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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................3

SPORT PREMIUM NAS PISTAS.............................. 6

SCUDERIA FERRARI............................................... 12

PORSCHE................................................................ 23

BMW......................................................................... 36

MERCEDES-BENZ.................................................. 45

BIBLIOGRAFIA.........................................................57

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Crédito Editorial Karol Smoczynski | Unsplash

INTRODUÇÃO
Qual é o apaixonado por carros de verdade que
nunca sonhou, guardou uma foto ou pôster - an-
tes de existir o celular e wallpapers - de carros dos
sonhos ou de provas com várias destas super mar-
cas disputando curva a curva? Atire a primeira pe-
dra quem jamais fechou os olhos, quando moleque,
sentando no banco do motorista do carro dos pais,
imaginando estar contornando a Caracciola-Ka-
russell, de Nürburgring Nordschleife. Ou então as
curvas de Tertre Rouge, Mulsanne, Arnage, Maison
Blanche, em uma exaustiva 24 de Le Mans?

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O automobilismo é uma paixão que não há como
explicar, assim como o sentimento de um pai ao
presenciar o nascimento de um filho, são coisas
que só quem tem a mesma paixão sabe e conse-
gue entender.

O sentimento de passar os portões de um autó-


dromo, sentindo aquele clima que antecede uma
corrida, o cheiro que emana dos boxes, o baru-
lho da lenta dos motores e seu coração tentando
entrar em compasso, para acompanhar o ritmo,
é inexplicável. A boca ficando seca ao avistar o
carro que você sempre sonhou, desde que assis-
tiu “Atraídos pelo Perigo”, que foi interpretado por
Charlie Sheen, com cenas alucinantes com Pors-
ches 911 Targa, Carrera, Turbo e até mesmo o exó-
tico Slant Nose.

Crédito Editorial Saumya Rastogi | Unsplash

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Crédito Editorial Wessel Hampsink | Unsplash

Loucuras para uns, talvez! Mas os loucos se enten-


dem. Sendo assim, com este novo e-book traremos
um pouco da história das corridas, de quatro mar-
cas sport premium que fizeram e fazem história no
automobilismo mundial.

Para você relembrar o passado, mas também com


a certeza de que apesar de ter colado pôster na
parede de seu quarto, hoje há coisas mais moder-
nas como o wallpaper que você pode levar junto ao
seu telefone.

Para não ser mais chamado de velho pelo seu filho,


prepare um copão com gelo e energético, se afivele
na poltrona e aceleremos com as quatro marcas de
Sport Premium que fizeram do automobilismo GT
o que ele é hoje. Em outras palavras, aproveite ao
máximo este momento com pitadas de nostalgia,
muita tecnologia e velocidade extremas.

Ladies and gentlemen, start your engines!

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Crédito Editorial Max Böttinger | Unsplash

SPORT PREMIUM
NAS PISTAS
Já sabemos que não é de hoje que montadoras
usam as pistas para testar vários componentes que
logo estarão nos carros de rua. No Brasil, inclusi-
ve, isso foi realizado por muitos anos pela Fiat, que
teve um campeonato chamado Copa Uno, que de-
pois foi chamado de Fórmula Uno.

Assim como a Renault com a Copa Clio, anos mais


tarde com apoio do piloto da Stock Car, Felipe Mas-
sa, a Fiat volta com mais uma categoria monomar-
ca do modelo Línea, onde andaram pilotos de re-
nome nacional como Cacá Bueno, por exemplo.

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Isso não é exclusividade do Brasil, pelo contrário,
este movimento acontece no mundo todo. E nada
melhor do que as pistas para testar tudo em con-
dições extremas de uso, com vários climas, tempe-
raturas máximas e mínimas para serem aperfeiço-
adas e melhoradas.

As supermarcas não poderiam ser diferentes: com


as corridas de GT, onde várias marcas como Merce-
des, Porsche, Audi, Aston Martin, BMW e até carros
super luxo já estiveram andando, como o Bentley
Continental GT3.

No dia 26 de novembro de 2022, a própria monta-


dora Audi oficializou e apresentou, em um evento
à imprensa, o carro que será usado na temporada
2026 da Fórmula 1. A outra montadora alemã que
usa com frequência as pistas é a Porsche, que tes-
tou seu protótipo elétrico no FIA WEC, ganhadora
de provas clássicas como a “24H de Le Mans”. A
saber, WEC é World Endurance Championship, ho-
mologado pela Fédération Internationale de l’Au-
tomobile (FIA).

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Crédito Editorial Charrel Jalving | Unsplash
Crédito Editorial Gui llaume | Unsplash

Este movimento pelo mundo e em diversos campe-


onatos espalhados pelo planeta não é apenas para
satisfazer o ego de pilotos endinheirados, chamados
de Gentleman Drivers, que você vê em campeonatos
de GTs. Mas para que as marcas possam desenvol-
ver e até aperfeiçoar componentes como câmbio,
suspensão, partes eletrônicas e de segurança dos
veículos utilizados por você e sua família.

Há categorias que estão trabalhando para ser mais


sustentáveis, como a Fórmula E, 100% elétrica, que
hoje é certificada como 100% livre da emissão de
carbono. E não duvide que a própria Fórmula 1 vá
para este mesmo caminho.

“A Fórmula 1 quer sediar apenas eventos sustentá-


veis ​​até 2025, com combustíveis alternativos – in-
cluindo combustíveis sintéticos – desempenhando
um papel crescente para as equipes de automobi-
lismo. ” (Autovista 24, fevereiro de 2020)

Não são apenas as pistas de asfalto que servem


como laboratórios para a indústria, já ocorrem uma
série de corridas off-roads, chamadas de Extreme
E, onde SUVs totalmente elétricos são usados nos
locais mais remotos do planeta. Uma tecnologia
que, futuramente, será realidade para os carros do
dia a dia, esportivos ou não.

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Crédito Editorial Danny Sleeuwenhoek | Unsplash

Surgimento
Ainda há uma incógnita sobre qual carro esportivo
surgiu primeiro nas corridas e sempre haverá um
debate acalorado sobre este assunto. Inclusive, a
Automotive Hall Of Fame, em sua publicação de
26 de março de 2016, por Matt Wolfe, sugere que
este é um debate que existe há quase tanto tempo
quanto o próprio carro.

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Crédito Editorial Danny Sleeuwenhoek | Unsplash
Além disso, para um carro ser considerado realmen-
te esportivo deve ser projetado para velocidade e
manobrabilidade, com carroceria baixa e capaci-
dade para, no máximo, duas pessoas. E aí entram
vários candidatos para levar esse título, como:

- Rennzweier (1900), movido por um motor Benz


modificado e com 80 km/h de velocidade máxima;

- Henry Ford e Alexander Winton com os seus res-


pectivos Sweepstakes e Bullet, em outubro de 1901.
Vitória de Ford;

- Mercedes 35 CV, de 1901, projetado por Wilhelm


Maybach e Paul Daimler (filho de Gottlieb Daimler);

- American Motor Car Company, que introduziu o


chassi suspenso em 1907;

- Vauxhall, de 1910, baseado em chassis existente


e motor modificado;

- Austro-Daimler também em 1910, quando ga-


nharam em 1º, 2º, e 3º, com o próprio projetista,
Ferdinand Porsche, cruzando na primeira posição.

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Crédito Editorial Vincent Ghilione | Unsplash
Foi graças a estes primórdios da história e aos pro-
jetistas e engenheiros da época, que evoluímos de
carros que faziam 80 km/h para quase 400 km/h
de velocidade final. Hoje temos um automobilismo
desenvolvido e tecnológico com as principais ca-
tegorias do mundo.

Henry Ford, fundador da montadora que leva o seu


nome, imortalizou uma frase a respeito de corridas
de carro onde dizia, “Auto racing began 5 minutes
after the second car was built”. Em uma tradução
livre, “as corridas de automóveis começaram 5 mi-
nutos depois que o segundo carro foi construído”.

Crédito Editorial Louis Verplancken | Unsplash

Não poderíamos falar sobre os Sport Premium no


automobilismo sem começar com a montadora que
tem a maior torcida no planeta, também chamada
de Tifosi. Uma torcida que consegue tomar autó-
dromos e ruas em segundos para comemorar a vi-
tória da Scuderia Ferrari na Fórmula 1. Onde tiver
uma Ferrari, terá mais uma dúzia de apaixonados
pela marca.

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Crédito Editorial Théo Anciaux | Unsplash

SCUDERIA
FERRARI
Aos mais desavisados, quando falamos de Scuderia
Ferrari não estamos falando de Fórmula 1, apesar
de ser o campeonato mais importante que a su-
per marca participa atualmente. Porém, ela é real-
mente conhecida por seus carros super esportivos,
também conhecidos como Sport Premium, mode-
los que não deixam ninguém indiferente quando
passam pelas ruas da cidade. Não há um que não
vire o pescoço para ver um Ferrari ao ouvir a sinfo-
nia de seus motores.

O primeiro carro que ela produziu foi em 1947.


Porém, o seu fundador está envolvido no mundo
da indústria automobilística há muito mais tempo.

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O italiano, nascido em Modena no ano de 1898,
começou, na verdade, como piloto na década de
1920, quando foi contratado pela Alfa Romeo. A
montadora era o “bicho-papão” da época e o pi-
loto Enzo ganhou várias corridas e prêmios para a
marca, como o 2º Circuito di Modena.

Olha os Gentleman Drivers aí, pois foi em 1929 que


nascia a Scuderia Ferrari. Porém, o seu início foi
apenas como uma divisão da Alfa, que se especia-
lizou em preparar carros de corridas para pilotos
cavalheiros, ou em um português claro, pessoas
com muito dinheiro que possuem o sonho de ace-
lerar forte nas pistas.

Crédito Editorial Danny Sleeuwenhoek | Unsplash

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Essa parceria com a Alfa Romeo durou até o ano
de 1939, quando Enzo Ferrari saiu de seu cargo de
chefe da divisão de competições da montadora,
Alfa Corse, para abrir a sua própria montadora de
veículos. Por acordos contratuais não pôde usar
o nome Ferrari durante os quatro anos seguintes,
quando em 1957, o nome de sua empresa Auto Avio
Costruzioni passou a se chamar Auto Costruzioni
Ferrari. O primeiro carro a usar o nome de seu fun-
dador foi o Ferrari 125 S.

O lançamento do modelo 125 S não poderia ser


da melhor maneira, mesmo depois do atraso de
sua estreia, por reflexos ainda da Segunda Guerra
Mundial. O Ferrari 125 S, com motor V12, ganhou
logo em sua estreia em maio de 1947, no Circuito
de Piacenza. Além disso, no dia 25 deste mesmo
mês venceu o Grande Prêmio de Roma.

Estava nascendo uma montadora e uma escuderia


com DNA campeão, que se provou em outras cor-
ridas importantes: Mille Miglia (1948), Le Mans 24
Hour Race (1949) e o Grande Prêmio do Campeo-
nato Mundial de Fórmula 1 (1951).

Após um início de década de 1960 conturbado para


a família de Enzo e a própria montadora, dois no-
mes foram cruciais para manter o alto padrão e
competitividade dos carros produzidos na fábrica
de Maranello: Mauro Forghieri e o desenhista de
carroceria Sergio Scaglietti. Eles foram responsá-
veis por criar um dos carros que se tornou um íco-
ne, a Ferrari 250 GTO.

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Crédito Editorial Henri Buenen | Unsplash

Curiosidade
O tradicional Vermelho Ferrari que encanta apai-
xonados pelo mundo todo não foi apenas uma op-
ção da montadora de Enzo Ferrari. Antes da dé-
cada de 1960, os carros de corrida internacionais
da Itália eram obrigados a ser pintados de verme-
lho. Porém, quando essa obrigatoriedade perdeu
a validade, a montadora decidiu manter e acertou
mais uma vez.

Segundo o site Autos Print Chicago, em publica-


ção de 4 de julho de 2017, “na década de 1990,
pelo menos 85% dos proprietários tinham a cor
de sua Ferrari com o vermelho tradicional”. Inclu-
sive os mais fervorosos fãs da marca alegam que
o carro da montadora, que não é vermelho, não é
uma Ferrari.

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“Se não for vermelha, não é Ferrari”, comprova o
apaixonado fotógrafo Paulo Nunes, que esteve re-
gistrando a primeira corrida da Stock Car, no au-
tódromo de Tarumã (RS), em 22 de abril de 1979.

Crédito Editorial Kayle Kaupanger | Unsplash

Campeões 2022
No dia 12 de novembro de 2022 a Scuderia Ferrari
saiu campeã da temporada 2022 do World Endu-
rance Championship (WEC). Como equipe e pilo-
tos campeões. A saber, a FIA WEC é o campeona-
to mais importante do mundo para carros GT, com
provas de longa duração que exigem o máximo dos
equipamentos e pilotos.

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Crédito Editorial PHOTOMDP | Shutterstock.com

Alessandro Pier Guidi, James Calado e Ferrari con-


quistaram este feito depois da prova “8 Horas do
Bahrein”, cuja etapa também foi vencida pela dupla
de Ferrari, Miguel Molina e Antonio Fuoco, a bordo
de uma 448 GTE. A dupla campeã teve problemas
durante a prova e cruzou a quadriculada em quin-
to lugar.

O título de construtores deste ano na FIA WEC foi o


quarto conquistado pela marca do Cavallino Ram-
pante. Os outros três títulos que a Scuderia levou
para Maranello foram nos anos de 2016, 2017, 2021
e agora, na temporada de 2022, sua quarta con-
quista. Já os pilotos Calado e Pier Guidi são tri-
campeões mundiais, com os títulos de 2017, 2021 e
2022. Porém, a história é muito maior no Campeo-
nato Mundial de Endurance, com a Ferrari levando
um total de 16 títulos da categoria.

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Não poderia terminar melhor a história do modelo
448 GTE, que se despede em definitivo da catego-
ria principal para carros derivados de produção, o
LMGTE Pro. Esta categoria é onde competem as
equipes oficiais da fábrica de Maranello.

A estreia do modelo foi em 2016 nas 24 Horas de


Daytona, uma série da IMSA (International Motor
Sports Association). Aconteceram sete tempora-
das onde a 488 GTE levou 12 campeonatos para
casa e 50 vitórias em classes distintas. Só na FIA
WEC foram mais de 30 vitórias, três títulos de cons-
trutores com a AF Corse, equipe oficial de fábrica.

Crédito Editorial Frolphy | Shutterstock.com

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Crédito Editorial Dan74 | Shutterstock.com

488 GTE
Este modelo é derivado do modelo 488 das ruas,
mas com todas as adaptações e reforços necessá-
rios para aguentar as demandas e regulamentos da
FIA. Com melhorias de aerodinâmica necessárias
para tirar o máximo aproveitamento da máquina,
mas sem esquecer da segurança dos pilotos, com
roll-bar integradas e de aço resistentes para man-
ter a integridade do piloto em caso de acidentes.

Toda a parte tecnológica do carro está à disposi-


ção dos engenheiros e mecânicos ao plugue de um
cabo de rede, via CAN e comunicação Ethernet de
alta velocidade. É a informação em tempo real para
aperfeiçoamento e ajustes, quando necessários.
Essas informações não ficam apenas para a equi-
pe, mas elas são integradas com equipes de Mara-
nello para aperfeiçoar os carros que conferimos nas
ruas. Assim como a tecnologia usada na Fórmula
1, transportada para os carros de GT, como volan-
te integrado, ergonômico, multifunções e com tro-
cas via padle shift. Tudo para que o piloto dedique
atenção somente para o necessário.

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Crédito Editorial classic topcar | Shutterstock.com

Este modelo que está se aposentando das pistas


em definitivo na categoria LMGTE Pro, da FIA WEC,
tem um motor biturboV8 90º, de 3.996 cm3, de 600
cv a 7.000 rpm e um torque máximo de 71,38 kgfm
a 6.000 rpm. E mais:

- Comprimento: 4,61 m;
- Altura: 1,09 m;
- Largura: 2,05 m;
- Entre-eixos: 2,71;
- Peso: 1,25 toneladas.

Os freios são carbocerâmicos, os mesmos uti-


lizados nas Ferraris que saem zero quilômetro da
concessionária, com 390 mm x 35 mm na dianteira
e 332 mm x 32 mm na traseira.

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Não há como encerrar falando da trajetória da 488
GTE e não falar de suas participações em uma das
mais icônicas corridas de endurance do mundo, a
“24 Horas de Le Mans”. A AF Corse levou o primei-
ro lugar na LMGTE Pro em 2019 e no LMGTE Am
em 2021.

Assim com os modelos que marcaram uma geração


como a Ferrari 125 S, a precursora dessa saga do
Cavallino Rampante nas pistas; o modelo Ferrari
335 S Spider Scaglietti, foi arrematado por mais de
R$189 milhões em um leilão pelo jogador argen-
tino Lionel Messi. A Ferrari 250 GTO 1963, com o
título do carro mais caro do mundo, após ter sido
leiloada (e vendida) por US$70 milhões de dóla-
res, R$375.655.000,00 aproximadamente. Agora
chegou a vez da 488 GTE ocupar o seu lugar na
história recente da Ferrari.

Crédito Editorial DanRais | Pixabay

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Crédito Editorial Incy | Pixabay

Há também a derivação 488 GT3 Evo, participan-


do em campeonatos como o GP de Macau e Ulti-
mate Cup Series, por exemplo. Neste último cam-
peonato, a equipe Visom, que usa essa derivação
GT3 Evo, conquistou o título Coupe GT Endurance
2022 na classe UGT3A.

Brasil
No Brasil temos a Império Endurance Brasil, onde a
Ferrari também se faz presente na equipe Sul Ra-
cing, com os pilotos Ricardo Mendes e Tom Filho.
Porém, a Ferrari usada por eles é F458 GT3 devi-
damente homologada pela FIA, com carros fabri-
cados até 2012.

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Crédito Editorial Louis Verplancken | Unsplash

PORSCHE
Assim como uma das suas maiores concorrentes
dentro e fora das pistas, a Porsche é outra monta-
dora que jamais deve ser esquecida no cenário do
automobilismo. Começou quatro anos mais tarde
do que a Ferrari, em 1951, mas também já subiu
ao lugar mais alto do pódio. E não poderia ter lo-
cal melhor para fazer a estreia do modelo 356 SL,
derivado do 356 de rua, do que na “24 Horas de
Le Mans”.

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A vitória foi na então recém criada classe 1.100 cc
e uma das causas do sucesso foi o corpo de alumí-
nio do carro. O Gmund Porsches, como era chama-
do o 356 SL, homenageou a cidade austríaca onde
o carro estava sendo construído.

O convite para participar da edição do ano de 1951


das 24 Horas de Le Mans foi realizado um ano an-
tes, durante o Salão do Automóvel de Paris. Dos
quatro carros que a Porsche pegou para testar e
fazer os ajustes necessários, ela levou somente os
dois melhores para Le Mans. No Circuit de la Sar-
the desembarcaram os números 46 e 47, sendo que
o segundo não resistiu aos treinos, ficando toda a
responsabilidade ao Porsche 356 S Gmund e aos
pilotos Auguste Veuillet e Edmond Mouche.

Crédito Editorial Roman Belogorodov | Shutterstock.com

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O 356 S tinha menos de 49 hp e percorreu as “24 Ho-
ras de Le Mans”, um total de 2.840,65 quilômetros,
a uma velocidade média de 118,36 km/h. Pouco? Se
pensarmos que este feito foi há 71 anos, completa-
dos em 24 de junho de 2022, certamente não é.

Este foi só o começo de uma longa jornada de de-


senvolvimento e tecnologia nas pistas, que perdura
até hoje. Inclusive, a montadora de Ferdinand Pors-
che foi contra a maré de outras montadoras que
experimentaram V8s, V10s e até V12s. Até ganhou
um apelido no início das corridas de “assassino de
gigantes”, por conseguir vitórias espetaculares com
os seus motores de quatro ou seis cilindros e carro-
cerias leves. E assim foi por muitos anos.

Alguns dos feitos da Porsche:


- 19 vezes vencedora geral das 24 Horas de Le Mans;

- Soma-se a isso mais de 50 vitórias na classe em


Le Mans;

- Em 2007 a Porsche fabricou 275 carros dedicados


para as corridas.

O primeiro pódio definitivo foi na 1ª classe de 2 litros,


que veio em 1958, cortesia do 718 RSK. Os pilotos
foram Jean Behra e Hans Herrmann, que cruzaram
a linha de chegada na terceira colocação geral, da
mais icônica prova de longa duração do mundo.

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Crédito Editorial Roman joeborg | Shutterstock.com
Crédito Editorial Luca J | Unsplash

Até hoje a montadora de Stuttgart continua usan-


do as pistas ao redor do mundo como laborató-
rio. Uma intensa troca de informações obtidas em
condições extremas, levadas para dentro da fábri-
ca para trazer aos amantes da marca o que tem de
melhor em performance e tecnologia. E o inverso
é verdadeiro, com a fábrica abastecendo a equi-
pe oficial da marca de dados para que o limite seja
superado a cada volta.

Uma bela definição sobre corridas de longa dura-


ção foi dada pelo site da Porsche USA: “Corrida
de resistência significa luta e roer unhas, lágrimas,
aplausos e suor. É isso que torna os pilotos heróis.
Mas não são apenas as pessoas que se tornam len-
das. Os carros também”.

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E não foram poucas as lendas que surgiram por
corridas no passar dos anos. Ajudaram a construir
a robustez da marca Porsche como um dos carros
mais seguros, resistentes e confiáveis do mundo.

Carros de corrida
A montadora Porsche é uma das mais atuantes no
que diz respeito a competições, atuando em várias
frentes e participando como equipe oficial em no
mínimo três. São a Fórmula E, com carros 100%
elétricos, e que tem como pilotos principais, o ale-
mão Pascal Wehrlein e o português António Félix
Da Costa. Completam o time a dupla Simona De
Silvestro e Neel Jani, como pilotos reservas.

Muita tecnologia envolvida e muito material para


desenvolvimento dos carros de rua da montadora
vêm também através da Fórmula E. Como o inte-
resse são carros usáveis no dia a dia, eles possuem
excelentes resultados nas pistas, mas não vamos
nos aprofundar nessa categoria.

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Crédito Editorial paul jespers | Unsplash
FIA WEC
O World Endurance Championship, FIA WEC, é o
principal campeonato que a Porsche atuou no ano
de 2022, com mais de um modelo do 911 RSR pre-
parado pela montadora de Stuttgart para aguen-
tar corridas de longa duração. “O novo 911 RSR é o
911 para os maiores desafios: as grandes corridas,
de Sebring a Le Mans. É o carro de resistência GT
mais intransigente que já construímos”, informa a
própria montadora em seu site oficial.

São mais de 30.000 vitórias em corridas nos úl-


timos 70 anos, tecnologia que vai melhorando a
cada temporada e que depois é adaptada para
os carros que você tem à disposição em conces-
sionárias no mundo todo. Este modelo de corrida
tem a sua carroceria reforçada em fibra de carbo-
no, que traz melhor dirigibilidade e, se necessá-
rio, uma troca muito mais rápida do componente
comprometido.

Crédito Editorial paul jespers | Unsplash

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Engana-se quem acha que o automobilismo é um
esporte individual, pois não é. Principalmente quan-
do se trata de provas de resistência, onde tudo deve
estar muito bem sincronizado entre engenheiros,
pilotos e mecânicos. Sendo assim, a dirigibilidade
é um elemento crucial e foi pensando nisso que se
eliminou funções redundantes para ficar tudo ao
alcance das mãos dos pilotos. Tudo que ele precisa
durante a prova está no volante.

Crédito Editorial Oli Woodman | Unsplash

São detalhes que podem passar imperceptíveis


para quem não está acostumado ao mundo das
corridas, mas também será a diferença entre cruzar
a linha de chegada em primeiro ou ter que abando-
nar a prova, por exemplo. Além disso, a segurança
é questão primordial em um carro como este, que
além do banco concha onde o piloto é preso por um
cinto de seis pontos, devidamente anatômico para
o uso do HANS®, conta com medidas de ações ati-
vas como o sistema anti-colisão.

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Crédito Editorial Pietro De Grandi | Unsplash

O 911 RSR também tem gaiola de proteção do habi-


táculo do piloto e para batidas em T, uma das mais
mortais do automobilismo; sistema contra incên-
dio acionando os extintores automaticamente em
caso de colisão.

Além das corridas realizadas pela FIA, os Porsche


911 RSR também correram na North American IMSA
WeatherTech SportsCar Championship, prova de
resistência realizada nos Estados Unidos, com a
famosa 24 Horas de Daytona.

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Crédito Editorial Wesley Bacon | Unsplash
O Porsche 911 RSR tem um câmbio sequencial de
seis marchas de malha constante e com seu peso
otimizado. É acionado por tambor elétrico através
dos paddle shifters no volante e sua caixa de câm-
bio em magnésio. Além disso, o carro conta com
embreagem de corrida em fibra de carbono de três
discos.

- Motor: boxer de seis cilindros refrigerado a água,


posicionado na frente do eixo traseiro;
- Deslocamento: 4.194 cm3;
- Potência: aproximadamente 513,93 cv, depen-
dendo do restritor;
- Distância entre eixos: 2,52 m;
- Comprimento: 4,59 m (sem divisor, asa traseira,
difusor);
- Largura: 2,04 m (eixo dianteiro) e 2,05 m (eixo
traseiro).

Crédito Editorial Wesley Bacon | Unsplash

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Como tudo na vida, as competições de alta perfor-
mance e longa duração também são um ciclo. E o
momento foi de despedida na última etapa do ca-
lendário da FIA WEC, em 12 de novembro de 2022,
no Bahrein. Depois de uma carreira extremamente
vitoriosa, a Porsche anunciou o fim da era do 911
RSR. Ao todo foram 40 anos que os 911, com a si-
gla RSR, foram desenvolvidos para o automobilis-
mo. E não só para participar, mas vencer em com-
petições e séries de corrida ao redor do mundo.

Crédito Editorial Louis Verplancken | Unsplash

Além disso, não é só do FIA WEC e do modelo 911


RSR que vive a Porsche. Ela tem outros modelos
preparados para a pista e outros tipos de campe-
onatos que não só de endurance.

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GT4 e-Performance
Este é um protótipo 100% elétrico que usa a pla-
taforma do 718 Cayman e que está sendo testado
em diversos eventos ao redor do mundo. A própria
montadora diz que este protótipo nunca estará à
venda, mas comprova oque já falamos da pista ser
um excelente laboratório, pois a montadora já está
reunindo dados e insights valiosos.

Os carros elétricos já são uma realidade, gostem ou


não os puristas, e ainda nascerão outras catego-
rias como a Fórmula E, onde a totalidade dos car-
ros na pista estarão sendo movidos com esse tipo
de energia. E acreditando nisso, a Porsche reúne
especialistas em diversas áreas como aerodinâmi-
ca, termodinâmica e especialista em alta tensão,
por exemplo.

Para o desenvolvimento do GT4 e-Performance,


cerca de 6 mil peças foram projetadas do zero. A
diferença do 718 Cayman GT4 Clubsport é que a
tração do GT4 e-Performance é integral nas qua-
tro rodas e também é 14 cm mais largo.

Crédito Editorial Maxence Pion | Unsplash

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Crédito Editorial Wes Tindel | Unsplash

São 1.088 cv de potência com ajuste variável que


pode ser afinado conforme o andamento da corri-
da e o tipo de pista, por exemplo. Essa potência é
gerada através de dois motores Porsche Megne-
to E, com até 22.500 rpm, sincronizados nos eixos
dianteiros e traseiros. A autonomia da bateria, com
capacidade de 65/80 kWh (líquido/bruto), é de 30
minutos usando 611,83 cv de potência. Porém, este
tempo pode variar conforme o tipo de desempe-
nho selecionado. E mais:

- Comprimento: 4,45 m;
- Largura: 1,95 m;
- Altura: 1,24 m;
- Entre-eixos: 2,48 m.

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E por fim e não menos importante, o tempo de re-
carga é uma informação que não pode faltar, quan-
do se trata de carros elétricos. Cerca de 15 minutos
de 5 a 80% de SoC (estado de carga) com tecno-
logia de 900 volts (carregador rápido da Porsche).

Outros modelos
A montadora de Stuttgart também oferece mais
uma gama de modelos que você pode comprar já
devidamente homologados pela FIA. Todos com a
qualidade, robustez e resistência já conhecidas da
marca. Os modelos são:

- 718 Cayman GT4 RS Clubsport;


- 911 GT2 RS Clubsport 25;
- 911 RSR;
- 911 GT3 R (2019);
- 911 GT3 Cup;
- 911 GT2 RS Clubsport;
- 718 Cayman GT4 Clubsport.

A única certeza que se tem é que a Porsche jamais


deixará de surpreender seus clientes, entusiastas
da marca e estará sempre em busca de baixar o
tempo, aumentar a velocidade e de bater recordes.
“Porsche é Porsche, o resto é o resto” já bradam os
mais apaixonados pela marca.

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Crédito Editorial Max Böttinger | Unsplash
Crédito Editorial Max Böttinger | Unsplash

BMW
A BMW foi fundada em 7 de março de 1916, em Mu-
nique, na Alemanha. Não demorou muito para sua
história com o automobilismo ficar estreita até se
tornar uma coisa só. Passados 13 anos de sua fun-
dação, saiu da fábrica o modelo 3/15 DA 2 e, neste
mesmo ano de 1929, participou da primeira com-
petição oficial de longa duração.

Tratava-se do Rali Alpino Austríaco, que durou cin-


co dias e percorreu 2.650 km com inúmeras passa-
gens nas montanhas. Os pilotos responsáveis por
este feito foram Max Buchner, Albert Kandt e Wi-
lhelm Wagner. Atualmente já seria uma competi-
ção com as suas agruras e dificuldades técnicas,
imagina há 93 anos, com um motor de quatro ci-
lindros, 750 cm3, 15 cv de potência e 75 km/h de
velocidade máxima.

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Crédito Editorial Théo Anciaux | Unsplash

Como não podia deixar de ser, foi nessa harmonia


e interação entre fábrica, pista e fábrica, que o su-
cesso da marca BMW começou a ser forjada e nun-
ca mais parou. Desde o lançamento e participação
do BMW 3/15 DA 2 que a marca está intimamente
ligada ao automobilismo.

O ano de 2022 foi o momento da BMW comemo-


rar o 50º aniversário da divisão de automobilismo
e alta performance da BMW, a BMW Motorsport
GmbH. E não só isso, a série M também estava co-
memorando o seu cinquentenário. E a história da
divisão de competição da montadora não poderia
estrear de melhor maneira, vencendo o Campeo-
nato Europeu de Carros de Turismo e o 3.0 CSL se
tornando o lendário carro de corrida de sua época.

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Crédito Editorial Théo Anciaux | Unsplash

Em 1983 a Brabham venceu o campeonato mundial


de pilotos da Fórmula 1 com o motor BMW BT52. O
piloto em questão foi Nelson Piquet. Dê uma olha-
da abaixo:

- 1972: Fundação
- 1973: Vencedor do Campeonato Europeu de Car-
ros de Turismo (BMW 3.0 CSL/T. Hezemans);
- 1973: Vencedor 6h de Nürburgring (BMW 3.0 CS-
L/H. Stuck, C. Amon);
- 1983: Vencedor do Campeonato Mundial de Fór-
mula 1 (Brabham BMW BT52/N. Piquet);
- 1987: Vencedor do Campeonato Mundial de Car-
ros de Turismo (BMW M3/R. Ravaglia);
- 1987: Vencedor do Campeonato Europeu de Car-
ros de Turismo (BMW M3/W. Vogt);
- 1999: Vencedor 24h de Le Mans (BMW V12 LMR/Y.
Dalmas, P. Martini, J. Winkelhock)

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Crédito Editorial Nastya Dulhiier | Unsplash

Os primeiros 27 anos foram de muitas vitórias e


conquistas para a BMW Motorsport GmbH. Hoje
essa divisão atende pelo nome de BMW M GmbH
e assim como a Porsche, você pode encomendar
a sua BMW M devidamente homologada pela FIA
diretamente com o fabricante. Os modelos são:

Crédito Editorial Swansway Motor Group | Unsplash

BMW M4 GT3
A BMW M4 GT3 que fez a sua estreia na tempo-
rada de 2022, chegou para substituir M6 GT3 e
com pretensão de ser tão ganhadora quanto, dis-
putando vitórias e títulos nas principais competi-
ções mundiais. Em comparação ao modelo antigo,
as melhorias vieram para a dirigibilidade, eficiência
de custos e operação.

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Crédito Editorial Théo Anciaux | Unsplash

No que diz respeito a dirigibilidade, o manuseio e o


equipamento do cockpit da M4 GT3 são mais con-
fortáveis para pilotos amadores. Além disso, ou-
tra novidade sobre os custos de ciclo de vida muito
mais baixos e com intervalos de manutenção mais
longos para motor e transmissão.

O que comprova a durabilidade, confiabilidade e ro-


bustez dos equipamentos da BMW, sendo coloca-
dos a prova em categorias como o IMSA, provas de
longa duração que ocorrem nos EUA, por exemplo.

- Comprimento: 5,02 m;
- Largura: 2,04 m;
- Altura: 1,31 m (variável);
- Entre-eixos: 2,92 m.

A BMW M4 GT3 vem equipada com motor P58


3.0l, seis cilindros em linha e com a tecnologia M
TwinPower Turbo. Tem a capacidade de 2.993 cm3,
gera até 590 cv de potência, com transmissão Xtrac
de 6 velocidades.

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Crédito Editorial Julian Hochgesang | Unsplash

BMW M4 GT4
Ao contrário do modelo GT3, que já fez a sua es-
treia nas pistas no ano de 2022, a nova BMW M4
GT4 só acelerará a partir da temporada 2023.
Assim como o desempenho, confiabilidade, efi-
ciência de custos e manutenção não foram dei-
xados de lado neste modelo, também novos
desenvolvimentos em ergonomia e eletrônica me-
lhoraram consideravelmente a experiência do piloto.

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Crédito Editorial Sander Trooijen | Unsplash
Para fornecer o que há de melhor em tecnologia,
componentes de alta durabilidade e resistência,
cada BMW M4 GT4 é construída a mão. A gaiola
de proteção é certificada pela DMSB e tem a anu-
ência da FIA, sendo o carro entregue para o com-
prador com tudo devidamente instalado e pronto
para acelerar.

- Comprimento (incl. divisor e asa traseira): 4,86 m;


- Largura (incl. espelhos): 2,09 m;
- Altura: 1,37 m (variável)
- Distância entre eixos: 2,86 m.

Crédito Editorial Mau47 | Shutterstock.com

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O motor é um seis cilindros em linha com a tecno-
logia M TwinPower, quatro válvulas por cilindro e
injeção direta. Sua capacidade é de 2.993 cm3, 550
cv de potência e torque máximo de 66,28 kgfm. Po-
rém, o torque pode variar conforme regulamenta-
ção do campeonato. O câmbio é automático de 7
velocidades da ZF com software de automobilismo.

Crédito Editorial Dan74 | Shutterstock.com

BMW M2 CS Racing
O irmão menor da linha M voltado para as pistas é
o BMW M2 CS Racing, que chegou para substituir
os BMW M235i Racing e o BMW M240i Racing. É a
mesma plataforma M2 CS, que você encontra nas
concessionárias da marca, com a diferença que não
tem a preparação e nem os acessórios para segu-
rança do piloto.

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Crédito Editorial Matteo Balzanelli | Unsplash

É um veículo de entrada para competições como as


copas BMW que têm espalhadas pela Europa e até
América do Norte. Mas também se sai muito bem
em corridas de longa duração e resistência, como
a Creventic 24h Series.

- Comprimento: 4,46 m;
- Largura sem espelhos: 1,85 m;
- Largura com espelhos: 1,99 m;
- Distância entre eixos: 2,69 m.

O motor da M2 CS Racing é um seis cilindros em li-


nha com a tecnologia turbo M Twinpower, com ca-
pacidade de 2.979 cm3. Na versão básica são de
280 a 365 cv de potência. Já na versão de 450
cavalos ela varia de 280 até 450 cv, que pode ser
configurável usando power sticks, por exemplo.

A BMW participa com equipe oficial de fábrica nas


seguintes categorias: IMSA, BMW M2 Cup, BMW
M2 CS Racing e algumas copas monomarca, es-
palhadas ao redor do mundo. Alguns países que a
montadora alemã se faz presente são Itália, Bélgi-
ca, Espanha, Portugal e Holanda.

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Crédito Editorial Sander Trooijen | Unsplash

MERCEDES-BENZ
Não se pode falar em corrida de automóvel e não
citar a Mercedes-Benz. E mais, se temos corridas
de automóveis e veículos como conhecemos, é gra-
ças ao Sr. Carl Benz, que em 29 de janeiro de 1886
registrou a sua patente de um “veículo movido a
gasolina”. Atribui-se a ele, inclusive, a invenção do
automóvel.

E nos seus primórdios o automobilismo ganhou cor-


po com o aumento da popularidade do motorista
cavalheiro, ou Gentleman Drivers, que não mudou
até hoje. Ou seja, são empresários que dirigem seus
próprios veículos ao invés de contratar motoristas,
que começaram a usar seu próprio veículo como
um equipamento esportivo e criaram competições
curtas e corridas de resistência. O que muda de lá
para cá, é a tecnologia, velocidade e o profissiona-
lismo. E o veículo usado nas competições sai total-
mente preparado para este fim.

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Crédito Editorial George Bale | Unsplash

A Mercedes-Benz foi sempre muito atuante nas


competições que participou, ganhou títulos na Fór-
mula 1 com o inesquecível piloto argentino Juan Ma-
nuel Fangio. Porém, depois do dia que ficou conhe-
cido como o desastre de Le Mans, em 1955, onde
um dos 300 SLRs inscritos colidiu com um Austin
Healey sendo lançado contra as arquibancadas lo-
tadas. O piloto francês Pierre Levegh e mais 83 es-
pectadores perderam a vida. A Mercedes retirou os
carros restantes das “24 Horas de Le Mans”, e al-
gumas corridas posteriores acabaram sendo can-
celadas também.

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Crédito Editorial Adam Miller | Unsplash

Foi um hiato de 30 anos depois deste fatídico dia


em Le Mans até a Mercedes-Benz voltar às corri-
das. Foi na década de 1980 que os executivos co-
meçaram a acenar a sua volta às competições. Em
um primeiro momento, por um acordo com Peter
Sauber, a montadora forneceu motores V8 de 5.0
litros para corridas de carros esportivos do grupo
C em 1989 e 1990. Dali para voltar à Fórmula 1 não
tardou muito e em 1994 a montadora da estrela
prateada voltou à categoria mais importante do
automobilismo mundial.

Assim como outras montadoras que se dispõem a


colocar equipe oficial nas competições, a Merce-
des-Benz o faz com o mesmo objetivo de compar-
tilhar informações valiosas entre equipe e fábrica.
São através das pistas que muitas tecnologias são
implantadas nos carros que você vê na rua, assim
como tantas outras são aperfeiçoadas quando são
exigidas ao extremo nas pistas mais desafiadoras
do planeta.

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Crédito Editorial Sander Trooijen | Unsplash

Atualmente a montadora está participando do


Mundial de Fórmula 1, Fórmula E e campeonatos de
GT espalhados ao redor do mundo. Sendo o mais
importante deles o Deutsche Tourenwagen Mas-
ters, DTM, este, sim, com equipe oficial de fábrica.

AMG GT3
Os fãs brasileiros da montadora da estrela pratea-
da têm a oportunidade de ver de perto a Mercedes-
-Benz AMG GT3 pelas pistas do Brasil. Não uma,
mas no campeonato brasileiro de endurance, são 7
oportunidades de ver estas máquinas devidamente
preparadas para rasgar as retas a quase 300 km/h.

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Crédito Editorial Milan Csizmadia | Unsplash
Crédito Editorial Milan Csizmadia | Unsplash

São carros desenvolvidos com o que há de melhor


de tecnologia e materiais de última geração de-
senvolvidos pela montadora alemã. E grande par-
te dessa tecnologia é migrada para o carro de rua,
com muito mais conforto e itens para facilitar a di-
rigibilidade do motorista comum.

As equipes e pilotos da Endurance são:

- A.Mattheis: Marcos Gomes e Xandinho Negrão;


- AutLog: Leandro Ferrari, Marco Pisani e Renan
Guerra;
- Boat M3: Alexandre Auler e Guilherme Salas;
- JDavid Team: Rodrigo Pacheco e Rick Bonadio;
- Team RC: Maurizio Billi, Marco Billi, Max Wilson,
Guilherme Figueroa, Cacá Bueno, Ricardo Baptis-
ta, Júlio Campos.

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A AMG GT3 vem equipada com um motor AMG de
6.3 litros V8 e de 6.208 cm3, com um câmbio se-
quencial AMG de 6 marchas especialmente prepa-
rado para corrida. Parar este monstro construído
pela montadora alemã fica a cargo dos freios de
390 mm na dianteira e 355 mm na traseira. Além
disso, a configuração do balanceamento do freio
pode ser realizada via feixe.

- Comprimento: 4,75 m;
- Largura: 2,05 m;
- Altura: 1,24 m

A Mercedes-Benz AMG GT3 tem o peso de 1,29


toneladas, aproximadamente, pois pode variar de
pista para pista, regulamento para regulamento e
de campeonato para campeonato. Já a capacida-
de do tanque de combustível do carro preparado
para pista é de 120 litros, usado tanque devida-
mente homologado FIA. A Mercedes-Benz GT R
Pro AMG 4.0 V8, o modelo de rua, tem capacidade
de 65 litros de gasolina em seu tanque de combus-
tível convencional.

O custo de uma brincadeira destas é de aproxima-


damente US$441 mil para a versão sprint e US$470
mil para a versão de corridas de longa duração. Ou
seja, inclui faróis extras, sistemas de bebidas, sis-
tema de abastecimento rápido, por exemplo. Nes-
tes valores não estão incluídos transporte e nem
impostos. Por outro lado, ao fazer a encomenda de
sua AMG GT3, segundo a Motor Trend, você será
convidado para um centro técnico de corridas da
Mercedes-AMG em Affalterbach, Carolina do Nor-
te, onde será passado um briefing técnico comple-
to sobre o carro.

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Crédito Editorial Philip Blank | Unsplash

Nunca R$2.450.815,00 foram tão bem investidos e


com o poder de gerar alegria e satisfação ao dono
e piloto de um AMG GT3.

AMG Cup Brasil


E o Brasil tem o privilégio de ter mais um campeo-
nato monomarca, a AMG Cup Brasil, com a chan-
cela do fabricante, que cede os direitos de uso da
marca para os promotores. Dentro desta categoria
correm dois modelos do sedan, o C300 e o CLA 45
AMG.

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Crédito Editorial Spencer Davis | Unsplash

São mais de 30 pilotos no grid, com classificató-


rio separado, mas ao apagar as luzes vermelhas e
o pé no porão, ambas categorias andam no mes-
mo grid. No ano de 2022 foram 8 etapas ao todo,
com corridas no sábado e domingo, no total de 16
corridas ao ano, com início em 28 e 29 de maio em
Interlagos e fechando o ciclo no mesmo local, nos
dias 10 e 11 de dezembro.

Não tem informação a respeito das configurações


dos carros usados especificamente na categoria,
exceto, claro, que possuem os ítens de segurança
básicos como o santantônio (gaiola de proteção),
banco concha e cinto de segurança de seis pontos.

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Crédito Editorial Lorenzo Hamers | Unsplash

C300 Coupe 2.0


O modelo C300 Coupe 2.0, ano de 2020, pode
ir para sua garagem a um custo aproximado de
R$305.955,00. Estes carros já vêm devidamente
montados diretamente da fábrica na Alemanha.

O motor M264DE20, dianteiro de 2 litros, 1.991 cm3


com 258 cv a 5.800 rpm tem um torque máximo de
37,7 kgfm a 1.800 rpm. Com transmissão 9G-Tronic,
automática de nove marchas e com conversor de
torque. Bem como tração traseira, como todo carro
de esporte deve ter.

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Crédito Editorial Car_Photographer | Shutterstock.com
As dimensões do carro de pista podem variar um
pouco, tendo em vista o uso das saias dianteiras,
laterais e aerofólio. Mas basicamente são 4,68 m
de comprimento, 1,81 m de largura e 1,41 m de altu-
ra, com distância entre eixos é de 2,84 metros. E o
carro vem calçado com pneus 225/40 R19 na dian-
teira e 255/35 R19 na traseira.

CLA 45 AMG
Outra estrela da categoria AMG Cup Brasil é a Mer-
cedes-Benz CLA 45 AMG. Que assim como a sua
irmã de custo mais baixo, também não há infor-
mações a respeito sobre o carro de competição em
si, mas são todas preparadas pela própria Merce-
des com os itens mínimos de segurança. Ou seja,
falamos de célula de sobrevivência (santantônio),
banco de competições, cintos de segurança, tudo
homologado pela FIA, que permite andar em qual-
quer outra categoria fora do país.

Crédito Editorial Anton Konovalov | Unsplash

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Crédito Editorial Moritz Graf | Unsplash

A título de comparação, vamos usar os dados téc-


nicos do modelo Mercedes-Benz CLA 45 S AMG 2.0
4Matic, com o custo aproximado de R$591.900,00
no modelo 2023. O motor é M139 turboalimenta-
do com 1.991 cm3, 421 cv a 6.750 rpm e 51 kgfm
a 5.000 rpm de torque máximo. A sua tração é
integral sob demanda, com um câmbio 8G-DCT
automatizado de 8 marchas e embreagem dupla
banhada a óleo.

O CLA 45 de rua tem o comprimento de 4,69 m,


1,86 de largura e uma altura de 1,41 m. Deve ha-
ver diferenças entre o carro de rua e o prepara-
do para as pistas devido aos kits aerodinâmicos,
como spoilers e asa traseira, por exemplo. Com
distância entre eixos de 2,73 metros e os pneus
usados são slicks, devidamente apropriados para
competição. Já no carro de rua, são 255/35 R19
na dianteira e traseira.

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O carro de rua tem 1,6 toneladas, o que não deve
ser nem de perto do peso do carro da AMG Cup
Brasil. No caso, bem mais leve. A velocidade máxi-
ma é de 270 km/h e faz de 0 a 100 km/h em ape-
nas 4 segundos.

O esporte automobilístico não é e nunca foi barato,


apenas poucos têm o privilégio de estar dentro de
uma pista, acelerando máquinas dos sonhos como
Ferraris, Mercedes, Porsches e BMWs. Porém, ao
contrário dos que conseguem praticar, há cada vez
mais uma multidão de fãs levados para dentro dos
circuitos para ver competições acirradas como da
Porsche Cup, Endurance Brasil e AMG Cup Brasil.

Crédito Editorial shaun Bexley | Unsplash

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BIBLIOGRAFIA
As informações e dados utilizados neste e-book
se basearam nos conteúdos abaixo listados:

Crédito Editorial
Crédito Editorial: Wes Tindel | Unsplash.com

Sport Premium nas Pistas


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Crédito Editorial shaun Bexley | Unsplash

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Crédito Editorial Milan Csizmadia | Unsplash

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Crédito Editorial henri buenen | Unsplash

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Crédito Editorial Swansway Motor Group | Unsplash

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Crédito Editorial Jan Ivo Henze | Unsplash

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https://www.carrosnaweb.com.br/fichadetalhe.asp?codigo=12998 - Acesso em 02/12/2022.

Este e-book, caracterizado como uma obra lite-


rária, produzido pela Retornar e de sua integral
titularidade, contém citação de marcas de tercei-
ros em caráter meramente informativo, na forma
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