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Alguns trabalhadores das indústrias automobilísticas, em sua era artesanal, podiam esperar
administrarem suas próprias oficinas, tornando-se empreendedores autônomos trabalhando para
firmas de montagem. Estas organizações eram extremamente descentralizadas, pois a maioria das
peças provinham de pequenas oficinas. Eles também não conseguiam fabricar dois produtos
idênticos, visto que as técnicas artesanais produziam variações por sua própria natureza, e os custos
de produção eram elevados e não diminuíam com o volume. Tudo isto dava margem à intensa
concorrência.
O modelo de produção em massa foi criado por Henry Ford, e suas técnicas conseguiram
reduzir drasticamente os custos na produção de automóveis, aumentando ao mesmo tempo a
qualidade deste produto. A chave para este modelo de produção consistia na completa e consistente
intercambiabilidade das peças e na facilidade de ajustá-las entre si, e para conseguir isto Ford
insistiu que o mesmo sistema de medidas fosse usado para todas as peças ao longo de todo o
processo de fabricação, criando uma padronização que se converteu em uma redução nos custos de
montagem(relação de causa e efeito). O próximo passo de Ford foi a introdução da linha de
montagem móvel, visto que isto eliminava a necessidade de um trabalhador se deslocar, reduzindo
assim drasticamente o tempo de fabricação de um veículo.
Ford levou a idéia da divisão do trabalho às últimas conseqüências, visto que o montador da
linha de produção em massa de Ford tinha apenas uma tarefa: ajustar duas porcas em dois
parafusos ou, talvez, colocar uma roda em cada carro. Não tinha ele de solicitar peças, ir atrás das
ferramentas, reparar seu equipamento, inspecionar a qualidade ou mesmo entender o que os
operários ao seu redor estavam fazendo, como acontecia na mesma fábrica em anos anteriores, na
época da produção artesanal.
Ford no início não passava de um mero montador, mas seu desejo era o de integrar
verticalmente a empresa, produzindo tudo aquilo de que precisava por conta própria, sem depender
de fornecedores externos, para que ele pudesse possuir o controle da qualidade, da entrega e
também do preço destes itens. O problema desta total integração vertical é que ela trouxe consigo
uma burocracia em tal escala, a ponto de trazer novos problemas, sem solução à vista. Já no início
dos anos 30 Ford havia estabelecido três sistemas de fabricação totalmente integrados na Inglaterra,
Alemanha e França, manufaturando produtos especiais de acordo com o gosto de cada país,
administrados por gerentes nativos.
O sucesso de seus automóveis baseava-se nos baixos preços, que não paravam de cair,
sendo resultado principalmente do aumento do volume de produção. Porém, ainda na década de 30,
Ford se agarrou ao conceito da “mão visível”, e não mais queria depender de empresas externas
mas agregar todos os itens necessários à produção de um automóvel dentro de suas fábricas.
Chegou a pensar em produzir absolutamente tudo, desde alimento, passando por tratores, até
aviões, em grande quantidade e de forma padronizada, poderia reduzir substancialmente os custos
dos produtos.
A Ford Motor Company, apesar de seu sucesso, sofria de problemas organizacionais, mas
Henry Ford se recusava a reconhecê-los. Ao contrário, a General Motors quando foi presidida por
Alfred Sloan, passou por uma estruturação organizacional, criando divisões descentralizadas
gerenciadas objetivamente pelos números. Estas idéias gerenciais básicas solucionaram os últimos
prementes problemas que impediam a proliferação da produção em massa, porém os trabalhadores
de chão-de-fábrica continuaram a ser vistos como meras peças intercambiáveis do sistema de
produção, culminando no final dos anos 30 em um movimento sindical em busca da igualdade e
justiça.
Tal como nos EUA, as indústrias européias experimentaram nos anos 50 o que os EUA
haviam experimentado nos anos 30, empregando grande número de imigrantes nas tarefas
intercambiáveis de montagem, monótonas, começando então a se tornar desestimulante para seus
trabalhadores que começaram a lutar pela redução da jornada de trabalho.
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Em 1950, o jovem engenheiro japonês Eiji Toyoda, sobrinho do fundador da Toyota Motor
Company, concebeu o que a Toyota veio a chamar de Sistema de Produção Toyota, posteriormente
conhecida como Produção Enxuta.
Um dos passos fundamentais, que inclusive acabou surgindo por acaso no meio de uma
profunda crise financeira na Toyota, foi o compromisso da companhia em propor um acordo com
seus trabalhadores que, dentre vários benefícios, os principais eram o emprego vitalício e o aumento
crescente de acordo com o tempo de serviço. Em troca a companhia pediu aos seus funcionários
que estivessem comprometidos com a qualidade do trabalho que eles executavam.
Outros passos foram dados para ajustar ainda mais as empresas japonesas no conceito de
produção enxuta, e um dos primeiros consistiu em organizar os fornecedores em níveis funcionais,
sendo que os de primeiro nível participavam integralmente do desenvolvimento de novos produtos. O
próximo passo foi a implementação audaciosa do conceito „just-in-time‟, cujo risco principal era a
falta de peças/produtos que poderia resultar na parada da linha de produção inteira, porém os
japoneses consideraram que era este risco que faria com que os funcionários desenvolvessem as
habilidades de prever os problemas, antes que eles se tornassem graves a tal ponto. Tudo isto fez
com que a rede enxuta de fornecedores se tornasse um importante elemento do sistema de
produção enxuta.
IV – ADMINISTRANDO A FÁBRICA
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diferenças trazem vantagens para a indústria japonesa como a redução do trabalho pela metade, e
os defeitos à um terço, além da quase extinção dos estoques.
Isto apenas prova que a produtividade tem pouca ou quase nenhuma relação com
qualidade. Realmente constatou-se que o pensamento de que quanto maior a qualidade menor seria
a produtividade é um mito, contrariando vários autores sobre a indústria japonesa. Outro fato a ser
observado é que a organização enxuta precisa anteceder a automação de alta tecnologia de
processos, caso contrário as fábricas de alta tecnologia mal organizadas acabam adicionando tantos
técnicos indiretos e pessoal de manutenção extra quanto trabalhadores diretos que são removidos
das tarefas manuais de montagem.
V – PROJETANDO O AUTOMÓVEL
As companhias que dominaram o projeto enxuto em todo o mundo a partir dos anos 80 tem
historicamente oferecido ao mercado produtos com maior qualidade, mais variedade, substituindo-os
com maior freqüência do que os competidores de produção em massa.
Os japoneses também erram: No final dos anos 70, convictos de que os preços dos
combustíveis continuaria subindo, eles haviam investido milhões em unidades fabris de motores
pequenos e econômicos. Como o preço dos combustíveis caiu na década de 80, eles precisaram
descobrir com urgência meios viáveis de não perder o investimento efetuado e atender o desejo do
consumidor: motores potentes. Chegaram então à algumas conclusões que permitiriam o aumento
de potência, como por exemplo: Injeção eletrônica, turbo compressor, quatro válvulas por cilindro,
entre outras. Além disto, há uma pesquisa incessante por inovações tecnológicas que possam ser
incluídas nos automóveis, como a autopilotagem, mas coisas deste tipo ainda estão longe de se
tornarem realidade.
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VI – COORDENANDO A CADEIA DE SUPRIMENTO
Um modelo típico de automóvel compõe-se de mais de 10 mil peças, cada uma tendo de ser
projetada e produzida por alguém. Organizar este imenso trabalho constitui provavelmente o maior
desafio na fabricação de um veículo motorizado. Henry Ford imaginou ter solucionado o problema na
época da Primeira Guerra Mundial, decidindo fazer ele mesmo, dentro de sua companhia. Nos anos
20, Alfred Sloan já pensava um pouco diferente: Faça tudo na própria companhia, mas crie divisões
descentralizadas como centros de lucros independentes. Nos anos 50, Henry Ford II teve uma idéia
aparentemente nova: enviava a seus fornecedores desenhos detalhados das peças para que estes
propusessem um preço por peça. A oferta mais barata era contemplada com um contrato de um ano.
Nos anos 80 as companhias de produção em massa de todo o mundo estavam usando ambos os
enfoques.
As revendas ocidentais têm por hábito a contratação de vendedores mesmo que estes
nunca tenham vendido carro em suas vidas. Apenas exigem experiência em técnicas de vendas, e
uma vez a venda concretizada “transfere” a responsabilidade para outros setores, como o financeiro
e posteriormente para manutenção. Já a estratégia de relacionamento oriental é diferente, as
montadoras possuem suas próprias redes de revendas e contratam principalmente recém-graduados
de universidades a cada primavera, que só irão para as revendas após um treinamento intensivo,
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que não aborda somente as técnicas de vendas mas o conhecimento do produto que elas irão
vender, que se repetirá a cada ano.
Isto define o sistema de vendas japonês como ativo(ou venda agressiva) e o ocidental como
passivo. Além disto, o produtor enxuto trata o comprador como parte do processo de produção, por
isto a companhia não mede esforços para jamais perder um cliente. Outra característica deste
sistema de vendas é que ele é enxuto, o sistema de distribuição completo contém três semanas de
suprimentos de unidades acabadas, a maioria já vendida.
Pelo tipo de negociação que fazia, vendendo seus carros à vista mais rapidamente do que
seus fornecedores cobravam seu dinheiro, Henry Ford conseguiu se manter completamente auto-
suficiente por muito tempo. Atualmente as ações de praticamente todas as companhias
automobilísticas ocidentais e produtores japoneses enxutos são transacionadas nas bolsas de
valores, mas a semelhança fica por aqui.
As indústrias ocidentais disponibilizam ações à qualquer um, inclusive ao governo, mas está
vulnerável à fuga imediata destes investidores a qualquer sinal de problemas. Já as indústrias
japonesas utilizam um conceito de grupos, disponibilizando suas ações somente à outras empresas
com quem possuem alguma ligação. Este sistema oriental é paciente e extremamente orientado para
o longo prazo.
As indústrias japonesas procuram projetar suas unidades fabris nos mercados em que ela
está entrando(Estados Unidos e Europa) de forma a estarem próxima de seus fornecedores locais e
em lugares onde se consegue contratar profissionais com certa facilidade. Além disto, sua idéia é
conseguir realizar todas as etapas do processo de desenvolvimento, produção, montagem e vendas
de um veículo em um só local ou região, isto ao mesmo tempo em várias regiões/países de forma a
não sofrer um forte impacto de possíveis crises econômicas que possam, por exemplo, afetar a
exportação.
Os japoneses sofreram uma barreira comercial na América do Norte, pois foram informados
de que teriam de reduzir as vendas de carros a uma fração do que vendiam. Para isto eles
aumentaram os preços até atingirem o nível exigido, porém isto acabou se tornando um estímulo
pois apesar de diminuir o número de carros vendidos, seus lucros subiram de forma exorbital
permitindo que eles abaixassem seus preços no mercado japonês, chegando a vender abaixo do
custo, para assegurar que os importadores ocidentais tivessem pouco sucesso, mesmo na ausência
de qualquer barreira comercial.
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Na maioria das companhias ocidentais, grande parte da atividade não está bem
focalizada. Projetistas desenham produtos que jamais obterão o sinal verde, muita gente
perde tempo apagando incêndios. As melhores companhias japonesas, ao contrário,
acreditam firmemente que alguém não diretamente trabalhando num produto com vistas ao
mercado não lhe está agregando valor. Portanto, envolver o máximo de empregados possível
no desenvolvimento e produção é vital. As companhias não devem perder de vista o produto
que o consumidor comprará. É preciso manter os colaboradores atualizados para assim
cultivar uma vasta rede de canais horizontais de informação.
Ao mesmo tempo em que Ford e Sloan demoliam uma indústria, a de produção artesanal,
estavam construindo a segunda, a indústria de produção em massa, sem resistência interna.
Somente quando a produção em massa começou a migrar para fora dos Estados Unidos é que eles
encontraram resistência. Atualmente esta cena se repete com a troca do conceito de produção em
massa pelo conceito de produção enxuta. Há uma grande dificuldade das companhias e
trabalhadores existentes adotarem novos caminhos experimentados em outros países,
principalmente no Japão, que faz com que o atraso nesta transição dure décadas.
O desafio de sobrepor a produção em massa pela produção enxuta é muito maior do que a
substituição anterior(artesanal pela em massa), pois uma das tendências naturais desta atual
sobreposição é o desaparecimento de empregos.
No começo dos anos 80 os novos peregrinos industriais faziam o contrário do que Eiji
Toyoda fez na década de 50, indo pessoalmente até o Japão para conhecer o conceito de produção
enxuta. Mais especificamente, os executivos da Ford visitaram as instalações da Mazda e após
meses de cuidadoso trabalho de análise chegaram à conclusão de que a Mazda podia construir seu
modelo 323 com apenas 60% do trabalho da Ford para fabricar seu Escort, vendido no mesmo
segmento de mercado. Além disto, a quantidade de erros de fabricação da Mazda era bem menor.
Igualmente impressionante, a Mazda conseguia desenvolver novos produtos bem mais rapidamente
e com bem menos trabalho do que a Ford, e trabalhava muito mais entrosada com seus
fornecedores.
Já nos Estados Unidos, a grave crise da Ford que, em 1982, ameaçava a própria
sobrevivência da companhia, estava quebrando a resistência do pensamento antigo e dos interesses
entrincheirados. Subitamente, empregados em todos os níveis da companhia estavam propensos a
não pensarem mais em suas carreiras individuais ou nos interesses de seus departamentos,
começando a pensar em como salvar a companhia. Essa situação é a definição exata da crise
criativa, e as notícias dos peregrinos de Hiroshima chegaram exatamente no momento certo. Nesta
mesma década a Ford conseguiu implementar vários elementos da produção enxuta, e os resultados
logo se fizeram sentir sobre o mercado.
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Existem apenas duas maneiras de a produção enxuta se difundir pelo mundo: Ou os
produtores enxutos japoneses a espalham, ou os produtores em massa norte-americanos e
europeus a adotam por iniciativa própria.
Enxuto não é sinônimo de japonês! A diferença não está em os gerentes serem japoneses,
mas no fato de possuírem coletivamente anos de experiência e know-how em fazerem funcionar
consistentemente a produção enxuta.
X – COMPLETANDO A TRANSIÇÃO
Até o começo da década de 90, o Brasil possuía um histórico de estagnação por alguns
motivos aqui relatados. O principal motivo para isto tinha sido a imposição do governo para que a
indústria introduzisse motores movidos a álcool, concentrando as energias do desenvolvimento de
produtos das indústrias numa tecnologia que não encontro mercado em nenhuma outra parte no
mundo. Os produtores enxutos precisam ensinar ao Brasil o caminho para a fabricação de nível
internacional, uma vez que a fábrica de motocicletas Honda demonstrou claramente que a produção
enxuta pode funcionar aqui, mesmo sob as condições mais difíceis.
A Austrália talvez seja o caso mais difícil de país com uma indústria de veículos motorizados
pequena e altamente desenvolvida, mas com mercado doméstico insuficiente e falta de perspectiva
regional.
O obstáculo final para um mundo enxuto são os próprios produtores enxutos japoneses.
Autoridades governamentais, gerentes e trabalhadores no Ocidente percebem que os produtores
enxutos japoneses oferecem duas classes de “cidadãos” em suas organizações: uma para
trabalhadores japoneses e uma segunda para estrangeiros; uma para fornecedores japoneses e
outra para fornecedores estrangeiros; uma para membros japoneses dos grupos keiretsu, mas
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simplesmente nenhuma para companhias estrangeiras. Esta cidadania de segunda classe começa a
se afigurar inaceitável aos olhos dos ocidentais mediante o aparentemente inexorável avanço das
companhias japonesas. Deve ficar claro que o problema não é o fato de gerentes ou fornecedores
serem ou não japoneses, mas seu grau de entendimento da produção enxuta e de comprometimento
em fazê-la funcionar. Infelizmente, no momento, a maior parte dos gerentes no mundo que
conhecem os métodos enxutos e estão comprometidos com eles são japoneses.
XI – EPÍLOGO
O caos do pós-guerra no Japão criou um ambiente fértil para novos pensamentos. Diversas
técnicas embutidas por Eiji Toyoda e Taiichi Ohno em seu sistema de produção enxuta vinham
sendo simultaneamente experimentadas por outras indústrias. Seu êxito residiu na junção de todas
as peças, criando o sistema completo da produção enxuta, do planejamento de produtos, através de
todas as etapas da fabricação e coordenação do sistema de suprimentos, até o consumidor. Deste
modo, a indústria automobilística transformou mais uma vez o mundo, tornando-se o símbolo global
da nova era da produção enxuta.
Estima-se que estamos para a produção enxuta assim como a produção em massa estava
nos anos 20. No entanto, acredita-se que no final a produção enxuta irá suplantar tanto a produção
em massa como os últimos baluardes da produção artesanal em todas as áreas do esforço
industrial, para se tornar o padrão universal de sistema de produção no século XXI. Será um mundo
bem diferente, e bem melhor para se viver.
Alberto Santos Dumont foi um pioneiro importador de veículos motorizados, pois em 1891
trouxe para o Brasil seu Peugeot. Nesta época, ir de São Paulo ao Rio de Janeiro provocavam quase
tanto deslumbramento quanto a travessia de avião do Atlântico. O conde Francisco Matarazzo, a
mais expressiva liderança industrial da época, além de ser o proprietário de uma limousine da marca
Fiat, ainda era seu revendedor exclusivo no Brasil.
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A Ford instalou sua primeira unidade de montagem no Brasil em 1919, utilizando
principalmente mão-de-obra migrante da Europa, que havia sido atraída pelo sucesso do café. Os
kits encaixotados vinham por navio de Detroit através do porto de Santos e os automóveis Ford eram
montados um a um na fábrica do bairro do Ipiranga em São Paulo. Em 1923 era a vez da General
Motors que deu preferência aos veículos comerciais.
A rodovia Rio-São Paulo, unindo as duas cidades mais importantes do país, foi inaugurada
apenas em 1928, constituindo-se na primeira grande rodovia nacional, ainda de terra batida.
A Segunda Guerra foi particularmente traumática para a frota de veículos do país, pois a
importação de veículos foi cessada. Como conseqüência, de 1930 a 1945, diminuiu a frota em
circulação e aumentou a idade média dos veículos. Após a Segunda Guerra, houve uma febre de
importação de veículos para atender a demanda reprimida nestes anos. Assim, o Brasil não foi um
ator importante durante os primeiros 50 anos da história da indústria automobilística mundial,
constituindo-se apenas em um mero importador de veículos e realizando algumas atividades simples
de montagem e produção de peças e componentes para reposição em pequena escala.
Porém equivocaram-se aqueles que achavam que produzir no Brasil fosse mera utopia, pois
alguns anos depois o Brasil não apenas ficou auto-suficiente na produção de veículos como também
passou a exportar para diversos países. Os lemas “queimar etapas” e “50 anos em 5” inseridos no
Plano de Metas de Juscelino Kubitschek implicitamente propunham ao país a entrada direta no
sistema de produção em massa, sem passar portanto, pelo sistema artesanal de produção
automobilística.
No final dos anos 80 a Volkswagem começou a exportar uma versão do Voyage(Fox) para
os Estados Unidos, porém não teve sucesso pois seu produto era muito inferior em qualidade,
mesmo quando comparado à produtos produzidos em outros países em desenvolvimento. Somente
após a abertura de importação e do fim da reserva de mercado é que os automóveis nacionais
começaram a receber tecnologia (injeção eletrônica), e uma grande esperança para que a produção
enxuta ingresse no país será a vinda de montadoras japonesas.
XIII – BIBLIOGRAFIA
WOMACK, James P. – A Máquina que Mudou o Mundo – Rio de Janeiro - Campus. 1992.
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