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Programa Interdisciplinar – PI
LEAD TIME
LEAD TIME
O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica que tem como finalidade apresentar
conceitos de lead time e sua influência no sistema produtivo, bem como métodos e técnicas
que podem ser aplicadas para minimizar tais tempos, que são atividades não produtivas e não
agregam valor aos produtos e muitas vezes não são levados em consideração na ocasião da
solicitação de uma ordem feita pelo cliente. Nesse contexto ressaltam-se os grupos distintos
de tempos que compõem o lead time. E finalmente enfatiza-se o uso de técnicas e conceitos
do Sistema Toyota de Produção, como o just-in-time, kanban e outros, para a melhoria dos
lead times.
This paper presents a literature review that aim to present concepts of lead time and its
influence on the production system, well as methods and techniques that can be applied to
minimize such times, which are non-productive activities and not add value to the products
and many times are not taken into account at the time of the request for an order made by the
client. In this context underline the different groups of times that make up the lead time. And
finally emphasize the use of techniques and concepts of the Toyota Production System, such
as just-in-time, kanban and others, for the improvement of lead times.
Key words: lead time, productive system, Toyota Production System, just-in-time, kanban.
LISTRA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 7
2 CONCEITO DE LEAD TIME............................................................................................ 8
3 TÉCNICAS, FERRAMENTAS E SISTEMAS QUE INTEGRAM O LEAD TIME... 10
3.1 Lean Manufacturing .................................................................................................. 10
3.2 Just-in-time.................................................................................................................. 11
3.3 Planejamento dos requerimentos de materiais (MRP)............................................ 11
1 INTRODUÇÃO
Lead Time é o período entre o cliente solicitar uma ordem e a entrega do produto
final. Uma pequena ordem de um item pré-existente pode ter apenas algumas horas de lead
time, mas uma ordem maior de peças feitas sob encomenda podem ter um lead time de
semanas, meses ou até mais. Tudo depende de uma série de fatores e o lead time pode mudar
de acordo com temporadas, feriados ou a demanda do produto. (POLLICK, 2010)
Sendo o lead time uma medida de tempo, ele está relacionado à flexibilidade do
sistema produtivo em responder a uma solicitação do cliente, ou seja, quanto menor o tempo
de conversão de matérias-primas em produtos acabados, menores serão os custos do sistema
produtivo no atendimento das necessidades dos clientes. (TUBINO, 1999)
10 20 30
A função central do lead time foi enfatizada pela recente influência de técnicas de
fabricação japonesa como a filosofia “just-in-time”. (KARMARKAR, 1993)
Handfield et al (1999 apud MOURA, 2006, p.41) alerta para o fato de apenas uma
parte do tempo corresponder ao trabalho real e o restante ser ocupado em atividades não
produtivas, consumidoras de tempo, concluindo que a identificação e eliminação dos tempos
mortos representa uma as principais áreas de oportunidade na gestão da cadeia de
abastecimento.
10
3.2 Just-in-time
Tal sistema apresenta soluções simples para a melhoria dos tempos de lead time,
buscando reduzir cada um dos tempos empregados no processo produtivo.
Ou seja, o método do JIT é produzir só o que é pedido pra não se ter produtos
parados e não gerar sistemas de empurra deixando assim a empresa comprometida, dentro da
empresa o fluxo deve ser olhado de baixo para cima, produzindo com a intenção de atender às
vendas.
de não atendimento da demanda. Por outro lado, um estoque elevado, aumenta os custos de
manutenção de estoque”. (LUSTOSA, 2008)
Ele funciona como uma margem de segurança que busca reduzir as incertezas e
imprecisões no tempo de execução das operações de produção.
Semi
Produto
Acabado
Acabado
Matéria
Figura 2: Estrutura de Produtos (BOM) Prima
Fonte: SAP Education Brasil, 2000.
13
O tempo teórico de cada operação que são gravados no roteiro é a base para a
programação do ciclo de produção, cálculo de custos do produto e planejamento de
capacidades.
Material
Grupo de
Roteiros Operação 20
Operação 10
Roteiro
• Operações
• Instruções
• Dados Controle
• Tempos
Componentes
Material
tempo. Outras empresas, por sua vez, usam o tempo de trabalho total disponível como medida
da capacidade total. (PALOMINO, 2004)
4 MELHORIAS DOS TEMPOS DE LEAD TIME PELO USO DAS TÉCNICAS DO JIT
Shingo (1996 apud TUBINO 1999, p.77) define a “espera como um estado no
qual o tempo passa sem que haja ocorrência de processo, inspeção ou transporte no item”. Ou
seja, podemos considerá-los como o tempo de programação da produção, o tempo em que o
produto aguarda na fila para liberação e o tempo para o processamento do lote.
Sem dúvida o componente de maior peso nos tempos de espera que compõem o
lead time é o tempo de espera de um item na fila para ser trabalhado. “Essas filas ocorrem
devido a três fatores principais: desbalanceamento entre carga de trabalho e capacidade
produtiva, esperas para setup e processamento dos lotes com prioridade, e problemas de
qualidade no sistema produtivo.” (TUBINO, 1999, p.78)
Todo sistema produtivo possui algum sistema produtivo que limita a sua
capacidade de produção, chamado de “gargalo”. Como consequência desses gargalos ocorre à
formação de filas tanto antes, devido à limitação da capacidade, como nas operações seguintes
que são dependentes dos itens provenientes do gargalo.
O primeiro passo para evitar a formação de filas é identificar onde estão esses
gargalos e o segundo passo é não programar a produção acima da capacidade deles. A
filosofia JIT busca facilitar essa identificação e evitar o carregamento do sistema produtivo
acima da capacidade disponível, dando atenção aos seguintes pontos:
Quando um lote de um item está na fila de espera para ser trabalhado, ele ficará
nessa fila o tempo que for necessário para que todos os lotes com prioridades superiores a sua
sejam preparados para serem processados.
O tempo gasto com a preparação dos recursos, ou setup, é algo indesejável,
porém, necessário ao processo produtivo. Dentro dos processos convencionais são gerados
grandes lotes de itens, com intuito de minimizar os tempos de interrupções gastos com a troca
de ferramentas ou programação de setup, porém, essa ação faz com que o tempo de espera na
fila seja grande.
Para se reduzir esse tempo de espera na fila ações devem ser feitas para se baixar
os tempos de setup de forma a tornar econômico o uso de lotes pequenos. Com lotes pequenos
e tempos de setups na casa de minutos, ou até segundos, as filas de espera nos recursos
andarão de forma rápida e permitirão uma produção eficiente.
O tempo de espera do lote é o tempo gasto para o item ser processado e aguardar
que os demais itens do lote também o sejam. Um item dentro de um lote de produção pode
estar em três fases distintas: esperando para ser processado, esperando para que os demais
itens do lote sejam processados, e liberados para seguir em frente o seu roteiro de fabricação.
Assim a solução para diminuir o tempo de espera do lote consiste em utilizar a
produção unitária ou em lotes menores, produzindo e movimentando em um fluxo contínuo
sem a necessidade de esperar pelo processamento de todo o lote.
Porém a ação que leva a produção de lotes tão pequenos quanto possíveis é função
das técnicas de troca rápida de ferramentas.
Os transportes são feitos entre as etapas do processo produtivo até chegarem aos
estoques de produtos acabados. Nos sistemas convencionais com produção em grandes lotes a
utilização da automação no transporte simplesmente transfere os custos de operações manuais
para custos de máquinas. Nos sistemas de produção JIT inicialmente busca-se todas as formas
possíveis de eliminar as atividades de transporte, para só então melhorá-la.
A produção focalizada, na qual as empresas dividiriam fisicamente seus recursos,
montando fábricas focalizadas em produtos específicos, é a chave para a eliminação das
atividades improdutivas de movimentação e armazenagem intermediárias dos itens em
produção, assim ocorrem apenas dois movimentos com o lote de itens: um para se trazer as
matérias-primas para a primeira máquina da célula, e outro para levar o lote de itens prontos
para seguir seu roteiro. Aproximando-se células subsequentes de forma que a saída de uma
fique perto da entrada de outra, pode-se eliminar ainda mais as movimentações dos itens.
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5 CONCLUSÃO
Podemos dizer que o objetivo principal deste relatório foi alcançado, já que o
mesmo é apresentar da melhor forma possível o conceito sobre lead time, apresentando
também as ferramentas e técnicas que podem ser empregadas para auxiliar na redução ou até
mesmo na eliminação desses tempos.
Constatamos, então, que o lead time pode ser reduzido usando princípios de
eliminação de perdas do sistema de produção Lean Manufacturing ou Sistema Toyota de
Produção, utilizando das técnicas e métodos desse sistema como a TRF, just-in-time, kanban,
autonomação, poka-yoke e outros.
Portanto, sem dúvida, esta é uma área a ser mais explorada, devido aos poucos
trabalhos que propõem métodos de otimização desses tempos, e aos resultados que podem ser
obtidos pela empresa com a redução ou eliminação dos lead times.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APICS Dictionaty. 7.ed. Falls Church: American Production and Inventory Control Society,
1992.
KARMARKAR, Uday S. Manufacturing Lead Times, Order Release and Capacity Loading.
In: GRAVES, S. C. et al, (Eds.). Handbooks in Operations Research and Management
Science, v. 4: Logistics of production and inventory. Amsterdam: North-Holland, 1993. Cap.6.
SAP Education Brasil. Apostila Módulo PP. LO206 - Dados Básicos Parte 2. N. 50032373.
Abril 2000.