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As transformações no mundo do trabalho - do fordismo ao toyotismo

● Desde o início da atualidade o trabalho e o ser humano andam lado a lado, desde a Era
primordial aos dias atuais — no século XXI —, mas para o trabalho ser o que ele é hoje tiveram
que haver muitas transformações, uma delas sendo no início do século XX o fordismo.

● Antes do fordismo o meio de trabalho seguia um sistema de gestão de trabalho a base do


taylorismo de Frederick Taylor, esse consistindo em um sistema que tinha como principal
premissa elevar a produção industrial em menor tempo possível. Esse mesmo sistema foi
usado por Henry Ford para criar o então fordismo, um modelo similar ao taylorismo em alguns
aspectos, já que ambos os meios de gestão visavam um melhor andamento nas linhas de
produções dentro das indústrias, com isso aprimorando os processos de produção e
aumentando o lucro da empresa.

● Entretanto, diferente do taylorismo, o fordismo do estadunidense Henry Ford foi criado


inicialmente para ser implementado em sua empresa automobilística, a famosa Ford Motor
Company.

● O fordismo veio a ser criado por causa da grande demanda de mercadorias que se resultou
devido a segunda revolução industrial, que consequentemente aumentou o número de
indústrias pelo mundo. Por conta disso, houvesse uma extrema necessidade de um modelo
mais prático que desse conta de toda essa demanda, fazendo com que o tempo caísse e as
produções aumentassem.

● O fordismo tinha como uma das suas características base a padronização dos produtos
fabricados. Sua produtividade era alta e o tempo de produção muito baixo, o que resultou em
um modelo de sucesso no início de sua implementação.

● Ford então percebeu que diferente do taylorismo, que adaptava as máquinas aos
funcionários, ele poderia introduzir outras técnicas que fariam a produção ficar mais rápida e
barata.

● Para isso dar certo Ford retirou de fabricação todos os componentes que pudessem ser
artesanais, implementando assim uma total automatização dos processos industriais. Algumas
características precisando ser explicadas a fim de melhorar o entendimento desse modelo.

● Entre elas está a padronização da produção. Henry Ford estabeleceu padrões nos seus
automóveis, introduzindo máquinas que cortavam todas as peças do veículo e as moldavam,
diminuindo assim possíveis erros humanos.

● Esteiras rolantes e linhas de montagens: uma das mais significativas em relação a produção,
uma esteira rolante que levava o produto a ser trabalhado para o operário. Desse modo, o
operário ficava parado em sua posição, esperando sua demanda. Com isso, os trabalhadores
ficavam submissos a movimentos mecanizados e relativamente simples. Era essa esteira que
controlava o tempo de produção na indústria. O trabalhador ficava parado enquanto o
automóvel se deslocava até o final da produção, o acabamento.

• Diminuição do tempo de produção: ao padronizar os modelos e designar movimentos


repetitivos aos seus funcionários, o modelo fordista reduziu amplamente o tempo de
produção de um automóvel. Na época, estima-se que antes demorava, em média, 500 minutos
para ficar pronto. Nas fábricas Ford, esse tempo caiu para 2 minutos.
• Divisão rígida de tarefas: no processo da esteira, cada trabalhador realizava uma função
específica o que aumentava a produtividade e diminuía os custos.

● Além disso, por causa de todas essas mudanças, os modelos da Ford sofreram uma queda
nos custos, resultando em sua venda a um preço mais acessível. Sendo comum a aquisição do
modelo T da Ford.

● O fordismo foi um sucesso, e em pouco mais de duas décadas o modelo T se tornou o mais
comum nos Estados Unidos, sendo exportado para a Europa principalmente após a primeira
guerra mundial. Entretanto, o modelo de Ford acumulava grandes estoques, em razão da
produção barata e em massa. Esse quesito trouxe um acúmulo de mercadorias e houve uma
crise da superprodução.

● Essa superprodução aconteceu porquê grande parte dos produtos estadunidenses eram
vendidos para a Europa após a Primeira Guerra Mundial (1914-18). Todavia, no decorrer da
década de 1920, a Europa começou a se reestruturar, comprando menos dos Estados Unidos.
No entanto, as indústrias estadunidenses continuavam com uma produção acelerada, o que
fez aumentar os estoques pois as vendas já não eram como antes.

Essas situações, somadas a outros fatores, desencadearam uma crise econômica sem
precedentes, a crise de 1929.

● Com a crise de superprodução que aconteceu em meados dos anos de 1930-40, outro
modelo de produção industrial surgiu para amenizar a crise, como uma alternativa aos grandes
modelos que já não traziam benefícios aos trabalhadores.

Enquanto no taylorismo o trabalhador era adequado à máquina, tendo sua produção


cronometrada e programada para agir de modo repetitivo, o fordismo fazia o contrário. Ele
adaptava as máquinas ao trabalhador, com a inovação da esteira rolante, do trabalho
especializado. Entretanto, nos dois modelos, o trabalho era pouco valorizado, recebia baixos
salários e, devido aos movimentos repetitivos, os operários tinham sua saúde prejudicada.

● Com isso, o empresário japonês Eiji Toyoda, fundador da empresa automobilística Toyota,
visitou as fábricas da Ford nos anos 50 e ficou impressionado com as instalações. Essas grandes
instalações eram necessárias devido aos grandes estoques e à produção em larga escala.

● Com sua volta para o Japão, Eiji Toyoda decidiu adaptar o modelo fordista à realidade social
e geográfica do Japão, um país com limites geográficos — e territoriais, por ser um país de
pequena extensão, além de estar localizado próximo ao encontro de placas tectônicas. Assim
nasceu o modelo industrial que ganhou força na década de 70 adiante, o toyotismo.

● Algumas características desse modelo foram as produções adaptadas à venda direta, o que
foi chamado de just in time, que pode ser traduzido como ”na hora”, o que significa que a
produção da fábrica seria adequada às demandas do mercado. Assim, não haveria a
necessidade de grandes mercadorias, muito menos de espaços grandes para o
armazenamento da mercadoria.

● Uma outra característica desse modelo foi o alto emprego da tecnologia e conhecimento
para que fosse posto em prática o just in time. Os japoneses desenvolveram uma forma de
alterar o ritmo das máquinas durante a produção dos veículos, o que precisou de muito
emprego tecnológico e flexibilidade nas funções dos operários.
● Com o passar dos anos, o toyotismo deixou de ser um modelo único da Toyota, sendo
também empregado em outras industrias automotivas e, posteriormente, em outros
segmentos. A ascensão desse modelo coincidiu com as novas tecnologias surgidas durante a
Terceira Revolução Industrial.

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