Pois, bem! As indústrias estão sob constantes e importantes mudanças.
Novas tecnologias são criadas a todo instante sendo assim, novos desafios são trazidos também. Para que seja possível acompanhar essas mudanças, demandas, desafios, métodos, processos e cadeias produtivas são criados para suprir essa constante demanda. Sendo assim não é à toa que tenhamos sistemas de produção que foram e são influentes até os dias de hoje como o Fordismo, Toyotismo e Volvismo no qual todos têm os mesmos objetivos: produtividade e lucro. Cada um desses sistemas produtivos conta com suas características, peculiaridades e jeito próprio de funcionar. O fordismo, como o próprio nome sugere, foi desenvolvido por Henry Ford o qual foi o fundador e tornou o que o grupo Ford é hoje. O sistema de Henry prioriza a produção em massa na qual se é necessária uma maior capacidade de produção aliada a um menor custo dado pelo enxugamento de mão de obra, utilização de maquinário e pela implementação de uma linha de produção.
O Fordismo funciona a partir de três princípios básicos: intensificação,
economia e produtividade. A intensificação consiste na redução do tempo de produção e, consequentemente, do tempo de espera até que o produto chegue ao consumidor. A economia tem como objetivo a redução das peças em estoque a um mínimo necessário, diminuindo os desperdícios e os custos da produção. Por fim, a produtividade, como capacidade de aproveitar a mão de obra de cada trabalhador ao máximo. Para isso, os trabalhadores desenvolviam funções repetitivas, e tinham somente uma função dentro do processo de produção, algo que é o foco do filme Tempos Modernos estrelado e dirigido por Charlie Chaplin.
O filme retrata a labuta diária dos trabalhadores que realizam a mesma
função de forma ininterrupta, péssima qualidade de trabalho e o sucateamento da mão de obra qualificada algo que sempre foi extremamente presente na sociedade.
A obra cinematográfica teve e tem um papel fundamental dentro do
cinema e da sociedade, trazendo consigo críticas e a retratação da revolução industrial. É relatado dentro da obra o que acontecia em fábricas, indústrias e manufaturas nessa época. O modelo fordista não é nada além do que é retratado e vivido por Chaplin o qual era submetido a atividades repetitivas, exigências da chefia e uma cobrança por produtividade que anteriormente a esse movimento não era tão comum.
Em contra partida, o Volvismo trouxe consigo a qualificação da mão de
obra e a autonomia do trabalhador não deixando de lado a cadeia de produção e um processo eficiente. Criado na Suécia na década de 1960, recebeu esse nome por ter sido desenvolvido por um engenheiro da montadora. O modelo no começo foi implantado em 3 unidades da montadora entre 1970 e 1980 e a partir daí foi se provando eficiente.
O volvismo caracteriza-se pela conciliação entre os processos
automatizados e manuais. Os trabalhadores são organizados em pequenos grupos nos quais possuem autonomia para delegar e distribuir as funções de acordo com a competência e capacidade de cada integrante. Dentro desse sistema é valorizada a qualificação da mão de obra e o treinamento profissional.
Flexível, associado à demanda e com o trabalhador no centro da
operação o Volvismo é o processo mais democrático e inclusivo dentre os 3 citados nessa dissertação. Todas as decisões relativas ao processo de montagem são realizadas de forma coletiva, uma vez que o trabalho é efetuado em pequenos grupos de 6 a 8 pessoas no qual atuam de forma paralela e independente dos demais grupos, vale ressaltar que dentro de cada grupo não existe a hierarquização, as funções são divididas de forma lógica e racional dadas as competências de cada integrante.
Porém como o fordismo, Toyotismo e qualquer outra coisa que temos,
o volvismo traz consigo algumas desvantagens. O mesmo foi pensado para um contexto socioeconômico específico, o da Suécia na década de 1970 em que a elevada qualificação dos trabalhadores já era uma realidade à qual ele se adaptou e incorporou, algo facilitou a sua implantação em caráter experimental no país. Como toda boa inovação o volvismo é um modelo com alto custo de implementação, porque é necessário gastar muito para se ter a qualificação da mão de obra necessária para que a engrenagem funcione.
O Toyotismo é um sistema japonês de produção de mercadorias o qual
foi implementado nos anos 1970 para substituir o maçante e obsoleto modelo fordista.
O sistema foi desenvolvido pelos engenheiros
japoneses Taiichi Ohno, Shingeo Shingo e Eiji Toyoda. O modelo foi elaborado para recuperar as indústrias japonesas no período pós-guerra, pois com o país destruído, com um mercado pequeno e dificuldade de importar dada a sua geolocalização, o Japão precisava fabricar com o menor custo possível. O sistema nipônico se baseia muito no conceito de estoque e demanda, no qual eles armazenavam, compravam e rotacionavam as peças baseadas na quantidade de carros produzidos, o que diminuía o tempo de espera, a superprodução e os gargalos no transporte. Dentre suas inovações a que mais se destaca foi a automatização das etapas de produção. Fazendo a utilização de máquinas cada vez mais modernas que reduzia-se significativamente os gastos com mão de obra. No que lhe concerne, esta é extremamente qualificada e opera em equipes de trabalho lideradas pelo profissional mais capacitado, conceito que é comum com o modelo volvista.
Por fim, vale salientar os princípios do Toyotismo, quanto ao
gerenciamento:
“Kaizen”: aprimorar as operações de negócios de forma ininterrupta;
“GenchiGenbutsu” (Vá e veja): consiste na análise das fontes dos
processos produtivos e dos problemas de produção.
De Detroit a Estocolmo até Tóquio todos os processos visavam em suas
respectivas épocas e contextos socioeconômicos fazer com que se gaste menos, produza mais e por fim lucre mais.
Na minha visão não existe conceito ou modelo certo e errado, todos
foram e são necessários até hoje para que tenhamos a indústria que alimenta as economias e que empregam a massa trabalhadora.