros preciso lembrar que a esmagadora maioria dos modelos que circu-
lam pelas estradas brasileiras são projetados para o mercado europeu onde não pode existirem estradas
modernas também existem muitas rodovias construídas em antigos caminhos que são estreitas e sinuosas
sem falar das grandes Cordilheiras que existem no continente e que exigem caminhões preparados para
esses terrenos as cidades também são diferentes em cada lugar e possuem sua importância no desenvolvi-
mento dos caminhões as cidades norte-americanas são mais novas com ruas mais largas e muitas são cor-
tadas por grandes rodovias o que novamente facilita a vida do motorista mesmo estando em um caminhão
mais comprido na Europa por sua vez muitas cidades Principalmente as maiores são antigas com ruas estre-
itas e um caminhão mais curto é mais fácil de manobrar nessas circunstâncias essa diferença também altera
os motores já que em terrenos planos é necessário menos potência uma reportagem da sessão alto papo do
UOL mostra essa pensa comparando três modelos da Volvo enquanto o modelo vnl vendido nos Estados
Unidos possui motores que vão de 405 a 500 cavalos o modelo líder de vendas da marca no Brasil o FH sai
de fábrica com 540 cavalos o modelo FH16 vendido na Europa é ainda mais potente com 750 cavalos se
você reparou bem nesse trecho da reportagem quando fala sobre a potência dos caminhões americanos a
matéria cita que o motor camens chega a 565 cavalos e essa é outra diferença interessante em relação ao
Brasil pois nos Estados Unidos ao comprar um caminhão o proprietário pode escolher o motor que pode ser
até de outro fabricante [Música] apesar da aerodinâmica ser mais relacionada com carros esportivos ela é
importante nos caminhões também e Nesse quesito os bicudos levam vantagem pois podem atingir veloci-
dades maiores mas essa vantagem só é interessante em países com velocidades máximas também maiores
que é o caso dos Estados Unidos em algumas rodovias Americanas os caminhões podem atingir até 85 mil-
has por hora o que equivale aproximadamente 137 km por hora já no Brasil a velocidade máxima é de 90
km por hora tornando aerodinâmica um fator de menor influência na hora de escolher qual modelo comprar
Se você pudesse escolher entre esses dois modelos qual escolheria esse também é um ponto importante E
precisa ser levado em conta pois as fabricantes desenham seus produtos de acordo com os hábitos e as pre-
ferências de cada mercado e como os motoristas americanos não precisam se preocupar com limitações po-
dem escolher o modelo que mais lhe agradam e que geralmente são os maiores e é mais fácil entender os
motivos os cavalos mecânicos maiores são mais confortáveis pois possuem maior distância entre os eixos e
os acentos não ficam sobre o eixo dianteiro O que diminui a vibração e os solavancos também por serem
maiores permitem a construção de verdadeiras casas dentro das cabines existem diversas opções para Os
compradores e as possibilidades de personalização são infinitas alguns modelos possuem cama de casal
microondas geladeira guarda-roupa e muitos outros recursos que transformam a boleia em um motorhome
isso ajuda principalmente nas viagens longas dando mais conforto ao motorista em seu tempo de descanso
e os motoristas ainda são responsáveis por outra grande diferença que acredito que você já tenha reparado a
pintura dos caminhões enquanto no Brasil é comum ver os caminhões tal qual saíram das concessionárias
nos Estados Unidos Muitos são customizados é uma grande tradição inclusive Existem várias competições
pelo país que premiam os caminhões mais bonitos E se mesmo sabendo dos motivos e limitações algum
caminhoneiro brasileiro queira dirigir uma máquina dessas por aqui terá que estar preparado para desem-
bolsar uma fortuna segundo uma reportagem do Estadão publicada em 2021 um grupo de fãs da marca pe-
terbilt importou 10 unidades do modelo 389 e cada uma custou aproximadamente a bagatela de 2 milhões
de reais esse valor é quase o dobro do que custa a versão mais completa do Volvo FH 540 o modelo mais
vendido no Brasil em 2022 Com certeza com esse preço e as outras questões ver caminhões americanos nas
estradas brasileiras continuará sendo algo muito raro se você gostou desse vídeo tenho certeza que vai
gostar desse sobre os problemas que a montadora mercedes-benz está enfrentando é só clicar muito obri-
gado por assistir até aqui abraços e até o próximo vídeo

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