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1

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................. 3

VERSÕES ESPECIAIS................................................. 5

TIPOS DE MODIFICAÇÃO........................................ 9

FORD SOUZA RAMOS.............................................. 11

CIOATO....................................................................... 16

ENGERAUTO..............................................................21

WALK.......................................................................... 23

SIDCAR....................................................................... 25

VERSÁT’1.................................................................... 27

BRASILVAN................................................................ 29

FURGLASS..................................................................31

OUTRAS EMPRESAS................................................34

FICHA TÉCNICA....................................................... 40

UM CICLO QUE SE ENCERRA.................................54

BIBLIOGRAFIA...........................................................59

CONHEÇA O INSTITUTO RETORNAR................... 60


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INTRODUÇÃO
Em pouco mais de 100 anos de existência da Ford
como uma montadora nacional, nem os mais so-
nhadores poderiam imaginar que um veículo faria
tanto sucesso, ainda mais sendo um utilitário.

Mesmo que tenha tido inspiração e sido, inicialmen-


te, montada na mesma plataforma da F-100 e dé-
cadas depois ganhar os mesmos traços da F-150
americana, ela é uma exclusividade do Brasil.

Foi inovadora e revolucionária para época, por ser a


primeira caminhonete a usar motor a Diesel e pio-
neira em ter motores com este tipo de combustão,
agora turbinados. Teto solar para agradar público
mais jovem, cabine estendida para colocar, definiti-
vamente, o 4x4 na cidade, abrindo, inclusive, mer-
cado para a concorrência.

A primeira caminhonete, saindo na frente das con-


correntes importadas, fazia a troca de tração ele-
tronicamente, dispensando a manopla ao lado do
câmbio, tudo isso feito por um botão. Indiscutivel-
mente, a F-1000 fez história e deixou apaixonados
pelo modelo e pela marca.

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Por fim, abriu um mercado para quem buscava a ro-
bustez, qualidade, durabilidade e um veículo Raça
Forte, como a montadora denominava suas pica-
pes e caminhões. As versões especiais, ou, como
popularmente conhecidas, as caminhonetes ca-
bines duplas, entregavam muito mais conforto e
luxo e levavam agora toda a família em viagens e
no dia a dia.

Neste embalo surgiram várias empresas espalhadas


pelo território nacional. Para usar um termo atual,
“customizaram” as F-1000 originais para atender a
este público crescente e mais exigente. Assim, a pi-
cape que nos orgulha por existir somente no Brasil,
reforçou sua força no campo e na cidade.

Venha conosco conhecer um pouco da história


dessas empresas que realizaram o sonho de mui-
tas pessoas e fizeram parte do legado na história
da F-1000.

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VERSÕES
ESPECIAIS
O nome Versões Especiais, foi uma forma encon-
trada para contornar a legislação protecionista
que atuava fortemente no país, durou de 1976 até
1990. Durante 14 anos que, ao invés de proteger a
indústria brasileira ou nos colocar na vanguarda,
nos colocou na retaguarda tecnológica e produtiva
do mundo.

Na nova onda da customização das F-1000, apare-


ceram várias empresas espalhadas pelo Brasil, que
se especializaram, cresceram e ganharam muito
dinheiro. Aquelas que não souberam se reinventar
com a abertura do mercado, simplesmente desa-
pareceram da mesma forma que surgiram, rapida-
mente.

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Houve empresas como a SR Veículos Especiais, que
ganharam destaque a ponto de ter parcerias espe-
ciais com a Ford do Brasil e proporcionavam o di-
reito de os proprietários manterem a garantia ori-
ginal de fábrica.

Infelizmente as Versões Especiais não eram aces-


síveis a qualquer proprietário de F-1000, como os
jornalistas Henrique Rodriguez e Igor Macaraio es-
creveram em 25 de março de 2021, na Revista 4
Rodas:

“Algumas transformações adicionaram grandes


quantias ao valor do veículo original, o que os trans-
formaram em cobiçados itens de luxo.”

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Só quem já teve a oportunidade de andar em uma
destas F-1000 modificadas, sabe bem o que os
jornalistas quiseram expor nesta citação. Os luxos
eram oferecidos de várias formas, desde acaba-
mento e opcionais, como compartimento refrigera-
do e até a televisão. Sem falar no ar-condicionado,
que, dependendo do ano da picape, não configura-
va como item de série.

Revestimento acústico, parte da tapeçaria cus-


tomizada ao gosto do freguês, bancos maiores e
mais confortáveis. Modelos onde estes bancos po-
deriam virar camas para as crianças - época em
que a preocupação com segurança e uso do cinto,
mesmo estando na legislação, não tinha a mesma
atenção de hoje - em viagens longas ou noturnas.

As transformações tinham direito a assoalho rebai-


xado, teto aumentado, carroceria alongada, total-
mente fechada e janelas panorâmicas que acaba-
ram virando febre e muitas empresas adotaram. A
quantidade de sofisticação e itens de conforto de-
pendia apenas do quanto o proprietário da F-1000
gostaria, ou poderia, gastar com estes luxos.

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Época que a F-1000 entrou na cidade de vez para
nunca mais sair. Passou de picape totalmente ru-
ral, algo que nunca chegou a ser a sua proposta,
para um veículo que as empresas fabricantes de
Versões Especiais, transformaram em 100% fa-
miliar. Ela transitava no asfalto ou na terra com
a mesma desenvoltura, mas agora com direito de
todos curtirem juntos.

Mas, como nem tudo são flores, no Brasil da década


de 90, entre o confisco de poupanças, escândalos
de corrupção e a bendita abertura do mercado, as
empresas que faziam estas customizações em cima
dos chassis da F-1000 e também, da sua principal
concorrente, a Chevrolet D-20, foram seriamente
afetadas.

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TIPOS DE
MODIFICAÇÃO
As alterações que as empresas realizavam nas
F-1000, em sua grande maioria, eram com fibra
de vidro, algumas empresas se arriscaram a usar
outros tipos de materiais, mas foram poucas exce-
ções.

Havia basicamente três linhas de alteração que


eram realizadas nas carrocerias das F-1000. As
mais simples acrescentavam uma extensão à ca-
bine original, acrescentado uma vigia após o corte
na lataria.

Carroceria de Fibra de Vidro


Essa modificação deixava a parte modificada um
pouco mais elevada atrás da cabine original, ou seja,
proporcionava mais espaço e os assentos traseiros
ficavam mais elevados, em relação aos dianteiros.

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Modificação Total
Acontecia quando toda a carroceria era feita em
fibra de vidro. Este tipo de alteração só poderia ser
realizada em empresas bem estruturadas, como a
SR Veículos Especiais e CIOATO, por exemplo.

A primeira empresa foi responsável pela criação de


maior sucesso nas Versões Especiais da F-1000, a
Desert XK. Sua fama se deu nas décadas de 1980
e 1990.

F-1000 10
Crédito editorial Por Picudio | Pixabay.com

FORD
SOUZA RAMOS
A Ford Souza Ramos foi fundada em 1967, na cidade
de São Paulo, sendo até o fim das suas atividades,
uma das principais revendedoras da Ford Brasil no
estado. Além de sua grandeza, o grupo foi respon-
sável por diversas criações exclusivas no mercado
brasileiro, sempre usando como base, plataformas
da montadora.

Com 12 anos de mercado, os visionários proprietá-


rios criaram, em 1979, o braço que surfou com ma-
estria e qualidade nasVersões Especiais da F-1000.
Nascia a SR Veículos Especiais.

Após 50 anos de atuação e com a decisão da Ford


Motors Company de fechar todas as suas operações
no país, ficando apenas como importadora para ven-
das de picapes e o icônico Mustang, a concessionária
encerrou, definitivamente, suas operações.

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SR Veículos Especiais
De nada adianta ter sorte se não há visão, sonhos
e muito trabalho para realizá-los. E foi assim que
Eduardo Souza Ramos, no ano de 1979, criou a em-
presa SR Veículos Especiais.

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Uma empresa que ficou conhecida pelas adapta-
ções que realizava sobre as carrocerias da marca
Ford, companhia que representava no país. As mo-
dificações começaram em cima de picapes, que sa-
íam da montadora com cabine simples e a empresa
as transformava em veículos que viraram desejo de
muitos, mas que poucos tiveram o prazer de pos-
suí-las.

Saíam das oficinas da SR Veículos Especiais as lu-


xuosas SR IBIZA, SR XK Country, SR Deserter; mas
enganavam-se quem achava que a família Ramos
ficou apenas nos utilitários. Suas criações seguiam
em cima de plataformas de veículos como a Pam-
pa, que ganhou o SR ao lado do seu nome original
de fábrica.
Muito antes da FIAT sonhar em lançar o Fiat Stra-
da, por exemplo, com cabine estendida ou dupla,
a Souza Ramos cabinou o utilitário leve da Ford.
Também fez projetos como o Escort XR3 JPS, com
turbo Garret, que teve o visual alterado com faróis
escamoteáveis e pintura igual a de carros como a
Lotus John Player Special.
O Ford Ka ganhou uma versão apimentada no iní-
cio dos anos 2000, chamada de KA SRT (Souza
Ramos Turbo). Mas essa customização não esta-
va mais com a assinatura da SR Veículos Especiais,
que fora vendida anos antes, após a abertura do
mercado e a invasão dos importados.
Antes de fechar em definitivo, a SR Veículos Espe-
ciais viveu anos de glória. Reflexo da qualidade, re-
quinte e durabilidade das modificações realizadas
sobre a plataforma da caminhonete F-1000. Inclu-
sive, isso lhe rendeu uma certificação da montado-
ra brasileira nos anos 80.

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Única empresa que teve seus veículos vendidos
dentro de uma concessionária autorizada da mar-
ca e, principalmente, mantinha todas as garantias
de fábrica. Não foi à toa que essa certificação tam-
bém lhe rendeu o título de ser a maior do país neste
tipo de serviço, bem como uma das empresas que
customizaram caminhonetes vendidas para diver-
sas partes do Brasil.

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Curiosidades:

Algumas curiosidades a respeito das Versões Es-


peciais, da Souza Ramos:

- 1ª empresa do setor fora de série a trabalhar com


a colaboração do fabricante;

- A SR Max Sport era a picape com janelas tama-


nho padrão e acabamento mais simples;

- Os modelos foram a Deserter, Max Sport e De-


sert Rally.

O modelo Desert Rally vinha com pneus fora de es-


trada, estepe no teto, barras de proteção na ca-
çamba e na dianteira. E a Desert XK, no ano de
1989, chegava com visual novo e, no ano seguin-
te, a primeira cabine dupla da empresa com quatro
portas.

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Crédito Editorial Jacob Lund | Canva.com

CIOATO
Da Serra Gaúcha para o Brasil
A empresa CIOATO, que fica localizada na Serra
Gaúcha, distante 158 km do Aeroporto Internacio-
nal Salgado Filho, em Porto Alegre, ainda se encon-
tra em operação. Foi fundada em 1966, na cidade
de São Marcos e começou suas atividades como
oficina de reforma e transformação de cabines de
caminhões em cabines-leito.

Somente no ano de 1978, a Auto Cioato Ltda, ini-


ciou os projetos de customização de caminhone-
tes em cabines duplas, no mesmo estilo que outras
empresas no Brasil. Mas é uma das poucas empre-
sas que viveu todo aquele boom do mercado e ain-
da continua atuando.

As Versões Especiais da F-1000, e também de sua


concorrente direta, começaram a diminuir logo de-
pois da abertura do mercado, no início da década
de 90, até cessar por completo no final da mesma
década.

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Assim como a maioria das oficinas que faziam as
transformações, utilizavam a fibra de vidro como
a sua matéria-prima. Até porque o custo era mais
barato do que se fossem fabricadas em aço ou ferro.

Se reinventar é preciso
A empresa de São Marcos (RS) nunca parou com
as construções e modificações de cabines de ca-
minhões. Porém, com a abertura do mercado e a
invasão das vans coreanas, a CIOATO aproveitou
a oportunidade.

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Enquanto uns choravam devido ao movimento que
o Governo Collor fez, abrindo o mercado para a tec-
nologia e importações, outros vendem lenços. Ou
seja, a CIOATO começou a trabalhar com as modi-
ficações destas vans. De caminhonetes cabinadas,
agora do galpão da serra gaúcha, saíam as vans
modificadas para ambulâncias.

Hoje ela continua trabalhando com ambulâncias,


micro-ônibus e carros funerários. Além disso, a em-
presa foi fornecedora oficial das cabines dos utili-
tários Marruá, da marca Agrale.

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SULAMERI-
CANA
A Sulamericana, empresa situada em Poá (SP), foi
a única empresa que a própria Ford vendia como
cabine dupla em suas concessionárias. Refere-se
a um acordo entre a montadora e a Sulamericana.

Conforme o site Lexicar Brasil, “suas primeiras car-


rocerias foram construídas em 1962, por encomen-
da da Ford, pela qual, duas décadas depois, seria
homologada como fabricante, vindo a ter direito
de receber picapes “0 km” e garantia diretamente
da fábrica”.

Porém, foi a partir de 1981 que a empresa de Poá (SP)


voltou a fabricar as suas picapes Versões Especiais
fora de série. Como o modelo que fez grande su-
cesso na época, chamado GB Especial, apresenta-
va uma extensão com excelente área envidraçada.

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Depois deste modelo vieram outros, como a GB Fly,
Mirage, Mig e Buchalla. Este último pegava em-
prestado o nome do proprietário da Sulamericana.

Em 1987, a empresa apresentou o seu modelo


Guerreiro 87, que poderia pegar algum desavisado,
achando que fosse uma Desert XK. Outra caracte-
rística era o uso de peças de carros como o Del Rey.
Porém, o seu interior não tinha o mesmo requinte,
conforto e luxo que a sua concorrente, fabricado
pela Souza Ramos.

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ENGERAUTO
A empresa surgiu em 1983, como subsidiária da
Companhia Santo Amaro de Automóveis. Foi por
muitos anos, a principal revendedora Ford de São
Paulo e uma das maiores do Brasil.

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No ano seguinte a Engerauto produziu a sua pri-
meira Versão Especial da F-1000. E este modelo
chamou a atenção do público devido às suas jane-
las panorâmicas, que ganhou este nome por sua
grande área envidraçada.

Chassis alongados
Apesar do sucesso de suas janelas envidraçadas, a
empresa se dedicou às cabines duplas com os chas-
sis alongados, que também tiveram grande êxito e
aceitação do público.

O maior destaque da Engerauto foi o seu modelo


F-1000 Cabine Dupla Magnum, lançado em 1988
com uma versão de três portas. Contudo, as ativi-
dades da empresa se encerram ao final da primeira
metade da década de 1990.

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WALK
A empresa criada em 1976, começou as suas ati-
vidades no setor de plásticos, fabricando capotas
plásticas com reforço em fibra de vidro, que equipa-
vam picapes leves e médias. Fabricavam, também,
tampões marítimos e alguns elementos de perso-
nalização para automóveis da linha Ford (Corcel,
Del Rey e Escort).

No início da década de 1980 começou suas ativi-


dades, apostando em chassis alongados, utiliza-
dos para não perder muita capacidade de carga e
para ganho de espaço interno.

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A sua primeira Versão Especial não foi na F-1000,
como poderíamos imaginar, mas sim em uma Ford
Pampa, no ano de 1984. A picape leve da monta-
dora ganhou:

Capota rígida removível;

Proteção tubular no para-choque dianteiro;

Pneu reserva na parte externa da caçamba;

Teto solar.

Foi apenas no ano de 1985 que a Walk personalizou


a sua primeira F-1000, com portas traseiras iguais
às dianteiras, porém, elas eram invertidas.

Como nessa época uma fabricante acabava atenta


às tendências das outras, não tardou para a Walk
partir para os mesmos tipos de modificações. Em
outras palavras, cabines mais altas e maior área
envidraçada no espaço dedicado aos passageiros.

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SIDCAR
A SIDCAR, empresa de Mogi das Cruzes (SP), en-
contra-se nessa lista por atingir a notável marca
de 5 mil veículos transformados. Um feito e tan-
to para uma empresa que começou em 1972, como
oficina de funilaria (lanternagem) e pintura de au-
tomóveis.

Crédito Editorial Joshua Resnick | Canva.com

Assim como todas as outras que existiram, apro-


veitou o boom dos anos 80 na transformação de
picapes com cabines simples em cabines duplas.
Oferecia os seguintes itens aos proprietários que
os procurassem para transformar as suas F-1000:

Ar condicionado (lembrando que nessa época não


era um item de série);

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Poltronas giratórias;

Bancos traseiros conversíveis em cama;

Forração em couro;

Vidros elétricos;

Guincho e quebra-mato;

Rodas de liga;

Tampão de fibra para a caçamba.

A empresa produziu dois modelos, a Oregon e


Dallas, ambas com nomes de cidades americanas.
A segunda picape era o seu carro chefe e principal
modelo, já a Oregon ganhou cabine mais alta, con-
forme tendência das primeiras produções de fora
de série.

No ano de 1992 a empresa foi certificada pelo Inme-


tro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia). Ou seja, uma das primeiras empresas
com certificação de conformidade no segmento de
transformações no Brasil.

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VERSÁT’1
A Versát’1 Veículos Especiais Ltda, foi uma empre-
sa de São Paulo (SP) que não ficou muito tempo
no mercado. Suas atividades iniciaram na segun-
da metade da década de 1980 e antes da primeira
metade da década seguinte, a empresa fechou as
portas em definitivo.

Um dos diferenciais das Versões Especiais produ-


zidas pela Versát’1, era que a empresa não usava a
fibra de vidro como matéria-prima para suas modi-
ficações. O material utilizado eram chapas de aço
estampadas, com tratamento antiferrugem.

Haviam diversas configurações aos clientes:

Janelas panorâmicas ou normais;

Teto plano ou semi-elevado;

Com ou sem tampão marítimo.

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Assim como todos os seus concorrentes, a empresa
oferecia equipamentos como: tapetes de veludo,
TV, geladeira e sofá-cama. Além disso, as pinturas
personalizadas estavam no mix de mimos ofere-
cidos aos clientes. Quando mais os clientes esti-
vessem dispostos a preencher um cheque polpudo,
maior era o número de acessórios de conforto e re-
quinte instalados.

No que se referia a custos, a Versát’1 acreditava


que o céu era o limite. Ela também atendia enco-
mendas de projetos especiais, este, mais um dos
diferenciais que fizeram o nome da empresa.

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BRASILVAN
A Brasilvan foi uma das empresas retardatárias a
entrar na fabricação e customização de veículos
especiais sobre da plataforma da Ford F-1000. As
atividades da empresa de Guarulhos (SP) tiveram
início no ano de 1987.

Crédito editorial FabioFilzi | Canva.com

A fibra de vidro era o material usado para conver-


ter as F-1000 em cabines duplas. Uma das suas
características era manter a altura padrão da ca-
minhonete. A partir do início da década de 1990,
a empresa adotou linhas mais arredondadas em
seus projetos e usou o conjunto óptico do Ford Del
Rey. Além disso, os pára-choques envolventes en-
traram na lista de alterações.

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Uma das estratégias da Brasilvan com a fabrica-
ção das suas Versões Especiais, era manter a esté-
tica muito similar aos produtos da Ford na época,
bem como, o padrão das suas picapes serem mon-
tadas sempre com quatro portas, enquanto suas
concorrentes tentavam a diferenciação através de
acessórios e produtos mais sofisticados, passando
assim, uma sensação de exclusividade e de luxo.

Por fim, a abertura do mercado no início dos anos


90 foi o encerramento da Brasilvan. Assim como
a maioria de seus concorrentes, que também não
conseguiram fugir desse remédio amargo e neces-
sário para o desenvolvimento do Brasil.

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FURGLASS
Mais uma empresa sediada na cidade de Guarulhos
(SP), a Carrocerias Furglass Indústria e Comércio
Ltda., fundada em 1975, começou a sua produção
de veículos speciais a partir dos anos 80. A Fur-
glass teve apoio da Ford do Brasil e da Sonnervig,
concessionária da marca americana, e a partir daí
nasceu o primeiro Furglaine.

No início de suas operações eram oferecidas três


versões, que eram: Standart, Isotérmico e Frigorí-
fico. No ano seguinte, 1981, a empresa apresentou
mais três modelos:

Ambulância, com capacidade para até 4 macas;

Escolar, com capacidade para 18 passageiros;

Seletivo, para até 15 passageiros.

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A Furglass estava de fora do mercado de caminho-
netes cabines duplas. Mas isso durou só até o final
de 1984, no XIII Salão do Automóvel de São Pau-
lo. Ou seja, a empresa apresentou o Chateau, que
também usava a F-1000 como plataforma para as
suas modificações.

O novo modelo tinha chassis mais longos do que


vinha sendo utilizado, nova grade dianteira, estepe
na traseira e acabamento sofisticado e diferencia-
do. O proprietário da Chateau levava para casa um
furgão com direito a poltronas giratórias e recli-
náveis, bar, geladeira e vídeo cassete. Essa versão
passou a integrar os modelos oferecidos pela em-
presa, como versão TOP de linha.

Crédito Editorial Krišjānis Kazaks | Unsplash.com

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Exigências da concorrência
Foi em 1987, forçada pelos concorrentes para não
ficar para trás, foi que a Furglass voltou a investir
em melhorias em seu furgão. As janelas panorâmi-
cas passaram a fazer parte destas melhorias, no-
vos faróis, grades e para-choques.

O grande diferencial ficou para a instalação da pri-


meira porta deslizante do Brasil, colocando a Fur-
glass na vanguarda desta tecnologia. Além disso,
a Furglaine também tem o título de 1º furgão inte-
gral brasileiro.

O que decretou o fim deste modelo de Versão Es-


pecial, usando o chassi da Ford F-1000, além da
tão falada abertura de mercado, foi a invasão co-
reana. Não da nação, mas sim das vans fabricadas
naquele país, que colocaram o último prego nas in-
tenções de continuidade da Furglaine, que foi des-
continuada logo depois.

33
OUTRAS
EMPRESAS
Neste capítulo, a título de curiosidade, listamos ou-
tras empresas que também fizeram parte da his-
tória. Ou seja, foram responsáveis por criarem as
suas Versões Especiais da F-1000. Elas estavam
espalhadas em todo o território nacional, umas com
mais, outras com menos expressão no mercado.

A lista não se encontra por ordem de importância,


tamanho ou localidade, por exemplo. Ao contrário,
apenas uma relação das empresas, suas cidades e
estados. Vamos a elas:

Alto Estilo - Itaquaquecetuba, São Paulo;

Amazônia - Ijuí, Rio Grande do Sul;

ARB (Auto Renovadora Boff) - São Marcos, Rio


Grande do Sul;

BB - São Paulo, São Paulo;

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Brasilvan - Guarulhos, São Paulo;

Brazcar - Pato de Minas, Minas Gerais;

By Pires - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro;

Cel-Car - São Paulo, São Paulo;

Cemar - Ribeirão Preto, São Paulo

Chapamec - Santa Rosa, Rio Grande do Sul;

Christi - Santo André; São Paulo;

CIOATO - São Marcos, Rio Grande do Sul;

Demec - Diadema, São Paulo;

Duplacar - Brasília, Distrito Federal;

Duplarte - São Paulo, São Paulo;

El Rabit - São Caetano do Sul, São Paulo;

Embrafi - Guarulhos, São Paulo;

Enbravel - Osasco, São Paulo;

Engerauto - São Paulo, São Paulo;

Engevan - Guarulhos, São Paulo;

Envemo - São Paulo, São Paulo;

Faize - Suzano, São Paulo;

Fórmula - Petrópolis, Rio de Janeiro;

Furglass - Guarulhos, São Paulo;

Gaulin - Curitiba, Paraná;

Imbrael /Inbrave - Poá, São Paulo;

Kieze, Suzano, São Paulo;

35
Lando Maia, São Paulo, São Paulo;

Larte - São Pedro do Butiá, Rio Grande do Sul;

LIMF - São Paulo, São Paulo;

Limousines do Brasil - Caxias do Sul, Rio Grande


do Sul;

Mascarello Cabines - Uberlândia, Minas Gerais;

Máxsus - Caxias do Sul, Rio Grande do Sul;

MC Van - Mogi das Cruzes, São Paulo;

Mek Diesel - São Paulo, São Paulo;

Miura - Porto Alegre, Rio Grande do Sul;

Modificar I - Diadema, São Paulo;

Mont Car - Suzano, São Paulo;

Moreira Matos - Itaquaquecetuba, São Paulo;

Motorcab - Petrópolis, Rio de Janeiro;

Nibramar - São Paulo, São Paulo;

Pit Stop - São Paulo, São Paulo;

Povel - Mossoró - Rio Grande do Norte;

Procópio - Cianorte, Paraná;

Renovauto - São Paulo, São Paulo;

Rodão - São Paulo, São Paulo;

Santo Amaro - São Paulo, São Paulo;

SIDCAR (Sid-Car) - Mogi das Cruzes, São Paulo;

SPOCAR - Mogi das Cruzes, São Paulo;

36
SR Veículos Especiais - São Paulo, São Paulo;

Star Car - Caxias do Sul, Rio Grande do Sul;

Sulam - São Paulo, São Paulo;

Sulamericana - Poá, São Paulo;

Transformium - Ribeirão Preto, São Paulo.

Tropical I - Marechal Cândido Rondon, Paraná;

Tropick - UP’s - São Paulo, São Paulo;

Versát’1 - São Paulo, São Paulo;

Walk - São Paulo, São Paulo;

Wel - São Paulo, São Paulo;

Wilcar - São Paulo, São Paulo.

Foram 60 empresas espalhadas em seis estados


mais o Distrito Federal, que fizeram parte da histó-
ria na indústria automobilística e foram importan-
tes para reforçar a fama da Ford F-1000 no Brasil.

37
Algumas curiosidades
Para quem gosta de números e dados estatísticos:
destas 60 empresas que fizeram transformações
e criaram as suas Versões Especiais da F-1000,
mais de 68% delas eram do estado de São Paulo. E
48,78% delas ficavam instaladas na própria capi-
tal, as outras 21 estavam espalhadas pelo estado.

O Rio Grande do Sul foi o estado que ficou em se-


gundo lugar em número de empresas, 15% do total.
Caxias do Sul, cidade da Serra Gaúcha, foi a cam-
peã no estado, com três companhias responsáveis
por essas transformações.

A empresa Povel (Porcino Veículos Ltda.), apesar de


estar na lista, não chegou a fazer nenhuma Versão
Especial da F-1000. Ela era uma revenda autoriza-
da da Fiat, mas figurava junto às demais empresas
por realizar a transformação, inédita, em um Fiat
Oggi, no ano de 1985. Ela transformou o pequeno
carro da montadora italiana em um veículo cabine
dupla e seu porta-malas em caçamba.

38
Na cidade de Porto Alegre (RS), a Besson, Gobbi
& Cia. Ltda. foi uma empresa que ficou conhecida
por construir carros esportivos. Ela também não
era conhecida pela razão social, mas sim pelo nome
dos carros que a projetou no país e internacional-
mente.

O modelo Miura sempre esteve à frente de seu tem-


po, com seu design moderno arrojado para a época.
Tanto que, tecnologicamente, alguns de seus mo-
delos de carros esportivos falavam com o moto-
rista por uma inteligência artificial da época, mas
não deixaram de surfar na onda das cabines du-
plas, com a BG Miura.

39
FICHA
TÉCNICA
As Versões Especiais foram veículos fora de série,
montados em cima das plataformas das caminho-
netes Ford F-1000 e de suas concorrentes. Porém,
não há muitos dados técnicos a respeito disponí-
veis para pesquisa.

Disponibilizaremos abaixo as informações dispo-


níveis de alguns modelos, principalmente daque-
les onde a própria montadora firmou algum tipo de
parceria com seus fabricantes.

Assim não desapontamos aqueles fãs de números,


informações e comparações. Além disso, as infor-
mações abaixo não englobam Versões Especiais de
outras montadoras, apenas da Ford F-1000.

40
1986 - Furglaine 3.9
Combustível: diesel

Configuração: Van

Lugares: 16

Portas: 3

Câmbio: 4

Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)

Cilindrada: 3.922 cm3

Velocidade máxima: 119 km/h

0 a 100 km/h: 40 s

Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto

Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto

Pneus: 225/75 R15

Peso: 2.524 Kg

Capacidade de Carga: 600 kg

Distância entre-eixos: 2,92 m

Comprimento: 5,2 m

Largura: 2,09 m

Altura: 2,20 m

Capacidade tanque: 87 litros

Consumo cidade: 8 km/l

Consumo estrada: 9,5 km/l

Autonomia cidade: 696 km

41
Autonomia estrada: 827 km

1986 - Ibiza 3.9


Combustível: diesel

Configuração: Van

Lugares: 12

Portas: 3

Câmbio: 4

Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)

Cilindrada: 3.922 cm3

Velocidade máxima: 119 km/h

0 a 100 km/h: 40 s

Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto

Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto

Pneus: 225/75 R15

Peso: 2.524 Kg

Capacidade de Carga: 600 kg

Distância entre-eixos: 2,02 m

Comprimento: 5,51 m

Largura: 2,02 m

Altura: 2,22 m

Capacidade de tanque: 87 litros

Consumo cidade: 8 km/l

Consumo estrada: 9,5 km/l

42
Autonomia cidade: 696 km

Autonomia estrada: 827 km

1986 - SR Deserter 2 3.9


Combustível: diesel
Configuração: picape
Lugares: 5
Portas: 2
Câmbio: 5
Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)
Cilindrada: 3.922 cm3

Velocidade máxima: 119 km/h

43
0 a 100 km/h: 35 s
Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto
Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto
Pneus: 225/75 R15
MGN02567
Crédito editorial Retornar | Retornar.com.br
Peso: 2.250 Kg
Capacidade de Carga: 800 kg
Distância entre-eixos: 2,92 m
Comprimento: 4,86 m
Largura: 1,89 m
Altura: 1,82 m
Capacidade de tanque: 87 litros
Consumo cidade: 8,2 km/l
Consumo estrada: 10 km/l
Autonomia cidade: 713 km
Autonomia estrada: 870 km

44
1988 - Furglaine 3.9
Combustível: diesel

Configuração: van

Lugares: 16

Portas: 3

Câmbio: 4

Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)

Cilindrada: 3.922 cm3

Velocidade máxima: 119 km/h

0 a 100 km/h: 40 s

Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto

Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto

Pneus: 225/75 R15

Peso: 2.524 Kg

Capacidade de Carga: 600 kg

Distância entre-eixos: 2,92 m

Comprimento: 5,2 m

Largura: 2,09 m

Altura: 2,20 m

Capacidade de tanque: 87 litros

Consumo cidade: 8,0 km/l

Consumo estrada: 9,5 km/l

Autonomia cidade: 696 km

45
Autonomia estrada: 827 km

1988 - Ibiza 3.9


Combustível: diesel

Configuração: van

Lugares: 12

Portas: 3

Câmbio: 4

Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)

Cilindrada: 3.922 cm3

Velocidade máxima: 119 km/h

0 a 100 km/h: 40 s

Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto

Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto

Pneus: 225/75 R15

Peso: 2.524 Kg

Capacidade de Carga: 1.020 kg

Distância entre-eixos: 2,02 m

Comprimento: 5,51 m

Largura: 2,02 m

Altura: 2,22 m

Capacidade de tanque: 87 litros

Consumo cidade: 8,0 km/l

Consumo estrada: 9,5 km/l

46
Autonomia cidade: 696 km

Autonomia estrada: 827 km

47
1989 - SR XK Country 3.9
Combustível: diesel
Configuração: SUV
Lugares: 5
Portas: 2
Câmbio: 4
Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)
Cilindrada: 3.922 cm3
Velocidade máxima: 123 km/h
0 a 100 km/h: 29,3 s
Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto
Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto
Pneus: 225/75 R15
Peso: 2.200 Kg
Capacidade de Carga: 800 kg
Distância entre-eixos: 2,64 m
Comprimento: 4,58 m
Largura: 1,89 m
Altura: 1,82 m
Capacidade de tanque: 87 litros
Consumo cidade: 9,7 km/l
Consumo estrada: 10,2 km/l
Autonomia cidade: 844 km

Autonomia estrada: 887 km

48
1990 - Furglaine 3.9
Combustível: diesel

Configuração: van

Lugares: 16

Portas: 3

Câmbio: 4

Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)

Cilindrada: 3.922 cm3

Velocidade máxima: 119 km/h

0 a 100 km/h: 40 s

Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto

Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto

49
Pneus: 225/75 R15

Peso: 2.524 Kg

Capacidade de Carga: 600 kg

Distância entre-eixos: 2,92 m

Comprimento: 5,20 m

Largura: 2,09 m

Altura: 2,20 m

Capacidade de tanque: 87 litros

Consumo cidade: 8,0 km/l

Consumo estrada: 9,5 km/l

Autonomia cidade: 696 km

Autonomia estrada: 827 km

50
1990 - Ibiza 3.9
Combustível: diesel
Configuração: van
Lugares: 12
Portas: 3
Câmbio: 4
Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)
Cilindrada: 3.922 cm3
Velocidade máxima: 119 km/h
0 a 100 km/h: 40 s
Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto
Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto
Pneus: 225/75 R15
Peso: 2.524 Kg
Capacidade de Carga: 1.020 kg
Distância entre-eixos: 2,02 m
Comprimento: 5,52 m
Largura: 2,02 m
Altura: 2,22 m
Capacidade de tanque: 87 litros
Consumo cidade: 8,0 km/l
Consumo estrada: 9,5 km/l
Autonomia cidade: 696 km

Autonomia estrada: 827 km

51
Crédito Editorial Lucien Fürstenberger | Unsplash.com

1991 - SR XK Deserter 3.9


Combustível: diesel

Configuração: picape

Lugares: 4

Portas: 4

Câmbio: 5

Motor: MWM D-229-4 (3.9 L)

Cilindrada: 3.922 cm3

Velocidade máxima: 119 km/h

0 a 100 km/h: 35 s

Potência: 83 cv a 3.000 rotações por minuto

Torque: 25,3 Kgfm a 1.600 rotações por minuto

Pneus: 225/75 R15

52
Peso: 2.340 Kg

Capacidade de Carga: 700 kg

Distância entre-eixos: 2,92 m

Comprimento: 4,86 m

Largura: 1,89 m

Altura: 1,82 m

Capacidade de tanque: 87 litros

Consumo cidade: 8,2 km/l

Consumo estrada: 10,0 km/l

Autonomia cidade: 713 km

Autonomia estrada: 870 km

53
UM CICLO
QUE SE
ENCERRA
Assim como a Ford F-1000 marcou história na in-
dústria automobilística brasileira, sendo a pionei-
ra em muitas tecnologias, como foi abordado nos
volumes 1 e 2 da série Força no Campo e Cidade,
as empresas que construíram Versões Especiais,
também escreveram o seu nome nos anais de uma
indústria que era carente de tecnologia.

Foram precursoras em muitos opcionais que, até


hoje, não equipam carros de série, mesmo após
duas décadas. Na época em que ar-condicionado e
direção hidráulica entravam na lista de acessórios
optativos da maioria dos carros de todas as mon-
tadoras brasileiras, nas Versões Especiais vinham,
“de fábrica”.

54
Crédito Editorial: Christopher Carson| Unsplash.com

Sem falar em outros itens de conforto, como ban-


cos aconchegantes, um acabamento diferenciado
e, em alguns modelos, de algumas destas empre-
sas, com direto a compartimento refrigerado.

Os modelos construídos por estas empresas, seja


chassi estendido, com caçamba ou sem, aprovei-
tando o melhor espaço interno e acomodando mais
passageiros, foram os precursores das SUV ‘s. Épo-
ca, em que os carros acomodavam com conforto
duvidoso cinco passageiros.

As versões fora de série passaram a acomodar, no


mínimo, cinco passageiros com total conforto e al-
gum luxo. Aqueles projetos com chassi estendido
e todo espaço - com a eliminação da caçamba -
levava a família, a sogra, o cachorro, o periquito e
até o vizinho, se apertasse um pouco!

Os empresários que tiveram visão e criaram ten-


dências, com as Versões Especiais e suas janelas
panorâmicas, quatro portas foram precursores. É
o caso da Furglass e a sua inédita porta de correr
na Furglaine, primeiro carro no Brasil a usar essa
tecnologia.

55
Tudo isso aconteceu em uma época que o país es-
tava assimilando a segunda crise do petróleo, troca
de governo e inflação altíssima. Desde aquela épo-
ca, talvez, muito antes, ser empresário e empreen-
dedor no país não era para qualquer um, pois seria
necessário lidas com altos e baixos a todo momento.

Assim como surgiram, desaparece-


ram
A década de 1980 foi a mais promissora para as
Versões Especiais que usavam o chassi da Ford
F-1000. Época em que explodiram empresas ofe-
recendo o serviço de transformação de cabine sim-
ples para as cabines duplas.

Eram modelos, preferências e preços para todos os


bolsos, ou para quase todos, pois as modificações
não eram difíceis de custar quase o preço de outra
F-1000 zero quilômetro.

56
As empresas que não se preparam foram extintas
do mercado, tendo as suas operações finalizadas,
mesmo em uma época de mercado aquecido. As
que funcionam até hoje, são raríssimas exceções,
como a CIOATO, de São Marcos, no Rio Grande do
Sul. Claro, sem a fabricação de cabines duplas para
F-1000, mas sim outros tipos de serviços como
mencionado no capítulo destinado à empresa.

Um dos maiores responsáveis pelo fim de uma era,


ou um ciclo, foi a abertura do mercado promovido
pelo presidente Fernando Collor de Melo. Foi quan-
do empresas consideradas grandes, como a SR Ve-
ículos Especiais, mesmo após ter dominado esse
mercado, precisou encerrar as suas operações.

57
Atualmente, você encontra algumas destas Ver-
sões Especiais rodando pelas ruas das cidades,
mas não mais em condições tão especiais. Aque-
les exemplares que estão bem conservados ainda
hoje, caso estejam à venda, custam um valor con-
siderável para um veículo de 30 ou 40 anos, custa
o que o dono cobrar.

Crédito Editorial: Dan Dennis | Unsplash.com

Tudo na vida é um ciclo e durante este, houve altos


e baixos. O certo é que um dia, tudo se encerra. E
não poderia diferir com as Versões Especiais. Assim
como a própria F-1000 encerrou seu ciclo, os fora
de série também, ambos deixaram uma legião de
fãs e apaixonados. Aqueles que não tiveram o pra-
zer de conhecer ou ver, apenas o farão pelos livros
e materiais como estes produzidos pela Retornar.

58
BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book se
basearam nos conteúdos abaixo listados:

Introdução
https://senhorcarros.com/ford-f-1000/ - acesso em 05/09/2022

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-f100/#A_sucessora_Ford_F1000 - acesso em 08/09/2022

https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/grandes-brasileiros-ford-f-1000/ - acesso em 09/09/2022

https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/grandes-brasileiros-ford-f-100-4-cilindros/ - acesso em 09/09/2022

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-f1000/ - acesso em 08/09/2022 e 12/09/2022

https://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/petroleo_choque2.shtml - Acesso em 08/09/2022

Versões Especiais
https://www.lexicarbrasil.com.br - Acesso em 12/09/2022

https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-f1000/ - acesso em 08/09/2022 e 12/09/2022

Ford Souza Ramos


https://www.lexicarbrasil.com.br/sr/ - Acesso em 12/09/2022

https://www.carrosnaweb.com.br/fichadetalhe.asp?codigo=4612 - acesso em 10/09/2022 e 12/09/2022

https://www.fichacompleta.com.br/carros/ford/f-1000-super-cab-3-9-ce-1994 - acesso em 10/09/2022

https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2021/03/28/souza-ramos-saida-da-ford-do-brasil-faz-parceiro-de-
-50-anos-fechar-portas.htm#:~:text=Souza%20Ramos%3A%20sa%C3%ADda%20da%20Ford,%2F03%2F2021%20
%2D%20UOL%20Carros - Acesso em 16/09/2022

CIOATO
https://www.cioato.com.br - acesso em 12/09/2022

https://www.lexicarbrasil.com.br/cioato/ - acesso em 12/09/2022

Sulamericana
https://www.carrosnaweb.com.br/fichadetalhe.asp?codigo=4612 - acesso em 10/09/2022 e 12/09/2022

https://www.lexicarbrasil.com.br/sulamericana/ - Acesso em 12/09/2022

Engerauto
https://www.assobrav.com.br/noticias/curiosidades/f1000-cabine-dupla-as-opcoes-fora-de-serie-criadas-nos-anos-
-80-e-90/ - Acesso em 10/09/2022

https://www.lexicarbrasil.com.br/engerauto/ - Acesso em 12/09/2022

Walk, SIDCAR,Versát’1, Brasilvan, Furglass e Outras


Empresas
https://www.lexicarbrasil.com.br - Acesso em 12/09/2022

59
https://www.lexicarbrasil.com.br/walk/ - Acesso em 12/09/2022

https://www.lexicarbrasil.com.br/sidcar/ - Acesso em 12/09/2022

https://www.lexicarbrasil.com.br/versat1/ - Acesso em 12/09/2022

https://www.lexicarbrasil.com.br/brasilvan/ - Acesso em 12/09/2022

https://www.lexicarbrasil.com.br/furglaine/ - Acesso em 12/09/2022

Ficha Técnica
https://www.fichacompleta.com.br/carros/ford/f-1000-super-cab-3-9-ce-1994 - acesso em 10/09/2022

https://www.carrosnaweb.com.br/fichadetalhe.asp?codigo=4612 - acesso em 10/09/2022 e 12/09/2022

Este e-book, caracterizado como uma obra lite-


rária, produzido pela Retornar e de sua integral
titularidade, contém citação de marcas de tercei-
ros em caráter meramente informativo, na forma
autorizada pelo Artigo 132, IV da Lei 9279/96. A
Retornar salienta que respeita todos os direitos
de terceiros, incluindo direitos de propriedade in-
telectual, como direitos autorais ou marcas regis-
tradas, e que todos os seus conteúdos estão de
acordo com a legislação brasileira.

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CONHEÇA O
INSTITUTO
RETORNAR
A fundação do Instituto Retornar é um sonho con-
cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

As conquistas do Instituto Retornar já são inúme-


ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
sem fins lucrativos em mais de 10 estados. Ao todo,
mais de 3.500 pessoas em 19 cidades foram direta-
mente beneficiadas por essa rede de amor.

Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên-

61
cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
a inclusão social. Realizou a doação de carros, ces-
tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
reformas.

E tudo isso foi possível porque o Instituto Retornar


é movido pelo amor - a força mais transformadora
que existe.

Obrigado por acreditar na missão do Instituto Re-


tornar. Você também faz parte dessa história!

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