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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................. 3

RARIDADE ENCONTRADA......................................... 7

PEÇAS DE REPOSIÇÃO.............................................. 9

PROJETO DOS FARÓIS............................................. 11

FORD F-1000 NO RALLY DAKAR........................... 18

OUTRAS CURIOSIDADES.........................................21

BIBLIOGRAFIA........................................................... 32

CONHEÇA O INSTITUTO RETORNAR...................34

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Crédito editorial: Peter Kniez / Shutterstock.com

INTRODUÇÃO
No ano de 1957 foi lançada a primeira picape da
Ford no Brasil, a F-100, que tinha o design similar
à irmã americana. Com motor V8 à gasolina com
4,5 litros de capacidade e 167 cavalos, mesmo mo-
tor que equipou o Ford Galaxie 10 anos depois.

Cinco anos depois, em 1962, a carroceria da F-100


ficou mais larga e, em 1963, veio uma versão cabi-
ne dupla de três portas, sendo que a porta traseira
do lado direito abria no sentido oposto das portas
dianteiras.

No ano de 1971, a caminhonete da montadora ame-


ricana ganhou um novo desenho, que durou mui-
tos anos, com cabine mais larga e baixa. Também
começou a ser oferecida com a motorização de 4
cilindros e 2,3 litros. Era o mesmo motor utilizado
no Ford Maverick, bem mais econômico que o be-
berrão V8.

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Em 1979, a Ford do Brasil apresentou ao público a
mais nova caminhonete a fazer parte da sua lista
de veículos, a F-1000. Ela foi a primeira picape no
país a ser equipada com motor a diesel, mais eco-
nômico. Ou seja, o motor MWM D-229-4 de 3,9 li-
tros, movido a diesel, tinha uma autonomia de 9,7
km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada. O que fazia
toda a diferença no bolso de quem abastecia, sen-
do que o diesel custava pouco mais da metade do
valor da gasolina.

A F-1000A, de 1985, adotou um motor a álcool de


6 cilindros em linha e 3,6 litros, o mesmo que na
Argentina movia o sedã Falcon. Seus pneus eram
radiais, teto solar e maior capacidade de carga, de
1,09 toneladas, foram alguns dos seus avanços.

Foi, também, uma F-1000 que marcou o primeiro


uso de turbo em um veículo leve nacional de fábri-
ca, na linha 1991.

Três anos depois, foi a vez dela adotar o mesmo


design da sua irmã americana, a F-150. Além da
tração 4x4, a cabine estendida também foi uma
das novidades. Foi a F-1000 a primeira picape na-
cional com acionamento elétrico para troca de tra-
ção, ao invés da alavanca.

Em 1 de janeiro de 1995 foi a vez de Fernando Hen-


rique Cardoso tomar posse como o 34º presidente
do Brasil. Neste mesmo ano, a Ford do Brasil in-
troduziu os motores de seis cilindros, de 4,9 litros
com injeção e 148 cavalos em sua linha de cami-
nhonetes. Os motores de 6 cilindros, apresentados
em 1995, foram os mesmos que equiparam a Ford
Ranger.

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Crédito editorial: SgtElias / Shutterstock.com

O ano que marcou a despedida da F-1000 da linha


de produção e do mercado brasileiro, foi o ano em
que a montadora lançou a sua versão especial: a
F-1000 Lightning. Ela vinha com o motor Falcon,
de 4.913 cm3 e 4,9 litros, com 148 cv a 3.500 rota-
ções por minuto e 34,5 kgfm a 2.400 rotações por
minuto. A caminhonete que marcou uma geração
e época no país se aposentou em 1998.

A F-250, em 1999, atualizava as nossas picapes com


as norte-americanas, com um motor V6 a gasolina
e 205 cavalos, mais do que qualquer carro ou uti-
litário nacional da época. A picape, com 5,30 me-
tros, desfilava toda garbosa e elegante pelas ruas
das cidades.

Em 2003 ela cresceu um pouco, chegando aos seus


6,24 metros, com a versão cabine dupla. Agora, di-
reto de fábrica, não transformada em versão espe-
cial por terceiros, como na década de 1980 e início
da década de 1990.

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Nos EUA, a Ford sempre disponibilizou mais opções
a seus consumidores, como as transmissões auto-
máticas, desde 1953. Desde 1973 já rodavam pica-
pes com motores V8 e 7,5 litros, conhecidos como
blocos grandes. Ainda no país, em 1987, a F-150
teve um V8 a diesel de 7,3 litros.

A versão Lightning da F-150, de 1993, era equipa-


da com um V8 de 240 cavalos, que fazia de zero a
100 quilômetros por hora em menos de 8 segun-
dos. E esse modelo deu origem a modelos luxuosos
da marca Lincoln - pertencente ao grupo Gene-
ral Motors - a Blackwood de 2002 e a Mark LT, de
2005.

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RARIDADE
ENCONTRADA
FORD F-1000 DE 15 MIL KM EN-
CONTRADA
No ano de 2018 foi encontrada uma F-1000, ano
1990, no interior de São Paulo. A picape estava “es-
condida” em uma garagem e foi Reginaldo de Cam-
pinas, como é conhecido o Caçador de Raridades,
que a encontrou.

A surpresa foi que a caminhonete estava em bom


estado de conservação, apesar de estar toda em-
poeirada. Era impossível, pois estava há 27 anos
guardada. Além disso, a quilometragem foi outro
presente, apenas 15 mil quilômetros.

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Motor: MWM D-229-4 (3,9 litros);

Combustível: diesel;

Alimentação: injeção direta;

Cilindros: 3.922 cm3;

Torque: 25,3 kgfm a 1.600 rotações por minuto;

Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto;

Câmbio: manual de 4 marchas;

Pneus: 215/80 R16;

Capacidade de Carga: 1,04 tonelada;

Consumo: 9,7 km/l, na cidade e 10,9 km/h, na es-


trada;

Autonomia: 844 km, na cidade e 948 km, na estra-


da.

O estado de conservação interno, depois da limpe-


za e higienização, chamou atenção, por quase não
possuir marcas de uso. O novo proprietário com-
prou uma picape praticamente zero, com 15 mil qui-
lômetros rodados.

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PEÇAS DE
REPOSIÇÃO
Mesmo depois de 24 anos depois do encerramento
de fabricação da Ford F-1000, é possível encontrar
em sites de comércio eletrônico anúncios de venda
do utilitário. Encontra-se também, peças de repo-
sição e acessórios com bastante facilidade, inclu-
sive, é mais fácil achar as peças do que de alguns
modelos de carros em linha e muito mais novos.

Em uma rápida pesquisa em sites, como Webmo-


tors, por exemplo, você encontra vários modelos e
valores. Uma Ford F-1000, ano 1985, com 376 mil
quilômetros rodados e caçamba de madeira, por R$
47.900. Também encontra uma F-1000 3.6 Super
CS Gasolina, ano e modelo 1995, por R$220.000,
com 9.420 quilômetros rodados.

Há também ofertas de versões especiais construí-


das pela Souza Ramos - SR Veículos Especiais - ou
então, uma F-1000 de 3.6 litros transformada pela
Demec, de Diadema (SP). Com preços que variam
de R$63.000 a R$114.900, respectivamente.

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Ao acessar o site Mercado Livre e digitar no seu
motor de buscas, “peças Ford F1000”, você será
surpreendido com mais de quarenta páginas com
opções de peças, de várias opções, anos e mode-
los. Se você precisar de um kit de alavanca e câm-
bio para sua F-1000 ano 1972, você encontrará por
R$399,99, em um dos fornecedores do Mercado Livre.

Isso apenas confirma o slogan da Ford: “Raça For-


te”. Também, a paixão e carinho que a F-1000 des-
pertou em consumidores da época e na geração
que ainda engatinhava quando o utilitário saiu de
linha, em 1998.

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PROJETO
DOS FARÓIS
com Amyr Klink
Em 25 de setembro de 1955, nasceu Amyr Klink,
primogênito de quatro irmãos, na cidade de São
Paulo. Filho de Jamil Klink e Asa Frieberg Klink.

Desde pequeno, Klink foi aficionado pelo mar e em-


barcações e tem uma coleção que já ultrapassou
30 barcos, que teve início quando tinha 10 anos e
comprou “Max”, a sua primeira embarcação.

Aos 23 anos, em 1978, Amyr Klink fez a sua primei-


ra viagem internacional. Se você imaginou que foi
de barco, errou. Sua primeira aventura foi de moto,
para o Chile.

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Em 1983, aos 28 anos, ele finalizou a embarcação
chamada I. A. T.. E no ano seguinte, fez a sua pri-
meira travessia solitária do Atlântico Sul a remo.
Foram 5.954,57 quilômetros (3.700 milhas) em 100
dias, atracando na Bahia em 18 de setembro de
1984, sete dias antes do seu 29º aniversário. Desta
viagem, Amyr escreveu o livro “Cem Dias Entre o
Céu e o Mar”, que virou best-seller.

O que também não faltou em seu currículo foram


viagens à Antártica, o navegador fez 15 visitas ao
continente gelado. A primeira delas em 1986. Com
o barco Paratii, em 1989, fez sua estreia como ve-
lejador em uma viagem solitária, com duração de
642 dias. Em 35% deste período ficou imóvel em
uma invernagem antártica.

Crédito editorial: Donmez | Pexels.com

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A história das 27 mil milhas, aproximadamente
43.452,29 quilômetros, estão contadas no seu li-
vro, “Paratii, entre dois pólos”.

No período em terra firme, se casou, em 1996, com


Marina Bandeira, uma fotógrafa que também é
amante dos ventos e dos mares. Assim como Amyr,
Marina veleja e participou de centenas de compe-
tições ao redor do mundo. No ano de 1997 nasce-
ram as gêmeas Tamara e Laura.

No ano de 1998, Amyr voltou ao mar, novamente a


bordo do Paratii, com o Projeto Antártica 360 Graus,
fazendo a volta ao continente pela rota mais difí-
cil. E lá se foram 88 dias, 14 mil milhas (22.530,82
quilômetros) e mais um livro publicado, “Mar Sem
Fim”, contando essa aventura.

No ano de 2000, um novo século se aproximava e


Marina Helena, sua caçula, nasceu para se juntar
ao clã Klink. Três anos depois e com o mais moder-
no veleiro já construído no Brasil, o Paratii 2, a cir-
cunavegação foi realizada novamente.

Agora, com mais cinco tripulantes, 76 dias sem


escalas e 13,3 mil milhas (21.404,26 quilômetros);
Dois anos depois desta última expedição, em 2006,
Amyr lançou o livro “D’água - Entre Estaleiros e Ho-
mens no Mar”.

Faróis do Brasil - Navegação Ter-


restre da Costa Brasileira
Aqueles que não conhecem muito bem o velejador e
hoje palestrante, podem, erroneamente, achar que
suas aventuras foram apenas no mar. Ao contrário,

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ele também participou de uma expedição, do sul
até o nordeste, pelo litoral brasileiro, de caminho-
nete; este projeto ficou conhecido como: “Faróis do
Brasil - Navegação Terrestre da Costa Brasileira”

Na equipe de Amyr Klink estavam os pilotos Klever


Kolberg e André Azevedo, conhecidos pelas suas
incursões ao Rally Paris Dakar.

As picapes utilizadas na expedição Faróis do Brasil


foram cedidas pela Ford Brasil, eram as novíssimas
F-1000, ano 1993, turbo diesel com facelift da sua
irmã americana, F-150. Além disso, o gigantesco
adesivo com a palavra turbo já deixava bem claro
que se tratava de um motor 3,9 litros, turbo CS.

- Motor: MWM TD-229-4 (3.9 L);

- Combustível: diesel;

- Alimentação: injeção direta;

- Cilindros: 4 em linha;

- Cilindradas: 3.922 cm3;

- Potência: 122 cv a 2.800 rotações por minuto;

- Torque: 37 kgfm a 1.600 rotações por minuto;

- Câmbio: manual de 5 marchas;

- Pneus: 255/75 R15;

- Capacidade de Carga: 1,06 toneladas;

- Consumo: 9 km/l, na cidade e 11,5 km/l, na estrada;

- Autonomia: 990 km, na cidade e 1.265 km, na es-


trada.

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A Ford F-1000 utilizada na expedição que fez o
levantamento dos faróis brasileiros era da cor ver-
melha, com todos os opcionais. Devido aos equi-
pamentos e bagagens transportados em sua ca-
çamba, usava capotas rígidas para proteção.

A lista de faróis que o trio Amyr Klink, Klever Kol-


berg e Jean Azevedo fizeram, ao percorrer toda a
costa brasileira a bordo da caminhonete Raça For-
te, é atualizada periodicamente pela Marinha do
Brasil.

Crédito editorial: Keith Bell / Shutterstock.com

No próprio site da Marinha está disponível para


download a 38ª edição da Lista de Faróis, entre
2022 e 2023. Um extenso trabalho de 290 páginas.

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“Ela contém todas as informações sobre faróis, ae-
rofaróis, barcas-faróis, faroletes, bóias luminosas e
luzes particulares ou de obstáculos aéreos que in-
teressam aos navegantes, existentes na costa, nos
rios, nas lagoas e nas ilhas do Brasil, assim como
nas costas e ilhas dos países estrangeiros que pos-
suam suas terras representadas nas cartas náuti-
cas brasileiras.” (Marinha do Brasil)

A divisão dos faróis e quantidade deles em cada


região:

- Bacia Amazônica - 60;

- Costa Norte - 58;

- Costa Leste - 146;

- Costa Sul - 178;

- Lagoa dos Patos - 5.

Crédito editorial windwalk | Shutterstock.com

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No total são 447 faróis e faroletes espalhados en-
tre a Bacia Amazônica, Costas e Lagoa dos Patos,
conforme documento emitido pela Marinha do Bra-
sil. Alguns destes faróis são considerados pontos
turísticos, como o Farol da Barra, de Salvador (BA),
por exemplo. Ele foi construído em 1549 e 473 anos
depois ainda se encontra em operação.

Por fim, essa expedição reforçou a robustez, resis-


tência e qualidade da Ford F-1000. Assim como
a alcunha Raça Forte lhe cai tão bem e não é um
mero joguete de marketing.

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FORD F-1000
NO RALLY
DAKAR
Se não bastasse ser a primeira caminhonete com
motorização a diesel e 1,05 toneladas de capacida-
de de carga no Brasil, foi a primeira com motor tur-
bo diesel, teto solar e com injeção eletrônica mul-
tiponto, nas motorizações a gasolina.

Também foi pioneira a trazer o conceito de cabine


estendida ao país e fazer, eletronicamente, a troca
de tração através de um botão no painel, ao invés
da alavanca ao lado da manopla de câmbio. Por
bons anos, outras marcas continuaram sendo so-
mente desta forma.

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Foram 15 mil quilômetros entre Paris, local da larga-
da, a Dakar, no Senegal. Fazendo o percurso con-
trário, voltando à Cidade Luz, local de chegada do
Rally Paris-Dakar. A F-1000 participou do apoio
aos pilotos André Azevedo e Klever Kolberg, que
participaram na categoria de motos. A picape teve
na pilotagem o Luiz “Luizão” Azevedo e na nave-
gação, João Mendes.

A caminhonete usada na edição de 94 do Rally Pa-


ris-Dakar foi uma Ford F-1000 3,9 Turbo 4x4 CS,
um motor diesel turbo. E mais:

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- Motor: MWM TD-229-4;

- Combustível: diesel;

- Alimentação: injeção direta;

- Cilindros: 3.922 cm3;

- Torque: 37 Kgfm a 1.600 rotações por minuto;

- Potência: 122 cv a 2.800 rotações por minuto;

- Câmbio: manual de 5 marchas;

- Pneus: 255/75 R15;

- Capacidade de carga: 932 kg;

- Velocidade máxima: 144 km/h;

- Aceleração de 0 a 100 km/h: 17 segundos;

- Consumo: 9 km/l na cidade e 11,5 km/l na rodo-


via;

- Autonomia: 990 km na cidade e 1.265 km na ro-


dovia.

No ano seguinte, a 4x4 da Ford esteve mais uma


vez, como carro de apoio, no rally mais emocio-
nante, famoso e perigoso do mundo. Depois destas
duas aventuras não restou mais dúvida de quem
foi a Ford F-1000.

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OUTRAS
CURIOSIDADES
A Ford F-1000 Lightning foi inspirada em sua irmã
americana, que teve a participação do campeão de
Fórmula 1, Jackie Stewart, bem como uma trans-
missão de alto desempenho, para tocar um V8 de
351 polegadas cúbicas (5.752 cm3) e 240 cavalos
de potência. E esta série, a SVT Lightning ameri-
cana, foi a precursora de projetos como a F-150
Raptor.

A versão brasileira vinha de fábrica com um 6 cilin-


dros em linha, de 4.913 cm3 (4,9 litros), mesmo que
equipava o sedan Falcon, na Argentina. O câmbio
da versão brasileira era um manual de cinco mar-
chas. Além disso, a potência era 38,8% menor do
que a versão americana.

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Crédito editorial: Jacob Lund | Canva Pro
A Ford F-1000 Lightning 4.9 CS, ano 1988, tinha
148 cv de potência a 3.500 rotações por minuto e
torque de 34,5 kgfm a 2.400 rotações por minuto.

O site Hot Cars.com elogia a F-1000 e comple-


menta dizendo “we feel short-changed consider it
was never sold in the US”. Ou seja, que se sentiram
enganados porque a Ford Motor Company nunca
vendeu a F-1000 por lá.

A mesma matéria fala de outros veículos que não


foram comercializados por lá. E Arun Singh Pundir,
autor da matéria, elogia justamente a cabine sim-
ples e caçamba curta da Ford F-1000.

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F-1000 em sétimo lugar
O jornalista Fernando Miragaya publicou uma re-
portagem em 11 de maio de 2022, no Site Auto Papo
do UOL, com o título:

“Os 10 carros antigos brasileiros mais buscados em


2022.”

Estas informações se referem às pesquisas reali-


zadas no site Mobiauto. E a Ford F-1000 é o sé-
timo veículo mais procurado da lista, com preços
médios de 57.118,50 reais. Segundo o jornalista, “a
SSS (de Super Serie Special), que teve tiragem de
2 mil unidades é uma das mais cobiçadas”.

Não é por modismo ou afins, mas sim por sua qua-


lidade, sua história e resistência que faz a F-1000
ser um dos utilitários mais procurados e desejados
mesmo após duas décadas do fim de sua produção.

A Caminhonete de Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possui
uma Ford F-1000, de 1984, que hoje pode estar
avaliada em mais de 100 mil reais. É importante
registrar que nem no site da FIPE, nem em outros
sites como Carros na Web, por exemplo, há infor-
mações sobre a F-1000 do ano de 1984. Há, sim,
o ano de 1982 e depois somente o ano de 1985, o
ano anterior ao facelift com os faróis quadrados e
sobrepostos. Do ano de 1985, é uma F-1000 Super
3.6, com motorização a álcool ou diesel.

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Ford F-1000 Super 3.6 CS
• Motor: 6LBC;

• Combustível: álcool;

• Alimentação: carburador;

• Cilindros: 3.620 cm3;

• Torque: 26,5 Kgfm a 1.600 rotações por minuto;

• Potência: 112 cv a 3.800 rotações por minuto;

• Câmbio: manual de 4 marchas;

• Pneus: 215/80 R16;

• Capacidade de carga: 1,09 toneladas;

• Velocidade máxima: 138 km/h;

• Aceleração de 0 a 100 km/h: 22 segundos;

• Consumo: 3,5 km/l na cidade e 4,7 km/l na rodo-


via;

• Autonomia: 305 km na cidade e 409 km na rodo-


via.

Ford F-1000 3.9 CS


• Motor: MWM D-229-4;

• Combustível: diesel;

• Alimentação: injeção direta;

• Cilindros: 3.922 cm3;

• Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto;

• Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto;

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• Câmbio: manual de 4 marchas;

• Pneus: 215/80 R16;

• Capacidade de carga: 1,05 toneladas;

• Velocidade máxima: 123 km/h;

• Aceleração de 0 a 100 km/h: 29,3 segundos;

• Consumo: 9,7 km/l na cidade e 10,9 km/l na rodo-


via;

• Autonomia: 844 km na cidade e 948 km na rodo-


via.

25
João Carreiro & Capataz - Pagode
do Gago
Não tenha dúvidas que além do seu espírito guer-
reiro, como já provado em expedições e participa-
ções no Rally Paris-Dakar, o mais temido e perigoso
do mundo, a F-1000 também tem alma de artista.
Ou seja, pelas vozes de João Sérgio Batista Corrêa
Filho e Hilton Cesar Serafim da Silva, João Carrei-
ro e Capataz, respectivamente, a picape teve o seu
nome imortalizado em versos musicais.

A música é Pagode do Gago, que fala da F-1000


preta do Getúlio, que os leva de Mato Grosso a São
Carlos, atrás de uma festa de peão. Confira abaixo
o trecho da música que cita a tão amada picape:

“Saímos de Rio Preto pra em Palestina cantar

A sua F-1000 preta parecia até voar

Na ultrapassagem de um carro fui obrigado a rezar

Quando ele buzinou quis falar mais gaguejou”

A dupla gravou sete CDs e DVDs, pelas gravadoras


Som Livre, de 2009 a 2011 e na Radar Records, de
2011 a 2014. Foram oito anos de parceria, que se
encerrou em junho de 2014, inclusive com direito a
ações na justiça, pedido de danos morais e retirada
de entrevistas do ar, de um artista contra o outro.

Pinceladas de curiosidade
A F-1000 de 1985 antecipou, em cerca de seis me-
ses, o acabamento interno que só seria oferecido
na linha de 1986. Fez o mesmo com as calotas, con-
sideradas estranhas e integrais.

26
Por sorte, essa moda das calotas integrais acabou
não caindo no gosto dos consumidores e nem da
crítica. Assim, elas não permaneceram nas linhas
do ano seguinte, nem como opcionais, fazendo com
que a Ford do Brasil as eliminasse em definitivo.

No ano de 1989, a pintura monocromática estava


de volta. Bem como a novidade que tinha caído no
gosto do público no ano anterior, na linha Escort
XR3, o esportivo da montadora em um Brasil de
1985. A cor era o amarelo citrino.

A cor permaneceu apenas por um ano, mas não


devido ao público ou crítica, mas sim por se tra-
tar de uma versão especial da F-1000. E como de
costume, a Ford não repetia e nem replicava, assim
como os acessórios, para as outras linhas do ano
posterior. O que estava nas linhas especiais, ficava
nas linhas especiais.

27
No início da década de 1990, uma das novidades
era o tanque de combustível. Ou seja, eram substi-
tuídos os reservatórios de ferro com capacidade de
84 a 87 litros, para tanques de plástico polietileno
de maior capacidade. Agora a capacidade girava
em torno de 110 a 114 litros, o que também aumen-
tou a autonomia das F-1000.

Nos anos 90, vidros elétricos que se encontravam


em veículos mais luxuosos, assim como travas, es-
pelhos elétricos e cinto de três pontos passaram
a equipar as F-1000. O câmbio de cinco marchas
deixou de ser opcional para ser item de série em
toda linha. Maior conforto e qualidade para todos
os consumidores da caminhonete.

28
Você sabia?
Usar pneus fora das especificações originais e que
não estão contidas no manual do proprietário são
uma das causas de trincas no chassi da sua F-1000.
Ou seja, força a estrutura com um todo.

A F-1000 usa duas baterias de 60 amperes, cada.


E a dica é que, ao trocar uma, aproveite e substitua
a outra, evitando problemas com aquela que ainda
está funcionando, pois logo terá que ser substituí-
da. Assim você tem total capacidade e maior tem-
po até a próxima troca.

Crédito editorial: Cristhian Adame | Pixabay

29
A mais bem sucedida picape brasileira, montada
pela Ford do Brasil, além de música, filmes, expedi-
ções e participações no Rally Paris Dakar, também
foi citada no livro da autora Luana Lazzaris, “Meu
Lírio do Campo”.

30
“(...) Ele estava sentado no capô de sua caminho-
nete F-1000, tocando gaita tão bem quanto o pró-
prio Bob Dylan (...)”

No ano de 2019 a Ford Série F vendeu 896.526 uni-


dades, somente no mercado norte-americano. A
Ford F-150, sozinha, seria responsável por quase
um terço do mercado brasileiro total.

No início da década de 90, a caixa de câmbio da


F-1000, na verdade, era de origem Mazda. Isso
mesmo, e pouca gente sabe disto. Ou seja, nes-
ta época a Ford estava mais investida na Mazda,
montadora japonesa. Inclusive, a primeira geração
do Ford Explorer tinha um “quê” da Mazda Navajo,
ambos veículos eram muito parecidos.

A picape queridinha dos brasileiros apareceu em


mais de 30 produções, sejam cinematográficas, sé-
ries para TV ou canais de streaming, ou telenovelas.
Inclusive com participação em tramas hollywoo-
dianas, como Os Mercenários, de Sylvester Stallone.

31
BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book se
basearam nos conteúdos abaixo listados:

INTRODUÇÃO
https://senhorcarros.com/ford-f-1000/ - acesso em 05/09/2022

http://www.cocheargentino.com.ar/f/ford_f100.htm#a1968 - acesso em 05/09/2022

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RARIDADE ENCONTRADA
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so em 22/09/2022

PEÇAS DE REPOSIÇÃO
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f-1000?tipoveiculo=carros-usados&marca1=FORD&modelo1=F-1000&anunciante=Concession%C3%A1ria%7CLoja&idcm-
pint=t1:c17:m07:ultimas-buscas:posicao-1::FORD-F-1000 - Acesso em 22/09/2022

https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2021/03/28/souza-ramos-saida-da-ford-do-brasil-faz-parceiro-de-
-50-anos-fechar-portas.htm#:~:text=Souza%20Ramos%3A%20sa%C3%ADda%20da%20Ford,%2F03%2F2021%20
%2D%20UOL%20Carros - Acesso em 16/09/2022

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PROJETO DOS FARÓIS


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FORD F-1000 NO RALLY DAKAR


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OUTRAS CURIOSIDADES
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https://www.thedrive.com/news/45033/a-stick-shift-ford-f-150-lightning-with-a-300-i6-was-sold-in-brazil - Acesso em
23/09/2022

https://www.hotcars.com/here-are-the-coolest-pickups-america-never-got/ - Acesso em 23/09/2022

https://autopapo.uol.com.br/noticia/10-carros-antigos-mais-buscados-2022/ - Acesso em 23/09/2022

https://jc.ne10.uol.com.br/canal/veiculos/noticia/2017/07/21/picape-velha-de-lula-pode-valer-ate-r-100-mil-296804.php
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Acesso em 25/09/2022

https://www.youtube.com/watch?v=pAw-zNv6LrE - Acesso em 25/09/2022

Este e-book, caracterizado como uma obra lite-


rária, produzido pela Retornar e de sua integral
titularidade, contém citação de marcas de tercei-
ros em caráter meramente informativo, na forma
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Retornar salienta que respeita todos os direitos
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telectual, como direitos autorais ou marcas regis-
tradas, e que todos os seus conteúdos estão de
acordo com a legislação brasileira.

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CONHEÇA O
INSTITUTO
RETORNAR
A fundação do Instituto Retornar é um sonho con-
cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

As conquistas do Instituto Retornar já são inúme-


ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
sem fins lucrativos em mais de 10 estados. Ao todo,
mais de 3.500 pessoas em 19 cidades foram direta-
mente beneficiadas por essa rede de amor.

Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên-

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cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
a inclusão social. Realizou a doação de carros, ces-
tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
reformas.

E tudo isso foi possível porque o Instituto Retornar


é movido pelo amor - a força mais transformadora
que existe.

Obrigado por acreditar na missão do Instituto Re-


tornar. Você também faz parte dessa história!

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