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ano 9 #118
R$ 19,90
ISSN 1808-9399
dodge 1928 - picape chevy 1949 - ford 1937 conversível
2015 hot!
Inspiração é o que não falta
para que o ano comece bem!
Boas
Festas!
www.cteditora.COM.BR
Encontros: Holambra e Paulínia (SP) e Daytona (EUA) Garage: Troque a fechadura do seu hot
Cultura: Rodders integram comissão para buscar “placa preta” para hot rods
Editorial
Tempo de festejar
O mês de dezembro, com o Natal e o Ano Novo, convida à celebração
e à reflexão sobre o sentido da palavra “renovação”
Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - editores
S
e há uma palavra que resume
bem o espírito de boa parte das
pessoas nesta época do ano,
em que se comemoram o Natal
e o Ano Novo, esta palavra é “reno-
vação”. É quando desejamos aos
amigos, e mesmo aos desconhecidos,
que eles tenham renovadas suas inten-
ções de ser pessoas melhores, mais
solidárias, mais preocupadas com o
planeta, enfim, mais positivas.
As semanas que antecedem as festas
são plenas de eventos, encontros e
confraternizações, nos quais é pos-
sível fazer um balanço do ano que
termina e projeções para o novo perí-
odo que se inicia. Se a conjuntura
política e econômica foi adversa no
ano que finda, que ela seja melhor
no novo ano. Se a empresa na qual
trabalhamos não tem muito o quê
comemorar, que 2015 lhe traga
prosperidade. Se nossa família ficou
menor e mais triste pela perda de
um ente querido, que uma criança
venha enchê-la novamente de alegria
e esperança. Se nossas finanças pes-
soas andaram meio desequilibradas,
que tenhamos bom senso de não gas-
tar mais do que ganhamos.
No universo dos Hot Rods não pode-
ria ser diferente. Aqui também cabem sua arte, que os encontros sejam reple- carros antigos originais e dos hot rods...
desejos de que a próxima “tempora- tos de belos carros, que possamos Que 2015, enfim, renove nossa
da” traga boas notícias no que diz visitar, no Brasil e no exterior, os eventos vontade e capacidade de continuar
respeito à regularização dos hots, que nos inspiram a fazer do nosso tra- nosso trabalho em prol de uma causa
com mais facilidades para a impor- balho o deleite dos apaixonados pela que traz tantas alegrias aos apaixo-
tação de matéria-prima para que os nossa cultura, que haja harmonia e nados pela arte sobre quatro rodas.
rodders possam trabalhar e difundir compreensão entre os admiradores dos Boas Festas!
Sumário
06 Customizador brasileiro radicado nos EUA reconstrói Picape Chevy 1949 para
estrelar o SEMA Show, o maior evento de carros personalizados do mundo
Hot Rods
Crazy Turkey Editora A Hot Rods é uma publicação mensal da Crazy Turkey Editora
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Talento brasileiro
Customizador gaúcho radicado nos EUA garante a felicidade de
vendedor americano ao refazer trabalho em sua Chevy 1949
Texto: Ademir Pernias::Fotos: Ricardo Kruppa
Picape Chevy 1949
O
s leitores de Hot Rods provavelmente se lembram
do customizador Luciano Lacerda. O brasileiro de
Veranópolis (RS), conhecido pelo apelido de Lucky
Luciano, mora há 22 anos na cidade norte-ame-
ricana de Phoenix, no Arizona, onde comanda a
Lucky Luciano Custom Paint, oficina especializada
em customização de automóveis. Alguns de seus trabalhos
já estrelaram as páginas de edições passadas da revista.
A equipe de Hot Rods encontrou Luciano novamente em
um de seus habitats preferidos, o SEMA Show. E ele
aproveitou para mandar saudações aos seus conterrâneos
exibindo sua mais recente criação, a Chevy 1949 que
ilustra esta reportagem, e que fez sua estreia na entrada
do pavilhão principal do Las Vegas Convention Center,
onde acontece anualmente o SEMA Show.
O gerente de loja Don Larson, de 62 anos, proprietário
da Chevy, não andava satisfeito com o trabalho de perso-
nalização feito em sua picape. Então resolveu procurar a
Lucky Luciano, que lhe havia sido recomendada por outro
cliente, e cujos trabalhos também tinha observado em sho-
ws de carros, como o Barrett Jackson.
Do zero
De acordo com Luciano, a primeira providência foi passar
a caminhonete pelo jato de areia e começar a restaura-
ção da lata. Depois de completada a funilaria, veio a
escolha da cor. “Após muitos testes com diferentes cores
da Planet Color, criamos um “deep blue color” exclusivo
para Don, com muito tom pérola azul, o que foi aprovado
prontamente pelo cliente”, conta.
O passo seguinte foi detalhar como a Chevy seria pinta-
da, com “ghost flames” em um tom mais claro de pérola
azul no capô e nos para-lamas dianteiros. Terminada a
pintura, era a hora do polimento, que foi realizado como
se fosse vidro, sem o efeito “casca de laranja”, em cada
centímetro da picape. “O polimento se estendeu até mes-
mo na parte interna das dobradiças das portas, no cofre
e no capô”, explica o profissional.
Sala de estar
A cabine da Chevy também mereceu atenção de Luciano.
Os dois assentos são Lexus de couro na tonalidade cara-
melo. Um console no padrão madeira, feito com fibra e
massa plástica, ocupa o centro do habitáculo. Atrás dos
bancos há um compartimento para guardar material de
Hot Rods 8
Coração de ferro
Dentro do cofre da picape 1949 de Don funciona um
motor Stock 350 Chevy, com 385 cavalos, equipado com
sistema tunnel ram e twin fast fuel injection – esse mecanis-
mo se tornou popular em modelos Dragster de arrancadas
nas décadas de 1960 e 1970 e consiste, basicamente,
na ampliação da faixa de potência rpm do motor. A trans-
missão utilizada é automática de 4 velocidades e o siste-
ma de freios frontal foi doado por um Monte Carlo 1989.
Os discos de freio são 8.5”10 Bolt da GM.
As rodas são modelos da Coy Wheels, de 17”, calçadas
com pneus P225/65 R/T na frente e P235/65 R/T na
traseira, da Michelin.
O trabalho teve início cerca de seis meses antes do SEMA
Show, e ficou pronto às vésperas do maior salão de car-
ros customizados do mundo. “Don ficou eufórico com o
resultado do trabalho, vai com a picape a shows e não
desgruda da caminhonete. Diz que não precisa olhar
outros veículos, pois nenhum se compara ao dele”, relata.
“O meu é mil vezes melhor”, confirma o proprietário.
O personagem Pica-pau, que aparece na alavanca de
câmbio, foi escolhido por causa da madeira que predo-
mina na parte interna do carro. No motor, Luciano usou
o mesmo desenho para decorar o blower com referência
Luciano Lacerda (à esquerda) e
à expressão: “não vejo nada, não ouço nada, não falo
nada”. E nem precisa, não é mesmo?
Don: “sem comparação”
Ficha Técnica
Picape Chevy 1949
Motor Chevy 350 (com 385 cavalos),
sistema tunnel ram e
twin fast fuel injection
Transmissão: 700R 4 velocidades automática
Hot Rods 10
Lockar Shifter
Ar-condicionado Vintage Air GEN II
Coluna de direção Ididit
Discos de freio 8.5” 10 Bolt GM
Pneus P225/65 R/T Michelin na frente e
P235/65 R/T na traseira
Hot Rods 11
Encontro - Paulínia (SP)
A vez do Puma!
Esportivo brasileiro foi homenageado no encontro temático organizado pelo
V8 & Cia. em Paulínia (SP)
Texto: Da Redação::Fotos: Divulgação
Encontro - Paulínia (SP)
D
urante as décadas de1960 a 1990, a Puma foi a
marca brasileira a produzir o maior número de auto-
móveis esportivos. Os modelos mais conhecidos são
o Puma GT, Puma GTE, o modelo que foi produzido
em maior quantidade, e o Puma GTB. O veículo
utilizava mecânicas VW e Chevrolet. Em 1995 foi vendido o
último automóvel com a marca Puma, um AM-4 Spider.
O esportivo Puma foi o homenageado do último mês de
novembro pelo V8 & Cia, que promove encontros mensais
todo último domingo do mês em Paulínia, na região de
Campinas (SP). Segundo os organizadores do encontro, o
Puma tem uma aceitação incrível por parte dos coleciona-
dores, inclusive pelos mais jovens, graças aos seus atribu-
tos esportivos. O encontro contou com a participação do
Puma Clube do Brasil, regional Campinas.
Fazendo seu
próprio carro
Conheça a história do leitor de Hot Rods que construiu o carro que
levaria sua filha à igreja para o casamento
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Marco Antonio Gonçalves Pontes
O
trução teve de ser acelerada, pois a
ser humano, desde que surgiu 1769 (Nicolas-Joseph Cugnot, na estreia do carro seria em um evento mui-
Hot Rods 18
na face da Terra, precisava França) e, finalmente, em 1885, o pri- to importante: levar sua filha Ana para
se movimentar para buscar meiro carro a gasolina (Carl Benz, na a cerimônia de casamento!
comida, água, abrigo. Essas Alemanha). Mesmo hoje em dia, há A carroceria escolhida para o mode-
necessidades básicas o fize- homens (e mulheres) que têm o desejo lo foi a elegante “Deluxe Phaeton”,
ram inventar a roda, há mais de construir o próprio carro em vez de modelo conversível de duas portas para
de 4.000 anos, o carro a vapor, em simplesmente ir a uma loja e comprá- cinco passageiros. A única parte não
Carroceria pronta e pinta-
da com “wash primer”
Muitos cortes foram feitos para a execução das partes curvas da carcaça e do para-lama
Dois anos e meio depois de iniciado
o carro estava pronto!
Hot Rods 19
Aproveitei um passeio a Maceió para visitar o Marco e ver de perto sua obra!
executada em metal foram os para- ficou mais uma vez comprovada com
-lamas dianteiros. Mecanicamente, o a inexistência de ruídos, suspensão
modelo foi equipado com um motor confortável, direção leve e precisa e
Ford CHT de 4 cilindros, 1,6 litro e 75 freios eficientes. E, para quem gosta
cv de potência, caixa de 4 marchas de de carros, nada como perceber uma
Chevette, suspensão dianteira e traseira discreta torção da carroceria por se
de Opala e rodas raiadas de 16” feitas tratar de um carro conversível.
especialmente para o carro. Sem um motor, um automóvel não
Em visita à capital alagoana, em se movimenta. Mas, para rodar nas
novembro, pude visitar o amigo ruas, outro acessório também é funda-
Marco e conferir de perto sua obra. mental: um par de placas! Este deta-
O carro foi executado com muito lhe burocrático foi resolvido por Mar-
capricho e não foi tomado nenhum co com um processo de “veículo de
atalho na sua construção. Tudo foi fabricação artesanal”. Este procedi-
Hot Rods 20
O
mais importante dos centros de do Salão Internacional do Automóvel saram pelo AutoEsporte, ao longo dos
exposições de São Paulo, o de São Paulo. quatro dias, cerca de 35 mil pessoas,
Anhembi, recebeu entre os dias Neste ano, aliás, o AutoEsporte das quais uma significativa parcela de
20 e 23 de novembro, a 2ª edi- aconteceu na sequência do evento profissionais do setor varejista de som e
ção do AutoEsporte Expo Show, internacional – que terminou no dia 9 acessórios automotivos, bem como entu-
evento voltado para o segmento de novembro – fato este que motivou, siastas e amantes do gênero.
de personalização e customização tanto empresas quanto espectadores a Mais de 3.500 profissionais estiveram
veiculares, organizado pela Reed Exhi- estarem presentes em ambas as envolvidos na realização do evento.
bitions Alcântara Machado, a mesma ocasiões. Foram ao todo 75 expositores, sendo
empresa responsável pela realização De acordo com a organização, pas- que lojas de acessórios e oficinas
representaram 50% deste total. O even-
to, a partir do momento que reúne os
fabricantes, lojistas e consumidores, tem
o viés de fomentar e profissionalizar o
mercado.
Para o consumidor final, o grande
atrativo é a possibilidade de expor
seus carros customizados por meio das
empresas expositoras, além, é claro, de
ter contato direto, e em primeira mão,
com o que é novidade e tendência no
universo da customização.
Atrativos
Competições de som e envelopamento,
exposição de veículos antigos e hot
rods, atividades para todas as faixas
etárias – como a maior pista de Hot
Wheels do planeta – e novidades em
termos de produtos estavam à disposi-
ção, tanto daqueles já envolvidos com
o assunto, quanto para marinheiros de
primeira viagem.
Outro sucesso entre os presentes foi a
possibilidade de guiar, em test-drive,
carros como Camaro, Mustang, Chal-
lenger e Ferrari.
Comes e bebes, belas mulheres, apre-
sentações artísticas e musicais e presen-
ça marcante de celebridades deram à
ocasião o seu devido glamour.
Turkey Run 2015 – Flórida (EUA)
O
evento anual de hot rods realizado na área inter-
na do autódromo de Daytona, um dos circuitos
ovais mais importantes dos EUA, localizado em
Daytona Beach, Flórida, foi realizado na semana
do feriado de ação de graças. A data é comemo-
rada na última quinta-feira de novembro.
Hots: patrimônio
histórico mundial
Brasil tem potencial para se tornar referência na produção de hot rods,
mas falta uma política de incentivos ao setor
Texto: Manoel G. M. Bandeira
C
onstruir hot rods é uma arte. Conservar e preservar a his- toda a evolução é, sem dúvida alguma, a criatividade, o puro
tória da humanidade, restaurar obras de arte, casas e desejo de criar. Restaurar carros antigos originais é um traba-
prédios históricos, objetos antigos, monumentos, máqui- lho difícil, sem dúvida. Procurar peças, restaurar detalhes e
nas e carros antigos, preservar a cultura, a maneira de buscar a perfeição que às vezes este mesmo carro não tinha,
pensar e agir de pessoas que contribuíram para a evo- nem mesmo quando saiu da fábrica, não é tarefa fácil. Porém,
lução e o desenvolvimento da vida cotidiana, é muito não deixa de ser um trabalho de busca e pesquisa, apenas.
mais do que um dever, é uma obrigação de todos. A invenção do automóvel, e toda a sua evolução através
Quando observamos uma obra de arte, um quadro ou uma do século passado, e até agora, dependeu exclusivamen-
escultura é impossível deixar de pensar quais foram os moti- te da criatividade humana.
vos que levaram seu autor a produzir tal obra. O que Leo-
nardo Da Vinci pensava quando pintou a Monalisa? Existem
Evolução nas ruas
Ao contrário do que possa parecer, os carros não evoluíram
várias teorias sobre o quadro. Por que ele foi pintado? Que
apenas nos laboratórios das grandes montadoras. Boa par-
ideias levaram seu autor a realizar uma obra tão bela e intri-
te da evolução e das inovações veio das ruas e das pistas
gante? Estes questionamentos são inevitáveis.
de corrida. Na década de 1920 os carros eram altos e
Quando vemos um belo carro antigo, restaurado em seus míni-
estreitos, tinham para-lamas salientes que avançavam além
Hot Rods 34
mos detalhes, é evidente que nos vêm à mente pensamentos da linha lateral, tinham estribos e os para-choques eram
sobre a época em que este carro foi produzido ou projetado. retos e ficavam afastados do corpo do carro.
Algumas pessoas poderão pensar sobre o tempo em que ele Neste mesmo tempo os rodders da época retiravam os
rodava imponente pelas ruas e estradas. Outras, que têm mais para-lamas e para-choques, rebaixavam os carros, inclu-
intimidade com carros, certamente pensaram sobre o projeto e sive cortando teto e laterais, retiravam os estribos. Além
seu desenvolvimento, o porquê de cada detalhe. do efeito estético, estas modificações melhoravam muito a
O que move a humanidade, o que motivou e ainda motiva aerodinâmica e o desempenho dos carros.
Nas décadas seguintes a indústria automobilística optaria dades. E se é assim, por que então o movimento não cresce
pelo mesmo caminho, reduzindo a altura dos carros e mais? Precisamos de apoio político, precisamos facilidade
a área envidraçada, retirando estribos e alargando os na documentação de novos projetos, precisamos caracteri-
carros, incorporando os para-lamas ao corpo. Os para- zar os hots como eles são, verdadeiras obras de arte.
-choques também ganharam o mesmo desenho do carro. Nos anos 90, o Uruguai e a Argentina exportaram navios
Mesmo acreditando que esta seria a tendência natural da evolu- fechados com carros antigos para a Europa e até mesmo
ção, não podemos negar que os rodders, se não criaram essas para os EUA. O Brasil, infelizmente, não teve e ainda não
tendências, pelo menos estavam 10 anos à frente do seu tempo. tem a visão de que importar carros antigos é como impor-
tar obras de arte, quem perde é sempre que está exportan-
Muito além de “carros modificados” do, quem ganha é quem importa. Por isso, americanos e
No Brasil, muita gente se refere aos hot rods como carros europeus facilitam a importação de carros antigos, obras
antigos modificados. Mas os hots são muito mais do que de arte etc, enquanto nós aqui, tão perto da Argentina
isso. Eles têm alma, não são apenas carros que foram e do Uruguai, e que teoricamente teríamos toda a facili-
encomendados aos projetistas visando atingir a este ou dade do mundo para absorvermos uma boa parte deste
aquele mercado. Um hot é um carro único que incorpora patrimônio cultural, simplesmente não podemos porque
a personalidade do seu dono. não temos leis que nos permitam fazer isso. Imagine se
Na verdade, os hots são parte de um movimento muito mais o Brasil pudesse importar o Arco do Triunfo, a Estátua da
abrangente que marcou toda uma geração, que é conheci- Liberdade, o Coliseu, prédios que são patrimônios históri-
da até hoje como a geração dos “anos dourados”. Foi uma cos e que simplesmente não podem ser replicados. É claro
época na qual o otimismo contagiava a todos, a guerra que isso é impossível, mas é possível importar um Packard
havia acabado e todos pensavam apenas em reconstruir
1948, um Oldsmobille 1955, um Ford 1930 ou um Che-
suas vidas com muita criatividade e diversão. Foi o tempo
vrolet 1939, carros que foram fabricados há muito tempo
do rock and roll, do biquíni, dos topetes e da brilhantina,
e que jamais serão fabricados novamente. Eles são peda-
de Elvis e James Dean. E também foi o tempo dos hot rods.
ços da história, são o que chamamos de “patrimônio his-
Precisamos valorizar os hots no Brasil. Nosso potencial
tórico”. Seria uma atitude muito inteligente de nossa parte
é muito grande, o brasileiro é apaixonado por carros e,
liberar a importação de carros antigos e peças antigas da
consequentemente, quem gosta de carros e aceita encarar
Argentina e do Uruguai. Seria inteligente de nossa parte
grandes desafios certamente tem, ou pensa em ter, um hot
abrir as portas para estas riquezas culturais que certamen-
rod. O coeficiente de diversão proporcionado por um hot é
te irão acrescentar muito ao nosso futuro como nação.
incrível. Os encontros sempre são movimentados, reunindo
São atitudes simples que podem criar empregos, aquecer ou
as famílias e todos aqueles que passam simplesmente não
até mesmo criar um novo setor na economia, atitudes simples
resistem e param para admirar. Decididamente, hot rods não
e inteligentes, que podem valorizar mão-de-obra, e ainda
são “carros antigos modificados”. Eles são projetos, em sua
acrescentar muito à preservação da cultura brasileira.
grande maioria, de elevado padrão de qualidade, tanto na
Esperamos por alguém com visão no meio político,
parte técnica quanto estética, que utilizam carros antigos ou
réplicas, engajados nas tendências criativas dos jovens das alguém que reconheça o valor que têm a história e a cul-
décadas de ouro do século passado. tura, alguém que abra as nossas fronteiras para a entrada
de carros e peças antigas, alguém que institua uma forma
Movimento cultural de regularizarmos projetos de hots com apelo histórico.
É muito importante que todos entendam a amplitude histó- Eu tenho certeza que em breve teremos alguém com visão
rica do movimento Hot Rod. Ele é o maior movimento cul- suficientemente inteligente para promover esta abertura, e
tural que envolve homens e suas máquinas, com um senti- quando isso finalmente acontecer o Brasil será um país onde
mento de verdadeira adoração. O Brasil tem um espaço o movimento Hot Rod será reconhecido internacionalmente.
enorme para que o movimento cresça e dê bons frutos. Potencial nós temos, mesmo diante de tantas dificulda-
Hot Rods 35
Os encontros de hots são sempre recheados de visitantes, des conseguimos construir muitos carros, criamos clubes
geralmente têm caráter beneficente, arrecadando donati- organizados e legalmente constituídos, realizamos muitos
vos que são distribuídos a instituições de caridade. eventos, arrecadamos muitos donativos, capacitamos
Além disso, a “indústria dos hot rods” movimenta muito muita mão-de-obra, melhoramos muito a vida das pessoas
dinheiro, na construção dos carros e fabricação de acessó- e ainda alegramos o povo por onde passamos. Vamos
rios, gera impostos e capacita mão-de-obra, multiplicando os fazer muito mais, mas precisamos de ajuda, quanto antes
ganhos de muitas famílias. Enfim, os hot rods só têm quali- melhor, estamos perdendo tempo.
Dodge 1928
Rat turbo-diesel
Veterano do SEMA Show, Dodge 1928 no melhor estilo rat hot dispensa
capô e exibe motorização marrenta
Texto: Vitor Giglio::Fotos: Ricardo Kruppa
Dodge 1928
S
teve Darnell, proprietário da oficina Welder UP, é
figura carimbada em Las Vegas, já que é presença
certa nas edições do SEMA Show há mais de 10
anos. Nos últimos seis, entretanto, Steve apareceu
na companhia de uma mesma máquina, que por
sua vez está ficando igualmente conhecida pelos
frequentadores do Las Vegas Convention Center: seu Dodge
quatro portas 1928 turbo-diesel no melhor estilo rat rod.
O rodder é um verdadeiro caçador de carros antigos e
tem feito isso já há muito tempo, por boa parte de sua
vida, para ser mais exato. Para se ter uma ideia, o carro
do dia-a-dia de Steve é um Chevrolet Bel Air 1957. Nada
demais? E se eu te disser que o carro foi mantido em suas
condições originais, sem qualquer upgrade?
No caso deste Dodge 1928, a ideia foi construir um rat rod
a partir da utilização de peças antigas recicladas. Folhas de
metal, maçanetas, câmbio, correntes e partes menores foram
todas encontradas abandonadas e retrabalhadas para nova
utilização. No total, foram necessárias mais de 1.000 horas
de trabalho para concluir a customização.
Turbo-diesel
Um dos principais – senão o principal – atributos do pro-
jeto é sua nova motorização. Quem impulsiona o rat é
um motor Cummins, 12 válvulas, turbo-diesel, extraído de
uma picape Dodge 1998. O propulsor, de seis cilindros,
recebe o auxílio de um kit nitro NX System. Essa pequena
“ajudinha”, somada à saúde do Cummins, é capaz de
Hot Rods 40
Noite Feliz!
Hot Rods preparou um calendário para acompanhar seus
leitores por todos os dias de 2015. E convidou a modelo Aline
Leão para ilustrar nossa folhinha. Aproveite!
Foto e produção: Ricardo Kruppa
H
ot Rods convidou a modelo ja conhecimento: “Se fosse definir hot
Aline Leão, de 24 anos, para rod, é um veículo antigo que possui
estrelar o calendário 2015 da uma mecânica potente. Já na parte
revista. Aline é paranaense e teórica, hot rod era o termo usado
reside na cidade de São Pau- para os carros que os jovens america-
lo. Além de modelo, é consul- nos nas décadas de 40 e 50 modifi-
tora de imagem e personal stylist. cavam. Não só para ter um carro de
Alguns de seus principais trabalhos estilo diferenciado dos carros da épo-
foram para a revista internacional ca, mas também porque não tinham
Xtreme Bikes Magazine, modelo para dinheiro para comprar um novo. Eles
Emerson Fittipaldi Copersucar-Fittipal- rebaixavam o teto, colocavam uma
di, Skol-Fittipaldi1e Fittipaldi Automo- mecânica mais potente, ou prepa-
tive. Aline fez também trabalhos para ravam o próprio motor. Colocavam
emissoras de TV e estrelou catálogo pneus traseiros largos, rebaixavam,
para marca de cosméticos. ou até mesmo trocavam o câmbio,
Sobre suas preferenciais musicais, por um de outro carro. Variava do
Aline explica: “Gosto de música boa, gosto e criatividade de cada um.
independe do estilo, mas prefiro rock Também sei que muitos carburadores
e música clássica. é um item indispensável no hot rod de
Sobre o universo Hot Rods, Aline esban- verdade”. Muito bem, Aline!
pin-up
Janeiro Fevereiro Março Abril
D S T Q Q S S
D S T Q Q S S
D S T Q Q S S
D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4
4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11
11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18
18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25
25 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 1
3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8
10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15
17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22
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31 30 31
Setembro
D S T Q Q S S
Outubro
D S T Q Q S S
Novembro
D S T Q Q S S
Dezembro
D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12 4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14 6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 20 21 22 23 24 25 26
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Ford 1937 conversível
Golden Style
Conversível recebe customização moderna sem perder a essência do tradicional
V8 com 220 cavalos: estilo, nos mínimos detalhes, para toda a família
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Ricardo Kruppa
Ford 1937 conversível
H
á quem não goste de dirigir conversíveis no
Brasil. Por ser um país com temperaturas mais
elevadas, entusiastas preferem os dias mais úmi-
dos para sentir o vento no rosto. Gerson Gomes,
de Santo André (SP), é um dos brasileiros que já
almejavam, desde a infância, ter um conversível
para desfrutar a sensação de “liberdade” – para isso,
decidiu recorrer aos amigos Wagner e Anderson Trevisan,
da Classic Hot Rods, também de Santo André. A Classic
é uma das oficinas pioneiras no ramo de construção de
hots, e já construiu para Gerson duas picapes Ford F1
1951 em fibra de vidrro.“Escolhemos fabricar o modelo
Ford 1937 conversível de quatro lugares para atender ao
sonho do nosso cliente e amigo Gerson. Compramos uma
carroceria para iniciarmos toda a reestilização. Essa foi a
parte do projeto mais trabalhosa”, diz Anderson.
Ficha Técnica
Ford 1937 conversível
Mecânica
Motor V8 302” 5.0, 220 cv
Câmbio cinco marchas
Quadrijet Edelbrock 650 cfm
Parte interna
Bancos de couro bege
Tapeçaria em tom claro
Volante Rosseti da Lenker
Painel de madeira e bordas dos instrumentos douradas
Parte externa
Carroceria de fibra de vidro
Rodas Ruff Racing aro 18 na dianteira e 20” e na traseira
Pneus Toyo
Hot Rods 54
Quem fez?
Tapeçaria: Confort Couros. Tel. (11) 4319-9424.
Anderson Trevisan, da Classic Hot Retífica e montagem do motor, câmbio e fabricação de polias
e buchas da suspensão: Cristal Car. Tel.(11) 4994-6310.
Rods. Acima, o porta-malas do 37 Oficina responsável pelo projeto: Classic Hot Rods.
Tel. (11) 4472-9132.
Hot Rods 55
Cultura Hot
O
II Workshop Nacional FBVA aconteceu entre os dos, que discutiria, durante o II Workshop Nacional FBVA,
dias 27 e 30 de novembro, na cidade de São questões como a identificação das categorias dos veícu-
Paulo. Saiba como foi a discussão na Comissão los antigos modificados; os eventos e exposições no Brasil
de Veículos Antigos Modificados. e no mundo; a regulamentação de outros países; a forma
Há alguns meses recebi com entusiasmo a notícia de certificação de segurança veicular deste segmento e,
de que a nova diretoria da FBVA – Federação ao final, a elaboração de um documento em forma de
Brasileira de Veículos Antigos – prometia voltar seus olhos proposta, a ser encaminhado às autoridades competentes.
para os hot rods e a questão da sua legalização. Tão E é sobre isso que vou falar nas próximas edições: de
logo soube da novidade, procurei Roberto Suga, o recém- como a Cultura Hot se mostra importante para conseguir-
-empossado diretor, para parabenizá-lo e me dispor a mos alcançar nosso objetivo, de uma regulamentação pró-
ajudar naquilo que fosse preciso em relação aos antigos pria para nossos carros; quais as minhas impressões sobre
especiais. a participação neste evento “placa preta” e, principal-
Resultado disso, e do reconhecimento do trabalho que mente, quais foram as conclusões e os resultados obtidos
vem sendo desenvolvido ao longo dos anos, fui convi- nessa comissão da qual hoje faço parte.
dado, juntamente com o Clube Curitiba Roadsters, para Mas, antes, preciso fazer um breve resumo histórico, mos-
fazer parte da Comissão de Veículos Antigos Modifica- trando como chegamos a este momento.
História da Placa Preta
A vontade e a necessidade de uma regulamentação pró-
pria para veículos antigos não é novidade. Desde a déca-
da de 70 se ouve falar da busca por alternativas de “pla-
cas especiais”, para que os donos desses carros pudes-
sem rodar sem que fosse preciso instalar um retrovisor num
Ford T ou encosto de cabeça num Chevrolet 1946.
E, depois de várias tentativas frustradas, em 1987 nasceu
a Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA, com
a finalidade, dentre outras, de fortalecer a representação
junto aos legisladores brasileiros para que fosse constituída
uma placa especial para colaborar na preservação dos veí-
culos antigos, objetivo que foi alcançado em 1993, quan-
do surgiu a primeira regulamentação sobre o assunto.
Esta, a Resolução 771, já iniciava destacando: “... a
necessidade de incentivo à preservação cultural dos bens
que ostentam valor histórico, e a indispensável adequa-
ção à legislação de trânsito...”.
Foi aqui que surgiu, pela primeira vez na legislação brasileira
de trânsito, um modelo de Certificado de Originalidade e
nomes como “Veículos de Coleção” e “Antigomobilismo”.
Nascia a “placa preta”. Fruto de muito suor dos colecio-
nadores de originais!
Mas, já em 1993, a legislação protegia apenas os veícu-
los “originais”, deixando de lado uma categoria que tam-
bém possui grande valor histórico e muito valor cultural: os
hot rods, street rods e customs.
Alguns anos depois, em 1997, veio o novo Código de Trân-
sito Brasileiro, que previa a categoria de “Veículo de Cole-
ção” como digna de tratamento especial, e classificou essa
espécie como sendo aqueles que, “mesmo tendo sido fabri-
cado há mais de 30 (trinta) anos, conserva suas característi-
cas originais de fabricação e possui valor histórico próprio”.
Bom... mais uma vez os hots (falando genericamente),
ficaram de fora. E quando foi editada a Resolução
56/98 do Contran, isso ficou ainda mais claro, pois esta-
va prevista a necessidade de atender, cumulativamente,
aos seguintes critérios:
I - Ter sido fabricado há mais de 30 anos; (na verdade a
redação original trazia 20 anos, mas foi claramente um erro
de redação. Mas a correção só aconteceu oficialmente com
a Resolução 127/2001);
II - conservar suas características originais de fabricação;
III - integrar uma coleção;
IV - apresentar Certificado de Originalidade, que ateste as
condições anteriores, expedido por entidade credenciada e
reconhecida pelo Denatran.
Aqui entrava a FBVA, pois a “entidade” de que trata a lei pre-
via que esta deveria ser pessoa jurídica, sem fins lucrativos,
e instituída para a promoção da conservação de automóveis
antigos e para a divulgação dessa atividade cultural, de
Cultura Hot
comprovada atuação nesse setor. Em junho de 1998 a mais reconhecidos como dignos de respeito.
Portaria 03 do Denatran outorgou aos “clubes e entidades Iniciativas como a de alguns clubes e mesmo desta revista,
autorizados pela Federação Brasileira de Veículos Anti- que divulgam a Cultura Hot, seus princípios e valores, fize-
gos” a capacidade de emitir os certificados de originali- ram com que muita gente abrisse os olhos. E, sem qualquer
dade. Tudo parecia perfeito. Só parecia. trocadilho, quem tomou a frente deste movimento de reco-
Enquanto a FBVA trabalhava seriamente para desenvolver nhecimento e valorização dos antigos especiais foi o novo
planilhas e métodos eficientes para que a vistoria fosse jus- presidente da Federação, Roberto Suga.
ta, homogênea e imparcial a todos os veículos pertencen- Suga e sua diretoria, dando cumprimento aos compromis-
tes ao acervo dos Clubes filiados, os não filiados come- sos assumidos junto à comunidade antigomobilista, con-
çaram a se insurgir. A intenção da Federação sempre foi vocou os clubes de antigomobilismo, federados ou não,
que os clubes não filiados se filiassem. Mas as coisas não para que participassem do II Workshop Nacional FBVA,
aconteceram bem desta forma, e alguns antigomobilistas que aconteceria nos dias 27, 28, 29 e 30 de novembro
consideraram injustiça o controle exclusivamente nas mãos de 2014, na cidade de São Paulo, e onde seria travada
da Federação. E também não consideraram correto ter que uma ampla discussão sobre vários assuntos, que envolviam
ser membro da FBVA para poder receber a placa preta. desde a própria questão da placa preta e de seus crité-
O resultado veio de V8: rápido! Em menos de cinco meses, rios, até importação de peças e veículos antigos, eventos,
com a troca do diretor do Denatran, surgiu outra portaria, uso de tecnologias, contabilidade dos clubes, etc.
que tirou da Federação Brasileira a exclusividade de emissão E um dos assuntos elencados para ser o evento, que se
dos Certificados apenas para seus filiados. Qualquer clube compunha por várias comissões, foi a Comissão de Veícu-
que solicitasse o credenciamento ao Denatran poderia, se los Antigos Modificados. Para esta comissão foram cha-
aceito, emitir também o Certificado de Originalidade. madas as principais lideranças do segmento, e foi com
E já em 1998 começavam as dificuldades. Não demorou orgulho que aceitei, em nome próprio e do clube de que
para que os primeiros “híbridos” aparecessem: carros que faço parte, o Curitiba Roadsters, o convite.
nem eram suficientemente originais para merecerem a pla- A missão era, em parceria com a FBVA, identificar as cate-
ca preta, conforme a lei e a FBVA queriam, nem eram hot gorias dos veículos antigos modificados; os eventos e expo-
rods (mais uma vez falando genericamente). sições no Brasil e no mundo; trazer exemplos de regulamen-
Em 1999 a Federação tentou uma reaproximação, inclu- tação em outros países; discutir a forma de certificação de
sive chamando alguns clubes de hot rods de São Paulo segurança veicular desde segmento e ao final, elaborar um
para tentar albergar esses carros em alguma categoria de documento em forma de proposta de regulamentação.
placa especial. Mas se nem no mundo dos clássicos, que E as conclusões e resultados obtidos nessa Comissão,
já estavam organizados, em clubes e federação desde da qual hoje faço parte juntamente com outros nomes de
sempre, imaginem os hots! Contam por aí que na primeira relevância no cenário nacional de hot rods, eu conto na
meia hora de conversa a coisa já degringolou e só não próxima edição. Até lá!
deu briga por pura intervenção divina.
E, de lá pra cá, a coisa só piorou. Cada vez mais os
“placas pretas” sofrem com a emissão irregular de Cer-
tificados de Originalidade e os clubes de hot rods não
conseguem se organizar suficientemente para pleitear o
tratamento adequado que merecem.
Também não é segredo para ninguém que grande parte dos
proprietários de veículos originais, em especial os “federa-
dos”, era absolutamente contra tudo e todos que estivessem
envolvidos no universo dos hot rods. Logo, o diálogo entre
“eles” e “nós” sempre foi difícil e pouco se evoluiu nessa dis-
Hot Rods 58
integrantes da comissão:
Victor Rodder – da cidade de Curitiba (PR) - diretor jurídico Proprietário e customizador de hot rods e customs.
da Associação de Preservação do Patrimônio Histórico e Cul-
tural Curitiba Roadsters, proprietário de veículo customizado, Samuel Romera Nascimento – da cidade de Caieiras (SP) -
pesquisador e entusiasta da cultura Hot Rod e Custom. presidente do Juquery Motor Club, de Caieiras, proprietário
de veículos antigos e entusiasta da cultura hot rod e custom.
Ulisses Britto Junior – da cidade de Salvador (BA) - presi-
dente do Veteran Car Club da Bahia, proprietário e custo- Rafael Casagrande – da cidade de Curitiba (PR) - promotor
mizador de veículo antigo personalizado. de eventos de veículos antigos personalizados, proprietário
de hot rods e entusiasta da cultura.
Sergio Liebel - da cidade de Curitiba (PR) - conselheiro
da Associação de Preservação do Patrimônio Histórico e Osmar Beteghelli Filho – da cidade de Araras (SP) - diretor
Cultural Curitiba Roadsters, proprietário e customizador de regional adjunto da FBVA para Campinas e interior de SP.
hot rods há mais de 20 anos, pesquisador, incentivador e Presidente do Clube de Autos Antigos de Araras, proprietário
entusiasta da cultura Hot Rod e Custom. de carros antigos personalizados e veículos clássicos e origi-
nais.
Antonio Carlos Marin – da cidade de São Paulo (SP) - pro-
Eduardo Bernasconi – da cidade de São Paulo (SP) - diretor
Hot Rods 59
Dirceu Pereira Junior – da cidade de Campinas (SP) - José Candido da Silva Muricy Neto – membro do Con-
diretor regional da FBVA para Campinas e interior de SP. selho Consultivo da FBVA, aos 80 anos de vida é reco-
Sócio do Clube de Veículos Antigos de Piracicaba (SP), nhecido como a memória viva da paixão por automóveis
proprietário e restaurador de carros clássicos e originais. antigos, e uma figura importante do antigomobilismo.
Garage Tech
N
esta edição, Garage Tech mostra como substituir e parecido com os de simples portões. Para esta adapta-
adaptar novas fechaduras e batentes. O perfeito ção, como é necessário trabalho de funilaria, é importan-
estado de funcionamento desses itens é fundamen- te a participação de um profissional habilitado ou de um
tal para a segurança de motorista e passageiros, hobbista com conhecimento de funilaria.
principalmente em hots das décadas de 1920, 30 Dúvidas e sugestões, escreva para: suporte@hotcustoms.
e 40, cujos mecanismos de abertura das portas era muito com.br. Até a próxima edição.
01
Hot Rods 62
Vista lateral da porta sem as fechaduras originais Vista mais ampla da porta do Ford
04 05
Vista do local onde a porta se encontra com a coluna de batente Modelo de fechadura que será utilizada
06 07
Hot Rods 63
O lado inverso do mecanismo que, depois de Primeiramente fazemos um molde de onde teremos de
instalado, aceita até trava elétrica abrir uma janela para a nova fechadura
Garage Tech
09
08
Com um disco de corte, abrimos o furo principal Com um rebolo, esmerilhamos até que esta
abertura fique do tamanho exato
10 11
Inserimos a nova fechadura para checarmos e definirmos os furos Marcamos a nova furação
para parafusos de fixação
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Hot Rods 64
Fazemos os furos e a funilaria para fechar antigos furos Aparafusamos para fixar as fechaduras em definitivo
14 15
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Hot Rods 65
22
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De primeira
APVA Classic & Hot se coloca como um dos mais importantes do país e o
maior do gênero em ambiente coberto
Texto: Da Redação::Fotos: Divulgação
APVA Classic & Hot Show
C
onhecida como “Cidade das Flores”, Holambra, a
120 km da capital paulista, quer também o título
de “Cidade dos Carros Antigos”. Em novembro, a
cidade realizou o APVA Classic & Hot Show, que
almeja se colocar entre os cinco melhores eventos
de carros antigos e hot rods do país.
O evento contou com cerca de 400 carros expostos e 20
mil visitantes, recepcionados com conforto em pavilhões
cobertos e climatizados para até 1.000 carros, grama-
dos, árvores, praças, fontes e jardins, praça de alimen-
tação, além do tradicional mercado de pulgas e vários
shows. Do lado de fora, estacionamento exclusivo, fecha-
do, para 8.000 carros. “O APVA Classic & Hot Show
se consagra como o maior encontro de veículos antigos,
coberto, do Brasil!”, diz Carla Prado, presidente da APVA
Holambra (Associação de Proprietários de Veículos Anti-
gos de Holambra e Região) e organizadora do evento.
Atrações típicas
Além disto, o encontro traz todo o charme e as característi-
cas da cidade sede, Holambra. O recinto é decorado com
flores e casinhas típicas holandesas. A apresentação da
Fanfarra Amigos de Holambra, com os músicos vestidos de
holandeses com sapatos de madeira e tudo, é contagian-
te, fazendo todos se renderem ao seu ritmo. Podem-se ver
também crianças andando pelos pavilhões com traje típico
holandês, sempre dispostas a tirar fotos com os visitantes.
A novidade deste ano foi a exposição de alguns muscle cars
novos, em meio aos antigos. Carla Prado, a organizadora do
evento, explica: “Os amantes de carros antigos, em grande
parte, são amantes de carros em si e também apreciam os
muscle cars modernos. São carros que as pessoas não encon-
tram todos os dias na rua para pararem para olhar de perto.
Quisemos criar esta oportunidade em nosso show”, diz.
Por toda a cidade de Holambra viam-se carros antigos.
Os visitantes e expositores aproveitaram para curtir a
cidade, saborear a alimentação típica e para comprar
flores e outras lembranças. Como disse Ferretti Stude-
baker, um grande apoiador e incentivador do encontro de
Holambra, que veio com três de seus belos veículos e foi
homenageado no evento: “A Cidade das Flores é a Cida-
de dos Carros Antigos Também!”, diz Ferretti.
Hot Rods 73
Vitrine
Cabos de vela
A Veloparts destaca este mês aos leitores de Hot Rods os cabos de vela
8mm ACCEL vermelhos, com terminal de 180 graus.
Informações: Tel. (51) 3593-8881 ou e-mail contato@veloparts.com.br
Garagem inflável
A Auto Classic destaca este
mês a garagem inflável para
proteção do seu carro antigo
e hot rod.
Informações: Tel. (21) 3579-
0262 ou pelo e-mail: berek@
autoclassic.com.br
Carburador Holley
O destaque nesta vitrine da America Parts é
Hot Rods 78
N
o dia 8 de janeiro de 2015 Elvis Presley completaria beijo – entre Christian Slater e Patricia Arquette – Amor à
80 anos! E não importa se você gosta ou não de Queima Roupa. Ou, ainda, o curiosíssimo Bubba Ho-Tep,
Elvis. O fato é que ele é “o cara” do rock. Não foi de 2002, em que Presley teria trocado de identidade com
o primeiro, não inventou nada e não compôs muita um de seus imitadores. Na parte musical, um presentinho de
coisa. Mas, enfim, é de Elvis que vamos falar nesse Natal: a álbum de Natal de 1957. Prosseguindo, vamos
mês. Mas vamos fugir do óbvio. Não vou falar de com o primeiro punk-rocker da história. Certamente você já
“Blue Hawaii”, “G.I. Blues” ou “Viva Las Vegas”. Vamos de ouviu alguma coisa relacionada à sua gravação de maior
Mystery Train, que em 1989 coloca um casal de japoneses sucesso. BOP-A-LENA, que ganhou versão de Raul Seixas!
em uma cidade onde todos parecem viver da lembrança do Fechando o pacote, um nome que eu já citei aqui: o “doi-
Rei, hospedados num hotel decadente. No elenco, estrelas do”, Hound Dog Taylor que, com seus The Houserockers!, já
do rock como Screamin Jay Hawkins, Rufus Thomas, Tom aprontou várias, dentre elas, amputar o sexto dedo após um
Waits e Joe Strummer (The Clash). Ou, ainda, um filme que porrete! O som é fantástico, mas a biografia dele é no míni-
recebeu a indicação do MTV Movie Awards para melhor mo interessante. E o link com Elvis? Confiram!
Bubba Ho-Tep - EUA - 2002 HOUND DOG TAYLOR AND THE HOUSEROCKERS - EUA – 1990
Aqui o Rei é interpretado por Bruce Campbell. No passado, Elvis trocou Theodore R. Taylor nasceu em 1915, no Mississipi, e, aos 27,
de identidade com um de seus imitadores, e foi este que morreu, o após um romance com uma garota branca, teve que fugir da Ku
imitador. E agora o Rei do Rock vive num asilo para velhinhos, onde Klux Klan. Acabou em Chicago e se tornou conhecido nos clubes
faz eventuais apresentações. Seu melhor amigo também mora na de blues. Tocou profissionalmente até 1975, ano de sua morte.
casa de repouso, e jura que é John Kennedy.E quando uma maligna O nome Hound Dog surgiu numa noite no início dos anos 50,
entidade egípcia volta à vida e decide se alimentar dos moradores da quando perseguia uma garota pelo bar. Ele tinha um jeito único
clínica, estes dois heróis da melhor idade terão que entrar em ação! de tocar, batendo os pés e abusando do slide e da distorção.
Hot Rods 83