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Publicação da Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen

Ano 40 • n• 382
Novembro 2018

T-CROSS
PRÁTICO, INTUITIVO,
SEGURO E DESCOLADO

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RECADO
Finalmente nossos
SUVs!
Em outubro, as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram quase
20% em relação a setembro, índice bastante significativo se considerarmos
que enfrentamos o período de eleições, evento que pode ter diminuído o
fluxo de pessoas nas concessionárias. Nosso SUV Tiguan teve seu melhor mês
desde a chegada da nova geração do modelo e ficou em segundo lugar no
ranking de sua categoria, com 1.033 unidades comercializadas.

Os sinais são bastante positivos, especialmente no segmento de SUVs,


que sabemos, representa a vontade de quase 30% dos clientes de carros
e respondem por 40% da maioria dos licenciamentos de automóveis na
comparação de 2018 com 2017.
Previsto para abril do ano que vem, o nosso novo SUV, o T-Cross, recém-
apresentado, via internet, para todo o mundo e que ficará em exposição
até o próximo dia 18 no stand da VW no Salão do Automóvel de São
Paulo, certamente ocupará em curto espaço de tempo as primeiras
posições de vendas no segmento.
Quem esteve presente pode confirmar o sucesso do T-Cross. A imprensa
especializada e os convidados aplaudiram o modelo em todas as suas
versões.
Outro grande destaque do Salão e que reafirma nossa crença na virada
de nossas empresas, foi conhecer o conceito Tarok, a futura picape
da marca, que ficará entre a Saveiro e a Amarok. Não houve quem não
quisesse entrar no carro e analisar todos os seus detalhes. Com forte
design, robusta, grande capacidade de carga e conectada, a Tarok
promete ser mais um sucesso de vendas em nossas mãos no futuro
próximo.
Independentemente dos produtos, que hoje formam uma gama quase
completa para atender a todos os segmentos, nosso otimismo se deve
ao relacionamento estreito que a Assobrav tem mantido com o board da
Volkswagen. A visita do vice-presidente mundial de Vendas e Marketing,
Jürgen Stackmann e sua conversa de cerca de três horas conosco deixam
evidente a preocupação da Companhia com a marca no Brasil, hoje
pertencente à região que mais tem crescido no âmbito da Volkswagen.
A matéria de capa desta edição traz mais detalhes sobre os temas
tratados com o Sr. Stackmann e a opinião dos colegas que o ouviram,
além da cobertura completa do Rally de Regularidade, realizado pela
Região II, dias 19 e 20 de outubro, em Brotas, uma excelente iniciativa
para divulgar ainda mais a Amarok, entre outros assuntos.
Em nossa próxima edição, trataremos da viagem da 2ª Turma de
Concessionários ao Vale do Silício, entre 27 de outubro e 3 de novembro,
novamente um grande sucesso, com boas novidades e dicas importantes
para o futuro do nosso negócio.

Dado Guião
PRESIDENTE ASSOBRAV/GRUPO DISAL

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SUMÁRIO
3 Recado
6 Quem Passou Por Aqui
8 Gente
14 Capa
22 Rally de Regularidade
26 A Passeio
32 Notícias do Grupo Disal
33 Sucessão
34 Se Não Me Falha a Memória
35 Marketing
36 Mestre Cervejeiro
37 Sabor Particular
38 Vinhos&Videiras

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DESTAQUE EXPEDIENTE
Publicação mensal da

Disal Consórcio com Ano 40 • Edição 382 • novembro • 2018


“Influenciadores” Conselho Editorial
Antenada, a Disal Antonio Francischinelli Jr., Edson Oura, Luiz
Eduardo Vidigal Lopes da Silva, Sidney
Consórcios formou Franceschini e Silvia Teresa Bella Ramunno
uma parceria criativa
Editoria e Redação
e arrojada com quatro Trade At Once
influenciadores digitais Comunicação e Websites Ltda
Rua Minas Gerais, 408 /31
para divulgar seus CEP 01244-010 São Paulo – SP
produtos e, claro, vender
Editora e Jornalista Responsável
mais cotas. A ação, Silvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT)
“Quem indica, amigo
Projeto Gráfico e Direção de Arte
é”, com a assinatura Marcelo Azevedo
“#indicadisal” vai marcelo@azevedostudio.com.br
contar com a divulgação Publicidade
de David Brazil, Giu Gutenberg Soledade
Business/Sales Manager
Brandão, Top Speed e comercial@dnfpropaganda.com.br
Garagem do Belotte, Tel +55 11 2281 8134
Cel:+ 9 7732 7042
entre 12 a 23 de
novembro. Eles vão Impressão Gráfica Itú
indicar a Disal para seus Tiragem 1.500 exemplares
inúmeros seguidores
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com uma condição desde que citada a fonte.
especial: quem usar o As matérias assinadas são de
responsabilidade do autor e não refletem
código do influenciador necessariamente a posição da Assobrav.
ganhará uma parcela do Registro nº 137.785 – 3º Cartório Civil de
Pessoas Jurídicas da Capital de São Paulo.
consórcio.
Para a diretoria da Assobrav
Av. José Maria Whitaker, 603
Administradora, CEP 04057-900
será uma grande São Paulo – SP
Tel: (11) 5078-5400
oportunidade para assobrav@assobrav.com.br
dar mais visibilidade à
Diretoria Executiva
marca, já que pesquisas Presidente:
recentes indicam que os Luis Eduardo de Barros Cruz e Guião
Vice-presidentes:
brasileiros gastam cerca André Oshiro
de quatro horas diárias Cesar Fernando Álvares de Moura
Crescencio Zamora Ortega Filho
em redes sociais. Cynthia Faria Souto
Eloy José Mendonça Braz
Fernando Giovanni Rossi Coelho
Luiz Alberto Reze
Maurício Viel
Paulo Pires Simões Filho
Rafael Furtado Roberto
Sergio Goloubeff Junior
Singride P. M. Rosado
Wagner Orletti

Conselho de Ex-Presidentes

Agenda da Assobrav • Rede VW


Sergio Antonio Reze
Mauro Saddi
Elias Monteiro
Compromissos do presidente, da Diretoria Paulo Pires Simões
João Cláudio Pentagna Guimarães
Novembro 2018 Executiva e da Liderança da Rede Orlando S Álvares de Moura
Carlos Roberto Franco de Mattos
Dia Evento Elmano Moisés Nigri
Rui Flávio Chúfalo Guião
7 Reunião com VW no Salão do Automóvel
8 Reunião de Diretoria - Assobrav
21 Reunião de Diretoria - Sala de Reuniões - Assobrav
21 e 22
22, 23 e 24
Programa Sucessão na Empresa - piso térreo
Festiva da Região III – Costão do Santinho
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QUEM PASSOU
POR AQUI

Peter Groftehauge, CEO da Autorola, Jürgen Stackmann, vice-presidente mundial


em visita à América Latina, fez questão de de Vendas e Marketing da Volkswagen, para
conhecer a Assobrav. uma mensagem especial aos concessionários
brasileiros...

Maurício Benvenutti, empresário no E o seu sócio na StartSe,


segmento de inovação e escritor dos Ricardo Geromel, autor de
best-sellers “Incansáveis” e “Audaz”... “Bilionários”, no Brasil para o
China Day...

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Cacá Clauset, CEO da TSO Brasil... e seu sócio, Detlef Altwig, o Alemão,
ambos a cargo do Rally de Regularidade
Amarok Spirit, evento registrado nesta
edição...

Gustavo Silveira Fávero, da VW Assim como Marcelo Cyrino da Silva,


Laranjal e presidente da Unisudoeste II, um da VW Ápia e vice-presidente da Fenabrave
dos idealizadores do evento... para o segmento de Automóveis...

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GENTE

Longevas e inovadoras
SILVIA BELLA

Quando os ribeirão-pretanos dizem que a sua a “Capital do Agronegócio Brasi-


cidade tem “clima tropical de altitude” soa como um leiro” - mais um apelido bem dado
eufemismo para amenizar o calor. Com médias de a Ribeirão – que fica a 315 km de
praticamente 30 graus nas horas mais quente dos São Paulo, tem sido, desde sempre,
dias e na maior parte do ano, a chamada “Califórnia protagonista de grandes feitos na-
Brasileira” favorece a vida ao aberto, de uma maneira cionais.
despojada e extremamente cordial e, claro, a um
permanente happy hour com um chopp bem gelado. O mais recente foi a separação das
Daí a internacionalmente famosa Choperia Pinguim, irmãs siamesas de Patacas, distrito
nascida em 1936, seguir firme e forte, expandindo seus de Aquiraz, no Cerará, Maria Ysa-
negócios. belle e Maria Isadora, de 2 anos
de idade, unidas pela cabeça, no
Mineiros de BH e brasilienses também Hospital das Clínicas da cidade. Em
já têm a sua Pinguim e a fila de cida- uma cirurgia inédita no Brasil, que
des interessadas só cresce. durou 20 horas, comandada pelo
Parece mesmo que sediar empresas chefe do departamento de Neuro-
longevas e prósperas seja um atribu- logia Pediátrica, Professor Hélio
to da jovem Ribeirão Preto, de apenas Machado, que liderou uma equipe
162 anos. Com 700 mil habitantes, ex- de quase 40 profissionais, a última
pressiva classe média com alto poder das cinco cirurgias realizadas du-
aquisitivo, um centro médico e de pes- rante este ano para a separação to-
quisa que é referência mundial e uma tal das meninas foi um sucesso ab-
“terra roxa” (na verdade, vermelha) soluto. Além da excelência médica,
que só dá alegrias aos agricultores, o corpo clínico do HC de Ribeirão

VW Santa Emilia

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utilizou tecnologias de As organizações Santa anos, é o presidente do Como homenagem a ele,
ponta, como moldes fei- Emília Autos, Santa Emí- Conselho de Adminis- que realmente foi um
tos com impressão 3D lia Ônibus e Caminhões, tração da Santa Emília eminente advogado, jor-
e neurotransmissores Consórcios, Motos e Ho- Automóveis, já em mãos nalista e excelente pia-
que funcionam como um telaria e o Grupo Stéfa- da quarta geração da nista, seus filhos deram o
GPS. ni Ribeirão Diesel, que empresa que comemora nome Rui Flávio, já com
reúne além de conces- 115 anos. “I”, pela grafia atual, a
O Negócio VW em sionárias de veículos O terceiro advogado da um dos seus. Eu tive essa
evidência de várias marcas, a co- família Guião – avô e honra e também a passei
A vocação de Ribeirão mercialização de pneus, pai foram destacados ao meu segundo filho. E
Preto para a inovação corretora de seguros e profissionais e intelec- já tenho um neto Rui Flá-
e um crescimento aci- purificadores de água, tuais – Rui Flávio herdou vio, portanto, é uma tra-
ma da média nacional presente também nas mais do que o apelido dição singela, mas forte,
vem de longe. No início cidades de Jaboticabal, de “Doutor” do pai, que que, acredito, deverá
do século 20, a cidade Franca, Bauru, Catandu- desde criança assim o continuar”, diz.
atraiu inúmeros migran- va, Pirassununga, Ara- chamava para que se- No outro ramo da “Famí-
tes e imigrantes, para a raquara e São Carlos, guisse a carreira. Ele é lia Santa Emília” estão os
lavoura do café. Gente engrandecem o em- igualmente um estudio- Penna de Barros Cruz.
valente e confiante, que preendedorismo nacio- so das mais diversas dis- No comando da divisão
via na região uma gran- nal, com sua história de ciplinas, grande orador de Ônibus e Caminhões
de probabilidade de “fa- superação e criatividade e hábil escritor. Entre as VW - MAN, Augusto e
zer a América”. Dessa nos tantos períodos de histórias pitorescas de seus filhos, e no Consór-
época e um pouco mais crise vividos no Brasil. seu livro “Forte Gente” cio, Motos e Autos Hon-
tarde, surgem os gru- está a que revela por da e Hotelaria, Manoel
pos empresariais aqui Os líderes que se chama Rui Flávio: Penna de Barros Cruz.
relatados, exemplos de Rui Flávio Chúfalo Guião, “Ruy Flávio, com “y”,
administração de em- terceiro presidente da que era a grafia da épo- Mais jovem, Ricardo
presas familiares, espe- Assobrav (1977-1979) ca, era o pseudônimo de Stéfani, de 61 anos, co-
cialmente para a Rede é o líder recente – di- meu avô, para assinar manda o Grupo Ribei-
de Distribuição Volks- gamos assim – do Gru- textos nem sempre favo- rão Diesel que celebra
wagen. po Santa Emília. Aos 77 ráveis à situação política. 70 anos, e a concorren-
te VW Itacuã, agregada
ao Grupo em 1981. Mas
as duas concessionárias
Volkswagen de Ribeirão
não poderiam convi-
ver em maior harmonia.
Santa Emília e Itacuã
nada têm de rivais; com-
partilham experiências,
dividem conhecimen-
to e, principalmente, se
elogiam mutuamente,
VW Itacuã

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bem ao estilo da Ribeirão que Santa Emília, exemplo de con-
acolhe forasteiros e impulsio- duta para seus descendentes e
na o desenvolvimento dentro para toda a região de Ribeirão
da filosofia da Nova Economia, Preto.
mais transparente, inovadora e “Atraído pelo que lhe contou um
humana. viajante sobre a cidade e as con-
tratações que a empresa Diede-
Trabalho e união familiar, richsen, já àquela época uma
valores comuns organização bastante sólida,
Assim como a Região é uma das estava fazendo, o Sr. Penna, em
mais ricas de São Paulo, apre- 1910, deixou a casa materna no
sentando elevado padrão de Vale do Paraíba e mudou o rumo
Manoel Penna vida, com renda, consumo e lon- de sua vida”, recorda Rui Flávio
gevidade, os grupos familiares Guião, em seu livro, onde relata
Santa Emília e Stéfani seguem a episódios interessantes dos an-
mesma trilha de prosperidade. tepassados de sua mulher, Cecí-
O início de ambos teve percal- lia Penna de Barros Cruz, e dele.
ços, mas como regra entre os
empresários bem-sucedidos, os Um legado e conduta
ancestrais que deram origem A admiração pelo Sr. Penna é ge-
às empresas fortes de hoje lu- ral, não apenas como homem de
taram bravamente, aprendendo negócios, mas como ser huma-
mais com os erros do que com no, simpaticíssimo e carismático,
Manoel e Augusto Penna de Barros Cruz as vitórias. e atuante na comunidade, carac-
“Meu pai, Nilo de Stéfani, e seus terísticas que passou aos des-
irmãos começaram a trabalhar cendentes. O neto Augusto, titu-
muito cedo. Naquele tempo era lar da VW Santa Emília Ônibus
permitido que crianças reali- e Caminhões e ex-presidente
zassem tarefas simples e com 7, da Acav, entidade de classe que
8 anos já traziam dinheiro para representa os concessionários,
casa, que era cuidadosamente recorda o seu “controle com
guardado pelo pai deles, meu gastos, a rigidez na administra-
“nonno”. De tempos em tempos, ção, mas também o carinho e a
o nonno reunia a turma e dizia: dedicação extrema à família”.
“vocês já têm tanto”. O dinheiro
era dos quatro, não importando União e diligência são traços
com quanto cada um tinha con- marcantes às famílias dos gru-
tribuído. Um dia o dinheiro foi pos empresariais aqui retrata-
suficiente para dar início a um dos, com destaque muito re-
Sucessores de Augusto Cruz negócio. E assim nasceu levante para as mulheres. Na
a pequena indústria e vanguarda do seu tempo, ins-
comércio de artefatos de truídas e corajosas não poupa-
argila, em Jaboticabal, a ram esforços para amparar os
50 quilômetros de Ribei- negócios e cultivar a harmonia
rão Preto”, conta Ricardo das famílias.
Stéfani. “Foi minha bisavó quem subsi-
diou o pouquíssimo dinheiro que
Essa mesma disciplina e meu avô, Manoel Penna, trouxe
vontade de vencer moti- para Ribeirão para começar a
vou o jovem Manoel Pen- vida. Era praticamente a quan-
na, patriarca do Grupo tia da passagem e um mês de
hospedagem em uma pensão”,
revela Augusto, cuja filha, Janai-
na, surpreende a quem entra na
Cecília Cruz e Rui Flávio Guião com a família oficina e a vê, em meio aos ca-
de Dado Guião, presidente da Assobrav minhões, na lida com os mecâni-

10 S H OW R O O M VW Santa Emília Caminhões

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Ricardo Stéfani

Sucessores Grupo Stéfani

meiro na parte técnica-industrial


e o segundo na comercial e ad-
Show Room WV Itacuã ministrativa, o negócio de veícu-
los veio naturalmente. A primeira
concessionária foi da marca Ford,
cos, comandando com maestria Antevendo a prosperidade da em 1939; quase 30 anos depois, a
o Pós-Vendas e a Administração. agricultura na região e nenhum Volkswagen, em 1965, quando Rui
Um traço hereditário. trator ou implemento agrícola Flávio Chúfalo Guião passou a in-
Do lado dos Stéfani não foi muito nacional para atender a deman- tegrar a administração, primeiro
diferente. A visão de que o estu- da que crescia a olhos vistos, os como advogado e depois como
do não era prerrogativa dos ho- irmãos Stéfani começaram a im- titular de fato. A ele se juntou a
mens, ainda no início dos anos portar tratores e implementos esposa, Cecília de Barros Cruz e
1920, fez com que essas mulhe- agrícolas, mesmo sem ter um Guião, fisiologista e professora
res se formassem farmacêutica, grande conhecimento dos pro- universitária, que ao ingressar na
como sua avó materna, ou pro- dutos. empresa passou a conduzir um
fessoras e musicistas, como as “Meu pai contava que logo no exemplar trabalho de Recursos
mulheres Penna de Barros Cruz, início dessa atividade, ao fazer Humanos, referência no segmento
para a época, conquistas inco- a demonstração de um trator e até os dias de hoje.
muns ao sexo feminino. seu implemento para um possí-
vel cliente, passaram vergonha. A crise
Determinação e visão em- Ao acionar a chave, o imple- O negócio Volkswagen trouxe
presarial mento entrou violentamente na maior profissionalismo aos dois
Praticamente um século depois, terra, mas o trator empinou”, grupos. Primeiro, para a Santa
esse legado de trabalho, estudo diz, ressaltando a importância Emília, na década de 1960, quando
e união é a herança mais evi- do conhecer profundamente o a industrialização do País já esta-
dente das empresas Santa Emí- que se vende. Lição que para va em marcha. ”A visão de mundo,
lia e Grupo Stéfani. ele serviu bastante. Engenheiro bem como de processos e organi-
mecânico, Ricardo é um apai- zação eu conheci na Volkswagen,
Quando os quatro rapazes Sté- xonado pelos veículos que co- durante a primeira viagem que
fani montaram a Cerâmica que mercializa e não poupa idas às fiz à Alemanha, a convite da Mon-
deu origem ao Grupo de hoje, oficinas para lidar com a graxa. tadora, em 1968, e ao meu sogro,
em Jabuticabal, no ano de 1947, No Grupo Santa Emília, depois João Baptista de Barros Cruz, que
talvez não imaginassem que que o pioneiro Manoel Penna por ter trabalhado em uma multi-
pudessem ir tão longe, mas o foi conquistando posições na nacional, a Dunlop, na maior par-
interesse pelas máquinas que Diederichsen até se tornar só- te de sua vida, também tinha essa
movimentam o mundo já se fa- cio, formando a insuperável du- cultura organizacional, à época,
zia presente. pla Diederichsen-Penna, o pri-

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GENTE

VW Itacuã VW Santa Emília Automóveis

incomum nas empresas administrativa há cin- xugamento drástico em Já, Rui Flávio, como pre-
familiares e que depois co anos, não estaríamos nossas despesas e na sidente do Conselho da
foi incorporada ao nos- hoje aqui para contar a área administrativa que Divisão da Santa Emília
so Grupo”, conta Rui história”, diz. chegava a representar Autos e não mais presen-
Flávio. O Grupo Stéfani Ribei- 5%, 6% do faturamento. te na operação, tem uma
Para Ricardo Stéfani, rão Diesel reuniu 100% Hoje estamos numa faixa visão de médio e longo
que tinha apenas 34 da rotina financeira de de 3%, que ainda é caro, prazo: “Nosso negócio
anos quando a VW Ita- todas as empresas em mas já bem melhor”, re- passa por grandes mu-
cuã entrou para o Gru- um Centro Financei- vela. danças, onde os carros
po, a impressão não foi ro, em Ribeirão Preto e híbridos, elétricos, au-
diferente. “A chegada 100% da contabilidade O futuro tônomos, a venda pelas
da marca VW foi mais de todas as empresas Passado o pior momen- redes sociais, são apenas
uma conquista e uma em um Centro Contábil, to, é hora de olhar para o uma parte da reformula-
conquista muito deseja- em Jabuticabal, para re- futuro. Ambos os grupos ção que as concessioná-
da para nós, que come- duzir custos administra- empresariais apostam rias de veículos terão que
çamos nesse negócio tivos. A medida trouxe na retomada do setor au- fazer para adequar-se ao
com a comercialização um importante ganho tomotivo, ainda que em futuro. Na Santa Emília já
dos caminhões Merce- em escala. “Pense em níveis mais baixos do montamos uma Central
des, em 1957, e não pa- perder dinheiro. Mas que os verificados em Digital para gerenciar
ramos mais, agregando perder dinheiro com tempos de bonança. A os leads e estamos em
outras marcas, como os vontade, além de deixar marca Volkswagen, par- contato permanente com
automóveis Simca e os de ganhar!”, diz Ricar- ticularmente, alenta os novas tecnologias. Nos-
tratores Massey Fergu- do, em seu habitual bom empresários com a re- sos sucessores são bem
son, até as marcas que humor, hoje em que a viravolta que promoveu preparados e continuam
hoje representamos. crise foi superada. “Os em sua cultura. “Hoje, investindo em seu apri-
Nos anos 1980, a Volks- últimos seis anos foram com o T-Cross, que de- moramento cultural e
wagen dominava o mer- terríveis para o nosso veremos receber em profissional, participan-
cado, mas todo o setor negócio, porque, na ver- abril do ano que vem, do de cursos e eventos
vendia muito. Já, 30 anos dade, a crise começou ingressamos em um seg- ligados às novas tecnolo-
depois, tudo mudou, e antes em Ribeirão, por mento do qual não parti- gias. Meu filho Dado, hoje
acredito mesmo que conta do abalo no setor cipávamos e que repre- presidente da Assobrav,
tenha sido a pior crise sucroalcooleiro. Então, senta 30% do mercado”, é ele próprio um gran-
já enfrentada por nós. desde 2013 começamos comemora Ricardo Sté- de incentivador da Rede
Particularmente no nos- a cortar despesas vio- fani, mas adverte: “mes- Volkswagen nesse senti-
so Grupo, se não tivés- lentamente. Foi um pro- mo com a melhora que do. Portanto, acredito que
semos promovido uma cesso muito doloroso, certamente virá para o continuaremos vendendo
mudança radical em porque reduzimos pes- nosso negócio, é preciso motos, carros, caminhões
toda a nossa estrutura soal, inclusive gente da ter em mente que custos e ônibus, mas de uma
família, fechamos lojas, são como unhas, é ne- maneira diferente e cer-
enfim, fizemos um en- cessário cortar sempre.” tamente mais criativa.”

12 S H OW R O O M

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CAPA

T-Cross,
o novo SUV que
vai revolucionar
seu segmento
O novo modelo da
Volkswagen, que será
produzido no Brasil para
o mercado interno com
atributos exclusivos e para
toda a América Latina, a partir
de 2019, foi mundialmente
apresentado, via internet, dia
25 de outubro, com a presença
do vice-presidente mundial
de Vendas e Marketing da
Companhia, Jürgen Stackmann
e demais membros do Board.

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Já Pablo Di Si, presiden- das USB (inclusive para
te da VWB e da Região o banco traseiro), ilu-
SAM, destacou que “o minação da cabine em
T-Cross é um carro glo- LED e acabamento com
bal, que traz alterações apliques no painel. Tam-
Na oportunidade, Stack- imprensa especializada, para o gosto e perfil dos bém contará com faróis
mann visitou a Assobrav aos fornecedores e aos clientes da América La- full-LED, seis air bags,
e falou aos concessio- concessionários do Bra- tina, reforçando a nossa saída de ar-condiciona-
nários brasileiros sobre sil e da Região SAM. estratégia de Regionali- do para o banco traseiro
a estratégia mundial da No stand da Volkswa- zação. Ele traz mudanças e teto solar panorâmico,
Montadora e o futuro gen, novamente o maior em seu design, maior entre outros recursos.
modelo de negócio da e o mais frequentado da espaço interno e é mais Além do surpreendente
marca. Ele apresentou o Mostra, o T- Cross ga- alto que o modelo euro- espaço da cabine, o T-
que está em implantação nhou destaque. peu, além de ser um mo- -Cross agrada em cheio
na Europa, mas destacou Gustavo Schmidt, vice- delo seguro, conectado pelo espaço do porta-
que cada mercado deve- -presidente de Vendas e cheio de tecnologia”, -malas. A capacidade é
rá respeitar suas particu- e Marketing da VWB, concluiu. variável entre 373 e 420
laridades. disse que “o T-Cross é o litros, sem considerar
Os concessionários rea- marco da Nova Volkswa- Brasileiríssimo que rebatendo o banco
giram bem à explicação gen, uma empresa mais O modelo, que será pro- do passageiro diantei-
de Stackmann, elogiando humanizada, mais pró- duzido em São José dos ro, ganha-se ainda mais
especialmente o seu co- xima dos clientes. Com Pinhais, sobre a Plata- flexibilidade. Mas é no
nhecimento da realidade este SUV vamos atingir forma Modular MQB, é o seu design que a Volks-
nacional e sua disponi- a chamada classe média mais moderno conceito wagen aposta para ga-
bilidade em ouvir os an- aspiracional, um público de produção do Grupo nhar mercado. Mirando
seios da Rede. mais jovem e super co- Volkswagen. No Brasil um público mais jovem,
A segunda fase de lança- nectado; um cliente ur- terá exclusivamente mo- digital e bem-sucedido,
mento do T-Croos acon- bano que quer mais do tores TSI -, por oferecer especialmente entre as
teceu durante a avant seu automóvel. O target cabine espaçosa e con- mulheres, a Montadora
premiere do Salão do é de pessoas em torno fortável e pelos avan- vê no desenho arrojado
Automóvel de São Paulo, dos 39 anos, com foco çados recursos de tec- do T-Cross, um grande
dias 6 e 7 de novembro, no público feminino”, nologia, conectividade diferencial no mercado.
com eventos dirigidos à esclareceu. e segurança. Oferecerá
ainda itens exclusivos Bonito
no segmento, como o A parte dianteira desta-
painel totalmente digi- ca-se pela altura e fren-
tal (Active Info Display), te, pela grade ampla e
seletor de perfil de con- faróis de LED integra-
dução, Controle de Esta- dos, particularidade
bilidade (ESC) de série, que o diferencia do mo-
bloqueio eletrônico do delo europeu e registra
diferencial, Park Assist a influência direta dos
3.0, suporte para celular designers brasileiros e
no painel, quatro entra- da estratégia de regio-

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CAPA

nalização adotada pela empresa.


Nas laterais, uma linha carac-
terística acentuada divide os
espaços. Atrás, ela forma uma
seção dos ombros impactante, e
assinala na traseira um novo ele-
mento de design da Volkswagen:
a faixa de refletores estendida
transversalmente na parte tra-
seira e emoldurada por um pai-
nel preto.
No Brasil serão oito as opções de
cores para a carroceria: branco
puro, preto ninja, prata sargas,
cinza platinum, vermelho crim-
son, azul norway e as novas la-
ranja energetic e bronze nami- digital “Active Info Display” de ção entre os modos “normal”,
bia - haverá também opção de última geração. “ecológico”, “esportivo” ou
teto na cor preta, para um visual “individual” e, assim como o
ainda mais diferenciado e mo- Conectado Virtus, o Tiguan Allspace e o
derno. O T-Cross também pode- As informações sobre as funções Novo Jetta, o T-Cross também
rá ser equipado com teto solar de condução, de navegação e de será o primeiro modelo em
panorâmico “Sky View” - dois assistência podem ser integra- seu segmento no Brasil a ofe-
painéis de vidro que abrangem das em áreas gráficas do velo- recer o “Manual Cognitivo” -
mais da metade da área do teto címetro e conta-giros, conforme que usa IBM Watson para res-
do carro (a seção dianteira pode necessário. Dados exibidos no ponder ao motorista questões
ser aberta eletricamente). console central pelo sistema de sobre o veículo, incluindo in-
Entre os opcionais inovadores, o infotainment, também podem formações contidas no manual
T-Cross terá disponível o sistema ser exibidas no Painel Digital do carro. Essa solução permite
de som “Beats”, de alta fidelida- Programável. uma nova forma de interagir
de sonora, com sete alto-falantes Além disso, o T-Cross poderá ser com o veículo e oferece uma
(incluindo um sub woofer no equipado com “Seletor do perfil nova experiência tecnológica.
porta-malas) e O T-Cross inclui, de condução”, para o motorista Todas as versões serão equi-
opcionalmente, um sistema de ajustar a experiência de dire- padas de série com ESC - Con-
Infotainment com
tela sensível ao to-
que (touchscreen)
de 8 polegadas e o
quadro de instru-
mentos totalmente

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trole eletrônico de esta- sivos para o modelo, en- lão do Automóvel, dia 7 po da próxima picape da
bilidade. Esse sistema tre outras coisas. de novembro, inclui uma marca, aTarok, projetada
reconhece um estágio O Banco Volkswagen “web série”, ação leva- por engenheiros brasilei-
inicial de que uma si- também tem ações espe- da a cabo com muito su- ros”, disse, informando
tuação de rodagem crí- cíficas para alavancar as cesso no lançamento do à Rede que o protótipo,
tica está para acontecer. vendas do T-Cross . O di- Polo. Será a “Série Zero” quando revelado para a
Compara os comandos retor do Banco, Eduardo e trará um episódio por imprensa especializada,
do motorista com as rea- Portas, explicou que com semana. foi longamente aplaudido.
ções do veículo a esse a maior digitalização “Mas não só os jornalistas
comando. Se necessário, das operações do Banco, Aplausos da se encantaram com a pica-
o sistema reduz o torque que diminuem o trânsito imprensa pe – continuou o presiden-
do motor e freia uma ou de papéis e a burocracia Pablo Di Si abriu a con- te - o board da VW gos-
várias rodas até atingir a nos processos de libera- versa com a Rede VW tou tanto deste carro que
condição de estabilida- ção de crédito, já no mês destacando a “nova cutu- o “levou” para a Europa
de. que vem, os concessio- ra da Nova VW”, que, e não me surpreenderia
nários poderão parame- entre outras iniciativas, nada se ele aparecer em
Ações de marketing trizar os pacotes de se- deseja ouvir mais os um dos próximos salões
Para colocar o T-Cross guros e de serviços com concessionários. “Esta- da Europa.”
no Mercado, a Volkswa- total gerenciamento. mos consultando os em- De fato, segundo disse
gen definiu uma série A estratégia de marke- presários do Brasil, da Klauss Bischoffr, chefe de
de ações até a chegada ting para o lançamento Argentina, do Chile, para Design da marca, “o de-
do carro às concessioná- completo do modelo, saber o que consideram sign expressivo da Tarok
rias, em abril. Uma delas apresentada por Rodrigo importante em nossos fu- Concept a torna a primei-
vem do Pós-Vendas, que Purcchio e Leandro Ra- turos lançamentos e nas ra picape a combinar os
anunciou as três revisões miro, executivos da área estratégias de mercado, elementos de um SUV ur-
de série gratuítas e 49 da Montadora, durante por isso apresentamos bano com autêntico dese-

17
novos acessórios exclu- a avant premiere do Sa- neste Salão o protóti-
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CAPA

nho off-road. O DNA da Ta- tado ao se abrir a tampa tal. Entre os elementos que cha-
rok adiciona uma dinâmica traseira ou utilizar o novo mam a atenção estão uma barra
empolgante ao segmento.” mecanismo que permite o colorida (Cypress Metallic) que
rebatimento do painel tra- se estende por todo o painel.
seiro da cabine. Dessa for- Essa barra contorna o sistema
VW Tarok, uma grata ma, o motorista pode ain- de infotainment, os controles de
surpresa da utilizar a parte de trás ar-condicionado e o cockpit di-
A Tarok atraiu grande públi- da cabine para transportar gital, que, combinados, formam
co para o espaço em que es- itens compridos. A capa- os principais elementos da cabi-
tava exposta e os principais cidade máxima de carga é ne com todos os mostradores e
comentários se referiam à elevada: uma tonelada. Já controles em um só eixo visual e
versatilidade do comparti- o interior indica o novo ca- operacional.
mento de carga. minho da Volkswagen no
No modelo, o espaço no segmento de picapes, com Eletrificação
assoalho pode ser aumen- seu desenho bastante digi- No “Salão dos Elétricos”, como
ficou designada esta mostra de
São Paulo, praticamente todas as
montadoras apresentaram seus
projetos de carros elétricos. E a
Volkswasgen, uma das primeiras

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ferença é ainda maior, de 3
pontos percentuais.
a defender essa tecnologia não co anos na América Latina, Stephan Mecha, vice-presi-
fez diferente, e fez mais: além sendo o híbrido plug-in Golf dente de Vendas e Marketing
do imbatível e-Golf, sucesso GTE, o primeiro deles, a ser da América Latina, reforçou
absoluto na Europa, onde já comercializado no Brasil no o fato e conclamou a Rede
circula há tempo, apresentou o segundo semestre de 2019. para alcançar o número de
I.D. CROZZ , o primeiro veículo 1 milhão de unidades vendi-
utilitário crossover (CUV) da Boa perspectiva para a das. “Estamos cada vez mais
Volkswagen – ao mesmo tem- VW próximos do nosso concor-
po um cupê de quatro portas e Satisfeito com a perfomance rente que detém a liderança.
um utilitário esportivo (SUV), a do último ano na região, es- Passamos de 200 mil para
terceira versão da família I.D. pecialmente no Brasil, Di Si 60 mil unidades de diferen-
Um veículo com emissão zero, comemorou o fato de a Amé- ça com a primeira colocada.
com autonomia de 500 quilô- rica do Sul ter sido a que Esperamos mais de 60% de
metros, design futurista e um apresentou maior evolução crescimento até 2023, e com
conceito de interior comple- mundialmente, com cresci- a crescente digitalização da
tamente novo. Com seu estilo mento de 11%, sendo que Rede, que vai fortalecer a re-
esportivo, o I.D. CROZZ mostra no Brasil, de Janeiro a Outu- lação com os clientes, vamos
concretamente o que poderá bro de 2018, a VW aumentou chegar lá”, disse, lançando
ser visto em 2020. em 36% as vendas, enquan- o slogan “Rumo à liderança,
“A partir de 2025, a marca to o setor evoluiu 14%. Em rumo ao 1 milhão!”
Volkswagen pretende comer- 2018, a VW foi a
cializar 1 milhão de carros elé- montadora que
tricos por ano, mundialmente mais cresceu em
e o ID. Crozz, conceito expos- participação de
to neste Salão, que chegará mercado, com
ao mercado europeu a partir mais de 2 pon-
de 2020, é um exemplo desse tos percentuais
caminho”, acrescentou Pablo no acumulado
Di Si, presidente da Marca na do ano. Apenas
Região SAM. em outubro, a di-
Ele disse ainda que a Volkswa-
gen terá seis carros elétricos
e híbridos nos próximos cin-

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RALLY

do várias dicas para que as du-


plas não perdessem os tempos,
já que em rallys de regularida-

Amarok Spirit
de a velocidade e o tempo são
predefinidos.

Instruções detalhadas
“A planilha mostra as velocida-
des que devem ser respeitadas

Fotos: Fábio Moreira


em cada trecho, por isso é im-
portante o uso do cronômetro.
O vencedor não é o carro que
O dia amanheceu belíssimo no Hotel chega na frente. Em um rally de
Fazenda Primavera da Serra, em Brotas, regularidade não é para chegar
interior de São Paulo. O orvalho e o adiantado ou atrasado, mas no
vento da manhã não impediram que da Volkswagen do Brasil e toda tempo previsto”, explicou Dib,
as Amarok, seus pilotos e navegadores a perícia da TSO Brasil, empresa alertando: ”portanto, se a cada
chegassem logo na primeira hora de luz, especializada em eventos auto- décimo de segundo perdido, a
para se colocarem em fila e largar, assim mobilísticos, que tem como idea- dupla perde um ponto, vence a
que os últimos detalhes estivessem lizador o jornalista Cacá Clauset, prova quem tiver menos pontos
checados e as picapes devidamente ex-editor de testes em revistas perdidos”, disse, destacando
adesivadas, rumo aos 127 quilômetros como Quatro Rodas e Carro e que o controle seria feito em
do Rally de Regularidade Amarok Spirit, participante de provas como a
realizado pela Região II da Rede VW, Paris Dakar.
entre Brotas e Torrinha, com trechos Ao lado dele, Detlef Altwig, o Ale-
de serra, plantações de cana, estradas mão, com 35 anos de experiência
vicinais e principais, riachos, pontes e em off road, 10 participações no
corredeiras, dias 19 e 20 de outubro.
Rally dos Sertões e idealizador
e coordenador da construção de
Paralelamente ao Rally, uma pista off diversas pistas para treinamento
road foi montada para o best drive da 4×4, foi o diretor geral do pri-
Amarok V6 em um amplo terreno da meiro Rally de Regularidade da
Fazenda Primavera. Lá, os participan- Região II. Já a aula básica para os
tes e seus acompanhantes puderam participantes, cuja exigência era
testar o novo modelo da picape, que não ser um piloto profissional, foi
já é a mais desejada do segmento. ministrada na noite do dia 19 por
Oitenta Amarok participaram da pro- Sandro Dib, diretor da prova. Ele
va, subsidiada por 12 concessionários analisou todo o percurso com os
da Região, com o patrocínio do Ban- pilotos e navegadores, explican-
co Volkswagen, da Moove e da BSS. A do a simbologia contida na plani-
prova, de 4 horas e 22 minutos, teve o lha, destacando os trechos mais
apoio do Território Amarok, programa perigosos ou acidentados e dan-

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seu irmão, com seu ami-
go; pode trazer crianças.
É um ambiente muito fa-
miliar, muito propício à
amizade. Na verdade, a
palavra rally, em sua ori-
gem, significa “reunião
de amigos”, então, esta
prova é exemplo deste
sentimento, deste espí-
rito”, comentou Cacá
Clauset, da TSO.
determinados pontos do A paisagem do percur-
trajeto, desconhecidos so ajudou bastante. As
pelos competidores. belezas naturais preser-
Sandro Dib também reco- Concessionários estruturada, sinalizada. vadas, como cachoeiras,
mendou dirigir com se- também disputaram Foi programada com ca- corredeiras, nascentes,
gurança e ter atenção aos O concessionário Rene pricho; a planilha está a represa, as extensas
deslocamentos dentro das Coletto Correa, titular do detalhada como deve ser, áreas plantadas, árvores
cidades. Alertou as duplas Grupo Automar, conhe- os caminhos e os tempos, centenárias entre ria-
para que olhassem o piso, cido como “um dos pilo- claramente definidos. Vai chos, pontes e o límpi-
visto que a maior parte do tos da Rede VW”, não só ser muito bom ver nossos do rio Jacaré Pepira, um
percurso era acidentado, por dirigir muito bem e clientes participando - a dos poucos ainda não
a não frear bruscamente, a frequentemente vencer maioria, pela primeira poluídos do estado de
não colar no carro da fren- provas organizadas pela vez -, de um rally de regu- São Paulo, animaram os
te, especialmente em caso Montadora, mas por ser laridade, e acredito que participantes, mesmo
de poeira, a ouvir o seu um dos maiores ven- mesmo sem experiência impondo dificuldades
navegador, que é quem dedores de Amarok do se darão muito bem.” pertinentes à prova.
está com a planilha, com o Brasil, dada sua paixão Três carros de apoio e “O trajeto todo é mui-
mapa na mão, mas princi- pela picape, destacou a uma ambulância estive- to bonito, as vistas são
palmente, não confundir o organização do evento. ram acompanhando toda espetaculares e isso so-
hodômetro do carro com “A prova está muito bem a prova, quando na manhã mou muito ao Rally”, co-
o cronômetro. organizada, muito bem de sábado, as 80 Amarok memorou Marcelo Cy-
largaram, uma após a ou- rino da Silva, titular do
tra com intervalos de um Grupo VW Ápia, um dos
minuto. idealizadores do primei-
Teve gente que se per- ro Rally de Regularidade
deu e consertou o erro. da Região II.
E aqueles que, por vezes, “Além do mais – disse -,
tomaram a direção erra- nossos clientes puderam
da, mas todos esses acon- perceber que a Amarok
tecimentos tornaram a é mais do que o carro
prova ainda mais diverti- deles para o transporte
da. Nenhuma ocorrência ou trabalho, é também
foi registada. O passeio um fantástico instru-
foi mesmo uma aventura mento para o lazer, para
e tanto. a prática lúdica. E tudo
isso sem considerar o
Evento lúdico e fami- valor agregado à Ama-
liar rok, percebido por eles
“O Rally de Regularida- quando experimentam
de é muito bacana por- a excelência da picape
que você pode participar em condições severas
dele com sua mulher, com de uso”, complementou.

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RALLY

Próximo rally já programa- mero 41. Enrico Donati Quijada e O segundo lugar ficou para o
do para 2019 Glaucio Peron, piloto e navegador, casal Maurício e Juliana Chiodi-
Gustavo Silveira Fávero, titular da clientes da VW Balila, de Indaiatu- ni, clientes da VW Ápia, de Rio
VW Laranjal, outro organizador do ba e VW Germânica, respectiva- Claro, e a terceira posição, para
evento, também destacou o estrei- mente, comemoraram merecida- Bruno Atoline e Maira Adorno, da
tamento do relacionamento com mente o primeiro lugar. A dupla cidade de Águas de São Pedro.
o cliente de Amarok, promovido já vinha participando de algumas Surpreendentemente, Rene Col-
pelo Rally: “Neste primeiro even- provas, mas nada tão “profissional leto não se classificou entre os 10
to, que foi também a nossa estreia, quanto este rally”, segundo Pe- primeiros. Ficou apenas com 30ª,
tivemos 80 carros, o que para nós, ron, o navegador, que utiliza a sua posição, atrás mesmo do tranqui-
superou a expectativa. Temos cer- Amarok “na lida, na roça”, e ago- lo motorista, Marcelo Cyrino da
teza de que a partir desta prova, ra também na diversão - “o que é Silva, da VW Ápia, que chegou
o rally de regularidade se tornará melhor ainda”. em 20º lugar. Aliás, nenhum dos
uma prática em nossa região, tan- Ambos já estão em sua segunda concessionários participantes
to é, que já estamos preparando o Amarok e a paixão pelo carro fica superou seus clientes, que com-
evento do ano que vem em quatro evidente. “A picape é extraordi- provaram ser melhores pilotos e
etapas. Será um rally muito mais nária. Forte, confortável, na posi- navegadores mais atentos. Como
bem elaborado, mais profissional ção de motorista parece que se “prêmio de consolação para a
ainda”, destacou. está dirigindo um carro de luxo, Rede VW”, mas com grande dis-
Já, para o especialista Cacá Clau- e vista como utilitário, a picape é tinção para Gustavo Fávero e sua
set, que considera a experimenta- a melhor do segmento, sem dú- mulher Laura Escomparim, da
ção de produtos importantíssima vida”, comentou o piloto, Enrico VW Laranjal, o 10º lugar foi mui-
nos dias de hoje, eventos como o Quijada. to festejado.
organizado pela Região II da Rede
VW demonstram não só a preocu-
pação dos empresários com o fu-
turo do seu negócio, mas em como
tornar a Amarok dia a dia mais
próxima do público. “O cliente de
Amarok é alguém que busca mais
do que o presumível em um carro.
Ele quer ter o carro como elo de
relacionamento, porque quando
ele adquire uma Amarok não está
apenas ganhando uma chave, mas
ganhando novos amigos, novos
conhecimentos e conhecendo no-
vos lugares, dando à sua vida uma
nova perspectiva.”

Os ganhadores
Os vencedores do primeiro Rally
de Regularidade Amarok Spirit
da Região II vieram de São João
da Boa Vista, com a picape de nú-

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A PASSEIO

MALDIVAS
A APENAS 2,3 METROS
ACIMA DO NÍVEL DO MAR!

CAROLINA GONÇALVES

A bandeira representa a República das Maldi- Seu ponto mais alto está a incríveis 2,3 metros
vas, um nome pomposo para 1.196 ilhas agru- acima do nível do mar! A altitude média é de
padas em 26 atóis. Destas, 203 são habitadas, 1,5m e a maioria do território habitado está a
fazendo das Maldivas o país menos populoso apenas 1 metro de altitude. Malé, a capital, está
da Ásia e também entre os países muçulmanos. a 90 centímetros e ali vivem 100 mil pessoas.
É também um dos países mais dispersos do A pesca de atum é um dos principais recursos,
mundo. Suas ilhas espalham-se no sentido nor- mas a vida marinha é riquíssima, com corais e
te/sul por cerca de 90 mil km2. Os atóis são mais de 2 mil espécies de peixe.
compostos de recifes de corais e barras de
areia, no topo de uma cordilheira submarina de Diferentes fisionomias
960 km de comprimento que se ergue no Ocea- A cultura é ainda mais rica. Influências mistu-
no Índico e corre do norte para o sul. A maior ram-se, combinando toques do Sri Lanka, do
ilha do arquipélago é a ilha de Gan, que perten- sul da Índia, do leste da África e do Oriente
ce ao Atol Laamu. As Maldivas têm o recorde de Médio. Também tem influências da Arábia, da
ser o país com a mais baixa altitude do mundo. Indonésia e de Kerala.

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A bandeira é linda, vermelha e
verde, com uma lua branca no
centro. Só de olhar para ela já dá
para começar a sonhar com noites
maravilhosas e dias ensolarados,
lá do outro lado do mundo.

Cultura viva
As artes refletem muito bem esta mistura cultu-
ral. A música tocada num grande tambor, chama-
do bodu-beru é parecida à extraída de tambores
africanos. O dhoni – um veleiro maldivianoúnico,
é por si só uma forma de arte, construído com
habilidade semelhante à usada para construir os
dhows, tradicionais veleiros inventados pelos ára-
bes.
Já a delicada e intrincada arte cheia de detalhes
esculpida sobre vigas de madeira nas mesquitas
antigas veio da contribuição do Sudeste Asiático.
Influências outras somam-se nos desenho geo-
métricos das esteiras, nos decotes bordados dos
vestidos tradicionais das mulheres e seus orna-
mentos, contando muitas histórias. O povo é aber-
to e aceita bem a inspiração que vem de fora. A
cultura está viva, em constante evolução. Eles ain-
da comem peixe e os pescadores ainda pescam o
dia todo, mas o turismo cresce e traz novas ideias.
O mundo moderno mistura-se com as tradições e
as crenças.

Um dos melhores destinos de mergulho


do mundo
O turismo é a maior indústria no país, por motivos
que hoje são óbvios. Mas só tomou impulso na dé-
cada de 1990. O primeiro resort é de 1972. Hoje
são mais de 80 distribuídos pelos diversos atóis.
Como as ilhas estão no meio da rota de comércio do Mais de 500 mil turistas visitam o arquipélago por
Oceano Índico, recebeu colonos e visitantes das regiões ano.
vizinhas e do resto do mundo. Tantas idas e vindas ao lon- Vão em busca de belezas naturais, paisagens que
go da história, deixaram marcas no povo, na língua, nas mesclam o azul do mar com areias brancas. O ar é
crenças, artes e atitudes. De um atol para outro a aparên- puro e as temperaturas agradáveis.
cia do povo muda, representando povos do sul e sudes- Um dos melhores destinos de mergulho do mun-
te asiáticos, da África e árabes. A língua – Dhivehi, tem do, tem águas incrivelmente limpas e quentes
dialetos diferentes em algumas regiões ao sul, provavel- que permitem ver os peixes passando mesmo a
mente por causa do isolamento. As crenças baseiam-se grande distância. A formação de mais de 3 mil re-
em religião e superstição, muitas vezes combinadas em cifes de coral contribui para criar uma as áreas
questões importantes. O Islã domina a fé, mas a influên- de mergulho mais ricas do mundo. São mais de
cia do sobrenatural ainda desempenha papel importan- mil espécies de peixes e outras criaturas suba-
te na maioria das comunidades da ilha, dando crédito a quáticas. As marés de monções do Oceano Índico
folclores e tradições budistas, trazidas pelos primeiros criam uma grande variedade de pequenas cria-
colonos antes da conversão ao islamismo em 1153 d.C. turas marinhas e plantas microscópicas, que são

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A PASSEIO
alimentos para todos os
tipos de espécies, que
vêm para o local atraí-
das pela abundância de
alimentos.

Infraestrutura com-
pleta e treinamento
Nas Maldivas se vê de
tudo, desde camarões
pequenos a tubarões.
No meio dos dois, pei-
xes coloridos, formas
diferentes, beleza para
não esquecer pela muito procurados por gulho do mundo, com rece esportes aquáticos
vida toda. E você pode sua beleza, que permite cavernas e saliências para todos. Snorkels,
chegar lá munido ape- ver pequenas criaturas onde se veem atuns, bar- pranchas de todos os
nas da sua vontade de de perto. racudas e garoupas, en- tamanhos, windsurfe e
mergulhar e desfrutar. tre outros. Já o Atol North catamarãs. Alguns ofe-
Todos os resorts e bar- Vida em constante Male foi um dos primei- recem cursos para ini-
cos de safari oferecem movimento ros a ser descoberto, ciantes e marinheiros.
treinamento do básico O mergulho à deriva é onde está um dos pontos E ainda dá pra escolher
ao avançado, em insta- muito popular, deixan- mais famosos, o Gaathu- parasail, caiaques, kite-
lações modernas e de do-se levar pelas cor- giri, também conhecido -surf, esquis ou jet-ski.
alto padrão. Mesmo sem rentes. Tudo está em como BananaReef. A to- Mas para quem adora
nenhuma experiência, movimento, tanto os ali- pografia é deslumbrante, surfe, Maldivas é uma
você pode apreciar a mentos quanto as cria- com paredes rochosas meca, com as ondas
beleza da vida submari- turas em busca dele. A magníficas, numerosas grandes trazidas pela
na mergulhando à deri- água flui e as criaturas cavernas, declives íngre- monção sudoeste, es-
va com a orientação de vão junto através dos mi- mes e saliências. A vida pecialmente de junho a
um instrutor experiente. lhares de canais e passa- marinha é tão incrível setembro. Existem mui-
São tantas opções, que gens entre os atóis. quanto a paisagem, com tos pontos, com resorts
você pode mergulhar a Também se pode explo- tubarões, raias, moreias próximos, onde se pode
cada dia num lugar dife- rar as grutas, cavernas e e outros. viver uma experiência
rente, na costa, ou mais saliências onde prolife- de surfe inesquecível.
afastado, em pequenos ram corais moles e es- A meca do surf
percursos de barco para ponjas coloridas. O lugar é mais mar que A vida dos ilhéus
alcançar um dos incon- Três pontos destacam- terra. Além do mergulho, A melhor maneira de
táveis recifes entre os 26 -se. Atol Ari, onde estão há um sem fim de ativida- experimentar a vida de
atóis. peixes grandes, como des divertidas para fazer um maldiviano é viajar
Os mergulhos em geral tubarões-baleia, marte- na água. Os maldivianos para uma das muitas
acontecem ao longo de los e arraias. Atol Vaavu, divertem-se nadando, ilhas habitadas. Algu-
uma faru (recife), um ao sul, tem canais pro- jogando polo aquático mas são um pouco mais
thila (um aquário sub- fundos, com correntes em piqueniques nos fi- desenvolvidas, com ca-
merso), em um canal rápidas e tubarões em nais de semana e prin- sas pintadas e áreas de
onde o atol se encontra algumas épocas do ano. cipalmente surfando! O porto. Mas também exis-
com o oceano ou em um Ali está Fotteyo Kandu, visitante entra no clima. tem aldeias de pesca,
naufrágio. Os mergulhos considerado um dos me- Cada resort tem um cen- com árvores frondosas
noturnos também são lhores lugares de mer- tro desportivo que ofe- que dão muita sombra e

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o tradicional holhuashi, Pescar o próprio comemorar. São muitas Tratamentos milena-
uma espécie de gazebo peixe ilhas desabitadas, por res alternativos
construído com troncos A pesca está no san- toda parte. Enquanto o Os métodos de cura tra-
e madeira oca, amarra- gue da ilha. Eles ce- seu peixe é grelhado à dicionais, passados em
dos, formando um ban- lebram quando a pes- perfeição, você pode segredo nas famílias,
co grande, com telhado ca é boa. Reclamam desfrutar da incrível de geração em geração
de palha. Estes holhua- quando os peixes são experiência de estar foram incorporados em
shi são montados nas escassos. Acordam vivo num lugar pratica- programas de spa es-
praias onde os barcos com os galos cantan- mente intocado. Sentir peciais nas ilhas. Mas
chegam. No final do do, recolhem iscas nos a areia suave, que não os spas estabelecidos
dia, os ilhéus ocupam recifes e passam o dia recebe pegadas hu- nas Maldivas também
o espaço para relaxar, pescando no mar azul, manas há muito tempo. oferecem tratamentos
jogar cartas, conversar usando vara de pescar. Ouvir os sons da natu- de classe mundial. Cada
e ouvir rádio. O turista também reza em paz. Sem luzes resort tem o seu, alguns
A maioria das pessoas pode experimentar a no chão, as estrelas ga- em meio à densa vegeta-
que vive nas ilhas tra- satisfação de pegar e nham vida. O quebrar ção, outros na solidão de
balham com pesca e cozinhar o seu próprio das ondas brilha. Esta um píer de madeira so-
agricultura, mas mui- peixe, saindo à noite viagem de um dia para bre uma lagoa e alguns
tos saem em busca de para pescar. Este pas- uma ilha deserta é uma construídos debaixo
empregos no turismo e seio noturno é ofereci- experiência única. d’água.
no comércio. Em mui- do por muitos resorts. Lógico que estar em O óleo de coco virgem
tas delas se encontra O barco sai antes do férias num lugar como produzido com técni-
artesanato local para pôr do sol para en- esse já é um convite cas antigas de extração,
comprar. contrar um bom lugar para relaxar. conhecido pelos ilhéus
No final do dia, quando perto de um recife. A Cada ilha deserta é por sua hidratação e
deixam o trabalho, to- tripulação dá todas as como um spa natural, elementos saudáveis é
mam um banho, vestem instruções e depois para acalmar, cuidar agora utilizado nos spas,
suas melhores roupas e de uma hora às voltas e curar todo estresse assim como a folha gan-
saem, visitando amigos com linhas e anzóis deixado para trás. Você dhakolhi, favorita para
e parentes, levando você volta para casa pode simplesmente misturas que tratam pe-
curry feito em casa. É com o suficiente para deitar na areia, pensan- quenas dores. Também
a hora de relaxar ven- o jantar. do em nada, só no ritmo a tradicional massagem
do o sol, enquanto as Se a pescaria foi boa, das ondas e na sensa- com areia é usada para
crianças brincam na vá para uma ilha de- ção da areia, em meio à curar dores musculares
praia. serta para comer e vegetação verde. e nas articulações.

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A PASSEIO

Para casais e gente dan- Como a população é maciça- é imensa e os preços são bem
çante mente muçulmana, as bebidas acessíveis.
Passear, relaxar... Que tal alcoólicas são proibidas para Outros lugares interessantes são
passar a lua de mel nas ilhas? os locais. No entanto, quase to- o Magu Majeedhee e o mercado
Muitos casais elegem o des- dos os resorts e barcos têm li- local, que oferece barracas com
tino para a melhor celebra- cença para servir álcool, geral- muita variedade de produtos
ção do começo de uma vida mente a preços bem altos. como legumes, frutas bombons,
juntos. As ilhas são mágicas nozes, doces caseiros, picles e
e oferecem desde jantares à Compras bananas, vindos dos atóis.
luz de velas, sob as estrelas, Já os aficionados por compras As lojas abrem de sábado à quin-
até passeios a sós em ilhas podem aproveitar. O artesanato ta, das 8h30 às 20h. Às sextas, das
desertas, passando por ro- mais característico são as cai- 13h30 às 20h. Mas todos os dias
mânticos bangalôs isolados, xas de madeira laqueada e as as lojas fecham oficialmente cin-
com tratamentos de spa no mais famosas vêm de Thulhaa- co vezes, por 15 minutos, em res-
próprio quarto. dhoo em Atol Baa. O artesanato peito às orações muçulmanas.
Tanto relax e você já está envolve um processo de mode-
querendo um pouco de agi- lar e escavar pedaços de ma- Para turistas conscientes
tação. Não há muita vida deira de árvores nativas para Aliás, visitar as Maldivas é um
noturna e se você é louco formar caixas, recipientes e exercício de respeito às tradições
por balada este não é o seu objetos ornamentais primoro- e à religião. Recomenda-se ves-
destino... Mas a maioria dos samente trabalhadas. Belas es- tuário discreto fora dos resorts.
resorts tem discotecas in- teiras de junco são tecidas em O respeito estende-se também à
formais em torno das áreas todas as ilhas. As mais famosas natureza. É fundamental não dei-
de bar, muitos com bandas são as tecidas pelas mulheres xar rastros na bela paisagem qua-
ao vivo, tocando música lo- de Gadhdhoo no Atol Gaafu se intocada. Todo tipo de expor-
cal tradicional e música oci- Dhaalu. Em vários tamanhos, tação de coral é proibida, assim
dental. Os ritmos locais são têm decorações à mão com in- como a exportação de tartarugas
contagiantes! Festas e chur- trincados desenhos abstratos. e seu casco. As leis são muito se-
rascos na praia também são E não podemos esquecer das veras com relação ao porte de
populares. Alguns resorts dhoni em miniaturas de madei- drogas, álcool e material porno-
oferecem programação cul- ra, muito populares. gráfico.
tural e cinema à noite. Dança Em Malé, há muitas lojas em Brasileiros precisam de visto, que
e canto tradicional também Magu Chaandanee, o Paraíso pode ser obtido na chegada e
acontecem espontaneamen- do Souvenir, que já foi conhe- vale por 30 dias. Também é pre-
te nas ilhas e são um espetá- cido como Bazar de Cinga- ciso vacina contra a febre amare-
culo à parte. pura, por ter muitos produtos la internacional, tomada 10 dias
importados de lá. A variedade antes da viagem.

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30 S H OW R O O M

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total como do varejo e da venda
direta. Ainda é possível refinar
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lado direito da tela, e escolher
as opções Brasil, área demarca-
da ou região.
O próximo filtro é o Compara-
tivo, que relaciona os números
de vendas da indústria por pe-
ríodos, a variação porcentual,
a colocação de cada marca no
mês anterior e no atual, iden-
tificando possível mudança no
posicionamento de cada fabri-
cante.
Na opção Lucro Bruto estará in-
dicado o lucro bruto da venda
de veículos 0 KM da empresa,
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lizará as informações do valor
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líquido total, lucro bruto, recei-
ta operacional, ROB, despesa
ideal para a nível.
Segundo o presidente da As-
operacional, lucro operacional,
rendimento e despesa adminis-
tomada de sobrav e do Grupo Disal, Dado
Guião, é muito importante, para
trativos, tanto no acumulado do
ano como por mês.
decisões a melhoria desta ferramenta,
receber sugestões e críticas,
No Ranking de Lucratividade
estarão disponíveis a posição
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do e-mail gmarcato@grupodi- nacional, analisando a posição
desenvolver o App da Assobrav. sal.com.br. em comparação com a região
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Volkswagen, uma nova ferramenta Concessionário, usando o mes- Enquanto a Análise de Peças e
digital, veio para facilitar aos mo nome de usuário e senha do Serviços oferece os números de
titulares e sucessores da Rede, Portal Assobrav, estarão dispo- vendas do balcão e da oficina,
em um primeiro momento, e em níveis no dashboard os núme- o tíquete médio, as passagens
ros de emplacamentos da in- tanto da concessionária como
seguida, aos diretores, gerentes e dústria e da área demarcada de dela com relação à sua região.
gestores, a tomada de decisões. vendas da Volkswagen, a parti- Por fim é possível acessar o
cipação de mercado da VW, o Sistema de Atendimento e rea-
O sistema oferece informações lucro bruto por venda de veícu- lizar consulta sobre as solicita-
atualizadas sobre o comporta- los novos e as informações do ções registradas, tanto por área
mento do mercado automotivo, pós-venda da concessionária. como por período, tipo de soli-
o número de emplacamentos e Ao acessar o menu estarão dis- citação, status ou responsável,
estudos econômicos comparati- poníveis nove opções de filtros, além de permitir a abertura de
vos entre a concessionária pes- além do dashboard. A primeira um novo atendimento.
quisada e as de porte equivalen- é Segmento, na qual o usuário Todas estas facilidades colo-
te ou da mesma praça, além de consegue visualizar as informa- cam a Rede de Concessioná-
dar acesso às edições da revista ções de share de vendas por rios na era digital, em sintonia
Showroom e à Assobrav TV, que, segmento, comparando o mês com a Revolução 4.0, que pro-
a propósito, realizou e veiculou atual com o anterior, a variação mete dominar o nosso mercado.

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Transformando SUCESSÃO
bons trabalhadores
em bons
empreendedores
A empresa familiar
costuma ser um
bom caminho para
o treinamento dos
filhos no trabalho.
Desde cedo, o pai
conduz a prole a
ganhar musculatura
profissional perto do ninho.
Os primeiros passeios pela crescimento da família? Devo fazê- não apenas a estratégia da empre-
-lo dentro do negócio atual ou te- sa como também ao seu controle,
empresa, os estágios de férias,
rei que buscar novos horizontes? estando a família fora da gestão.
as conversas de domingo, o Qual a inteligência humana e ar- O terceiro passo é não ter medo de
estímulo a seguir na mesma tificial que devo trazer para saltar não ter mais aquela ocupação que a
estrada. De maneira sedutora, o de modelo? Devo me aventurar em envolveu nos últimos 20 anos. Com
pai vai incentivando seus filhos outros modelos de gestão? Tantas a profissionalização da empresa
a ingressarem no negócio, hoje, perguntas relegadas ao baú, nunca nossa vida não se encerra. É hora
aberto, da reinvenção do negócio. de buscar novas oportunidades,
mais tarde que há 20 anos, mas
A rotina faz com que se sintam se- cavar outros negócios para trazer
o caminho pouco mudou. guros e acomodados, mas há no ar para a família, ampliar volumes e
um sentimento de que este não é lucratividade em outras searas.
CECILIA LODI o caminho. Os filhos, que antes es- O quarto passo é verificar se este
peravam o pai dar as coordenadas, caminho pode ser compartilhado.
Das tarefas mais braçais até o es- agora esperam isto de consultores Se queremos continuar empreen-
critório com ar-condicionado, os e colegas de profissão. São incapa- dendo juntos. Se queremos conti-
filhos vão galgando degraus até a zes de ver o oceano dentro de seus nuar investindo dinheiro, tempo e
diretoria e finalmente acontece a aquários. Acreditam que seus ne- esforço com nossos pares atuais.
sucessão. gócios são estes mesmos. No fundo O quinto passo é o mais difícil de
O pai vai se afastando aos poucos têm pavor de mudar, perder e aca- todos. O que iremos fazer? Num
e o comando é passado aos filhos bar na pobreza. Não ousam. Não mundo em que a maioria dos negó-
com o compromisso de o modelo pensam. cios e profissões não existirão em
de gestão ser minimamente altera- A difícil notícia para se ouvir é que 20 anos, qual é o caminho a trilhar?
do. Não se mexe em time que está o mundo é eterno movimento e na Sabemos que são tempos difíceis
ganhando. Esta é a crença geral. maioria das vezes ficar num mode- estes. Sabemos que os cachorros
Uma atitude equivocada. A em- lo nos tornará obsoleto mais cedo grandes do mercado estão ficando
presa chegou à maturidade e tem ou mais tarde. As vezes a resposta maiores ainda.
dificuldade de crescer. Pai e filhos não está em melhorar o negócio e É preciso acordar de manhã e du-
se acostumaram com o volume de sim fazer algo completamente di- vidar de sua rotina, da sua vida re-
vendas e rentabilidade. Se acos- ferente antes que este caminho en- grada e do seu tempo para apren-
tumaram a receber o mesmo di- contre seu fim. der inglês. Estes são tempos de
nheirinho no final do mês, alguns É preciso transformar esta família fazer algo diferente, de se desafiar
meses melhores que outros, mas trabalhadora em empreendedora. para mais do que se pode dar. São
naquela toada rotineira. Muito tra- O primeiro passo é a família fazer tempos para se desviar da manada
balho, mesmo resultado. uma autoanálise e verificar se ela e da mediocridade que assola o
O que pai e filhos não entendem é é a mais capaz para estar nos car- mundo. São tempos para corajosos
que a empresa precisa agora, não gos que ocupa. Se a resposta for que sabem que se não caminharem
mais de bons trabalhadores, mas negativa, ela deve abrir espaço à para o horizonte estarão condena-
de pessoas que pensam como em- profissionalização, sem ego ferido. dos a viver sobre as regras de al-
preendedores. Como vou aumen- O segundo passo é a implantação guém.
tar o volume dos negócios com o de uma governança que atenda
Cecília Lodi é consultora, especializada em Organização
e Sucessão de Empresas Familiares 31
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SE NÃO ME
FALHA A
MEMÓRIA

Somos parte da “aldeia”,

volkswagen-newsroom
mas queremos exclusividade
Fulano é tão cool... As palavras vão se misturando A gente quer se sentir traz o consumidor para
em línguas diferentes e a gente nem percebe. Acho parte da “aldeia”, mas dentro da loja. A marca
que vamos caminhar para uma língua internacional quer exclusividade. A é única, mas cada um se
naturalmente. Tem tantas palavras que são mais le- indústria em geral corre sente em casa quando
gais em outras línguas... As palavras francesas en- atrás dessa fórmula má- entra numa loja, seja em
traram na minha vida por causa da moda. As alemãs, gica. Como você vai se Delhi ou Viena...
por causa da cerveja. O inglês... Bem, o inglês está sentir exclusivo, vestin- Em comum, todas estas
em toda parte e já nem dá para explicar muito bem. do uma roupa feita em marcas têm o fato de
série na Ásia? Depende que quem as consome
MARIA REGINA CYRINO CORRÊA do modo. Depende do se sente parte do grupo.
acessório, do sapato. Do Sente-se “descolado”.
charme pessoal. É cool andar com um
Certas palavras inglesas novas práticas que ainda Eu sempre observo por copo de café na mão,
são meio intraduzíveis, não conhecemos. aí, nas minhas andan- mesmo que não esteja
como serendipity, minha Aliás, hoje tudo é muito ças, que é tudo muito em Nova York. Ou vestir
palavra favorita “ever”. O prático, intuitivo. A gente igual e ao mesmo tem- calças minuciosamente
dicionário diz que é “aca- compra um celular novo po muito diferente. As rasgadas para dar a im-
so”. Mas é tão mais do e já sai usando. Instala marcas que se firmam pressão de que foi sem
que isso. Serendipity vai um aplicativo e ele guia no cenário mundial querer. Ou dirigir um
muito além do acaso. É o você. Nem dá para ima- têm essa capacidade. carro que é tendência
acaso que leva a uma coi- ginar como era a vida Oferecem world class e você vê nas ruas de
sa feliz. Não é o máximo? antes de todas estas faci- quality, com tempero praticamente todas as
Aos poucos, vamos incor- lidades... O seu filho joga local, um pouquinho grandes cidades. Esse
porando palavras, con- vídeo game com alguém de pimenta. As marcas entendimento de que
ceitos, estilos de vida, até do outro lado do mundo. de alimentação são a cada lugar é único, cada
sermos um só planeta. E certamente, cada um maior prova disso. Tem consumidor é um, é que
Isso nunca vai significar tem um estilo diferente, produtos carros-chefes faz as grandes marcas
que perderemos caracte- uma maneira única de que estão em todos os se reinventarem todos
rísticas que nos são caras, marcar os mesmos pon- lugares, mas sempre os dias e manter legiões
mas vamos incorporar tos. tem uma coisa local que de seguidores.

34 S H OW R O O M Maria Regina Cyrino Corrêa,


é jornalista e publicitária
regina.cyrino@uol.com.br

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Quem e como é o MARKETING
cliente hoje?

volkswagen-newsroom
MARCELO ALLENDES

Meu filho de cinco anos tem um impulso


comedido por consumo, comparando-o a pping, pois há muita gen- pesquisas ficaram mais
outras crianças da mesma idade. É claro te, muita escada, muito acessíveis e ágeis. E a
barulho. comunicação de massa,
que já teve a fase “shopping center”,
Levando ao extremo, es- que reinou por tantas dé-
onde toda recompensa consistia em levá-
ses são os perfis de con- cadas, está quase inútil.
lo para passear, comer um lanche, tomar sumidores que entram Claro que algumas fer-
um sorvete e comprar um carrinho de em sua loja. Uns motiva- ramentas ainda sobrevi-
ferro. dos pelo novo, outros pelo verão por um tempo, en-
ambiente, por aparências, quanto sobreviverem os
Ele já passou, também, o nome de países, a loca- status, pelo sentimento de meios que as divulgam,
pela etapa vê, toca, mas lização no mapa-múndi e posse. E há os preguiço- como rádio, televisão e
não pede. Embora não as respectivas bandeiras. sos, que dificilmente sai- impressos. Mas já não faz
tenha durado muito E foi ruim, pois de um rão de casa e entrarão em sentido gastar fortunas
tempo, as lojas de brin- álbum ele passou para seu estabelecimento. com grandes campanhas
quedos serviam como outro e para outro. E aí Portanto, nas estratégias de lançamento, filmes re-
refúgio e parque de di- aflorou nele um aspecto de marketing é impor- buscadíssimos, garotos-
versão para alguém que típico em consumidor de tante considerar que atu- -propaganda caríssimos,
não sabia o que fazer qualquer idade: o gosto almente nenhum consu- material promocional.
sozinho com uma crian- pelo novo e, consequen- midor é igual a outro. No Todo folheto acaba no
ça pequena. No caso, temente, o descarte pelo fundo, os consumidores lixo, boa parte sem ser
eu. antigo. nunca foram iguais, já que lido.
Cinco meses atrás, im- Essa fase passou. Agora uma série de fatores aca- O cliente se dispersou,
pulsionado e motivado não há promessa que o ba influenciando no com- ora gosta de uma coisa,
pela Copa do Mundo, faça sair de casa. Nem portamento (financeiro, ora muda de ideia. É ne-
ele entrou na onda do sorvete, nem brinquedo, cultural, ideológico etc.). cessário chegar aonde
álbum e das figurinhas. nem hambúrguer, nada. Hoje em dia, com a tecno- ele está, dizendo o que
Foi bom. Ele aprendeu Diz que cansou de sho- logia e com a internet, as ele quer ouvir.

Marcelo Allendes é jornalista e profissional de marketing.


E-mail: allendes@yahoo.com
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MESTRE
CERVEJEIRO
As ACervAs são associações
estaduais de cervejeiros arte-
sanais, criadas para divulgar e
fomentar a cultura cervejeira

A cerveja no Brasil
e o hobby de fazer cerveja em
casa (mais conhecido pelo ter-
mo em inglês, homebrewing).
Criada em 2013, a Associação
Brasileira das Cervejarias Ar-
tesanais (Abracerva) é a en-
tidade representativa do seg-
mento no País. As cervejarias
associadas à Abracerva devem
respeitar diretrizes, como pro-
duzir no máximo 416.000 litros/
mês, não ter nenhum conglo-
merado nacional ou estrangei-
A história da cerveja no Brasil co- vejarias, que atendiam o merca- ro por trás das operações, não
meçou com a invasão holandesa na do local. Este padrão durou até exigir exclusividade em pon-
o final do século XX, quando as tos de venda e não incentivar
região nordeste. Junto com Maurício o consumo a qualquer custo,
grandes cervejarias e conglo-
de Nassau, chegou ao Brasil o mes- merados surgiram e ganharam ressaltando a máxima “beba
tre cervejeiro Dirck Dicx. Ambos força. menos, beba melhor”.
instalaram a primeira cervejaria da O mercado Brasileiro está entre Os cervejeiros brasileiros são
América, por volta do ano de 1640 os cinco maiores do mundo e é criativos e estão sempre ino-
e, ao que tudo indica, na residência amplamente dominado pelas vando e utilizando ingredien-
grandes cervejarias. As cerve- tes nacionais, alguns bastante
secundária do príncipe, chamada inusitados. Também é difícil
jas são, em geral, do estilo de-
de “La Fontaine”, em Pernambuco. nominado pilsen, uma cerveja indicar cervejas para degus-
feita com o mínimo possível de tação, mas deixarei dicas de
LEANDRO NOEL lúpulo e substituindo boa parte degustação com um misto de
do malte por insumos mais ba- indicações pessoais e de algu-
Nas regiões de domínio portu- ratos, como milho e arroz, que mas cervejas que têm grande
guês a cerveja sofreu resistên- reduzem o custo e prejudicam a destaque regionais ou nacio-
cia devido aos grandes lucros qualidade. Apesar de ainda não nais.
gerados pela venda dos vinhos ter volume significativo, há pou-
portugueses, assim, por muito cos anos a revolução da cerve- Dicas de degustação: Cerve-
tempo o comércio de cerveja ja artesanal começou a ganhar jaria Seasons – Tilt, session
foi exclusividade da Inglaterra. força. A cerveja artesanal e seus IPA; Holy Cow II – American
A ampliação do consumo e ven- entusiastas levaram ao grande IPA. Cervejaria Hocus Pocus –
da da cerveja começou com a público mais “educação” sobre Overdrive, Magic TrapBelgian
vinda da família real portugue- a bebida, dando informação Strong Golden Ale. Cerveja-
sa e com a abertura dos portos, sobre a vasta gama de estilos e ria Lohn – Carvoeira, Imperial
mas até meados do século XIX, variações de sabores e aromas. Stout. Cervejaria Bodebrown
o foco estava muito no comér- Hoje já é grande a variedade – Cacau IPA; Perigosa, Impe-
cio e pouco na produção de de rótulos artesanais oferecidos rial IPA. Cervejaria Bierland
cerveja. A primeira cervejaria em praticamente todos os esta- – Vienna. Cervejaria Bamberg
brasileira foi fundada em 1834 belecimentos e crescente o nú- – Rauchbier. Cervejaria Motim
- a Imperial Fábrica de Cerveja mero de bares, pubs, brewpubs – Hell de Janeiro, Golden Ale;
Nacional, que mais tarde veio a (bares que produzem cerveja in Salem, NE IPA.
se tornar a Companhia Cerveja- loco) e microcervejarias. É im-
ria Bohemia. portante também citar duas en-
A produção aumentava à me- tidades que representam muito
dida que surgiam, por diversas bem esta revolução cervejeira:
regiões do País, pequenas cer- a ACervA e a ABRACERVA.

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Leandro Noel é engenheiro, sucessor da VW Rodac de Volta Redonda e
cervejeiro por paixão.

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SABOR
PARTICULAR

“COMA QUANDO TIVER


FOME, NÃO QUANDO
ESTIVER ENTEDIADO.”
MICHAEL POLLAN

COSTELA CAIPIRINHA
TEXTO E FOTOS DE EMERSON HAAS
A cachaça é uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no Brasil e
somente este país tem o direito de usar tal nome.
Não é só para fazer caipirinha que a cachaça serve. A bebida pode ser
utilizada no preparo de inúmeros pratos, doces ou salgados, de bombons
a carnes assadas, tornando o preparo ainda mais saboroso.
Entre as várias utilidades desta bebida tupiniquim, a cachaça deixa as
suas massas mais crocantes, pois no preparo de pastéis e pizzas, na hora
de fritar, a bebida impede que a massa absorva muita gordura, ficando
crocante. Também vai muito bem no preparo de molhos reduzidos, dando
um toque adocicado, isso sem esquecer que a cachaça é ainda excelente
para flambar alimentos, acentuando o sabor dos ingredientes e no
preparo de carnes, usando-a para marinar e deixar a carne mais macia.
Pensando nestas possibilidades, a receita de hoje utiliza a costelinha de
porco, sempre deliciosa, limão e cachaça no preparo. Acompanhe:
Origem da cachaça
Ingredientes: (para 4 pessoas) No começo da colonização do Brasil, a
2kg de costelinha de porco • 25 ml de cachaça • Suco de 2 limões partir de 1530, a produção açucareira
4 colheres de sopa de açúcar mascavo • 3 colheres de sopa de óleo apareceu como primeiro grande
1 colher de sopa de manteiga • 3 ramos de alecrim empreendimento de exploração. Para
Sal e pimenta preta moída a gosto que todo esse trabalho fosse realizado,
os portugueses acabaram optando
Preparo: pelo uso da mão de obra escrava dos
Tempere a costela usando sal, pimenta, açúcar mascavo e suco de um africanos. No processo de fabricação do
limão. Aqueça o óleo e a manteiga em uma caçarola e leve a costelinha açúcar, os escravos realizavam a colheita
para fritar em fogo médio. Vá virando, para ir dourando. Depois, junte da cana e, após ser feito o esmagamento
a cachaça e flambe com cuidado. Mexa delicadamente para espalhar dos caules, cozinhavam o caldo em
o fogo proveniente da flambada e aguarde até este apagar. Acrescente enormes tachos até se transformarem em
o restante do açúcar, o suco do outro limão, o alecrim e cerca de duas melado. Nesse processo de cozimento,
xícaras de chá de água fervente. Tampe a panela e deixe cozinhar. era fabricado um caldo mais grosso,
Deixe cozinhar por cerca de 1 hora e, de tempos em tempos, vire as chamado de cagaça. Tal hábito fazia com
costelinhas e cheque o caldo, colocando água fervente aos poucos, se que a cagaça fermentasse com a ação do
necessário. Corrija o sal e a pimenta, desligue e sirva acompanhado de tempo e do clima, produzindo um liquido
batata doce cozida. fermentado de alto teor alcoólico.

Emerson Haas é colunista de enogastronomia de jornais,


revistas e blogs. emersonhaas@viavale.com.br
www.eu-gourmet.com
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VINHOS
&VIDEIRAS

CASA
REAL,
um ícone chileno
chega aos 30 anos
Para comemorar os 30 anos do
lançamento do Casa Real, cuja
primeira safra foi em 1989, a
diretoria da vinícola esteve no
Brasil para apresentar uma rara
e disputada degustação vertical, por argila e areias gros- dora da marca no Brasil.
organizada por Carlos Cabral, sas, a Santa Rita só pro- Hoje a Santa Rita tem um
onde foram mostradas safras duz o Casa Real em anos ótimo time de enólogos,
representativas do vinho. realmente excepcionais, o entre eles Andrés Illaba-
que o torna um objeto de ca e Sebastián Labbé, que
desejo dos apreciadores fez ótimo trabalho na Viña
ARTHUR PICCOLOMINI AZEVEDO de vinhos chilenos. Carmem e hoje é um dos
O processo de vinificação principais responsáveis
é bastante interessante, pelo Casa Real e outros
Fundada em 1880 por Domingos Fer- sendo a fermentação rea- vinhos da vinícola.
nández Concha, em Alto Jahuel, no lizada em tanques de aço Ficou patente a longevi-
mesmo local onde a vinícola se situa inoxidável (80%), concreto dade do Casa Real, pois a
hoje, a Santa Rita tem uma longa traje- e barrica de aço inox. O safra mais antiga degus-
tória de produção de excelentes vinhos, amadurecimento do vinho tada, a 1995, mostrou-se
se dá em barricas novas ainda com potencial de
e passou em 1970 para as mãos da fa-
de carvalho francês, por guarda, com fruta ínte-
mília García Huidobro. 12 a 18 meses, dependen- gra e boa complexidade
do do ano em questão. O aromática. Nessa linha, a
Em 1980 a vinícola foi adquirida pelo resultado é um vinho de surpresa maior veio com a
Grupo Claro, em associação com a excepcional caráter varie- safra 2001, um vinho que
Owens Illinois Company, sendo que em tal, com aromas e sabores se apresentou com ines-
1988 o Grupo Claro assumiu o total con- de rara tipicidade, que re- perada juventude, com
trole da companhia, introduzindo signi- presentam como poucos o saudável cor rubi, aro-
ficativas melhoras tecnológicas. personalíssimo Cabernet mas sabores deliciosos
O principal vinho da Santa Rita é o Casa Sauvignon do Maipo. de frutas frescas, muito
Real, um puríssimo Cabernet Sauvig- Na degustação vertical, ou equilibrado, macio e per-
non do Vale do Maipo, que é a região seja, várias safras de um sistente. Um triunfo da vi-
produtora mais próxima de Santiago mesmo vinho, foram mos- tivinicultura chilena.
do Chile, considerada a melhor área do tradas os Casa Real 1995, O conhecido Casa Real
Chile para o cultivo dessa varietal. 1998, 2001, 2009, 2011 2009 não negou as origens
No Vale do Maipo, a denominada Área e 2014. Os vinhos foram e foi, em nossa opinião o
Andes é onde estão os grandes vinhos elaborados por diferentes grande vinho da degus-
tintos do Chile, dos quais o Casa Real é enólogos, com destaque tação, aliando juventude,
um dos destaques. Com vinhas de Ca- para a excepcional Tere- complexidade e muita
bernet Sauvignon plantadas nos anos za Torres, que por muitos classe, com o inconfundí-
1940 em solos aluvionais, constituídos anos foi a grande divulga- vel DNA do Maipo.

38 S H OW R O O M
Arthur Piccolomini de Azevedo é Presidente da Associação
Brasileira de Sommeliers-SP, editor do website Artwine
(www.artwine.com.br), jornalista, palestrante e consultor.

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