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Fordismo é um sistema de produção industrial criado pelo empresário norte-americano

Henry Ford, fundador da Ford Motor Company, em 1914. Esse sistema foi utilizado em
indústrias do mundo todo no século 20, principalmente entre as décadas de 1920 e 1970.

O Fordismo tinha como objectivo a produção em massa: a capacidade de produzir mais com
custos menores, a partir de um ganho de escala e eficiência. Para isso, Ford implementou a
linha de montagem, a padronização de processos e uma série de melhorias de planeamento,
que possibilitaram a fabricação de automóveis mais acelerada e barata.

Os principais pontos sobre esse sistema

Linha de montagem automatizada

Uma das principais mudanças proporcionadas pelo Fordismo foi a implementação da linha
de montagem automatizada.

Ford implementou nas suas fábricas um sistema de esteiras rolantes, em que os veículos
eram direccionados para os trabalhadores montadores, que ficavam parados. O processo
tornou-se mais organizado, com um início, meio e fim. Além disso, os trabalhadores
passaram a se especializar em uma única actividade, sem conhecer o processo de forma
integrada. Um dos efeitos foi justamente o ganho de um ritmo mais acelerado ao trabalho.

Produção a partir de princípios básicos

O Fordismo funciona a partir de três princípios básicos: intensificação, economia e


produtividade. A intensificação consiste na redução do tempo de produção e,
consequentemente, do tempo de espera até que o produto chegue ao consumidor.

A economia tem como objectivo a redução das peças em estoque a um mínimo necessário,
diminuindo os desperdícios e os custos da produção. Por fim, a produtividade, como
capacidade de aproveitar a mão-de-obra de cada trabalhador ao máximo. Para isso, os
trabalhadores desenvolviam funções repetitivas, até dominarem por completo suas
respectivas etapas no processo de produção.

Apropriação dos princípios do Taylorismo

O Taylorismo, sistema de gestão de trabalho criado por Frederick Taylor no início do século
19, foi um sistema que tinha como objectivo central o ganho de eficiência operacional por
meio do controle da produção, da racionalização do trabalho e do uso de técnicas de
engenharia industrial.

Mais tarde, Ford se apropriou dos princípios do Taylorismo, eliminando desperdícios,


reduzindo a complexidade do trabalho e buscando a máxima produtividade. Mas uma das
diferenças mais marcantes entre os dois modelos é a inserção da tecnologia por Ford. A
partir das esteiras rolantes, a produção em massa baseada no ritmo das máquinas foi
viabilizada.
Características do Fordismo

1. Aumento da produtividade e produção em massa

Uma característica marcante do Fordismo é o ganho de produtividade para viabilizar a


produção em massa. Esse aumento nos níveis de produção foi possível devido à
especialização do trabalhador em uma actividade única.

Por um lado, isso possibilitou ao trabalhador ganhar agilidade em uma acção específica. Por
outro, o Fordismo dispensava a necessidade de qualificação, justamente porque os
profissionais não conheciam os processos inteiramente.

2. Fomento ao consumo de massa

Além da produção em massa, Ford tinha como objectivo criar um consumo de massa,
fazendo com que seus automóveis fossem consumidos em uma grande quantidade. Mas,
para isso, era necessário que o consumidor tivesse poder de compra.

Por essa razão, Ford foi um defensor do aumento dos salários para os trabalhadores, o que
permitiria a eles adquirir os veículos, e da concessão de crédito bancário. Suas ideias foram
aliadas a uma intensa propaganda para promover os seus carros, entre os quais se destacava
o modelo Ford T.

3. Poucas opções para o consumo

Ao mesmo tempo em que a produção de massa ganhava destaque, não havia muitas
variações nos produtos disponibilizados ao consumidor. Afinal, um alto nível de
personalização era incompatível com a redução dos custos de produção.

Nesse caso, a solução foi fabricar carros com tinta preta, que custava menos e secava mais
rápido, permitindo uma produção acelerada. Não à toa, uma das frases mais conhecidas de
Ford é esta: “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto”.

4. Condições de trabalho desgastantes

Uma das principais críticas ao Fordismo consiste no fato de esse modelo tornar o trabalho
desgastante, repetitivo e maçante para os funcionários. É a crítica feita, por exemplo, pelo
actor e director Charles Chaplin, em um de seus filmes mais famosos, “Tempos Modernos”.

O que foi o Fordismo na Revolução Industrial

O Fordismo foi o símbolo da Segunda Fase da Revolução Industrial e contribuiu para o


crescimento das empresas e ao aumento das vendas a partir do consumo de massa. Ao
observar os ganhos do sistema, diversos sectores o implementaram, como por exemplo, a
indústria têxtil. Os trabalhadores, por sua vez, desempenhavam funções mecânicas que
demandavam pouca qualificação na linha de montagem.
A partir de 1970, o Fordismo entrou em declínio por vários factores: a criação de leis
trabalhistas, as crises do petróleo e o surgimento de um novo modelo no Japão: o
Toyotismo. Apesar disso, os princípios desse sistema ainda são utilizados nos dias atuais,
como a busca pela produtividade e a maximização dos lucros com o aumento da eficiência.

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