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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................. 3

UMA MOTOCICLETA ÚNICA.................................... 6

TODOS PELA LIBERDADE,


LIBERDADE PARA TODOS.......................................64

BIBLIOGRAFIA...........................................................58

CONHEÇA O INSTITUTO RETORNAR................... 60

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Crédito editorial: Armensl | Shutterstock.com

INTRODUÇÃO
Um verdadeiro fã de motocicletas sabe que a ma-
gia de estar sobre uma moto não está apenas em
pilotá-la. É sobre conhecer sua história, suas nu-
ances, as opções disponíveis e também as curiosi-
dades, mitos e verdades que a cercam.

Afinal, desde 1884, quando Edward Butler criou a


primeira motocicleta do mundo, muita coisa acon-
teceu para que chegássemos às máquinas impres-
sionantes que vemos hoje.

Na trilha dessas invenções, a Harley-Davidson se


destaca não apenas como motocicleta, mas como
um estilo de vida.

Pilotar uma Harley-Davidson vai muito além de sim-


plesmente se movimentar sobre duas rodas. Em-
bora muitas outras tentem se assemelhar a uma
Harley-Davidson, todo fã sabe que nenhuma ou-
tra motocicleta pode oferecer ao piloto a mesma
sensação: do cheiro do couro à vibração do motor,

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do som do ruído de escape ao visual que encanta
gerações e o sabor de liberdade, autenticidade e
estilo que só uma Harley-Davidson oferece.

Há uma grande chance de que você já esteja fami-


liarizado com a experiência de pilotar uma Harley
ou mesmo sonhe com isso, mas há muitas curio-
sidades que talvez nunca tenha imaginado sobre
esse fenômeno com raízes em Milwaukee.

Além de uma história impressionante cheia de altos


e baixos, nem sempre tomando as melhores deci-
sões de negócios, mas sempre comprometida em
entregar qualidade para seus consumidores, essa
é uma empresa que do nome à logo é cheia de fa-
tos interessantes.

Crédito editorial: Gürsu Yaman | Pexels.com

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Por isso, se você é um entusiasta da Harley-David-
son, não pode deixar de conferir essas informações
e curiosidades sobre a marca que se destaca como
uma das mais famosas do mundo.

Crédito editorial: Olavi Anttila | Pexels.com

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Crédito editorial: Kevin Bidwell | Pexels.com

UMA
MOTOCICLETA
ÚNICA
Entusiastas do motociclismo sabem que a Harley-
-Davidson é uma motocicleta única. E o que a des-
taca tanto entre as demais?

Essa é uma marca que nunca compromete o brilho


das motos: todas as H-D apresentam um visual,
estilo e design impecáveis que as tornam diferen-
tes das demais. Todo proprietário se sente orgu-
lhoso de sua Harley-Davidson e seus produtos.

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E, numa empresa com tanta tradição, não faltam
fatos interessantes sobre os quais nos debruçar.
Não são apenas motocicletas, mas também res-
taurantes, museus e clubes destinados aos fãs da
Harley em todo o mundo.

Crédito editorial: F. Maplefjord | Pexels.com

Em meio a muitos momentos difíceis, essa empre-


sa soube se levantar e continuar oferecendo a seus
consumidores fiéis a qualidade e autenticidade de
seus produtos. Sobreviveu à Grande Depressão,
forneceu motos impressionantes que fizeram parte
de guerras e até mesmo desenvolveu modelos que
colaboraram para que a polícia americana pudesse
proteger melhor os cidadãos.

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As Harley-Davidsons contam com maiores ângu-
los de inclinação e distância mais longa entre os ei-
xos, o que lhes confere uma estabilidade e conforto
que as tornam muito respeitadas entre viajantes
de cross-country e também figura entre as máqui-
nas potentes de corrida, subindo diversas vezes ao
pódio e ganhando uma série de prêmios.

Além de tudo isso, ainda conta com uma base de


fãs global que incorpora seu estilo e filosofia. Em
uma matéria publicada pela AutoEsporte, Marco
Aurélio de Alcântara, diretor da Harley-Davidson
na Autostar, afirmou que alguns chegam a gastar
mais de R$ 25 mil em roupas, brindes, acessórios
e miniaturas da Harley-Davidson em uma loja que
fica anexa à concessionária.

Como ele afirma, “é um estilo de vida. Você não


quer apenas a motocicleta. Tem que levar a jaque-
ta, o pingente e a camiseta – e ainda se associar ao
Harley Owners Group, que é um dos maiores mo-
toclubes do mundo”.

Crédito editorial: David Sirila | Pexels.com

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1. De bicicleta a motocicleta
Muitas pessoas não sabem mas, no início, a moto-
cicleta era chamada de “bicicleta à gasolina”. Isso
porque as primeiras motocicletas eram basicamen-
te bicicletas com motor a vapor e com a invenção
do ciclomotor com motor de combustão interna,
creditada ao alemão Gottlieb Daimler e a Wilhelm
Maybach, tornaram-se bicicletas com um motor à
gasolina.

Crédito editorial: S.Candide | Shutterstock.com

O nome ‘motocicleta’ só surgiu em 1894, quando a


Hildebrand & Wolfmuller, uma empresa alemã, se
tornou a primeira a fabricar comercialmente o veí-
culo de duas rodas que chamou de “motorrad”.

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Embora a H-D seja conhecida por suas motocicle-
tas, a verdade é que tudo começou com um motor:
quando William S. Harley e seus amigos Arthur e
Walter Davidson construíram um pequeno motor
projetado para caber numa bicicleta comum, faci-
litando a vida do ciclista.

Essa primeira tentativa, no entanto, não deu certo:


a bicicleta não conseguiu subir pequenas colinas
com a força do motor. A primeira máquina só seria
construída em 1904. Além disso, ela parecia exa-
tamente isso: uma bicicleta comum acoplada a um
motor.

Ainda assim, uma curiosidade que muitos não sa-


bem é que lá pelo início da história da Harley-Da-
vidson, em 1917, ciclistas puderam ter uma experi-
ência com bicicletas projetadas para se parecerem
com as motocicletas da marca.

Crédito editorial: Buqi | Shutterstock.com

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A ideia de fazer bicicletas tinha um objetivo: atrair
adolescentes que desenvolvessem paixão pela em-
presa, esperando que eles comprassem uma moto-
cicleta quando crescessem, maximizando os lucros
a longo prazo. Os ciclos foram pintados em verde-
-oliva para expressar apoio às tropas americanas.

Crédito editorial: SunflowerMomma | Shutterstock.com

Com uma qualidade memorável e um H-D cravado


na roda dentada dianteira, hoje uma bicicleta des-
sas é um item de colecionador. Eram bem traba-
lhadas e confortáveis, o que deixava elas um pou-
co mais caras também. Hoje, essas bikes podem
ser trocadas por milhares de dólares entre colecio-
nadores e aficcionados.

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A 7-17 Special, cujo preço original de tabela era
U$35, tinha um tubo de estrutura superior torcido,
recebia a mesma tinta verde-oliva e era, na época,
top de linha.

O modelo tinha sido projetado para pessoas de es-


tatura menor e possuía um quadro baixo e com-
pacto, aros de madeira de 28 polegadas e pneus
Firestone terracota.

Embora as primeiras bicicletas H-D fossem muito


boas, bonitas e confortáveis, eram muito caras e,
já em 1920, representavam apenas uma pequena
fatia dos negócios da empresa (4%). Assim, a pro-
dução foi descontinuada em 1921.

Crédito editorial: SunflowerMomma | Shutterstock.com

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2. A Harley-Davidson faz parte do
início da história da motocicleta no
Brasil
Enquanto na Alemanha a história das motocicle-
tas surgiu em 1896 com a Hildebrandt & Wollfmül-
ler, no Brasil, ela começou apenas no século pas-
sado, com a Harley-Davidson e a Indian chegando
ao país.

Crédito editorial: S.Candide | Shutterstock.com

Com essas e outras motos, começaram a surgir


muitos clubes de moto e competições em territó-
rio brasileiro. Durante a Segunda Guerra Mundial,
as importações de motos para o país foram inter-
rompidas, tendo retornado apenas depois do fim
da guerra.

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Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

3. A primeira Harley-Davidson só
chegava a 40 km/h e uma lenda diz
que ela tinha uma lata de tomate
como carburador
Quando o assunto é Harley-Davidson, impossível
não pensar na sensação libertadora da velocidade
e do vento enquanto pilota. Embora em 2020 a pi-
loto Angelle Sampey tenha estabelecido um novo
recorde mundial de velocidade para motos elétri-
cas com uma Harley-Davidson LiveWire (modelo
que pode chegar a 177 km/h em uma competição
de arrancada), a primeira Harley-Davidson de to-
dos os tempos atingiu apenas 40 km/h.

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O então protótipo, em 1904, empolgou tanto
William S. Harley e Arthur Davidson que eles ime-
diatamente participaram de uma corrida de motos
e terminaram em quarto lugar!

Uma informação que não é consenso entre os


amantes da montadora é de que essa primeira Har-
ley-Davidson teria um motor monocilíndrico que
usava uma lata de tomate como carburador.

Há muitas fontes que corroboram essa informação,


como o livro "Everything You Need to Know: Har-
ley-Davidson Motorcycles", que menciona o fato
como parte da tradição da Harley.

Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

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Outros autores, no entanto, são mais céticos: em
"At the Creation: Myth, Reality, and the Origin of
the Harley-Davidson Motorcycle", 1901-1909, Her-
bert Wagner nega a história.

Willie G. Davidson, neto do Davidson fundador,


também tem dúvidas e levanta a questão: "não
consigo vê-los se contentando com algo tão pri-
mitivo".

Independente de acreditar ser verdade ou não, a


informação faz parte do imaginário Harley David-
son e não pode faltar neste volume.

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Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com
4. A Harley-Davidson já produziu
mais de 5 milhões de motocicletas
na fábrica de York
Em 2019, quando estava prestes a lançar a LiveWi-
re (versão elétrica), a Harley-Davidson comemorou
a marca de 5 milhões de motocicletas produzidas
na fábrica na cidade de York. Embora os primeiros
modelos produzidos no local tivessem sido Ironhe-
ad Sportster e Shovelhead, o modelo que estabe-
leceu a marca foi uma Heritage Classic preta.

As operações em York começaram no fim da Segun-


da Guerra Mundial, quando a Marinha norte-ame-
ricana solicitou uma fábrica para cobrir a demanda
de armas antiaéreas. Por conta disso, a produção
foi de Milwaukee (Wisconsin) para York (Pensilvâ-
nia).

Crédito editorial: Holger Woizick | Unsplash.com

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5. Uma viagem no tempo com a Har-
ley-Davidson
Se algum dia você for a Milwaukee, não pode deixar
de visitar o museu que conta a história da monta-
dora. Com relatos e exposições interativas, o mu-
seu é uma ode à liberdade e ao amor pelo esporte.

Crédito editorial: Paulo Nabas | Shutterstock.com

Com um acervo que reúne uma coleção incompará-


vel de motocicletas em dois andares de exposição,
um campus-parque de 8 hectares, restaurante e
calendário com diversas atividades para os fãs da
marca, o H-D Museum é um dos pontos turísticos
mais visitados de Milwaukee, atraindo entusiastas
do mundo inteiro.

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Eles têm, ainda, uma sala onde os motores Harley
são desmontados e você pode ver como eles são
produzidos. A experiência é algo de outro mundo
para os amantes de duas rodas.

Crédito editorial: Paulo Nabas | Shutterstock.com

Nas palavras de Bill Davidson, “o H-D Museum não


apenas conta a história da Harley-Davidson, mas
é também o local onde nossa história e a herança
da nossa paixão ganham vida”.

E ganham vida mesmo: na ocasião do 115º aniver-


sário da Harley-Davidson, por exemplo, a equipe do
Museu criou um projeto especial para relembrar o

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passado da empresa: com base em exemplares de
bicicletas H-D originais, a Heritage Bicycles of Chi-
cago, uma fabricante de bicicletas-relíquia custo-
mizadas, foi chamada para criar modelos que, ain-
da que não fossem réplicas exatas do 1917 Model
7-17 Special, trariam sua personalidade de volta à
vida.

Para quem gosta de motocicletas, o Museu Har-


ley-Davidson é um destino que não pode deixar de
fazer parte dos seus planos.

Crédito editorial: Aizal Ibrahim | Shutterstock.com

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6. Quando a história da Harley-Da-
vidson cruzou com a da Aermacchi
Muito embora a Harley-Davidson seja intimamen-
te associada ao motor V-Twin (configuração que
surgiu em 1909 e não se alterou desde então), em
1960 a história da montadora se cruzou com a da
fabricante italiana Aermacchi, momento em que
produziu motocicletas Aermacchi-Harley-David-
son que usavam o projeto de motor monocilíndrico
Aermacchi.

Alguns vão defender, no entanto, que essas nunca


foram verdadeiras Harley-Davidsons.

Crédito editorial: 422737 | Pixabay.com

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Crédito editorial: orso bianco | Shutterstock.com

Naquele momento a parceria fazia sentido: a HD


comprou 50% da Aermacchi para ajudá-los a com-
petir no mercado de pequenas cilindradas. Com a
invasão japonesa no segmento, a Harley-Davidson
precisava de algo competitivo.

A Aermacchi era uma boa opção: já construíam


uma 250cc eficiente, sucessora de uma Quimera
de 175cc. Com um par de cilindros de 125, eles cria-
ram 250 dos 52 cavalos que pesavam 108kg.

Além disso, o acordo foi bom financeiramente: como


a Aeronáutica Macchi, empresa-mãe da Aermac-
chi, queria focar no segmento de aviões, alienaram
as operações de moto a um preço atraente.

Em 1974, a AMF-H-D comprou a metade faltante


da Aermacchi e, em 1978, foi vendida para a Cagiva.

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Crédito editorial: orso bianco | Shutterstock.com
7. Como um porco doméstico fez
história
Se você é um fã da H-D, provavelmente já viu por aí
a sigla HOG, de Harley Owners Group, organização
de ciclistas que foi criada em 1983. Muitos pilotos
de Harley se referem às suas motos como “HOG”.
Em inglês, “hog” se refere a um porco doméstico,
então por que a Harley-Davidson escolheu justa-
mente essa sigla?

O nome “porco” se tornou um sinônimo para Har-


ley-Davidson e a história por trás desse apelido é
bem interessante.

Crédito editorial: Vladimir Zhupanenko | Shutterstock.com

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Há quem pense que o nome tenha relação com o
som imponente do motor ou com o tamanho da
bike, mas na verdade, pelos idos de 1920, um gru-
po de meninos de fazenda corria com suas Harleys
nos fins de semana.

Crédito editorial: Pixabay | Pexels.com

Um dos rapazes, Ray Weishaar, tinha um leitão que


virou um mascote muito querido da equipe e que o
levava nas voltas de vitória após as competições.

Missy Scott, em “Harley-Davidson Motorcycle


Company” conta que esses meninos eram carinho-
samente conhecidos como os “meninos de porco”.

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Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

A Coca-Cola afirma que o surgimento do apelido


aconteceu em uma corrida de 200 milhas em Ma-
rion, Illinois. Há uma foto de Weishaar com o leitão
dando um gole em uma Coca-Cola, logo após a
equipe Harley conquistar os três primeiros lugares.

Independente da origem do nome, é no Harley


Owners Group que donos de Harleys de todo o mun-
do se encontram para trocar ideias e se conectar a
partir do amor pelo motociclismo. A adesão de um
ano é gratuita para quem compra uma nova Har-
ley. O pacote de assinatura chega dentro de 4 a 6
semanas pelos correios.

Os benefícios de ser um membro são muitos: além


do patch e do distintivo, o associado recebe aces-
so a eventos exclusivos, edições da revista HOG®
e muito mais.

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Crédito editorial: McCarthy's PhotoWorks | Shutterstock.com

Ainda que “porco” faça uma referência às corridas


da Harley e que HOG tenha se tornado o maior clu-
be de motociclistas do mundo, a palavra “porco” foi
usada de modo genérico para se referir a diversas
motocicletas e, por isso, não pode ser registrada
por Harley-Davidson.

Ainda assim, a empresa abraçou o apelido e con-


seguiu mudar seu nome na Bolsa de Valores para
HOG em 2006.

Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

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Crédito editorial: Paulo Nabas | Shutterstock.com

8. Existiram apenas 9 projetos de


V-Twin.
O V-Twin é realmente a estrutura reconhecida da
Harley-Davidson. O que muitos fãs não sabem é
que houve apenas 9 projetos de motores V-Twin
desde 1903, com diferentes cilindradas. São eles:
- Flathead
- Knucklehead
- Panhead
- Shovelhead
- Evolution
- Twin Cam
- Revolution
- Milwaukee Eight

- Revolution Max

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E o que mudou entre eles? Basicamente, as tampas
das válvulas que mudaram, apelidando os motores.
A estrutura básica do motor foi mantida. O Milwa-
ukee Eight, inclusive, foi lançado 15 anos depois de
seu antecessor. E o motor Sportster, que teve sua
produção a partir de 1957, é produzido até hoje.

Crédito editorial: Ken1843 | Pixabay.com

O primeiro V-Twin, no entanto, foi montado em um


quadro em 1909, sendo parte da história das Har-
leys a partir de então, ainda que a primeira versão
não tenha sido exatamente um sucesso em termos
de desempenho e tenha ficado apenas um ano em
produção.

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Um detalhe que não deve ser deixado de lado é que
o V-Twin não é uma invenção da Harley-Davidson
e a montadora não foi a primeira a utilizá-lo em
uma motocicleta. Essa responsabilidade ficou para
a rival, Indian Motorcycle, hoje parte da Polaris In-
dustries.

A Indian já produzia o V-Twin em 1904, tendo sido


utilizado em motos de corrida a partir de 1906. O
fato, no entanto, é que o motor ficou sendo parte
característica das H-Ds.

Crédito editorial: Sergey Zhesterev | Unsplash.com

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9. Um entre os dois sobreviventes
da Grande Depressão
Apesar de terem sido produzidas apenas 8 Harley-
-Davidson em 1905, em 1920 a H-D já era a maior
fabricante de motocicletas do mundo com presen-
ça em 67 países. Isso não significou, no entanto,
que a empresa não passou por momentos difíceis.

No final da década de 1920, a Grande Depressão


esmagou a indústria de motocicletas e apenas duas
empresas ficaram de pé: a Harley-Davidson e sua
principal concorrente, a Indian.

Com a crise resultante da quebra da bolsa em 1929,


motocicletas passaram a ser vistas como luxo, não
como necessidade, de modo que as pessoas evi-
tavam comprá-las, o que reduziu drasticamente o
número de vendas.

Crédito editorial: Florian Reiter | Pexels.com

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Crédito editorial: Lissandra Melo | Shutterstock.com

Para manter a receita fluindo, a Harley-Davidson


fez como muitas outras empresas e diversificou: co-
meçou a fabricar motores industriais por um certo
período e continuou de pé.

Antes mesmo do fim da Grande Depressão em 1933,


a Harley-Davidson já tinha acumulado dinheiro su-
ficiente para criar um novo modelo: a Servicar 1932
de três rodas.

Na verdade, a história da H-D mostra que a mon-


tadora se fortaleceu em momentos complicados -
nas duas Guerras Mundiais.

Em 1917, quando os Estados Unidos da América


decidiram se envolver na Primeira Guerra Mundial,
o governo americano encomendou mais de 20 mil
Harley-Davidsons para utilizar como meio de trans-
porte para suas tropas na Europa.

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Assim, as motocicletas H-D foram ficando conhe-
cidas pela qualidade e resistência. Com a Grande
Depressão em 1929, a Harley-Davidson viu suas
vendas caírem drasticamente (82%). Ainda assim,
a produção voltaria a aumentar com a chegada da
Segunda Guerra Mundial, quando os aliados en-
comendaram mais de 90 mil motocicletas.

Crédito editorial: Lissandra Melo | Shutterstock.com

Naquele tempo, ao voltarem da guerra na Euro-


pa e na Ásia, soldados veteranos adquiriam suas
motocicletas a um bom preço, o que popularizou
a H-D em solo americano junto com uma série de
filmes que fariam dela um ícone da contracultura,
como "O Selvagem", com Marlon Brando, e "Sem
Destino", com Dennis Hopper e Peter Fonda.

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10. O primeiro filme com uma Har-
ley
Certamente a Harley-Davidson marcou bastante
presença em Hollywood, mas vale lembrar que o
clássico "The Wild One" (O Selvagem), de 1963, com
Marlon Brando, foi o primeiro desempenho da mo-
tocicleta no cinema.

Embora no filme Brando não esteja pilotando uma


Harley, mas uma Triumph Thunderbird 6T, seu rival,
Chino, tinha uma H-D Hydra Glide 1950.

Crédito editorial: Nathan Dumlao | Unsplash.com

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Foi "Easy Rider" (Sem Destino), no entanto que, em
1969, ficou reconhecido como um filme de motoci-
cleta Harley-Davidson por excelência.

Crédito editorial: Max Earey | Shutterstock.com

No filme, Wyatt e Billy viajam sobre duas rodas pelo


sul estadunidense com o dinheiro de uma venda de
drogas, tentando chegar a New Orleans a tempo
do Mardi Gras, um dos carnavais mais conhecidos
do mundo.

Há muitas outras participações da Harley-David-


son nas telonas e algumas estrelas de Hollywood
inclusive já representaram a marca.

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Crédito editorial: SunflowerMomma | Shutterstock.com

11. Harley-Davidsons nas Guerras


Mundiais
Quem é fã de História não pode deixar de saber mais
essa curiosidade sobre a Harley-Davidson: parte
do motivo de a marca ser tão conhecida no mun-
do está relacionado à sua participação em Guerras
Mundiais.

O ambiente motociclístico de hoje tem muito a ver


com as guerras, não apenas pelo avanço tecnoló-
gico obtido durante esses períodos, como também
por toda uma cultura importada para o meio por
soldados veteranos.

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Crédito editorial: wedn | Pixabay.com
Talvez, ao pensar em motos utilizadas em guerras,
você pense nas motos alemãs com sidecar, mas
quando os Estados Unidos da América se juntaram
à Primeira Guerra Mundial, em 1917, compraram um
terço das motos Harley-Davidson para a batalha.

As motos H-D também foram utilizadas na Revo-


lução Mexicana, como uma tentativa de ajudar o
exército a capturar Pancho Villa depois que ele in-
vadiu Colombo, cidade americana no Novo México.

Embora não tenham conseguido capturá-lo, a ex-


periência mostrou que motocicletas poderiam ser
uma grande vantagem: eram menores, mais rápi-
das, consumiam menos combustível que outros ve-
ículos e podiam ser reunidas e transportadas com
mais facilidade, de modo que eram perfeitas para
enviar mensagens, realizar missões de reconheci-
mento e ação de batedores.

Crédito editorial: pass-° °-Imagination | Unsplash.com

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Quando, entre 1914 e 1918, a Tríplice Aliança (Ale-
manha, Império Otomano, Áusto-Húngaro e Bul-
gária) e a Tríplice Entente (Rússia, Grã-Bretanha,
Grécia, Japão, França, Itália, Canadá e Estados
Unidos) entraram em conflito, diversos países re-
correram às motos para transportar equipes até
posições estratégicas, evacuar feridos e levar su-
primentos para as tropas.

Crédito editorial: Austrian National Library | Unsplash.com

Como já tinham percebido, também foram vanta-


josas para envio de mensagens, encomendas, ma-
pas e relatórios, além de servirem para patrulha-
mento e reconhecimento.

A Harley-Davidson forneceu motos com o modelo


J, com motor de 1.000 cilindradas, 15 HP, freio na
roda traseira, transmissão manual (três velocida-
des), transmissão por corrente e farol a gás.

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Embora os britânicos tenham sido os primeiros a
utilizar motocicletas para uso militar geral, tendo
escolhido o Triumph Model H, essas bikes não eram
páreo para uma Harley-Davidson em campo.

A Primeira Guerra Mundial foi um momento crítico


na história das Harleys, trazendo lucros impressio-
nantes para a empresa e reconhecimento público.

Já na Segunda Guerra Mundial, que foi de 1939 a


1945, a moto militar atingiu seu ápice: não apenas
exercia todas as funções que já tinha exercido até
então em batalhas, como também eram utilizadas
na escolta de comboios militares.

Como foram as primeiras a entrar em cidades que


estavam sendo libertadas, sendo recebidas com
aplausos, começaram a ser relacionadas ao senti-
mento de liberdade.

Crédito editorial: Austrian National Library | Unsplash.com

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Crédito editorial: Dmitry Eagle Orlov | Shutterstock.com

As Harley-Davidson representavam a maior fatia


da demanda do exército americano, dessa vez com
90.000 WLA’s; além do motor Twin de 740 cilin-
dradas refrigerado a ar com 25 cavalos de potên-
cia, câmbio manual de 3 velocidades, essas moto-
cicletas tinham algumas características especiais:

- Uma bainha na frente da moto que comportava


uma submetralhadora Thompson, com um suporte
para a caixa de munições;

- Faróis secundários para difundir a luz, evitando


que ficasse muito visível durante a noite;

- Quadro com bagageiro para carregar o rádio e


munições, bem como alforges nas laterais;

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- Para-lamas que lançavam a lama das rodas para
a lateral;

- Consumo de água reduzido;

- O filtro podia ter a manutenção realizada com


óleo de motor.

Crédito editorial: Tony Savino | Shutterstock.com

A Harley-Davidson também fabricou motores de


dois cilindros tipo boxer para o exército americano
nesse período. Esse destaque durante as batalhas
trouxe uma imensa fama para a montadora.

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Crédito editorial: Dmitry Eagle Orlov | Shutterstock.com

12. Você subiria numa Harley-Da-


vidson verde?
Se você é supersticioso, provavelmente não vai que-
rer subir numa Harley-Davidson verde. E há várias
teorias interessantes sobre o motivo.

Uma razão possível para a superstição tem relação


com as WLA's trazidas da Europa após a Segunda
Guerra Mundial.

Depois de servir no exército, essas máquinas eram


reformadas, repintadas e vendidas a preços módi-
cos. Acontece que algumas delas teriam sido mal
reformadas, de modo que quebravam com frequ-
ência, o que podia trazer muitas dores de cabeça
para um proprietário da bike verde.

Outra teoria seria a de que a superstição com as


bikes verdes era a de que andar em uma moto onde
um soldado poderia ter sido morto trazia azar.

Talvez você queira evitar a cor verde na sua próxi-


ma Harley-Davidson.

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13. Você também pode vestir Har-
ley-Davidson
Os mais focados nas motocicletas podem ter deixa-
do essa informação passar batida, mas você tam-
bém pode vestir Harley-Davidson, já que roupas
representam 5% das vendas totais da empresa.

São jaquetas de couro, camisetas, luvas, botas, je-


ans e muito mais que os fãs mais aficionados vão
amar ter no guarda-roupa. Afinal, esse vestuário
representa muito mais do que um visual: é uma ex-
pressão da personalidade Harley-Davidson, repre-
sentando todo o estilo de vida que deixa os pilotos
mais obstinados, entusiasmados, leais e muito or-
gulhosos.

Diversas estrelas de Hollywood já representaram a


marca: Rihanna, Selena Gomez, Kanye West e Kid
Rock estão entre elas.

Além das roupas, você pode ainda adquirir itens de


decoração, enfeites, acessórios, brinquedos, ade-
sivos de bicicleta e outras mercadorias.

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Crédito editorial: Joshua T | Pexels.com
14. De um galpão para o mundo
Diversas empresas que hoje são muito bem sucedi-
das começaram de maneira humilde. A Harley-Da-
vidson começou em um pequeno galpão de madeira,
com o nome “Harley-Davidson” escrito grosseira-
mente na porta. Quem diria que aquele primeiro
modelo, que era basicamente uma bicicleta nor-
mal com motor, chegaria ao design fascinante das
HOGs de hoje.

Hoje, Harleys não apenas ganharam o mundo, como


a empresa conta com fábricas em outros países,
como Brasil, Tailândia e Índia, além de uma planta
metalúrgica na Austrália que fabrica peças espe-
cíficas.

Crédito editorial: Tony Savino | Shutterstock.com

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Ainda que seja um ícone americano, não é de ago-
ra que a Harley-Davidson também está na manu-
fatura estrangeira. A empresa japonesa Sankyo
conseguiu uma licença para construir cópias das
H-Ds para o mercado japonês durante a Grande
Depressão, com uma produção tendo início em 1935
e chegando a fazer cerca de 18.000 motocicletas
até 1958.

Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

Há quem acredite, inclusive, que essas motos japo-


nesas tiveram responsabilidade em manter a Har-
ley à tona, contribuindo para sua sobrevivência.

Depois da Segunda Guerra Mundial, no entanto,


o negócio de motos foi vendido para a Showa em
1950 e, embora tenha parado de fazer as motos
em 1959, a empresa segue fornecendo peças para
a Harley-Davidson até hoje, com destaque para os
garfos dianteiros.

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Além das três fábricas nos Estados Unidos e das
fábricas no Brasil, Tailândia e Índia, há também pe-
ças sendo produzidas em fábricas no Japão, Ale-
manha, Taiwan, Itália e México.

Embora a maior parte dos motociclistas de Harley


não se importe com onde a moto foi fabricada, a
H-D enfrentou uma série de críticas por transferir
sua produção para o exterior, inclusive do ex-pre-
sidente americano Donald Trump.

Crédito editorial: Tony Savino | Shutterstock.com

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15. Por que Harley-Davidson e não
Davidson-Harley?
Sabemos que a Harley-Davidson Motor Company
foi fundada por quatro homens num pequeno gal-
pão no quintal da família de Davidson.

Eram Harley, Davidson e dois irmãos de Davidson


trabalhando juntos para criar uma empresa cheia
de tradição e sucesso que perdura até os dias de
hoje.

Uma curiosidade interessante é que há um moti-


vo para lermos Harley-Davidson e não Davidson-
-Harley: acontece que, dos quatro rapazes, quem
teve a ideia original foi Harley.

E quem nunca chamou uma H-D apenas de Harley


para encurtar o nome em uma conversa?

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Crédito editorial: TheWolfinPandaHat | Shutterstock.com

16. Sinos da Harley-Davidson


Se você olhar uma Harley de perto, vai perceber um
pequeno sino pendurado sob algumas delas. Esse
é um sino guardião ou gremlin.

Aqui vai uma curiosidade para os supersticiosos:


esses pequenos sinos de metal, que muitas vezes
carregam um logotipo Harley-Davidson neles, es-
tão ali porque há pilotos que acreditam que eles
afastam os maus espíritos da estrada que podem
causar um acidente ou avaria em sua moto.

Assim, o mito diz que se um piloto comprar um sino


para si, ele terá boa sorte na estrada. E, caso outra
pessoa dê esse sino de presente, essa sorte dobra.
É fácil encontrar gremlins em lojas de motocicletas
ou mesmo na internet. Afinal, seja você supersti-
cioso ou não, melhor prevenir do que remediar, não
é mesmo?

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17. Mais de 100 anos fabricando
motos de polícia
A história da Harley-Davidson com as Guerras
Mundiais pode ser até bastante conhecida, mas
ainda há quem não saiba que a empresa fabrica
motos de polícia há mais de 100 anos.

Depois que a H-D lançou a primeira motocicleta de


produção em 1900, os departamentos de polícia
ficaram muito impressionados e começaram a de-
mandar bikes personalizadas.

Essas Harleys muito bem projetadas e robustas


eram ideais para diversos trabalhos policiais. Elas fa-
cilitavam a perseguição e captura de criminosos que
fugiam a cavalo e, mesmo quem tentassem fugir em
um automóvel, não conseguiam escapar da potência
dessas motocicletas, que eram muito mais rápidas.

A empresa fornece motocicletas para a polícia até


hoje.

Crédito editorial: ArtisticOperations | Pixabay.com

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18. Nem sempre tomando as melho-


res decisões de negócios
Nem todas as decisões tomadas pela Harley-Da-
vidson foram bem sucedidas. Um dos casos que
fez a empresa perder muito dinheiro comprando e
vendendo um dos nomes mais famosos do moto-
ciclismo, a Harley comprou a MV Agusta.

A fabricante italiana dominou corridas de Grand


Prix entre os anos 50 e início dos anos 70 e tam-
bém produziu algumas das motocicletas de estra-
da mais exóticas que não só eram raras, como ex-
tremamente caras.

Em 2008, em uma decisão que deixou muita gente


perplexa, a Harley-Davidson gastou US$109 mi-
lhões comprando a MV Agusta.

Menos de dois anos depois, a venda de bikes es-


portivas caiu com a recessão que atingiu o mundo
e a MV Agusta foi vendida de volta para os irmãos
Castiglioni, junto de U$26 milhões em depósito
para cobrir o capital operacional por um ano.

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Um grande rombo no bolso da empresa aconteceu
ao mesmo tempo em que a Harley desligava a Buell
e decidiu utilizar seu capital em Harley-Davidsons
e não em outras marcas.

Crédito editorial: emkanicepic | Pixabay.com

Mas essa não foi a única decisão ruim da H-D en-


volvendo fusões e aquisições. No final da década
de 1960, as vendas da empresa caíam e ela enfren-
tava problemas financeiros.

Havia uma negociação em andamento com uma


empresa especializada em comprar negócios em
dificuldades e depois vender os ativos e liquidar a
empresa. Isso teria acontecido se a Harley-David-
son não tivesse sido comprada pela American Ma-
chine and Foundry (AMF).

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Acontece que a AMF era uma empresa que fazia
produtos de recreação e lazer, como equipamen-
tos de boliche, e não sabia nada sobre motocicle-
tas, muito menos sobre como manter a marca no
topo.

Assim, a qualidade caiu na década de 1970 e esse


poderia ter sido o fim das Harleys se não fosse por
ex-executivos da H-D intervirem e comprarem a
empresa de volta.

Para a alegria dos fãs, a Harley voltou a ser um


modelo de confiabilidade e esse virou um capítulo
sombrio na história da empresa.

Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

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Crédito editorial: MusicianTUBE | Pixabay.com

19. Toda Harley tem garantia am-


biental
Ok, ok. Fanáticos por Harley podem não ser exa-
tamente conhecidos por serem os maiores defen-
sores do meio ambiente, mas a empresa assume
esse compromisso. A Harley-Davidson começou a
se preocupar com a proteção ambiental no início
dos anos 2000, quando a discussão sobre crises
climáticas começou a pipocar por todo o mundo.

Naquele momento, a Harley decidiu que cada mo-


tocicleta seria vendida com uma “garantia ambien-
tal”. Desse modo, todas as peças fabricadas pela
Harley seriam compatíveis com a Environmental
Protection Agency (EPA), ou em português, Agên-
cia de Proteção Ambiental, e quaisquer materiais
defeituosos seriam reparados ou substituídos gra-
tuitamente.

Certamente, essa decisão tornou a empresa “mais


verde”, causando um impacto positivo na imagem
da H-D principalmente entre os pilotos mais jovens
e engajados.

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20. Um som inconfundível
Se você já ouviu o som icônico de uma Harley-Da-
vidson, sabe do que estamos falando. A empre-
sa fabrica algumas das melhores motos cruiser do
mercado, conhecidas não apenas pela elegância,
como pela qualidade de condução.

Mas mais do que tudo, o que faz um sucesso in-


questionável entre os fãs da H-D é o som do mo-
tor. O rosnado gutural de uma Harley-Davidson ex-
pressa muito da sua personalidade rebelde e livre.

Basta acelerar para ouvir o ronco do motor e auto-


maticamente ser levado à sensação das estradas.
Mesmo quem não entende muito de motocicletas
provavelmente compraria uma dessas só por quão
bem elas soam.

Crédito editorial: zkagen | Pixabay.com

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Crédito editorial: Johnnys_pic | Pixabay.com

A principal razão pela qual o som de uma Harley é


tão inconfundível é o motor de 45 graus. O arran-
jo único, com cilindros que disparam em intervalos
irregulares, tem como resultado o som que pode-
mos reconhecer mesmo à distância.

A Harley-Davidson chegou a tentar, inclusive, re-


gistrar a patente do som, mas o pedido de registro
foi negado, já que haveria a probabilidade de outras
motocicletas apresentarem um som semelhante.

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Crédito editorial: vedernikov43 | Pixabay.com
21. Harley-Davidson virou minissé-
rie na Discovery Channel
“Harley-Davidson: a série” estreou no Discovery
Channel em 2016, num bloco chamado Sexta de
Motores.

Foram três episódios com duas horas que contavam


a história de Bill Harley, Arthur e Walter Davidson,
reconstituindo o caminho que eles trilharam para
chegar ao sucesso que conhecemos hoje.

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22. Primeira a fazer em média mais
de 160 km/h
Em 1914, a Harley-Davidson patrocinou Otto Wa-
lker em uma corrida de 300 milhas em Venice, Ca-
lifórnia.

Alguns anos depois, em 1921, Otto Walker bateu


todos os recordes em uma moto Harley-Davidson
e teve uma velocidade média superior a 160 km/h
durante toda a corrida.

Foi a primeira vez que alguém levou uma motoci-


cleta a uma velocidade tão alta de forma consis-
tente ao longo de uma corrida extensa sem apre-
sentar nenhum problema.

Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

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23. Retornando ao pódio de corridas.
A primeira superbike de corrida da Harley-David-
son foi uma VR-1000. Apenas em 2000 a Harley-
-Davidson iniciou a venda da FXSTD Softline Deu-
ce.

Em 1986, depois de anos nas mãos da AMF com


a qualidade caindo, vendas atrasadas e reputação
manchada, a Harley-Davidson mostrou sua força
ao se recuperar nas mãos de Willie G. Davidson, que
procurava recuperar alguns dos sucessos de corri-
da que destacaram a marca por décadas.

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Crédito editorial: lil artsy | Pexels.com
Crédito editorial: duku. photography | Unsplash.com

A Harley-Davidson VR1000 surgiu para trazer a


empresa de volta ao pódio das corridas de estra-
da. E a história por trás dela é impressionante.

Quando foi retirada das mãos da AMF, a Harley-


-Davidson estava à beira da falência. Trabalhava
apenas com fabricação just-in-time e lidava com
anos de queda nas vendas. A reorganização foi do-
lorosa: precisaram reduzir a força de trabalho em
40% e conter uma maré de perdas conforme no-
vos modelos eram desenvolvidos.

As tarifas altíssimas de mais de 45% de importa-


ção, estabelecidas por Ronald Reagan, permitiram
que a Harley tivesse uma recuperação gradual no
mercado americano e, em 1984, a empresa se recu-
perava com uma nova geração de Big Twins Evolu-
tion e a linha Softail. Esses desenvolvimentos im-
pulsionariam a H-D pela próxima década.

Willie G. Davidson era um grande defensor das


corridas como uma parte importante da história
da Harley e, por isso, pressionou para que houves-

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Crédito editorial: Dmitry Eagle Orlov | Shutterstock.com

se um retorno às competições. Naquela época, o


CEO da H-D, Vaughn Beals, já tinha percebido que
poucos pilotos de Harley estavam aparecendo em
competições. Desse modo, em 1987 Mark Tuttle, vi-
ce-presidente de engenharia da Harley-Davidson,
organizou um grupo para criar uma nova máquina.

O plano era desenvolver um Twin refrigerado a ar


com base na arquitetura XR750. Erik Buell, que
operava de forma independente depois de ter sido
engenheiro da Harley de 1979 a 1983, sugeriu um mo-
tor refrigerado a líquido, pois um motor refrigerado a
ar não seria tão competitivo em corridas de estrada.

A máquina resultante seria bem diferente de qual-


quer Harley-Davidson feita até então, com V-Twin
refrigerado a líquido, alojado em um chassi total-
mente novo. Seria completamente diferente das
Harleys de produção e desenvolvido desde o zero
como uma máquina de corrida, destinada a com-
petir na Superbike.

Desse modo, Mark Miller, designer de Harleys, foi


encarregado de desenvolver o motor em torno das
ideias de Buell. O resultado foi a VR1000, que co-
laborou para a recuperação da reputação da em-
presa nas corridas.

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24. A história por trás da águia
Você alguma vez já se perguntou qual a história
por trás do logotipo da Harley-Davidson? Foi na
década de 1930 que a empresa começou a usar o
clássico desenho de águia nos tanques de todas as
suas motocicletas.

A logo aparece não apenas nas motos, mas em to-


dos os acessórios Harley® que gostamos de usar.
Você pode encontrar até mesmo churrasqueiras
com a logo da H-D. A bem da verdade, o logoti-
po ficou tão famoso que até mesmo falsificado-
res tentam enganar consumidores com imitações
baratas que não trazem a mesma confiabilidade e
qualidade da empresa.

Crédito editorial: RRGraphicPhoto | Pixabay.com

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Não existe apenas um único logotipo Harley e es-
crever sobre todos poderia tranquilamente render
um livro. O mais conhecido é o Bar & Shield, que
mudou pouquíssimo durante os mais de 100 anos
da empresa. A barra leva o nome Harley-Davidson
e fica na frente de um escudo. Essa foi a primei-
ra logo utilizada pela empresa, tendo surgido em
1910, 7 anos depois da primeira motocicleta H-D e
transmite força, robustez e grandeza.

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Crédito editorial: Nguyễn Lê Hoài Châu | Unsplash.com
O Bar & Shield foi ganhando novas cores ao longo
dos anos, mas sem perder sua forma base.

Acontece que outro logotipo importante é o "Scre-


amin’ Eagle". E essa águia não surgiu por acaso.
Ela homenageia a 101ª Divisão Aerotransportada
(Air Assault) do Exército americano, que ficou co-
nhecida pelo nome "Screaming Eagles". Essa divi-
são especializada em infantaria era treinada para
operações com paraquedas ou assalto aéreo.

Em 1999, a Harley-Davidson criou o programa Cus-


tom Vehicle Operation (CVO), que se destinava a
criar motocicletas únicas e altamente personaliza-
das. A logo com a águia surgiu nesse projeto.

Independente de qual seja o seu logotipo H-D fa-


vorito, o fato é que todos eles trazem um senso de
patriotismo americano, coragem, força e desem-
penho.

Crédito editorial: Aditya Joshi | Unsplash.com

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25. Motorcycle Hall of Fame
A história da Harley, do começo humilde aos feitos
impressionantes em mais de 100 anos de trabalho,
rendeu aos fundadores ter o nome no Labor Hall of
Honor, o Hall de Honra do Departamento do Tra-
balho, uma parede que fica na entrada do Depar-
tamento do Trabalho americano.

O objetivo é lembrar dos americanos que contribu-


íram profundamente para a condição de vida dos
trabalhadores e das famílias do país.

Vale lembrar que os fundadores da Harley-David-


son também figuram no AMA Motorcycle Hall of
Fame, da American Motorcyclist Association, que
homenageia quem contribuiu significativamente
para o motociclismo.

Crédito editorial: Ricardo Arce | Unsplash.com

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Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

TODOS PELA
LIBERDADE,
LIBERDADE
PARA TODOS
Poucas marcas são tão adoradas e idolatradas
quanto a Harley-Davidson. Essa empresa icônica
que começou num galpão e ganhou o mundo tem
mais de 100 anos de história no retrovisor, sobre-
viveu a diversos períodos difíceis e viu muitas ten-
dências passarem.

O slogan “All for Freedom, Freedom for All”, ou “To-


dos pela liberdade, liberdade para todos”, faz jus ao
compromisso da Harley em oferecer motos fantás-
ticas para seus clientes, condizentes com um estilo
de vida que valoriza a autenticidade, independên-
cia e liberdade.

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Crédito editorial: dsbago | Pixabay.com

O lema desenvolve um espírito que perpassa o mo-


tociclismo, seja como esporte, seja globalmente.
E por isso a Harley sempre inspira novos pilotos a
experimentarem a liberdade e a ambição de uma
Harley-Davidson.

Não é à toa que ainda que a marca tenha surgido


cinco anos depois da Indian Motorcycle, em me-
nos de 20 anos ela se tornou a maior fabricante de
motocicletas do mundo. De uma motocicleta que
não ultrapassava os 40km/h ao topo, hoje é a rai-
nha das motos grandes com motores acima de 601
cc. Nos Estados Unidos, ainda tem uma fatia con-
siderável de 50% do mercado e gera uma receita
acima dos 4,5 bilhões.

Quem conhece a história da Harley-Davidson per-


cebe a paixão que começa desde sua criação, com
o sonho dos amigos Harley e Davidson tomando
forma com o passar do tempo. Hoje, é um sonho
global, com fãs dedicados ao redor do mundo.

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Presente em várias categorias de motocicletas, a
H-D ainda conquista novos seguidores todos os
dias, que buscam não apenas a sensação insupe-
rável de pilotar suas motos, como também os mui-
tos produtos que a marca oferece aos mais apai-
xonados, sejam roupas, acessórios ou miniaturas,
dentre outros.

As curiosidades que vimos aqui provam que além


de fantásticas, as Harley-Davidsons carregam uma
história fascinante e cheia de fatos interessantes
ou simplesmente divertidos.

Todos eles, no entanto, fazem parte da constru-


ção de um nome que hoje representa muito mais
do que pilotar sobre duas rodas: Harley-Davidson
representa um estilo de vida.

Crédito editorial: Harley-Davidson | Unsplash.com

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BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book se
basearam nos conteúdos abaixo listados:

Crédito Editorial
Jewad Alnabi - Unsplash.com (Foto de Capa)

Bruno van der Kraan | Unsplash.com (Foto do Sumário)

INTRODUÇÃO
https://g1.globo.com/carros/dicas-de-motos/noticia/2014/05/veja-dez-motos-que-fizeram-historia-no-seculo-xx.html
Acesso em 02 out. 2022

UMA MOTOCICLETA ÚNICA


https://americanmotorcyclist.com/hall-of-fame/ Acesso em 01 out. 2022.

https://www.motosport.com.pt/moto-gp/as-outras-classes-de-gp-18-a-aermacchi-hd-rr250/ Acesso em 01 out. 2022.

https://www.melhordemoto.com.br/moto-cultura-motos-nas-guerras-0000000118.asp#:~:text=N%C3%A3o%20conse-
guiram%20peg%C3%A1%2Dlo%2C%20mas,miss%C3%B5es%20de%20reconhecimento%20e%20mensageiros Acesso
em 03 out. 2022.

https://www.bestriders.com.br/harley-davidson-serie-estreia-no-discovery-channel/ Acesso em 01 out. 2022.

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https://www.harley-davidson.com/br/pt/museum.html> Acesso em 02 out. 2022.

https://www.odd-bike.com/2016/03/harley-davidson-vr1000-gods-own-voice.html Acesso em 03 out. 2022.

JONES, Colonel Robert E. History of the 101st Airborne Division: Screaming Eagles: the first 50 years. Turner: 2010.

https://br.investing.com/analysis/raiox-harleydavidson-recuperacao-da-empresa-que-sobreviveu-a-duas-guer-
ras-200449809 Acesso em 02 out. 2022.

https://autoesporte.globo.com/motos/noticia/2022/05/harley-davidson-sente-efeitos-da-covid-perde-clientes-com-gra-
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http://www.carro-carros.com/carros/cars-trucks-autos/motorcycles/108017.html Acesso em 01 out. 2022.

https://exame.com/casual/harley-davidson-comemora-a-marca-de-5-milhoes-de-motocicletas-produzidas/ Acesso em
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https://www.motociclismoonline.com.br/noticias/harley-davidson-5-milhoes-motos/ Acesso em 01 out. 2022.

https://hollywoodpartnership.com/go/harley-davidson-of-hollywood Acesso em 02 out. 2022.

TODOS PELA LIBERDADE, LIBERDADE PARA


TODOS
https://www.wisconsinharley.com/blog/well-known-harleydavidson-logos-/#:~:text=Harley%2DDavidson%C2%AE%20
is%20known,t%20do%20better%20than%20that.>. Acesso em 03 out. 2022

67
Este e-book, caracterizado como uma obra lite-
rária, produzido pela Retornar e de sua integral
titularidade, contém citação de marcas de tercei-
ros em caráter meramente informativo, na forma
autorizada pelo Artigo 132, IV da Lei 9279/96. A
Retornar salienta que respeita todos os direitos
de terceiros, incluindo direitos de propriedade in-
telectual, como direitos autorais ou marcas regis-
tradas, e que todos os seus conteúdos estão de
acordo com a legislação brasileira.

68
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INSTITUTO
RETORNAR
A fundação do Instituto Retornar é um sonho con-
cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

As conquistas do Instituto Retornar já são inúme-


ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
sem fins lucrativos em mais de 10 estados. Ao todo,
mais de 3.500 pessoas em 19 cidades foram direta-
mente beneficiadas por essa rede de amor.

Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên-

69
cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
a inclusão social. Realizou a doação de carros, ces-
tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
reformas.

E tudo isso foi possível porque o Instituto Retornar


é movido pelo amor - a força mais transformadora
que existe.

Obrigado por acreditar na missão do Instituto Re-


tornar. Você também faz parte dessa história!

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