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SUMÁRIO
Introdução.................................................................... 3
A Geração que Fez História ....................................... 8
Primeira Geração 1966.............................................. 22
Segunda Geração 1968.............................................24
Terceira Geração........................................................ 25
Quarta Geração......................................................... 26
Quinta Geração.......................................................... 27
Sexta Geração............................................................28
Sétima Geração........................................................ 30
Ouça o Ronco do Motor............................................38
O V8 Está Com os Dia Contados?.......................... 40
Curiosidades...............................................................43
No Cinema..................................................................49
Dodge Charger 1976................................................... 57
Bibliografia...................................................................61
Conheça o Instituto Retornar...................................65

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INTRODUÇÃO
Ele foi a sensação dos amantes de velocidade nos
anos 60 e 70.

E conquistou um espaço tão grande no coração dos


entusiastas, que sobreviveu até a crise do petróleo,
se reinventou e segue em produção há 56 anos!

Este é o Dodge Charger!

Um carro tão incrível e tão veloz que foi banido das


pistas da Nascar americana por ser rápido demais!
Tão potente que ganhou uma escola própria para
ensinar a pilotá-lo!

Tudo neste carro é incrível: seu design, seu con-


forto, sua originalidade, sua força, seu ronco… só
pilotando um para entender essa aura de sonho e
desejo que o envolve.

Aqui você vai ter um gostinho.

Este e-book é a reunião das histórias de um autên-


tico Muscle Car que gravou no asfalto e nas pistas

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seu nome para sempre na história do automobilis-
mo!

No final da década de 1960, o mercado automobi-


lístico já tinha modelos de potência e desempenho,
conhecidos como muscle cars - reinavam carrões
como o Pontiac GTO, o Mustang, o Chevelle. Era
um mercado promissor, e os motoristas - apaixo-
nados por velocidade - estavam encantados com
estes modelos que entregavam tanta velocidade
quanto era possível.

A Chrysler percebeu a oportunidade e decidiu não


ficar de fora do “circuito da potência”, apresentan-
do ao mundo em 1966 aquele que seria um dos íco-
nes dos poderosos carros desta geração - O Dodge
Charger.

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Crédito editorial: Sergey Kohl / Shutterstock.com

A inspiração para o Charger veio do sedan Coro-


net. O Dodge era a sua versão fastback, com duas
portas e uma traseira longa e de caimento suave.

Não havia coluna central e, na dianteira, os faróis


duplos circulares eram encobertos pela grade, com
seção que se retraía de forma automática com o
acendimento das luzes (podiam também ser man-
tidos à vista do motorista). Na traseira as lanter-
nas compunham um filete horizontal com o nome
Charger grafado com letras espaçadas, bastante
elegante.

Por dentro os bancos dianteiros eram individuais, o


painel recebia mostradores circulares e os bancos
individuais traseiros podiam ser rebatidos para am-
pliar o espaço de bagagem, a exemplo do Plymouth
Barracuda, com o qual ele se parecia em linhas ge-
rais. O entre-eixos era enorme: com 2,97 metros e
o comprimento chegava a 5,17 m. O peso também
era generoso: pouco mais de 1.600 kg. Fugindo do
lugar comum no mercado, a carroceria era do tipo
monobloco e, para conter sua inclinação em acele-
rações vigorosas, era adicionada uma mola semie-

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lítica somente no lado direito do eixo traseiro.

O Dodge Charger chegava ao mercado com opção


de cinco motorizações, todas com o clássico V8, a
mais básica contava com um motor V8 5.2 L de 230
CV, já a top de linha, HEMI, trazia debaixo do capô
um propulsor 7 litros capaz de desenvolver 425 ca-
valos de potência.

Crédito editorial: Sergey Kohl / Shutterstock.com

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Crédito editorial: chorche de prigo / Shutterstock.com

A GERAÇÃO
QUE FEZ
HISTÓRIA
O ano de 1968 marcou a primeira reestilização do
Charger, que agora contava com um desenho equi-
librado e atraente. As linhas estavam um pouco
mais arredondadas e a traseira agora integrada ao
desenho.

Foi este modelo que colocou o Dodge Charger na


galeria de clássicos do automobilismo. É, sem dú-
vida, a série de maior prestígio entre os fãs.

No design exterior, o destaque era o estilo “garrafa


de Coca-Cola” que criava uma onda na lateral. Na
frente a grade ainda escondia os faróis, mas ago-
ra o sistema escamoteável era a vácuo em vez do
elétrico anterior.

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Os para-choques cromados estavam mais rentes à
carroceria e, nas laterais quase lisas, somente dois
vincos nas portas quebravam a paisagem. Na tra-
seira, a lanterna única e horizontal saía de cena em
favor das unidades circulares. Por dentro a espor-
tividade era evidenciada pelo grande console que
separava os bancos dianteiros e a farta instrumen-
tação à frente do motorista, mas na versão de en-
trada vinha um banco inteiriço. Essa série é consi-
derada uma das mais belas da era dos muscle cars.

A marca comemorava o lançamento e os elogios


que vinham de todos os lados.

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A revista Motor Trend, uma das mais influentes na
época, foi só elogios ao interior do Charger neste
ano. A publicação anunciava em sua edição aque-
le que foi considerado um dos carros mais bonitos
e confortáveis, com bancos macios de vinil que se
assemelham no tato e no visual a couro, um painel
com metal na medida certa mesmo em dias claros.

Outro destaque era a nova versão R/T (Road and


Track, estrada e pista) equipada com oV8 Magnum,
suspensão e freios revistos e o câmbio automático
Torqueflite 727 de três marchas, 5 ou câmbio ma-
nual de quatro como opção.

Em 1969, foi lançado o Charger 500 e o Charger


Daytona.

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O modelo 500 possuía vidro traseiro mais arredon-
dado e recebia os motores 440 e 426. Já o Dayto-
na, embora oferecesse os mesmos propulsores, era
muito diferente no desenho. Para começar, um pro-
longamento em forma de cunha na frente o deixa-
va exageradamente longo. Se não bastasse, o ae-
rofólio traseiro ficava mais alto que o teto do carro.
Ele era apoiado nas laterais da carroceria e não na
tampa do porta-malas, pois ela não suportava a
pressão do ar em alta velocidade e se amassava.
Assim, a altura permitia a abertura da tampa por
baixo do equipamento, que se tornou ícone no mo-
delo.

Essas modificações criaram sustentação negativa


que mantinha o carro sob controle nas pistas ovais
da Nascar, o campeonato mais popular nos EUA.
O resultado não demorou e o Charger consagrou-
-se como campeão já em 1971.

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Os modelos de rua emprestavam um pouco des-
sa exclusividade dos carros de pista com o uso de
lanternas retangulares atrás e luzes de posição nas
laterais. A versão SE (Special Edition) era mais lu-
xuosa, com apliques em madeira, bancos esporti-
vos em posição baixa e novas rodas, pacote que
podia ser aplicado a todos os Chargers.

O ano de 1970 chegou com poucas novidades no


Charger. A mais visível era o para-choque e a mol-
dura da grade frontal em uma só peça cromada,
sem a divisão na grade implantada no ano-modelo
anterior. Neste ano, o Charger 500 voltou às li-
nhas de produção.

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Estes primeiros anos da década de 1970 chegaram
atingindo em cheio o mercado de automóveis. Era
a crise do petróleo, o aumento do preço da gasoli-
na e novas leis de emissões poluentes foram enfra-
quecendo as vendas dos muscle cars, fortes, mas
também beberrões.

Após 1975, mudanças e adaptações no modelo


Charger tiraram um pouco do brilho do carro, que
para os entusiastas era apenas uma versão do
Chrysler Cordoba.

Em 1979, eis que o nome Charger ressurge no mer-


cado.

Crédito editorial:D-VISIONS / Shutterstock.com

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Os tempos eram outros, a gasolina andava mais
cara e os carros japoneses estavam em alta nos
EUA. Por isso, a Dodge apostou tudo em seu novo
modelo: ele era agora um pequeno hatchback com
três portas e tração dianteira, nada mais que uma
versão com apelo visual esportivo do Dodge/Ply-
mouth Omni.

Os anos da década de 1980, o Charger se manteve


firme no mercado. Somente após quase 20 anos
de ausência, o nome ressurgiu em um sedã V8 que
evoluiu para a sétima geração - a atual - que se-
gue em produção.

A Dodge aproveitou a onda de retornos de anti-


gos nomes no meio automobilístico. Sabendo que
a denominação Charger tem influência sobre os
entusiastas do automobilismo, a marca criou um
novo modelo apresentado ao público em feverei-
ro de 2005. A surpresa maior ficou por conta do
formato da carroceria: um sedã de quatro portas,
com formato de cupê por conta da queda do teto,
no lugar do famoso cupê esportivo.

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Uma frente intimidadora com a enorme grade no
padrão Dodge de quatro segmentos, trazia faróis
levemente retangulares com duas unidades circu-
lares em seu interior. Na lateral a linha de cintura
era bastante alta e chamava a atenção o ressal-
to próximo à coluna traseira imitando o conhecido
estilo “garrafa de Coca- Cola”.

O Charger segue na sétima geração, voando baixo


e se reinventando. O modelo futuro promete mu-
danças, com uma base STLA Premium e com mui-
ta eletrificação.

A Chrysler chegou ao Brasil em 1967, quando ad-


quiriu a francesa Simca do Brasil.

No começo, a ideia da empresa americana era ape-


nas melhorar a mecânica dos modelos da Simca,
mas tudo mudou rapidamente.

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No início, a Chrysler concentrou-se na fábrica da
Simca em São Bernardo do Campo, São Paulo, onde
continuou a produzir modelos da Simca até 1970.
Mas eis que o Dart chegou ao mercado, e então os
modelos franceses da Simca são encerrados.

O Dart nacional chegava a um mercado que tinha


como principais concorrentes o emblemático Che-
vrolet Opala de 6 cilindros, além do seu arquirrival
Ford Galaxie.

Antecessor do Dodge Charger brasileiro, o Dart na


versão cupê já nasceu como a opção de entrada,
a Standard, com quatro portas, carregando sob o
capô o motor V8 da picape D-100 e do caminhão
D-400.

O Charger chegou ao mercado em 1971 para repre-


sentar uma opção mais refinada, luxuosa e potente
que seu irmão Dart. O projeto foi apresentado em
duas versões, sendo a mais barata LS com motor
de 205 cv e a topo de linha R/T capaz de entregar
215 cv de potência.

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Nesta época, o Charger era o veículo mais potente
do Brasil e possuía tecnologias automotivas mui-
to atraentes para os carros da época, pois vinha
equipado com ar-condicionado, direção hidráuli-
ca, freios a disco dianteiros, transmissão manual
de quatro marchas ou a automática de três velo-
cidades. Um luxo para os consumidores brasileiros.

A versão Charger R/T ostentava uma grade cro-


mada sobre os faróis do carro e os faróis de milha,
estes na cor amarela. Além disso, o cupê tinha teto
e colunas em vinil preto, pneus com banda de cor
laranja, diferente da LS, que era branca.

Em 1973, o modelo ganhou faróis duplos e grade


quadriculada em duas partes. Esteticamente, a
nova versão ainda recebeu falsas entradas de ar,
controle interno de retrovisor, luzes de emergência,
novas lanternas e painel em alumínio escovado.

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Em 1973 a Chrysler do Brasil passou uma denomi-
nação oficial para distinguir o Charger do Charger
R/T, ganhando o sobrenome LS (Luxo Sport).

No ano seguinte, o veículo recebeu melhorias im-


portantes, entre elas uma tecnologia responsável
por reduzir o consumo de combustível em plena
Crise do Petróleo.

Chamou muito a atenção também um dispositivo,


o Fuel Pacer System: um alerta visual na luz guia
de direção exterior avisava quando era detectado
consumo excessivo. O indicador alertava quando o
motorista estava pisando fundo demais e aumen-
tando o consumo de combustível. Ainda em 1974,
o modelo voltou a usar as faixas laterais nos pa-
ra-lamas traseiros, tal como entradas de ar falsas
redesenhadas e portas pintadas de preto com friso
cromado.

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Em 1975, foram fabricadas apenas 55 unidades da
versão LS, o que tornou o modelo uma raridade
existente apenas no Brasil. Neste ano também foi
o auge (maior sucesso de vendas) da produção de
Dodges V8 no país, encabeçados pelo modelo Do-
dge Charger R/T, o modelo mais desejado.

Em 1976, o Dodge Charger perdeu a versão de en-


trada LS e algumas modificações mecânicas fize-
ram a versão solo R/T perder potência, passando a
gerar “apenas” 205 cv de potência.

No fim dos anos 70, o Charger recebeu ajustes no


carburador para reduzir ainda mais o consumo de
combustível. Mais alterações estéticas foram fei-
tas e na linha 79, o modelo recebeu a companhia
do cupê Magnum ao lado do Dart.

O Charger foi o primeiro carro nacional com rodas


de magnésio e na linha 80, ganhou uma nova cai-
xa automática, já no período VW, que adquiriu a
Chrysler do Brasil no início de 1979.

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Em 1981, depois de exatos dez anos, a produção do
Dodge Charger chegou ao fim por aqui. O motivo
seria o baixo número de vendas. O modelo de Dod-
ge mais cobiçado e vendido na época era o modelo
Dodge Magnum que foi recebido pelo público em
geral como sendo mais esportivo, apesar de ser de
fato o modelo mais voltado ao luxo, substituindo o
Gran Coupé.

Além dele, todos os modelos da Chrysler, inclusive


os caminhões, pararam de ser produzidos no Brasil
naquele ano. Até 1981, o Dodge Dart e seus deri-
vados (como o Charger), tiveram 93.008 unidades
fabricadas e comercializadas por aqui.

Crédito editorial: Ladislaus / Shutterstock.com

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Diferente do Charger americano, aqui no Brasil, o
Charger R/T foi fabricado até 1980 utilizando a
carroceria do Dodge Dart como base (modelo igual
ao Dodge Dart americano de 1969), e adereços es-
peciais. Eram diferenças que davam um destaque
único ao Dodge Charger brasileiro, com alguns de-
talhes inexistentes nos modelos americanos e aus-
tralianos, mas em nada semelhantes pois eram ba-
seados na carroceria A-Body diferentemente dos
modelos Charger americanos originais (B-Body)
além de um motor de 318 polegadas cúbicas (ou
5.2 litros) chamado de small block contra 383 até
440 polegadas cúbicas dos americanos chamados
de big block.

O modelo brasileiro era de fato um Dodge Dart mo-


delo Charger. Usaram o nome Charger para promo-
ver maiores vendas com muito sucesso, pois desde
a sua entrada em produção em 1971 até 1978 era o
modelo de maior vendagem da linha de Dodges V8.

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PRIMEIRA GERAÇÃO (1966 - 1967)
Em sua estreia, o Charger chegava com um visual
inovador e agressivo, com os faróis embutidos em
uma grade e uma bela carroceria com curvas que
denunciavam sua vocação esportiva. Além do visu-
al arrebatador, existia por baixo do capô uma po-
tente mecânica, com os motores da Chrysler, que
na época eram verdadeiras usinas de força.

Nesta primeira geração, vários modelos eram ofe-


recidos, desde o menor 318 V8 de 5.2 litros com 230
cv até o grande 426 V8 Hemi de 7.0 litros, que tinha
dois carburadores de corpo quádruplo e cabeçotes
de alumínio com câmaras de combustão hemisfé-
ricas, a origem da fama do Hemi. O Hemi foi um
motor conhecido, adaptado das pistas de corrida
para as ruas, tendo alguns ajustes para ficar mais
manso.

Crédito editorial: Roberto Galan/ Shutterstock.com

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O 426 tinha potência de 425 cv, torque de 67,7 m.k-
gf e levava o Charger de 0 a 96 km/h em 6,4 se-
gundos. Ele vinha equipado com câmbio manual de
quatro marchas ou automático de três marchas, as
versões menos potentes eram vendidas com caixa
manual de três velocidades.

Em todo Charger a suspensão traseira trazia uma


mola semi-elíptica adicional no lado direito e a es-
trutura era monobloco, com chassi e carroceria in-
tegrados.

No ano de seu lançamento foram vendidas 37.344


unidades.

Os atrativos eram o desempenho, o bom preço e a


excelente garantia de cinco anos ou 50 mil milhas.
Desses quase 38 mil, apenas 468 unidades tinham
a motorização 426 Hemi, o que logo o tornou uma
raridade.

Em 1967, um novo motor derivado dos utilitários da


Chrysler foi lançado: o 440 V8 Magnum de 7.2 li-
tros, que gerava 375 cv e 66,3 mkgf de torque. O
426 Hemi continuava sendo oferecido mas, mesmo
com menor potência, o Magnum se tornava o mo-
tor mais cobiçado do modelo, devido ao alto custo
do 426 e sua menor confiabilidade.

Crédito editorial: Gestalt Imagery / Shutterstock.com

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SEGUNDA GERAÇÃO (1968 - 1970)
O modelo do Charger foi redesenhado no ano de
1968 e agradou em cheio o público fazendo com
as vendas aumentassem. Com base na plataforma
Chrysler B, o modelo recebeu mudanças cosméti-
cas para o exterior e interior, incluindo: uma gra-
de inteiriça, luzes traseiras arredondadas e faróis
ocultos. Os powertrains eram os mesmos que os
usados no Charger de 1967.

Este modelo não teve sucesso em corridas de stock


car como a NASCAR, por isso, foi criada uma for-
ma mais aerodinâmica - o modelo Charger 500,
que se tornou a base do Dodge Charger Daytona
de 1969.

É este modelo que aparece no filme The Dukes of


Hazzard de 1979 com o nome de General Lee, e tam-
bém nos filmes de Velozes e Furiosos.

Crédito editorial: chorche de prigo / Shutterstock.com

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TERCEIRA GERAÇÃO (1971- 1974)
A terceira geração do Charger chegou no ano de
1971.

A plataforma B da Chrysler foi modificada para


atender às novas normas de emissões e segurança.
Estava disponível em seis pacotes diferentes com
mudanças cosméticas que incluíam: uma grade di-
vidida, janela traseira semi fastback e um spoiler
rabo de pato.

Os Chargers de 1973 e 1974 eram muito semelhan-


tes aos de 1971, com pequenas diferenças na grade
e nos faróis.

Esta geração teve um aumento nas vendas, princi-


palmente devido à eliminação do Dodge Coronet, o
que significava que Dodge oferecia o estilo de cor-
po de duas portas de tamanho intermediário ape-
nas no Charger.

Crédito editorial: Ken Morris / Shutterstock.com

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QUARTA GERAÇÃO (1975 - 1978)
Na quarta geração, lançada em 1975, o modelo
Charger continuou como um carro de corpo B e foi
reestilizado.

O novo Charger foi a tentativa da Dodge de mover


o modelo para o crescente segmento de mercado
de carros de luxo pessoais.

A Dodge expandiu sua presença no mercado de


carros pessoais de luxo em 1978, quando produziu
dois carros da mesma classe: o Charger e o Dodge
Magnum.

Junto com os modelos da quarta geração do Char-


ger, o modelo de Daytona também foi oferecido,
com faixas que corriam ao longo do comprimento
do carro.

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QUINTA GERAÇÃO (1981 - 1987)
Em 1981, o Charger surge como um coupé sub-
compacto hatchback com tração dianteira e câm-
bio manual de cinco marchas ou três velocidades.
Este modelo do tipo econômico era similar ao Dod-
ge Omni 024, mas com um motor um pouco maior.

O Charger estava disponível com o NA 2.2l SOHC


ou um motor SOHC 2.2l turboalimentado. O turbo
estava disponível apenas com a transmissão ma-
nual, ao contrário do Dodge Daytona.

Um Charger da Shelby foi produzido a partir de 1983,


com uma versão turbo disponível em 1984, produ-
zindo 148 cavalos de potência (110 kW) a 5600 rpm
e 160 libras-pés de torque a 3200 rpm. O motor
não possuía intercooler e usava um pequeno turbo
T3 Garrett.

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SEXTA GERAÇÃO (2006 - 2010)
A sexta geração chegou com uma novidade: depois
de dezessete anos de tração nas rodas dianteiras,
a Dodge reintroduziu o Charger no modelo 2006
em uma nova forma. Esta geração estava disponí-
vel apenas como um sedan de quatro portas usan-
do a plataforma Chrysler LX.

O projeto tinha a intenção de resgatar os Char-


gers das décadas de 1960 e 1970, para isso vol-
taram as luzes traseiras voltaram daquela época,
assim como o novo capô estampado e painéis la-
terais. Esta geração tinha opções de motor V6 e V8
acopladas a transmissões automáticas, bem como
tração nas quatro rodas.

Crédito editorial: Chris Bence / Shutterstock.com

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O Dodge Charger estava disponível nas versões
SE, SXT, R / T, R / T com Road / Track Performance
Group, Police e Daytona R / T. O modelo SE bási-
co incluía um motor V6 de 2,7 L, transmissão auto-
mática de 5 velocidades com função manual “Au-
toStick”, rodas de 17 polegadas, ar condicionado,
controle de tração de alta velocidade, bem como
controle de estabilidade electrónico e ABS, um lei-
tor de CD coluna de direção inclinada e telescópi-
ca, travas elétricas / espelhos / janelas e entrada
remota sem chave. Recursos adicionais e acaba-
mentos estavam disponíveis, incluindo o Charger
R / T com um 5.7 L Hemi V8 acoplado a uma trans-
missão automática de 5 velocidades. Um novo sis-
tema de deslocamento múltiplo que permitia eco-
nomizar combustível com apenas quatro cilindros
também foi apresentado no novo modelo.

O desempenho foi o foco do Charger SRT8 equi-


pado com um motor Hemi de 6,1 L acoplado a um
câmbio automático de 5 velocidades, além de con-
veniências como assento para passageiro dianteiro
de oito vias, controle climático automático, grade
especial e spoiler traseiro, guarnição interior, fás-
cia frontal especial e cobertura do motor, pontas
de escape maiores, caixa de direção de desempe-
nho, bancos dianteiros aquecidos com inserções de
camurça perfurada, pedais de regulação de potên-
cia e cores especiais e acabamentos exteriores. O
modelo também chegava com um pacote opcional
Road / Track com 10 cavalos de potência adicionais,
sistema de navegação GPS, sistema de áudio de
322 watts, teto solar e sistema de entretenimento
de DVD no banco traseiro e rádio.

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SÉTIMA GERAÇÃO (a partir de 2011)
Para a versão 2011, o Dodge Charger recebeu um
interior melhorado e um novo estilo exterior. Isso
incluiu novas pás laterais ao longo das portas dian-
teira e traseira, bem como faróis mais angulares,
novo estilo de grade agressivo e uma forma mais
definida e aerodinâmica em geral.

A extremidade traseira adotou um envoltório mais


moderno em torno da luz traseira do LED, abran-
gendo quase todo o comprimento do tronco. A vi-
sibilidade do motorista foi melhorada em mais de
15%, atendendo a reclamações de anos anteriores.

O desempenho da base foi aumentado, com o mo-


tor V6 de 250 bhp de 3,5 L sendo substituído por um
Pentastar 3.6L produzindo 292 cv (218 kW; 296 cv)
a 6350 rpm e 260 lb.ft (353 N · m) a 4800 rpm. A
transmissão automática de 4 velocidades foi subs-
tituída pelo auto A580 de 5 velocidades.

Crédito editorial: Darren Brode / Shutterstock.com

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O ano de 2012 trouxe uma nova transmissão au-
tomática de 8 velocidades para o modelo V-6. Este
ano também foi o retorno do SRT-8 para a linha
de modelos. O AWD também foi adicionado ao V6,
tornando o AWD disponível em todos, exceto no
modelo SRT-8.

Para os anos 2012 - 2018, a plataforma Super Bee


(ou Scat Pack 15+) estava disponível, fazendo uso
de características vistas em modelos regulares
SRT-8 com acessórios e emblemas que lembram
o muscle car dos anos 60 e 70. Estes incluíam um
motor de 6.4L com 470 HP, quatro pinças Brembo
de pistão, rotores com fenda, alavancas, recursos
de lançamento SRT (como temporização 0-60, lei-
turas Live G-Force e temporizadores de ¼ e arran-
cada de milha) e bordado personalizado.

Todos os modelos, exceto o Charger Pursuit, agora


vêm de fábrica com a transmissão automática de
oito marchas. Em janeiro de 2014, o AWD Charger
Pursuit apareceu e o modelo V8 R / T AWD desa-
pareceu. As vendas do AWD Pursuit, desde então,
dispararam.

Crédito editorial: Darren Brode / Shutterstock.com

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Para 2015, o Charger recebeu atualizações signifi-
cativas de estilo exterior. Mais notavelmente, uma
nova parte frontal que apresentava novas luzes
LED e um nariz mais aerodinâmico que era menos
inclinado e apresentava uma curva perceptível em
torno da caixa do farol. Suspensões, interior e freios
também foram redesenhados.

O modelo 2017 teve uma atualização para o siste-


ma de navegação / exibição de 8.4 e foi reestiliza-
do devido a problemas com o sistema anterior.

A indústria automobilística caminha para um fu-


turo na eletrificação. E isso vai impactar até mes-
mo aqueles carrões com motores potentes e baru-
lhentos, como é o caso do Dodge Charger.

32
Prova disso é que em julho de 2021, a empresa co-
municou oficialmente que vai deixar de produzir o
Charger e o Challenger e vai se dedicar à produção
de carros elétricos.

O primeiro modelo elétrico da marca será lançado


em 2024, no mesmo momento em que se encerra
a produção do Charger e do Challenger.

Não será um fim definitivo para os motores a com-


bustão.

A Dodge pretende renovar o portfólio de veículos


produzidos, por isso produzirá seu modelo elétrico,
um outro modelo híbrido plug-in e um terceiro mo-
delo que o mercado acredita ser tanto um movi-
do à combustão para agradar os clientes puristas,
quanto um híbrido “tradicional”. Para não perder
seus fãs tradicionais, a Dodge fabricará um mode-
lo elétrico e um modelo que ainda bebe gasolina.

33
O American eMuscle, o conceito de carro elétrico
da fabricante, já foi anunciado pela marca. O ter-
mo American eMuscle converge com a história dos
carros da Dodge, a produção de veículos potentes,
“musculosos”, com grande desempenho do motor.

Sucesso nas ruas, a Dodge decidiu montar veículos


separados, preparados especialmente para com-
petir na Nascar.

Em 1969, a marca produziu três veículos separados


com o nome Dodge Charger Daytona, como o nome
entrega, todos modificados do Dodge Chargers .

A escolha do nome foi inspirada em Daytona Bea-


ch, na Flórida, um dos primeiros centros de auto-
mobilismo e que hospeda o Daytona 500, um dos
principais eventos da NASCAR.

O Dodge Daytona foi produzido em 1969 e conce-


bido exclusivamente para ser uma versão de edi-
ção limitada de alto desempenho do Dodge Char-
ger com o único propósito de vencer corridas de
alto nível da NASCAR.

34
Já na sua estreia, o Dodge Daytona fez bonito e
ganhou a inaugural Talladega 500. Vale lembrar
também que os principais nomes deixaram a pista
em um boicote à corrida.

Durante o ano de 1969, o Dodge Daytona ainda


venceu duas corridas e em 1970, outras quatro.

O modelo Dodge Daytona também venceu nos cir-


cuitos de corrida da United States Auto Club (USAC)
e da Automobile Racing Club of America (ARCA).
Eles estabeleceram vários recordes de corrida e
pole.

35
O piloto Buddy Baker marcou o seu nome como
campeão a bordo do o número 99 Chrysler Engi-
neering Dodge Charger Daytona. Ele foi o primeiro
piloto na história da NASCAR a quebrar a marca de
200 mph (322 km/h), em 24 de março de 1970, em
Talladega. Depois disso, o carro venceu mais seis
corridas, até que a Nascar tomou uma decisão que
colocaria o Charger Daytona fora das pistas.

Conhecido como “Winged Warrior”, ou Guerreiro


Alado, o modelo Daytona encerrou rapidamente
a sua participação na Nascar. Na temporada se-
guinte, os executivos da Nascar proibiram espe-
cificações aerodinâmicas em carros com motores
maiores que 305 polegadas cúbicas. Como tinham
velocidade e desempenho excepcionais, a NAS-
CAR posteriormente mudou o livro de regras, efe-
tivamente banindo todos os quatro Aero Cars da
Dodge, Ford, Mercury e Plymouth da competição
até o final de 1970.

36
Os oficiais diziam que estes carros eram tão poten-
tes e agressivos que tinham uma vantagem “injus-
ta” sobre os demais na pista da Nascar e portanto,
deveriam ser banidos.

O Dodge Charger desembarcou no Brasil em 1970


e já chegou com seu enorme motor V8 5.2 ou 318
(polegadas cúbicas). O Charger chegou em duas
versões, sendo uma bem famosa até os dias atu-
ais, a R/T ou Road & Track.

Embalado pela fama de filmes clássicos como Bullit,


o grandalhão da Dodge foi uma das últimas tenta-
tivas de americanizar o mercado do Brasil, nota-
damente de influência europeia.

Junto ao Dodge Dart, o Charger dominou comple-


tamente o segmento de luxo no Brasil, não deixan-
do espaço nem para os conterrâneos, como os Ford
Galaxie e Ford Maverick.

Mas o que mais chamava a atenção dos compra-


dores naquela época e embalou boa parte do de-
sejo de compra foi o motorzão V8.

37
Ouça o ronco deste motor:

clique e ouça link do youtube

A Chrysler desenvolveu um poderoso motorV8 pró-


prio, o V8 Hellcat.

Lançado em 2015, o motor V8 Hellcat fez história


no mundo automotivo, tornando-se um dos moto-
res para carros de produção mais fortes já criados
por uma marca de fora do segmento de supercar-
ros.

Com 6.166 cm³ e sobrealimentado por um compres-


sor mecânico, o motor de oito cilindros e iniciais 717
cv, com bloco de ferro e cabeçote de alumínio, foi
desenvolvido em 2014 para equipar a nova versão
esportiva SRT Hellcat dos modelos Dodge Charger
e Challenger.

38
O seu nome - Hellcat - fazia referência ao avião de
caça Grumman F6F Hellcat, usado pela Marinha
nos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

O motor V8 Hellcat foi criado a partir da 3ª gera-


ção dos motores Hemi, lançada no início dos anos
2003. Para desenvolver mais de 700 cv, o V8 Hell-
cat traz diversos componentes forjados, como o
virabrequim. Já os pistões de alumínio – também
forjados – contam com pinos de pistão revestidos
com diamante industrial. Todo esse conjunto é ali-
mentado por um sistema de combustível capaz de
fornecer 600 ml de combustível por minuto, fazen-
do o tanque de combustível secar em até 13 minu-
tos de direção em demanda máxima.

39
O V8 ESTÁ
COM OS DIAS
CONTADOS?
O V8 seguiu no topo da linha Dodge até o lança-
mento do Demon, derivado do Hellcat que aposta-
va em uma nova calibração e novos componentes.

Mas, recentemente, a Chrysler anunciou que os ve-


ículos com propulsor deixarão o mercado em 2023.
O V8 sai de cena e abre espaço para a chegada de
um novo muscle car da marca, que carregará um
motor elétrico e será lançado em 2024. O fim da
linha dos motores V8 parece ser o começo de uma
nova era para a Dodge, no caso, a era elétrica.

40
Sendo um ícone da velocidade e povoando os so-
nhos dos rapazes e das moças que amam veloci-
dade, a indústria da miniatura não poderia deixar
de produzir pequenos exemplares de Dodge Char-
ger. Se não dá para ter um de verdade, pelo menos
é possível ter o modelo na decoração enquanto a
fantasia não se torna realidade. E não é difícil en-
contrar bons exemplares. Separamos alguns:

O clássico modelo fastback de 1967, em vermelho,


está disponível na escala 1:24 pelo fabricante Hawk.
Traz interior em cinza e capô, portas e tampa do
porta-malas móveis.

A fabricante Ertl apresenta uma versão bastante


desejada: o modelo 1970 usado no filme Velozes e
Furiosos. Em escala 1:18, o carrinho vem com gran-
de detalhamento e fiel ao charger preparado para
o filme.

41
O mesmo fabricante disponibiliza um outro ícone
do cinema: o “General Lee” do seriado Os Gatöes.
Existe ainda uma bela versão R/T 1971, na mesma
escala, na cor azul e teto em vinil. É tão detalhado
que não faltou nem as entradas de ar nas portas.

Para os amantes de video games, a marca Maisto


reproduz o Charger R/T 1969 que aparece no jogo
Need for Speed, em escala 1:25 e com bom deta-
lhamento, e uma versão policial do mesmo ano em
1:24, com grandes rodas e bastante personalidade.

Para quem curte o modelo atual do Dodge Charger,


é possível encontrar exemplares no catálogo da fa-
bricante Welly, que produz o Daytona R/T 2006 em
escala 1:18. No característico tom laranja da série
do especial, traz parte do capô em preto e faixas
da mesma cor nos para-lamas.

Já a marca Tracksters fabrica um modelo persona-


lizado de carro de polícia, com base na versão SRT-
8 de 2006, com grandes rodas e pintura típica.

42
CURIOSIDADES
Um ano antes de lançar o Charger, a Chrysler ofe-
receu em 1965 uma versão do Dodge Dart com o
nome de Charger 273. Foram feitas pela fábrica
apenas 180 unidades, baseadas no Dart GT hard-
top e no conversível, e outros 300 kits oferecidos
aos clientes.

Todos os carros eram amarelos com teto e interior


em preto, rodas Cragar de 13 pol, emblemas com o
nome Charger na carroceria e no cofre do motor.

O motor V8 de 4,5 litros, tinha carburador de corpo


quádruplo e silenciadores de menor restrição para
um ronco mais esportivo.

O público ainda não sabia, mas este foi o prenún-


cio de que estava para nascer um dos muscle cars
mais poderosos da indústria automobilística.

43
O Dodge era tão potente que preocupou alguns
consumidores mais atentos. Um deles, um ad-
vogado aposentado, Elton ‘Al’ Eckstrand. Ele era
apaixonado por automóveis potentes e sabia dos
riscos dos muscle cars para motoristas inexperien-
tes. Em 1966, ele fez uma proposta que recebeu o
apoio de Byron Nichols, vice-presidente de vendas
da Chrysler. A ideia era levar um Charger Hemi 1966
até a Europa para participar de uma turnê dentro
das bases militares norte-americanas.

O modelo foi usado para mostrar a forma correta e


responsável de se lidar com tanta potência. A ideia
pegou e Eckstrand, por meio da United States Mo-
torsports Association, fundada por ele, levou a sua
“escola” para mais de 250 mil soldados.

Em 1967, o advogado voltaria à Europa para fazer


uma nova demonstração, desta vez com um Ply-
mouth Barracuda.

44
Hoje, o modelo Dodge usado em 66 para ensinar
o que era dirigir um carrão está em exposição no
museu da Chrysler nos EUA.

É importante que você conheça este modelo em


específico: o Charger R/T 1979 é muito raro e foi
bastante modificado em relação ao ano anterior.

Lançado com a frase a frase “O lado emocionante


da vida”, em setembro de 1978, a Chrysler do Brasil
inovou na linha 1979: mudou a frente e a traseira
dos modelos, lançou duas linhas luxuosas - Mag-
num e LeBaron - e modificou completamente o seu
esportivo, o Charger R/T.

Caracterizado até 1978 pelas extensões das co-


lunas traseiras, que tinham nítida inspiração nas
lanchas dos anos 60, o Charger passou a ser, na
verdade, pouco mais que um “up-grade” do Dart.

45
Os fãs dos Charger chamam este modelo de “ove-
lha negra” pela distinção dos demais modelos, mas
a verdade é que ele é o Dodge mais raro fabricado
no Brasil.

Foi uma produção bastante limitada, menos de


200 foram feitos. Este ano de 1979 representa o de
maiores modificações recebidas no Charger desde
seu lançamento, em 1971, apesar de muitos consi-
derarem um retrocesso em termos de esportivida-
de. Não é assim que pensamos. É lindo e potente.
E como hoje são pouquíssimos no mercado, este
Charger é também para poucos.

Um modelo diferentão do Charger se deu tão bem


nas pistas que acabou ganhando também as ruas
- foi o Dodge Charger Daytona.

O modelo Daytona apareceu pela primeira vez em


setembro de 1969, na pista do primeiro Talladega
500 da Nascar.

46
E o que faz dele um “diferentão” é uma asa traseira
altíssima que o destacava como se fosse um bipla-
no entre os outros carros em pista.

Com esse visual bastante estranho, o novo “Char-


ger Daytona” da Dodge recebeu alguns olhares des-
confiados dos espectadores, mas quando a corrida
começou, tudo mudou.

Além de vencer o Talladega 500 inaugural, um


Charger Daytona iria vencer o Texas 500 para fe-
char a temporada de 1969. E alguns meses depois,
um Charger Daytona se tornou o primeiro carro a
quebrar a barreira de 320 km / h da NASCAR. Voou
baixo!!!

Percebendo o potencial deste novo modelo, os en-


genheiros da Dodge pegaram o que aprenderam no
túnel de vento e desenvolveram o Charger Dayto-
na para o grande público.

Além do nariz e da asa exclusivos, o Daytona apre-


sentava outras atualizações aerodinâmicas, in-
cluindo extratores de ar reverso acima de um par
de recortes em cada pára-choque para atenuar a
sustentação.

47
Chegaram ao mercado em 1969, apenas 501 uni-
dades.

Em 2019, a Dodge anunciou um #throwback da


sua primeira edição, para comemorar os 50 anos
do Charger Daytona.

O modelo comemorativo 2020 vem com um aero-


fólio pomposo e o detalhe característico na grade
frontal. E, assim como em 1969, a produção foi li-
mitada a 501 unidades.

48
NO CINEMA
BULLIT (1968)
Muito antes de Velozes e Furiosos, o cinema já pro-
duzia grandes filmes com carros potentes. Foi o
caso de Bullit, protagonizado por Steve McQueen.

Apesar de desconhecido do público mais jovem,


esse foi um clássico do cinema com uma das ce-
nas mais famosas de perseguição automobilística
pelas ladeiras de São Francisco, com muscle cars
saltando pela cidade em alta velocidade.

Nessa perseguição, eis que surge um Dodge Char-


ger R/T, pilotado pelo vilão, seguido pelo Ford Mus-
tang GT 390 do protagonista, Frank Bullit.

A cena foi tão elaborada e inovadora que o filme


incentivou e influenciou a produção de outros fil-
mes policiais nos anos seguintes, como Dirty Harry
e Operação França. E é frequentemente citado em
filmes de perseguições automobilísticas como na
cena final de A Montanha Enfeitiçada de 2009.

49
OS GATÕES
Carro com patente e sobrenome. Esse é o General
Lee, o Dodge Charger 1969 alaranjado, da série e
também filme The Dukes of Hazzard, conhecido no
Brasil como Os Gatões.

A série de tv foi exibida entre 1979 e 1985; e o filme,


mais recente, de 2005, com elenco cheios de es-
trelas como Johnny Knoxville (Luke), Seann Willian
Scott (Bo), Jessica Simpson (Daisy Duke), Willie
Nelson (Tio Jesse), Burt Reynolds (Xerife Hogg) e
Lynda Carter (tia Pauline).

Esse carrão tinha um papel importante na histó-


ria: o “General Lee” transportava bebidas ilegais,
um negócio de família. Quem comandava o carro
eram os primos Bo e Luke, que viviam em liberdade
condicional. Na série, como eles não podiam portar
armas de fogo, utilizavam arco e flecha nas suas
aventuras pelo condado de Hazzard.

50
Lembra dos primos pulando através das portas do
Dodge? General Lee tinha portas soldadas, san-
tantônio interno, quebra-mato dianteiro, bandei-
ra dos confederados no teto e um “01” pintado na
porta. E esse número tinha um significado especial:
o 0 = significava “nós começamos com nada”, e 1 =
“nós estamos no caminho”.

O carro ainda tinha uma buzina de doze notas que


reproduzia a música “Dixie” que, durante a Guer-
ra Civil Americana foi adotada como um hino do
exército confederado.

Como os primos Bo e Luke eram típicos moradores


do sul dos EUA, o nome do carro também era uma
referência à Guerra da Secessão (conflito entre o
sul e o os estados do norte), mais precisamente ao
general Robert E. Lee.

Segundo a produção da série, a ideia batizar o carro


de “Traveler”, nome do cavalo do general Lee, mas
depois decidiram homenagear o próprio general.

51
O Dodge Charger em si também não era a primei-
ra opção para a gravação da série. Os produtores
pensaram no Pontiac Firebird, mas o carro já tinha
sua imagem ligada ao filme “Smokey and Bandit”.
A segunda opção era o Mustang, que também aca-
bou sendo descartada.

Por sorte, ficamos com a imagem desse carrão eter-


nizada nas telinhas.

Uma curiosidade: durante o período em que a série


e os dois filmes foram gravados, foram utilizados ao
todo 309 exemplares, sendo 221 deles totalmente
destruídos.

Que fim levou o General Lee?

No final de 2021, um exemplar do Dodge Charger


“General Lee” de 1969 licenciado pela Warner Bro-
thers para promover a série de TV “Os Gatões” foi
a leilão.

52
Este é um dos 12 veículos licenciados oficialmente
pelo estúdio e usados, entre 1980 e 1985, para os
materiais promocionais e eventos realizados nos
Estados Unidos e Canadá para promover a série.

Este Dodge foi a leilão autografado pelos atores


John Schneider, Tom Wopat, Catherine Bach, Ja-
mes Best e Ben Jones, entre outros que integra-
vam o elenco da série original de TV.

O modelo estava em ótimas condições, com um


motor V8 de 330 cv e câmbio automático de qua-
tro marchas e quase não foi usado nas últimas dé-
cadas.

BLADE - O CAÇADOR DE VAMPI-


ROS (1998)
Para quem não se lembra da fase inicial da Marvel,
seu primeiro herói no cinema foi Blade - o caçador
de vampiros. Blade saia à caça dos vampiros pelas
ruas de Nova Iorque a bordo de um potente Dod-
ge Charger R/T 1968. O ronco deste incrível muscle
car preto lançou o super-herói da Marvel na sua
estreia na tela grande.

53
Também podemos dizer que o Dodge Charger de
1968 da trilogia “Blade” tem uma pegada bad boy:
em preto, um motor super potente e super equipa-
do. O chicote B-Bodied tem faróis UV para derre-
ter vampiros, barras de tração 440-Magnum sob
o capô e um Magnum 440 alimentado por garrafa
sob o capô, rápido o suficiente para fugir com fol-
ga dos policiais após uma noite de caçada.

VELOZES E FURIOSOS
Pensou em carros tunados e potentes, pensou na
série de filmes - Velozes e Furiosos.

Claro que o Dodge Charger faz a sua aparição, aliás


bastante especial, nos filmes.

Quando foi lançado o primeiro filme da franquia Ve-


lozes e Furiosos em 2001, imediatamente ele marcou
toda uma nova geração de meninos e meninas que
via nos carros modificados mostrados no filme um
verdadeiro mundo de fantasia sobre quatro rodas.

Crédito editorial: D-VISIONS / Shutterstock.com

54
Apesar de praticamente todos os modelos terem
uma característica marcante em neon, nitro e as
cores chamativas, quem se sobressaiu foi um clás-
sico: o Dodge Charger R/T 1970 preto do protago-
nista Dominic Toretto, interpretado por Vin Diesel.

No enredo do filme, o veículo pertencia ao pai de


Toretto, que morreu em uma batida durante uma
corrida de StockCar. Toretto diz ter medo de dirigir
o carro, mas vai reformando o Dodge ao longo dos
anos e faz uma aparição triunfal no fim, quando
disputa um racha contra o Toyota Supra de Brian
O’Conner (Paul Walker).

55
O Dodge acaba destruído após ser atingido por um
caminhão, mas o modelo volta a aparecer no Velo-
zes e Furiosos 4 com algumas adaptações.

O Dodge Charger de 1970 - o mesmo que apare-


ce no filme - foi um modelo que marcou o último
lançamento da segunda geração do clássico. Tinha
como características: o para-choque cromado e di-
ferentemente da maioria dos Chargers anteriores,
não tinha a grade frontal dividida ao meio. Cerca de
9.300 R/Ts foram fabricados pela Dodge em 1970.

O motor do original que inspirou o de Toretto era


um 440 Magnum V8, se aproximando dos 400 cv
de potência. No primeiro filme, Vin Diesel diz que
sua máquina tem 900cv. Suas principais modifi-
cações em relação ao modelo original foram as ro-
das centerline e o supercharger que sai do capô e
o nitro.

Do primeiro para o quarto filme, o modelo apresen-


ta mudanças a começar pela cor: antes um preto
metálico, depois um preto fosco. Também mudou
a grade frontal, que passou a ser de tela e o para-
-choque dianteiro, que não era mais cromado.

Um carrão para ficar na memória!

56
DODGE
CHARGER
1976
O ICÔNICO R/T
O Dodge Charger entrou nos 70 como um dos car-
ros mais desejados pelos fãs de velocidade e de
muscle cars.

Ele conquistou um espaço especial, como um dos


carros clássicos mais cobiçados no país - em espe-
cial a versão esportiva Charger R/T - que signifi-
cava em inglês Road and Track, traduzindo para o
português - Estrada e Pista.

E bota potência nesse esportivo: ele trazia sob o


capô, um motorzão V8 e 210 cv, que até hoje de-
tém o título de “maior motor usado num carro de
passeio no Brasil”.

57
Esse sedã de quatro portas era produzido na mon-
tadora em São Bernardo do Campo, na Grande
São Paulo. Seu motor V8 de 5.212 cm³ era o mais
forte do país, com 198 cv de potência a 4.400 rpm
e 41,5 kgfm de torque a 2.400 rpm – números de
medições brutas, padrão na época. Com ele, o car-
ro acelerava de 0 a 100 km/h em 12 segundos e
chegava fácil aos 190km/h. Segundo a fabricante
FCA (Fiat Chrysler Automobiles), o motor batizado
de Magnum é, até hoje, o recordista em cilindrada
para um motor fabricado para carro de passeio.

A versão R/T era muito potente, mas não era só


isso.

É importante ressaltar que em 1976, o governo bra-


sileiro publicou um decreto-lei que proibia a impor-
tação de automóveis. Sem concorrência dos carros
estrangeiros, o Dodge Charger brasileiro tornou-se
um dos mais desejados pelo público e a fabricante
usou esse mote na propaganda da época que dizia:
“ o único carro esporte nacional que olha de frente
para os importados”.

58
Uma afirmação dessas, não era por menos.

O Dodge Charger se distinguia dos outros modelos


no mercado devido aos opcionais que eram dispo-
nibilizados, tornando-o um dos carros mais dese-
jados na época.

O Charger R/T oferecia um pacote completo: ban-


cos dianteiros individuais com console central, câm-
bio de quatro marchas com alavanca no assoalho,
ar condicionado, direção assistida, freios dianteiros
a disco e conta-giros. Por fora, exibia rodas e aca-
bamentos esportivos, faixas pretas, faróis ocultos
atrás da grade, colunas traseiras alongadas sobre
os pára-lamas e teto revestido de vinil. Sob o capô,
um potente motor: o 318 V8, a potência bruta pas-
sava de 198 cv para 215 cv, e o torque máximo, de
41,5 para 42,9 m.kgf.

Todas estas características davam ao Charger R/T


uma aparência bruta, forte e jovial.

59
Era tudo o que os jovens motoristas sonhavam.

Ainda em 1976, o Brasil passava a contar com três


fortes concorrentes no mercado de esportivos: o
Opala SS (e um motor 250-S), o Maverick GT e o
Dodge Charger.

A crise do petróleo e a falta da gasolina azul de


alta octanagem impactam diretamente nas ven-
das desses carrões. Velozes e beberrões, eles pre-
cisaram se adaptar para conseguir se manter no
mercado.

Pensando nisso, a Chrysler promove modificações


no Charger em 1976. A primeira delas é que a versão
LS deixa de ser produzida. Os executivos optam por
manter a versão mais popular, a R/T, com modifi-
cações no motor 318, que resultaram em redução
de potência para 205 cavalos, mas permitia o uso
da gasolina comum. Esse modelo também recebeu
bancos novos, novo volante, mudanças nos frisos
e detalhes externos.

Apesar das mudanças, o Charger seguia com visual


lindo, desejado e imbatível nas ruas!

60
BIBLIOGRAFIA
A HISTÓRIA
Referências disponíveis em: https://www.noticia-
sautomotivas.com.br/dodge-charger/; https://
www.encontracarros.com.br/dodge-charger-con-
heca-a-historia-de-um-dos-musclecar-mais-fa-
mosos-do-eua/; https://www.autolivraria.com.
br/cpassado3/dodge-charger-1.htm Acesso em
12/02/2022.

O DODGE NO BRASIL
Referências disponíveis em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dodge_Charger;
https://www.instacarro.com/blog/noti-
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Referências disponíveis em: https://pt.wikipedia.
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O FUTURO ELÉTRICO DO DODGE


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12/02/2022.

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O DODGE NA NASCAR
Referências disponíveis em: https://en.wikipedia.
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scar-3/ Acesso em 12/02/2022.

O POTENTE MOTOR V8
Referências disponíveis em: https://www.noticia-
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www.instacarro.com/blog/tecnologia-automoti-
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Acesso em 12/02/2022.

UM CHARGER QUE CABE NA


PALMA DA MÃO
Referência disponível em: https://autolivraria.
com.br/cpassado3/dodge-charger-5.htm Acesso
em 12/02/2022.

ANTES DO DODGE CHARGER


Referência disponível em:
https://www.autolivraria.com.br/cpassado3/
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A ESCOLA DA DODGE
Referência disponível em:
https://www.autolivraria.com.br/cpassado3/
dodge-charger-2.htm. Acesso em 12/02/2022.

DODGE CHARGER 1979 - UM ÍCO-


NE
Referências disponíveis em:

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moveis/dodge-charger;
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DODGE CHARGER DAYTONA


Referências disponíveis em: https://www.en-
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mosos-do-eua/ ; https://paginajournal.com/
uma-rapida-historia-do-dodge-charger-dayto-
na-e-plymouth-superbird/; https://autoesporte.
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mora-50-anos-do-daytona-charger-com-edi-
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BULLIT (1968)
Referência disponível em: https://pt.wikipedia.org/
wiki/Bullitt. Acesso em 18/02/2022.

OS GATÕES
Referências disponíveis em: https://blog.rally-
somstore.com.br/2020/08/12/classicos-do-ci-
nema-general-lee-dodge-charger-1969/; https://
revistacarro.com.br/charger-usado-para-promo-
ver-a-serie-os-gatoes-vai-a-leilao/ . Acesso em
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63
BLADE - O CAÇADOR DE VAMPI-
ROS (1998)
Referência disponível em: https://bestmoviecars.
com/1998-blade-1968-dodge-charger/ Acesso em
12/02/2022.

VELOZES E FURIOSOS
Referência disponível em: https://manualdoho-
memmoderno.com.br/carros/dodge-charger-r-
t-1970-o-grande-carro-de-velozes-e-furiosos
Acesso em 12/02/2022.

DODGE CHARGER 1976 - O ICÔNI-


CO R/T
Referências disponíveis em:

https://www.noticiasautomotivas.com.br/dodge-
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https://www.canaldapeca.com.br/blog/dodge-
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https://www.portalsaofrancisco.com.br/automo-
veis/dodge-charger

https://www.webmotors.com.br/wm1/noti-
cias/a-historia-do-dart-charger-o-dodge-mais-
-querido; https://www.em.com.br/app/noticia/
vrum/2019/10/26/interna_vrum,1095874/confi-
ra-a-trajetoria-do-dodge-dart-no-brasil-que-a-
caba-de-completar.shtml Acesso em 16/03/2022.

64
CONHEÇA O
INSTITUTO
RETORNAR
A fundação do Instituto Retornar é um sonho con-
cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

As conquistas do Instituto Retornar já são inúme-


ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
sem fins lucrativos em mais de 10 estados. Ao todo,
mais de 3.500 pessoas em 19 cidades foram direta-
mente beneficiadas por essa rede de amor.

Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên

65
cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
a inclusão social. Realizou a doação de carros, ces-
tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
reformas.

E tudo isso foi possível porque o Instituto Retornar


é movido pelo amor - a força mais transformadora
que existe.

Obrigado por acreditar na missão do Instituto Re-


tornar. Você também faz parte dessa história!

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