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Publicação mensal
da Editora QD Ltda.
setembro de 2018 – nO 524
R$14,50
P E T
M U LT I C A M A D A S E PA R E D E S F I N A S
CONQUISTAM NOVA S APLICAÇÕES
EMBALAGEM
SEGUROS E PRÁTICOS, BALDES
DE PP AVANÇAM NA S TINTA S
www.plastico.com.br
Uma Gama Completa de Robôs
Um Único Controle
2
DIRETORES ANO XLVII - N o
524 -SETEMBRO DE 2018
Eng. Denisard G. da Silva Pinto
Emanoel Fairbanks
plastico@qd.com.br
NOVO ENDEREÇO
www.plastico.com.br Informamos aos leitores, clientes e fornecedores que
DEPARTAMENTO EDITORIAL a Editora QD transferiu sua sede para:
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Diretor: Emanoel Fairbanks
Editor: Marcelo M. Fairbanks
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Redação: Antonio Carlos Segantti Novo Tel.: (11) 3562-5990
Santomauro e José Paulo Sant’Anna
(colaboradores) Sejam bem vindos!
Arte: Sueli Rojas (colaboradora)
Pesquisa: (guias): Angela Mota Capa: linha de envase de água mineral em garrafas de PET,
guias@qd.com.br da Krones (Foto de Divulgação)
DEPARTAMENTO COMERCIAL
comercial@qd.com.br
18
Jurídicas do 5º Ofício de Registro
de Títulos e Documentos da Comarca
da Capital do Estado de São Paulo.
S
DRT-1 nº 11.590/90 de 26/10/90.
A
Exemplos de baldes produzidos pela Fibrasa para revestimentos
facilita muito o manuseio por par- sil, inclusive, foi feita uma experi-
te dos pintores. O plástico é rígido, ência pela marca Novacor, pioneira
não amassa, e não sofre problemas no uso desse expediente em latas de
de corrosão. É mais resistente aos 18 litros. A estratégia não teve pros-
impactos. A abertura das tampas se seguimento após análise da relação
dá de maneira muito mais eficiente, entre o aumento do custo e o inte-
graças ao projeto cuidadoso dos la- resse dos pintores.
cres. O formato das tampas também Quando o assunto é a recicla-
permite maior praticidade, pode gem, Álvares ressalta alguns aspec-
possuir design para facilitar a intro- tos positivos do aço. Como ocor-
dução de rolos de pintura e permitir re com o plástico, ele também pode
o aproveitamento total do conteúdo. ser 100% reciclado. Uma vantagem
Outra vantagem, ainda de acor- é a de que o preço da sucata do aço
do com a Abiplast, se encontra na torna lucrativa a operação de logís-
possibilidade de reutilização dos tica reversa. No Brasil, mesmo com
baldes plásticos, muito maior do Souza: inovações tornaram os a operação realizada até hoje de ma-
que os das latas. As pessoas gos- baldes plásticos mais atraentes neira pouco organizada, o índice
tam de reaproveitar as embalagens de reciclagem das latas de aço é de
para utilizar em atividades domés- 47%. O sindicato tem projetos para
ticas, por exemplo. Além disso, eles trias de Estamparias de Metais (Si- melhorar esse número com o apri-
são 100% recicláveis, operação fei- niem) conta com estudo realizado moramento das operações de logís-
ta com maior facilidade por serem pelo seu vice-presidente e diretor da tica reversa.
feitos em monopolímero. Podem ser Brasilata, Antônio Carlos Teixeira Há um facilitador para os proje-
transformados novamente em maté- Álvares, para divulgar as vantagens tos de recuperação. Na hora da se-
ria-prima, voltando para a cadeia de do aço. O dirigente destaca algumas paração do lixo, as usinas podem
produção de novos produtos, o que propriedades das embalagens metá- se valer de eletroímãs para realizar
resulta na redução do uso de recur- licas. De acordo com ele, no Brasil, a tarefa com maior eficiência. Nos
sos naturais. A associação informa assim como acontece no Japão e na casos onde a reciclagem não ocor-
que está aprimorando programas de Coréia do Sul, a indústria metalúr- re, a matéria-prima apresenta outra
logística reversa para melhorar a efi- gica é muito bem estruturada. Esses propriedade interessante. A degra-
ciência e aumentar o volume de ma- países são grandes produtores e ex- dação no solo ocorre em período de
terial recuperado. portadores de aço, o que os tornam cinco anos, muito menor do que o
No quesito aparência, o plástico competitivos mesmo no uso das em- da degradação do plástico. E as la-
também mostra suas armas. Os po- balagens de tintas à base de água. tas se transformam em óxido de fer-
tes podem ganhar formas variadas Quando o assunto recai para a ro, substância não poluente.
sem muitas dificuldades e ser inje- logística, o grande trunfo das latas
tados em resinas coloridas ou trans- é sua capacidade de empilhamen- Palavra de quem compra – Na con-
parentes, o que torna mais fácil a to. Álvares explica que no caso das dição de fornecedores de tintas
customização da aparência final. A embalagens de 18 litros, podem ser que utilizam embalagens produzi-
rotulagem merece observação par- empilhadas até nove camadas de la- das com os dois tipos de matérias-
ticular. Um processo bastante usa- tas, contra três dos baldes plásticos. primas, alguns dos fabricantes de
do nesse mercado é o do in mold la- Dessa forma, manter estoques de marcas com grande participação
bel, que consiste na colocação por tinta nas latas requer espaço muito no mercado nacional não se sentem
meio de robôs de rótulos nos mol- menor. Ele também destaca a ele- confortáveis para falar sobre a dis-
des durante o ciclo de injeção. Com vada estanqueidade obtida com as puta. Procurados pela reportagem,
essa técnica é possível fabricar bal- tampas metálicas. preferiram não se manifestar.
des de uma mesma cor com apre- Quando o assunto chega às al- A exceção ficou por conta da
sentações completamente distintas ças, um dos trunfos da indústria do Tintas Iquine, com fábrica no polo
apenas com a troca dos rótulos, sem plástico para ressaltar seus baldes, industrial de Jaboatão dos Guara-
qualquer alteração significativa na o vice-presidente do Siniem lembra rapes, na Grande Recife-PE. Alan
regulagem dos equipamentos. que a introdução de alças nas latas Souza, diretor de marketing e ven-
O Sindicato Nacional das Indús- é perfeitamente possível. No Bra- das, apresenta a empresa como a
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Ótima plástificação e um excelente acabamento 100%
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sidades da tecnologia in mold label ças de menor porte, caso de potes ração dos níveis econômicos. “As
aplicada em peças de grande por- de alimentos com volumes reduzi- fábricas de tintas estão com bastan-
te”, explica Alexandre Calabria, ge- dos, por exemplo. te capacidade ociosa, mas os clien-
rente de vendas. A empresa foi uma Calabria vê com bons olhos esse tes estão atentos à modernização de
das pioneiras na adoção da técnica novo nicho. Para ele as vantagens do suas linhas de produção. Estou visi-
de inserir etiquetas nos moldes du- plástico são claras e o ritmo da subs- tando várias empresas que já come-
rante o ciclo de injeção no Brasil, tituição das latas deve ser intensifi- çaram a migração para os baldes há
mas no passado a utilizava em pe- cado à medida que ocorra a recupe- algum tempo”. n
O
s menos avisados po- dimensionados, geravam desperdí-
dem pensar que produ- cio”, informa Paulo Bernardes, ge-
zir os baldes para em- rente regional de vendas da trans-
balar tintas se trata de formadora Fibrasa, uma das trans-
uma operação simples. formadoras líderes desse segmento.
Nada mais falso. Essas Para dar uma ideia, ele comenta que
peças precisam atender a uma série os baldes de 18 litros feitos de poli-
de expectativas para poderem ser uti- propileno hoje pesam pouco mais de
lizadas. Não por acaso, poucos trans- 700 gramas, contra cerca de um quilo
formadores estão aptos a participar há quatro anos. O executivo destaca
Caetano: Braskem desenvolve PP
desse nicho de mercado. Os investi- que a indústria brasileira foi uma das para tintas há quase dez anos
mentos necessários para montar uma pioneiras na pesquisa e desenvolvi-
linha de produção são elevados. Em mento necessários para tal evolução.
especial no caso dos baldes de 18 li- “A nossa indústria se esforçou bas- dos maiores mercados mundiais des-
tros, que exigem injetoras de gran- tante e hoje trabalhamos muito pró- se segmento.
de porte, com forças de fechamento ximos do limite de peso ideal”. “O uso de resinas plásticas para
acima de 500 toneladas, além de pe- As dificuldades não param por esta aplicação é tendência mundial.
riféricos que garantam alto grau de aí. O elevado número de peças ne- Iniciamos há cerca de dez anos um
automação. cessárias para abastecer o mercado trabalho específico para desenvolver
Uma das características essen- obriga os transformadores a traba- soluções em polipropileno que aten-
ciais dessas embalagens é a resistên- lharem com ciclos de produção mui- dessem a demandas dos produtores
cia mecânica. Seria desastroso, por to rápidos. Além do perfeito trabalho e já temos um portfólio consolida-
exemplo, se as embalagens carrega- dos transformadores, os fornecedo- do para o segmento, fornecendo es-
das estourassem facilmente após in- res de matérias-primas e de equipa- pecialmente para as regiões Nordes-
cidentes nos pontos de venda. Atin- mentos têm colaborado muito para a te, Sul e Sudeste, além de outros paí-
gir tal desempenho se torna mais eficiência necessária para a fabrica- ses”, informa Mauro Catizani Caeta-
complicado se levarmos em conside- ção das peças. no, líder do segmento de embalagens
ração a tendência exigida pelos usuá- rígidas e baldes.
rios de embalagens, a de se obter pe- Pesquisa constante – No campo das Um lançamento recente da
ças cada vez mais leves, dotadas de matérias-primas, as empresas quími- Braskem para essa aplicação é o co-
paredes com espessuras muito finas, cas investem de forma constante na polímero heterofásico CG 600N.
próximas ao máximo do limite espe- busca de formulações de polipropile- “Ele apresenta elevada fluidez e ex-
rado para atender as exigências de re- no adequadas para a operação. Para a celente balanço entre rigidez e resis-
sistência. Tudo em nome da econo- brasileira Braskem, o setor de emba- tência ao impacto”. Outro produto
mia de matéria-prima. lagens para tintas é considerado mui- voltado para esse nicho é o EP 440P,
“Os baldes antigos eram super- to importante, visto que o Brasil é um copolímero heterofásico de média
mentar este volume de acordo com a Rieker explica que as injetoras in-
demanda da empresa. O projeto faz dicadas para a produção de baldes pre-
parte da plataforma Wecycle, criada cisam ter velocidade de injeção muito
pela Braskem com o objetivo de de- grande. “O plástico precisa preencher
senvolver negócios e iniciativas para a cavidade rapidamente. O percurso
a valorização de resíduos plásticos percorrido pela matéria-prima é longo
por meio de parcerias. e não pode haver plastificação antes da
Rieker: aplicação requer alta hora”. Essa condição se deve às carac-
velocidade de injeção no molde equiPamentos – O sucesso da fabri- terísticas da peça, que tem grande pro-
cação de baldes para tintas depen- fundidade e paredes finas.
fluidez. “O produto tem excelente ba- de muito da eficiência dos equipa- A recomendação dos fabricantes
lanço entre processabilidade, resis- mentos utilizados. Entre eles, as má- recai sobre máquinas híbridas ou elé-
tência a impacto e rigidez”. Em pa- quinas injetoras, coração das linhas tricas, que conseguem atender as ex-
ralelo, a empresa desenvolve pesqui- de produção. “Para nós, esse é um pectativas. “Nesse mercado, os brasi-
sas para personalizar a resina e aten- mercado em ascensão. Está havendo leiros estão migrando para as máqui-
der demandas específicas dos fabri- uma transição do uso das latas para nas elétricas, que proporcionam maior
cantes. “Também consideramos ou- o plástico e nos últimos dois anos economia de energia”, diz o gerente
tros pontos importantes para nos- houve um aumento de procura por da Sumitomo Demag. Ele recomenda,
sos desenvolvimentos, como trans- máquinas para essa finalidade”, ex- para os baldes maiores, as injetoras da
parência, design do produto e rótu- plica Christoph Rieker, diretor ge- empresa modelos El-Exis SP (híbri-
los, peso, resistência, estocagem e ral do escritório brasileiro de vendas das) e IntElect (elétricas).
manuseio”. da fabricante de injetoras Sumitomo Por se tratar de operação sofisti-
A possibilidade total de reci- Demag, empresa surgida da compra cada, as linhas para produção de bal-
clagem é vista com atenção pela da alemã Demag pela japonesa Su- des precisam contar com periféricos de
Braskem. Em abril, em parceria com mitomo. elevada tecnologia. Um exemplo ocor-
a Condor, fabricante de materiais Rieker ressalta que esse mercado re com o equipamento necessário para
para pintura imobiliária e outros pro- ainda é pequeno, no Brasil são pou- a implantação do in mold label, que re-
dutos, a empresa lançou o “kit sus- cos os transformadores de porte des- quer o uso de robôs e total sintonia de
tentável especial” de pintura, pri- se tipo de peças. “As principais de- todos os movimentos da operação du-
meiro produto proveniente do rea- vem ser umas cinco ou seis empre- rante o ciclo de injeção.
proveitamento de embalagens plás- sas”. O diretor, no entanto, avalia o Enquanto a injetora abre, as gar-
ticas de tintas gráficas e demarcação potencial de crescimento para os pró- ras dos robôs pegam os rótulos com a
viária. No anúncio do lançamento, a ximos anos como muito bom. ajuda de ventosas. Os rótulos são le-
Braskem coletava cerca de cinco mil Opinião bastante similar tem vados para as cavidades do molde e lá
embalagens descartadas por mês por Marcos Cardenal, engenheiro de fixados por meio de descarga elétrica
empresas do segmento de tintas. Ela vendas da Wittmann Battenfeld, gru- – em torno de 15 mil e 20 mil volts –
tem a expectativa de duplicar essa po surgido a partir da aquisição da ou de sistema de vácuo presente na
quantidade até o final do ano. alemã Battenfeld pela austríaca Wit- ferramenta. O ciclo prossegue. A re-
Com o que é coletado, a compa- tmann. A empresa fornece máquinas sina é injetada e incorpora o rótulo. A
nhia fornece mensalmente duas to- injetoras e equipamentos para auto- peça é retirada já decorada e pronta
neladas de resina de polipropileno mação de linhas de produção. “É um para ser usada. Tudo isso ocorre em
pós-consumo à Condor, podendo au- mercado em ascensão”. segundos.n
ECONOMIA CIRCULAR
X ECONOMIA LINEAR
MATÉRIA-PRIMA
RECICLAGEM DESIGN
PRODUÇÃO E
DESCARTE REAPROVEITAMENTO
CONSUMO DISTRIBUIÇÃO
O
s novos grupos con- çon, diretor-executivo da Associação
troladores da produ- Brasileira da Indústria do PET (Abi-
ção da resina, recém- pet), no Brasil a demanda por essa re-
chegados para substi- sina se expanda neste ano cerca de 2%
tuir os anteriores, po- (relativamente a 2017). Em alguma
dem significar alguma medida, a queda no consumo de re-
incerteza no mercado brasileiro de te- frigerantes e a redução nas espessu-
reftalato de polietileno, mais conheci- ras de embalagens refreiam essa ex-
do como PET. Mas o próprio interes- pansão. “Mas é notório o crescimento
se desses players indica serem posi- em mercados como água, leite longa Considerando apenas o que ele
tivas as expectativas dessa indústria, vida e derivados de leite, chás e ener- denomina de ‘PET garrafa’ – a por-
hoje capaz de gerar negócios em um géticos, entre outros”, detalha Mar- ção destinada a embalagens, gêne-
leque bem mais vasto de aplicações çon. “Mudam os hábitos do consumi- ro de aplicação amplamente majori-
além das usuais embalagens de refri- dor, mas o PET acompanha isso sem tária nesse mercado –, Jaroski estima
gerantes, água, e mais recentemente oscilação na demanda”, acrescenta. para 2018 um incremento no consu-
de óleos comestíveis. Nelas, o PET Também Maurício Jaroski, diretor mo aparente da resina superior àquele
apresenta como diferenciais compe- de portfólio e conhecimento da con- projetado pelo diretor da Abipet: cer-
titivos frente a opções como vidro e sultoria W4Chem (spin-off da con- ca de 5%. “A médio e longo prazos as
alumínio – e mesmo outras resinas – sultoria MaxiQuim), credita o impul- perspectivas são boas, caso contrário
a elevada resistência química e a im- so nessa demanda a novas aplicações não teríamos tão rapidamente players
pactos, a barreira eficaz a gases e odo- em bebidas, por exemplo, em sucos, mundiais adquirindo plantas no Bra-
res, a transparência, o peso menor e o leite e águas aromatizadas. “E come- sil”, complementa o consultor.
custo final inferior. ça a aparecer mais PET em embala- Um desses players é o grupo tai-
Os novos usos contribuirão para gens termoformadas de alimentos”, landês Indorama, que em março úl-
que, pelas estimativas de Auri Mar- destaca. timo se tornou dono da operação de
produção de PET mantida no Com- dos para a PQS, Emilio Larrañaga, produção de PET da PQS para suprir o
plexo de Suape-PE pelo grupo italia- diretor comercial da Alpek na Amé- desenvolvimento do mercado interno
no M&G. O outro é a Alpek, empre- rica do Sul, cita a ocupação plena da e das exportações destinadas princi-
sa de capital mexicano que no final de atual capacidade ali existente de pro- palmente para outras nações da Amé-
2016 adquiriu as operações, instala- dução de PTA (ácido tereftálico puri- rica do Sul (a empresa também pro-
das nesse mesmo complexo, da PQS ficado, matéria-prima do PET e de fi- duz na Argentina resina PET virgem e
(Petroquímica Suape) e da Citepe bras têxteis) hoje de 700 mil tonela- reciclada). “E começamos a aumentar
(Companhia Integrada Têxtil de Per- das anuais (é a única produtora nacio- a produção de filamentos têxteis, cujo
nambuco), anteriormente controla- nal de PTA). “Já estamos ampliando consumo no Brasil é crescente e ma-
das pela Petrobras. Mantendo em di- a produção de PTA, buscando aten- joritariamente atendido pela importa-
versos países mais de vinte unidades der a demanda nacional e substituindo ção”, acrescenta Larrañaga.
produtoras da cadeia do poliéster (da as importações”, diz Larrañaga (en- O PET, ele reconhece, enfrenta
qual o PET faz parte), a Alpek já atu- tre janeiro e julho deste ano o Brasil desafios, como a queda nas vendas de
ava no Brasil através da Styropek, que importou em média 8 mil toneladas refrigerantes e a redução nas espessu-
produz EPS em Guaratinguetá-SP. mensais de PTA). ras de embalagens. Mas tem também
Entre os objetivos agora coloca- Pretende-se também ampliar a muitas oportunidades: por exemplo,
Divulgação/Abipet/Eudes Santana
para novos produtos”, afirma o pro- aliza o sopro não com ar, e sim com
fissional da Alpek. a própria água que será acondiciona-
da na embalagem (ao menos por en-
Produtividade e menor consumo – A quanto esse equipamento servirá ape-
expansão dos usos do PET acompa- Marçon: redução de espessura nas para envase de água, não trabalha-
nha a evolução das tecnologias de- das paredes contém demanda rá com bebidas carbonatadas). “Até
dicadas a sua transformação, que nas o final do próximo ano essa tecnolo-
aplicações mais consagradas, mui- Também as sopradoras Blomax, gia deve entrar em operação efetiva”,
to associadas a grandes volumes de da KHS, podem hoje produzir 2,5 ele projeta.
produção, a exemplo das embala- mil garrafas por cavidade por hora. A substituição das tecnologias hi-
gens para refrigerantes e água, orien- E há melhorias, relata Marcelo Mar- dráulicas pela eletrônica também apa-
ta-se por diretrizes como incremento tini, gerente comercial dessa empre- rece nos relatos do processo de desen-
da produtividade e redução do consu- sa, também no consumo de energia. volvimento das sopradoras: “Quan-
mo energético. “Nossa Série 4 de sopradoras, lança- do de seu lançamento, os equipamen-
As primeiras sopradoras da mar- da em 2009, já havia reduzido esse tos de nossa linha Petmatic, de sopra-
ca Krones, por exemplo, quando che- consumo em média em 30% (relati- doras de PET, eram quase integral-
garam ao mercado, em 1998, podiam vamente às máquinas anteriores). Na mente pneumáticos. Agora, vários de
produzir mil garrafas/cavidade/hora. Série 5, que lançaremos mundialmen- seus movimentos, como o estiramen-
Atualmente, consegue chegar a 2.500 te neste mês de setembro, ele diminui- to das pré-formas, têm controles elé-
garrafas/cavidade/hora. Além disso, rá ainda mais”, diz Martini. tricos e por servomotores”, relata Le-
lembra Ayrton Irokawa, gerente co- Ele ressalta a evolução da tecno- andro Pavan, gerente de marketing da
mercial da Krones do Brasil, se já logia dos fornos da sopradoras, hoje Pavan Zanetti. “Também desenvolve-
houve época na qual o sopro aconte- capazes de direcionar melhor o calor mos um sistema de recuperação de ar
cia em local diferente do envase, atu- para as partes das pré-formas que ne- de sopro, que promove economia de
almente cresce a demanda por solu- cessitam de aquecimento, minimizan- ar comprimido, e consequentemente
ções que integram sopradora, rotula- de energia”, acrescenta.
dora e enchedora em uma única linha Este ano, a linha de sopradoras
(sem sequer haver espaços intermedi- Petmatic, da Pavan Zanetti, rece-
ários para armazenamento das emba- beu um novo integrante (o quinto):
lagens, como também aconteceu du- o modelo Petmatic 6000, para emba-
rante algum tempo). lagens de PET de 5 ou 6 litros, con-
Na Krones, essas soluções inte- cebida com foco em mercados como
gradas têm a marca Ergobloc, e capa- água e limpeza doméstica. “Existem
cidade para envasar até 81 mil garra- hoje até mesmo embalagens de água
fas por hora. “Elas têm sido o gran- de 20 litros feitas com PET”, obser-
de diferencial da empresa nesta últi- va Pavan. “Percebemos a demanda
ma década”, afirma Irokawa. “Tam- por máquinas para embalagens maio-
bém crescem as tecnologias de envase res e, desde o lançamento, já vende-
asséptico, em PET, de bebidas sensí- mos um numero significativo da Pet-
veis, um de nossos focos para os pró- matic 6000”, diz.
ximos anos”, acrescenta Irokawa (en-
tre as ‘bebidas sensíveis’ ele inclui su- Jaroski: mercado local é bom
cos, leite, águas aromatizadas e bebi- a ponto de atrair investidores
das protéicas, entre outros itens).
22 Plástico
Plástico Moderno
Moderno -- setembro,
setembro, 2018
2018
bottle-to-botlte (que permite usar a
resina reciclada nas próprias emba-
lagens de bebidas e alimentos). “Tem
tudo para crescer ainda mais a recicla-
gem do PET: no Brasil, o índice dessa
reciclagem está hoje próximo de 56%,
mas na Alemanha ele já supera 90%”,
enfatiza Irokawa.
No atual contexto, a reciclagem
pode inclusive ganhar impulso adi-
cional com a valorização do preço in-
ternacional das resinas registrada nos
últimos meses (mais acentuada que
em anos anteriores); mas mesmo aqui
Linha de produção conta com sopradora InnoPET Blomax, da KHS
o movimento de reaproveitamento
bebidas sensíveis, especificamente, do, destaca Marcelo Martini, da KHS, do PET pós-consumo parece só não
esse crescimento deve ser rápido e movimentos como a expansão da de- constituir atividade mais pujante por
exponencial. “O PET hoje provavel- manda por equipamentos para a pro- questões muito específicas, uma de-
mente representa cerca de 5% das em- dução de embalagens retornáveis fei- las, a baixa oferta de sucata para os
balagens dessas bebidas, nas quais os tas com essa resina (já utilizadas por recicladores.
cartões ainda são amplamente majori- empresas como a Coca-Cola). “So- É esse o principal motivo da ine-
tários, mas em cinco anos esse índice pradoras para esse tipo de embalagem xistência de projetos de ampliação
deve subir para cerca de 50%”, pro- têm especificidades, como a necessi- da estrutura produtiva do Grupo AG,
jeta Irokawa. dade de aquecer lateralmente o mol- que já recicla, para uso bottle-to-bot-
de, e trabalham com pré-formas mais tle, 800 toneladas mensais da resina.
Reciclagem em alta – A crescente ne- pesadas”, detalha. “Só não pensamos em uma nova má-
cessidade de considerar os fatores re- Por sua vez, a Krones, segundo quina para aumentar essa capacidade
lacionados à sustentabilidade também Irokawa, olha muito atentamente para por falta de sucata”, afirma Anderson
impacta o mercado dos equipamen- a indústria da reciclagem, para a qual Cardoso Guimarães, presidente do
tos de transformação de PET, geran- disponibiliza soluções para sistemas Grupo AG. “No Brasil, o PET re- 23
A
fabricante de especiali- nando aumentos expressivos de com-
dades químicas voltadas petitividade em relação às antigas ba-
Divulgação
para aumento de desem- teladas. O carro-chefe do portfólio
penho industrial Chem- são os desmoldantes, insumos que po- Psillakis: produtos melhoram
Trend (integrante do Gru- dem melhorar o desempenho produti- desempenho na transformação
po Freudenberg) nos segmentos de vo dos clientes e seu perfil ambiental.
plásticos, pneus, borracha, poliureta- Produtos antigos usavam solventes de metais, de poliuretano (espumas e
nos, compósitos, madeira e fundição orgânicos, com risco mais elevado de rígidos), compósitos e peças feitas de
colhe os frutos do investimento de R$ segurança e saúde ocupacional. “Um materiais plásticos diversos. “Não fa-
60 milhões na construção da fábrica desmoldante precisa formar um filme zemos apenas desmoldantes, os ter-
nova de Valinhos-SP, inaugurada em muito bem ancorado sobre o molde e moplásticos, por exemplo, deles qua-
2016. A unidade de produção permi- deve ser inerte às reações químicas se não precisam, mas consomem nos-
tiu acelerar os trabalhos de nacionali- superficiais, do contrário viraria uma sos agentes de purga, lubrificantes de
zação de portfólio e formular produ- cola e seria impossível retirar o mate- moldes e bicos injetores, limpadores
tos mais adequados aos clientes locais. rial de lá”, explicou Psillakis. Ou seja, líquidos, primers e clear coats”, co-
A Chem-Trend iniciou suas opera- o insumo facilita e acelera o processa- mentou Noce.
ções no Brasil em 1986, com uma fá- mento e também protege os moldes, A ideia principal da companhia
brica na mesma cidade paulista, mas cujo custo é caríssimo. é oferecer soluções aos seus clientes
que operava com grande participa- Isso exige manter um contínuo para que eles consigam melhorar sua
ção de produtos importados. “Com o processo de pesquisa e desenvolvi- eficiência produtiva, reduzindo tem-
avanço dos produtos elaborados com mento de novas moléculas e formula- po de produção, perdas e o consumo
base em água, hoje com 70% do por- ções, apoiada por uma rede própria de de energia no processo, bem como
tfólio, contar com produção local se laboratórios espalhada por vários pa- minimizar os eventuais impactos am-
tornou fundamental”, comentou Mi- íses (a empresa atua em cinco regiões bientais. “O desmoldante contribui
guel Psillakis, vice-presidente exe- geográficas, atendendo a sete indús- para o acabamento de peças molda-
cutivo de marketing e tecnologia da trias consumidoras), com a coorde- das, como pneus, painéis de madei-
companhia. Além disso, ele explicou nação de uma estrutura corporativa de ra, fundidos metálicos ou pás de gera-
que as demandas variam muito de um P&D. Os desenvolvimentos são con- dores eólicos”, salientou Psillakis. A
país para outro, acompanhando prefe- duzidos por equipes formadas com companhia conta com 1.500 desmol-
rências dos consumidores finais, qua- especialistas de vários países, atuan- dantes em seu portfólio global.
lidade e estado da arte dos equipa- do em rede, permitindo identificar va- Além de preferir os desenvolvi-
mentos de produção e custos, exigin- riações úteis para cada local. “Inves- mentos com base em água, a Chem-
do adaptações. timos perto de 4,5% do faturamento Trend também envida esforços para
Com a fábrica de Valinhos, a uni- em P&D e nosso portfólio é totalmen- usar mais ingredientes de origem na-
dade brasileira fabrica quase 95% de te renovado a cada cinco anos”, co- tural renovável. “Observamos os ris-
tudo o que vende no país e na região. mentou Psillakis. A companhia tam- cos e a sustentabilidade das matérias-
“Mas 45% desse percentual depende bém mantém intercâmbio com uni- primas, o modo de produção e quais
da importação de algum insumo que versidades e institutos de pesquisas. os benefícios que a inovação pode le-
não é oferecido pela indústria quími- “Com universidades, o trabalho pre- var para os clientes”, salientou.
ca local”, afirmou Paulo José Noce, cisa ser bem planejado porque o pes- Quanto ao uso cada vez mais in-
vice-presidente e gerente-geral da soal da academia sempre quer publi- tensivo das tecnologias da informa-
Chem-Trend Hemisfério Sul e geren- car os resultados, mas isso nem sem- ção, na linha da Indústria 4.0, a com-
te-geral da SurTec do Brasil (empre- pre é interessante para nós, por envol- panhia desenvolve um plano estraté-
sa do Grupo Freudenberg especializa- ver informações que gostaríamos de gico de digitalização de seus proces-
da em galvanoplastia, que comparti- manter confidenciais”, afirmou. sos e procedimentos, buscando inte-
lha a infraestrutura da fábrica com a O setor automobilístico é o maior ração maior com os clientes. “Quan-
Chem-Trend). Isso inclui tipos espe- cliente da Chem-Trend em todo o do um cliente tem equipamentos in-
cíficos de glicóis, óleos e ceras. mundo. Considerando suprimentos teligentes, ele se beneficia por rece-
Fora o aumento da capacidade para montadoras e para manutenção ber mais dados de processo e esses
produtiva, a nova fábrica incorpo- de pós-venda, esse setor absorve 70% dados também nos interessam, pois
rou avanços tecnológicos em reação das suas vendas no Brasil. Isso inclui permitem orientar as recomendações
e emulsificação contínuas, proporcio- fornecimentos para a transformação e também indicar possibilidades para
Divulgação
Segundo o executivo, o siste- do aumento da conectividade entre
ma de CRM (gerenciamento de rela- as partes. n (M.F.)
Pìmentel: energia eólica amplia
potencial de mercado no Brasil
OFERTA GLOBAL CAI E EPÓXI
RECUPERA RENTABILIDADE rujá. “Tínhamos um índice de ociosi-
dade muito alto que preocupava a ad-
G
uindada ao topo do cloro, álcalis e derivados, com ênfase ministração por ser insustentável; nas
ranking mundial dos pro- nos Estados Unidos. No século XXI, atuais conndições, posso dizer que
dutores de cloro/soda e houve a decisão de atuar globalmen- voltamos a ser sustentáveis, retoma-
resinas epóxi mediante a te e a compra dos negócios mundiais mos o volume que estava sendo su-
aquisição, em 2015, des- de cloro/soda e epóxi da Dow contri- prido pelos importadores”.
sas áreas de negócios da Dow Che- buiu muito para a transformação do O mercado brasileiro é interessan-
mical, a Olin anunciou recente inves- seu perfil. “Hoje atuamos com 19 de- te para a resina epóxi, contando com
timento de US$ 1 milhão para montar rivados de cloro/soda, incluindo po- robusto segmento de atividade volta-
laboratórios de controle de qualidade liuretano, agroquímicos e outros, isso do à manutenção industrial, grande
e de controle e tratamento de efluentes reduziu a dependência de poucos se- consumidora de tintas e adesivos. Pi-
líquidos no sítio produtivo de Guaru- tores de mercado”, considerou. mentel aponta duas vertentes de de-
já-SP. Com isso, esses serviços labo- No ramo dos epóxis, a Olin lide- manda por epóxis no país. A primei-
ratoriais deixam de ser efetuados por ra o ranking global com suas fábricas ra está nas tintas, usadas em segmen-
terceiros, sendo realizados com mais dos Estados Unidos, Europa, América tos diversos, desde o automotivo, na-
rapidez, com reflexos na produção. Latina e Pacífico, sendo também líder val, industrial e outros, aproveitando
“Com laboratório próprio, efetua- na produção de epicloridrina. “Faze- as características de não emissão de
remos o controle de qualidade de ma- mos bisfenol-A na Europa, mas a ope- VOC e de alta resistência química e
térias-primas e produtos finais com ração brasileira se abastece do forne- mecânica do material.
mais agilidade, além de podermos cedor local”, informou. A outra vertente está ligada aos
atender necessidades específicas de Pimentel explica que o merca- plásticos reforçados. No caso brasi-
alguns clientes”, comentou Luís Pi- do mundial de epóxi está em fase de leiro, a produção de pás para gerado-
mentel, diretor geral para América transformação. Há alguns anos, ha- res eólicos despontou como grande
Latina. Por sua vez, o laboratório vol- via uma superoferta de resinas, espe- mercado. “Houve uma retração en-
tado ao controle ambiental é funda- cialmente as fabricadas na China, que tre 2014 e 2017, mas os investimen-
mental para funcionamento de todo o estrangulavam a rentabilidade dos fa- tos em energia eólica estão voltando,
conjunto químico instalado no local. bricantes. “A China está adotando cri- é uma fonte limpa fundamental para
A área, que já pertenceu à Dow, hoje térios ambientais mais restritos e exi- o desenvolvimento do país”, comen-
abriga um condomínio químico, com gindo padrões de qualidade compatí- tou. No exterior, crescem as aplica-
várias empresas operando. “Somos os veis com os mercados mais avança- ções nos compósitos estruturais (para
responsáveis, contratualmente, pelo dos; essa mudança eliminou os exce- construção civil e automotiva) e em
monitoramento ambiental de todo o dentes baratos e devolveu a atrativi- eletroeletrônicos.
site, é uma responsabilidade grande dade ao negócio, por permitir com- Embora aponte grande potencial
que assumimos”, explicou. petição em bases iguais”, explicou. de crescimento de mercado no Bra-
Pimentel explicou que a Olin é Como reflexo, ele citou os preços da sil, Pimentel informou que a Olin não
uma empresa mais do que centenária, epicloridrina na região do Pacífico tem planos para aumentar a capacida-
fundada em 1892. Ao longo de sua que voltaram a subir, refletindo a ofer- de instalada local. “Leva algum tem-
história, dedicou-se a produzir itens ta curta na região. po para estudar o mercado e amadure-
variados, desde pólvora até produtos No Brasil, essa mudança se refle- cer a decisão de investir, com o tem-
farmacêuticos. Depois dos anos 1970, tiu imediatamente na ocupação da ca- po é possível que saia alguma coisa”,
a companhia concentrou seu foco em pacidade produtiva da planta do Gua- afirmou.n (M.F.)