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Aluno: Eric Alves Silva

Professora: Mª Tatiani Fernandes Teixeira


Curso: Técnico em Logística
Disciplina: Gestão da produção

RESENHA ARTIGO: A TÉCNICA LOGÍSTICA NO TOYOTISMO: UMA APROXIMAÇÃO


GEOGRÁFICA DO JUST-IN-TIME

A técnica implantada pelo JIT surgiu através do modo de ordenamento logístico, mais não
diretamente como uma primeira inovação, ou fruto de uma revolucionária tecnologia de
transporte, mais surge como algo muito maior dentro de tudo aquilo que se refere a
inovação dentro de todos os modais de transporte, onde tudo teve início no Japão na
década de 1950 decorrente do sistema produtivo através de uma modificação mais
estrutural, e começa a ganhar força no mundo especialmente no final da década de 1980
por conta de todas as inovações contidas nesse novo implemento na logística produtiva. O
JIT surge através da transição da saída do modelo fordista que trabalhava com a produção
em massa diante de um modelo produtivo hegemônico, dando lugar a partir daí a outros
modelos de produção considerados como pós-fordistas ou de acumulação flexível assim
como outros nomes também foram usados em decorrência dessa transformação. Afim de
entender o quão revolucionário foi o processo produtivo com o surgimento do Just-in-time,
é necessário entender um pouco melhor o modelo hegemônico que vigorava naquela
época, o fordismo.
O sistema fordista se estabeleceu diante de uma complicada história que se estendeu por
quase meio século, envolvendo uma série de decisões individuais, corporativas,
institucionais e estatais, onde na sua grande maioria se tratava de escolhas politicas feitas
ao acaso ou respostas duvidosas em virtude da crise do capitalismo, diante da chamada
Grande Depressão dos anos 1930. O modelo fordista assim como o JIT surgiu inicialmente
na indústria automobilística antes de ganhar as fábricas dos diversos setores da economia,
o fordismo surge com o intuito de substituir o processo quase que artesanal de fabricação
de veículos da época, onde sua fabricação era feita em pequenas plantas com o
gerenciamento feito diretamente com o proprietário diante de tudo que envolvia a compra
e venda, em contrapartida o custo era elevado e os carros eram de baixa qualidade. Diante
desses fatos esses veículos só eram acessíveis a pessoas de alta renda e eram montados
um a um por ser uma inovação tecnológica da época.
Henry Ford (1988) começou seu trabalho de fabricação de veículos com o intuito de
operacionalizar a noção da produção em massa e as linhas de produção, iniciando
começando com a especialização funcional de cada um dos trabalhadores de sua fábrica
desde a gerência até o chão de fábrica onde cada um teria que desempenhar tarefas que
requer um número menor de habilidades para tal função. Na planta de fabricação dos
veículos, foi instalado uma linha de montagem onde cada trabalhador era responsável por
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montar uma única parte do veículo, o resultado foi que a velocidade que um modelo Ford
passasse a ser fabricado de 12h28, em 1913, para 1h30, em 1914 (Gartman apud Benko
1996, p. 117). Esse novo método de trabalho veio de forma a melhorar a vida dos
trabalhadores, com 8 horas de trabalho por dia, e com isso veio a resistência por parte de
alguns trabalhadores, gerando assim uma alta rotatividade nas industrias Ford, resistência
essa que também existiu no Toyotismo posteriormente. A empresa trabalhava com grandes
estoques e uma alta produtividade que tinha como objetivo o consumo em massa de
produtos padronizados, como o modelo T, seu primeiro carro a ser popularizado graças as
reformas de Ford.
A Toyota nasceu inicialmente como uma empresa de produção de teares automáticos, e
assim derivou suas atividades para produção automobilística e se encontrava em situação
precária após a Segunda Guerra Mundial, onde seu então presidente Kiichirõ Toyoda estava
disposto a fazer acontecer a produção em larga escala no Japão, buscando ainda se
recuperar da guerra. O Toyotismo surgiu com a visão de reduzir ao máximo os desperdícios
de tempo, material e pessoal em sua unidade produtiva, os dirigentes da empresa se viram
com a necessidade de implementar uma série de reformas ao mal modelo do sistema
fordista na empresa. Todas essas mudanças feitas já mostravam resultados significativos na
produção dos veículos, como uma maior melhoria na qualidade do produto final e um
tempo de montagem médio mais curto junto a tudo isso já mostrava que os carros
japoneses já saiam da sua linha de montagem com uma expectativa de vida inferior aos
veículos americanos, uma tendência que ficou conhecida como ‘obsolescência
programada’. A partir dai se pode perceber que surgia os primeiros impactos do JIT na
indústria automobilística japonesa, com seus novos métodos de implementação na
fabricação de seus veículos e buscando um menor tempo de fabricação, um menor
desperdício de tempo, um estoque menor e com uma qualidade final muito melhor.
Um reflexo desse sistema de produção foi a adoção de um padrão logístico mais ágil e
preciso capaz de atender aos pequenos lotes, reduzindo de forma drástica a área de
estocagem, fazendo cair para minutos a saída de seus veículos. Assim nascia o JIT.

O JIT é um conjunto de princípios, ferramentas e técnicas que permitem


que a empresa produza e entregue os produtos em pequenas quantidades, com lead times
curtos, para atender as necessidades específicas do cliente.
Dito de formas simples, o JIT entrega os itens corretos na hora certa e na
quantia exata. O poder do JIT é permitir que você corresponda às mudanças
diárias da demanda, o que era precisamente o que a Toyota precisava (Liker,2005, p. 43). O
idealista e realizador dessas ideias concebidas pelos membros da família Toyoda foi o
engenheiro mecânico chinês Taiichi Ohno. Ele foi o grande responsável pela implantação do
JIT dentro da unidade fabril, reduzindo drasticamente os estoques internos da fábrica
(principalmente os estoques das autopeças), o que fez com que o modelo Toyota muitas
vezes se denomine ohnismo, ele descreve o estoque como algo herdado da atividade
agrícola dos países de clima frio, que deveria ser tido como desperdício no espaço
industrial, sendo que a redução dos mesmos permitiu relevante redução de custos
operacionais. Assim como ocorre com outras técnicas de ordenamento de fluxos, o JIT se
espacializa, se revela no espaço, como uma rede, ou um conjunto de redes. Redes essas
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que são para Santos (1994, p. 13-14) “portadoras de informações, mercadorias, ideias,
dinheiro, recados afetivos”, e cuja “função fundamental é assegurar ligações, nos seus mais
diversos aspectos”. A circulação e a comunicação são as duas faces da mobilidade. Por
serem complementares, estão presentes em todas as estratégias que os atores
desencadeiam para dominar as superfícies e os pontos por meio da gestão e do controle
das distâncias.
Contudo entende-se que o fordismo deu inicio a produção de veículos no mundo, no
entanto seu modo de produção impactava diretamente na produção em larga escala com
um alto estoque de armazenagem e junto a tudo isso gerando um grande custo de
fabricação, com o surgimento do JIT a indústria japonesa da Toyota buscou uma grande
revolução no mercado automobilístico através das grandes mudanças ocorridas na
produção de seus veículos, buscando reduzir seus estoques a quase zero, com o menor
custo e sua fabricação de acordo com a demanda de seus clientes. Expandindo assim de
forma geográfica e mundial uma ferramenta de grande importância para a logística em
todos os aspectos, o Just-in-Time.

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