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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................3

A HISTÓRIA DO MAVERICK................................... 5

MAVERICK NO BRASIL.......................................... 16

VERSÕES ESPECIAIS DO MAVERICK................20

MOTOR V8 E SUAS ESPECIFICAÇÕES................ 31

MAVERICK GT 2.3.................................................. 33

O MITO: MAVERICK V8 QUADRIJET....................37

MAVERICK QUE USAVA ITENS DOS EUA.........40

A POTÊNCIA DO MOTOR V8................................ 43

DESEMPENHO DO MAVERICK............................ 47

CUIDADOS AO ADQUIRIR UM MAVERICK......... 51

BIBLIOGRAFIA.........................................................57

CONHEÇA O INSTITUTO RETORNAR................ 59

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INTRODUÇÃO
Durante todo o tempo em que o Maverick foi fa-
bricado, até mesmo alguns anos depois do final de
sua produção, algumas versões especiais e alter-
nativas foram desenvolvidas para o público.

Muitos projetos foram feitos pelas próprias con-


cessionárias da Ford, como a Pickup, da Novocar;
a Perua Maverick, da Souza Ramos; o Maverick
5000R; e outras empresas desse meio automobi-
lístico, que também criaram versões como o Ma-
verick Centauro, Mavilac, Spoiler, entre outros.

Existem diversas versões especiais do carro que se


destacaram no mercado, como a Perua Maverick,
modelo que teve mais produções. E para você apai-
xonado por esse carro, falaremos um pouco mais
detalhadamente sobre essas versões especiais.

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A história do Maverick ainda é muito injustiçada no
mercado de automóveis brasileiro. Muitas das ideias
dessas versões, com certeza não faziam parte dos
planos da marca, mas como elas fizeram parte da
história do Maverick, compartilharemos mais so-
bre esses detalhes, que inclusive muitas pessoas
não conhecem.

É válido lembrar que muitos desses projetos não ti-


veram aprovação direta da fábrica da Ford e os mo-
delos das versões especiais de criação da própria
marca foram o Maverick Bicolor, Maverick Quadri-
jet e Maverick Séries Especiais Ouro e Prata.

Se você quer ficar por dentro da história do Mave-


rick, conhecer mais sobre as versões especiais, os
desempenhos, a potência do motor e outras infor-
mações, continue conosco e acompanhe o e-book
a seguir!

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A HISTÓRIA
DO MAVERICK
O Ford Maverick surgiu nos Estados Unidos, no ano
de 1969, e o principal objetivo de sua criação era
ajudar no combate da invasão dos europeus e ja-
poneses no mercado americano.

Ele era considerado um anti-fusca, ou seja, o mo-


delo de carro que teria autonomia suficiente para
tirar compradores do fusca, da Volkswagen.

Durante o tempo que esse carro foi planejado, as


vendas eram bem grandes, e todos os anos mais
de 300 mil unidades eram vendidas. Em 1968, fo-
ram quase meio milhão de unidades vendidas.

Isso acontecia porque a era dos carros baratos co-


meçava a ganhar força, além de ter manutenção
bem simples de ser feita e ser um modelo excelente
para ser usado no dia a dia. Foi nesse período que
o Maverick surgiu.

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A ideia era bem simples, fazer um carro mais com-
pacto, que fosse barato e tivesse manutenção sim-
ples, além de ser fácil de manobrar nas ruas. Sua
aparência era semelhante ao Mustang, mas a ideia
principal era identificar o Maverick como um carro
para a família, moderno, prático, econômico e até
esportivo.

Um ano após seu lançamento, mais de 570 mil


unidades foram vendidas, cerca de 5 mil a mais do
que o Mustang, durante o primeiro ano no merca-
do também.

No Brasil, nessa mesma época, tinham dois mode-


los da Ford que faziam muito sucesso, o Galaxie,
um carro mais luxuoso, e o Corcel, um carro bom e
popular. Mas, entre essas duas opções, ainda exis-
tia espaço para que um novo modelo pudesse en-
trar.

Esse espaço era, até então, pelo Itamaraty e pelo


Aero Willys, mas estavam ficando fora do estilo dos
consumidores da época e também um pouco ultra-
passados, além de apresentarem muitos proble-
mas mecânicos que criavam dores de cabeça para
os motoristas.

A briga por um modelo de carro popular de médio


porte, que fosse econômico e confortável simulta-
neamente, estava se iniciando. O Dodge 1800 foi
desenvolvido pela Chrysler, a Brasília foi feita pela
Volkswagen e o Passat, carro que mudou o mer-
cado nacional de automóveis, também era um su-
cesso da VW.

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Nesse momento, a Ford começou a fazer pesquisas
que acabaram gerando bons resultados na histó-
ria do marketing de automóveis nacionais. Isso fez
com que a empresa tivesse seu público alvo defini-
do.

Uma das estratégias da Ford foi usar 4 modelos


de carros, todos eles brancos e sem nenhum tipo
de identificação sobre o fabricante e seu nome, os
carros eram um Opala, um Maverick americano, um
Corcel e um Ford Taunus europeu, para identificar
quais deles seriam mais utilizados por seu público.

Crédito editorial: Markus Spiske | Unsplash.com

A pesquisa fez com que o Ford Taunus ficasse na


frente: ele traduzia melhor o desejo de consumo
das pessoas na época, que procuravam opções com
mais conforto e que fossem econômicos também.

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A Ford tentou resolver isso, porém o modelo Tau-
nus exigia um motor que só seria possível de fabri-
car em 1975, a partir de outra fábrica. Além disso, a
suspensão traseira também era mais moderna do
que a de modelos anteriores. Diante desses deta-
lhes, a adaptação do Ford Taunus para o mercado
brasileiro foi inviável.

O tempo não era grande e a competição estava


cada vez maior. A ideia inicial era usar os compo-
nentes do Aero Willys ao máximo. Assim, a pes-
quisa feita acabou sendo deixada de lado, e a Ford
decidiu lançar o modelo do Maverick.

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Os objetivos que a empresa tinha eram maiores,
como a urgência de lançar logo no mercado e tam-
bém economizar ao investir. Então, os problemas
também começaram a aparecer.

Os motores de 6 cilindros do Aero Willys não su-


portaram os testes que foram feitos por conta de
seu sistema de arrefecimento, que era ineficiente e
mal dimensionado. A lubrificação também foi um
problema, fazendo com que uma nova bomba de
óleo tivesse de ser trocada de sentido.

Após os problemas serem resolvidos, o Maverick


foi lançado no mercado, no ano de 1973, que era
igual ao Maverick americano, de 1970. As versões
lançadas foram a Super Luxo e a Luxo.

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Tempos depois, a versão GT esportiva também foi
lançada, com um motor V8 importado que tinha
4,95 litros e era de fábrica. Ele também tinha dire-
ção hidráulica e pintura metálica, sendo um dife-
rencial opcional desse modelo.

Além do motor novo e desses detalhes, tinha par-


tes cromadas, como outras versões. Mas, nem tudo
eram flores, e essa versão do Maverick também ti-
nha problemas, como o radiador subdimensionado
e os freios traseiros que costumavam travar as ro-
das.

Nos testes feitos no Brasil, o motor V8 tinha seu


capô aberto e era jogado para o para-brisa. Com
isso, a versão GT teve algumas presilhas no capô.
Mesmo que o primeiro motor tivesse uma taxa de
compressão mais baixa, seu desempenho era im-
pressionante para a época.

Ele acelerava de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos,


chegando a 178 km/h de velocidade máxima. Quan-
do comparado ao antigo, que gastava quase 30 se-
gundos de aceleração para chegar aos 150 km/h,
ele chamava a atenção.

No final desse mesmo ano, o Maverick chegava ao


mercado com 4 portas, trazendo ainda mais espaço
para os passageiros que ficavam na parte de trás e
tinha o entre eixos mais longo, o que não agradou
muito ao público.

Com o problema do radiador resolvido, o GT espor-


tivo e outras versões, que também eram equipadas
opcionalmente com o motor V8, tiveram suas ven-
das em números expressivos, e o GT chegou a 2 mil
unidades vendidas em seu primeiro ano e 4 mil no

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segundo ano de lançamento.

Os outros concorrentes da época não chegavam


nem perto desses números de vendas. O Opala 6cc,
Charger RT e Dodge Dart também eram equipados
com o motor V8 e não tinham tanto sucesso como
o GT.

Crédito editorial: Markus Spiske | Unsplash.com

O Maverick antigo não teve tanto sucesso, prin-


cipalmente por ser mais pesado que o modelo do
Opala, além de não ter um bom desempenho. Além
disso, o motor de 06 cilindros era bem silencioso.

Assim, acreditava-se que o motor V8 era a grande


resposta para os concorrentes. Até a crise do pe-
tróleo chegar no final dos anos 70, ele poderia tra-
zer alguns prejuízos para o bolso dos motoristas.

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Com o motor de 6 cilindros, ele tinha o consumo de
combustível tão alto como o motor V8, e andava
como um carro médio. Assim, o Maverick ganhou
fama de ser um carro com consumo alto de com-
bustível na época.

Em 1979, após atingir a marca de mais de 100 mil


unidades vendidas, o Maverick passou a não ser
mais produzido, dando lugar para o Corcel II, que
não agradava muito aos consumidores.

Maverick e seu Desenvolvimento


no Mercado de Automóveis
O Ford Maverick foi um dos modelos de carros visto
como uma grande lenda para o mercado de auto-
móveis, pelas pessoas que não conhecem de fato
sua história. Hoje em dia, quando falamos sobre o
Maverick, todos pensam automaticamente na ver-
são GT com motor V8.

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Isso porque essa versão era equipada com o motor
de 5.0 litros, onde a junção com o carburador de
corpo duplo, produzia até 197 hp de potência bru-
ta (SAE). Se isso fosse medido pelo padrão atual,
norma ABNT, ele não chegaria a mais do que 140
cv.

Para a época, por ser um carro que pesava 1.400


kg, em média, ele acelerava de 0 a 100 km/h em
um tempo de 11 segundos, o que não era muito di-
ferente de um Hatch 1.0 do mercado atual de car-
ros.

O Maverick GT foi o responsável por trazer toda a


fama desse modelo para o mercado. Outras ver-
sões eram equipadas com motores de 4 e 6 cilin-
dros, e com isso, eram mais lentos.

Lançado no mercado norte-americano no ano de


1969, o Maverick seguiu o rastro de sucesso do
modelo Mustang, um carro esportivo que encanta
muitos consumidores até hoje.

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Crédito editorial: Markus Spiske | Unsplash.com
Os responsáveis pelo marketing da Ford pensaram
em um modelo que tivesse as mesmas caracterís-
ticas esportivas e que fosse moderno, como o Pony
Car V8, um clássico da época. Mas, a intenção era
que o Maverick custasse bem menos, para cair no
gosto dos consumidores.

Ou seja, o modelo do Maverick era como um Mus-


tang, mas voltado para os consumidores que não
tinham tanto poder aquisitivo. No começo era ofe-
recido apenas com um coupé com duas portas e
com a carroceria tipo esportiva.

Depois, ele foi lançado como um modelo de carro


familiar, com 4 portas e estilo sedã. Nos Estados
Unidos, ele compartilhava do mesmo estilo do Fal-
con, seu antecessor, que tinha um motor 2.8, 3.3 e
4.1, todos com 6 cilindros em linha.

No quesito transmissão, a força do motor era des-


pejada nas rodas de trás, tinha câmbio automáti-
co ou manual com três velocidades que, posterior-
mente, foram substituídas por 4 velocidades.

Depois de um tempo, ele perdeu seu motor com


poucas cilindradas e teve o motor de 2.3 com 4 ci-
lindros, também tinha o motor V8 com 5 litros e
passou a não ser mais produzido em 1977, depois
de mais de 2 milhões de unidades vendidas, sendo
um grande sucesso desse meio.

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MAVERICK
NO BRASIL
Depois do tempo em que o Itamaraty e o Aero Willys
foram aposentados do mercado de automóveis, o
Maverick americano chegou ao Brasil, no começo
dos anos 1970.

A primeira vez que ele apareceu para os consumi-


dores brasileiros foi em 1972, no Salão de Auto-
móveis. Nessa época, ele chegava ao processo de
fabricação nacional, e já tinha um modelo rival, o
Chevrolet Opala.

Dessa forma, o Maverick foi lançado no Brasil no


ano de 1973 e as vendas aconteceram ainda em ju-
nho desse mesmo ano, onde o consumidor poderia
escolher dentre três opções: Super, com motor 3.0,
Super Luxo, com motor 3.0 ou V8 e GT, com motor
V8.

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Muitas curiosidades que fizeram com que o Mave-
rick não tivesse tanto sucesso em seu lançamen-
to foi que, em pesquisas feitas pela Ford, mostra-
va que os consumidores queriam um sedan médio,
além de terem preferência pelo design do Taunus.

Toda essa pesquisa e resultados não foram consi-


derados pela Ford, e apostaram no projeto, onde
o consumidor nacional iria gostar mais do lança-
mento do Maverick norte-americano.

Além disso, como citamos anteriormente, o Taunus


europeu era um modelo que usava motor diferen-
te dos que existiam no mercado nacional, além de
ter características de sua produção mais refinadas,
deixando o projeto do Maverick mais caro.

O Maverick era um modelo mais barato, que pode-


ria substituir seus antecessores. Ele uniu o design
europeu e o motor norte-americano, sendo um dos
maiores acertos da época. Por conta disso, ele foi
um dos grandes sucessos.

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Mesmo com o sucesso, teve um detalhe que aca-
bou atrapalhando seu lançamento, que foi a fal-
ta de sincronismo entre o começo da produção do
motor 2.3 com 4 cilindros, que era mais moderno,
com o lançamento do modelo de 1973.

A Ford já tinha o carro pronto, mas as fábricas res-


ponsáveis pelos motores não. A solução foi reviver
o propulsor com 6 cilindros e 3.0 que fazia parte
dos modelos Itamaraty, Rural e Aero, e colocá-lo
para ser utilizado no novo Maverick.

Esse motor de 3.0, com 112 hp de potência bruta,


cerca de 75 cv atuais, não era tão potente, ele era
mais pesado e o consumo de combustível era mais
alto. Além disso, não era um modelo tão moderno
em design.

Como tinha transmissão manual de marchas com 3


velocidades apenas, seu desempenho não era tão
impressionante. Ele atingia de 0 a 100 km/h em
cerca de 20 segundos.

A escolha de optar pela carroceria com 2 portas e


fatback para a grande estreia do modelo não foi
muito interessante, afinal, ele tinha entre eixos li-
mitados em um espaço de 2,61 metros, deixando o
acesso ao banco de trás mais dificultado.

As portas eram mais pesadas, isso trazia dificul-


dade no momento de fechar ou abrir. Como os 6
cilindros não tinha direção hidráulica no começo,
o sistema exigia diversas voltas de batente a ba-
tente, isso cansava muito o motorista por conta do
peso.

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As primeiras unidades do modelo fabricadas tam-
bém tinham problemas com o aquecimento do mo-
tor de 3.0, onde a temperatura subia rapidamente
quando o motorista exigia muito do motor.

Os sistemas de freios, que eram subdimensiona-


dos, não davam conta de parar o carro com tanta
eficiência, e isso teve que ser resolvido em outras
versões do Maverick.

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VERSÕES
ESPECIAIS
DO MAVERICK
Maverick Bicolor
Uma das grandes versões especiais do Maverick foi
o modelo bicolor, que estava disponível em duas to-
nalidades de cor, popularmente conhecidas como
blusa e saia.

Essa versão ficou disponível no mercado nas cores


Branco e Verde Selva e também Branco com Azul
Ultramarino. Não existem informações sobre quan-
tas unidades dessa versão foi fabricada, mas ain-
da existem algumas que estão intactas com essas
mesmas características.

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Maverick Série Ouro e Prata
Outra versão especial do Maverick foi feita no fi-
nal dos anos de 1976 e 1977, e eram modelos da ca-
tegoria Super com alguns detalhes da linha Super
Luxo. O diferencial eram as tonalidades douradas
e prata, nos bancos, por exemplo.

Esse modelo agradou a muitos consumidores e era


realmente muito bonito.

Maverick Pickup
A Maverick Pickup foi ideia de um projeto que veio
da concessionária Novocar, que não tinha a inten-
ção de produzir essa versão especial em série, mas
apenas utilizá-la para o dia a dia da empresa e aju-
dar nos serviços.

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Não existem muitas informações sobre esse proje-
to, e existem diversos outros modelos que também
foram transformados em pickup em diferentes es-
tados do Brasil.

Crédito editorial: Caleb White | Unsplash.com

Maverick Quadrijet
Uma das versões especiais mais raras de todos os
Mavericks que já foram produzidos, o Quadrijet foi
uma grande jogada que a Ford teve para que a per-
formance nas corridas fosse melhor.

Como nessa época apenas era permitido usar os


carros feitos em produção em série para isso, a Ford
usou esse modelo como veículo de série e com isso,
pode usar o Maverick Quadrijet nas corridas.

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Essa versão era preparada sob licença pela Ford,
usando carburadores Quadrijet Holley, comando
bravo da Iskenderian e coletor de alumínio da Edel-
brock.

Outros detalhes externos usavam o modelo GT


como base, como as milhas cibiê, os faróis, a saia e
o emblema para identificar esse modelo.

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Maverick Perua
Como dissemos anteriormente, muitas versões es-
peciais do Maverick foram idealizadas por conces-
sionárias, como o Maverick Perua, feito pela Souza
Ramos, de São Paulo. O objetivo era fazer com que
essa versão atingisse o mercado das peruas.

A GM atuava nesse segmento com a linha Opala,


tendo uma versão mais estendida e Caravan. Ela
vinha com motores 4 cilindros e 6 cilindros dispo-
níveis de fábrica e tinha apenas duas portas.

Além disso, para se encaixar nesse mercado, a Sou-


za Ramos começou o projeto no ano de 1976, e ele
tomou forma em 1978, por conta de alguns atrasos
que aconteceram.

A Ford se recusava a entregar os veículos que es-


tavam semiacabados para facilitar a transforma-
ção dos modelos em peruas. Além disso, também
não existia uma autorização formal da montadora
para essa empresa.

O valor da transformação era bem alto, e o consu-


midor pagava pelo carro e também por esse servi-
ço. Para mudar isso, a Souza Ramos escolheu fazer
transformações em casos já usados, e ainda assim
oferecia garantia sobre o serviço.

A base desse projeto é bem simples, pois utiliza


um modelo de carroceria de 4 portas, fazendo al-
terações na parte de trás para criar uma área com
vidros depois das portas traseiras. Depois é feita
a colocação de uma tampa traseira para fazer a
abertura do porta-malas.

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O banco traseiro é rebatível, vindo da Belina para
criar um espaço um pouco maior para carregar itens
e o deslocamento do bocal do tanque de combus-
tível é na parte lateral direita.

Uma das grandes vantagens dessa versão espe-


cial do Maverick é o espaço no porta-malas com o
banco rebatido, fazendo com que os passageiros
se acomodem melhor, além de ter 4 portas, opção
de motor V8 e exclusividade da versão, é claro.

A grande desvantagem dessa versão está no valor


da transformação. Caso a Ford tivesse apostado no
projeto de produzir esse modelo, com certeza iriam
existir diversas opções dessa versão pelas ruas.

Maverick 5000R
Outra versão especial do Maverick foi o 5000R,
trazendo um conceito novo criado pela conces-
sionária Caltabiano, em São Paulo, uma das mais
tradicionais do Brasil que também marca presença
nas pistas de corridas.

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O design do Maverick 5000R ficou sob respon-
sabilidade de Anísio Campos, que criou diversos
modelos de carros fora de série. Essa versão tinha
muitos itens exclusivos, como vidros elétricos, teto
solar, spoiler dianteiro, rodas de liga leve, aerofólio
traseiro, volante esportivo, farol de iodo e a pintu-
ra na parte lateral, que era exclusiva desta versão.

Segundo muitas pessoas, o R no nome dessa ver-


são refere-se a Racing, outros acreditam que o R
significa Recorde, fazendo referência às grandes
vitórias do Maverick nas pistas.

Foram poucas unidades vendidas por conta de seu


valor alto, que envolvida os itens considerados op-
cionais, tornando o Maverick 5000R uma versão
super rara, não podemos saber com certeza quan-
tas unidades foram fabricadas e se existem até
hoje.

Maverick Kit Spoiler


O Maverick com Kit Spoiler tinha esses kits feitos
em fibra de vidro pela empresa, e possuía diver-
sas peças, como a parte dianteira, que apenas que
abria para frente. Além disso, também tinha teto
solar, janelas traseiras e painel com lanterna tra-
seira do Monza.

Segundo muitos consumidores, esses kits estavam


no mercado no ano de 1985 e não existem informa-
ções precisas sobre quantas unidades foram ven-
didas.

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Maverick Centauro
O Maverick Centauro foi um dos projetos apresen-
tados de forma independente pela Decorauto Pro-
duções, idealizado por Carlos Alberto Correa.

Esse projeto foi iniciado ainda em 1979, e esteve


disponível em 1981 através da revista Motor 3, vi-
sando resgatar a fabricação desse carro com a fá-
brica da Ford com as modificações já feitas, mas
isso não deu certo.

A estética do carro sofreu tantas mudanças que é


difícil passar isso em detalhes, assim como fazer
comparações com outros modelos, porém tais de-
talhes eram o que criava o destaque nessa versão
especial.

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Maverick Quatro Portas
Com o passar dos anos, após o lançamento do Ma-
verick, a família cresceu. No final do ano de 1973,
surgiram as novas carrocerias sedan de 4 portas.
Desde então, a Ford só oferecia o modelo com 2
portas, enquanto outros modelos rivais tinham 4
portas.

O Maverick 4 portas, também chamado de sedan,


era maior na distância entre os eixos, tendo 2,79
m. O espaço interno, que antes era criticado pelos
consumidores ficou maior.

Essa versão do Maverick tinha a motorização do


coupé, ou seja, era possível encontrar na versão
Super, Super Luxo e GT, onde o motor era de 3.0
com 6 cilindros e o câmbio manual com 3 marchas,
além da opção do motor V8 302 e câmbio manual
com 4 marchas.

Crédito editorial: lucianospagnolribeiro |Shutterstock.com

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Mesmo não tendo mais o design esportivo da carro-
ceria fastback, esse modelo era mais indicado para
quem queria um carro com porta-malas maior ou
para a família.

Em 1975, dois anos depois, a fábrica nacional de


motores da Ford ficou pronta em Taubaté, São Pau-
lo. Desde então, o motor 2.3 OHC com 4 cilindros
em linha foi produzido com tecnologia onde o ca-
beçote era feito com gases de fluxo cruzado. Esse
motor era exportado para o mundo todo.

Mesmo que não produzisse tanta força, o motor


trazia muito mais eficiência, economia e bom de-
sempenho ao Maverick do que comparado a ver-
são de 3.0 com 6 cilindros, que acabou saindo de
linha.

Então, mesmo com o motor um pouco menor, essa


versão resolvia diversos problemas, como o mal de-
sempenho e o consumo mais alto. Isso era muito
importante para a época, afinal a crise do petróleo
era uma realidade que afetava o mundo inteiro.

O Maverick 2.3 perdia bastante peso comparado


ao antigo, com 6 cilindros, e o tempo de aceleração
era menor, indo de 0 a 100 km/h em 17 segundos
em média, sendo um dos carros mais adequados
para a época.

Além de trazer um motor novo, a Ford também


aproveitou para elaborar outros ajustes, como nos
freios, na direção, na suspensão e em outros deta-
lhes de peças e acabamentos.

A intenção era fazer com que a versão ficasse agra-


dável aos olhos do consumidor brasileiro, principal-

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mente depois dos grandes fracassos que enfrenta-
dos em seu lançamento.

Maverick Mavilac
O projeto dessa versão especial do Maverick foi
mostrado na revista Motor 3 e seu desenvolvimen-
to foi feito em 7 meses pelo Sr. Shlomo Eliakim.

Essa versão foi feita a partir de um GT 1974, mas


apenas o nome de registro foi o que sobrou dele,
afinal toda a estética do carro foi modificada, as-
sim como todos seus detalhes.

Muitos consumidores não se agradaram muito do


carro por conta de sua estética, alegando que fi-
cou quadrado demais, mas outros curtiram a ideia
e se apaixonaram por essa versão totalmente di-
ferente.

Crédito editorial: Thiago Natanael Pinto Marracini | Unsplash.com

30
MOTOR V8
E SUAS ESPE-
CIFICAÇÕES
A versão GT com motor V8 302 polegadas cúbi-
cas tinha 5.0 litros e era importada da América do
Norte. Esse motor com certeza, era uma das op-
ções mais fora da curva da época.

Isso porque, quando falamos sobre sua performan-


ce dele, ele era extremamente superior a outros
motores de 6 cilindros. Seu torque chegava aos 40
kgfm, e o Maverick V8 fazia arrancadas mais vigo-
rosas e retomava as altas velocidades.

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A velocidade máxima que ele chegava era de 180
km/h, fazendo com que fosse uma das opções de
carros mais rápidos do Brasil na década de 1970.

Mesmo que tivesse uma direção com respostas mais


lentas, os freios subdimensionados e a suspensão
da parte de trás, com feixes de mola, traziam um
pouco mais de estabilidade para o carro.

Muitos motoristas alegaram que em altas veloci-


dades essas características não eram interessan-
tes, pois não davam conta do recado, além de fazer
com que ele fosse difícil de ser dirigido.

Ainda assim, esse modelo de carro era muito bo-


nito e chamava a atenção por seu charme. Ele ti-
nha vários diferenciais como os pneus mais largos,
adereços, adesivos e muito mais.

Essas características valorizavam todo o conjun-


to do carro, além de outros detalhes internos que
também chamavam atenção, como câmbio manu-
al com 4 marchas e bancos separados, por exem-
plo.

32
MAVERICK
GT 2.3
Na mesma época existia um movimento visando
popularizar a versão esportiva do GT, que trouxe
grande confusão. Essa versão foi oferecida como
mais barata, ainda mantendo seu visual esportivo,
motor 2.3 OHC e câmbio manual com 4 marchas.

Essa versão, mesmo sendo criticada por muitas


pessoas cumpria de fato seu propósito, que era ser
um carro mais econômico e barato para a época.

No final do ano de 1977, o Corcel II chegou ao merca-


do, ficando atrás do Maverick como carro da Ford.
O que aconteceu é que a carroceria dele era mais
bonita e maior, assim como a mecânica era mais
eficiente, moderna e tinha bons equipamentos.

33
Crédito editorial: luizsantanna | Shutterstock.com

Com isso, o Corcel II ganhou mais espaço no merca-


do, atraindo os compradores do Maverick e geran-
do grande concorrência, pois estava sempre sendo
atualizado.

Essa migração foi acontecendo com mais frequ-


ência, até porque o GM Opala e o Corcel eram su-
periores ao carro médio da marca. Por conta disso,
as vendas do Maverick acabaram diminuindo e ele
passou a não ser mais um bom negócio para a Ford.

Em abril de 1979, a Ford tirou o Maverick de linha 10


anos depois de seu lançamento na primeira versão,
ainda nos Estados Unidos. No Brasil, a presença
do Maverick durou cerca de 6 anos, onde mais de
108 mil unidades foram produzidas, sendo 86 mil
de carroceria coupé com 2 portas, 12 mil de 4 por-
tas e 10 mil da versão GT V8.

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Crédito editorial: luizsantanna | Shutterstock.com

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O que realmente fez com que o Maverick se tor-
nasse uma grande lenda do mercado de automó-
veis foi o GT V8 com kit Quadrijet, tendo mais de
500 unidades prontas após preparadas.

O que vale mesmo é essa versão do Maverick, in-


dependente se ele não ficou por muito tempo no
mercado, se teve problemas para enfrentar, se as
vendas não foram tão altas ou se saiu de linha.

Se a Ford tivesse considerado as pesquisas que


foram feitas, talvez teria investido um pouco mais
para lançar a versão que o consumidor realmente
desejava, fazendo com que ele ficasse no mercado
por mais tempo.

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O MITO:
MAVERICK V8
QUADRIJET
Como citamos anteriormente, a versão do Maveri-
ck V8 Quadrijet foi um dos maiores mitos do mer-
cado. Ele tinha o motor 250-S em um Opala 4100
no ano de 1973, produzindo cerca de 171 hp SAE
e tendo um excelente desempenho comparado ao
sedan da GM.

Mesmo sendo mais potentes, os 6 cilindros do Opa-


la ainda não eram tanto quanto o V8 da Ford, seja
nas ruas ou na ficha técnica. Essa potência não po-
deria ser comparada nas pistas de corrida e com-
petição, até porque o Opala pesava menos que o
Maverick.

37
38
Com isso, a Ford teve a brilhante ideia de oferecer
o Kit Quadrijet para o motor V8, que chegou em
1975. Esse motor estava presente no Maverick GT
V8 e também na versão Super Luxo V8, agregando
um carburador de corpo quádruplo para substituir
o de corpo duplo.

Com o kit instalado, a potência de 302 V8 ia de 197


hp para 257 hp de potência bruta, sendo cerca de
170 cv na ABNT. Além disso, também supera os 40
kgfm de torque máximo.

O câmbio de 4 marchas manuais também estava


instalado no V8, e mesmo que os valores das mo-
dificações feitas fossem mais altas, o resultado do
Maverick Quadrijet foi excelente. Assim, ele con-
seguia chegar aos 100 km/h em menos de 10 se-
gundos.

Essa versão com o kit especial fez com que o Ma-


verick realmente se tornasse um mito no merca-
do de automóveis, mesmo que poucas unidades ti-
vessem sido vendidas e produzidas apenas para as
pistas de competição.

39
MAVERICK
QUE USAVA
ITENS DOS
EUA
Depois que o Maverick saiu de linha no mercado
norte-americano, no ano de 1977, apenas a produ-
ção do carro nacional ainda era feita. Mesmo que
os números de unidades fabricadas ainda não fos-
sem tão grandes quanto os dos EUA, o sucesso foi
alto, mas não impediu que ele fosse tirado de linha
para o Ford Granada entrar.

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Um grande fato é que o Maverick nacional conse-
guiu se aproveitar do fato do Maverick americano
ter sido tirado de linha, afinal, todos os equipamen-
tos que eram utilizados por lá para trazer conforto
e melhorar o design foram destinados ao uso da
produção do modelo nacional.

A linha de 1978 do Maverick brasileiro ganhou mui-


tos detalhes adicionados de luxo que não foram
vistos anteriormente em outras versões, como ar
condicionado, capô do motor com desenhos espor-
tivos, direção hidráulica de série, câmbio automá-
tico e novos detalhes.

41
Para que essa novidade fosse bem acomodada, a
Ford aproveitou esse momento e lançou a versão
Luxo Decorativo Opcional (LDO), que foi a primeira
desde que o carro foi estreado e se tornou topo de
linha.

Isso porque, além de ter um acabamento interno


de luxo também tinha outros equipamentos nunca
vistos até então. A versão GT também se benefi-
ciou com o uso do capô mais esportivo, desenhos
modernos e entrada de ar dupla.

42
A POTÊNCIA
DO MOTOR V8
A potência que os motores V8 nacionais tinham,
sempre trouxe muita polêmica para o mercado.
Existem dois tipos de potências que um motor pode
ter: a potência SAE (potência bruta) e a ABNT (po-
tência líquida.

A potência bruta é maior que a potência líquida,


afinal, é medida sem contar os acessórios do mo-
tor. A potência líquida pode ser medida de duas
maneiras, com os acessórios do motor ou nas ro-
das.

Quando a potência é medida nas rodas existe uma


diminuição dela, pois elementos como cardan, câm-
bio, e outros que possuem atrito e quanto mais atri-
to, menos potência.

43
44
Em 1970, as potências dos carros eram medidas de
modo SAE, e por isso o Maverick tinha potência de
199 hp. Quando consideramos o câmbio, o motor, o
escapamento e as bombas, a potência diminui.

A potência pode ser vista apenas como um número,


e o motor V8 302 do Maverick não possui potência
menor do que o motor do Opala. O que acontece é
que o modelo do Opala é bem mais leve que o do
Maverick e ainda assim, menos potente.

Grande parte das fábricas apenas dão os valores de


potência bruta e não os detalhes completos. Mas
esse motor V8 é tão respeitado no mercado que é
considerado uma das melhores opções de moto-
res de todo o mundo, permanecendo até 1995 no
Mustang, rendendo 215 hp.

É comum observarmos pessoas falando mal do mo-


tor V8, dizendo ser menos potente, mas isso não é
verdade.

45
Quando falamos sobre potência, até podemos di-
zer que o V8 tem menos, por conta de seu tamanho,
mas se você remover o escapamento do carro, por
exemplo, já são mais 10 hp de potência nas rodas.

Justamente esses detalhes fazem com que o motor


do Maverick seja considerado um dos melhores do
mundo, e seu curso é pequeno, podendo ser usado
nas pistas.

Nos Estados Unidos, existe uma regra onde de 15 a


25% de potência bruta é tirada e a potência líquida
é o resultado final. Com isso, não tem como pegar
um número certo, pois existem algumas variáveis
conforme a bomba de água, de óleo, escapamento
e outros detalhes.

46
DESEMPENHO
DO MAVERICK
O Ford Maverick foi um dos carros esportivos mais
icônicos de toda a história de automóveis no Brasil,
principalmente sua versão GT V8, como dissemos
anteriormente. Mas, nos Estados Unidos, esse car-
ro era considerado apenas como mais uma opção
de entrada.

47
Isso pode ser visto também porque ele serve como
base para fazer experimentos diferentes, por con-
ta de seu valor mais acessível.

Seu nome, por exemplo, foi reutilizado para a pro-


dução do Ford Maverick Pickup, o Maverick V8 aca-
bou entrando na ideia de colocar um carburador
para alimentar seu motor V8 de 5.0.

Esse experimento mostrou que o resultado é que


o Maverick consegue fazer mais de 17 km por litro,
sendo melhor que o valor de seu consumo original.
A desvantagem disso é que o carro possui potên-
cia menor, entregando apenas 60 cv.

48
O Maverick que participou desse experimento é de
1974, e Luke Finley é o proprietário. Ele conhece os
motores dos carros muito bem, assim como os sis-
temas de combustível, então aceitou o desafio e
elaborou essa transformação, que funcionou mui-
to bem.

Luke e seu pai dirigiam o Maverick na série de cor-


ridas, a Hot Rod Power Tour, onde os competidores
precisavam rodar com os carros em vários estados
dos Estados Unidos, totalizando mais de 1600 km,
utilizando apenas o carburador novo alimentando
o incrível Maverick.

Isso nos leva a pensar no que aconteceu, onde o


lado ruim de fazer com que o consumo de combus-
tível fosse parecido com o de um Honda Civic. Ao
colocar o carro em um dinamômetro, o motor V8
do Maverick produziu 59,7 cv de potência sobre as
rodas, o que foi impressionante.

49
Seu motor não entregou mais do que 3500 rpm na
puxada e não tinha mais o que entregar. No gráfico,
foi observado que o torque máximo foi de 19 kgfm,
apenas a 2125 rpm. Tal desempenho o fez chegar a
rotações mais baixas.

Nesse momento, muitas pessoas não entendem o


que acontece. Alguns cálculos podem ser feitos,
para observar que o motor faz cerca de 85 cv no
virabrequim. Isso é a mesma potência, em média,
que um Maverick fazia nos anos 70, original e ten-
do o motor com 6 cilindros em linha.

Com isso, podemos notar que o carburador peque-


no fez com que esse Maverick motor V8 fosse um
modelo de 6 em linha, mas o consumo de combus-
tível foi muito melhor.

50
CUIDADOS AO
ADQUIRIR UM
MAVERICK
É comum que muitas pessoas, após ouvir mais so-
bre a história do Maverick, de como ele chegou no
Brasil, seu desempenho e motor, fiquem interessa-
dos em adquirir um carro como esse.

Muitos deles não conhecem, de fato, os detalhes


do carro. Pensando exatamente em ajudar muitas
pessoas com isso, trouxemos alguns dos cuidados
que devem ser observados antes mesmo de você
finalizar sua compra de um Maverick.

A primeira dica, e talvez a mais importante, é nun-


ca comprar um Maverick sem antes saber exata-
mente qual o modelo que você está comprando.
Cada carro possui uma faixa de preço e esses va-
lores podem mudar conforme a conservação, o es-
tado do carro, os detalhes externos e internos, o
motor, customização e caixa.

51
Entendendo esse ponto, confira a seguir outros de-
talhes muito importantes que devem ser observa-
dos.

A Escolha dos Modelos Originais


Antes mesmo de definir qual será o modelo que você
comprará, saiba que é necessário entender sobre
algumas informações. No Brasil, os Mavericks são
encontrados por duas fases:

De 1973 a 1976, é chamada de fase I, onde as lan-


ternas são feitas com contorno em alumínio.

De 1977 a 1979, é chamada a fase II, onde as lan-


ternas são plásticas com três gomos.

Além dessas fases, também houveram algumas


versões especiais que foram desenvolvidas, como
citamos anteriormente, as especificações e a ver-
são especial Série Ouro e Prata, que possui motor
4 cc é um exemplo, considerado um carro com de-
talhes luxuosos.

52
Outro ponto importante a ser observado é que a
Ford apresentou alguns descasos com os seus car-
ros que fizeram sucesso, mas eram antigos, como
o Maverick no Brasil. Não existem dados oficiais
sobre a quantidade de cada modelo que foi produ-
zida, assim como quantos deles tinham os motores
4 cc, 6 cc ou V8.

Detalhes de Modelos Customizados


Hoje em dia, podemos encontrar diversos itens
considerados opções de upgrade que estão dispo-
níveis, como retrovisor de alumínio, capô de fibra,
rodas esportivas, grades de alumínio, saias, faróis,
scoops, volantes e muitos outros que deixam o car-
ro ainda melhor.

Dependendo da customização feita, é possível que


isso impacte diretamente no valor total do carro.

53
Se alguém faz transformações que deixam o car-
ro parecido com uma nave espacial, por exemplo,
com diversos detalhes que anteriormente ele não
tinha, o carro ficará mais caro.

Existem muitas customizações que são feitas que


mesmo trazendo mudanças, não fazem com que
o carro perca as suas características visuais mais
marcantes. Assim como as customizações podem
ser positivas, também podem acabar com o mode-
lo, que ficou tão conhecido por ser bonito.

Identifique os Modelos
É comum que muitos consumidores tenham difi-
culdade em identificar de fato quais são os mode-
los do Maverick que existem, isso acontece princi-
palmente por não terem a plaqueta, item que dava
para identificar os dados técnicos sobre o carro,
como motor, estofados, cor original, transmissão e
outros pontos.

54
Não tem como saber dessas informações a partir
do pedido da Ford, pois no Brasil, quando os mo-
delos não são mais produzidos, essas informações
não são mais passadas.

O número do chassi, por exemplo, consta apenas


os dados iniciais, como mês e ano de fabricação e
outros dados mais básicos do modelo.

Com isso, apenas com os dados contidos nas pla-


quetas, é possível identificar com mais certeza to-
das as informações sobre os modelos que você pla-
neja comprar, principalmente sobre o motor.

Essa plaqueta fica localizada na porta dianteira es-


querda, na parte de cima da fechadura. Além dis-
so, também é importante observar a questão dos
documentos do carro, isso pode gerar dores de ca-
beça.

Observe na plaqueta se existe motor cadastra-


do, se o mesmo ainda está com a potência descri-
ta corretamente e se essas informações estão no
documento. Também é comum encontrar peças de
outros modelos instaladas, então se atente.

55
Adaptação de Motores
Esse ponto você precisa se atentar com muita de-
dicação, pois também pode gerar problemas, prin-
cipalmente se as adaptações tivessem sido feitas
para aumentar a potência do Maverick.

Antes de fechar a compra é importante observar se


está tudo legalizado corretamente, afinal, existem
muitos Mavericks que estão rodando nas ruas com
motores V8 já legalizados, mas só tem como saber
dessas informações a partir da plaqueta original
do carro. O GT original, por exemplo, possui chassi
que começa com LB5E.

Mesmo que muitas pessoas tentem falar que as


adaptações feitas do V8 são caríssimas, isso pode
ser apenas uma grande conversa para tentar te
convencer a finalmente comprar o carro.

Observe quais foram as alterações e também a do-


cumentação do Maverick. Existem muitas adapta-
ções feitas para deixar o carro ainda melhor, mas
isso requer cuidado.

Agora que você entendeu melhor sobre os cuida-


dos que deve tomar, se atente a cada um deles para
que, caso seu sonho realmente seja ter um Mave-
rick na garagem isso se torne realidade, evitando
dores de cabeça e problemas futuros.

O Maverick entrou para a história de automóveis


do Brasil e isso se deu por conta de seu desempe-
nho, das versões especiais que foram produzidas,
da potência e do motor, além de todos os detalhes
contidos nele, agradando um público muito gran-
de!

56
BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book se
basearam nos conteúdos abaixo listados:

Conheça mais sobre a história do Maverick


https://www.maverick73.com.br/historias/a-historia-do-ford-maverick/

Maverick e seu desenvolvimento no mercado de


automóveis
https://autopapo.uol.com.br/noticia/ford-maverick-v8/#:~:text=Assim%2C%20o%20Ford%20Maverick%20foi,esporti-
va%20s%C3%B3%20com%20motor%20V8

Maverick no Brasil
https://autopapo.uol.com.br/noticia/ford-maverick-v8/#:~:text=Assim%2C%20o%20Ford%20Maverick%20foi,esporti-
va%20s%C3%B3%20com%20motor%20V8

Versões especiais do Maverick


https://www.maverick73.com.br/modelos/maverick-modelos-especiais/

https://autopapo.uol.com.br/noticia/ford-maverick-v8/#:~:text=Assim%2C%20o%20Ford%20Maverick%20foi,esporti-
va%20s%C3%B3%20com%20motor%20V8

Motor V8 e suas especificações


https://autopapo.uol.com.br/noticia/ford-maverick-v8/#:~:text=Assim%2C%20o%20Ford%20Maverick%20foi,esporti-
va%20s%C3%B3%20com%20motor%20V8

Maverick GT 2.3
https://autopapo.uol.com.br/noticia/ford-maverick-v8/#:~:text=Assim%2C%20o%20Ford%20Maverick%20foi,esporti-
va%20s%C3%B3%20com%20motor%20V8

O grande mito: Maverick V8 Quadrijet


https://autopapo.uol.com.br/noticia/ford-maverick-v8/#:~:text=Assim%2C%20o%20Ford%20Maverick%20foi,esporti-
va%20s%C3%B3%20com%20motor%20V8

Versão do Maverick que usava itens dos Estados


Unidos
https://autopapo.uol.com.br/noticia/ford-maverick-v8/#:~:text=Assim%2C%20o%20Ford%20Maverick%20foi,esporti-
va%20s%C3%B3%20com%20motor%20V8

A potência do motor V8
https://www.maverick73.com.br/historias/a-potencia-do-motor-v8/

Desempenho do Maverick
https://motor1.uol.com.br/news/597119/maverick-carburador-cortador-grama-v8/#:~:text=Em%20um%20dinam%C3%B-
4metro%2C%20o%20poderoso,19%20kgfm%20a%202.125%20rpm.

57
Principais cuidados ao adquirir um Maverick
https://www.maverick73.com.br/dicas-em-geral/cuidados-ao-comprar-seu-maverick/

Este e-book, caracterizado como uma obra literá-


ria, produzido pela Retornar e de sua integral titu-
laridade, contém citação de marcas de terceiros em
caráter meramente informativo, na forma autori-
zada pelo Artigo 132, IV da Lei 9279/96. A Retornar
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incluindo direitos de propriedade intelectual, como
direitos autorais ou marcas registradas, e que to-
dos os seus conteúdos estão de acordo com a le-
gislação brasileira.

58
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INSTITUTO
RETORNAR
A fundação do Instituto Retornar é um sonho con-
cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

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ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
sem fins lucrativos em mais de 10 estados. Ao todo,
mais de 3.500 pessoas em 19 cidades foram direta-
mente beneficiadas por essa rede de amor.

Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên-

59
cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
a inclusão social. Realizou a doação de carros, ces-
tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
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E tudo isso foi possível porque o Instituto Retornar


é movido pelo amor - a força mais transformadora
que existe.

Obrigado por acreditar na missão do Instituto Re-


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