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FORD MAVERICK
RENASCE COM
MOTOR V8
PREPARADO E
CÂMBIO
SEQUENCIAL
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“A carroceria estava tão ruim que este Ford ficou apenas com laterais traseiras e teto
do veículo de fábrica. Demais partes como portas e paralamas dianteiros, por
exemplo, foram todas adquiridas no mercado”, admite Luiz, o conservador da dupla e
que coloca todo o time da SSC de volta à Terra quando necessário. No caso do
Maverick, dá para ver que os caras viajaram bastante e fizeram algo digno para
programas como o Megaconstruções, do Discovery Channel. Afinal, do Ford que
deixou a linha de montagem em meados dos anos 70 só ficou a silhueta.
A base de tudo foi o próprio hot rod feito em Santo André (SP): a parte frontal do
chassi tubular, assim como a traseira, são bem semelhantes, em tubos de seção
quadrada e com amortecedores e molas fixados como em carros de corrida. Na frente
é Indy style, como nos Fórmula, enquanto a traseira lembra os protótipos de provas de
longa duração. Eles são multireguláveis e garantem certo conforto na rua, mas a
construção foi pensada para andar em Track-Days e em eventos em locais fechados.
Para amarrar essa estrutura toda e garantir que o Mavecão rodaria em linha reta, o
chassi foi costurado em uma mesa zero. O cupê ruinzão foi amarrado à estrutura que
garante o alinhamento durante a montagem e eles começaram cortando o meio do
assoalho, onde são fixados trilhos de bancos do motorista e passageiro. Com o miolo
desenhado e soldado, foi possível costurar a traseira com os amortecedores
longitudinais em relação ao chassi e posteriormente a dianteira, com os suportes para
a suspensão e motor recuados em 30 cm. O santantônio de proteção também foi feito
na mesa e dá ainda mais estilo ao projeto.
O V8 302 fica bem mais dentro do habitáculo do que o original, buscando melhor
distribuição de peso. Entre um corte e uma solda, outro objetivo era reduzir o peso
final da máquina. “Eliminamos quase 250 kg se comparado a um Maverick original.
Deixamos de lado vários equipamentos, como sistema de som e banco traseiro.
Laterais de porta e boa parte do assoalho, por exemplo, são feitos de Kevlar, material
leve e resistente, usado em aviões”, diz Ricardo.
Criar e funcionar
Com o radiador de alumínio instalado na cara do Ford e escapes em inox com saídas
na dianteira, perto das portas, tudo estava pronto para apertar o botão de start e ver o
veoitão roncar. Depois de cinco anos de trabalho, ele andou por dias em volta da
oficina para acertar marcha lenta, checar se haveria superaquecimento,
funcionamento de ventoinha elétrica… E funcionou!
Como se não bastasse o urro do V8, que parece duas motos Harley Davidson ligadas, o
câmbio Sainz sequencial de cinco marchas — dos Stock Car de alguns anos atrás —
também grita com vontade. Um rolê em primeira mais parece um passeio em marcha
ré, tamanho o baruho das engrenagens retas da transmissão. As trocas, então, nem se
fala: pode-se segurar o pé colado no acelerador e puxar a alavanca sem medo, pois
um sistema corta a ignição e garante o engate. Para reduzir, mesmo processo. Mas,
não é como um carro moderno, não! É tudo bruto, para quem tem experiência no
assunto. “Frescuras” ou equipos desnecessários, como rádio ou ar-condicionado, não
existem.
Sob medida
Como não poderia ser diferente, os freios são Sigma e exagerados, com pinças de seis
pistões na frente e atrás e discos Fremax, também utilizados na Stock. Com cerca de
1.100 kg, o Mavecão ancora nas frenagens e acende lanterna com LEDs, também feitas
na empresa. Tanta dedicação e capricho colocam agora os irmãos Rodrigues numa
sinuca: como usar o muscle tão diferente, com direito a cor exclusiva? Nós
respondemos: realmente ficou lindo, animal, mas não dá para usá-lo só para eventos.
Ricardo e Luiz, queremos o Ford acelerando na pista!
Ficha Técnica