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hot rods # 118

ano 9 #118
R$ 19,90
ISSN 1808-9399
dodge 1928 - picape chevy 1949 - ford 1937 conversível

2015 hot!
Inspiração é o que não falta
para que o ano comece bem!

Boas
Festas!
www.cteditora.COM.BR

ford 37 conversível picape chevy 1949

Encontros: Holambra e Paulínia (SP) e Daytona (EUA) Garage: Troque a fechadura do seu hot
Cultura: Rodders integram comissão para buscar “placa preta” para hot rods
Editorial

Tempo de festejar
O mês de dezembro, com o Natal e o Ano Novo, convida à celebração
e à reflexão sobre o sentido da palavra “renovação”
Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - editores

S
e há uma palavra que resume
bem o espírito de boa parte das
pessoas nesta época do ano,
em que se comemoram o Natal
e o Ano Novo, esta palavra é “reno-
vação”. É quando desejamos aos
amigos, e mesmo aos desconhecidos,
que eles tenham renovadas suas inten-
ções de ser pessoas melhores, mais
solidárias, mais preocupadas com o
planeta, enfim, mais positivas.
As semanas que antecedem as festas
são plenas de eventos, encontros e
confraternizações, nos quais é pos-
sível fazer um balanço do ano que
termina e projeções para o novo perí-
odo que se inicia. Se a conjuntura
política e econômica foi adversa no
ano que finda, que ela seja melhor
no novo ano. Se a empresa na qual
trabalhamos não tem muito o quê
comemorar, que 2015 lhe traga
prosperidade. Se nossa família ficou
menor e mais triste pela perda de
um ente querido, que uma criança
venha enchê-la novamente de alegria
e esperança. Se nossas finanças pes-
soas andaram meio desequilibradas,
que tenhamos bom senso de não gas-
tar mais do que ganhamos.
No universo dos Hot Rods não pode-
ria ser diferente. Aqui também cabem sua arte, que os encontros sejam reple- carros antigos originais e dos hot rods...
desejos de que a próxima “tempora- tos de belos carros, que possamos Que 2015, enfim, renove nossa
da” traga boas notícias no que diz visitar, no Brasil e no exterior, os eventos vontade e capacidade de continuar
respeito à regularização dos hots, que nos inspiram a fazer do nosso tra- nosso trabalho em prol de uma causa
com mais facilidades para a impor- balho o deleite dos apaixonados pela que traz tantas alegrias aos apaixo-
tação de matéria-prima para que os nossa cultura, que haja harmonia e nados pela arte sobre quatro rodas.
rodders possam trabalhar e difundir compreensão entre os admiradores dos Boas Festas!
Sumário

Picape Chevy 1949

06 Customizador brasileiro radicado nos EUA reconstrói Picape Chevy 1949 para
estrelar o SEMA Show, o maior evento de carros personalizados do mundo

Hot Rods
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Encontro - Paulínia (SP) Turkey Run 2015 – Flórida (EUA)

12 V8 & Cia. reúne centenas de carros em


shopping na região de Campinas (SP) 26 Autódromo de Daytona é tomado por
centenas de hots no Dia de Ação de Graças

Dodge 1928 Ford 1937 conversível

36 Customizado no estilo rat rod, Dodge 1928


com motor turbo-diesel é atração nos EUA 48 Modelo sem capota era sonho de infância
realizado por oficina de Santo André (SP)

Cultura Hot APVA Classic & Hot Show

56 Rodders se reúnem para buscar reconheci-


mento da “placa preta” para os hot rods 68 “Cidade das Flores”, Holambra faz o maior
evento de hots coberto do Brasil
Picape Chevy 1949

Talento brasileiro
Customizador gaúcho radicado nos EUA garante a felicidade de
vendedor americano ao refazer trabalho em sua Chevy 1949
Texto: Ademir Pernias::Fotos: Ricardo Kruppa
Picape Chevy 1949

O
s leitores de Hot Rods provavelmente se lembram
do customizador Luciano Lacerda. O brasileiro de
Veranópolis (RS), conhecido pelo apelido de Lucky
Luciano, mora há 22 anos na cidade norte-ame-
ricana de Phoenix, no Arizona, onde comanda a
Lucky Luciano Custom Paint, oficina especializada
em customização de automóveis. Alguns de seus trabalhos
já estrelaram as páginas de edições passadas da revista.
A equipe de Hot Rods encontrou Luciano novamente em
um de seus habitats preferidos, o SEMA Show. E ele
aproveitou para mandar saudações aos seus conterrâneos
exibindo sua mais recente criação, a Chevy 1949 que
ilustra esta reportagem, e que fez sua estreia na entrada
do pavilhão principal do Las Vegas Convention Center,
onde acontece anualmente o SEMA Show.
O gerente de loja Don Larson, de 62 anos, proprietário
da Chevy, não andava satisfeito com o trabalho de perso-
nalização feito em sua picape. Então resolveu procurar a
Lucky Luciano, que lhe havia sido recomendada por outro
cliente, e cujos trabalhos também tinha observado em sho-
ws de carros, como o Barrett Jackson.

Do zero
De acordo com Luciano, a primeira providência foi passar
a caminhonete pelo jato de areia e começar a restaura-
ção da lata. Depois de completada a funilaria, veio a
escolha da cor. “Após muitos testes com diferentes cores
da Planet Color, criamos um “deep blue color” exclusivo
para Don, com muito tom pérola azul, o que foi aprovado
prontamente pelo cliente”, conta.
O passo seguinte foi detalhar como a Chevy seria pinta-
da, com “ghost flames” em um tom mais claro de pérola
azul no capô e nos para-lamas dianteiros. Terminada a
pintura, era a hora do polimento, que foi realizado como
se fosse vidro, sem o efeito “casca de laranja”, em cada
centímetro da picape. “O polimento se estendeu até mes-
mo na parte interna das dobradiças das portas, no cofre
e no capô”, explica o profissional.

Sala de estar
A cabine da Chevy também mereceu atenção de Luciano.
Os dois assentos são Lexus de couro na tonalidade cara-
melo. Um console no padrão madeira, feito com fibra e
massa plástica, ocupa o centro do habitáculo. Atrás dos
bancos há um compartimento para guardar material de
Hot Rods 8

limpeza e ferramentas para a manutenção do car-show.


Luciano conta que, para obter o efeito de madeira no pai-
nel e no console, utilizou sete cores diferentes, aplicadas
com pincel, pistola de pintura e pistola de aerografia. “A
aerografia deu o aspecto de madeira de verdade ao pai-
nel, console, laterais das portas e filtro de ar”, detalha.
Azul exclusivo e interior caramelo na
Chevy atração do SEMA Show Hot Rods 9
Picape Chevy 1949
Ar-condicionado Vintage Air, coluna de direção da Ididit Quem fez:
e sistema de som com Bluetooth e tocador de iPod, com Lucky Luciano Custom Paint: www.luckylcustom.com
amplificador Classe D de 4 canais e alto-falantes triaxiais
de 6x9”, garantem a modernidade da diversão.
O compartimento de cargas também mereceu cuidados. A
madeira que reveste o chão da caçamba foi pintada para
ficar parecida com a aerografia do interior. Os parafusos que
seguram os para-lamas foram colocados de tal maneira que
os lados da caçamba ficassem paralelos aos para-lamas.

Coração de ferro
Dentro do cofre da picape 1949 de Don funciona um
motor Stock 350 Chevy, com 385 cavalos, equipado com
sistema tunnel ram e twin fast fuel injection – esse mecanis-
mo se tornou popular em modelos Dragster de arrancadas
nas décadas de 1960 e 1970 e consiste, basicamente,
na ampliação da faixa de potência rpm do motor. A trans-
missão utilizada é automática de 4 velocidades e o siste-
ma de freios frontal foi doado por um Monte Carlo 1989.
Os discos de freio são 8.5”10 Bolt da GM.
As rodas são modelos da Coy Wheels, de 17”, calçadas
com pneus P225/65 R/T na frente e P235/65 R/T na
traseira, da Michelin.
O trabalho teve início cerca de seis meses antes do SEMA
Show, e ficou pronto às vésperas do maior salão de car-
ros customizados do mundo. “Don ficou eufórico com o
resultado do trabalho, vai com a picape a shows e não
desgruda da caminhonete. Diz que não precisa olhar
outros veículos, pois nenhum se compara ao dele”, relata.
“O meu é mil vezes melhor”, confirma o proprietário.
O personagem Pica-pau, que aparece na alavanca de
câmbio, foi escolhido por causa da madeira que predo-
mina na parte interna do carro. No motor, Luciano usou
o mesmo desenho para decorar o blower com referência
Luciano Lacerda (à esquerda) e
à expressão: “não vejo nada, não ouço nada, não falo
nada”. E nem precisa, não é mesmo?
Don: “sem comparação”

Ficha Técnica
Picape Chevy 1949
Motor Chevy 350 (com 385 cavalos),
sistema tunnel ram e
twin fast fuel injection
Transmissão: 700R 4 velocidades automática
Hot Rods 10

Lockar Shifter
Ar-condicionado Vintage Air GEN II
Coluna de direção Ididit
Discos de freio 8.5” 10 Bolt GM
Pneus P225/65 R/T Michelin na frente e
P235/65 R/T na traseira
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Encontro - Paulínia (SP)

A vez do Puma!
Esportivo brasileiro foi homenageado no encontro temático organizado pelo
V8 & Cia. em Paulínia (SP)
Texto: Da Redação::Fotos: Divulgação
Encontro - Paulínia (SP)

D
urante as décadas de1960 a 1990, a Puma foi a
marca brasileira a produzir o maior número de auto-
móveis esportivos. Os modelos mais conhecidos são
o Puma GT, Puma GTE, o modelo que foi produzido
em maior quantidade, e o Puma GTB. O veículo
utilizava mecânicas VW e Chevrolet. Em 1995 foi vendido o
último automóvel com a marca Puma, um AM-4 Spider.
O esportivo Puma foi o homenageado do último mês de
novembro pelo V8 & Cia, que promove encontros mensais
todo último domingo do mês em Paulínia, na região de
Campinas (SP). Segundo os organizadores do encontro, o
Puma tem uma aceitação incrível por parte dos coleciona-
dores, inclusive pelos mais jovens, graças aos seus atribu-
tos esportivos. O encontro contou com a participação do
Puma Clube do Brasil, regional Campinas.

Artistas do universo Hot Rod


mostraram seu talento em Paulínia
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Hot Rods 15
Encontro - Paulínia (SP)
Neste evento, foi registrada a participação de mais de
400 veículos antigos, que atraíram cerca de 3 mil pesso-
as. O encontro em um shopping center da cidade contou
ainda com vendas de carros e mercado de pulgas, onde
era possível garimpar peças e acessórios para carros anti-
gos. Os encontros do V8 & Cia. – Sociedade de Antigo-
mobilismo de Campinas, acontecem nos últimos domingos
de cada mês, exceto no mês dezembro. A animação ficou
a cargo da Banda Jack Lemmon, de Cosmópolis, que
relembrou os antigos rocks dos anos 70, 80 e 90.

Cerca de 400 carros antigos, originais, customizados e hots, animaram o


encontro do V8 & Cia que homenageou o esportivo brasileiro Puma
Hot Rods 16
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História

Fazendo seu
próprio carro
Conheça a história do leitor de Hot Rods que construiu o carro que
levaria sua filha à igreja para o casamento
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Marco Antonio Gonçalves Pontes

-lo. E, para preservar este “instinto”


humano de fabricar seu próprio meio
de transporte, é que a legislação pre-
vê o registro de veículo de fabricação
própria, ou carro artesanal.
O leitor da revista Hot Rods Marco
Pontes, da cidade de Maceió (AL),
contatou-me alguns anos atrás pergun-
tando se eu teria em melhor resolução
um desenho com dimensões de um Ford
1929 Phaeton publicado na edição
44. Confirmei que poderia mandar o
desenho via e-mail e descobri que seu
objetivo era montar do “zero” um carro
destes. Um detalhe importante: a car-
roceria seria construída usando chapas
de metal! Engenheiro mecânico de
formação e atuando na manutenção de
usinas de açúcar e álcool, conhecimen-
to para tal proeza não faltava ao nosso
destemido leitor!
Capa de radiador e tampa do motor: início do projeto Cerca de dois anos e meio depois, o
carro estava pronto! No final, a cons-

O
trução teve de ser acelerada, pois a
ser humano, desde que surgiu 1769 (Nicolas-Joseph Cugnot, na estreia do carro seria em um evento mui-
Hot Rods 18

na face da Terra, precisava França) e, finalmente, em 1885, o pri- to importante: levar sua filha Ana para
se movimentar para buscar meiro carro a gasolina (Carl Benz, na a cerimônia de casamento!
comida, água, abrigo. Essas Alemanha). Mesmo hoje em dia, há A carroceria escolhida para o mode-
necessidades básicas o fize- homens (e mulheres) que têm o desejo lo foi a elegante “Deluxe Phaeton”,
ram inventar a roda, há mais de construir o próprio carro em vez de modelo conversível de duas portas para
de 4.000 anos, o carro a vapor, em simplesmente ir a uma loja e comprá- cinco passageiros. A única parte não
Carroceria pronta e pinta-
da com “wash primer”

Muitos cortes foram feitos para a execução das partes curvas da carcaça e do para-lama
Dois anos e meio depois de iniciado
o carro estava pronto!

Hot Rods 19

O modelo “Deluxe Phaeton” se caracteriza por ter apenas duas portas


História

Aproveitei um passeio a Maceió para visitar o Marco e ver de perto sua obra!

executada em metal foram os para- ficou mais uma vez comprovada com
-lamas dianteiros. Mecanicamente, o a inexistência de ruídos, suspensão
modelo foi equipado com um motor confortável, direção leve e precisa e
Ford CHT de 4 cilindros, 1,6 litro e 75 freios eficientes. E, para quem gosta
cv de potência, caixa de 4 marchas de de carros, nada como perceber uma
Chevette, suspensão dianteira e traseira discreta torção da carroceria por se
de Opala e rodas raiadas de 16” feitas tratar de um carro conversível.
especialmente para o carro. Sem um motor, um automóvel não
Em visita à capital alagoana, em se movimenta. Mas, para rodar nas
novembro, pude visitar o amigo ruas, outro acessório também é funda-
Marco e conferir de perto sua obra. mental: um par de placas! Este deta-
O carro foi executado com muito lhe burocrático foi resolvido por Mar-
capricho e não foi tomado nenhum co com um processo de “veículo de
atalho na sua construção. Tudo foi fabricação artesanal”. Este procedi-
Hot Rods 20

construído especialmente para ele: mento foi estabelecido pela resolução


capa de radiador, para-choques, Contran 63, de 22/05/1998, que
capota, lanternas, quadro de vidro... disciplina o registro e o licenciamento
E a lista é grande. Melhor do que de veículos de fabricação artesanal,
A melhor foto: carro legalizado em 2014
ver o carro pessoalmente foi poder conforme o artigo 106 do Código de como “fabricação própria”, conforme
fazer um test-drive pelas ruas de Trânsito Brasileiro. Como se faz isto? resolução Contran 63 de 22/05/1998
Maceió! A qualidade da construção Nós contamos na próxima edição...
Hot Rods 21
AutoEsporte Expo Show 2014

Com chave de ouro...


AutoEsporte Expo Show 2014 fecha calendário dos principais eventos do
segmento levando mais de 30.000 pessoas ao Anhembi, em São Paulo
Texto: Vitor Giglio::Fotos: Ricardo Kruppa

O
mais importante dos centros de do Salão Internacional do Automóvel saram pelo AutoEsporte, ao longo dos
exposições de São Paulo, o de São Paulo. quatro dias, cerca de 35 mil pessoas,
Anhembi, recebeu entre os dias Neste ano, aliás, o AutoEsporte das quais uma significativa parcela de
20 e 23 de novembro, a 2ª edi- aconteceu na sequência do evento profissionais do setor varejista de som e
ção do AutoEsporte Expo Show, internacional – que terminou no dia 9 acessórios automotivos, bem como entu-
evento voltado para o segmento de novembro – fato este que motivou, siastas e amantes do gênero.
de personalização e customização tanto empresas quanto espectadores a Mais de 3.500 profissionais estiveram
veiculares, organizado pela Reed Exhi- estarem presentes em ambas as envolvidos na realização do evento.
bitions Alcântara Machado, a mesma ocasiões. Foram ao todo 75 expositores, sendo
empresa responsável pela realização De acordo com a organização, pas- que lojas de acessórios e oficinas
representaram 50% deste total. O even-
to, a partir do momento que reúne os
fabricantes, lojistas e consumidores, tem
o viés de fomentar e profissionalizar o
mercado.
Para o consumidor final, o grande
atrativo é a possibilidade de expor
seus carros customizados por meio das
empresas expositoras, além, é claro, de
ter contato direto, e em primeira mão,
com o que é novidade e tendência no
universo da customização.

Atrativos
Competições de som e envelopamento,
exposição de veículos antigos e hot
rods, atividades para todas as faixas
etárias – como a maior pista de Hot
Wheels do planeta – e novidades em
termos de produtos estavam à disposi-
ção, tanto daqueles já envolvidos com
o assunto, quanto para marinheiros de
primeira viagem.
Outro sucesso entre os presentes foi a
possibilidade de guiar, em test-drive,
carros como Camaro, Mustang, Chal-
lenger e Ferrari.
Comes e bebes, belas mulheres, apre-
sentações artísticas e musicais e presen-
ça marcante de celebridades deram à
ocasião o seu devido glamour.
Turkey Run 2015 – Flórida (EUA)

Graças aos hots!


Praia da Flórida é invadida por milhares de hot rods
no dia de Ação de Graças nos EUA
Texto e fotos: Norberto Jensen
Turkey Run 2015 – Flórida (EUA)

O
evento anual de hot rods realizado na área inter-
na do autódromo de Daytona, um dos circuitos
ovais mais importantes dos EUA, localizado em
Daytona Beach, Flórida, foi realizado na semana
do feriado de ação de graças. A data é comemo-
rada na última quinta-feira de novembro.

O som do V8 toma conta da cidade


no Dia de Ação de Graças
Hot Rods 28
Hot Rods 29
Turkey Run 2015 – Flórida (EUA)
A cidade de Daytona Beach, a 130 quilômetros ao norte
de Orlando, se transforma para este evento. Milhares de
hots, dos mais variados estilos, alturas, modelos e anos
de fabricação, invadem as suas ruas.
Os moradores e visitantes acordam pela manhã ao som
de poderosos motores V8 roncando por suas avenidas e
vão dormir também escutando estes sons maravilhosos.
Na parte interna do circuito, onde é realizado o evento,
ficam expostos mais de 4.500 carros, e também milhares
de lojas e barracas de peças, souvenirs e antiguidades.
Ou seja, tem de tudo e para todos.
Hot Rods 30

Área interna do autódromo de


Daytona recebe evento de hots
Hot Rods 31
Turkey Run 2015 – Flórida (EUA)
Um dos pontos altos do encontro se dá quando os hots
saem do evento diurno e vão desfilar e deixar rastros de
pneus na avenida beira-mar, todas as noites, e ficam con-
centrados em alguns estacionamentos ao mais puro som
do rock and roll dos anos 50.
Em resumo: quem vai uma vez quer voltar no ano seguin-
te, pois trata-se de evento único. Acompanhe alguns fla-
grantes do evento.

Acima, o rodder Norberto Jensen e sua esposa em Daytona


Hot Rods 32
Hot Rods 33
Técnica

Hots: patrimônio
histórico mundial
Brasil tem potencial para se tornar referência na produção de hot rods,
mas falta uma política de incentivos ao setor
Texto: Manoel G. M. Bandeira

C
onstruir hot rods é uma arte. Conservar e preservar a his- toda a evolução é, sem dúvida alguma, a criatividade, o puro
tória da humanidade, restaurar obras de arte, casas e desejo de criar. Restaurar carros antigos originais é um traba-
prédios históricos, objetos antigos, monumentos, máqui- lho difícil, sem dúvida. Procurar peças, restaurar detalhes e
nas e carros antigos, preservar a cultura, a maneira de buscar a perfeição que às vezes este mesmo carro não tinha,
pensar e agir de pessoas que contribuíram para a evo- nem mesmo quando saiu da fábrica, não é tarefa fácil. Porém,
lução e o desenvolvimento da vida cotidiana, é muito não deixa de ser um trabalho de busca e pesquisa, apenas.
mais do que um dever, é uma obrigação de todos. A invenção do automóvel, e toda a sua evolução através
Quando observamos uma obra de arte, um quadro ou uma do século passado, e até agora, dependeu exclusivamen-
escultura é impossível deixar de pensar quais foram os moti- te da criatividade humana.
vos que levaram seu autor a produzir tal obra. O que Leo-
nardo Da Vinci pensava quando pintou a Monalisa? Existem
Evolução nas ruas
Ao contrário do que possa parecer, os carros não evoluíram
várias teorias sobre o quadro. Por que ele foi pintado? Que
apenas nos laboratórios das grandes montadoras. Boa par-
ideias levaram seu autor a realizar uma obra tão bela e intri-
te da evolução e das inovações veio das ruas e das pistas
gante? Estes questionamentos são inevitáveis.
de corrida. Na década de 1920 os carros eram altos e
Quando vemos um belo carro antigo, restaurado em seus míni-
estreitos, tinham para-lamas salientes que avançavam além
Hot Rods 34

mos detalhes, é evidente que nos vêm à mente pensamentos da linha lateral, tinham estribos e os para-choques eram
sobre a época em que este carro foi produzido ou projetado. retos e ficavam afastados do corpo do carro.
Algumas pessoas poderão pensar sobre o tempo em que ele Neste mesmo tempo os rodders da época retiravam os
rodava imponente pelas ruas e estradas. Outras, que têm mais para-lamas e para-choques, rebaixavam os carros, inclu-
intimidade com carros, certamente pensaram sobre o projeto e sive cortando teto e laterais, retiravam os estribos. Além
seu desenvolvimento, o porquê de cada detalhe. do efeito estético, estas modificações melhoravam muito a
O que move a humanidade, o que motivou e ainda motiva aerodinâmica e o desempenho dos carros.
Nas décadas seguintes a indústria automobilística optaria dades. E se é assim, por que então o movimento não cresce
pelo mesmo caminho, reduzindo a altura dos carros e mais? Precisamos de apoio político, precisamos facilidade
a área envidraçada, retirando estribos e alargando os na documentação de novos projetos, precisamos caracteri-
carros, incorporando os para-lamas ao corpo. Os para- zar os hots como eles são, verdadeiras obras de arte.
-choques também ganharam o mesmo desenho do carro. Nos anos 90, o Uruguai e a Argentina exportaram navios
Mesmo acreditando que esta seria a tendência natural da evolu- fechados com carros antigos para a Europa e até mesmo
ção, não podemos negar que os rodders, se não criaram essas para os EUA. O Brasil, infelizmente, não teve e ainda não
tendências, pelo menos estavam 10 anos à frente do seu tempo. tem a visão de que importar carros antigos é como impor-
tar obras de arte, quem perde é sempre que está exportan-
Muito além de “carros modificados” do, quem ganha é quem importa. Por isso, americanos e
No Brasil, muita gente se refere aos hot rods como carros europeus facilitam a importação de carros antigos, obras
antigos modificados. Mas os hots são muito mais do que de arte etc, enquanto nós aqui, tão perto da Argentina
isso. Eles têm alma, não são apenas carros que foram e do Uruguai, e que teoricamente teríamos toda a facili-
encomendados aos projetistas visando atingir a este ou dade do mundo para absorvermos uma boa parte deste
aquele mercado. Um hot é um carro único que incorpora patrimônio cultural, simplesmente não podemos porque
a personalidade do seu dono. não temos leis que nos permitam fazer isso. Imagine se
Na verdade, os hots são parte de um movimento muito mais o Brasil pudesse importar o Arco do Triunfo, a Estátua da
abrangente que marcou toda uma geração, que é conheci- Liberdade, o Coliseu, prédios que são patrimônios históri-
da até hoje como a geração dos “anos dourados”. Foi uma cos e que simplesmente não podem ser replicados. É claro
época na qual o otimismo contagiava a todos, a guerra que isso é impossível, mas é possível importar um Packard
havia acabado e todos pensavam apenas em reconstruir
1948, um Oldsmobille 1955, um Ford 1930 ou um Che-
suas vidas com muita criatividade e diversão. Foi o tempo
vrolet 1939, carros que foram fabricados há muito tempo
do rock and roll, do biquíni, dos topetes e da brilhantina,
e que jamais serão fabricados novamente. Eles são peda-
de Elvis e James Dean. E também foi o tempo dos hot rods.
ços da história, são o que chamamos de “patrimônio his-
Precisamos valorizar os hots no Brasil. Nosso potencial
tórico”. Seria uma atitude muito inteligente de nossa parte
é muito grande, o brasileiro é apaixonado por carros e,
liberar a importação de carros antigos e peças antigas da
consequentemente, quem gosta de carros e aceita encarar
Argentina e do Uruguai. Seria inteligente de nossa parte
grandes desafios certamente tem, ou pensa em ter, um hot
abrir as portas para estas riquezas culturais que certamen-
rod. O coeficiente de diversão proporcionado por um hot é
te irão acrescentar muito ao nosso futuro como nação.
incrível. Os encontros sempre são movimentados, reunindo
São atitudes simples que podem criar empregos, aquecer ou
as famílias e todos aqueles que passam simplesmente não
até mesmo criar um novo setor na economia, atitudes simples
resistem e param para admirar. Decididamente, hot rods não
e inteligentes, que podem valorizar mão-de-obra, e ainda
são “carros antigos modificados”. Eles são projetos, em sua
acrescentar muito à preservação da cultura brasileira.
grande maioria, de elevado padrão de qualidade, tanto na
Esperamos por alguém com visão no meio político,
parte técnica quanto estética, que utilizam carros antigos ou
réplicas, engajados nas tendências criativas dos jovens das alguém que reconheça o valor que têm a história e a cul-
décadas de ouro do século passado. tura, alguém que abra as nossas fronteiras para a entrada
de carros e peças antigas, alguém que institua uma forma
Movimento cultural de regularizarmos projetos de hots com apelo histórico.
É muito importante que todos entendam a amplitude histó- Eu tenho certeza que em breve teremos alguém com visão
rica do movimento Hot Rod. Ele é o maior movimento cul- suficientemente inteligente para promover esta abertura, e
tural que envolve homens e suas máquinas, com um senti- quando isso finalmente acontecer o Brasil será um país onde
mento de verdadeira adoração. O Brasil tem um espaço o movimento Hot Rod será reconhecido internacionalmente.
enorme para que o movimento cresça e dê bons frutos. Potencial nós temos, mesmo diante de tantas dificulda-
Hot Rods 35

Os encontros de hots são sempre recheados de visitantes, des conseguimos construir muitos carros, criamos clubes
geralmente têm caráter beneficente, arrecadando donati- organizados e legalmente constituídos, realizamos muitos
vos que são distribuídos a instituições de caridade. eventos, arrecadamos muitos donativos, capacitamos
Além disso, a “indústria dos hot rods” movimenta muito muita mão-de-obra, melhoramos muito a vida das pessoas
dinheiro, na construção dos carros e fabricação de acessó- e ainda alegramos o povo por onde passamos. Vamos
rios, gera impostos e capacita mão-de-obra, multiplicando os fazer muito mais, mas precisamos de ajuda, quanto antes
ganhos de muitas famílias. Enfim, os hot rods só têm quali- melhor, estamos perdendo tempo.
Dodge 1928

Rat turbo-diesel
Veterano do SEMA Show, Dodge 1928 no melhor estilo rat hot dispensa
capô e exibe motorização marrenta
Texto: Vitor Giglio::Fotos: Ricardo Kruppa
Dodge 1928

S
teve Darnell, proprietário da oficina Welder UP, é
figura carimbada em Las Vegas, já que é presença
certa nas edições do SEMA Show há mais de 10
anos. Nos últimos seis, entretanto, Steve apareceu
na companhia de uma mesma máquina, que por
sua vez está ficando igualmente conhecida pelos
frequentadores do Las Vegas Convention Center: seu Dodge
quatro portas 1928 turbo-diesel no melhor estilo rat rod.
O rodder é um verdadeiro caçador de carros antigos e
tem feito isso já há muito tempo, por boa parte de sua
vida, para ser mais exato. Para se ter uma ideia, o carro
do dia-a-dia de Steve é um Chevrolet Bel Air 1957. Nada
demais? E se eu te disser que o carro foi mantido em suas
condições originais, sem qualquer upgrade?
No caso deste Dodge 1928, a ideia foi construir um rat rod
a partir da utilização de peças antigas recicladas. Folhas de
metal, maçanetas, câmbio, correntes e partes menores foram
todas encontradas abandonadas e retrabalhadas para nova
utilização. No total, foram necessárias mais de 1.000 horas
de trabalho para concluir a customização.

Dois pistões servem de suporte às lanternas traseiras do rat rod


Hot Rods 38
Hot Rods 39
Dodge 1928

Motor Cummins 12 válvulas turbo-


-diesel veio de picape Dodge 1998

Turbo-diesel
Um dos principais – senão o principal – atributos do pro-
jeto é sua nova motorização. Quem impulsiona o rat é
um motor Cummins, 12 válvulas, turbo-diesel, extraído de
uma picape Dodge 1998. O propulsor, de seis cilindros,
recebe o auxílio de um kit nitro NX System. Essa pequena
“ajudinha”, somada à saúde do Cummins, é capaz de
Hot Rods 40

proporcionar às rodas 693HP.


Soma-se a isto o fato de o veículo pesar 1.700 quilos, e
o resultado é uma máquina capaz de percorrer um quarto
de milha (400 metros) em 11 segundos.
Destaque para um sistema de manivela instalado na lateral
esquerda dianteira do veículo que foi projetada como sistema
de ignição do propulsor. Incrível! O câmbio é automático.
Hot Rods 41
Dodge 1928
Na parte externa, destaque para a suspensão a ar (apenas
no eixo traseiro) e para o teto, rebaixado em 5”, além de
Ficha Técnica
dois pistões, fixados na parte traseira como base de sus- Dodge 1928
tentação para as lanternas. O interior é todo reestruturado, Mecânica
com gaiola, e ostenta também bancos concha em alumínio.
Apesar de não ser sua caranga do dia-a-dia, Steve afir- Motor Cummins, 12 válvulas, turbo-diesel
ma que já utilizou o carro, além de exposições e arranca- Kit nitro NX System
das – em longas viagens e trajetos, afinal, a mecânica, Potência de 693 HP
além de agressiva, é extremamente confiável. Câmbio automático
O Dodge 1928 continua sendo propriedade de Steve Suspensão a ar no eixo traseiro
por um único motivo: muito amor. Porque, após seis edi-
ções exposto no SEMA, propostas, das mais indecentes, Customização
é que não faltaram.
Teto rebaixado em 5”
Pistões como base para sustentação das lanternas traseiras
Interior com gaiola
Bancos concha de alumínio

Interior reestruturado tem gaiola e


bancos concha de alumínio
Hot Rods 42
Hot Rods 43
pin-up

Noite Feliz!
Hot Rods preparou um calendário para acompanhar seus
leitores por todos os dias de 2015. E convidou a modelo Aline
Leão para ilustrar nossa folhinha. Aproveite!
Foto e produção: Ricardo Kruppa

H
ot Rods convidou a modelo ja conhecimento: “Se fosse definir hot
Aline Leão, de 24 anos, para rod, é um veículo antigo que possui
estrelar o calendário 2015 da uma mecânica potente. Já na parte
revista. Aline é paranaense e teórica, hot rod era o termo usado
reside na cidade de São Pau- para os carros que os jovens america-
lo. Além de modelo, é consul- nos nas décadas de 40 e 50 modifi-
tora de imagem e personal stylist. cavam. Não só para ter um carro de
Alguns de seus principais trabalhos estilo diferenciado dos carros da épo-
foram para a revista internacional ca, mas também porque não tinham
Xtreme Bikes Magazine, modelo para dinheiro para comprar um novo. Eles
Emerson Fittipaldi Copersucar-Fittipal- rebaixavam o teto, colocavam uma
di, Skol-Fittipaldi1e Fittipaldi Automo- mecânica mais potente, ou prepa-
tive. Aline fez também trabalhos para ravam o próprio motor. Colocavam
emissoras de TV e estrelou catálogo pneus traseiros largos, rebaixavam,
para marca de cosméticos. ou até mesmo trocavam o câmbio,
Sobre suas preferenciais musicais, por um de outro carro. Variava do
Aline explica: “Gosto de música boa, gosto e criatividade de cada um.
independe do estilo, mas prefiro rock Também sei que muitos carburadores
e música clássica. é um item indispensável no hot rod de
Sobre o universo Hot Rods, Aline esban- verdade”. Muito bem, Aline!
pin-up
Janeiro Fevereiro Março Abril

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Maio Junho Julho Agosto



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Setembro
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Outubro
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Novembro

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Dezembro
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Ford 1937 conversível

Golden Style
Conversível recebe customização moderna sem perder a essência do tradicional
V8 com 220 cavalos: estilo, nos mínimos detalhes, para toda a família
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Ricardo Kruppa
Ford 1937 conversível

H
á quem não goste de dirigir conversíveis no
Brasil. Por ser um país com temperaturas mais
elevadas, entusiastas preferem os dias mais úmi-
dos para sentir o vento no rosto. Gerson Gomes,
de Santo André (SP), é um dos brasileiros que já
almejavam, desde a infância, ter um conversível
para desfrutar a sensação de “liberdade” – para isso,
decidiu recorrer aos amigos Wagner e Anderson Trevisan,
da Classic Hot Rods, também de Santo André. A Classic
é uma das oficinas pioneiras no ramo de construção de
hots, e já construiu para Gerson duas picapes Ford F1
1951 em fibra de vidrro.“Escolhemos fabricar o modelo
Ford 1937 conversível de quatro lugares para atender ao
sonho do nosso cliente e amigo Gerson. Compramos uma
carroceria para iniciarmos toda a reestilização. Essa foi a
parte do projeto mais trabalhosa”, diz Anderson.

O motor V8 Chrevrolet 350 rende 320 cavalos e trabalha com câmbio


Tremec de cinco marchas e diferencial Dana
Hot Rods 50
Hot Rods 51
Ford 1937 conversível
A Ford implementava, a partir de 1937, nova aparência para
seu modelo. O projeto era mais arredondado, com barras hori-
zontais finais na frente e, do lado do capô, grades convexas.
A grade dianteira apareceu em forma de V, em vez de seguir
os para-lamas em forma de pentágono, como no modelo
1936. Faróis faired-in também foram grande modernização.
Dentre as variantes das versões, destacou-se uma com quatro
portas no estilo “sedã conversível” com janelas roll-up oferecida
em pequenas quantidades nas séries de luxo.
Para este exemplar, a Classic optou por esbarrar no pionei-
rismo da Ford, para a década, e reforçar a modernidade
vista de longe pela altura do carro em relação ao solo e as
rodas Ruff Racing aro 18” na dianteira e 20” na traseira.
“Sempre quis ter um conversível. Há dez anos vinha refor-
çando a ideia de adquirir um clássico como o Ford 37,
agora deu certo. O bom de ter um modelo quatro lugares é
que posso passear com a família”, diz o proprietário.
O primeiro passo para a transformação do hot foi a aqui-
sição da carroceria – o processo de compra até o prepa-
ro durou seis meses, segundo Anderson Trevisan. Após a
reestilização, os profissionais iniciaram o molde do con-
versível. “Aproveitamos para também fazer uma reestiliza-
ção diferente, a cupê. Deste modo, o Ford 1937 possui
duas versões para novos projetos”, explica Anderson.

Bancos de couro, painel de madeira e volante Rosseti: sofisticação


Hot Rods 52
Hot Rods 53
Ford 1937 conversível
Modern spirit
O Ford 1937 carrega motor V8 302” 5.0 que gera 220
cavalos. Para dar embalo, a carburação quadrijet é Edel-
brock 650 cfm e o câmbio de cinco marchas foi doado
por um Mustang. O escapamento com saída direta tem
controle elétrico e permite um ronco silencioso. Para rodar
com tranquilidade nas ruas, a Classic Hot Rods implemen-
tou suspensão a ar com peças Air Lift.
Por fora, o “Fordinho” é cheio de estilo com as rodas Ruff
calçadas em pneus Toyo. No interior, detalhe para os
bancos revestidos de couro bege, tapeçaria em tom claro
e volante Rosseti da Lenker. O painel com acabamento
de madeira sugere classe ao conversível – os instrumentos
possuem ainda bordas douradas.
No banco traseiro cabem duas pessoas. A falta do teto
rígido pediu reforços longitudinais nas portas e transver-
sais na base da capota e batentes. Muito da visibilidade
privilegiada pela capota rebatida some ao fechá-la.
“Estamos felizes com esse Ford. Acho que conseguimos
adequar bem o estilo com as necessidades do Gerson.
A mecânica está impecável e nada melhor do que um
V8 pontual para curtir um fim de semana. Se chover, é só
levantar a capota, sem crise”, reforça Anderson Trevisan.

Ficha Técnica
Ford 1937 conversível
Mecânica
Motor V8 302” 5.0, 220 cv
Câmbio cinco marchas
Quadrijet Edelbrock 650 cfm

Parte interna
Bancos de couro bege
Tapeçaria em tom claro
Volante Rosseti da Lenker
Painel de madeira e bordas dos instrumentos douradas

Parte externa
Carroceria de fibra de vidro
Rodas Ruff Racing aro 18 na dianteira e 20” e na traseira
Pneus Toyo
Hot Rods 54

Quem fez?
Tapeçaria: Confort Couros. Tel. (11) 4319-9424.
Anderson Trevisan, da Classic Hot Retífica e montagem do motor, câmbio e fabricação de polias
e buchas da suspensão: Cristal Car. Tel.(11) 4994-6310.
Rods. Acima, o porta-malas do 37 Oficina responsável pelo projeto: Classic Hot Rods.
Tel. (11) 4472-9132.
Hot Rods 55
Cultura Hot

Rodder Placa Preta


Federação Brasileira de Veículos Antigos convoca rodders para busca
conjunta de soluções para regulamentação dos “antigos especiais”
Por Victor Rodder

O
II Workshop Nacional FBVA aconteceu entre os dos, que discutiria, durante o II Workshop Nacional FBVA,
dias 27 e 30 de novembro, na cidade de São questões como a identificação das categorias dos veícu-
Paulo. Saiba como foi a discussão na Comissão los antigos modificados; os eventos e exposições no Brasil
de Veículos Antigos Modificados. e no mundo; a regulamentação de outros países; a forma
Há alguns meses recebi com entusiasmo a notícia de certificação de segurança veicular deste segmento e,
de que a nova diretoria da FBVA – Federação ao final, a elaboração de um documento em forma de
Brasileira de Veículos Antigos – prometia voltar seus olhos proposta, a ser encaminhado às autoridades competentes.
para os hot rods e a questão da sua legalização. Tão E é sobre isso que vou falar nas próximas edições: de
logo soube da novidade, procurei Roberto Suga, o recém- como a Cultura Hot se mostra importante para conseguir-
-empossado diretor, para parabenizá-lo e me dispor a mos alcançar nosso objetivo, de uma regulamentação pró-
ajudar naquilo que fosse preciso em relação aos antigos pria para nossos carros; quais as minhas impressões sobre
especiais. a participação neste evento “placa preta” e, principal-
Resultado disso, e do reconhecimento do trabalho que mente, quais foram as conclusões e os resultados obtidos
vem sendo desenvolvido ao longo dos anos, fui convi- nessa comissão da qual hoje faço parte.
dado, juntamente com o Clube Curitiba Roadsters, para Mas, antes, preciso fazer um breve resumo histórico, mos-
fazer parte da Comissão de Veículos Antigos Modifica- trando como chegamos a este momento.
História da Placa Preta
A vontade e a necessidade de uma regulamentação pró-
pria para veículos antigos não é novidade. Desde a déca-
da de 70 se ouve falar da busca por alternativas de “pla-
cas especiais”, para que os donos desses carros pudes-
sem rodar sem que fosse preciso instalar um retrovisor num
Ford T ou encosto de cabeça num Chevrolet 1946.
E, depois de várias tentativas frustradas, em 1987 nasceu
a Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA, com
a finalidade, dentre outras, de fortalecer a representação
junto aos legisladores brasileiros para que fosse constituída
uma placa especial para colaborar na preservação dos veí-
culos antigos, objetivo que foi alcançado em 1993, quan-
do surgiu a primeira regulamentação sobre o assunto.
Esta, a Resolução 771, já iniciava destacando: “... a
necessidade de incentivo à preservação cultural dos bens
que ostentam valor histórico, e a indispensável adequa-
ção à legislação de trânsito...”.
Foi aqui que surgiu, pela primeira vez na legislação brasileira
de trânsito, um modelo de Certificado de Originalidade e
nomes como “Veículos de Coleção” e “Antigomobilismo”.
Nascia a “placa preta”. Fruto de muito suor dos colecio-
nadores de originais!
Mas, já em 1993, a legislação protegia apenas os veícu-
los “originais”, deixando de lado uma categoria que tam-
bém possui grande valor histórico e muito valor cultural: os
hot rods, street rods e customs.
Alguns anos depois, em 1997, veio o novo Código de Trân-
sito Brasileiro, que previa a categoria de “Veículo de Cole-
ção” como digna de tratamento especial, e classificou essa
espécie como sendo aqueles que, “mesmo tendo sido fabri-
cado há mais de 30 (trinta) anos, conserva suas característi-
cas originais de fabricação e possui valor histórico próprio”.
Bom... mais uma vez os hots (falando genericamente),
ficaram de fora. E quando foi editada a Resolução
56/98 do Contran, isso ficou ainda mais claro, pois esta-
va prevista a necessidade de atender, cumulativamente,
aos seguintes critérios:
I - Ter sido fabricado há mais de 30 anos; (na verdade a
redação original trazia 20 anos, mas foi claramente um erro
de redação. Mas a correção só aconteceu oficialmente com
a Resolução 127/2001);
II - conservar suas características originais de fabricação;
III - integrar uma coleção;
IV - apresentar Certificado de Originalidade, que ateste as
condições anteriores, expedido por entidade credenciada e
reconhecida pelo Denatran.
Aqui entrava a FBVA, pois a “entidade” de que trata a lei pre-
via que esta deveria ser pessoa jurídica, sem fins lucrativos,
e instituída para a promoção da conservação de automóveis
antigos e para a divulgação dessa atividade cultural, de
Cultura Hot
comprovada atuação nesse setor. Em junho de 1998 a mais reconhecidos como dignos de respeito.
Portaria 03 do Denatran outorgou aos “clubes e entidades Iniciativas como a de alguns clubes e mesmo desta revista,
autorizados pela Federação Brasileira de Veículos Anti- que divulgam a Cultura Hot, seus princípios e valores, fize-
gos” a capacidade de emitir os certificados de originali- ram com que muita gente abrisse os olhos. E, sem qualquer
dade. Tudo parecia perfeito. Só parecia. trocadilho, quem tomou a frente deste movimento de reco-
Enquanto a FBVA trabalhava seriamente para desenvolver nhecimento e valorização dos antigos especiais foi o novo
planilhas e métodos eficientes para que a vistoria fosse jus- presidente da Federação, Roberto Suga.
ta, homogênea e imparcial a todos os veículos pertencen- Suga e sua diretoria, dando cumprimento aos compromis-
tes ao acervo dos Clubes filiados, os não filiados come- sos assumidos junto à comunidade antigomobilista, con-
çaram a se insurgir. A intenção da Federação sempre foi vocou os clubes de antigomobilismo, federados ou não,
que os clubes não filiados se filiassem. Mas as coisas não para que participassem do II Workshop Nacional FBVA,
aconteceram bem desta forma, e alguns antigomobilistas que aconteceria nos dias 27, 28, 29 e 30 de novembro
consideraram injustiça o controle exclusivamente nas mãos de 2014, na cidade de São Paulo, e onde seria travada
da Federação. E também não consideraram correto ter que uma ampla discussão sobre vários assuntos, que envolviam
ser membro da FBVA para poder receber a placa preta. desde a própria questão da placa preta e de seus crité-
O resultado veio de V8: rápido! Em menos de cinco meses, rios, até importação de peças e veículos antigos, eventos,
com a troca do diretor do Denatran, surgiu outra portaria, uso de tecnologias, contabilidade dos clubes, etc.
que tirou da Federação Brasileira a exclusividade de emissão E um dos assuntos elencados para ser o evento, que se
dos Certificados apenas para seus filiados. Qualquer clube compunha por várias comissões, foi a Comissão de Veícu-
que solicitasse o credenciamento ao Denatran poderia, se los Antigos Modificados. Para esta comissão foram cha-
aceito, emitir também o Certificado de Originalidade. madas as principais lideranças do segmento, e foi com
E já em 1998 começavam as dificuldades. Não demorou orgulho que aceitei, em nome próprio e do clube de que
para que os primeiros “híbridos” aparecessem: carros que faço parte, o Curitiba Roadsters, o convite.
nem eram suficientemente originais para merecerem a pla- A missão era, em parceria com a FBVA, identificar as cate-
ca preta, conforme a lei e a FBVA queriam, nem eram hot gorias dos veículos antigos modificados; os eventos e expo-
rods (mais uma vez falando genericamente). sições no Brasil e no mundo; trazer exemplos de regulamen-
Em 1999 a Federação tentou uma reaproximação, inclu- tação em outros países; discutir a forma de certificação de
sive chamando alguns clubes de hot rods de São Paulo segurança veicular desde segmento e ao final, elaborar um
para tentar albergar esses carros em alguma categoria de documento em forma de proposta de regulamentação.
placa especial. Mas se nem no mundo dos clássicos, que E as conclusões e resultados obtidos nessa Comissão,
já estavam organizados, em clubes e federação desde da qual hoje faço parte juntamente com outros nomes de
sempre, imaginem os hots! Contam por aí que na primeira relevância no cenário nacional de hot rods, eu conto na
meia hora de conversa a coisa já degringolou e só não próxima edição. Até lá!
deu briga por pura intervenção divina.
E, de lá pra cá, a coisa só piorou. Cada vez mais os
“placas pretas” sofrem com a emissão irregular de Cer-
tificados de Originalidade e os clubes de hot rods não
conseguem se organizar suficientemente para pleitear o
tratamento adequado que merecem.
Também não é segredo para ninguém que grande parte dos
proprietários de veículos originais, em especial os “federa-
dos”, era absolutamente contra tudo e todos que estivessem
envolvidos no universo dos hot rods. Logo, o diálogo entre
“eles” e “nós” sempre foi difícil e pouco se evoluiu nessa dis-
Hot Rods 58

cussão sobre placas diferenciadas para os antigos especiais.


Mas se, por um lado, a questão das placas pretas, que
vêm sendo cada vez mais banalizadas e emitidas muitas Através de convite da FBVA foi formada uma comissão
vezes sem o devido critério, se agrava a cada dia, se para discutir a documentação e regularização de
tornando necessária a regulamentação dos não originais, veículos antigos personalizados
por outro lado a mentalidade dos colecionadores de clás-
sicos vem se ampliando, e hots e rodders são cada vez
A comissão foi composta por pessoas reconhecidas nacional e internacionalmente, seja no universo dos antigomobilistas, ou
ainda no dos carros e da cultura Hot, Custom e personalizados

integrantes da comissão:

Victor Rodder – da cidade de Curitiba (PR) - diretor jurídico Proprietário e customizador de hot rods e customs.
da Associação de Preservação do Patrimônio Histórico e Cul-
tural Curitiba Roadsters, proprietário de veículo customizado, Samuel Romera Nascimento – da cidade de Caieiras (SP) -
pesquisador e entusiasta da cultura Hot Rod e Custom. presidente do Juquery Motor Club, de Caieiras, proprietário
de veículos antigos e entusiasta da cultura hot rod e custom.
Ulisses Britto Junior – da cidade de Salvador (BA) - presi-
dente do Veteran Car Club da Bahia, proprietário e custo- Rafael Casagrande – da cidade de Curitiba (PR) - promotor
mizador de veículo antigo personalizado. de eventos de veículos antigos personalizados, proprietário
de hot rods e entusiasta da cultura.
Sergio Liebel - da cidade de Curitiba (PR) - conselheiro
da Associação de Preservação do Patrimônio Histórico e Osmar Beteghelli Filho – da cidade de Araras (SP) - diretor
Cultural Curitiba Roadsters, proprietário e customizador de regional adjunto da FBVA para Campinas e interior de SP.
hot rods há mais de 20 anos, pesquisador, incentivador e Presidente do Clube de Autos Antigos de Araras, proprietário
entusiasta da cultura Hot Rod e Custom. de carros antigos personalizados e veículos clássicos e origi-
nais.
Antonio Carlos Marin – da cidade de São Paulo (SP) - pro-
Eduardo Bernasconi – da cidade de São Paulo (SP) - diretor
Hot Rods 59

prietário e customizador de veículos antigos personaliza-


dos, hot rods e customizados. geral da Revista Full Power.

Dirceu Pereira Junior – da cidade de Campinas (SP) - José Candido da Silva Muricy Neto – membro do Con-
diretor regional da FBVA para Campinas e interior de SP. selho Consultivo da FBVA, aos 80 anos de vida é reco-
Sócio do Clube de Veículos Antigos de Piracicaba (SP), nhecido como a memória viva da paixão por automóveis
proprietário e restaurador de carros clássicos e originais. antigos, e uma figura importante do antigomobilismo.
Garage Tech

Não bata a porta!


Acompanhe a adaptação de novas fechaduras e
batentes em seu hot rod mais antigo
Texto e fotos: Norberto Jensen

N
esta edição, Garage Tech mostra como substituir e parecido com os de simples portões. Para esta adapta-
adaptar novas fechaduras e batentes. O perfeito ção, como é necessário trabalho de funilaria, é importan-
estado de funcionamento desses itens é fundamen- te a participação de um profissional habilitado ou de um
tal para a segurança de motorista e passageiros, hobbista com conhecimento de funilaria.
principalmente em hots das décadas de 1920, 30 Dúvidas e sugestões, escreva para: suporte@hotcustoms.
e 40, cujos mecanismos de abertura das portas era muito com.br. Até a próxima edição.

01
Hot Rods 62

Vista lateral da coluna de batente da porta de um Ford da década de 1930


02 03

Vista lateral da porta sem as fechaduras originais Vista mais ampla da porta do Ford

04 05

Vista do local onde a porta se encontra com a coluna de batente Modelo de fechadura que será utilizada

06 07
Hot Rods 63

O lado inverso do mecanismo que, depois de Primeiramente fazemos um molde de onde teremos de
instalado, aceita até trava elétrica abrir uma janela para a nova fechadura
Garage Tech
09
08

Com um disco de corte, abrimos o furo principal Com um rebolo, esmerilhamos até que esta
abertura fique do tamanho exato

10 11

Inserimos a nova fechadura para checarmos e definirmos os furos Marcamos a nova furação
para parafusos de fixação

12 13
Hot Rods 64

Fazemos os furos e a funilaria para fechar antigos furos Aparafusamos para fixar as fechaduras em definitivo
14 15

A funilaria finalizada na porta O fundo de proteção na chapa

16 17

Furamos para fixar os batentes na carroceria Aparafusamos o novo batente

18 19
Hot Rods 65

O batente posicionado na coluna da carroceria Testamos o fechamento e o alinhamento entre


fechadura e batente
Garage Tech
21
20

Partimos para o mecanismo interno para a Posicionamos as alavancas de acionamento fixadas


maçaneta de abertura à fechadura

22

O novo acionamento interno reposicionado

23

Instalamos as maçanetas externas


Hot Rods 66
Hot Rods 67
APVA Classic & Hot Show

De primeira
APVA Classic & Hot se coloca como um dos mais importantes do país e o
maior do gênero em ambiente coberto
Texto: Da Redação::Fotos: Divulgação
APVA Classic & Hot Show

C
onhecida como “Cidade das Flores”, Holambra, a
120 km da capital paulista, quer também o título
de “Cidade dos Carros Antigos”. Em novembro, a
cidade realizou o APVA Classic & Hot Show, que
almeja se colocar entre os cinco melhores eventos
de carros antigos e hot rods do país.
O evento contou com cerca de 400 carros expostos e 20
mil visitantes, recepcionados com conforto em pavilhões
cobertos e climatizados para até 1.000 carros, grama-
dos, árvores, praças, fontes e jardins, praça de alimen-
tação, além do tradicional mercado de pulgas e vários
shows. Do lado de fora, estacionamento exclusivo, fecha-
do, para 8.000 carros. “O APVA Classic & Hot Show
se consagra como o maior encontro de veículos antigos,
coberto, do Brasil!”, diz Carla Prado, presidente da APVA
Holambra (Associação de Proprietários de Veículos Anti-
gos de Holambra e Região) e organizadora do evento.

Atrações típicas
Além disto, o encontro traz todo o charme e as característi-
cas da cidade sede, Holambra. O recinto é decorado com
flores e casinhas típicas holandesas. A apresentação da
Fanfarra Amigos de Holambra, com os músicos vestidos de
holandeses com sapatos de madeira e tudo, é contagian-
te, fazendo todos se renderem ao seu ritmo. Podem-se ver
também crianças andando pelos pavilhões com traje típico
holandês, sempre dispostas a tirar fotos com os visitantes.
A novidade deste ano foi a exposição de alguns muscle cars
novos, em meio aos antigos. Carla Prado, a organizadora do
evento, explica: “Os amantes de carros antigos, em grande
parte, são amantes de carros em si e também apreciam os
muscle cars modernos. São carros que as pessoas não encon-
tram todos os dias na rua para pararem para olhar de perto.
Quisemos criar esta oportunidade em nosso show”, diz.
Por toda a cidade de Holambra viam-se carros antigos.
Os visitantes e expositores aproveitaram para curtir a
cidade, saborear a alimentação típica e para comprar
flores e outras lembranças. Como disse Ferretti Stude-
baker, um grande apoiador e incentivador do encontro de
Holambra, que veio com três de seus belos veículos e foi
homenageado no evento: “A Cidade das Flores é a Cida-
de dos Carros Antigos Também!”, diz Ferretti.

Muscle car modernos, como


Hot Rods 70

Mustang, Camaro e Corvette,


ganharam espaço em Holambra
Hot Rods 71
APVA Classic & Hot Show
Hot Rods 72
Evolução
O APVA Classic & Hot Show é a evolução do Encontro de
Veículos de Holambra, e este ano recebeu também o 1º
Nacional Puma e Esportivos de Fibra, comandado pelo
colecionador Carlos Figueiredo: “Este evento foi uma grande
festa, onde pudemos reunir também excelentes exemplares
de fibra!”. Além dos Pumas, o evento teve também a par-
ticipação de diversos clubes, vindos de várias partes do
estado de São Paulo e outros estados. A repercussão foi
nacional, como ressalta José Carlos Basile Filho. “Um sucesso
de evento, equiparado ao de Curitiba e Águas de Lindoia”,
avalia.“Reuniu-se nesse evento uma confraternização impar
em nível de amigos, novos amigos, no estilo familiar”, disse
Mário Ferretti. Para Carlos Lima, um dos organizadores, é
importante que o evento seja democrático, como o nome
diz: “Todas as tendências são bem-vindas. Carros clássicos,
placas pretas, hot rods, customizados, e até carros de luxo e
muscle atuais. Todas as tribos têm espaço e são reconhecidas
e, para 2015, teremos muitas outras novidades”, promete.

Mercado de pulgas e shows no


maior evento coberto do gênero

Hot Rods 73
Vitrine
Cabos de vela
A Veloparts destaca este mês aos leitores de Hot Rods os cabos de vela
8mm ACCEL vermelhos, com terminal de 180 graus.
Informações: Tel. (51) 3593-8881 ou e-mail contato@veloparts.com.br

Literatura técnica Roda Smoothie


A PRO-1 destaca a linha de literaturas téc-
nicas da CarTech, sobre variados temas de
motor e seu carro, com ilustrações. A empresa Vfort Pneus destaca este
Informações: www.pro-1.com.br ou tel. mês a roda de ferro Smoothie, em
(11) 3045-5544. várias medidas e furações.
Informações: Tel. (41) 3254-52-22
ou e-mail: Ruvaldo@gmail.com/
ruvaldo@vfortpneus.com.br

Garagem inflável
A Auto Classic destaca este
mês a garagem inflável para
proteção do seu carro antigo
e hot rod.
Informações: Tel. (21) 3579-
0262 ou pelo e-mail: berek@
autoclassic.com.br

Carburador Holley
O destaque nesta vitrine da America Parts é
Hot Rods 78

o carburador Holley Quadrijet 600 cfm.


Informações: Tel, (11) 2647-1496 ou e-mail
Dijalma@america parts.com.br
Hot Rods 79
Hot Rods 80
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Rock’n Hots

Elvis não morreu!


No ano em que o “Rei do Rock” completaria 80 anos, sua obra está mais
viva (e rentável) do que nunca na memória de seus fãs
Por Victor Rodder

N
o dia 8 de janeiro de 2015 Elvis Presley completaria beijo – entre Christian Slater e Patricia Arquette – Amor à
80 anos! E não importa se você gosta ou não de Queima Roupa. Ou, ainda, o curiosíssimo Bubba Ho-Tep,
Elvis. O fato é que ele é “o cara” do rock. Não foi de 2002, em que Presley teria trocado de identidade com
o primeiro, não inventou nada e não compôs muita um de seus imitadores. Na parte musical, um presentinho de
coisa. Mas, enfim, é de Elvis que vamos falar nesse Natal: a álbum de Natal de 1957. Prosseguindo, vamos
mês. Mas vamos fugir do óbvio. Não vou falar de com o primeiro punk-rocker da história. Certamente você já
“Blue Hawaii”, “G.I. Blues” ou “Viva Las Vegas”. Vamos de ouviu alguma coisa relacionada à sua gravação de maior
Mystery Train, que em 1989 coloca um casal de japoneses sucesso. BOP-A-LENA, que ganhou versão de Raul Seixas!
em uma cidade onde todos parecem viver da lembrança do Fechando o pacote, um nome que eu já citei aqui: o “doi-
Rei, hospedados num hotel decadente. No elenco, estrelas do”, Hound Dog Taylor que, com seus The Houserockers!, já
do rock como Screamin Jay Hawkins, Rufus Thomas, Tom aprontou várias, dentre elas, amputar o sexto dedo após um
Waits e Joe Strummer (The Clash). Ou, ainda, um filme que porrete! O som é fantástico, mas a biografia dele é no míni-
recebeu a indicação do MTV Movie Awards para melhor mo interessante. E o link com Elvis? Confiram!

Mystery Train – EUA - 1989 Elvis’ Christmas Album – EUA – 1957


Título de uma canção famosa na voz de Elvis e que foi lançada original- Primeiro disco de Natal de Elvis Presley, o álbum foi lançado pela RCA
mente em 1953 pelo grupo Jr. Parker & The Blue Flames (Jimi Hendrix ainda na fase rock and roll de Elvis. Canções como “I Believe”, “Oh
tocaria nessa banda dez anos mais tarde). O filme é dirigido por Jim Little Town of Bethlehem”, “Peace in the Valley” e “I’ll Be Home For
Jarmusch, não tem carro na história, no enredo ou em qualquer outro Christmas”, surpreenderam muita gente na época, num álbum com
lugar! Mas é um daqueles que precisam ser vistos! Típico Rockin’ Movie canções de Natal cheio de clássicos e composições “respeitáveis”! Foi a
dos anos 80, conta a história de um casal de japoneses completamente primeira vez que Elvis demonstrava realmente o poder de sua voz! No
malucos pela cultura 50’s e pelo rock and roll daquela época que vão para disco outras grandes canções como “White Christmas” e “Silent Night” (a
os Estados Unidos visitar Memphis. famosa Noite Feliz).
Amor à Queima Roupa (True Romance) - EUA - 1993 Ronnie Self - Bop-a-Lena – EUA - 1994
Quentin Tarantino escreveu o roteiro desse filme (e usou o Nos anos 70 Bop-a-Lena ganhou de Raul Seixas uma versão em
dinheiro do trabalho para filmar Cães de Aluguel, em 1992). português e faz parte do folclore artístico nacional, já que “Babu-
Então, já está claro que aqui tem coisa boa. No filme, Christian lina” era o nome dado por Tim Maia e Erasmo Carlos a Jorge
Slater é Clarence Worley, que recebe conselhos do espírito de Ben, pelo jeito estranho que cantava a música, na época em que,
Elvis, interpretado por Val Kilmer. Depois de o mocinho conhecer, ao lado de Roberto Carlos, frequentavam a Turma do Matoso. A
se apaixonar e casar com uma call-girl, ele acaba se envolvendo coletânea indicada é da Bear Family Records, tem 30 faixas de
numa confusão com drogas e cafetões, e vai precisar muito da áudio, e vai te colocar por dentro da discografia desse cantor que
ajuda de Elvis, que não tem o rosto focalizado nenhuma vez marcou profundamente os anos 50 e tudo que se seguiu depois.
durante as cenas. Mas ele esta lá! Acreditem.
Hot Rods 82

Bubba Ho-Tep - EUA - 2002 HOUND DOG TAYLOR AND THE HOUSEROCKERS - EUA – 1990
Aqui o Rei é interpretado por Bruce Campbell. No passado, Elvis trocou Theodore R. Taylor nasceu em 1915, no Mississipi, e, aos 27,
de identidade com um de seus imitadores, e foi este que morreu, o após um romance com uma garota branca, teve que fugir da Ku
imitador. E agora o Rei do Rock vive num asilo para velhinhos, onde Klux Klan. Acabou em Chicago e se tornou conhecido nos clubes
faz eventuais apresentações. Seu melhor amigo também mora na de blues. Tocou profissionalmente até 1975, ano de sua morte.
casa de repouso, e jura que é John Kennedy.E quando uma maligna O nome Hound Dog surgiu numa noite no início dos anos 50,
entidade egípcia volta à vida e decide se alimentar dos moradores da quando perseguia uma garota pelo bar. Ele tinha um jeito único
clínica, estes dois heróis da melhor idade terão que entrar em ação! de tocar, batendo os pés e abusando do slide e da distorção.
Hot Rods 83

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