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Teresina, Piauí
2022
1. HISTÓRIA DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL
Entre 1945 e 1952, o Brasil gastou mais com veículos e produtos automotivos
do que importando petróleo e derivados do trigo, por conta do câmbio favorável, os
europeus ganharam espaço no mercado nacional e em 1950 a Inglaterra se tornou o
país no qual o Brasil mais importou automóveis de passeio, em 1954 a Alemanha
também ocupou esse espaço. Em 1956 Juscelino Kubitscheck instituiu de fato, o
GEIA, órgão que estabeleceu e supervisionou normas para a criação da indústria
automobilística brasileira (PEREIRA, 2018).
Além desses fatores, outras medidas tiveram que ser tomadas para resolver
alguns entraves para o desenvolvimento dessa indústria no Brasil. Primeiramente foi
necessário limitar a importação de peças de reposição já produzidas no Brasil, em
abril de 1953 foi proibido importar carros inteiros, isso fez com que a Volkswagen, a
Mercedes-Benz e a Willy Overland se tornassem fábricas nacionais, em dezembro
de 1955, a Sofunge ( Sociedade Técnica de Fundições Gerais) funde o primeiro
bloco de motor no Brasil, de um caminhão Mercedes, após a criação do GEIA foram
traçadas metas para o setor nesse período, cerca de 30% dos componentes dos
veículos importados deveriam ser substituídos pelos componentes vendidos pelos
os fornecedores nacionais, como baterias e velas, mais na frente, ganharam as ruas
os primeiros carros de passeios fabricados no Brasil, Romi-Isetta e DKW-Veng
Universal (PEREIRA, 2018),
De acordo com o que previa o GEIA, até 1960. 90% do peso dos caminhões e
utilitários vendidos no Brasil deveria ser de componentes nacionais, para automóveis
de passeio 95%, objetivos esses que foram alcançados e superados (FIORI, 2019).
Um grande avanço que aconteceu nesse setor produtivo se deu com o Plano de
Metas e JK, com a implantação do GEIA, que já em 1956, em que o Brasil possuía a
maior frota da América Latina, que chegava a 811.121 unidades, eram todas
importadas, mas chegaram a estipular um grau de nacionalização de 40% (FIORI,
2019). Em 19 de novembro de 1956, começou a produção de um carro de passeio, a
perua DKW 191 Universal fabricada pela a Veng (Veículos e Máquinas Agrícolas
S/A), que utilizava 60% de peças brasileiras. Depois em 1957, a Volkswagen iniciou
a fabricação da Kombi, seu carro de passeio e principal marca registrada, o Sedan
(posteriormente foi batizado de fusca), chegava ao mercado em 1959 (FIORI, 2019)
No fim dos anos 60 e início dos 70, surgiram várias empresas pequenas,
como a Gurgel e a Puma, mas são 4 empresas que se consolidaram como as
principais fabricantes do país, dominando praticamente todo o mercado:
Volkswagen, GM, Ford, Fiat. Nos anos 90 com o processo de abertura da economia
brasileira, a importação voltou a ser estimulada, que trouxe carros mais modernos e
tecnológicos para o Brasil, que ganhava da concorrência dos produzidos aqui,
provocando uma crise no setor, em 1990 a queda na economia brasileira foi de –
4,5¨% e apenas de 1% em 1991, o maior polo produtor nacional em São Bernardo
do Campo registrava elevado desemprego (CAVALCANTE, 2021), isso revelava que
a indústria automobilística no Brasil estava relativamente atrasada em relação a
países que já possuíam tecnologias mais avançadas.
2. CONDIÇÕES BÁSICAS
2.1 Oferta
2.1 Demanda
O Brasil, como um país de dimensões continentais, apresenta um mercado
com demanda significativa por veículos. Segundo Utzig (2015), a demanda nacional
é alicerçada tanto pelo próprio mercado brasileiro mas também pelas exportações.
Já Daudt e Willcox (2021), afirmam que as políticas sociais implementadas
durante a década de 2000 foram de fundamental importância para o crescimento da
demanda interna por veículos.
Na atualidade, o mercado tem sofrido com as persistentes crises que flagelam
o país, durante a pandemia do COVID-19 houve uma brusca queda no número de
veículos vendidos em decorrência das políticas de isolamento e da desaceleração
da economia, como mostra a figura 2, variação que logo inverteu-se porém não foi
suficiente para voltarmos aos números pré-pandemia.
Fi
3. ESTRUTURA DE MERCADO
Produção de carros e comerciais leves. Fonte: Elaboração própria a partir de ANFAVEA (2022).
4. CONDUTA
É comum olhar para essa indústria e observar seu nível, por assim dizer, de
diversificação1. Tais empresas desse setor precisam abraçar a diversificação como
uma estratégia, significando aproveitar-se de oportunidades de potencial
crescimento e negócios que lhe permitam obter um bom desempenho em sua
produção. Com isso, a diversificação da produção contribuiu para uma vantagem
significativa para as indústrias, uma vez que estas começaram a se expandir e
buscar novas oportunidades, entre essas, buscou-se novas tecnologias e
oportunidades de mercado.
1
A diversificação consiste em uma estratégia empresarial com a qual se pretende a produção de
novos produtos ou serviços e destinados a diferentes mercados.
Fonte: Adaptado por Maria Eduarda Medeiros Monteiro, Rayane Pereira dos Santos Câmara, Zulmara Virgínia
de Carvalho. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (2018).
2
Os dados foram colhidos de um artigo disponível nas referências. Buscou-se ir nas fontes originais,
no caso, na base de dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores - o
FENABRAVE - porém não obtivemos êxito.Contudo, temos algumas avaliações do setor pela
referências buscadas nos Anuários do FENABRAVE.
Fonte: Adaptado por Maria Eduarda Medeiros Monteiro, Rayane Pereira dos Santos Câmara, Zulmara
Virgínia de Carvalho. Dados de World Bank (2018).
5. DESEMPENHO
6. POLÍTICAS PÚBLICAS
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das medidas para combater o efeito da crise de 2008 foi a diminuição
do IPI para estimular a produção e o consumo que foi durante um certo tempo uma
medida importante para amenizar os efeitos dessa crise, mesmo que depois, com a
crise econômica brasileira em 2015 e seu prolongamento a indústria automotiva
tenha sofrido muito, principalmente com o fechamento de fábricas, a queda no
consumo, e a falta de muitas políticas que deixaram ou de fato não foram
implementadas.
ARAÚJO, W.C; HIPÓLITO, G.S; PÔRTO, J.R.A; SILVA, C.A da. O modelo
Estrutura, Conduta e Desempenho - ECD - aplicado ao setor automotivo: Uma
abordagem desde os anos de 2000 a 2010. Disponível em:
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos13/29318233.pdf. Acesso em: 05 de
setembro de 2022.
10 fatos que agitaram a indústria automotiva brasileira nos últimos anos. UOL
Notícias, São Paulo, 01 jan. 2020. Disponível em:
https://www.uol.com.br/carros/listas/10-fatos-que-agitaram-a-decada-da-industria-aut
omotiva-no-brasil.htm . Acesso em: 03 set. 2022.
LUEDEMANN, Marta da Silveira. TRANSFORMAÇÕES NA INDÚSTRIA
AUTOMOBILÍSTICA MUNDIAL :O CASO DO COMPLEXO AUTOMOTIVO NO
BRASIL - 1990-2002.