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SUMÁRIO
Introdução.................................................................... 3
História ......................................................................... 5
A Harley Nas Guerras ................................................13
O Logotipo ................................................................. 23
A Moto de Elvis ........................................................ 30
O Ronco do Motor ..................................................... 32
Uma Marca Cobiçada No Mundo ............................36
Fat Bob X Fat Boy .....................................................49
Fat Bob 2018 ..............................................................51
Curiosidades ..............................................................56
Bibliografia ..................................................................61
Conheça o Instituto Retornar................................... 67

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INTRODUÇÃO
Este ano a Harley Davidson completa 119 anos de
existência sendo muito mais do que uma marca ou
uma empresa. Para clientes e admiradores, ela re-
presenta o espírito rebelde, a liberdade tão alme-
jada, capaz de personificar um estilo de vida.

E a marca é unanimidade: mesmo que você não gos-


te de motos, é impossível não admirar a sua beleza
e o seu visual bad ass.

Como não vê-la e pensar de imediato em estrada,


liberdade e aventura?!

Neste ebook vamos apresentá-lo à história de uma


das maiores empresas do mundo e que tem se rein-
ventado, buscando a modernização e a consagra-
ção também com o público jovem.

E vamos te apresentar ao modelo que é exemplo


dessa busca por inovação. A Fat Bob, que foi rein-
troduzida no mercado em 2008 e que rapidamente

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se tornou um dos modelos mais icônicos e repre-
sentativos da marca americana.

Conhecida como “devoradora de ruas”, essa cus-


tom tem fome de potência e foi construída para
atingir alto desempenho com estilo massivo.

Seja bem-vindo ao mundo da potência em duas


rodas!

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Crédito editorial: Vadim Maevskyi / Shutterstock.com

HISTÓRIA
A empresa Harley-Davidson surgiu em 1901 de uma
ideia de dois jovens: William S. Harley, de 21 anos, e
seu amigo de infância Arthur Davidson, de 20 anos.
Os dois trabalhavam juntos numa firma de automo-
tivos manufaturados: William, como desenhista de
esboços e Arthur, como criador de padrões. Como
os pioneiros dos automóveis e máquinas criadas
na época, eles eram desenhistas por hobby e já ti-
nham seus próprios projetos e a vontade de colo-
cá-los em prática.

Com a ajuda de um projetista alemão que também


trabalhava na mesma firma que eles e tinha algum
conhecimento sobre as novas fábricas de motoci-
cletas européias, eles começaram a desenvolver a
ideia de uma motocicleta. O projeto de William Har-
ley consistia na construção de um pequeno motor
a gasolina, refrigerado a ar.

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Arthur Davidson tinha um irmão chamado Walter
Davidson, um mecânico que viajava pelo país tra-
balhando em estradas de ferro. Por coincidência,
Walter precisou ir a Milwaukee para estar presente
no casamento do seu irmão, quando foi convidado
por William Harley e Arthur Davidson para dirigir o
protótipo da nova motocicleta assim que ela es-
tivesse pronta, com a condição de que ele os aju-
dasse a construí-la.

Walter ficou entusiasmado com o projeto e decidiu


permanecer em Milwaukee. Em 1907, outro irmão -
William Davidson - junta-se ao grupo, ajudando-os
com as suas habilidades de fabricante de peças.

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Crédito editorial: matsiukpavel / Shutterstock.com

A primeira Harley
O curioso deste início da Harley Davidson é saber
como esta primeira “moto” foi fabricada.

Dizem que o carburador, por exemplo, foi feito a


partir de uma lata de molho de tomate, e a primei-
ra vela “era maior do que uma maçaneta de porta”.
O primeiro motor foi acoplado a uma bicicleta e ti-
nha 21 x 27 polegadas, com 25 cilindradas e apenas
3 cavalos de potência.

O motor era muito fraco e não tinha força suficiente


para propulsionar o conjunto. Eles não desanima-
ram e fizeram uma nova adaptação: implantaram
um motor de 400 cm³, muito mais potente do que
o primeiro. É verdade que a máquina até andou,
mas o quadro mostrava que não ia aguentar.

O local de trabalho ainda era uma espécie de celei-


ro com apenas 8 m², mas foi lá que eles consegui-

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ram finalmente construir a sua primeira verdadeira
máquina: a lendária Silent Gray Fellow. O nome O
nome vinha de Silent (silenciosa, em inglês) devido à
condução suave que os amortecedores proporcio-
navam, Gray (cinzenta, em inglês) pela sua austera
pintura e única cor disponível, e Fellow (significa:
amiga), que sugeria uma amizade entre o homem
e a máquina, pois a motocicleta ganhou reputação
de ser uma companheira confiável na estrada.

O motor de um cilindro inclinado de 410 cm³ que


desenvolvia 3 cavalos estava equipado com uma
válvula de admissão automática e com uma trans-
missão de correia. Produziram-se três exemplares.
Dessas três motocicletas iniciais, uma foi vendi-
da diretamente pelos fundadores da empresa, em
Milwaukee, para Henry Meyer, amigo pessoal de
William S. Harley e Arthur Davidson. Em Chicago,
a primeira concessionária nomeada pela marca –
C. H. Lang – comercializou outra dessas três mo-
tos fabricadas inicialmente.

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Crédito editorial: CravenA / Shutterstock.com

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Crédito editorial: CravenA / Shutterstock.com

A vitória em Chicago e o salto


As motos dos amigos ganharam as ruas e os ne-
gócios começavam a evoluir, mas as vendas ainda
aconteciam num ritmo lento.

A mudança aconteceu na comemoração do dia 4


de julho, em 1905, em Chicago. Uma motocicleta
Harley-Davidson venceu sua primeira competição
– e isso ajudou a alavancar as vendas da jovem em-
presa. Para ajudar na produção, foi contratado, em
Milwaukee, o primeiro funcionário em tempo inte-
gral da Harley-Davidson Motor Company.

Com as vendas em ascensão, em 1906, os ami-


gos decidiram abandonar as instalações iniciais e
se mudaram para um armazém muito maior, com
melhores condições de trabalho, localizado na Av.
Juneau), em Milwaukee. Outros cinco funcionários
foram contratados para trabalhar. Em 1907, o nú-
mero de funcionários e a área de trabalho da fábri-

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ca dobram de tamanho. Um ano depois foi vendi-
da a primeira motocicleta para a polícia de Detroit,
dando início a uma parceria tradicional, que sobre-
vive até os dias de hoje.

O nome “HARLEY-DAVIDSON MOTOR COMPANY”


foi adotado oficialmente no dia 17 de setembro de
1907. No ano seguinte, sob a presidência de Wal-
ter Davidson, irmão de Arthur, uma motocicleta
HD foi inscrita na primeira corrida organizada pela
recém-criada Federação Motociclista Americana.
A experiência se mostrou um sucesso estrondoso,
pois o próprio Walter bateu os oitenta competido-
res, que representavam pelo menos vinte marcas
diferentes.

Em 1909, a Harley-Davidson Motor Company apre-


senta aquele que seria um dos maiores avanços no
mercado de duas rodas, o primeiro motor V-Twin.
Em pouco tempo, a imagem de um propulsor com
dois cilindros dispostos num ângulo de 45 graus
tornou-se um dos ícones da história da Harley-Da-
vidson.

Crédito editorial: CravenA / Shutterstock.com

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Os negócios iam bem e a empresa precisava de
mais espaço para aumentar a produção e atender
uma demanda crescente por suas motos. Em 1912,
foi iniciada a construção de uma nova fábrica na
Av. Junea e inaugurada uma área exclusiva para
peças e acessórios. Mesmo ano em que a empresa
atingiu a marca de 200 concessionários nos Es-
tados Unidos e exportou suas primeiras unidades
para o exterior, vendendo inclusive para o mercado
japonês.

Uma inovação na relação com o cliente foi o lan-


çamento, em 1916, da primeira edição da THE EN-
THUSIAST, a revista oficial da marca que seria pu-
blicada ininterruptamente até 2009.

Crédito editorial: CravenA / Shutterstock.com

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Crédito editorial: Karolis Kavolelis / Shutterstock.com

A HARLEY NAS
GUERRAS
Eis que chega a Primeira Guerra Mundial, e a Harley
Davidson é convocada - entre 1917 e 1918, a marca
produziu e comercializou 17 mil motocicletas para
o exército americano durante a 1a Grande Guerra
Mundial.

As motos Harley foram um importante meio de


tranporte na Primeira Grande Guerral. Algumas de-
las eram equipadas com “sidecars” tão sofisticados
que possuíam armas automáticas acopladas. Um
combatente americano, o cabo Roy Holtz, foi o pri-
meiro a entrar em território alemão, um dia após a
assinatura do armistício, pilotando uma HARLEY-
-DAVIDSON equipada com sidecar.

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Na Segunda Guerra Mundial, a Harley Davidson
voltou a fornecer motocicletas e sidecars para o
exército americano e seus aliados. Foram cerca
de 60 mil unidades vendidas, inclusive com a pro-
dução de um modelo especial, o XA 750, que era
equipado com um propulsor horizontal com cilin-
dros opostos, destinado principalmente para uso
no deserto.

Foram comercializadas 1.011 unidades desse mo-


delo para uso militar durante a guerra.

A imagem da moto tornou-se um ícone americano


no combate. Por isso, quando o conflito acabou,
o mercado americano emergiu, depois de anos de
retração por causa da guerra, graças àqueles que
haviam lutado se tornaram os principais compra-
dores de Harley Davidson. Neles havia o desejo de
reviver o espírito da lendária motocicleta como ci-
vis. Esses veteranos ajudaram a construir o mito
“Harley Davidson” pilotando suas motos com um
forte orgulho americano, que, para alguns, seria a
lembrança dos amigos que lutaram com eles lado
a lado, mas morreram pela liberdade do país.

Crédito editorial: Dominionart / Shutterstock.com

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Crédito editorial: George Sheldon / Shutterstock.com

1953 - A única fabricante


No ano de 1953, a marca Indian Motorcycle, uma
das principais concorrentes da Harley fecha as por-
tas. A Harley Davidson passa então a ser a única
fabricante de motocicletas dos Estados Unidos, o
que se manteria pelos 46 anos seguintes.

No mesmo ano, acontece a festa em homenagem


aos 50 anos da marca, com a presença de ape-
nas um dos seus fundadores. Nas festividades, em
grande estilo, foi criado um novo logo em homena-
gem ao motor disposto em “V”, marca registrada
da empresa.

Nos anos seguintes, começam a ser implantadas


mudanças importantes nos modelos da marca.
O mercado pedia máquinas mais potentes e, por
isso, as motocicletas foram se tornando mais le-
ves, perdendo o para-lama dianteiro e os acessó-
rios. Os guidões começaram a assumir a forma de
forquilha. Um novo modelo, conhecido pelo nome
de Chopper, tornou-se muito popular.

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Nos anos 60, as marcas japonesas ganharam for-
ça em todo o mundo e a Harley sentiu o avanço da
concorrência. A Honda lançou os modelos “leves”,
enquanto a Kawasaki e a Yamaha chegaram com
novidades no mercado americano.

Enquanto isso, a empresa investiu e se consolidou


no mercado internacional, pegando carona nos
movimentos alternativos que pregavam liberdade,
paz e amor e que eram retratados nos filmes de
Hollywood.

Crédito editorial: cate_89 / Shutterstock.com

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1920 - A chegada ao Brasil

As primeiras motocicletas Harley-Davidson che-


garam ao Brasil em 1920 e ganharam o gosto dos
amantes de duas rodas. Em pouco tempo, nos tor-
namos os maiores compradores da América Latina.

O Brasil acabou por conquistar um feito inédito, no


final de 1998 que a Harley-Davidson inaugurou sua
fábrica em Manaus, no Brasil. Mesmo depois de 23
anos, ainda é a única linha de montagem da marca
instalada fora dos Estados Unidos.

Crédito editorial: Appreciate / Shutterstock.com

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Em 2012, o espaço ficou pequeno e a empresa cons-
truiu uma nova fábrica, também em Manaus, com
10.000 m² e com capacidade de produção de até
30 veículos por dia, dentro de uma cartela de 20
modelos, além de dois exclusivos para a polícia e
para as forças armadas. São 110 funcionários tra-
balhando nesta unidade para produzir os modelos
Softail FX, Softail Deuce, Fat Boy, Heritage Classic,
Road King Classic e Ultra Electra Glide.

HARLEY Crédito editorial: Artem Beliaikin / Shutterstock.com

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1969 - A fusão com a AMF
A década de 1960 marca uma ruptura na histó-
ria da Harley Davidson. Em 1965, a empresa deixa
de ter o controle familiar e passa a comercializar
as ações na Bolsa de Valores. Como consequência
dessa decisão, em 1969, a Harley-Davidson une-se
com a empresa American Machine and Foundry
(AMF), uma tradicional fabricante norte-america-
na de produtos de lazer.

A produção segue a todo vapor, e em 1969 são fa-


bricadas 14 mil unidades nas fábricas HD.

A AMF investe US$ 60 milhões para aumentar a


produção de motos Harley. A ideia era enfrentar as
motocicletas japonesas que invadiam o mercado

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americano. Apesar das vendas aumentarem e do
governo americano entrar na briga contra as rivais
japonesas, taxando a importação de motos, a Har-
ley não sai do vermelho. A produção, na década de
1970, passou de 15.000 para 75.000 unidades ao
ano, atingindo um volume muito alto, mas deixan-
do de lado o mais importante: a qualidade de seus
produtos. Os consumidores passam a reclamar de
defeitos e problemas em motos que tinham aca-
bado de sair das concessionárias.

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1981 - “The Eagle Soars Alone”
Em fevereiro de 1981, outro momento decisivo da
Harley Davidson: 13 executivos seniores da empre-
sa assinam uma carta de intenção para comprar as
ações da Harley-Davidson que pertenciam à AMF.
Entre eles, estavam William G. Davidson, neto de
um dos fundadores, Vaughn Beals e Richard Teer-
link. Para celebrar o momento, eles fizeram uma
viagem de moto da cidade de York à Milwaukee,
sede da empresa. E uma frase se popularizou entre
os apaixonados por Harley e que apoiavam a volta
da empresa às origens - “The Eagle Soars Alone”
(“A águia voa sozinha”) se tornou o grito de guerra
para celebrar a aquisição.

Em junho do mesmo ano, a compra foi concretiza-


da. Os novos proprietários da empresa implemen-
taram novos métodos de produção e gerenciamen-
to de qualidade na produção das motocicletas da
marca.

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Em 1982, a Harley-Davidson solicitou ao governo
americano a criação de uma tarifa de importação
para motos com motores acima de 700 cc. A es-
tratégia era conter a invasão de motocicletas ja-
ponesas no mercado norte-americano. O pedido
foi atendido.

A nova diretoria aproveitou o respiro no mercado


para implantar mudanças e reerguer a empresa. O
reflexo veio rápido, em 1983, a empresa teve um
pequeno e tímido aumento nos lucros e em 1984, a
Harley Davidson teve um lucro de US$ 3,9 milhões.

Dois elementos foram fundamentais para esse su-


cesso: o lançamento de uma nova versão do motor
V-Twin, batizado de Evolution; e o trabalho reali-
zado por Willie G. Davidson à frente do departa-
mento de projeto e responsável pela nova imagem
da Harley Davidson.

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O LOGOTIPO
É só ouvir falar de Harley Davidson e já vem à ca-
beça o logotipo da marca, um dos mais conhecidos
e, portanto, um dos mais valiosos do mundo.

A história da escolha dessa logomarca começou


em 1908, nos primeiros anos da marca em opera-
ção. A primeira variação do logotipo, foi chamada
“Bar and Shield” e foi pintada nas portas do celei-
ro onde funcionava a empresa, pela tia de um dos
fundadores, Arthur Davidson. Nesta época, o nome
vinha pintado em vermelho.

O nome “Bar & Shield” vem do formato do logoti-


po que é constituído por uma barra (Bar) onde está
escrito o nome HARLEY-DAVIDSON e um escudo
(Shield) onde se lê “Motor Cycles”.

Um pedido de registro da marca no U.S Patent Of-


fice com a data de 30 de janeiro de 1930 alega que
o “B&S” foi usado e aplicado constantemente pela
empresa desde 6 de maio de 1910. A primeira asso-
ciação com a cor preta e laranja para o logotipo Bar
& Shield data de 1922, quando peças e acessórios
receberam embalagens com novo design. A versão
atual surgiu somente em 1965, substituindo a ver-
são antiga, bem mais alongada.

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As mudanças na logo ao longo dos anos foi bas-
tante discreta e talvez, por isso, ela seja tão lem-
brada quando se fala da marca.

Desde 1981 a empresa utiliza em paralelo um logo-


tipo corporativo, idêntico ao da marca, mas com a
palavra COMPANY ao invés de CYCLES.

Em 2019 a marca apresentou logotipos alternati-


vos para serem utilizados em situações específicas
de comunicação, meios digitais e até no tanque de
alguns modelos de motocicletas. O tradicional Bar
& Shield adotou apenas os contornos, na cor la-
ranja ou preta, sem o nome da marca. Além disso,
foram criados logotipos com o nome da marca e
apenas com as iniciais.

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1983 - Harley Owners Group (H.O.G.)
A relação entre os donos de Harleys com a marca é
mais do que próxima. É uma paixão que extrapola
qualquer entendimento.

Você sabia que a tatuagem do logotipo da Harley é


a segunda mais popular no mundo? Só perde para a
palavra “Mãe”.

E estes loucos por Harley montaram um grupo em


1983 chamado Harley Owners Group, ou simples-
mente - H.O.G. A organização foi feita por executi-
vos da marca com o objetivo de

“atrair novos clientes para o estilo de vida que a mar-


ca acreditava ser o seu grande diferencial: pregan-
do o “andar de moto” como diversão para a família
e uma maneira de conhecer o mundo e se divertir”.

Crédito editorial: Vladimir Zhupanenko / Shutterstock.com

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Os executivos da Harley viam na formação do gru-
po, a oportunidade de criar um diferencial para a
marca e despertar o apetite do cliente para consu-
mir ainda mais produtos relacionados à moto (na
verdade, um “estilo de vida”). Os “harleyros” pas-
saram a comprar produtos variados da marca: ca-
pas de chuva, jaquetas de couro, luvas, capacetes,
itens colecionáveis, etc.

Deu tão certo que os executivos perceberam que


os membros do H.O.G. normalmente gastam 30%
a mais do que outros proprietários de HARLEY-DA-
VIDSON, em itens como roupas e eventos patroci-
nados pela marca.

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HARLEY

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E não estamos falando apenas de homens barbu-
dos e com estilo rústico, as mulheres também fa-
zem parte deste universo da Harley. As mulheres
associadas ao H.O.G. recebem a denominação de
“Ladies of Harley-Davidson”. Elas também ganham
um pin e patch especial das Ladies of Harley, ou
L.O.H.

Fora dos Estados Unidos, o primeiro H.O.G. foi fun-


dado em 1991 na Inglaterra. No mundo inteiro são
mais de 1.400 deles.

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Hoje em dia o H.O.G. oferece aos seus membros
vantagens que cada vez mais alimentam a paixão
por dirigir uma HARLEY-DAVIDSON. Eles organi-
zam encontros, passeios, eventos e ralis; eles tam-
bém publicam a Revista H.O.G. e produzem distin-
tivos e emblemas e tem entrada gratuita no museu
da Harley Davidson em Milwaukee. Essa grande fa-
mília também usufrui de um programa de locação
de motos Fly & Ride, descontos em seguro e hotéis,
remessa de motocicletas e muito mais.

Hoje, eles são mais de um milhão de membros, em


130 países, com mais de 1,2 mil Chapters - as filiais
em todo o mundo. Tudo isso faz do H.O.G, a maior
organização do mundo de motociclistas, patroci-
nada por uma fábrica.

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A MOTO DE ELVIS
O Rei do Rock era um apaixonado por Harley Da-
vidson. Tinha duas: uma Electra Glide 1200 e uma
chopper, ambas da década de 1960.

Em 1956, Elvis Presley foi capa da edição de maio


da “The Enthusiast”, publicação da própria Harley
Davidson. Na foto, Elvis aparece sobre uma Har-
ley KH 1956. Vermelha, com detalhes em branco no
tanque de combustível e um enorme parabrisa, o
modelo foi flagrado rodando pelas ruas de Mem-
phis com o cantor e ator algumas vezes. Elvis com-
prou esta H-D de um concessionário local por 903
dólares, ou, 4,9 mil reais. Uma pechincha.

Crédito editorial: Edward R / Shutterstock.com

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Apesar da opinião contrária dos fãs do Rei do Rock,
que queriam a moto em exposição em Graceland
- na casa de Elvis, a moto pertence ao Museu da
Harley Davidson.

Toda a confusão aconteceu porque a motocicleta


foi dada por Elvis Presley a seu amigo Fleming Hor-
ne, que decidiu que a Motor Company deveria ficar
com ela. Um acordo foi fechado e, em 1995, a mo-
tocicleta encontrou seu lar nos arquivos do Museu
da Harley-Davidson, onde está até hoje.

Crédito editorial: Knot. P. Saengma / Shutterstock.com

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O RONCO
DO MOTOR

O ronco do motor da Harley Davidson é uma carac-


terística única da moto. Não há quem não perceba
a moto chegando através de seu ruído caracterís-
tico. Acredite, há quem ame e também quem odeie.

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Vamos explicar então como essa “mágica” acon-
tece.

Na Harley, o pistão passa pelos tempos de admis-


são, compressão, combustão e escapamento a
cada duas voltas do virabrequim. Um motor Harley
tem dois cilindros e dois pistões, mas há somente
um mancal de biela no virabrequim. As duas bielas
estão conectadas neste mesmo mancal, que com-
binada com a disposição em V dos cilindros, o que
impede que as explosões ocorram em intervalos
regulares. Com isso, as explosões não ocorrem a
cada 360º, pois na Harley é assim o ciclo: primei-
ra explosão ocorre e logo depois de 315º outra ex-
plosão; após as duas primeiras, há um intervalo de
405º e outra explosão; a explosão seguinte se dá
em 315º e novamente há um intervalo de 405º… E o
ciclo continua… Em marcha-lenta, podemos ouvir
o som da batida do motor seguido por uma pausa.

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É um som tão próprio da Harley Davidson e de suas
motos que a marca decidiu fazer algo inusitado
anos atrás - patentear o ronco da moto. Tudo teve
início com a briga de mercado entre a Harley e as
montadoras japonesas.

No final dos anos 1980, os fabricantes japoneses


viram a marca americana tornar-se líder em ven-
das no mercado das estradeiras, e perceberam que
suas grandes motocicletas não tinham o ronco ca-
racterístico das Harleys que muitos consumidores
desejavam. Na tentativa de ganhar esse público,
os japoneses passaram a fabricar motores que fi-
zessem ruídos semelhantes.

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Percebendo essa movimentação da concorrência,
em 1994, a Harley-Davidson entrou com um pedi-
do de registro de marca para o ronco dos seus mo-
tores: “A marca consiste no som de escapamen-
to das motocicletas do requerente, produzido pelo
V-Twin, motor de virabrequim comum às motoci-
cletas, quando os produtos estão em uso.”

Nove empresas concorrentes da Harley Davidson


se opuseram ao requerimento, argumentando que
motocicletas estradeiras de várias marcas usam
motores em V que produzem sons parecidos. A dis-
puta se estendeu por anos nos tribunais. Em agos-
to de 2001, a americana desistiu de registrar o som
do seu motor. Apesar disso, os assessores jurídicos
da marca afirmam que a Harley-Davidson possui
direitos sobre o ronco do motor, mesmo sem regis-
tro oficial de patente.

Foram seis longos anos de briga judicial até que a


Harley-Davidson desistisse da causa. É importante
ressaltar que apesar de muitas tentativas, nenhu-
ma fabricante de motocicletas conseguiu superar
o ronco característico dos clássicos V-Twin.

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UMA MARCA
COBIÇADA NO
MUNDO
A Harley Davidson conquistou um espaço que pou-
cas empresas conseguiram: uma marca que vai
além do produto, é um estilo de vida, uma empresa
amada por seus clientes. A Harley atravessou mais
de um século e segue como uma das empresas mais
bem sucedidas no mundo. E os seus números são
invejados:

Crédito editorial: BT Image / Shutterstock.com

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Em 2019, a Harley Davidson comercializou mais de
218 mil motocicletas em mais de 100 países, ofe-
recendo mais de 20 modelos diferentes, entre os
quais Fat Boy, Road King, Sport Glide e Iron, além
da linha CVO - Custom Vehicle Operations (setor
especializado na customização de motos na pró-
pria fábrica da empresa) através de suas mais de
1.560 concessionárias. Somente nos Estados Uni-
dos são aproximadamente 700 pontos-de-venda.

Com um número de funcionários superior a 5.000


pessoas, a marca faturou US$ 5,36 bilhões em 2019.

Crédito editorial: BoJack / Shutterstock.com

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Além das motocicletas, que respondem por algo
em torno de 65% do faturamento, a empresa tam-
bém fatura alto com partes e acessórios - 10% do
faturamento. Não podemos esquecer que a marca
vende atitude, comercializando também roupas e
acessórios para seus clientes. Somente a licença
de utilização do logotipo e da marca HD gera para
a empresa anualmente uma arrecadação de apro-
ximadamente US$ 400 milhões.

A empresa tem fábricas nos Estados Unidos (York


e Milwaukee) Brasil, Índia, Tailândia e Austrália.

Sucesso conquistado em 118 anos de história. Em


maio de 2019, a fábrica de York, no estado da Pen-
silvânia, inaugurada em 1973 e onde a empresa con-
centra sua produção, comemorou a impressionan-
te marca de 5 milhões de motocicletas produzidas.

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Quer mais? De acordo com a empresa de consul-
toria britânica Interbrand, somente a marca Har-
ley Davidson está avaliada em US$ 4.793 bilhões,
ocupando a posição de número 99 no ranking das
marcas mais valiosas do mundo de 2019.

A Harley Davidson lançou a Fat Bob em 1979. O


nome era uma combinação de Fat, por causa da
largura de seus tanques de gasolina gêmeos, e
Bob por causa dos para-lamas cortados - os “bob-
-jobs”. Os bob-jobs originais eram motos com mo-
tor V-Twins com para-lamas dianteiros removidos
e as traseiras encurtadas ou cortadas.

Bob-Jobs também é conhecido como Bobber.

Crédito editorial: Serhii Shcherbyna / Shutterstock.com

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Bobber é um estilo de customização que surgiu
após a Segunda Guerra Mundial, quando os solda-
dos americanos foram apresentados aos modelos
de motocicletas europeias, que eram mais leves e
com melhor aerodinâmica.

Os soldados ao voltarem para casa começaram a


modificar suas motocicletas americanas. E assim,

Crédito editorial: Dmytro Vietrov / Shutterstock.com

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começou o movimento de retirar as peças das mo-
tos para ajudar na redução de peso e na redução do
chassi e para-lama, surgindo assim, o nome Bobber
(cortar curto).

A Harley Davidson vinha investindo em motos nes-


te estilo e em 2008, quando a Fat Bob foi reintro-
duzida, foi mais a fundo nas Bobbers, atualizando
o formato V-twin tradicional com um ar despojado
e novo visual com faróis duplos redondos.

Em 2008, a Fat Bob é reintroduzida na linha das


motos Harley Davidson como uma fat custom -
motos baixinhas, gordinhas e invocadas, com as-
sento baixo (low rider) e pneu dianteiro balão. Seu
chassi pertencia à família Dyna. A posição do pilo-
to é a mais típica das custom: você vai sentado na
rabeira, com as pernas esticadas à frente. A altura
do solo é mínima e o grande entre-eixos faz qual-
quer lombada parecer um grande obstáculo.

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Outra característica forte é o guidão, do tipo T-bar,
ou seja, em forma de “T”, parecido com o das mo-
tos de arrancada.

O visual bonito e atraente chamou muito a atenção


do mercado. A moto vinha em versão preto fosco e
preto brilhante. E só.

Com seu visual forte e poderoso, a Fat Bob era cha-


mada de “muscle car” das motocicletas.

A Milwaukee-Eight de 107 polegadas é o mesmo


motor V-twin de 1.746 cc que impulsiona as motos
de turismo da Harley Davidson, de modo que o ru-
ído de fundo exclusivo da Harley permaneceu in-
tacto. Os fãs agradeceram.

Tem a aparência de bobber: medidor com mostra-


dor único; luzes traseiras em forma de bala; pintu-
ra fosca. O motor vinha com poucos detalhes cro-
mados. A tampa do escapamento tem uma bela
pátina de cobre, e as latas duplas de escapamento
grossas e viradas para cima fornecem um forte ru-
ído de “hot rod”. Pneus gordos completam a apa-
rência robusta.

Crédito editorial: CravenA / Shutterstock.com

42
Lançada quatros anos antes, em 2012 a Fat Bob re-
cebe modificações.

Também conhecida como Harley-Davidson Fat Bob


FXDF 2012, a Fat Bob foi uma das novidades da Har-
ley em 2012, quando a marca apresentou ao merca-
do as novas motocicletas.

Pertencente a família Dayna, essa Fat Bob era in-


tegrante da linha dark custom da Harley. O desta-
que do design era o farol duplo cromado e os largos
pneus com rodas usinadas.

A motocicleta chegava com ABS integral para au-


xiliar o piloto nas frenagens e um exclusivo escapa-
mento Tommy Gun, que potencializava o som clás-
sico do motor V2 da marca norte-americana.

O duplo farol cromado do modelo 2012 foi o que mais


o destacou dos demais modelos da marca e facilitou
para o consumidor identificá-la em meio a toda linha
de motos atual da Harley-Davidson. Ainda na esté-
tica, o guidão estilo drag também contribuiu para
o visual clássico: inspirado nas motocicletas de ar-
rancada, muito populares nos EUA, o guidão não é
fixado diretamente na mesa e sim no canote. Como
ele é reto e elevado, o piloto assume uma postura
ereta, que ajuda a não cansar o corpo.

O pneu largo e de perfil alto dessa Fat Bob (130/90


na dianteira e 180/70 na traseira) ajudam o piloto a
contornar as curvas com estilo. As rodas de 16 po-
legadas ajudam a elevar o peso do modelo (320 kg
em ordem de marcha) e fazem parte de seu estilo.

43
Essa Fat Bob chegava para dialogar com dois mun-
dos: cidade e estrada. O motor do modelo 2012 é
um Twin Cam 96 de 1585 cm³ e refrigeração a ar.
Ele apresentava um comportamento bem dinâmi-
co, que agradava na estrada e nas ruas.

Em 2014, a Fat Bob ainda fazia parte da família


Dyna e chegava com inovações exclusivas, unindo
o estilo da linha Dark Custom ao motor Twin Cam
96, com cilindrada de 1.600 centímetros cúbicos.

A versão 2014 trazia acabamentos na cor preta


desde o aro dos faróis até a tampa da bateria e
a cobertura do amortecedor traseiro. As rodas de
alumínio também foram modificadas e o para-la-
ma traseiro ficou mais curto.

Crédito editorial: Performance Portraits / Shutterstock.com

44
45
O modelo saiu um pouco da concepção das clás-
sicas Harley e invadiu o território ocupado pelas
Bobbers europeias, resultado dos dois faróis pe-
quenos na frente que deram uma cara do visual
distinto das custom do antigo continente europeu.

No paralama traseiro, o modelo trazia duas luzes


circulares que casavam perfeitamente com os fa-
róis na traseira recortada. A posição do piloto bem
radical deixava o vento de frente e o guidão estilo
“drag bar” permitia uma boa posição para coman-
dar facilmente a direção.

46
Para maior impressão de força, os escapes traziam
uma linha bem contornada. Duas saídas do único
silencioso, com dois coletores cromados que ali-
mentavam-no para que depois, essas ponteiras in-
tercaladas permitissem o ronco grave e imponente
do inconfundível motor Harley-Davidson. No visu-
al, composto pela capa de proteção, a impressão é
de canos duplos até o fim.

Com seu desenho diferenciado, esta Fat Bob sur-


preendia pela agilidade. Pensada como uma moto
urbana, ela vai muito bem nos corredores urbanos
e também tem um belo desempenho num passeio
tranquilo por estradas ou rodovias. Até oferece
grande prazer de pilotar pela confortável e relaxa-
da posição, com pernas quase esticadas e os bra-
ços apoiados no guidão.

47
Felicidade para os harleyros do Brasil: este modelo
passou a ser montado na fábrica em Manaus.

Os nomes de motos podem ser bastante peculia-


res, por isso, pensar que uma marca como a Harley
Davidson deu o nome de Fat Bob para um modelo
seu, levanta a curiosidade do seu significado.

É simples e fácil de lembrar. A Fat Bob tem um nome


esquisito para uma moto, mas é importante dizer
que ela é parente da Fat Boy, uma moto icônica da
também Harley Davidson.

A ideia do nome é justamente descrever o modelo:


“Fat” (gordo) porque tem pneus balão, imensos e
que parecem ter sido adaptados. “Bob” porque tem
a traseira ao estilo bobtail, curta, truncada, corta-
da. Mas o nome também remete a uma expressão
americana em que a palavra “fatbob” define um
cara easy going, relaxadão, despreocupado, com
aquele estilo de vida largadão bastante caracte-
rístico dos bikers dos EUA.

Crédito editorial: ANAID studio / Shutterstock.com

48
HARLEY
FAT BOB x FAT BOY
Fat Bob, Fat Boy… é só dar uma busca no Google
que a confusão começa e surgem igualmente títu-
los Bob e Boy na mesma busca.

Além dos nomes bastante parecidos, os modelos


podem também confundir aqueles que são menos
familiarizados com as motos da Harley Davidson.
Mas olhando de perto podemos destacar muitas

HARLEY
diferenças.

HARLEY 49
A Fat Bob é uma bobber moderna e urbana, com
para-lamas e escapamentos curtos, pneus de per-
fil alto, componentes pintados de preto e acaba-
mentos foscos, como nos escapamentos. O nome
Bob foi usado pela primeira vez em um modelo do
final dos anos 1970, retornando à linha em 2008
para batizar uma Harley mais esportiva e irreve-
rente, focada em agilidade e performance.

A Fat Boy tem outra pegada. Ela é a releitura de


um estilo clássico e mais estradeiro, com os com-
ponentes cromados e linhas arredondadas. Criada
em 1989 e inspirada na Hydra Glide de 1949, com
estética despojada, minimalista e “parruda”: farol
grande e destacado, guidão largo, rodas maciças e
pneus largos.

A autonomia varia porque a Bob não precisa car-


regar tanto combustível e leva 13,6 litros, pensada
mais para o ambiente urbano, enquanto a Fat Boy
comporta 18,9 litros de gasolina para uma maior
autonomia nas estradas.

50
FAT BOB 2018
A Modernização
Em 2018, a Harley Davidson promove uma grande
mudança em busca de maior modernização de sua
linha de motos. Com isso, a família Dyna - da qual
a Fat Bob fazia parte - é extinta. A Fat Bob passa
então a fazer parte da família Softail. E isso traz
mudanças significativas para o modelo.

De todas as motos atualizadas na linha Harley-Da-


vidson Softail 2018, a Fat Bob foi a que mais ga-
nhou identidade própria. Neste ponto, ela se desliga
da imagem de meio-irmão da Street Bob e ganha
personalidade. É a moto de maior desempenho da
linha cruiser Harley-Davidson 2018.

51
Tantas modificações tinham um objetivo: trazer um
público mais jovem para a marca. Visualmente im-
pactante, ela é robusta, moderna e tem no farol de
LEDs (será que inspirado no rosto do robô Bender,
do desenho Futurama?) e nas duas saídas de es-
cape graúdas, os seus pontos fortes.

O motor V2 dela é o M-E 107, que tem 1.745 cm3,


mas também é possível escolher o M-E 114, que
tem 1.868 cm3. Com o 107, a moto é rápida, com o
ótimo torque de 14,8 mkgf já disponível aos 3 mil
giros. Basta girar o manete do acelerador para a
moto seguir voando baixo pelo asfalto e alcançar
os 100 km/h num piscar de olhos.

Outras mudanças importantes foram na suspen-


são e no chassi da Fat Bob para deixar ela melhor
de curva. A Harley mudou o material (aço carbono)
e o desenho chassis e conseguiu com isso 65% a
mais de rigidez. Só ele é 15% mais leve que antes,
o que ajudou a moto a perder 15 kg no total.

52
A Fat Bob 114 é provavelmente o que os motociclis-
tas mais jovens esperam de uma moto moderna,
com pneus largos, garfo invertido, guidão amplo e
reto, nada de cromados e o legítimo motor V-Twin
no meio disso tudo.

Já a suspensão dianteira de garfos invertidos se


junta ao novo monoamortecimento traseiro com
ajuste de pré-carga. Ambos deixaram a Fat Bob
com uma pegada mais esportiva em ataque em
curvas e absorvem o impacto dos buracos muito
bem.

O assento é confortável e a inclinação da moto


não cansa muito em viagens médias. Já o painel
é minimalista e oferece a marcha em que a moto
está, velocímetro e hodômetro de forma digital e
um conta-giros analógico.

53
Desde o modelo 2018, a Fat Boy reforçou seu perfil
moderno, forte, rápido e também jovem. Tudo isso,
deu a essa moto uma cara de custom para a cida-
de.

Mas é importante reforçar que ela também vai mui-


to bem na estrada.

A Fat Bob com a sua aerodinâmica oferece muita


segurança em ultrapassagens e poucas trocas de
marcha, graças ao torque e elasticidade do motor.

Como uma boa moto “fat”, de pneus largos, é pre-


ciso algo de disposição e força física mesmo para
colocá-la na trajetória em uma curva mais inten-
samente traçada. Ela vai pela estrada e vai muito
bem; com uma superfície de borracha em contato
com o chão que poucas outras motos oferecem. O
bom contato com o asfalto auxilia muito nas fre-
nagens, bem seguras: os freios dão conta de segu-
rar toda a força desse “monstro”.

54
Na cidade ou na estrada, a Harley-Davidson Fat
Boy 114 é puro charme, estilo e desempenho, um
ícone do motociclismo à moda norte-americana.
Com acabamento impecável, pintura primorosa,
pouco plástico e muito metal nobre, ela exala qua-
lidade e robustez. É certamente um objeto de dese-
jo. O ruído do escape 2x1x2 em tom acobreado com
ponteiras superpostas de alumínio polido é música
orquestral para qualquer motociclista.

É acelerar e aproveitar a viagem!

55
CURIOSIDADES
O lançamento do modelo Fat Bob 2018 empolgou
a todos. A imprensa elogiava as mudanças e a mo-
dernidade da moto e a marca comemorava o su-
cesso do seu produto.

Empolgado com o resultado de tanto trabalho, o


recém anunciado chefe de planejamento de pro-
dutos da Harley, dizia à imprensa que a inspira-
ção para o novo modelo vinha dos filmes de terror.
Para ele, a Fat Bob era o veículo ideal para a fuga
do apocalipse zumbi. Ele também dizia que outra
inspiração havia sido os veículos da série de ficção
científica Battlestar Galactica - o que explicava o
ar futurista do novo modelo. Os designers queriam
que o visual transmitisse agilidade e a atitude de
que a moto queria comer qualquer asfalto ou bu-
racos em seu caminho.

E de fato a moto impressionou a todos. Houve quem


a comparasse ao grandalhão Hummer, com suas
barras de arrasto, painel de instrumentos monta-
do no tanque, assento relativamente alto e apoios
de pés para frente que combinam-se para dar uma
aparência agressiva, assim como o SUV com cara
de veículo de guerra.

56
A Fat Bob de Maradona
Uma Harley Davidson Fat Bob 107 customizada é
uma das máquinas do acervo de Don Diego Mara-
dona, falecido em novembro de 2020.

E essa custom tem até nome - “I am Diego”.

A história de como esta Fat Bob chegou a Mara-


dona é bastante curiosa.

Em junho de 2019, Maradona teve que abandonar


o cargo de técnico do Dorados de Sinaloa, time do
México. Isso porque, ele faria uma operação bas-
tante delicada no joelho direito, inclusive com a co-
locação de uma prótese e teria que ficar afastado
dos gramados.

Nesta época, Maradona estava bastante abalado


e triste. Para animá-lo, a diretoria do Dinamo Brest,
da Bielorrússia (do qual Maradona era presidente)
decidiu mandar um presente para o período pós-
-operatório: uma moto customizada com detalhes
que representassem a vida de Diego Maradona.

57
A ShifCustom ficou responsável pelo projeto de
customização da peça. E o idealizador da moto foi
Yuri Shif, que destacou que a intenção sempre foi
conseguir algo que mostrasse como seria Marado-
na se não fosse jogador de futebol, mas uma mo-
tocicleta.

Pensando nisso, a Harley Davidson Fat Bob 107 foi


toda redesenhada.

A moto foi rebaixada e vários componentes foram


feitos artesanalmente, com a inclusão de novos
aparelhos eletrônicos e um banco de couro único.

Ela também incluiu vários elementos que destaca-


vam o “D10S”. O número 10 foi colocado na frente,
o tanque de combustível foi pintado com as cores
da bandeira Albiceleste e a assinatura do jogador
foi estampada na borda do banco. Até a roda dian-
teira sofreu modificações e tornou-se uma Bola de
Ouro.

58
Para atender o gosto do jogador, Yuri Shif estudou
a fundo a história de Maradona, leu biografias, as-
sistiu filmes, viu jogos e entrevistas e conversou
com várias pessoas que o conheciam pessoalmen-
te. Tudo para chegar o mais próximo do seu ídolo.

Claro que Maradona adorou a sua Fat Bob! E olha


que não foi o único mimo que ele ganhou dos bie-
lorrussos. Ele também foi presenteado com um anel
com uma pedra preciosa avaliada em 300 mil dó-
lares e um caminhão “anfíbio” Overcomer Hunta.

Os Bad Boys de Fat Bob


No filme Bad Boys para Sempre (2020) uma legíti-
ma Fat Bob não passa despercebida pelo público,
e já empolgava os fãs da saga no trailer de divul-
gação.

No filme, Will Smith e Martin Lawrence reprisam


seus papéis como uma dupla de detetives de Mia-
mi nesta que é a terceira parte da franquia de fil-
mes “Bad Boys” .

Crédito editorial: Dmytro Vietrov / Shutterstock.com

59
Na película, a dupla volta a se reunir para derrubar
o líder de um cartel de drogas em Miami. A recém-
-criada equipe de elite do departamento de polí-
cia de Miami, ao lado de Mike e Marcus, enfrenta o
implacável Armando Armas.

E, numa das cenas de fuga dos bandidos, Smith e


Lawrence aparecem pilotando uma Fat Bob com um
sidecar. Will Smith prova que além de ser uma das
maiores estrelas de cinema da atualidade, também
pilota uma moto como ninguém. Essa parte mostra
uma perseguição de motos que vale as duas horas
de história..

Carrões, helicópteros, explosões e muita persegui-


ção de bandidos… O filme vale pela diversão, pela
cenas em Miami e pela Fat Bob - lindíssima - mes-
mo que engatada num side car.

Crédito editorial: CravenA / Shutterstock.com

60
BIBLIOGRAFIA:
INTRODUÇÃO
Referência disponível em: https://www.harley-da-
vidson.com/br/pt/about-us/company.html Aces-
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A PRIMEIRA HARLEY
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1953 - A ÚNICA FABRICANTE


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Acesso em 05/03/2022.

A FAT BOB NA ESTRADA


Referência disponível em: https://www.motopre-
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Referência disponível em: https://www.goodwood.
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A FAT BOB DE MARADONA


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OS BAD BOYS DE FAT BOB


Referência disponível em: https://www.rideapart.
com/news/315061/motorcycle-new-bad-boys-
-movie/ Acesso em 05/03/2022.

66
CONHEÇA O
INSTITUTO
RETORNAR
A fundação do Instituto Retornar é um sonho con-
cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

As conquistas do Instituto Retornar já são inúme-


ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
sem fins lucrativos em mais de 10 estados. Ao todo,
mais de 3.500 pessoas em 19 cidades foram direta-
mente beneficiadas por essa rede de amor.

Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên-

67
cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
a inclusão social. Realizou a doação de carros, ces-
tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
reformas.

E tudo isso foi possível porque o Instituto Retornar


é movido pelo amor - a força mais transformadora
que existe.

Obrigado por acreditar na missão do Instituto Re-


tornar. Você também faz parte dessa história!

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Nenhuma parte desta publicação pode ser trans-
mitida ou reproduzida sob qualquer forma, seja eletrônica ou mecânica, nem
mesmo comercializada, incluindo fotocópias, gravações ou qualquer outro
armazenamento de informações ou sistema de recuperação sem autoriza-
ção expressa, escrita, datada e assinada pela RETORNAR.

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