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SUMÁRIO
Introdução..............................................................................................3
História...................................................................................................4
A Escolha do Nome............................................................................ 13
As Gerações........................................................................................ 14
No Brasil.............................................................................................. 22
A Toyota no Brasil.............................................................................. 23
Versões que Nunca Chegaram ao Brasil......................................... 25
Na Tela................................................................................................. 28
Curiosidades....................................................................................... 30
Bibliografia.......................................................................................... 38
Conheça o Instituto Retornar.......................................................... 42

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INTRODUÇÃO
Uma picape com mais de 50 anos e que se mantém no topo das
vendas em diferentes mercados por todo o mundo. Ela já foi
usada em guerras, em expedições no gelo, já foi surrada, batida
e até atirada contra o chão por um helicóptero de 3 mil metros
de altura.

É essa força e robustez que deram a fama de indestrutível à


Hilux, e que a destaca entre as suas concorrentes, sendo inve-
jada e desejada pelas rivais, mas nunca superada.

Até hoje, já na sua oitava geração, essa picape da Toyota man-


tém a reputação de um dos veículos comerciais mais confiáveis
do mundo.

Será exagero? A história da Hilux mostra que ela vem se supe-


rando a cada geração e que conquista cada vez mais apaixona-
dos fiéis às suas qualidades e seu desempenho.

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HISTÓRIA
A história de sucesso da Hilux começa em 1968, quando a Toyo-
ta fez oficialmente o seu lançamento. Mas para explicar toda a
concepção desde o projeto até a chegada ao mercado precisa-
mos voltar alguns anos no tempo.

A Hilux é resultado da aquisição da Hino Motors pela Toyota em


1966. A Hino Motors era uma fabricante de veículos comerciais
e caminhões que produzia desde 1961 a linha Briska, composta
de pequenas picapes. A partir da aquisição, a Toyota promoveu
pequenas melhorias nesses modelos, que passaram a se cha-
mar Toyota Briska em 1967.

No ano seguinte, em março de 1968, as concessionárias da Toyo-


ta recebem então as primeiras Hilux - que apesar de serem con-
cebidas pela Toyota, foram construídas na fábrica de Hamura,
da Hino Motors.

Com a chegada da Hilux ao mercado, a Toyota passou a ofere-


cer três modelos de picapes leves: Hilux, Corona e Masterline
(Crown). Estes dois últimos eram derivados de automóveis e a
Toyota decidiu eliminá-los para criar espaço entre a gama de ve-

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ículos comerciais leves da Toyota e seus carros de passageiros.

No início, o Toyota Hilux começou como um modelo de curta dis-


tância entre eixos movido por um motor a gasolina de quatro ci-
lindros e 1,5 litros da série R com câmbio de coluna e caixa ma-
nual de quatro marchas acionando as rodas traseiras. Em abril
de 1969, a linha Hilux cresceu para incluir um modelo de longa
distância entre eixos. A capacidade de passageiros passou a
ser de três pessoas sentadas lado a lado em um banco corrido.

A Toyota mirava o rico mercado norte-americano e para isso pro-


moveu algumas mudanças na Hilux. Para o seu lançamento nos
EUA, decidiram não usar o nome Hilux, por isso, ela passou a ser
identificada como “Toyota Truck”, uma forma de evitar confusão
sobre seu nome e propósito.

Os modelos do mercado americano receberam motores da série


R de 1,9 ou 2,0 litros maiores, e apenas o chassi de curta dis-
tância entre eixos com sua cama de 1,85 m de comprimento foi
oferecido aos compradores.

A segunda geração chegou ao mercado em 1972 e marcou tam-


bém a introdução do modelo no mercado do Reino Unido. Para
este novo mercado, a nova versão vinha com várias reformula-
ções: a série N20 apresentava uma carroceria atualizada com
distâncias entre eixos um pouco maiores, interior mais confor-
tável e autonomia de motor.Também foram aprimorados os re-
cursos de segurança da Hilux – agora ela tinha cilindros mestres
de freio duplo servo-assistidos e válvulas proporcionais de freio
com sensor de carga.

Foi introduzido no mercado americano um modelo de longa dis-


tância entre eixos com uma plataforma de carga de 2,25 m. Uma
caixa de câmbio manual de quatro velocidades montada em co-

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luna era a configuração padrão da transmissão, com a possibi-
lidade dos compradores mudarem a alavanca de câmbio para o
chão, eliminando o banco para três pessoas em favor de dois
assentos individuais.

Em outros países uma outra especificação foi introduzida em


1974: um motor da série R de 2.0 litros mais potente e caixa de
câmbio automática de três velocidades opcional, a primeira de
seu tipo já instalada no Hilux.

Até outubro de 1975, o motor de 2.0 litros foi excluído em todos


os mercados, consolidando o Hilux em uma unidade de 1.6 litros
para atender aos novos padrões de emissões.

Já na terceira geração, a Toyota passou a investir em mudanças


para oferecer mais luxo e conforto na parte interna para seus
clientes.

Muitas das melhorias implantadas surgiram depois de um es-


tudo cuidadoso da Toyota do mercado dos Estados Unidos. Lá,
a Toyota Truck costumava ser usada como carro de passeio e
veículo de lazer.

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Começava uma nova fase da Hilux, agora destacando essa dupla
finalidade - campo e cidade. Em 1979, surgia o primeiro modelo
de tração nas quatro rodas que adotou a transmissão e a caixa
de transferência da caixa de câmbio do Land Cruiser série 40
aliada a uma versão reformulada do 2.0 litros agora reintegrado
Motor a gasolina da série R. A potência diesel veio em seguida
com um motor da série L de 2,2 litros, disponível pela primeira
vez nos formatos de tração traseira e nas quatro rodas.

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Cada vez mais ficava evidente a mudança no perfil da Hilux. Em
1981, a marca japonesa fez parceria com a Winnebago Indus-
tries e outros dois fabricantes de carrocerias no mercado dos
EUA para produzir veículos recreativos do tipo SUV. Com base
na cabine do chassi do caminhão com tração nas quatro rodas,
essas empresas adicionaram diferentes carrocerias de fibra de
vidro à estrutura de aço ao redor das rodas traseiras.

O sucesso dessas versões levou a Toyota a lançar os modelos


de perua 4Runner e Hilux Surf baseados em Hilux, que aparece-
ram no início do ciclo de vida da quarta geração.

E foi a quarta geração da picape que reforçou ainda mais a repu-


tação da Hilux de “quase indestrutibilidade”, isso aconteceu de-
pois da participação da picape no programa da BBC “Top Gear”,
onde foram feitas várias tentativas - malsucedidas - de destruir
uma Hilux.

Desde o lançamento da quarta geração, o mercado mundial de


veículos recreativos cresceu exponencialmente, com o apareci-
mento de SUVs como o Ford Bronco e o Nissan Pathfinder.

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A Toyota percebeu o crescimento deste mercado e reagiu rapi-
damente fazendo algumas alterações na Hilux: modificação da
cama de estrutura curta, remoção da antepara da parte de trás
da cabine, implantação de uma cobertura de plástico reforçada
com fibra de vidro inteiriça, encaixando um banco traseiro e amo-
lecendo a parte traseira suspensão. Foram instalados motores
maiores, incluindo turbo de 2,4 litros e motores V6 a gasolina de
3,0 litros.

O resultado destas alterações foi o lançamento de uma atuali-


zação em maio de 1984 com o nome de Hilux Surf ou 4Runner
– essencialmente uma perua de três portas com capacidade
off-road semelhante à do Land Cruiser.

O ano de 1988 foi muito importante para a história da Hilux.


Foi lançada a quinta geração, com carroceria revisada trazendo
muitas melhorias visuais e físicas em relação à versão anterior.
Fabricado com os três conceitos básicos de potência, robustez
e conforto, o interior do novo modelo era muito mais parecido

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com um carro em termos de equipamentos e design do painel. A
carroceria externa apresentava faixas de janela integradas nas
portas e um cais de carga de uma peça que eliminou a preocu-
pação com o desenvolvimento de ferrugem nas costuras.

Outras mudanças vieram. Em 1989, a Toyota firmou um acordo


com a Volkswagen para aumentar a sua presença na Europa.
Foi então que a marca alemã lançou o Taro, uma versão da Hilux
apenas com o emblema VW. Neste ano também ficou decidido
que o mercado americano mudaria da linha Hilux/Truck para a
Tacoma; uma picape maior e mais próxima de um caminhão.

Com a chegada da sexta geração, a Toyota reorientou a nova li-


nha Hilux em dois sentidos: para uso comercial e uso pessoal.
A linha foi introduzida no Japão em setembro de 1997 e estava
disponível com transmissão de tração nas duas ou quatro rodas
e configurações de carroceria de cabine simples ou dupla.

Os modelos destinados ao uso pessoal tinham uma pegada mais


esportiva, equipados com dispositivos adicionais para melhor

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atender às suas intenções recreativas, como uma cabine mais
longa e mais alta com isolamento acústico aprimorado. Já os
modelos de uso comercial eram mais básicos e ofereciam níveis
de especificação mais baixos.

Essas mudanças ajudaram a Hilux a reconquistar a liderança no


mercado de picapes comerciais de uma tonelada.

A Hilux de sétima geração cresceu significativamente em es-


tatura para ser classificada como uma picape de tamanho mé-
dio. Essa mudança dotou o carro de maior presença na estrada,
espaço interno e capacidade de carga, melhorias pedidas pelos
clientes.

A sétima geração recebeu melhorias sucessivas, o que permitiu


que o modelo excedesse consistentemente as necessidades do
consumidor e os padrões de emissões cada vez mais rígidos.

Prova disso, foi o lançamento em outubro de 2005 no Reino Uni-


do, de um terceiro estilo de carroceria que foi inserido entre as
variantes de cabine única de duas portas e cabine dupla de qua-
tro portas. Chamada de Cabine Extra, ela oferecia capacidade
para quatro pessoas atrás de apenas duas portas e um compar-
timento de carga mais longo do que a cabine dupla tradicional.

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Em 2015, a Hilux já havia acumulado 16 milhões de vendas em
todo o mundo e manteve o domínio do setor na Europa, o que re-
presentava quase 25% de todas as vendas de picapes.

Na oitava geração lançada no ano, a Toyota deixava claro que


pretendia manter a reputação da Hilux como uma solução auto-
motiva completa e super-resistente. Disponível mais uma vez
nos estilos de carroceria de cabine simples, cabine extra e ca-
bine dupla, essa nova geração Hilux reforçou ainda mais a ideia
de robustez com um chassi de escada mais forte, estrutura de
convés reforçada, recursos aprimorados de tração nas quatro
rodas e capacidade de reboque aprimorada.

Com a Hilux, a Toyota responde com qualidade ao crescimento


do uso de picapes para lazer nos últimos anos, oferecendo um
design contemporâneo, maiores níveis de conforto, equipamen-
tos avançados recursos e segurança aprimorada, tornando-se
mais elegante e sem estresse para dirigir.

Tamanho sucesso se reflete nos números: em 2016, a Hilux foi


a quarta picape mais vendida no mundo, atingindo a marca de
524.580 unidades vendidas. E até hoje, foram comercializadas
mais de 19 milhões de unidades, sendo a picape mais popular
da Europa e uma das mais vendidas no Brasil.

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A ESCOLHA DO
NOME
Uma picape não precisa ser necessariamente um veículo bru-
to, rústico e desconfortável. Esse foi o pensamento da Toyota
quando criou a Hilux e que explica também a escolha do nome.

Em 1968, a Hilux foi lançada com a proposta de ser um veículo


de carga mais sofisticado do que a média, incorporando carac-
terísticas visuais e a sensação dentro da cabine dos carros de
passeio. Neste ano, ela ainda era uma picape de aparência sim-
ples, com bancos de vinil, mas que já almejava a posição de des-
taque que conquistaria anos depois (e que mantém até hoje).

Por isso, a Toyota combinou duas partes do termo que represen-


taria a alma desta picape: HIgh LUXury - em português, Alto Luxo.

A então, HI+LUX chega ao mercado para substituir a Stout, ba-


tizada originalmente de RK e que também era vendida nos Esta-
dos Unidos.

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AS GERAÇÕES
1ª Geração (1968)
A Hilux foi lançada em 1968, fabricada pela Hino - uma marca
especializada em produção de veículos comerciais e caminhões
que havia sido adquirida em 1966 pela Toyota. Esta primeira
geração vinha com motor de 1,5 litro a gasolina com 70 cv. A
alavanca de transmissão ficava na coluna de direção. Ela podia
carregar 1.000 kg e chegava no ano seguinte, em 1969, aos Es-
tados Unidos, onde teria motor 1,9 de 85 cv e, mais tarde, 2,0
de 97 cv.

Tinha carroceria sobre chassi, tração traseira e um porte me-


nor do que as tradicionais picapes e principais concorrentes:
Chevrolet Luv (de origem Isuzu), Ford Courier (Mazda), o próprio
Mazda B 1600 e o Datsun PL620, da Nissan, conquistando clien-
tes que precisavam de um veículo mais prático em vez de espa-
ço ou potência.

Em 1970, a Hilux chegou ao mercado americano com mudanças:


o motor 1.9 dava lugar a um 1.8 (8RC), mais moderno, com co-
mando no cabeçote e 97 cavalos. E em 1971, no Japão, o motor
1.5 dava lugar a um 1.6 de 90 cavalos. Em 1972 era lançado nos
Estados Unidos o motor 18RC, com 2.0 litros e 108 cavalos.

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2ª Geração (1972)
A segunda geração foi lançada em 1972 e vinha com um design
mais esportivo, de olho nos consumidores mais jovens que viam
nas picapes um veículo de lazer. Além do estilo, a oferta de mo-
tor 2.0 aumentou a aceitação da Hilux em mercados como os
Estados Unidos — onde a picape passou a se chamar apenas
“Toyota Truck”.

Essa nova geração vinha com com 4,27m de comprimento e tra-


zia bancos individuais com encosto de cabeça. Ainda em 1972,
veio uma versão mais longa, com 4,68m e 2,30m de comprimen-
to só para a caçamba. Os motores foram mantidos: 1.6 no Japão
e 2.0 nos Estados Unidos. A versão Highway 2.0 oferecia opção
de câmbio automático de três marchas.

Em 1975, o motor 20R 2.2 substituiu o 2.0, mas acabou perden-


do potência para poder atender os limites de emissão de po-
luentes nos EUA. Apesar de cair para 96 cavalos, o modelo ficou

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famoso pela resistência e longevidade, mesmo com pouca ma-
nutenção. No ano seguinte, o nome Hilux deixou de ser utilizado
nos Estados Unidos. Lá, passou a ser conhecido apenas como
Toyota Pick-Up. Em 1977, no Japão, a Hilux adotou o antigo mo-
tor 2.0 de 108 cavalos do mercado norte-americano.

3ª Geração (1979)
A renovação de geração realizada em 1979 marcou a estreia da
tração 4x4 e da opção de câmbio automático (quatro marchas).
Até ar-condicionado e piloto automático podiam equipá-la no
mercado norte-americano.

O motor 20R 2.2 foi mantido e, em 1981, são lançadas as op-


ções com as cabines estendida (Xtra Cab) para aumentar o es-
paço para bagagens e cabine dupla, para transportar mais três
passageiros com conforto e segurança.

Esta geração também trouxe a versão com caçamba fechada


Trekker, que deu origem à Surf, ao 4Runner e SW4.

Em 1981, chegam os motores 22R 2.4 de 97 cavalos e 2.2 a


diesel, aspirado, de 62 cavalos. Este último exclusivo da nova
versão SR5 com caçamba longa.

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Em 1982, é lançada nos Estados Unidos a série especial Moja-
ve, com para-choques cromados e opções de ar condicionado e
controlador de velocidade. Nos EUA, a Hilux já podia ser encon-
trada em 14 diferentes versões.

4ª Geração (1984)
Eis que surge a quarta geração da Hilux e lança fora dos EUA a
opção de cabine estendida e carroceria de cabine dupla.

É nesta geração que acontece o evento que popularizou de vez


a Hilux no mundo: a aparição de uma versão customizada para o
filme “De Volta para o Futuro”. Cheia de apetrechos, a Hilux sur-
gia no filme como o sonho de consumo do protagonista Marty
McFly. O sucesso do filme catapultou a Hilux no mercado e con-
quistou ainda mais apaixonados.

Também desta geração é o modelo que marcaria a Hilux como


“indestrutível” depois da participação no programa “Top Gear”,
da BBC.

A quarta geração, trazia as medidas generosas, com 4,43m de


comprimento e 2,61m de entre-eixos para a cabine simples e
caçamba curta; 4,73m e 2,84m com caçamba longa; 4,96m e
3,08m para a cabine estendida.

Em 1984, foram adotados novos motores com injeção eletrôni-


ca de gasolina (22RE de 116 cv) e turbo (22RTE, com 135 cv). O
diesel também ganhou opção turbo e passou a 2.4 de capacidade
cúbica.(2L e 2LT). O aspirado rendia 83 cv e o turbo 92 cv. Este
motor acabou saindo de produção pouco depois, em 1986. A tra-
ção 4x4 tinha controle eletrônico quando equipado com câmbio
automático. O motor turbo a gasolina dava lugar a um V6 3.0 de
150 cavalos (3VZE) em 1988.

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5ª Geração (1989)
Chegamos a quinta geração da Hilux, e finalmente, a picape é
lançada no Brasil - importada e fabricada nos EUA, onde pouco
tempo depois saiu de linha para dar lugar a Tacoma, um modelo
maior e com características mais adequadas aos gostos do pú-
blico norte-americano.

Em 1989, começa a parceria da Toyota com a Volkswagen para


vender a Hilux com o nome de Taro na Europa. As duas pica-
pes eram praticamente idênticas, salvo pelo famoso logotipo da
marca alemã na grade e na tampa traseira. A versão de cabine
simples com tração traseira era produzida na fábrica de veículos
comerciais da VW, em Hannover (Alemanha), enquanto a confi-
guração de cabine estendida 4×4 vinha diretamente do Japão.
Esse acordo durou até 1992, quando foi encerrado devido às
baixas vendas.

Para especialistas, a quinta geração foi mais um facelift da quar-


ta geração, com a distância entre eixos das versões de caçam-
ba longa aumentando para 3,10m. Os motores continuavam os
mesmos: 2.4 a gasolina com carburador (102 cv) ou com injeção
eletrônica (116 cv) e V6 3.0 (150 cv). Nesta os freios traseiros
tinham ABS.

A tração traseira ou 4x4 e o câmbio podia ser manual ou auto-


mático. Fora dos Estados Unidos haviam os motores a gasolina
1.8 de 79 cv e a diesel 2.5 (83 cv) e 2.8 (88 cv). O comando ele-
trônico de tração passava a ser oferecido em todas as versões
4x4, sendo de série na V6.

A Hilux que chegava ao Brasil, no ano de 1992, vinha nas versões


cabine simples e cabine dupla de quatro portas, tração traseira
ou 4x4. A 4x2 tinha motor diesel 2.5 e a 4x4 o 2.8. Suas primei-
ras concorrentes por aqui eram a Mazda B2500, a Nissan Pick-
-up e a Mitsubishi L200.

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6ª Geração (1997)
Em 1997, a sexta geração traz leves mudanças estéticas.

Esta geração traz opção de cabine alongada e dois pequenos


bancos na parte traseira. Os motores a gasolina mais potentes
eram o quatro-cilindros 2,7 com 150 cv e o V6 3,4 de 190 cv.
No mundo todo, a picape era oferecida com suspensão dianteira
independente na versão 4×4.

A Argentina começou a produzi-la para venda também no Brasil. Com


nova frente em 2001, ganhou motor 3,0 turbo diesel de 116 cv.

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7ª Geração (2005)
A sétima geração chega com grandes mudanças. A maior delas
foi o salto para se tornar a queridinha também dos consumido-
res que queriam uma caminhonete para circular na cidade. Mais
confortável e cheia de equipamentos impensáveis para uma pi-
cape algumas décadas atrás, muitos especialistas se referem
a esta geração como um “Corolla com caçamba”.

Esta geração de Hilux tinha motores a gasolina de 2,0, 2,7 e 4,0


litros, este um V6 com 236 cv, e a diesel de 2,5 e 3,0 litros com
até 173 cv. O V6 usava cinco marchas na caixa automática.

Houve mudanças também na fabricação. Pela primeira vez a pi-


cape não era produzida no Japão, mas na África do Sul, na Argen-
tina e na Tailândia. Seu chassi serviu de base para o utilitário
esportivo Fortuner (SW4 no Brasil) e a minivan Innova.

8ª Geração (2015)
Esta é a atual geração da Hilux, e trouxe evoluções em conve-
niência e segurança. O motor turbodiesel de 2,8 litros tinha 177
cv e caixa automática de seis marchas; o 2,7 flexível para o Bra-
sil oferecia 163 cv.

Em 2017, a Hilux voltou a ser vendida no Japão com motor 2.4


turbodiesel.

O interior é muito semelhante ao Corolla e o conforto de rodagem


está próximo de um carro de passeio. O novo modelo chegou ao
Brasil com motor 2.8 turbodiesel de 177 cv, nas cabines sim-
ples, dupla e simples diretamente sobre o chassi (para instala-
ção de caçamba de madeira ou baú). As versões são a Standard,
SR, SRV e SRX.

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NO BRASIL
Apesar de já ser um sucesso desde 1968 em muitos mercados
no mundo, a Hilux só desembarcou aqui no Brasil na 5a. geração,
em 1992. No resto do mundo ela já havia conquistado a fama de
forte, graças a robustez e potência que a fazia se destacar no
mercado de picapes médias.

A chegada da Hilux coincide com a abertura dos portos brasi-


leiros para a importação de carros estrangeiros. Desde 1975,
a importação de carros estava proibida no Brasil. A medida do
governo de Ernesto Geisel pretendia proteger o mercado nacio-
nal da concorrência com os modelos estrangeiros. A proibição
só caiu 15 anos depois, em 9 de maio de 1990, quando o presi-
dente Fernando Collor de Mello anunciou a liberação da importa-
ção de veículos novos no Brasil. A medida fez com que diversas
montadoras entrassem no país ao longo daquela década, além
de permitir que importadoras independentes trouxessem para o
mercado local os modelos solicitados por seus clientes.

Outro fato importante da época foi a assinatura do Tratado de


Assunção, que fundou o bloco econômico do Mercosul (Mercado
Comum do Sul) entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Neste cenário econômico, a Hilux chegou ao Brasil e aos poucos


foi conquistando mercado e admiradores. A tarefa não era fácil,
já que o mercado brasileiro nesta época tinha uma preferência
pelas picapes americanas.

Trinta anos e três gerações depois, a Hilux é a picape mais ven-


dida do Brasil e até virou símbolo de status em algumas regiões
do país.

Hoje ela tem concorrentes de peso como a Amarok, Frontier e

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a Ranger, e ainda assim continua sempre no topo das listas de
vendas de picapes médias e muitas vezes perto do top 10 geral
do mercado brasileiro.

A TOYOTA NO
BRASIL
A chegada da Toyota ao Brasil foi no início de 1958, mais preci-
samente no dia 23 de janeiro. Esta é a data da inauguração do
escritório da Toyota Motor Corporation localizado bem no centro
de São Paulo.

A empresa, com nome de Toyota do Brasil Indústria e Comércio


Ltda inicia as atividades como montadora de veículos onze me-
ses depois da inauguração, já nas instalações da primeira fábri-
ca que ficava no bairro Ipiranga, na capital paulista.

O Land Cruiser foi o primeiro utilitário Toyota lançado no merca-


do brasileiro e começou a circular nas ruas em maio de 1959.

Em 1962, a fábrica da Toyota se muda para São Bernardo do


Campo, neste mesmo ano a Toyota substitui a linha Land Crui-
ser pelo Bandeirante, equipado com motor a diesel, tração nas
quatro rodas e disponível nas versões jipe e camioneta de carga
e de uso misto.

Uma das únicas fábricas do mundo a manter todas as opera-


ções industriais realizadas pela própria empresa, a unidade de
São Bernardo permitiu, durante quase quatro décadas de produ-

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ção, o controle completo de todos os processos, garantindo a
qualidade final do produto.

A inauguração da segunda fábrica no Brasil foi em setembro de


1998, em Indaiatuba, interior de São Paulo; é nesta unidade que
começa a ser produzido o Corolla - carro mais vendido em todo
o mundo, com mais de 30 milhões de unidades comercializadas
desde 1966.

Em junho de 2002, com investimento de US$ 300 milhões, a


Toyota dá início à produção do Novo Corolla, veículo que con-
quista a liderança absoluta de vendas no segmento de sedãs
médios.

No ano seguinte, mais investimentos. A Toyota passa a contar


com nova estrutura na América do Sul, com a denominação de
Toyota Mercosul. A nova organização integra o gerenciamento
da Toyota do Brasil com a Toyota da Argentina e consolida as
duas plantas produtivas como polos de exportação para toda a
América Latina, incluindo Caribe e México.

Em maio de 2005, a Toyota lança no Brasil e na Argentina a


Nova Hilux, que materializa o Projeto IMV (Innovative Interna-
tional Multi-purpose Vehicle). Uma revolução total no mercado,
a Nova Hilux rapidamente alcança a liderança no segmento de
picapes médias. Em setembro, a Hilux SW4 é lançada e também
conquista o primeiro lugar em vendas de sua categoria.

Também como parte da expansão da Toyota no Brasil, foi inaugu-


rado o Centro de Distribuição de Guaíba, na Grande Porto Alegre,
em março de 2005. O Centro de Distribuição se torna o centro
das operações logísticas da Toyota entre o Brasil e a Argentina,
para recebimento da Hilux, por via rodoviária. Além de distribuir
a Hilux para todo território nacional, o Centro executa as opera-
ções de recebimento, checagem e ajuste de montagem.

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VERSÕES QUE NUNCA
CHEGARAM AO BRASIL
Apesar de estar em produção desde 1968, a Hilux só chegou no
início dos anos 1990 ao Brasil, quando já estava na sua 5a. ge-
ração e vinha do Japão. Isso significa que muitas versões lan-
çadas lá fora, infelizmente não chegaram ao mercado brasileiro.
Vamos conhecer um pouco sobre essas versões tão especiais:

VOLKSWAGEN HILUX
Conhecida lá fora como Volkswagen Taro, esse modelo faz parte
da 5ª geração da Toyota Hilux produzida entre 1989 e 1997 na
fábrica de Hannover (Alemanha) da Volkswagen.

Era praticamente idêntico ao modelo feito no Japão, apenas com


os logotipos “VW”. O nome Tarô significa filho mais velho na lín-
gua oriental. A VW ficava encarregada de trocar os símbolos da
Toyota, uma prática conhecida na indústria automotiva como
badge engineering, ou engenharia de emblemas.

A produção dessa picape média foi resultado de um acordo en-


tre os dois fabricantes para que a empresa alemã tivesse uma
picape média em sua linha de veículos comerciais na Europa.
O combinado era produzir 10 mil unidades por ano e as Hilux/
Taro viriam do Japão no sistema CKD, em que os carros são en-
viados totalmente desmontados em caixas. A montagem ficou
inicialmente por conta da fábrica de Hannover, somente depois
foi transferida para Endem. Em troca, a marca alemã se compro-
metia a reservar um terço da produção para o modelo da Toyota.

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O modelo acabou não atingindo o sucesso comercial e saiu de
linha.

HILUX SPORT RIDER


O modelo da 6ª geração da Hilux servia de base na Tailândia para
o SUV Hilux Sport Rider, uma picape produzida especificamente
para o mercado local.

O veículo tinha uma carroceria construída pela empresa Thai Auto


Works e era vendido como um produto oficial da marca japonesa
em sua rede de concessionários. Este foi o antecessor do su-
cesso da marca, o SW4.

TRD HILUX 4000 SL


O TRD Hilux foi um modelo da 7ª geração da Toyota Hilux e que
foi comercializado apenas no mercado australiano na versão
TRD Hilux 4000 SL. O destaque desta versão foi o visual arroja-
do e conjunto mecânico inspirado nos carros esportivos.

As modificações eram feitas pela filial australiana da Toyota em


unidades importadas da Tailândia. O modelo tinha um motor 4.0
V6 a gasolina, que recebia um compressor volumétrico para de-
senvolver 306 cv e fazer a picape acelerar de 0 a 100 km/h em
7,2 segundos.

HILUX REVO
Modelo da Toyota Hilux da 8ª geração. Ao contrário da versão
montada em Zárate, na Argentina, com o conjunto de suspensão
mais alto; na Tailândia, essa picape é vendida como Hilux Revo,
onde o consumidor também pode optar pela variação Z Edition.
Com cabine dupla ou estendida, combina a suspensão baixa e a
tração 4x2 com um motor 2.4 turbodiesel de 150 cv.

26
O Hilux Revo usa o design global da picape média, que vemos
nas versões convencionais por aqui. Na reestilização de 2020,
ela ficou com uma grade hexagonal bem larga, faróis de neblina
redondos com uma área em “L” e um para-choque redesenhado
para ter uma entrada de ar extra nas laterais da placa.

HILUX REVO ROCCO


Outro modelo produzido na fábrica da Toyota na Tailândia.

É a versão topo de linha da Toyota Hilux no país asiático, traz


dianteira com grade e para-choque diferentes do restante da li-
nha, além de molduras nas laterais e rodas com visual exclusivo.

O motor pode ser o 2.4 diesel de 150 cv ou o mesmo 2.8 turbo


diesel de 204 cv da picape argentina, com tração 4x2 ou 4x4 e
câmbio automático de seis marchas.

É um modelo bastante esportivo e que tem grandes possibili-


dades de chegar ao Brasil em breve. Na Europa, ele é conhecido
como Hilux Invincible X.

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NA TELA
A ESTRELA NO PROGRAMA TOP GEAR
O Top Gear é um programa de televisão britânico sobre veículos
automotores, principalmente carros, e é também exibido aqui
no Brasil na tv a cabo. É tão popular e faz tanto sucesso que foi
reconhecido como o programa de televisão atual mais assistido
no mundo pelo Guinness Book of Records.

A atração principal do programa é a análise de diferentes mode-


los de veículos em condições normais de tráfego e também em
situações inusitadas. Num dos programas de maior sucesso do
Top Gear, a Hilux foi testada ao máximo. Na verdade, o que os
apresentadores queriam mesmo era destruir a picape conhecida
como “indestrutível”.

O apresentador Jeremy Clarkson pegou um modelo já bem sur-


rado, usado numa fazenda e a testou das maneiras mais cruéis.

Primeiro, batendo em árvores e muros. Como a Hilux resistiu, a


tortura aumentou para uma tentativa de afogamento, batidas
com uma bola de demolição; os apresentadores também ate-
aram fogo e, por fim, colocaram a picape no topo de um prédio
que foi demolido.

Palmas para a Hilux: depois de tudo isso ela continuou em fun-


cionamento, precisando apenas de pequenos reparos usando
ferramentas simples para ligar o motor.

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O DESAFIO NO POLO NORTE
Não satisfeitos em levar a Hilux a níveis extremos nos seus
testes, o Top Gear voltou a usar a picape da Toyota em seu pro-
grama. Desta vez, as condições enfrentadas pela caminhonete
foram tão absurdas que a Hilux garantiu seu lugar no Livro dos
Recordes.

O desafio proposto pelo apresentador Jeremy Clarkson e seu


colega James May foi atravessar o Pólo Norte e chegar ao polo
magnético do planeta dirigindo uma Hilux.

Para o desafio, eles utilizaram uma Hilux vermelha modificada


pela empresa islandesa Arctic Trucks. O motor é o mesmo 3.0
diesel da Hilux vendida no Brasil na época. As principais modifi-
cações foram feitas no chassi, para enfrentar as condições ex-
tremas.

A versão especial foi batizada com o nome de Invincible, nome


que retornou em 2020 como edição especial de lançamento da
Hilux atualizada. Essa edição foi vendida na Europa e no sudes-
te asiático e foi um grande sucesso.

NAS TVS DA AUSTRÁLIA


Essa fama de picape indestrutível foi popularizada por estes
programas de tv e acabou correndo o mundo. Na Austrália, a
Toyota Hilux é um sucesso. Considerada um dos modelos mais
importantes da marca no país, a picape é líder de vendas na ca-
tegoria e o segundo veículo mais emplacado da empresa, atrás
apenas do Corolla.

Aproveitando os terrenos irregulares do continente, a Toyota


produziu comerciais que colocavam a Hilux em condições extre-
mas com a intenção de demonstrar a robustez e segurança da

29
picape. Preocupados com a repercussão, os órgãos reguladores
baniram alguns destes comerciais da tv; a alegação é de que
promoviam a direção perigosa entre os motoristas.

CURIOSIDADES
INDESTRUTÍVEL
Quando se fala em Hilux uma das primeiras qualidades que os
especialistas pensam é a força dessa picape. Como vimos, não
faltaram tentativas de programas de tv sobre carros para pôr à
prova essa máxima.

Mas um youtuber foi além, muito além…

Cody Detwiler conhecido como Whistlin Diesel tem um canal no


Youtube de muito sucesso. São mais de 3,3 milhões de segui-
dores. Tanta popularidade vem de vídeos de Cody fazendo acro-
bacias perigosas com caminhões e outros veículos. O youtuber
adora caminhões e a maioria de seus vídeos consiste em expe-
rimentar novos caminhões ou destruí-los. E foi o que ele fez com
uma Hilux.

30
Para provar a indestrutibilidade da picape da Toyota, ele impor-
tou uma caminhonete novinha do Japão e a mandou para a sua
“pista de testes”.

E deu dó da Hilux: a picape teve que carregar três toneladas de


blocos de concreto na caçamba, engatar um trailer de quinta
roda e levar para fazer trilha em Moab, cidade americana cheia
de cânions.

E o gran finale foi um teste ainda mais agressivo: a Hilux foi iça-
da por um helicóptero Kaman K-Max e jogada de uma altura de
3.048 metros. O teste foi gravado por várias câmeras, inclusive
uma GoPro fixada dentro do veículo.

A picape levou 29 segundos para atingir o chão. O resultado foi


impressionante: o veículo virou uma panqueca.

Como ninguém vai dirigir essa belezinha a 3 mil metros de alti-


tude, a Hilux continua sendo indestrutível aqui em solo firme.

31
A GUERRA DOS TOYOTAS
Entre dezembro de 1986 e setembro de 1987 ocorreu um confli-
to entre a Líbia, Chade e a França que foi batizado como Guerra
dos Toyota.

Nele, o exército líbio, liderado pelo coronel Muammar Gaddafi,


tentava tomar a faixa de Aouzou, parte do território do Chade.

Apesar de Chade não possuir um exército tão forte como o da


Líbia, o país se defendeu usando uma frota de 400 picapes Toyo-
ta. Nesta frota havia o Land Cruiser série 70 (que aqui no Brasil
foi o sucessor do Bandeirante) e a Hilux. As caminhonetes foram
modificadas e preparadas para a guerra, elas eram equipadas
com metralhadoras pesadas e lança-mísseis anti-tanque.

Um dos momentos de maior destaque desta guerra foi o ataque


a uma base aérea feitas com a frota de Hilux e Land Cruiser.
Nesse ataque, valeu o conhecimento dos soldados chadianos.
Eles descobriram que ao passar em velocidade altas sobre as

32
minas líbias, elas não detonavam. E foi assim, acelerando suas
picapes que eles invadiram a base aérea Ouadi Doum. A técnica
deu tão certo que foi usada em outras operações, o que garantiu
a vitória do Chade na defesa de seu território.

O uso de picapes Toyota pelo exército não ficou restrito a esse


conflito, ainda é possível ver Hilux sendo usadas por rebeldes
e militares no Oriente Médio e pelo continente africano. Grupos
como o Estado Islâmico e o Talibã também costumam usar essa
picape.

PREFERIDA DOS MILITARES


O uso da Hilux por rebeldes nos conflitos no Oriente Médio chamou
a atenção do exército dos EUA. Percebendo o bom desempenho
nas áreas de combate e também a resistência em ataques no
Oriente Médio, o exército americano tratou de encomendar um
veículo militar extremamente parecido com a picape japonesa.

Eis que surge o modelo SOTV-B, feito pela Navistar Defense. Pa-
rece uma Toyota Hilux sem os emblemas, mas é muito mais: o
SOTV-B é um veículo blindado e pesa cerca de 3 toneladas.

33
O chassi é de uso militar, utilizando suspensão independente
com curso longo nos dois eixos. Para garantir o desempenho du-
rante as operações militares, o veículo tem o motor V8 6.0 turbo
diesel, que produz 329 cv e 78,8 kgfm.

O exército da República Tcheca também se interessou pela fro-


ta de Hilux, mas na versão comum de produção. No final de 2020
anunciaram que trocariam a frota de Land Rover Defender mili-
tares pela caminhonete japonesa.

O CALCANHAR DE AQUILES
No Brasil, as caminhonetes enfrentam verdadeiras pedreiras nas
estradas rurais mal conservadas e também têm que ser resis-
tentes no asfalto. É um veículo em que os donos trafegam na
zona rural e na cidade, por isso, seu desempenho tem que ser
bom em ambos os terrenos. E é neste último quesito que estão
as maiores reclamações dos donos de Hilux: a estabilidade no
asfalto.

O jornal sueco especializado em veículos, Teknikens Värld, quis


colocar à prova esse problema da Hilux e realizou o que se chama
de “teste do alce” com a picape. Conhecida como indestrutível
pelos especialistas do mercado, a Hilux só não capotou graças
à habilidade e correção do piloto.

O teste do alce simula uma mudança rápida de faixa para des-


viar de um animal na pista e é muito usado para testar a estabi-
lidade dos carros.

Atenta a essa reclamação, a marca japonesa fez correções e


hoje, a Hilux já vem de série com controles eletrônicos de tra-
ção, estabilidade e anticapotamento para evitar esse resultado.

34
A MELHOR PICAPE DO MUNDO
Pensa que a Hilux agrada apenas o mercado brasileiro? Está
muito enganado. Essa picape da Toyota faz sucesso no mundo
inteiro, conquistando também especialistas da indústria auto-
mobilística. Prova disso é que a Hilux foi eleita no final de 2021,
a melhor picape do mundo no 6º Prêmio Internacional de Picape
2022/2023, que foi realizado em Lyon, na França.

Esse prêmio é concedido a cada dois anos e faz parte do Prêmio


Internacional Van do Ano, título concedido pelo setor de trans-
porte internacional que escolhe a melhor van entre os novos ve-
ículos lançados no mercado europeu.

Essa conquista não foi tarefa fácil, a Hilux desbancou a Isuzu


D-Max e a Jeep Gladiator, duas gigantes do setor.

Em 2020, a vencedora tinha sido a Ford Ranger; em 2018, a gran-


de ganhadora foi a Volkswagen Amarok e finalmente, em 2016,

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a conquista ficou por conta da Nissan Frontier (conhecida como
Navara fora do Brasil).

Para chegar a esta conquista, a Hilux passou por testes rigoro-


sos em estradas da Croácia e foi avaliada quanto ao desempe-
nho, segurança e conforto para o motorista e passageiro.

Avaliada como a melhor picape do mundo, a Toyota Hilux con-


quistou mercados pelo mundo todo e é líder de vendas em 14
deles como: Austrália, Argentina, Panamá, África do Sul e Fiji.

Produzida atualmente em seis países diferentes, a Hilux pode


ser encontrada nas concessionárias de 180 países e já acumula
19 milhões de unidades vendidas no mundo.

JUNTO COM O AGRONEGÓCIO


Como já vimos, os produtores rurais tem uma quedinha pela Hilux:
forte, resistente, potente.. tudo isso faz com que ela aguente
bem os trancos em áreas rurais.

O interessante é que os executivos da Toyota perceberam uma


relação ainda mais próxima: quando o agronegócio vai bem, as
vendas seguem o fluxo e crescem na mesma proporção.

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A pandemia teve um impacto negativo nas vendas em geral, ape-
sar disso, a produção de alimentos no campo foi um dos poucos
setores da economia que se manteve em crescimento e a pica-
pe Hilux pegou carona nesta boa fase.

“Com certeza, o mercado de picapes foi impulsionado pelo agro-


negócio. A Hilux tem a vantagem de ser versátil. Pode ser uti-
lizada para uso pessoal e também para trabalho”, confirmou o
presidente da Toyota no Brasil, Rafael Chang. (1)

A PICAPE DE MARTY MCFLY


Quando se fala em “De Volta para o Futuro” imediatamente vem
à lembrança, o icônico DMC DeLorean com portas “asa de gai-
vota” atravessando tempo e espaço e mudando a história do
protagonista Marty McFly. Mas, um espectador mais atento vai
lembrar também do sonho de consumo de Marty: uma super pi-
cape Toyota Hilux. Ela aparece no começo do filme chegando
à fictícia concessionária “Statler Toyota” na plataforma de um
caminhão com os dizeres “mais uma 4×4 personalizada para a
Statler Toyota”.

Como não amá-la? A picape Toyota Hilux SR5 foi personalizada


para o filme com rodas US Wheel 94 Black Modular de 15 po-
legadas, pneus Goodyear Wrangler, um par de faróis de milha
KC retangulares no quebra-mato, outros quatro faróis de longo
alcance circulares da KC no santantônio e todos os cromados
(como grade e espelhos) foram pintados de preto. Sim, um so-
nho, e não apenas para adolescentes de 17 anos.

No segundo filme da série, ela aparece novamente no início, num


passeio de Marty com a namorada.

Na vida real, a picape usada no filme teve também as suas aven-


turas: depois das gravações, ela acabou sendo vendida, roubada

37
e usada num quartel de drogas mexicano. A polícia americana
conseguiu recuperá-la em 2012 e entregou ao seu antigo dono.
Ela já não estava em boas condições: o hodômetro marcava 385
mil km rodados, a lataria tinha vários amassados e uma pintura
laranja (horrível).

O trabalho de restauração foi feito por uma oficina especializa-


da em restauração de picapes antigas, a Greg’s Restorations,
de Rutland, Massachusetts.

Foram quase dois anos de trabalho até que a Hilux SR5 final-
mente ficasse pronta, rodando como se estivesse em 1985.

BIBLIOGRAFIA
HISTÓRIA
Referências disponíveis em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Toyo-
ta_Hilux; https://www.noticiasautomotivas.com.br/hilux-srv/;
https://wishcars.xyz/2021/04/13/historia-da-toyota-hilux/
Acesso em 08/01/2022.

BOX: A ESCOLHA DO NOME


Referências disponíveis em: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Toyota_Hilux; https://carros.ig.com.br/2021-01-24/veja-5-ver-
soes-da-toyota-hilux-que-nao-temos-no-brasil.html; https://
novoguscar.blogspot.com/2015/12/historia-toyota-hilux.html
Acesso em 08/01/2022.

AS GERAÇÕES
Referências disponíveis em:

38
https://uolcarros.blogosfera.uol.com.br/2018/04/02/cinquen-
tona-e-inquebravel-toyota-hilux-foi-vendida-ate-pela-volkswa-
gen/;

https://autolivraria.com.br/bc/informe-se/noticias/toyota-
-hilux-faz-50-anos-veja-historia-das-oito-geracoes/; https://
www.uol.com.br/carros/album/2018/09/13/veja-as-oito-ge-
racoes-da-cinquentona-toyota-hilux.htm; https://novoguscar.
blogspot.com/2015/12/historia-toyota-hilux.html Acesso em
08/01/2022.

NO BRASIL
Referências disponíveis em: https://novoguscar.blogspot.
com/2015/12/historia-toyota-hilux.html; https://autopapo.
uol.com.br/noticia/de-indestrutivel-a-capotada-conheca-de-
-onde-vem-a-fama-da-hilux/; https://morimotors.com.br/site/
conteudo/63-a-historia-da-toyota-no-brasil.html, https://gara-
gem360.com.br/30-anos-de-importacao-carros-1990/ Acesso
em 08/02/2022.

A TOYOTA NO BRASIL
Referência disponível em:

https://morimotors.com.br/site/conteudo/63-a-historia-da-
-toyota-no-brasil.html Acesso em 08/01/2022.

VERSÕES QUE NUNCA CHEGARAM AO BRASIL


Referências disponíveis em: https://carros.ig.com.br/2021-01-
24/veja-5-versoes-da-toyota-hilux-que-nao-temos-no-brasil.
html; https://autoesporte.globo.com/carros/noticia/2018/10/
voce-sabia-que-volkswagen-ja-fabricou-uma-toyota-hilux.ght-
ml, https://motor1.uol.com.br/news/433848/toyota-hilux-
-2021-registro-brasil-duas-frentes/; https://jornaldocarro.

39
estadao.com.br/carros/toyota-hilux-rocco-versao-esporti-
va-da-picape-media-esta-em-testes-no-brasil/ Acesso em
09/01/2022.

A ESTRELA NO PROGRAMA TOP GEAR


Referência disponível em:

https://autopapo.uol.com.br/noticia/de-indestrutivel-a-ca-
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09/01/2022.

O DESAFIO NO POLO NORTE


Referência disponível em: https://autopapo.uol.com.br/noticia/
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NAS TVS DA AUSTRÁLIA


Referência disponível em: https://autopapo.uol.com.br/noticia/
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-hilux/ Acesso em 09/01/2022.

INDESTRUTÍVEL
Referências disponíveis em:

https://autopapo.uol.com.br/noticia/de-indestrutivel-a-capota-
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https://motor1.uol.com.br/news/514800/video-hilux-despen-
ca-helicoptero/; https://artslope.com/whistlindiesel-net-wor-
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A GUERRA DOS TOYOTAS


Referência disponível em: https://autopapo.uol.com.br/noticia/
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-hilux/ Acesso em 09/01/2022

A PREFERIDA DOS MILITARES


Referência disponível em: https://autopapo.uol.com.br/noticia/
de-indestrutivel-a-capotada-conheca-de-onde-vem-a-fama-da-
-hilux/ Acesso em 09/01/2022.

O CALCANHAR DE AQUILES
Referência disponível em: https://autopapo.uol.com.br/noticia/
de-indestrutivel-a-capotada-conheca-de-onde-vem-a-fama-da-
-hilux/ Acesso em 09/01/2022.

A MELHOR PICAPE DO MUNDO


Referência disponível em: https://motor1.uol.com.br/
news/549145/toyota-hilux-melhorpicape-domundo-picape/
Acesso em 09/01/2022.

JUNTO COM O AGRONEGÓCIO


Referência disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/
toyota-mostra-sua-forca-no-campo/ Acesso em 09/01/2022.

(1) Entrevista concedida por Rafael Chang para a “Isto É - Di-


nheiro” , na data de 20/11/20, disponível em https://www.isto-
edinheiro.com.br/toyota-mostra-sua-forca-no-campo/ , acessa-
da em 09/01/2022.

A PICAPE DE MARTY MCFLY


Referência disponível em https://flatout.com.br/esta-e-verda-
deira-picape-de-marty-mcfly-em-de-volta-para-o-futuro/ Aces-
so em 09/01/2022.

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42
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armazenamento de informações ou sistema de recuperação sem autorização
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