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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................3

LENDAS: AUTOMÓVEIS NO BRASIL.................... 5

AUTOMÓVEIS PRODUZIDOS NO BRASIL......... 23

INDÚSTRIA NACIONAL......................................... 25

INOVAÇÕES DO MERCADO................................44

NOVA MENTALIDADE DOS FABRICANTES....... 46

DESAFIOS DA INDÚSTRIA BRASILEIRA.............. 51

CARROS CLÁSSICOS NO BRASIL....................... 55

BIBLIOGRAFIA........................................................ 58

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Crédito editorial: Primtam dutta77 | Shutterstock.com

INTRODUÇÃO
Ao longo de toda a história do mercado de automó-
veis no Brasil, diversos carros considerados clássi-
cos foram desenvolvidos e lançados e até os dias de
hoje são considerados como grandes lendas, con-
tando com fãs apaixonados por esses modelos.

Com o crescimento do mercado brasileiro no final


do século 20 e no começo do século 21, os fabri-
cantes de automóveis produziram diversos mode-
los incríveis para os amantes de carros apreciarem,
comprarem e admirarem.

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Crédito editorial: Ernesto Suarez | Shutterstock.com
Muitos deles eram modelos exclusivos por conta
das restrições que as importações tinham na épo-
ca e outros eram modelos de versões adaptadas
de carros estrangeiros. O importante é que muitos
deles ficaram conhecidos e são usados até os dias
de hoje, além de serem colecionados por muitos.

Hoje reunimos alguns desses modelos clássicos e


icônicos já desenvolvidos pelo mercado de auto-
móveis no Brasil para que você relembre ou conhe-
ça. Acompanhe a seguir!

Crédito editorial: topseller | Shutterstock.com

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LENDAS:
AUTOMÓVEIS
NO BRASIL
Desde o período de 1957 até os dias de hoje, diver-
sos modelos de carros foram considerados os mais
vendidos do país em determinado ano. Muitos de-
les lideraram esse ranking durante tempos curtos,
como meses, e não foram considerados.

Mas, existem modelos que você precisa conhecer,


ou relembrar, sobre as clássicas lendas do auto-
mobilismo. Confira a seguir!

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Crédito editorial: Yura Forrat | Pexels.com

Jeep Willys
Foto profissional gratuita de ao ar livre, área, au-
tomobilístico, automóvel, bate bate, condutor, di-
reção, dirigindo, espelhos laterais, estrada, fora da
estrada, grama, interior, jipe, paisagem, pneus, ro-
das, tiro vertical, wrangler (pexels.com)

O Jeep Universal foi desenvolvido praticamen-


te junto com o início da indústria de automóveis
no Brasil. Esse modelo foi nacionalizado em 1957 e
nesse mesmo ano assumiu o topo da lista de car-
ros mais vendidos no país.

Era um modelo de carro totalmente robusto e ver-


sátil e ficou conhecido como Jeep Willys - um car-
ro que virou a cara do Brasil na década de 1950,
enquanto a infraestrutura ainda não era tão am-
pla, afinal, as estradas pavimentadas não eram co-
muns.

Até o ano de 1958, o Jeep Willys foi o modelo de


carro campeão de vendas no Brasil.

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Chevrolet Chevette
Mesmo que muitas pessoas não saibam dessa in-
formação, o Chevrolet Chevette assumiu em um
ano o posto de carro mais vendido do Brasil, mais
ainda do que o Fusca.

Isso aconteceu durante um ano inteiro - em 1983,


o que foi um marco para a história desse modelo,
que é comentado até os dias de hoje.

O período de produção desse carro foi de 20 anos,


entre 1973 até 1993. Mais de 1,6 milhões de mode-
los de Chevette foram vendidos no país, totalizan-
do cerca de 73 mil carros vendidos todos os anos.

Esse modelo tinha uma linha bem moderna para


a época, com 68 cv, 1,4 litro de motor, itens de se-
gurança inovadores e comando de válvulas em seu
cabeçote, o que ajudou a torná-lo tão popular na
época.

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Crédito editorial: M.Antonello Photography | Shutterstock.com
Volkswagen Fusca
Esse modelo é um clássico e não poderia ficar de
fora da lista de lendas de automóveis no Brasil, não
é mesmo?

Ele foi desenvolvido principalmente para povoar as


estradas alemãs depois da Primeira Guerra Mun-
dial e por ser um modelo de carro bem barato, com
manutenção simples e baixo consumo, o sucesso
no Brasil foi tão alto que ele chegou a representar
mais de 60% de toda a frota nacional em 1970. In-
crível!

Em 1959, os primeiros modelos de Fuscas saíram


da fábrica da Volkswagen que ficava na cidade de
São Bernardo do Campo. No final desse ano, esse
era um modelo considerado líder do mercado e só
deixou esse posto depois de 23 anos.

O Fusca é sinônimo de carros que fizeram sucesso


não só no Brasil, mas em todo o mundo. Foram mais
de 21 milhões de unidades produzidas. No Brasil, essa
produção soma mais de 3 milhões de modelos.

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Crédito editorial: Johnnie Rik | Shutterstock.com
Chevrolet Monza
Se permanecer no topo do mercado como um mo-
delo de carro vendido durante três anos consecuti-
vos é um grande feito para carros populares, ima-
gine para carros com modelos mais sofisticados,
não é mesmo?

Pois isso aconteceu com o Chevrolet Monza que foi


um dos modelos favoritos dos consumidores nos
anos de 1980, mesmo que o país estivesse enfren-
tando uma grande crise econômica.

A fábrica da Chevrolet produziu o Monza no país


entre os anos de 1982 e 1996 e durante esses três
anos foram mais de 850 mil unidades comerciali-
zadas.

Volkswagen Kombi
Lançada com um nome diferente e conhecida como
Kombinationsfahrzeug, o modelo da Kombi foi pro-
duzido durante os anos de 1957 a 2013. Uma das
principais missões desse modelo era ser parecida
com o Fusca, mas em uma versão maior.

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Crédito editorial: Daniel Salcius | Unsplash.com
Assim, era possível ter acesso a uma opção mais
barata e simples tanto para o lazer quanto para o
transporte de mercadorias e cargas, por exemplo.

A Kombi se destacou por diferentes aspectos, tanto


pela manutenção simples, mecânica barata, preço
baixo, um carro grande e robusto que se tornou um
ícone da história das produções feitas pela fábrica
VW no Brasil.

Carocha VW
O modelo Carocha também está na lista de auto-
móveis no Brasil considerados como lendas, princi-
palmente, por ter sido produzido por tanto tempo.
A produção deste modelo começou no ano de 1958
e foi até o ano de 1996.

Uma das versões feitas nos anos 90 ainda rece-


beu um nome diferente: Fusca Itamar, por conta
do presidente atual da época, Itamar Franco. Essa
homenagem se deu pelo desconto que foi promo-
vido aos carros refrigerados com ar, fazendo com
que esse modelo ficasse ainda mais econômico e
acessível.

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Crédito editorial: Євгенія Височина | Unsplash.com
Volkswagen Gol
Depois do modelo do Fusca, um dos carros que
a Volkswagen desenvolveu que voltou a liderar o
ranking de carros mais vendidos no país na época
foi o Gol. Ele tomou essa posição por mais de duas
décadas.

Durante o período de 26 anos (1987 a 2013), esse


modelo foi um dos queridinhos dos consumidores
brasileiros. Ele bateu um grande recorde que é bem
difícil que outro modelo consiga alcançar.

A produção dos carros desse modelo entrou para


a história dos automóveis no Brasil, superando a
marca de mais de 8 milhões de unidades comer-
cializadas e esse número continua aumentando.

Mesmo que hoje em dia ele não tenha o mesmo es-


paço dentro do mercado automobilístico do país,
existem novos modelos a serem desenvolvidos
como uma geração mais atual do Gol, para entrar
para a lista dos motoristas.

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Crédito editorial: Martin Pastene | Shutterstock.com
Volkswagen Gol GTI
Já esse modelo do VW Gol GTI, que foi produzido
durante os anos de 1988 a 2000, foi o responsável
por inaugurar a era do uso de injeções eletrônicas
nos carros, além de ter um motor de 120 cv e po-
tência de 2.0.

Essa injeção eletrônica permitia que o carro fosse


ligado sem que o motor tivesse que aquecer antes.
Essa característica, que na época era inovadora,
fez com que durante o primeiro ano de vendas to-
dos os modelos produzidos fossem vendidos.

Por conta disso, ele é considerado uma lenda dos


automóveis no Brasil, sendo um dos que tenha uma
grande performance mesmo sendo um carro pro-
duzido nos anos 80.

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Outro ponto que chamava muito a atenção dos
motoristas era que ele chegava de 0 a 100 Km/h
em 9,5 segundos, tendo uma velocidade máxima
de 185 Km/h. Isso era impressionante para um mo-
delo de uma carroceria, banger de 2.0 litros e ae-
rodinâmica de tijolo.

Até hoje esse modelo é comercializado e é um dos


queridinhos no Brasil, principalmente pelas suas
características elegantes.

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Chevrolet Opala
A estratégia de produção que a Chevrolet teve com
o modelo Opala foi criar um sedan de médio porte,
voltado para a família. Esse modelo é considerado,
dentro da indústria de automóveis no Brasil, um
dos melhores já fabricados em terras brasileiras e
possui uma grande quantidade de fãs.

Existe uma versão, chamada de SS, que é mais es-


portiva, com seis cilindros no motor. Esse era o car-
ro mais rápido já feito no Brasil, ficando à frente
inclusive do Maverick. O período de produção foi
entre 1968 a 1992.

O Opala teve diversas versões produzidas no Brasil,


totalizando mais de 1 milhão de unidades vendidas
em toda a sua trajetória. Ele tinha grades imponen-
tes com linhas horizontais, e os faróis embutidos
também eram características que se destacavam.

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Crédito editorial: Luiz Giope | Shutterstock.com
Dodge Dart
A história do Dodge Dart no Brasil começou em
1969, quando a Chrysler Corporation iniciou a pro-
dução do modelo em sua fábrica em São Bernar-
do do Campo, no estado de São Paulo. O Dart foi
um dos primeiros carros fabricados pela Chrysler
no Brasil..

Durante os anos 70 e 80, o Dodge Dart foi um dos


carros mais populares no mercado brasileiro e um
dos motivos disso foi a performance oferecida pelo
seu motor V8 que tinha a cilindrada de 318 pole-
gadas cúbicas, o que equivale a cerca de 5,2 litros.
Esse motor era capaz de gerar potências que varia-
vam de acordo com o ano e a versão do carro, mas
as versões mais potentes podiam entregar mais de
200 cavalos de potência, o que era bastante im-
pressionante para a época.

Muitas pessoas o escolheram como um carro de


desempenho devido à sua potência e estilo mus-
culoso.

Crédito editorial: Gilberto Mesquita | Shutterstock.com

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Dodge Charger
O Charger foi um dos primeiros carros americanos
de alta performance a serem importados oficial-
mente para o Brasil, o que o tornou um objeto de
desejo entre os entusiastas de carros esportivos
e de corrida. Seu motor V8 de grande capacidade
cúbica, associado a um câmbio manual de quatro
marchas ou automático de três velocidades, en-
tregava uma potência que variava entre 215 e 375
cavalos, dependendo do modelo.

Além do desempenho, o Charger também se des-


tacava pelo design agressivo e atraente, com uma
frente imponente, faróis escamoteáveis, para-cho-
ques robustos e uma traseira elevada e musculosa,
que conferiam um visual esportivo e sofisticado ao
modelo.

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Outro fator que contribuiu para a popularidade do
Dodge Charger no Brasil foi o seu sucesso nas pis-
tas de corrida, tanto nos Estados Unidos quanto
aqui no país. O modelo foi utilizado em diversas
categorias de automobilismo, como a Nascar, onde
conquistou vitórias que ajudaram a aumentar ain-
da mais a sua reputação entre os fãs de corrida e
carros esportivos.

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Brasinca 4200 GT - Uirapuru
Esse foi um dos automóveis no Brasil em mode-
lo esportivo mais incríveis que já foram fabricados
por aqui. O seu nome faz referência a um pássa-
ro amazônico. O carro tinha motor com 4,2 litros e
fazendo 200 km/h, o que era impressionante para
o ano de 1966.

Esse foi o primeiro modelo de carro produzido com


aerodinâmica, mas isso também era uma preo-
cupação, o que fez com que ele fosse testado até
mesmo em túneis de vento.

Sua carroceria foi produzida em fibra de vidro e isso


chamava a atenção de quem era apaixonado por
novidades.

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Crédito editorial: JFDIORIO | Shutterstock.com
Ford Maverick
O modelo da Ford Maverick foi produzido entre os
anos de 1973 até o ano de 1979. Esse modelo foi
vendido como um carro esportivo e requintado,
fazendo muito sucesso por ser ágil e moderno ao
mesmo tempo.

Foi um carro que fez parte de diversas produções


cinematográficas. Não é à toa que acelerar um mo-
delo como esse depois de 45 anos de seu lança-
mento realmente parece coisa de cinema.

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Crédito editorial: Marcelo Leite | Shutterstock.com
Foram mais de 100 mil modelos vendidos no Brasil
e a queda nas vendas aconteceu depois do lança-
mento do Corcel II, encurtando a vida do Maverick
no mercado.

Fiat 147
Mesmo sendo um carro menor do que outros, esse
modelo era considerado um dos queridinhos, sen-
do construído especialmente para os motoristas
brasileiros.

Ele era uma variação do modelo Fiat 127 da Europa


e contava com o exterior e interior todo remodela-
do. Seu motor foi produzido por um engenheiro da
Ferrari Aurelio Lampredi e alguns motoristas ainda
colocam o turbo em seu interior, chegando a 200
hp de potência.

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Crédito editorial: Arno Senoner | Unsplash.com
Ele foi um modelo de automóveis no Brasil mui-
to utilizado em corridas de rali, podendo inclusive
acompanhar outros carros maiores em estradas
desafiadoras.

Ford Escort Xr3


O Ford Escort foi o primeiro carro mundial produ-
zido pela marca e surgiu em 1968, sendo um dos
maiores sucessos nas vendas até o ano de 1996,
quando passou a ser conhecido como Racer.

Crédito editorial: adolf martinez soler | Shutterstock.com

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Seu visual era diferenciado de todos os carros já
vistos, trazendo rodas com ligas leves de aro 14,
faróis de milha, faróis de neblina, lavadores de fa-
róis, teto solar, volantes e bancos esportivos, o que
ajudou no sucesso que teve.

Chevrolet Kadett GSI


Mesmo que fosse conhecido também como Che-
vette, o Kadett GSI passou a ser considerado por
esse nome em 1989 e teve cerca de 9 anos de su-
cesso, até o ano de 1998.

Muitas inovações também chamavam a atenção


para esse modelo de automóvel no Brasil, como por
exemplo o seu câmbio automático, direção hidráu-
lica, vidros no para-brisa e ar condicionado.

Foram mais de 394 mil unidades vendidas - um su-


cesso, principalmente por ser considerado um dos
carros mais resistentes ao uso por longos períodos.

Com o passar dos anos, os automóveis no Brasil


passaram a ser reconhecidos como modelos clássi-
cos, destacando-se entre os colecionadores apai-
xonados por carros.

Crédito editorial: adolf martinez soler | Shutterstock.com

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AUTOMÓVEIS
PRODUZIDOS
NO BRASIL
A história dos automóveis no Brasil é muito mais
antiga do que muitas pessoas possam imaginar. O
primeiro carro que desembarcou nas terras Tupini-
quins veio através de Santos Dumont.

O modelo Peugeot, que chegou ao porto de Santos


no ano de 1891, ficou conhecido pelos franceses por
Voiturette porque lembrava muito uma charrete.
Ele tinha um motor bem pequeno que funcionava
a gasolina, e 3,5 cv, além de dois cilindros.

Foi um modelo que ficou muito conhecido porque o


irmão do Alberto Santos Dumont dirigia ele. Mas,
diferente do que muitas pessoas acreditam, esse
não foi o primeiro carro a ser emplacado no Brasil.

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Crédito editorial: Dmitry Eagle Orlov | Shutterstock.com
O carro que recebeu a primeira placa da história dos
automóveis no Brasil foi o carro do conde Francisco
Matarazzo, no ano de 1903, quando outros carros
inclusive já rodavam pelo país.

Em 1908, o Automóvel Clube de São Paulo foi cria-


do, onde um comitê foi reunido para organizar a
primeira corrida de carros da América do Sul, que
aconteceu em julho de 1908.

O itinerário do Circuito de Itapecerica tinha a sua


largada no Parque Antártica, passando pela Rua
Cerqueira César, pelo Convento da Igreja do Embu,
por Itapecerica da Serra, por Santo Amaro, pelo
Caminho de Santo Amaro, pela Avenida Municipal
e voltava para a largada inicial, totalizando 70 km
rodados.

Crédito editorial: S.Candide | Shutterstock.com

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INDÚSTRIA
NACIONAL
Com o crescimento do interesse das pessoas por
automóveis no Brasil, o país passou a receber as
linhas de produção e montagem do Ford Modelo T
e o primeiro deles foi lançado em 1919.

A segunda fábrica a montar os seus modelos de


automóveis no Brasil foi a General Motors, no ano
de 1940. Essa montagem permaneceu ativa até o
período depois da guerra, quando Juscelino Ku-
bitschek implantou a indústria de automóveis no
Brasil.

Crédito editorial: Jeremy Alford | Unsplash.com

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Depois de três meses de sua posse, no ano de 1956,
o presidente Juscelino Kubitschek desenvolveu o
GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilísti-
ca), que passou a ser coordenado pelo ministro de
Obras Públicas e Viação.

A partir disso, novas diretrizes foram criadas para


que a indústria de automóveis no Brasil tivesse in-
centivos do governo e metas de nacionalização. As
primeiras definiram que depois de 4 anos, os cami-
nhões deveriam ter 90% do seu peso com compo-
nentes brasileiros, nos automóveis 95% do peso.

A seguir, vamos entender um pouco mais sobre a


criação, produção e comercialização de automó-
veis no Brasil desde a década de 1950 até a década
atual. Acompanhe!

Crédito editorial: Mateusz Suski | Unsplash.com

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Crédito editorial: Johannes Plenio | Unsplash.com

1950
A partir do ano de 1951, a Brasmotor passou a mon-
tar seus automóveis no Brasil, iniciando pelo Fusca
e Kombi, e apenas em 1956, a empresa Romi pas-
sou a produzir o modelo Romi Isetta 2 que foi con-
siderado o primeiro veículo fabricado totalmente
no Brasil.

O primeiro Volkswagen a ser montado e fabricado


foi a Kombi, no ano de 1957, trazendo o seu motor
1.200 cc Boxer. Depois de dois anos, o Volkswagen
Sedan também passou a ser produzido e montado
aqui, assim como o Fusca.

1960
Durante a década de 1960, o FNM 2000 JK pas-
sou a ser considerado a versão brasileira do modelo
Alfa Romeo 2000, mas com algumas novidades.

Ele tinha um motor duplo, pneus radiais, câmbio


com cinco marchas e comando de válvulas. Outras
novidades - ainda desse ano - foram importantes
para o mercado de automóveis no Brasil, como o

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Crédito editorial: Bartosz Dziugiel | Shutterstock.com

Rural Willys, Aero Willys, Simca Presidence e DKW


Vemag, por exemplo.

Em 1962, o modelo que marcou esse setor foi oWillys


Interlagos 4, que era uma versão do Renault Alpine
que tinha licença de fabricação. O Karmann Ghia
também estreou neste ano. Em 1963, três lança-
mentos marcaram o país: o Democrata, o GT Mal-
zoni e o Volkswagen.

O Fusca que tinha teto solar feito em aço era co-


nhecido como CornoWagen. Três anos depois a
Willys criou o Itamaraty, que era uma versão mais
luxuosa do Aero Willys feito anteriormente.

Nos anos de 1967 e 1969, o Ford Galaxie, o Ford


Corcel e o Chevrolet Opala foram criados.

1970
Na década de 1970, pudemos observar que gran-
des lançamentos foram feitos no mercado de au-
tomóveis no Brasil. A chegada do modelo Dodge
Dart e do Volkswagen Variant marcaram a história.

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Crédito editorial: Gestalt Imagery | Shutterstock.com

Isso porque, a mecânica desses carros era realmen-


te impressionante.

Um ano depois, outros dois modelos com essa mes-


ma mecânica do Volkswagen também ganharam
destaque: o VW SP2 e o Karmann Ghia. No ano de
1973, outros lançamentos também foram impor-
tantes como o VW Brasília, Chevrolet Chevette,
Dodge Chrysler e Ford Maverick.

O primeiro modelo nacional da VW que tinha o


motor a líquido e tração na parte dianteira foi o
Volkswagen Passat. O Alfa Romeo 2300 tinha uma
mecânica de tirar o fôlego, além das rodas com freio
a disco.

Em 1974 houve os lançamentos do Puma GTB e


Chevrolet Caravan. Dois anos depois, a Fiat trouxe
o seu primeiro carro, Fiat 147 com motor 1.050. A
picape chegou depois de dois anos.

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1980
O Chevrolet Opala Diplomata passou a chamar
muita atenção no Brasil no ano de 1980, principal-
mente por ser um carro mais luxuoso. Junto com
esse modelo, o mercado de automóveis no Brasil
passou por uma grande revolução.

Isso porque, o Fiat 147 foi desenvolvido, sendo o


primeiro carro a rodar com álcool em todo mundo,
além do Volkswagen Gol 1.3 que era arrefecido a ar.
O Gol ganhou um motor novo no ano de 1981 e a
variante dele, o sedan, também levou essa carac-
terística.

O Ford Del Rey também ganhou destaque. O Mon-


za foi apresentado pela Chevrolet em 1982, e nesse
mesmo ano, o Volkswagen Saveiro e a picape Ford
Pampa chegaram ao Brasil.

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Crédito editorial: Tupungato | Shutterstock.com

Em 1983, a Ford trouxe o modelo Escort Ghia e o


XR3 e a Chevrolet trouxe o Monza em um modelo
um pouco diferente, com duas portas ou quatro, na
carroceria sedan. O Voyage, da VW, também pas-
sou a ter essas duas opções e a picape Chevy 500
chegou como uma derivação do modelo do Che-
vette.

No ano de 1984, o Uno SX chegou ao Brasil pela


Fiat e se tornou um dos maiores rivais do Volkswa-
gen Gol até então.

A fábrica da VW lançou ainda em 1984: o Sedan


Santana, o Passat GTS Pointer e o Gol GT esporti-
vo. Os destaques da Ford foram a picape Pampa e
também a perua Belina. Outros modelos esporti-
vos chegaram em 1985 com muitas novidades.

O Ford Del Rey e Corcel passaram a ganhar uma


nova geração, assim como o VW Passat e o Che-
vrolet Opala. O Gol, da VW, passou a ter um motor
refrigerado a água ainda neste ano.

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A fábrica da Gurgel passou a comercializar o mo-
delo Carajás, que tinha um motor de 1.8 AP e tam-
bém o motor a diesel da Kombi. Enquanto isso, a
Fiat produziu o Sedan Uno.

Em 1986 o Ford Escort chegou em uma geração


mais atualizada, assim como o Gol, com novida-
des em sua dianteira. A perua Elba, o Uno 1.5 R e o
Prêmio foram novidades da Fiat. O Monza Classic
também estreou pela Chevrolet.

No ano de 1988, a Volkswagen trouxe para os mo-


toristas o primeiro veículo que tinha injeção eletrô-
nica no território nacional - o Gol GTI, que era uma
derivação do modelo GTS, lançado no ano anterior.

Ainda nesse ano, a Gurgel trouxe o seu modelo que


mais teve sucesso até então, o BR 800. O Diploma-
ta era lançado pela Chevrolet com o câmbio auto-
mático que tinha 4 marchas.

Entre os modelos esportivos do mercado de auto-


móveis no Brasil, o Puma AM3, AM4 e AMV GTB
foram trazidos, com motores impressionantes. Os
últimos lançamentos que marcaram a década de
1980 foram bem importantes, como o Fiat Elba,
Chevrolet Kadett e a perua Ipanema.

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Crédito editorial: Deni Williams | Shutterstock.com

1990
No ano de 1990, o Verona da Volkswagen chegou
ao mercado de automóveis no Brasil - o mode-
lo Apollo. Ele acompanhou a grande tendência de
lançamento do Gol GTI, que também tinha injeção
eletrônica.

Como uma resposta a esse modelo, a Chevrolet lan-


çou uma nova edição do Monza, o modelo 500 EF,
que também tinha injeção eletrônica. O Uno Mille
foi lançado pela Fiat e um ano depois, os modelos
Gol e Santana, da VW, passaram por um facelift,
com novas versões.

O mercado de automóveis no Brasil passou por


grandes novidades no ano de 1992, principalmente
dando destaque para o Ford Escort XR3, que tinha
controle eletrônico de seus amortecedores. A Che-
vrolet, então, lançou o Kadett GS que era conver-
sível e inseriu o Versailles e o Santana no sistema
de freios ABS antitravamento.

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Crédito editorial: Gaschwald | Shutterstock.com

Diversas novidades foram chegando nesse ano,


como o substituto do Opala, o Omega, o Gol 1.0,
Chevette Junior, Ford Escort Hobby. Além disso, a
Volkswagen teve uma nova geração, lançando mo-
delos como Quantum, Fiat Uno 1.5, Ford Royale e
Uno Mille Eletronic.

No ano de 1993, a pedido do presidente Itamar


Franco, o Fusca passou a ser produzido novamen-
te no mercado de automóveis no Brasil. Neste ano,
o Volkswagen Logus, as peruas Ipanema e Chevro-
let Suprema, Fiat Tempra, Chevrolet Vectra e Fiat
Uno esportivo também foram lançados, com dife-
renciais de injeção eletrônica, modelos de 4 portas
e bem mais potentes que modelos anteriores.

Em 1994, o Chevrolet Corsa foi lançado no mercado


de automóveis no Brasil e como era um carro bem
moderno para a época, a VW, sendo concorrente,
trouxe um lançamento também: o Volkswagen Gol

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Crédito editorial: adolf martinez soler | Shutterstock.com

em uma geração diferente, com todas as opções


do motor e injeção eletrônica.

O Fiat Mille ELX também chegou nesse mesmo pe-


ríodo, além do Fiat Uno esportivo 1.4 turbo e tam-
bém o Tempra 2.0.

No ano de 1995, a Chevrolet anunciou que a picape


S10 seria lançada no mercado de automóveis no
Brasil em uma versão que tinha a cabine fechada.
Além disso, outras variantes de modelos já exis-
tentes também foram lançadas neste mesmo ano.

O Vectra teve o seu tamanho ampliado e passou


por uma nova geração, onde sua produção era na-
cional. Em 1997, a Fiat lançou o Palio Weekend e o
Tipo, os primeiros modelos de carros nacionais que
tinham airbag.

Os modelos da picape S10 foram ampliados, com


algumas versões de cabinas e motores mais avan-
çados, além do câmbio automático. A picape Sil-

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verado também foi uma novidade.

A Ford apresentou o Ford Ka, um modelo compac-


to que chamou muita atenção dos consumidores.
As gerações da Saveiro, pela VW, também foram
estreadas.

A fábrica da Fiat revolucionou o mercado de au-


tomóveis no Brasil com o Marea Sedan e Weeke-
nd, modelos tecnológicos e potentes. Além disso, o
Siena 1.0 e a Strada também foram apresentados
com 6 marchas manuais.

A Toyota trouxe o modelo Corolla para os brasilei-


ros e o Astra e Vectra foram lançados neste mesmo
ano pela Chevrolet. Antes dos anos 2000, muitos
outros modelos ainda estavam prestes a chegar,
o que deixava os motoristas apaixonados por car-
ros muito animados, afinal, as tecnologias já eram
bem avançadas.

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Crédito editorial: Art Konovalov | Shutterstock.com
Crédito editorial: otomobil | Shutterstock.com

2000
Nos anos 2000, o mercado de automóveis no Bra-
sil presenciou uma grande revolução. A Chevrolet
lançou o Celta, a Fiat lançou o Palio, a Renault lan-
çou o Clio Sedan, a Honda apresentou um novo Ci-
vic e a Chevrolet trouxe novas atualizações da S10
e da Blazer.

A Volkswagen não ficou para trás, trazendo a op-


ção do Gol com motor turbo 1.0 e também da Pa-
rati. As minivans passaram a ser comercializadas
nos modelos da Zafira e Xsara Picasso, assim como
a Fiat Doblô e o Peugeot 206.

O Polo foi lançado no ano de 2002 e a Chevro-


let trouxe uma versão renovada do sedã e do Cor-
sa, além do Celta de 4 portas e do novo Meriva.

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Em 2003, a Ford ainda não sabia que revoluciona-
ria tanto o mercado de automóveis no Brasil, mas
apresentou o EcoSport que foi um dos maiores su-
cessos até então.

A Volkswagen não ficou para trás, e com o Gol To-


tal Flex trouxe grandes mudanças para o mercado,
afinal, era o primeiro carro do país a ter flexibiliza-
ção do uso de combustível em seu motor.

O Honda Fit também foi uma grande novidade, pois


era o primeiro carro do Brasil a ter câmbio CVT. O
Citroen C3, as versões da Fiat Palio, VW Fox, Hon-
da Civic, Renault Clio e Montana também foram
lançamentos destacados.

Outras novidades ainda surgiram no mercado de


automóveis no Brasil, como o Toyota Fielder, as ver-
sões do Palio e Fiat Mille, com outras opções que
não tinham nos modelos anteriores.

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Crédito editorial: emirhankaramuk | Shutterstock.com
Em 2005, o Chevrolet Vectra passou por uma re-
visão em seu conceito, além da VW apresentar o
Crossfox, e a Fiat lançar a minivan Idea. O lança-
mento da Kombi com motor refrigerado 1.4 tam-
bém ganhou destaque na década de 2000.

Outros modelos começaram a surgir nos anos de


2006 e 2007. Fábricas como a Fiat, Chevrolet, Re-
nault e Honda continuavam investindo em novas
tecnologias para que os modelos lançados de car-
ros fossem vendidos e entrassem para a história
de lendas de veículos no Brasil.

O modelo do Honda Fit trocou o seu câmbio CVT


pelo câmbio automático, e outras versões de car-
ros passaram a ser substituídos. A Hyundai vol-
tou a lançar versões de carros no Brasil e modelos
como o Peugeot passaram por mudanças de nome
e facelift.

Crédito editorial: Art Konovalov | Shutterstock.com

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Em 2009 o Honda City foi lançado e outras estreias
de modelos de carros também marcaram o merca-
do de automóveis no Brasil, como a Fiat Strada,
Punto T-Jet, Nissan Livina, Fox, Saveiro, Polo Blue-
motion, Peugeot SW Escapade e a JAC também
chegou ao Brasil.

O modelo do Uno passou a não ser chamado de


Mille mais e, em 2010, recebeu uma grande mu-
dança em seu modelo desde os anos 80, quando
foi lançado pela primeira vez. O Citroen Aircross,
picape Chevrolet Montana e picape Peugeot Ho-
ggar chegaram ao mercado, enquanto outros mo-
delos passavam por facelift.

Crédito editorial: Grisha Bruev | Shutterstock.com

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O Renault Duster foi considerado o primeiro con-
corrente do modelo da Ford Ecosport, e chegou
ao mercado apenas em 2011. O Fiat Palio voltou
com uma nova versão, enquanto o Chevrolet Cru-
ze substituiu o Vectra.

O modelo da Renault Fluence entrou no lugar do


modelo Mégane. Em 2012, mais lançamentos tam-
bém ganharam destaque e foram importantes para
o mercado de automóveis no Brasil.

Com o passar dos anos, novas gerações de carros


foram produzidas, enquanto outros modelos pas-
saram por melhorias em motores, estética e po-
tência.

Crédito editorial: Art Konovalov | Shutterstock.com

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Diversos lançamentos foram observados no mer-
cado que ganharam grande destaque, como o Peu-
geot 208, o Honda Civic, Chevrolet Prisma, Renault
Logan e Hyundai, ainda no ano de 2013.

Já em 2014, modelos mais compactos como o


Volkswagen Up, o Toyota Corolla, Honda Fit, Nis-
san March e Força Ka também ganharam destaque
por conta de suas características.

Depois que o HR-V da Honda, o Peugeot 2008 e o


Jeep Renegade foram lançados, eles viraram gran-
des concorrentes das SUVs e dos Crossovers.

Crédito editorial: Chris Henry | Unsplash.com

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Outras novidades: o modelo Chery Celer passou a
ser brasileiro, a SUV Duster teve uma versão de pi-
cape diferente e o Sandero passou por novidades
para ser uma opção mais esportiva.

A Audi apresentou o Sedan A3 brasileiro e a VW, o


Up, que tinha um motor inovador com três cilindros
turbo. O Nissan March também tinha três cilindros
em seu motor e o HB20 passou por inovações como
outros modelos que estavam em alta na época.

Como observado, nos anos 2000, além de diver-


sos novos modelos de carros serem criados para a
agregar valor ao mercado de automóveis no Bra-
sil, muitos deles também sofreram alterações, mu-
danças e melhorias em seus motores para aumen-
tar a potência e chamar ainda mais a atenção dos
consumidores brasileiros.

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Crédito editorial: Deni Williams | Shutterstock.com
INOVAÇÕES
DO MERCADO
Depois de muitas alterações, melhorias e novos
modelos, o mercado de automóveis no Brasil pas-
sou por alguns problemas, como em qualquer ou-
tro mercado.

Como as vendas eram bem altas, as fábricas nor-


malmente não se preocupavam com alguns defei-
tos, mas o mercado de automóveis é bem sensível
e isso fez com que os fabricantes tivessem que se
preocupar um pouco mais com a necessidade de
melhorar e trazer mais qualidade para os veículos.

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Crédito editorial: Jarhe Photography | Shutterstock.com
Em alguns anos, mesmo que novos lançamentos
fossem feitos, alguns carros ainda sofriam com a
falta de performance. Com o passar dos anos, esse
ponto foi melhorado pelas fábricas e isso mudou.

As melhorias e facelift que eram feitas não eram


apenas para chamar a atenção do consumidor, mas
também para entregar um carro ágil com um bom
motor, potente e com todas as características para
atender às necessidades e demandas dos clientes.

Novas versões de motores, novos materiais de fa-


bricação, tudo isso passou a ser considerado como
essencial conforme os carros eram fabricados pe-
las empresas.

Depois de uns anos, as fábricas passaram a fabricar


automóveis destinados a participarem de corridas.
As potências desses carros eram bem maiores do
que aqueles considerados esportivos, por exemplo.

Esses carros passavam por longos testes e provas


e as fábricas passaram a criar uma opinião interes-
sante sobre eles, afinal, se os carros eram bons para
as pistas, eles também poderiam ser bons para as
ruas.

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Crédito editorial: Lawrence Carmichael | Shutterstock.com

NOVA
MENTALIDADE
DOS
FABRICANTES
A partir do ano de 1967, uma importante mudança
pode ser observada na mentalidade dos fabrican-
tes de veículos do mercado de automóveis no Bra-
sil. Isso aconteceu depois de sofrerem com muitas
crises nas vendas e entender que o público já não
era mais o de 1960, onde os consumidores aceita-
vam o que as fábricas produziam e não recebiam
análises de suas críticas foi essencial.

Os compradores passaram a ser mais exigentes,


procuravam se informar e sabiam negar a compra
de um veículo que não tinha qualidade o suficiente
para o que ele estava procurando.

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O VW foi um modelo que sofreu alteração, afinal,
desde o ano de 1959 ele utilizava um motor ultra-
passado de 1200 cm3. No ano de 1967, recebeu
um motor com 1300 cm3 que era bem superior em
potência do que o antigo, fazendo com que novos
modelos pudessem ser desenvolvidos também com
esse motor.

Esse novo motor permaneceu sendo utilizado de-


pois de muito tempo nos veículos da VW, e em al-
guns deles, as cilindradas eram ainda maiores, po-
dendo ser entre 1600 a 1700. Para destacar essas
melhorias no desempenho dos veículos, a VW fez
um lançamento com ações publicitárias da linha
para que os consumidores pudessem conhecer.

Muitos construtores independentes, depois do


lançamento desse novo motor, passaram a usar
componentes como esses em suas construções.
A Puma, que antes usava a DKW, passou também
a usar VW. A fábrica da Gurgel também passou a
criar o Jipe.

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Crédito editorial: sarunyu rapeearparkul | Shutterstock.com
Outros automóveis esportivos como o Jipinho e
o Lorena, que foram os precursores dos buggies,
também fizeram sucesso tempos depois. A partir
do ano de 1967, um modelo de carro surgiu para re-
volucionar totalmente o conceito que os brasileiros
tinham sobre qualidade no mercado de automóveis
no Brasil.

O Galaxie era um carro que foi produzido no Brasil


praticamente da mesma forma com que era pro-
duzido em seu país de origem. Ele era um modelo
totalmente silencioso, com a parte interna extre-
mamente confortável e o seu funcionamento era
diferente de tudo o que já haviam visto.

Quando o comprador do Brasil conheceu o Galaxie,


ele observou que a qualidade desse automóvel era
bem alta e passou a se tornar mais exigente ainda
com os carros que eram produzidos aqui no Brasil.

Crédito editorial: Alberto Zamorano | Shutterstock.com

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A Ford passou a assumir o controle da Willys e, com
as análises do conforto que o Galaxie apresentava
e a dureza do Aero, fez com que o projeto M fosse
lançado, criando o primeiro Corcel.

Em 1969, o primeiro Corcel passou a sair nas ruas,


com 4 portas e sendo classificado como o primeiro
carro totalmente feito no Brasil. Seu motor dian-
teiro tinha origem na França e a tração dianteira
era um pouco mais cara do que outros modelos de
carros, mas trazia um ótimo conforto e bom de-
sempenho.

Em 1969, o Opala foi lançado, o que também aju-


dou a aumentar a qualidade dos brasileiros. Nessa
época era totalmente possível comprar um carro
veloz, barato, confortável, macio e que fosse feito
totalmente no Brasil.

Com dois melhores modelos de motores, um com


quatro cilindros de 2500 cm3 cada e o outro com
seis cilindros de 3800 cm3, o Chevrolet Opala de 4
portas tinha um desempenho incrível para a época.

Crédito editorial: Alkim SARAC | Shutterstock.com

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Eles eram fabricados por uma empresa de cami-
nhões e, pela primeira vez no país, eles se disponi-
bilizaram para fazer carros e mesmo que tivessem
problemas com acabamento ou freios não eficien-
tes, o desempenho dos motores era de se impres-
sionar e estavam um passo à frente.

O mercado de automóveis no Brasil mudou tão rá-


pido depois disso que muitos modelos passaram
a ser abandonados a partir do lançamento de ou-
tros. Isso aconteceu com o DKW Vemag, quando a
fábrica responsável por sua criação parou de ser
chamada de Vemag e era apenas a Fábrica II.

Modelos como Gordini, Renault Dauphine e Inter-


lagos também sofreram com isso, assim como o
Esplanada da Chrysler e o Regente tiveram seus
lugares substituídos pelo Dodge Dart, em 1969.

O carro Itamaraty também não pode continuar,


sendo substituído pelo Aero Willys pouco tempo
depois. Ainda em 1968, um novo VW com 4 portas
surgiu e mesmo que a fábrica tenha dito que não
ia parar de fabricar o besouro e ter punido um co-
laborador de instalar 4 portas no modelo de fusca.

A principal intenção que esse modelo tinha era de


enfrentar o Corcel que depois de uma mecânica
mais comprovada e conhecida, também tinha uma
estética melhor.

Crédito editorial: Daniel De Lima| Unsplash.com

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Crédito editorial: Courtney Cook | Unsplash.com

DESAFIOS DA
INDÚSTRIA
BRASILEIRA
Para a indústria de automóveis no Brasil, os desa-
fios foram bem altos. Podemos destacar a digitali-
zação, ampliação, conectividade do carro e eletri-
ficação do propulsor, por exemplo.

O mercado tinha um objetivo comum entre as fá-


bricas: diminuir os valores de vendas dos carros
para que os clientes pudessem ser convencidos de
que eles precisam trocar seus veículos. Mas, cres-
cer em um mercado que está próximo do esgota-
mento pode não ser tão simples assim.

51
Muitas pessoas acreditam que estamos próximos
do fim da era dos automóveis e não levam em con-
sideração o passado, a construção desse mercado
e as mudanças de mobilidade atuais.

Há poucos anos atrás, o aumento das vendas de


carros novos ainda era bem expressivo. Entre os
anos de 1960 a 1990, as frotas se multiplicaram
demais e os modelos passaram de 127 milhões para
583 milhões de unidades.

No ano de 2010, essa frota atingiu a marca de 1 bi-


lhão de unidades fabricadas e vendidas, totalizan-
do mais que o dobro em quase 20 anos. Com isso,
as famílias e empresas ganharam uma mobilidade
bem maior do que em qualquer outro momento da
história.

Nesses números também devemos somar as des-


pesas com a fabricação dos carros, as vendas, o
uso dos veículos, as manutenções feitas, as estra-
das criadas e a logística de abastecimento desen-
volvida, fazendo com que o mercado de automó-
veis no Brasil seja a maior indústria do século.

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Crédito editorial: Andrey Baidak | Shutterstock.com
Atualmente já são mais de 1,4 bilhões de veículos
registrados e nesse número não estão apenas os
carros, mas também os ônibus, vans e caminhões,
tirando apenas os veículos de duas rodas.

As bicicletas, skates e patinetes também não en-


tram nessa conta, afinal, estão sendo cada vez mais
eletrificados, trazendo uma mobilidade individual
totalmente diferente. Esses dados são aproxima-
dos porque não tem como totalizar a quantidade
de automóveis circulantes.

Existem diversos modelos de veículos antigos que


ainda estão em serviço, mas distantes do globo e
muitos países não possuem profissionais que cap-
tam informações ou classificam os veículos para
saber a quantidade existente de maneira exata.

Apesar disso, o mercado de automóveis no Brasil


pode contar com um banco de dados para anali-
sar a evolução dessa indústria nos últimos anos,
analisar as informações sobre a produção anual de
automóveis e ter acesso a quantidade circulantes
deles.

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Crédito editorial: Hrebeniev Vladyslav | Shutterstock.com
É claro que ao longo dos anos, em determinados
momentos, o mercado de automóveis no Brasil so-
freu com a perda de força nas fabricações. Essa
variação pode ser por diferentes fatores, levando a
diminuição das produções.

Recentemente, ao tentar reduzir os deslocamen-


tos e o contato durante o combate à pandemia, o
mercado de automóveis no Brasil também foi im-
pactado. Foram milhares de novos veículos cria-
dos segundo informações, um número bem próxi-
mo aos fabricados em 2017, por exemplo.

Depois dessas atividades em alta, é comum que


haja um declínio nas produções de veículos. Essa
variação pode apresentar uma queda em um perí-
odo curto, mas depois as produções se normalizam
novamente.

De acordo com o histórico, é importante lembrar que


os números podem ser segmentados, assim como
as diferentes dinâmicas devem ser observadas.
Existem momentos em que o mercado de automó-
veis no Brasil vai passar pelo recorde de produção,
assim como em outros momentos, essa produção
será mais baixa, o que é totalmente normal.

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Crédito editorial: Karlo Curis | Shutterstock.com
Crédito editorial: TP71 | Shutterstock.com

CARROS
CLÁSSICOS
NO BRASIL
Mesmo que os carros desenvolvidos, que são con-
siderados como lendas para o mercado de auto-
móveis no Brasil, ainda sejam vistos nas ruas até
os dias de hoje, existem alguns modelos que po-
dem ser classificados como clássicos.

Muitas pessoas possuem dúvidas sobre quando


podem definir um veículo como carro clássico, pois
ele pode ser clássico para a sua visão ou por outro
motivo específico. Mas, falando em termos técni-
cos, existem alguns pontos que devem ser consi-
derados.

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Ao pensar que um carro se tornou um clássico, sai-
ba que provavelmente ele possui mais de 25 anos
de fabricação. Isso não significa que esse modelo
seja ultrapassado, por exemplo, muito pelo contrá-
rio, pode ser um carro moderno e contemporâneo.

Os modelos de carros clássicos que são bem mais


antigos do que os que possuem 25 anos, também
podem ser considerados uma antiguidade. Os car-
ros clássicos também podem ser aqueles especiais,
que foram fabricados em edições limitadas e pre-
ços bem altos.

Além dessa nomenclatura, o carro clássico tam-


bém possui outras questões atreladas. Em alguns
países, os carros mais antigos são isentos de im-
postos e precisam ser mais velhos do que duas dé-
cadas e meia.

No Reino Unido e na Holanda, para que o carro seja


considerado como clássico, ele precisa ter mais de
40 anos e, com isso, também é isento de impostos.
No Brasil essa isenção também acontece.

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Crédito editorial: Paulo Freitas | Unsplash.com
Nos estados de Goiás, Roraima, Acre e Rio Grande
do Norte, os carros que tenham mais de 10 anos
são isentos do IPVA. Existem muitos apaixonados
por carros que possuem esses exemplares clássi-
cos em suas garagens, principalmente como itens
de colecionadores.

Ter a chance de comprar um carro desse infelizmen-


te não faz parte da realidade de muitas pessoas, e
por isso, participar de sorteios de carros clássicos
pode ser uma excelente opção.

Crédito editorial: Carly Reeves | Unsplash.com

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BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book se
basearam nos conteúdos abaixo listados:

Crédito Editorial
Alexgtacar - Pexels.com (Foto de Capa)

Lendas: Automóveis no Brasil


https://revistacarro.com.br/historia-do-automovel-no-brasil-rica-e-apaixonante/ Acesso em 15/09/22.

Automóveis Produzidos no Brasil


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Indústria Nacional
https://autopapo.uol.com.br/noticia/carros-mais-vendidos-do-brasil-desde-1957/ Acesso em 15/09/2022.

https://acessecarros.com.br/5-carros-brasileiros-que-fizeram-historia/ Acesso em 15/09/2022.

https://autopapo.uol.com.br/noticia/carros-mais-vendidos-do-brasil-desde-1957/ Acesso em 15/09/2022.

Inovações do Mercado
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cron=1676556203.4186921119689941406250#:~:text=J%C3%A1%20um%20ve%C3%ADculo%20muito%2C%20muito,-
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Nova Mentalidade dos Fabricantes


https://cenariospetroleo.editorabrasilenergia.com.br/o-desafio-da-industria-automobilistica-na-decada-de-
-2020/#:~:-text=A%20queda%20das%20vendas%2C%20a,rupturas%20n%C3%A3o%20est%C3%A3o%20nas%20pr-
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Desafios da Indústria Brasileira


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Carros Clássicos no Brasil


https://www.litoralcar.com.br/blog/curiosidades/os-8-carros-classicos-brasileiros-mais-iconicos/ Acesso em 15/09/2022

Este e-book, caracterizado como uma obra literá-


ria, produzido pela Retornar e de sua integral titu-

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laridade, contém citação de marcas de terceiros em
caráter meramente informativo, na forma autori-
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cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
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