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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA-UESB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS- DCSA


BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
DISCENTE: GISELLE KAREN FERREIRA DOS SANTOS

RESENHA

A MAQUINA QUE MUDOU O MUNDO


James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Ross.

WOMACK, James P.; JONES, Daniel T.; ROSS, Daniel. A máquina que mudou o
mundo. 10. ed. Rio de Janeiro, RJ: Editora Campus LTDA – Empresa Elsevier,
2004. 342 p. ISBN 85-352-1269-8. E-book.

Esta resenha é baseada na obra "A máquina que mudou o mundo" cujos
autores são James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Roos. Sua primeira edição
foi publicada em 1990 e tornou-se bastante relevante, impactando todos o cenário
automotivo mundial, ao ponto de fazer com que, mesmo 32 anos após seu
lançamento, sua leitura seja atual. É importante destacar, que No Brasil, este livro foi
o precursor da filosofia de gestão Lean Manufacturing. O que o tornou leitura
clássica para os estudiosos da área. A obra explica de forma clara, objetiva e com
uma linguagem bastante acessível e descomplicada, o que é a produção enxuta e
quais são as suas implicações.
"A máquina que mudou o mundo" detalha uma história de cinco anos das
principais indústrias automobilísticas globais situadas na Europa, América do Norte e
Japão, destacando as principais diferenças na produção em massa e as
características da produção enxuta praticada pela Toyota, uma empresa japonesa,
que é uma grande promotora do sistema de produção enxuta.
Ao contextualizar dentro da história, é possivel constatar que logo após a
Primeira Grande Guerra Mundial, a indústria de automóveis evoluiu da produção
artesanal para a produção em massa, sendo que essa mudança fio embalada pelo
empreendedor estadunidense, Henry Ford. Cujos modelos de carro se baseavam
nos preços baixos, contudo, cabia aos seus clientes reparar quaisquer defeitos que
surgissem após a compra. A Ford liderou o mercado automobilístico, devido ao alto
volume de vendas de automóveis e por dominar as técnicas de produção em massa.
Em meados da década de 1950, a produção em massa combinada com
técnicas de gestão e marketing alcançou as maiores taxas de vendas. No entanto,
por volta de 1955, o sistema entrou em colapso, causando uma crise devido às
mudanças na demanda e ao acúmulo de altos níveis de estoque, causado pela
limitada variedade de carros ofertados no mercado, o que exigiu uma reengenharia
de todo o processo de produção automobilística.
Nesse contexto, surgiu no Japão um novo tipo de indústria automobilística
que, ao invés de copiar a produção em massa ao estilo Ford, desenvolveu um novo
método de produção denominado produção enxuta, o que tem bastante da influência
da própria cultura japonesa, pois, dado ao fato de ser um país insular com poucos
recursos, a pratica de fazer o melhor e mais eficiente uso dos recursos faz parte do
cotidiano e da formação da identidade da nação.
O industrial japonês Eiji Toyoda passou meses em Detroit trabalhando em
sistemas de produção em massa e, após retornar à sua cidade, entendeu que a
produção em massa não funcionaria no Japão porque, ao contrário dos Estados
Unidos, o Japão sofria com escassez de recursos causadas pela recente guerra e a
Toyota estava passando por uma onda de instabilidades no seu quadro de
funcionários, onde era acometida por uma greve trabalhista. Ou seja, era vital criar
um sistema que diminuísse drasticamente os custos e tivesse uma linha de
produção menos rígida. E comparado aos sistemas tradicionais de produção em
massa, esse sistema japonês usa menos recursos de produção para produzir mais
produtos, fazendo as empresas aumentarem os lucros ao mesmo tempo que que
aumentam a produtividade ao reduzirem o desperdício (de tempo, matéria prima,
com erros de fabricação).
O Lean Manufacturing, chegou com o objetivo de aperfeiçoar o produto,
criando máquinas com baixa incidência de defeitos, mais flexibilidade e automação.
Ele se organizou para trabalhar com estoque mínimo e requer a qualificação dos
colaboradores, pois ele busca também levar para levar a responsabilidade até o
chão de fábrica, fazendo com que toda a pirâmide organizacional participe
ativamente da tomada de decisões, por meio da aplicação da gestão participativa.
O sistema de produção enxuta, teve um impacto global, uma vez que agrega
toda a cadeia produtiva que se inicia no processo de abastecimento, e segue até à
recepção do produto final pelo cliente. O sistema Lean também conseguiu aumentar
o rendimento e a qualidade dos produtos, reduzindo seus custos. Além desse
trabalho, trouxe muitas contribuições não apenas para as empresas e a indústria
automotiva da época, mas para todos os setores envolvidos na economia atual.
Os sistemas de produção enxuta podem ser adotados em diversos contextos
em uma empresa e diversos tipos e setores de organização, pois todos os
processos podem ser reduzidos, realizando suas respectivas atividades em menos
tempo que demorariam para serem executadas costumeiramente.
Os benefícios da empresa podem ser demonstrados pelos seguintes fatores:
 Facilidade de acompanhamento das mudanças das demandas do mercado
consumidor,
 Possibilidade de alterar o layout da fábrica sem afetar a produtividade, ou os
clientes,
 Melhorar os níveis de qualidade,
 Melhorar a eficiência do processo e, assim,
 Eliminar perdas na produção.
O potencial da equipe é desenvolvido por meio de qualificação, treinamento,
participação na aplicação de tecnologias e métodos de manufatura enxuta que
trazem, lucratividade, produtividade, flexibilidade e qualidade para a organização e
possibilitam aos colaboradores um melhor desempenho das tarefas. tempo de
execução mais longo.
Diante do exposto, pode-se afirmar que, o livro A Máquina que Mudou o
Mundo trouxe mudanças para o cenário atual da empresa a partir do conceito de
“Toyota Lean Development”, para que seja rentável é preciso reestruturar, olhar para
seus processos produtivos e perceber a identificação de oportunidades de melhoria
para aumentar a produtividade, eliminar desperdícios e manter a flexibilidade diante
das mudanças nas demandas dos clientes e do mercado, sendo imprescindível que
as empresas passam ser capazes regular os processos de produção de forma a se
adequar à sua cultura organizacional.
Os sistemas de manufatura enxuta espalhados mundialmente demonstram a
aptidão para melhorar continuamente em fábricas em diferentes indústrias e em
linhas de produção e em vários ambientes organizacionais. Demonstra também a
habilidade de uma empresa se adaptar às mudanças decorridas nas últimas
décadas, podendo inclusive utilizar algumas de suas fragilidades para seu próprio
desenvolvimento e melhoria de seu ambiente organizacional.
Portanto, o trabalho elaborado por James P. Womack, Daniel T. Jones e
Daniel Roos, que resultou neste livro, não é meramente um relatório acadêmico, ele
consegue associar com maestria o saber acadêmico com a vivência de marcado,
produzindo assim através das pesquisas realizadas no MIT, um material coerente,
de notória a relevância, e sua aplicação e importância são impares para o
desenvolvimento da indústria da sua época até a contemporaneidade.

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