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ISSN 1808-9399
ano 11 #140
R$ 19,90
aprovada
pelo mito
Batizada de “Ferruginha”,
picape Ford 1929 ganha
www.cteditora.COM.BR
personalidade própria e é
elogiada por Jack Costello FORD t-bucket: capricho artesanal lincoln continentaL: inspiração custom
Legislação: Saiba como legalizar um carro artesanal Rodder Review: Testamos produto e serviço para vitrificação da pintura
Técnica: Regulagem da mistura ar/combustível Vitrine: Lançamentos de peças e acessórios para seu hot
Editorial
E
nquanto você lê esta edição, uma O SEMA é a maior vitrine, não apenas No segmento de carros esportivos
equipe da Revista Hot Rods, capita- de produtos e serviços, mas, principal- e hot rods, o SEMA Show tem um
neada pelo editor Ricardo Kruppa, mente de tendências das novidades que pavilhão, conhecido com “Beco dos
está em Las Vegas, no estado norte- devem ocupar as ruas e garagens dos Hots”, com estandes de empresas
-americano de Nevada, para mais consumidores nos meses que se suce- dedicadas ao “hot rodding”, como
uma maratona de SEMA Show. O Las dem ao avento. Outra característica do peças de perfromance e até mesmo
Vegas Convention Center, um dos maiores SEMA é a presença cada vez mais visí- peças antigas para reposição.
complexos de exposições da cidade, rece- vel das principais montadoras de auto- Kruppa deve voltar com a mala, e a
be o público especializado (a feira não é móveis, não apenas dos Estados Unidos, máquina fotográfica, recheadas de
aberta ao público em geral, mas apenas a mas de todo o mundo. As marcas apro- novidades, que prometemos mostrar em
profissionais do segmento de peças, aces- veitam para apresentar carros-conceito e detalhes na próxima edição. E atenção:
sórios e customização da indústria automo- muitas delas têm aproveitado o espaço cobertura ao vivo no site da Hot Rods e
tiva) entre os dias 1º e 4 de novembro. para exibir seus modelos clássicos. também nas mídias sociais. Não perca!
Sumário
Hot Rods
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F
erruginha é um distrito do muni- bem diferente da restauração de clás- nho, em sua memória”, recorda.
cípio brasileiro de Conselheiro sicos ou construção de um hot. Muitas Essas sensações e sentimentos reforça-
Pena, no interior do estado de das ideias vieram de revistas america- dos na infância transformaram quase
Minas Gerais. Mas também é o nas, mas na prática elas se transformam como uma “filosofia de vida” as deci-
apelido carinhoso desta picape apenas em referências. O projeto muda sões que o entusiasta mantém. Basta
Ford 1929 que pertence a Moacir muito. Cria personalidade própria e se questioná-lo sobre a provável venda
Mansur Boscardin, 58 anos, funcioná- torna único”, garante o entusiasta. de alguns de seus automóveis. “Tenho
rio público de Curitiba (PR). O modelo Mas esse entusiasmo de Boscardin não alguns carros que dificilmente venderia.
surgiu como parte de pagamento em parece ser tão atual. Ainda garoto, Eles têm um valor sentimental muito for-
uma troca que Boscardin realizou: ele ouviu o ronco de um clássico cupê te, fazem parte da minha história, mas
foram vários carros inacabados por um – som que mexeu com o imaginário ins- confesso que às vezes gosto de trocar
restaurado. “Essa picape ficou três anos tantaneamente. “Os garotos da minha de brinquedo. É bom experimentar
no jardim de casa e adquiriu uma colo- idade tinham como sonho um pedalinho outros modelos, ter novas experiências
ração muito peculiar: ferrugem. Então Jeep 1951, que era muito popular e e, em certas ocasiões, usar os recursos
tive a ideia de fazer um carro despoja- que eu também ganhei logo cedo. Mas da venda para investir em outro projeto
do. Sempre gostei dos rat rods e não quando tinha uns 12 anos fui ao banco e na melhoria ou atualização dos já
tive dúvida”, explica. pagar uma conta para meu pai. Encos- existentes. Como aconteceu com essa
A ação partiu de sobras de projetos tei a “magrela” e quando já estava picape”, explica.
anteriores nos moldes norte-americanos. saindo um senhor bateu na partida de
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Foram três anos até que pudesse ser um Ford Coupé 40 com motor flathead. A doce realidade em detalhes
ouvido o ronco do motor. “Eu tenho Aí tudo começou: paixão eterna. Meu Essa picape Ford 1929 foi adquirida
outros hots e alguns originais também. pai sempre me incentivou e ensinou a no ano de 2009 e as transformações
Mas confesso que fiquei muito entusias- regular o motor da Kombi 1960 que foram totais – desde o chassi boxeado,
mado, pois pude participar do projeto anos mais tarde ganhei de presente e suspensão com eixo rebaixado em
e da construção desta picape 29. Algo que conservo até hoje com muito cari- 4 polegadas, freios a disco nas qua-
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Picape Ford 1929
co e clássico inglês, mas há volante de Boscardin optou por incluir um carbura- O carro me veste. E é muito prazeroso.
um Ford T, coluna de direção do Ford dor Holley 390 cfm, coletor de escape O motor gira bem e o ronco é indescrití-
29, caixa de direção do Ford 37 e os dimensionado feito sob medida, caixa vel. A única mudança que talvez fizesse
bancos sob medida são em couro. “O de câmbio do Maverick 4 cilindros seria acrescentar um teto solar de lona,
rat é bem isso, uma colcha de retalhos, e diferencial 4:27 (uma relação bem fora isso é um projeto que me agrada
um quebra-cabeça feito com partes e curta similar à dos Simca, uma vez que ao extremo”, afirma Boscardin.
Picape Ford 1929
Em pleno Curitiba Motor Show do ano causa surpresa às pessoas. Elas vão
passado foram feitos os pinstripe e a descobrindo os detalhes aos poucos: as
pintura nas portas em homenagem ao lanternas e cor, o painel que acende as
Clube Curitiba Roadsters, que Boscar- luzes nos olhos das caveiras, as ferradu-
din ajudou a criar. “Também foi pintado
o nome da minha filha Nicole no painel
ras e o estilo fazendeira, bem como os
pinstripes. Tudo encanta”, conclui.
Bloco Emi-sul de
e depois demos uma volta na pista do
Autódromo de Curitiba. Foi um momen-
Ainda tem dúvida sobre a qualidade e
competência do projeto? Saiba: Jack
câmara hemisférica sob
to muito especial e inesquecível, pois a
família toda curte muito os antigos”.
Costella, piloto que bateu mais de 100
recordes de velocidade, esteve em outu-
o capô. A caçamba é de
Boscardin conta que as pessoas ficam
surpresas com o modelo, isso porque
bro na casa de Boscardin e conferiu de
perto a picape Ford 1929. “Ele adorou
uma típica “fazendeira”
carros assim são vistos apenas em o carro, aprovou muito. A lenda se apai-
encontros nos Estados Unidos ou em xonou pela picape”, vibra o entusiasta
revistas especializadas. “A Ferruginha do universo Hot Rod.
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Hot Rods 15
Picape Ford 1929
Carro artesanal,
carro legal!
Conheça os procedimentos para legalizar um carro “artesanal”, que desde
maio deste ano está isento de air bag e ABS
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Divulgação
Ford 32 fabricado pelo Costalonga, um dos pioneiros dedicados aos hot rods (SP)
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N
os primórdios do hot rodding nos carros velhos e que não tinham muito Isso fez surgir fabricantes de réplicas de
Estados Unidos, e em especial na valor. Mas, por volta da década de 70, carrocerias, como as dos Ford Modelo
década de 1950, a quantidade de o hot rodding começou a se tornar mais T e Ford das décadas de 20 e 30. E,
carros à disposição dos rodders era popular e a demanda maior fez rarear a desde então, passou a ser possível a
grande. Os modelos usados eram oferta dos modelos mais procurados. montagem de hots usando apenas peças
novas, pois também havia fabricantes de
chassi e de reproduções de partes como
grades, lanternas e muito mais.
No Brasil, o gosto por hot rods sem-
pre existiu, apesar de a demanda ser
pequena. E, por aqui, o aparecimento
de reproduções voltadas ao público inte-
ressado em hots só começou a surgir por
volta da década de 90. Mas ficava uma
pergunta: se você cria um carro, como
fazer para registrá-lo? No Brasil isso é
previsto na Resolução Contran número
63. Mas, assim como construir uma
casa, há regras e limites a ser seguidos.
por um cidadão “automobilisticamente certificado com base no Regulamento A RTQ 24 informa a documentação
normal”. E para estabelecer o que pode Técnico de Qualidade número 24 (RTQ que deverá ser apresentada quando da
ser considerado um veículo passível 24). Este regulamento foi emitido pelo solicitação do certificado:
de registro, a Resolução 63 determina próprio Inmetro em 22 de janeiro de a) Documento de identificação do
que este veículo deverá apresentar o 2004. Quem quiser montar um carro proprietário.
Certificado de Segurança Veicular – e emplacá-lo deve antes ler cuidadosa- b) Desenhos técnicos com as dimensões
História
Chevrolet 34: a W.W. Trevis foi uma das pioneiras a fabricar carcaças para hot rods (SP)
e especificações técnicas do veículo. RTQ 24 também estabelece os seguin- tura, sistema de arrefecimento, sistema
c) Anotação de responsabilidade téc- tes sistemas e componentes que serão de transmissão e seus elementos.
nica (ART) do engenheiro responsável inspecionados na sua instalação e fun- Se o veículo passar na inspeção, o CSV
pelo projeto e fabricação do veículo. cionamento pela empresa credenciada: será emitido e poderá ser dado entrada
d) Documentos fiscais de aquisição dos a) Equipamentos obrigatórios: para- no processo junto ao Detran. O Detran
principais componentes/conjuntos utili- -choques, espelhos retrovisores, limpa- irá emitir o VIN, número de identificação
zados na fabricação do veículo. dor e lavador de para-brisa, para-sol, do veículo que deverá ser marcado no
e) Declaração do proprietário e do velocímetro, buzina, cintos de seguran- chassi por outra empresa autorizada. Este
engenheiro responsável de que o veícu- ça, extintor de incêndio, triângulo de número segue o mesmo padrão usado
lo atende integralmente aos requisitos segurança e estepe. pelas montadoras, mas o terceiro dígito é
de segurança veicular pertinentes à b) Sinalização: lanternas indicadoras “Z” que indica carro de fabricação pró-
legislação vigente, conforme projeto de de direção, de posição, de freio, de pria. Posteriormente os documentos são
engenharia e memorial descritivo arqui- freio elevada (brake light), de marcha a encaminhados pelo Detran à Coordena-
vados sob sua responsabilidade. ré e intermitentes de advertência. ção Geral de Infraestrutura de Trânsito, no
No item b, os desenhos citados basica- c) Iluminação: faróis principais, ilumina- Denatran de Brasília. Após vários meses,
mente mostrariam o veículo de frente, ção da placa traseira e do painel. o processo é aprovado e o Detran de
lado e traseira com as suas dimensões. d) Freios. entrada do processo poderá enfim, emitir
As especificações técnicas, por sua vez, e) Direção. o Certificado de Registro do veículo!
informariam as características do veículo f) Eixos e suspensão. O custo do processo, sem considerar os
desde o motor utilizado até a descrição g) Pneus e rodas. honorários do engenheiro, seria de cer-
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de todos os seus componentes, muitos h) Sistemas e componentes complemen- ca de R$ 2.500,00 (esse valor foi deta-
dos quais são listados na RTQ 24. tares: portas e tampas, vidros e janelas, lhado no artigo da edição 119 relativo
Já a ART (item c) é um documento no qual bancos, sistema de alimentação de a um processo efetivado em 2014).
o engenheiro informa ao CREA (Conselho combustível, sistema de exaustão dos O processo é trabalhoso e custoso, mas
Regional de Engenharia e Arquitetura) gases, carroçaria (componentes gerais, nesse ano ficou um pouco mais fácil.
que é o responsável técnico pelo veículo. painel de instrumentos, para-lamas), ins- Isso porque foi resolvido um impasse que
Além da documentação necessária, a talação elétrica e bateria, chassi/estru- pairava sobre a legalização dos arte-
Chevrolet 1938 da SS Fiberglass (RS)
membros e para o hot rodding nacio- Reproduções em metal: o mercado está se sofisticando, como mostram essas carroce-
nal. E vale lembrar que uma boa opção rias feitas em metal por Carlos Alberto Medeiros (41) 8746-9895, em Pinhais, PR.
para os clubes ganharem mais repre-
sentatividade é a filiação à Federação
Brasileira de Veículos Antigos, como atualmente presidida por Roberto Suga ração foi acolher na federação também
já fez o Curitiba Roadsters. A FBVA é e uma das suas ações à frente da fede- os hot rods.
Garage Tech
Fim do ziguezague
Correção do ângulo dos braços de direção acaba com o problema
da instabilidade do veículo
Texto e fotos: Norberto Jensen
A
construção de um hot rod, ou mesmo a restauração de veículo em velocidade e, principalmente, ao passar por imper-
um carro antigo, muitas vezes requer adaptações. E, feições na pista, o que faz com que o veiculo “jogue” de um
algumas vezes, essas adaptações não são executadas lado para outro, comprometendo totalmente a dirigibilidade.
da melhor forma, o que gera problemas na dirigibilida- Nesta edição, vamos mostrar a realocação da caixa de
de do veículo. Quando se trata da adaptação de sus- direção. Essa correção fará com que a geometria de trabalho
pensão e caixa de direção, o problema mais comum é o carro fique correta, acabando com o problema descrito acima. Dúvi-
“passarinhar”, termo usado para descrever a instabilidade do das e sugestões, escreva para suporte@hotcustoms.com.br.
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Esta foto mostra o braço de direção trabalhando totalmente fora de posição, ou seja, em ângulo em relação à roda
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Com ferramenta de corte, soltamos os suportes originais Com a solda ponteamos a nova posição dos suportes
Garage Tech
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Conferimos a nova posição para aferir com as medidas Soldamos de forma definitiva os suportes
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Estilo e suavidade
O desafio da construção de um verdadeiro custom de qualidade
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final da década de 1940 e da carros, que a cada dia está mais rara. uma das coisas que mais me atraem
década de 50 que me encantam. Meu último kustom que ficou pronto foi dentre os vários fatores que fazem com
Logicamente adoro os hots, streets, mus- um Shoebox 51, que, modéstia à par- que um kustom seja realmente admirá-
cles... Mas são os customs, na verdade te, merece os prêmios que ganhou. E vel: a fluidez de suas linhas.
os kustoms, que me deixaram apaixona- pensando nisso, em carros que temos e
do pelo universo da cultura hot. personalizamos, ou às vezes em carros ALTERAÇÕES SUTIS
E hoje me considero uma pessoa afortu- que admiramos quando estamos nave- A coisa mais legal de um kustom é poder
Cultura Hot
traseira (cauda). Assim é, ou pelo menos aos olhos é que ele tenha uma fluidez
deveria ser, o que vemos na criação de
carro feito sob medida para seu dono,
nas linhas e na aparência geral, que
pareça aos olhos dos leigos que saiu
fluidez nas linhas e na
um custom made.
O criador do projeto de um custom
assim de fábrica. Que foi assim con-
cebido. E esse conceito não é só meu.
aparência geral
tem de ser cauteloso e muito atento aos Recentemente comprei um excelente
detalhes, pois são nos detalhes que as livro de Alan Mayes, fotógrafo e editor
da Old Skool Rodz e da Car Kulture
Deluxe, duas revistas norte-americanas
sensacionais, chamado “Custom
Cars”. Lendo este livro vi que meu con-
ceito sobre qual era o truque para que
um custom ficasse bom ou não estava
certo.
PLANO GERAL
Nas palavras de Alan, que tomo a
liberdade de traduzir aqui, um bom cus-
tom deveria se parecer com um carro
saído das pranchetas de um designer.
Embora os carros sejam vistos como um
grande trabalho geral, sua construção
é realizada em pequenas sessões. Isso
faz com que seja duplamente importan-
te para o construtor de carros modifica-
dos ter um plano geral do que vai fazer.
Ter em mente a visão completa do carro
antes de cortar, soldar, rebaixar e emen-
dar. Justamente para que ele não se dis-
traia e venha a perder o foco principal
do projeto algum lugar.
Hot Rods 29
Exemplos de customs
que “deram certo”,
extraídos do livro
de Alan Mayes
de carroceria certo, as peças do carro
doador certas, e selecionar a combi-
nação perfeita de acessórios, interior,
motor, pintura e revestimento, é muito
difícil. São inúmeras e infinitas, eu diria,
as combinações e possibilidades. Por
isso, uma boa dica para começar é jus-
tamente pesquisando. E uma boa fonte
é este livro, cheio de ideias e elementos
que funcionaram bem em outros carros,
que conseguiram uma modificação sua-
ve e coesa em seus projetos.
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para pensar em como eles ficariam jun- carro vai ficar muito pior do que era antes Nas fotos que ilustram este artigo,
tos. É o que eu chamei acima de limite de ser modificado. bons exemplos de carros que deram
entre o muito legal e o brega demais. O desafio da construção de um ver- certo, e que estão nas páginas do livro
Nesse livro de Alan, temos uma série de dadeiro custom de qualidade começa de Alan Mayes. O livro custa US$
ótimas ideias de pequenos elementos que com a escolha do carro certo e da 25,00, em média, pode ser encontra-
podem deixar um custom incrível. Mas, se visão certa para transformá-lo em um do na Amazon, e vale cada centavo.
não souber como combiná-las, no final o sonho sobre rodas. Escolher o estilo Eu recomendo.
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Projeto Hot Rods
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Feito em casa (continuação)
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C
ontinuamos com foco total na
customização de nosso Ford 03
T Roadster 1927. Na última
edição, nós concluímos toda a
estrutura do assoalho e a chapa
de aço que fica sobre ele. Utilizamos
uma chapa 18 lisa e sem vinco. O
material utilizado para a fixação foi
cola de aço e pontos de solda.
A partir de agora, voltaremos nossa
atenção para remendar os buracos
“podres” da lataria, bem como sua
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Projeto
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Rodder Review
Pintura protegida
A seção que tem uma visão crítica e nada imparcial sobre produtos e serviços
do mundo dos hot rods traz o teste com vitrificação automotiva
Texto: Victor Rodder::Fotos: Divulgação
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Rodder
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U
m dos itens mais importantes
para a conservação de um auto-
móvel, e sem dúvida uma das
coisas que mais chamam a aten-
ção em um carro, é a pintura.
Seja a qualidade da pintura existente,
ou a inexistência dela, a pintura é
responsável inclusive por dizer se seu
carro é um hot, rat, custom ou low...
E num item tão importante do carro,
como é possível melhorar ainda mais
a proteção que ela oferece? Podemos
proteger e, ao mesmo tempo, manter as
características de brilho, tom e lumines-
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5º Santa
Rodder
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ReviewCustom Show
domicílio, conforme o tipo de traba- moderno em termos de proteção da Os raios UVA/UVB, que fazem as
lho a ser realizado. pintura”, explica. tintas de nossos carros desbotarem
Quando perguntei ao Snow o que Snowflakes me explicou que esse “nano com o tempo, ou ainda o temido cocô
poderia ser feito para, não só melhorar, revestimento” é feito basicamente a partir de pássaro e as amaldiçoadas seivas
mas manter a aparência da pintura, a de produtos com Sio2 na fórmula. O de árvores não serão mais problemas
primeira resposta foi vitrificação. “Se Sio2, ou vidro líquido, como também é com esse produto. “E não é só isso. A
você cuida do seu veículo – seja ele conhecido, cria na superfície da pintura vitrificação dá maior durabilidade no
carro, moto, barco ou até um helicóp- uma película resistente, que vai proteger a brilho, no tom e, em certos casos, dimi-
tero –, e está buscando uma maneira tinta dos efeitos de diversos agentes exter- nui inclusive a incidência de pequenos
de melhorar a aparência e conservar nos. “Não importa se o veículo é “zero” riscos. Há fabricantes que garantem
ainda mais o trabalho que foi feito nele, ou antigo. Ambos podem receber essa até cinco anos de proteção se algumas
a vitrificação, ou nano revestimento, é proteção que, se for bem feita, vai manter medidas forem tomadas, como lava-
o que existe hoje no mercado de mais e até devolver a aparência de novo”, diz. gem e limpeza sem produtos agressivos
Processo de lustro para abertura de brilho e remoção de marcas leves
5º Santa
Rodder
Catarina
ReviewCustom Show
Limpeza da peça para remoção de eventual óleo ou resíduo para aplicar o vitrificador
SERVIÇO
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Motor a combustão
Saiba regular a mistura ar/combustível de acordo com o
parte 4
Q
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uem tem acompanhado esta série para que ele aspire maior quantidade depende muito do tipo de combustível
de artigos sobre eficiência volu- de mistura, o que irá aumentar sensivel- utilizado. Em um carro com motor movi-
métrica percebeu que falamos mente seu rendimento. do a gasolina comum, por exemplo, a
muito em mistura ar/combustível. Mas e esta mistura de ar e combustí- relação de mistura deve ser aproxima-
Já vimos o que é necessário fazer vel, como ela deve ser? Na verdade damente 18 partes de ar para uma par-
para melhorar a aspiração do motor, a quantidade de ar e combustível te de gasolina. No caso de um motor
Nos motores carburados a gasolina, deve-se dividir o diâmetro
do venturi por 18, para obter o tamanho do giclê a ser utilizado
movido a álcool ou etanol, essa relação construídos especialmente para bater Outra solução, mais fácil, seria a de
muda para 15 partes de ar para uma recordes de velocidade plena. Ao che- misturar um pouco de álcool à gaso-
parte de etanol. garem lá eles encontraram um proble- lina. É evidente que, se o motor for
É claro que esses números são calculados ma: os carros que saíram de Curitiba, alimentado por um sistema de injeção
para um funcionamento ao nível do mar, com os motores afinados a 900 metros inteligente, a própria injeção se autorre-
em que a pressão atmosférica é maior e, de altitude, não funcionaram bem a gula, reduzindo a quantidade de com-
sendo assim, a concentração de molécu- 3.600 metros. bustível. Ela faz isso por meio da leitura
las de oxigênio também é maior. Isso é fácil de compreender. Com da quantidade de CO² liberada pelo
Como o poder calorífico da gasolina a altitude o ar fica mais rarefeito e, escapamento e o sistema de injeção
é superior ao do etanol, para termos sendo assim, quando em funciona- corrige a quantidade de combustível a
uma explosão de mesma intensidade mento, o motor acaba aspirando uma ser injetada.
necessitamos de mais moléculas de eta- quantidade menor de moléculas de
nol para cada molécula de oxigênio. oxigênio, mesmo mantendo a mesma Com injeção eletrônica
Por isso mesmo é que um motor movido relação de mistura (no caso dos car- Como você pode verificar e acertar
a etanol consome mais combustível do ros a gasolina, 18 partes de ar para essa relação na prática? Se o seu motor
que seu similar a gasolina. uma parte de gasolina). é injetado e você utiliza o módulo de
Hot Rods 51
sitivo que corrige a mistura em altas e têm sua ponta cônica. Quanto mais Hot Rods. Nela estaremos contando
velocidades ou quando o carburador você o aperta, mais ele fecha a entrada como foi a aventura de nossos amigos
está trabalhando a pleno, com a bor- de ar do motor, engordando a mistura. no salar de Uyuni, na Bolívia. Vamos
boleta toda aberta. falar sobre as dificuldades que eles
Outro sistema do carburador é da Regulagem da marcha lenta encontraram por lá e do prazer de estar
marcha lenta, que permite que o motor Para iniciar a regulagem aperte o para- desbravando um novo horizonte no
continue funcionando mesmo com a fuso de marcha lenta até o final, sem mundo dos Hot Rods. Até lá.
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Ford T-Bucket
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Bactéria nervosa!
Entusiasta é contaminado pela cultura rodder, fabrica T-Bucket de
primeira linha com bloco 292 de 250 cv e ainda emplaca acabamento
sofisticado com direito a bancos costurados na cor da carroceria
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Ricardo Kruppa
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Ford T-Bucket
C
laudio Chatagnier Neto, 64 anos,
projetista mecânico de Curitiba
(PR), foi contaminado. A bactéria
chamada “T-Bucket” resulta de
uma ação comum que afeta,
sobretudo, rodders. É quase como um
problema em busca de resolução: o
número de bactérias de uma cultura t,
horas após o início de certo experimen-
to, é dado pela expressão N(t)=1200.
2 ^{o,4t}. Nessas condições, quanto
tempo após o início do experimento a
cultura terá 38.400 bactérias? Tudo
bem, você não precisa resolver. Mas o
exemplo, em forma de brincadeira, ser-
ve para que você compreenda: amor,
trabalho, dinheiro e tempo investido
conduzem a mesma fórmula diante de
qualquer projeto. O resultado final é
sempre positivo. E a cultura é a mesma.
“Há muito tempo sou apaixonado por
modelos hot e a escolha de um T-Bucket
se deu por achar que esse é o carro
que mais simboliza a cultura hot rod
dos anos 50. Tenho outros carros tam-
bém fabricados por mim, mas este é
especial”, garante o entusiasta.
A relação de Claudio com o modelo
T começou há seis anos, período no
qual o projeto começou a ser desenvol-
vido. Desde a concepção do chassi,
passando pelo conjunto mecânico até
a finalização e acabamento de pintura,
o proprietário fez parte da realização.
“Tinha o projeto desenhado na cabeça
há um bom tempo, então fui compran-
do as peças, o motor, eixo traseiro e
acabei ganhando um eixo dianteiro de
um amigo. Comprei a carroceria de
fibra de vidro do amigo Aurélio Backo.
Faltava apenas o chassi”, explica.
Após essa seleção de peças, Claudio
começou a construção do chassi e o
restante foi sendo desenvolvido até tem-
pos depois chegando à conclusão com
os acertos finais na mecânica. “Toda
a construção de chassi, suspensão coil
over, assoalho em chapa, estrutura para
os bancos, coluna e caixa de direção,
freios e demais adaptações foram ser-
viços executados por mim, um projeto
ford T-Bucket
Ford T-Bucket
Mecânica
Bloco Ford Y-block 292, comando
de válvulas Iskenderian 278, cabe-
çotes retrabalhados, carburação
bijet Motorcraft, escapamento
artesanal, transmissão de três mar-
chas, discos e pinças de freio GM
Opala na dianteira e tambores do
Ford Maverick na traseira e siste-
ma de servo freio;
Interior
Volante Grant, câmbio no asso-
alho, estofamento feito com
carpete azul e bancos e laterais
em couro nas mesmas cores da
carroceria, costuras dos bancos na
cor vermelha;
Estética
Na dianteira os pneus utilizados
são Michelin 185-60-14 e as rodas
são de aço estampado - modelo
SS do Opala (14”x7 na frente e
15”x10 na traseira), traseira com
pneus Yokohama 255-60, carroce-
ria em duas cores: azul Turner e
prata Andino e faixa vermelha;
são insubstituíveis”, afirma. da por nossa equipe. Veja só o resulta- Quem fez?
Entre uma acelerada e outra é difícil eli- do da brincadeira. Mecânica - Auto Mecânica Perfor-
N(t) = 1200 * 2^(0.4t) mance (41) 9645-3020; Elétrica
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Chevy Commercial 1938
F
ábio Athaydes Tatsch, 41 anos,
parece inquieto. Não apenas
pela profissão que escolheu,
mecânico de automóveis, mas,
sobretudo, pela capacidade de
não desistir tão facilmente de projetos e
aliá-los ao gosto excessivo por modelos
antigos. Proprietário da Old Brothers
Customs and Repair, em Curitiba (PR),
o entusiasta reviveu este modelo Chevy
Commercial 1938 em sua própria
oficina. E, acredite, passaram-se muitos
anos até que o automóvel chegasse a
essa configuração atual.
“Curto muito carros Chevrolet das déca-
das de 1920 a 50. Tenho outros carros
e caminhões de outras marcas também.
Comprei esse Chevy em 1993, todo
original, do filho do primeiro proprietá-
Hot Rods 66
cia em um galpão desde que o dono resolveu desmontá-lo. “É aquela velha cial e colocar em jogo suas ideias e
havia falecido. Mas a família se preo- história: casa de ferreiro, espeto de inquietudes diante das ações. Para isso,
Hot Rods 68
cupava em fazer a mecânica funcionar pau. Desmontei o carro e ele ficou por manteve a mecânica praticamente ori-
sempre. Quando decidi comprar, usei o 15 anos assim, encostado na minha ginal (que hoje registra 30 mil milhas).
Chevy com a pintura e interior originais garagem”, explica. Trata-se de um motor seis cilindros em
durante cinco anos”, lembra. linha com sistema de lubrificação “pes-
Após essa fase, Fábio dava sinais de RETOMANDO O FôLEGO cador”, bomba de combustível de vidro
que precisava implementar suas carac- Somente no ano passado Fábio decidiu e filtro de combustível de vidro, carbu-
terísticas no automóvel. Foi então que resgatar o projeto do modelo Commer- rador pé de ferro, motor de arranque
Lataria teve a pintura original removida e é
mantida escura com produto antiferrugem
no pé (com quatro pedais no assoalho, amarelo inclusive nos arcos do ragtop
sendo que o do canto direito é a parti- 100% originais. O painel permanece
da), um câmbio de três marchas e dife- com a pintura original bege com todos
rencial e caixa de direção originais. os instrumentos originais funcionando.
A suspensão é composta de quatro Fábio fez apenas duas alterações inter-
feixes de molas originais recalandrados nas: chave de seta de painel anos 50 e
para rebaixar e amortecedores originais os bancos, que vieram de um Chevrolet
de varão com dupla ação. “Foram alte- Suburban 1949. “Parecem bancos
Hot Rods 69
rações para melhorar o rodar do carro concha de lata forrados de algodão cru
no dia a dia, mas mantive original pen- no tom bege e marrom. Ficaram legais.
sando em deixá-lo alinhado para somar Detalhe também do Rat Fink pintado a
a linha original com o estilo rat rod que pincel por mim no porta-luvas”, detalha.
viria”, garante. Esteticamente, o Chevy teve a cor do
Na estrutura interna da carroceria um bloco e caixa em vermelho (antes era
show à parte: há referências de ipê verde). O chassi, eixos e a suspensão
Chevy Commercial 1938
Estrutura
Suspensão de quatro feixes de mola
originais e amortecedores originais
de varão com dupla ação;
Interior
Volante original, painel original,
chave de seta de painel anos 50 e os
bancos de Chevrolet Suburban 1949;
Exterior/estética
Carroceria estilo rat rod (desgas-
tada), rodas aro 16 pintadas de
vermelho com sobre aro de inox de
Ford 1941, calotas de C10 brancas
com pintura original, pneus faixas
brancas 6.50 convencionais, ragtop e
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Quem fez?
Old Brothers Customs and Repair.
Tel. (41) 9909-2622.
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Vitrine
Mais oxigênio!
A sugestão da Pro-1 é a corneta Velocity Stack, da Mr Gasket, para
carburação quadrijet. O componente garante maior fluxo de ar
para dentro do motor.
Informações: www.pro-1.com.br ou tel. (11) 3045-5544.
Novas opções
Dois modelos estão em destaque este mês na Cosmos Wheels. A
Wire Wheels 80 é uma roda cromada com calota e está disponível
na medida 15 x 7” (furação multi – 5 x 114,3/120/127). Outro
destaque é a Wire Wheels 52, também na medida 15 x 7” (multi
– 5 x114,3/120/127. Trata-se de uma roda crua com pintura a
definir com sobrearo e calota cromada.
Informações: www.cosmoswheels.com.br ou tel. (41) 3367-4844.
Scoop V8 polido
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Tampa de válvulas
O destaque da Veloparts é a tampa de válvulas cromada lisa Ford 302.
Fabricada em aço, com defletores, respiros e juntas incluídos. Vendido
aos pares.
Informações: www.veloparts.com.br ou tel. (51) 3593-8881.
Rodas especiais
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Firestone na V Fort
A Rodas Santa Rita dispõe de rodas especiais para projetos
A V Fort destaca o pneu Firestone Wide oval, de aplicação universal, diferenciados e executa reforma, pintura, alargamento, mudança de
fabricado pela Firestone (Coker Tire). Consulte as medidas aro, entre outros serviços. A empresa é especialista no segmento de
disponíveis. rodas para hot rods e está no mercado há mais de 56 anos.
Informações: www.vfort.com.br ou tel. (41) 3254-5222. Informações: Tel. (11) 3031-6580 ou www.rodassantarita.com.br.
NOVEMBRO
01 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP) 15 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP)
05 - Encontro de Carros Antigos de Fortaleza (CE) 20 - Encontro Mensal de Automóveis Antigos, Clássicos e Especiais –
06 - Encontro Mensal no Parque da Luz - São Paulo (SP) Guaxupé (MG)
06 - Confraria Fifty Riders & Garagem Motors – Londrina (PR) 20 - Encontro do Clube do Galaxie - São Paulo (SP)
06 - Evento Fixo Encontro no Largo Epatur - Porto Alegre (RS) 20 - Trancas Old Cars Club – Guarulhos (SP)
06 - Encontro Mensal de Carros Antigos - Bento Gonçalves (RS) 22 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP)
06 - Encontro Mensal de Fuscas Antigos e Derivados de Mandirituba (PR) 27 - Encontro Hot Rods Brasil - São Bernardo do Campo (SP)
08 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP) 27 - Evento Mensal do Clube V8 & Cia – Campinas (SP)
12 e 13 - Goodguys 27th Autumn Get-Together - Alameda County Fairgroun- 27 - Antigomobilistas de Interlagos - São Paulo (SP)
ds - 4501 Pleasanton Ave, Pleasanton, CA 27 - Encontro de Carros Antigos - São Paulo (SP)
13 - Encontro Mensal de Carros Antigos da Fundação S. A. - Santo André (SP) 29 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP)
DEZEMBRO
03 - Encontro de Carros Antigos de Fortaleza (CE) 18 - Encontro Mensal de Automóveis Antigos, Clássicos e Especiais -
04 - Encontro Mensal de Carros Antigos - Bento Gonçalves (RS) Guaxupé (MG)
04 - Encontro Mensal no Parque da Luz - São Paulo (SP) 18 - Trancas Old Cars Club Guarulhos (SP)
04 - Confraria Fifty Riders & Garagem Motors – Londrina (PR) 18 a 20 - Goodguys 19th Southwest Nationals - WestWorld of Scottsdale -
04 - Evento Fixo Encontro no Largo Epatur - Porto Alegre (RS) 16601 North Pima Road, Scottsdale, AZ
04 - Encontro Mensal de Fuscas Antigos e Derivados de Mandirituba (PR) 20 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP)
06 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP) 25 - Antigomobilitas de Interlagos - São Paulo (SP)
11 - Encontro Mensal de Carros Antigos da Fundação Santo André - 25 - Encontro Hot Rods Brasil - São Bernardo do Campo (SP)
Santo André (SP) 25 - Evento Mensal do Clube V8 & Cia – Campinas (SP)
13 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo (SP) 25 - Encontro de Carros Antigos – São Paulo (SP)
18 - Encontro do Clube do Galaxie - São Paulo (SP) 27 - Auto Show Collection – Sambódromo - São Paulo-SP
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Original
Lincoln
Continental 1940
Conheça a história de um automóvel clássico que surgiu a partir de um carro
“customizado” para as férias do herdeiro da Ford
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Divulgação
P
do. Como a empresa era de capital
ara 1940, a Ford Motor Com- recebeu na ensolarada Flórida um carro aberto, seus diretores resolveram pôr a
pany lançou um novo carro: o único! Era um belíssimo conversível desen- fábrica à venda. No começo de 1922,
Continental. A novidade era um volvido a partir de um Lincoln Zephyr Henry Ford a comprou e a anexou à
produto da divisão Lincoln, o seg- extremamente “customizado” (personaliza- Ford Motor Company. Nos dois pri-
mento de luxo da montadora. do). Esse era o primeiro Continental! meiros meses de 1922, Henry Leland
A ideia do novo veículo foi de Edsel Ford, havia vendido 150 carros, enquanto
o filho de Henry Ford. Diferentemente do Lincoln nos demais meses do ano, sob a presi-
pai, Edsel tinha um bom senso estético e A Lincoln Motor Company havia sido dência de Edsel Ford, 5.512 unidades
dentro da fábrica sua influência tornou os fundada em 1917por Henry Leland. foram vendidas, mantendo-se a mesma
Ford, Mercury e Lincoln mais bonitos e O objetivo da empresa era atender um qualidade. Edsel era um apreciador
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elegantes. Sendo filho do dono de uma contrato com o governo norte-americano de carros bem desenhados, mecânica
montadora, ele desfrutava de algumas para a produção de motores. Esses moto- e esteticamente (diferentemente do
regalias, como pedir ao departamento de res equipariam aviões militares que com- pai, que considerava o estilo um item
estilo modelos especiais. bateriam na Europa, na Primeira Grande secundário). Sob sua direção, a Lincoln
No final de 1938, Edsel teve a ideia de Guerra. Com o fim do conflito, em 1918, passou a oferecer automóveis com
fazer um carro diferente para desfrutar a estrutura da fábrica foi adaptada para excelente estilo aliado às qualidades
nas suas férias. E, em março de 1939, a produção de carros. Leland já tinha mecânicas herdadas de Henry Leland.
estendendo o capô e para-lamas dian-
teiros em 30 cm. Já a tampa traseira foi
alterada para receber um pneu estepe
externo. Para deixar o carro mais baixo
uma intervenção mais ousada foi feita:
seccionar horizontalmente a carroceria.
Uma secção foi retirada acima dos
para-lamas. Essa “fatiada” no carro
criou um capô de motor quase na altura
dos para-lamas dianteiros. Esse estilo
de capô seria adotado por todas as
Lincoln Zephyr 1936: o Zephyr era o modelo de entrada na marca e foi montadoras, dez anos depois.
um sucesso de vendas O para-brisa dianteiro original era
bipartido e foi substituído por um intei-
riço e plano. As colunas laterais do
para-brisa foram feitas bem finas dando
leveza e esportividade ao veículo.
A nova série foi um sucesso de vendas, Na criação do primeiro Lincoln Conti- limpo. Edsel comprovou pessoalmente o
com 14.994 unidades vendidas. Um nental, que Edsel desfrutou na Flórida, quanto o carro chamava a atenção na
carro sofisticado, mas com um preço mais foi utilizado como base um Zephyr sua temporada de férias. Essa receptivi-
acessível, na faixa de 1.300 dólares. A 1939 conversível. Da carroceria origi- dade ao modelo culminou na decisão
série “K” era vendida por 4.000 dólares. nal pouca coisa restou. O objetivo era de se construir mais um protótipo, não
Um Ford básico de 1936, para compa- criar um carro mais longo e mais baixo. idêntico, mas com soluções para uma
ração, custava a partir de 560 dólares. O aumento no comprimento foi obtido eventual produção em massa.
Original